Simulação dinâmica (laboratório):
defeitos da geometria da Via
Permanente
Jéssica Andrade Prata
Prof. Fernando Abecê
Prof. Dr. Gilberto Fernandes
SIMULAÇÃO DINÂMICA (LABORATÓRIO): DEFEITOS
DA GEOMETRIA DA VIA PERMANENTE
SUMÁRIO
Introdução/Contextualização
Embasamento Técnico
Desenvolvimento
Conclusões/Projeções
Referências Técnicas
SIMULAÇÃO DINÂMICA (LABORATÓRIO):
DEFEITOS DA GEOMETRIA DA VIA PERMANENTE
Introdução/Contextualização
No funcionamento de uma ferrovia com a parte principal
denominada VPF (Via Permanente Ferroviária), destaca-se o contacto
roda/trilho, caracterizado pelas sub-superfícies aço/aço e assentados sobre
uma plataforma, infra-estrutura indispensável ao conjunto; nesta destaca-se
o que possui importância mais significante, denominado lastro da ferrovia.
A simulação em laboratório, via equipamento, objetiva reproduzir
as ações que solicitam o lastro em uma via permanente ferroviária,
incluindo todas as variáveis que provocam alterações no material, vistas em
intervalos de tempo muitas vezes menor que em tempo real.
Para que o lastro possa apresentar desempenho satisfatório, deve
cumprir as funções seguintes, segundo o entendimento de Muniz da Silva
(2002):
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DEFEITOS DA GEOMETRIA DA VIA PERMANENTE
Resistir a
forças
verticais,
laterais e
longitudinais
, a fim de
manter a VPF
em
condições
operacionais
Dotar a
VPF de
resiliência
adequada
Possuir vazios,
em tamanho e
volume,
suficientes para
alojar materiais
finos de
contaminação
(por quebra) e
permitir a
movimentação
destas
partículas finas
Facilitar a
recomposição
da geometria
da VPF, por
equipamento
s mecânicos,
na reposição
do lastro e/ou
no seu
recondiciona
mento
Possuir e
manter
alta
capacidade
drenante
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DEFEITOS DA GEOMETRIA DA VIA PERMANENTE
Diminuir a
propagação
sonora dos
ruídos
causada
pelas
composições
Manter
adequada
resistência
elétrica
entre os
trilhos
Reduzir as
tensões,
principalmente
na região de
apoio dos
dormentes, a
níveis
compatíveis
com a
capacidade de
suporte do
subleito
Inibir o
crescimento de
vegetação
(ruinoso para a
capacidade
drenante,
resiliência e
condições de
rolamento da
VPF)
Facilitar a
conservação,
remodelação
e renovação
da VPF
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O monitoramento se estende às camadas de
subleito, sublastro e lastro, além das deformações
experimentadas pelo trilho e pelo dormente.
A instrumentação que compõe o equipamento,
com a análise devida de dados obtidos permite o
entendimento de:
A maneira como o agregado através de sua angularidade e porosidade pode
interferir nos ensaios.
O desempenho estrutural e o potencial de contaminação e a verificação de
rigidez de uma camada de lastro.
A resistência dos materiais avaliados com a durabilidade de um pavimento
ferroviário.
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O comportamento mecânico do material do lastro amostrado em várias
faixas granulométricas enquanto submetido a carregamentos similares aos
aplicados em situação real, inter-relacionados com resultados oriundos de
outros ensaios.
Diferença entre o comportamento mecânico de um lastro constituído de
faixa granulométrica bem distribuída e outro com faixa contínua, e
alternando-se, também, os eixos de carregamento.
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Embasamento Técnico
Selig, E. e
Waters, J. (1994)
Ensaios de uma caixa
especial para
acondicionamento de
lastro, desenvolvida na
Universidade de
Massachusetts,
simulando as condições
de uma VPF e sob a
ação de carregamento
repetido.
Jeffs, T.
(1989)
Resultados
Significativos:
• Quebra de
grãos do
agregado;
• Mudança
na rigidez
do lastro;
• Tensões
residuais
no lastro.
Concluiu, através de
ensaios, que a
angularidade do agregado
do lastro é o parâmetro de
controle mais importante
para as deformações
plásticas, superando outros
aspectos como diâmetro
máximo, uniformidade
granulométrica e
durabilidade.
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Fernandes, G.
(2005)
Experimentações de grupos
de agregados com
granulometria mais fina, com
uso de carregamentos
cíclicos; indica, então, a
melhoria quase certa do
comportamento rígido da
VPF e da quebra de grãos do
lastro e da alteração das
tensões residuais.
Eisenman et al., (1975), in Salim, (2004),
modificado; Raymond, G. e Bathurst, R.
(1984); Indraratna, B. e Salim, W. (2002);
Salim, W. (2004); Lim, W. (2004);
Ionescu, D. (2004); Nurmikolu, A. (2005);
Indraratna, B. et al. (2006); Bhanitiz, A.
