CIÊNCIA E TECNOLOGIA: uma via de mão dupla Luzita Erichsen Martins Neto – [email protected] Universidade Federal Tecnológica do Paraná Ponta Grossa – Paraná Ana Claudia Danhoni Neves – [email protected] Josie Agatha Parrilha da Silva – [email protected] Rosemari Monteiro Castilho Foggiatto Silveira - [email protected] Resumo: O presente artigo tem por objetivo discutir sobre o emprego das tecnologias e suas consequências para a sociedade. A humanidade passa por um momento crítico, está frente ao dilema: abrir ou não mão do progresso e do desenvolvimento. Considerando isso, neste artigo, a partir de estudo bibliográfico, são discutidas as seguintes questões: como lidar com esta via de mão dupla? O desenvolvimento, a tecnologia, a ciência nos apresenta apenas perigos? Parte-se do pressuposto, que uma das alternativas para elucidá-las seja: possibilitar ao cidadão uma educação que priorize uma alfabetização científica, que esclareça as relações existentes entre ciência, tecnologia e sociedade. Este entendimento nos levará a uma sociedade mais justa, equilibrada, e a um futuro fundado na sustentabilidade, respeito à natureza. Palavras-chave: Ciência, Tecnologia, Sociedade. 1 INTRODUÇÃO Este artigo tem a intenção de levantar questões, que concernem à evolução da Ciência, da Tecnologia e suas consequências para a sociedade, ficando aqui caracterizados o desenvolvimento e progresso, como uma via de mão dupla. O que isto significa? Atualmente há um estreitamento das fronteiras com o avanço das Tecnologias, da Ciência, onde a difusão, ou disseminação do saber acontece quase que instantaneamente, e nem sempre é elucidado e assimilado, culminando por desassistir o cidadão comum. O sentido de “via de mão dupla”, parte do pressuposto de que o homem é ao mesmo tempo o criador e o receptor de sua própria criação. Progride-se, avança-se, descobre-se, cria-se, e muitas vezes passam despercebido pelo cidadão comum, o efeito nefasto dos avanços da Ciência e da Tecnologia para a sociedade. Propõe-se aclarar este assunto, utilizando-se de fundamentações que tratam deste tema, artigos publicados em periódicos, com o propósito de facilitar a absorção, a compreensão pela sociedade, sobre o que significa a tríade “Ciência, Tecnologia e Sociedade,” propiciando assim, o discernimento necessário, para que a mesma possa se posicionar, e questionar sobre os avanços da Ciência e da Tecnologia. 2 EVOLUÇÃO DA TECNOLOGIA E OS CUSTOS PARA A HUMANIDADE A humanidade vem ao longo da sua história, percorrendo caminhos, às vezes tortuosos, (entre guerras e revoluções), em nome do progresso e do desenvolvimento. Nos primórdios, o homem, era um caçador, um coletor de alimentos, e com o tempo, passa a fabricar seus próprios instrumentos (de pedras, ossos, madeiras), para a sua subsistência. Poder-se-ia dizer, que este foi o primeiro passo, ou um vislumbre, para o que chamamos hoje, de industrialização. De acordo com o pensamento de Osinski (2002), a luta pela existência fazia com que a vida se concentrasse em problemas de ordem prática, na garantia de alimentos para seu grupo. Conforme as necessidades iam surgindo, novas experiências eram vivenciadas, gerando um novo aprendizado, e por consequência um novo objeto. Tudo acontecia na base da experiência e observação, e assim desenvolviam habilidades, que facilitavam a sobrevivência impostas pelos embates da natureza. Para a autora, já havia uma técnica de certa forma refinada e elaborada, no que tange à arte pela riqueza de detalhes anatômicos das pinturas paleolíticas (período que abrange uma datação bastante variada, que vai de 2,7 milhões de anos até 10.000 mil anos aC. Isto sugeria que: As mesmas não poderiam ter sido realizadas por diletantes, mas por especialistas treinados que na opinião de Hauser (1994:19), consumiram parte considerável de sua vida aprendendo e praticando arte, e que já constituíam uma classe profissional. Segundo ele, a descoberta, junto com outras pinturas parietais, de esboços e desenhos que nos dão a impressão de terem sido corrigidos como se fossem estudos, torna possível a hipótese da existência de escolas com intensa atividade educativa, e mestres seguindo e perpetuando tradições locais. O que provavelmente acontecia era um processo informal de aprendizado baseado na imitação dos procedimentos e formas realizados pelos artistas mais experientes, os quais transmitiam o conhecimento por meio do exemplo de seu próprio fazer (OSINSKI, 2002, p.12). Desta transmissão de conhecimento aos seus descendentes, a adaptação ao meio, e a própria evolução, atinge-se a mais relevante, à descoberta do fogo, que mudou essencialmente a vida do homem, ou a descoberta que mudou a humanidade. Segundo Oliveira (2010), o fogo influiu na forma de comer, pensar, se proteger, criar, foi a mola propulsora do progresso. Até que, um dia, talvez ao observar uma árvore atingida