(2007); entre outros
Estudos conduzidos utilizando-se
recipientes de paredes rígidas, móveis ou
imóveis. A preocupação maior residiu em
determinações dos aspectos do
comportamento resiliente e
associações com a introdução de
geossintéticos.
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A pesquisa em questão intenta a utilização
de uma caixa de testes metálica, construída
e estruturada para utilização permanente,
no interior da qual está montada uma seção
ferroviária-teste constituída de dormente,
trilho, lastro (pedregulho, brita), sublastro
(solo arenoso) e subleito (argila compacta) e
aparato eletrônico competente e
conveniente (todos os sensores e dataloggers); ainda, faz uso de paredes laterais
móveis, auxiliadas por um sistema de
amortecedores, idealizando-se, desta forma,
uma modelagem física mais real do
problema; com um mecanismo servocontroler hidráulico reproduzindo
carregamento variável, em verdadeira
grandeza, a carga de cada contato
roda/trilho (100 a 200 kN), fonte dos
carregamentos cíclicos.
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Investigar variadas faixas
granulométricas de
agregados (lastro).
Alternativas para
carregamento dos
eixos, no contato rodatrilho.
Consolidação
metodológica de
experimentação
simulada, em escala de
tempo real.
OBJETIVOS DA
INVESTIGAÇÃO
Análise: Faixas de
britagem x adição
de cargas
diferentes;
variação de
materiais de
sublastro, trilho,
dormente, etc.
Comparação entre
estudo e
simulador,
utilizando os
registros históricos
em escala real.
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Defeitos da Geometria da VP
No caso das condições brasileiras, o lastro possui forte predomínio
na responsabilidade pelo nível de resiliência e pelo acúmulo de recalques
do pavimento da ferrovia. As principais razões para isto são as elevadas
tensões impostas ao lastro e o afofamento decorrente da socaria na
operação de manutenção da via. O “fino” gerado através desta degradação
de lastro substitui os espaços vazios da via, diminuindo a plasticidade da
camada de lastro. A consequência observada na composição é o ganho de
elasticidade do conjunto, em função do acréscimo de rigidez. A diversidade
granulométrica (surgimento de finos) será prevista através do equipamento
apresentado, fazendo com que a manutenção da camada de lastro seja
realizada antes que a VPF fique prejudicada. Várias pesquisas buscaram
determinar o módulo resiliente do lastro sob efeito dinâmico e poucas
trabalharam na modelagem da deformação plástica do lastro associada
com a carga cíclica.
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Desenvolvimento
Para viabilizar e atingir os objetivos projetou-se, dimensionou-se e
executou-se o EEDL(f) - Equipamento para Ensaio Dinâmico de Lastro
(ferroviário), com o propósito principal de analisar o comportamento
mecânico de faixas granulométricas de agregados, utilizadas em lastros
ferroviários submetidos a carregamentos cíclicos.
● Uma caixa metálica rígida, de 1000 x 1000 x 1000 mm, para a
preparação das camadas de subleito, sublastro e lastro;
● Sistema de reação para as cargas a serem aplicadas;
● Placa rígida para carregamento da superfície do pavimento, simulando o
carregamento advindo de uma composição ferroviária, com carga por eixo
variando entre 200 e 400 kN;
● Sistema servo-controller hidráulico para aplicação de carregamentos de
roda com intensidade e freqüência pré-estabelecidas;
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● Conjunto de instrumentos para monitoramento de forças,
deslocamentos, cargas e tensões relevantes para o estudo;
● Sistema de aquisição de dados e gerenciamento dos registros dos
dados, e administração de resultados dos diversos instrumentos.
A tensão vertical cíclica é aplicada pelo MSCH (o mecanismo
servo-controller hidráulico), de forma a ser retransmitida ao arranjo
trilho/dormente e, em certa profundidade, ao lastro. Células de pressão,
posicionadas na interface lastro-sublastro, e nas paredes laterais da caixa
de teste, na região ocupada pelo sublastro, permitem o monitoramento das
tensões transmitidas às camadas elásticas. Analogamente, placas de
recalque com suas bases posicionadas a essas mesmas profundidades
possibilitam medir deformações e recalques verticais tanto do lastro como
do dormente.
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I-Foto recente / EEDL (junho2012)
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II-Sensor (metal) e vista de cabos
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Montagens Específicas
Locais de posicionamento dos sensores
Strain Gauge /
aço - Os sensores
foram colados na
alma do trilho
(na direção
vertical e
horizontal),
medirão as
deformações
nessas duas
direções.
Strain Gauge /
solo
Os carretéis
foram colocados
no interior das
camadas de
sublastro e
subleito, para
medir a demanda
de compressão.
Célula de
Pressão Colocadas na
interface lastro /
sublastro, e nas
laterais da
camada de
sublastro,
mostrarão as
tensões
demandadas
pelas camadas
elásticas de solos
LVDT - Mede o
deslocamento
vertical do
dormente (ele
acompanha a
posição do
dormente
referenciado,
com uma posição
fixa), e a
acomodação
vertical da
camada de lastro.