por um raio, os hominídeos primitivos descobriram algo que modificaria complemente o rumo da nossa evolução: o fogo. Ao dominar essa entidade, foi possível se aquecer, proteger-se dos predadores e ainda cozinhar os alimentos. Como nenhuma outra criatura do nosso planeta, conseguimos usar a nosso favor um fenômeno natural para ajudar a vencer as dificuldades diárias. A importância da utilização do fogo como instrumento de transformação da nossa sociedade se acelerou com o progresso da cultura humana. Além de fornecer conforto térmico e melhorar a preparação de alimentos, ele desde cedo foi usado em rituais dos mais diferentes povos, na fabricação de armas (até os dias atuais), na produção de novos materiais (ajudando a fundir metais, por exemplo) e como fonte de calor para máquinas térmicas, (OLIVEIRA, 2010, p.1).1 1 Adilson de Oliveira, Físico e Professor da Universidade de São Carlos (UFSCar). Na realidade, pode-se afirmar, que nem sempre a ciência e a tecnologia andaram de mãos dadas, durante o trajeto do progresso e do desenvolvimento, pois as primeiras experiências aconteciam de forma empírica. De acordo com Henry (1988), a partir do séc. XVII, a Europa começa a ter um novo olhar para a natureza, mas com suas bases nos trabalhos de Galileu, Descartes, Newton, que sintetizaram várias correntes de pensamentos, e iniciaram uma nova forma de descrever os fenômenos naturais, em oposição à sólida interpretação medieval, baseada em uma cosmologia aristotélica. Neste período inicia-se o saber racional, resultado de consolidação de ideias, de observações, as quais foram chamadas de Revolução Científica, onde de modo inquestionável, os fundamentos conceituais, metodológicos e institucionais da ciência moderna foram assentados pela primeira vez. O período preciso em questão varia segundo o historiador, mas em geral afirma-se que o foco principal foi o séc. XVII, com períodos variados de montagem do cenário no séc. XVI e de consolidação no séc. XVIII. De maneira similar a natureza precisa da revolução, suas origens, causas, campos de batalha e resultados variam muito de autor para autor. Tal flexibilidade de interpretação indica claramente que a revolução científica é, sobretudo, uma categoria conceitual do historiador. É fácil perceber que o conhecimento do mundo natural era muito diferente em 1700 do que fora em 1500. Durante este período, mudanças extremamente significativas e de grande alcance produziram-se em todos os aspectos da cultura europeia ligados à natureza do mundo físico e ao modo como ele deveria ser estudado, analisado e representado, e muitos desses desenvolvimentos continuam desempenhando papel importante na ciência moderna (HENRY, 1988, p.13). Os homens sempre ponderaram sobre as manifestações da natureza, sobre o mundo que os cercava, e os mistérios do universo, mas estes questionamentos só foram considerados científicos, no séc. XVII, quando a ciência firma-se como campo de conhecimento separado do conhecimento filosófico, e era distinguida a sua função social. Continuando com o pensamento de Henry (1988), que afirmava que não havia “ciência” no tempo da Revolução Científica, mas algo chamado filosofia natural, que pretendia descrever e explicar o sistema do mundo em sua totalidade, pois o termo “ciência” foi cunhado somente no séc. XIX. Antes deste acontecimento, no final do séc. XVIII há um avanço considerável no desenvolvimento, a Revolução Industrial, descrita por alguns historiadores como Revolução Tecnológica, e de acordo com Oliveira (2010), é neste momento que ocorre o desenvolvimento da máquina a vapor, (que utilizava como combustível o carvão), onde foi possível transformar a energia em outra, realizando trabalho, impulsionando máquinas e equipamentos, tarefas estas, que antes dependiam da mão humana. Somente no final do séc. XIX , a tecnologia começa a desfrutar dos conhecimentos científicos, de seus métodos para a solução de problemas. Neste período, a humanidade começa a sentir as consequencias da Revolução Industrial, pois, com a expansão da industrialização, (área que passa a gerar lucros e riquezas), transfere-se os trabalhos manuais para a máquina. E a Ciência toma o lugar do senso comum. Mas afinal, o que é Ciência? Segundo Demo (2010, p. 31), Ciência é uma questão de método. “O que torna a ciência referência tão importante para o desenvolvimento da sociedade é seu método, calcado na postura lógico-experimental e decantado pelas tecnologias inovadoras. Ele representa procedimento secularmente comprovado e exitoso”. Se, para este autor, a Ciência tem uma atuação bem sucedida, ou ainda, próspera, no pensamento de Bachelard (1972) a Ciência é um conjunto de saberes cuja compreensão histórica não se faz de traz para a frente. Isto significa que não se entende a ciência investigando de forma linear.Muitas vezes só se compreende as conexões de conhecimentos que