Sensor de
Umidade e
Sensor de
Temperatura Colocados na
interface subleito
/ sublastro, para
medir teor de
umidade daquela
camada de solo e
variação de
temperatura.
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III-Preparação de sensor deformação (solo)
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IV-Célula de pressão, sensor de umidade, sensor de temperatura.
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Detalhamento das especificidades
Camadas
elásticas requisitos para o
sub-lastro:
função de reforço
do lastro, além
de ajudar a
impedir a
contaminação do
lastro por
material que
pode ascender
do subleito.
Materiais e
protoequipamentos especificou-se
que o ambiente /
recipiente (aquilo
que irá conter a
representação da
seção ferroviária
em verdadeira
grandeza).
Sistema eletrônico dedicado
– condicionamento de sinal
Um condicionador de sinais fornece
energia de excitação para o sensor
eletrônico, capta o sinal elétrico emitido
por ele e condiciona o nível da corrente
elétrica. Filtra os ruídos das estruturas
eletrônicas e ambientais carregados por
esse sinal elétrico, para que possa ser
interpretado sem interferências.
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Sensores eletrônicos
- Strain gauge para aço
- Strain gauge para solo
Mecanismo servo-controller hidráulico
- Células de pressão
- Sensor de umidade
- Sensor de temperatura
O êmbolo do MSCH, mecanismo que
efetivamente impõe o esforço de vinte
toneladas-força sobre o conjunto trilho /
LVDT
este transdutor indutivo medirá
deslocamentos lineares de ± 2,5mm
e tem repetibilidade de 2,5 µm.
dormente, é acionado por uma prensa
hidráulica, envolvendo uma bomba de
treze CV, com diversos pontos de
check-controll.
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O equipamento reproduzirá a força-peso
equivalente ao de uma roda da composição ferroviária
real, no contato roda-trilho, impondo ao lastro o
comportamento usualmente assumido na VPF. Cumprido
o número de ciclos planejado, sob uma frequência prédeterminada, o material de lastro será retirado do
equipamento e ensaiado em laboratório para se conhecer
as modificações de granulometria.
Umidade
LASTRO
MONITORIAMENTO
- ATRAVÉS DOS
SENSORES
ELETRÔNICOS
Temperatura
Rigidez
Resistência mecânica
SUBLASTRO, SUBLEITO,
TRILHO E DORMENTE
Perda de flexibilidade
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O estudo de uma VPF em simuladores, que em
alguns casos se pode denominar, também, de "escala
reduzida", propicia o balizamento de algumas variáveis
que, em escala real, são muito difíceis de controlar ou
logística e economicamente, quase impossível:
 Locação quase perfeita da seção carregada;
 Controle e incremento de tensões em níveis
desejados e controlados;
 Estabelecimento de correlações matemáticas
diversas (deformação x “N”, tensão x
deformação, tensão x deslocamento etc.).
Além do que, ainda torna-se possível, com relativa facilidade, a
substituição parcial ou total dos materiais ensaiados (notadamente, os
que afetam diretamente a estrutura da camada de lastro), e a inclusão de
faixas granulométricas distintas a medida que se altere o eixo padrão de
carregamento.
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Conclusões/Projeções
Atenção destacada para:
 As diferenças entre o comportamento mecânico de
um lastro constituído de faixa mais fina versus faixa
mais grossa, alternando-se também os níveis de
carregamento;
 O efeito da angularidade (ou arredondamento) e da
porosidade da brita, principal-mente, sobre o
desempenho estrutural da camada de lastro;
 Verificação acerca das quebras dos grãos do
agregado;
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 Verificação acerca da mudança de rigidez do lastro,
notadamente,
função
dos
abatimentos
(compactação) aumentando a perda da capacidade
plástica da camada de lastro;
 Conhecer acerca do potencial de contaminação do
lastro, oriundo da quebra dos grãos do agregado;
 Assimilação dos parâmetros de resistência desses
materiais estudados e sua influência sobre a
durabilidade e resistência do pavimento da VPF
como um todo;
 Verificação das alterações dos níveis de tensão
versus variação da profundidade na plataforma
(bulbo de tensões nas diversas camadas elásticas);
 Caracterização ambiental do agregado após a
degradação sofrida em função do número N
(número de contato roda-trilho padrão de tráfego).
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DEFEITOS DA GEOMETRIA DA VIA PERMANENTE
Referências Bibliográficas
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SIMULAÇÃO DINÂMICA (LABORATÓRIO):
DEFEITOS DA GEOMETRIA DA VIA PERMANENTE
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Wollongong. Austrália.
Selig, E. e Walters, J. (1994). Track Geotechnology and Substructure
Management. Thomas Telford Services Ltd. London, United Kingdom.
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