permitiram uma descoberta científica, num tempo posterior ao da descoberta. Cita o exemplo da pólvora inventada na China, por volta do séc. IX, analisando os elementos que a compõem, sabemos que os conhecimentos que as pessoas tinham sobre enxofre, nitrato de potássio e carvão não eram suficientes para saber que a mistura desses ingredientes geraria uma explosão surpreendente. O velho inventor não podia compreender sua invenção partindo do conhecimento comum das substâncias que ele misturava (BACHELARD, 1972, p. 25). Mas, o novo inventor do séc. XX passa a querer muito mais, e seus interesses passam de intelectuais para fins econômicos, enquanto o velho inventor embasava suas pesquisas em ideais de buscas desinteressadas de interpretação do conhecimento. “A ciência com seus métodos objetivos e exatos, desenvolveu pesquisas em todas as frentes do mundo físico e humano, atingindo um grau e precisão surpreendente, não só na área das navegações espaciais e de transplantes, como nos mais variados setores da realidade (Cervo et al, 2002, p.6)”. Para o autor Hobsbawm (2007,p. 9 ), “o séc. XX foi a era mais extraordinária da história da humanidade, combinando catástrofes humanas de dimensões inéditas, conquistas materiais substanciais e um aumento sem precedentes da nossa capacidade de transformar e talvez destruir o planeta, e até de penetrar no espaço exterior”. E, ele pergunta: Qual é a melhor maneira de refletir sobre essa era dos extremos e imaginar as perspectivas da nova era que surge a partir da antiga? Pressupõe-se que a melhor maneira de refletir sobre o rumo que a humanidade está tomando, no que concerne ao progresso e o desenvolvimento, seria questionar a relação e interação da Ciência com a Tecnologia e a Sociedade, educar cientificamente o cidadão, propiciando-lhe parâmetros para que possa fazer julgamentos, que resulte num posiconamento crítico, e efetivo. Muito se tem falado, discutido a respeito da complexidade dos problemas da contemporaneidade como: globalização, desigualdades sociais, segregação, crise econômica, ecologia, tecnologia, sustentabilidade e tantos outros, mas estaríamos a caminho de uma era de incerteza? Os problemas que ora se evidenciam trazem à baila questões que foram anteriormente negligenciadas como: direitos sociais, os problemas sofridos pelo impacto da globalização, as mudanças climáticas, a miséria, falta de alimentos e o mais importante deixou-se de priorizar a justiça social. O fato de a cência e a tecnologia serem componentes partidários do poder político e econômico, e escluente de um elemento importante, a vida da população, ou cidadão comum, nos faz ir em busca de soluções também, para os efeitos nefastos que trazem para a sociedade. Pensadores importantes como Hobsbawm (2007) arriscam um caminho para uma possível solução dos problemas da humanidade: “Eu preferiria pensar na cooperação não apenas como um ideal generalista, mas, como uma forma de conduzir as questões humanas, com as atividades econômicas e de bem estar social”. E Bauman (2007) contrapõe, com seu conceito de modernidade líquida dizendo “que as pessoas estão buscando a sua identidade não naquilo que são, mas naquilo que consomem, exibem e possuem”. E entre causas e efeitos sugere uma mudança radical de comportamento da sociedade como possível solução para o grave problema mundial. Este consumismo desenfreado, e muitas vezes desnecessário, está nos levando à um acumulo de lixo tecnológico, a um aquecimento global, contaminação da água, do solo, enfim, afetando a natureza como um todo. É importante salientar, a título de complementação uma fala de Hobsbawm que possui ponto em comum com Bauman: Não podemos falar sobre o futuro político do mundo, a menos que tenhamos em mente que estamos vivendo um período em que a história, ou seja, o pocesso de mudanças na vida e na sociedade humana, e o impacto que os homens impõem ao meio ambiente global, está se acelerando a um ritmo estonteante. Neste momento, ela está evoluindo a uma velocidade que põe em risco o futuro da raça humana e do meio ambiente natural (Hobsbawm, 2007. p.36). Há um choque socioambiental, um conflito, que requer ações imediatas, pois o homem está sendo obrigado a se confrontar com sua falta de moderação. Imprudência que vem sendo alardeada, espalhada pelos quatro cantos do mundo, por meio da mídia e as Organizações Não-Governamentais (ONGs). Portanto, é pertinente, ressaltar a importância e a necessidade, neste momento, de um novo olhar para a Ciência e a tecnologia (os dois pilares do desenvolvimento e progresso). Voltando um pouco no tempo, a título de ilustração, lembrar de um ensaio, publicado em 1924, pelo filósofo e matemático inglês, Bertrand Russel, “Ícaro, ou o futuro da Ciência” (Fabiano, 2009)2, onde ele fez uma analogia com o mito e os novos paradigmas da relação do homem no mundo, com a tecnologia. Neste texto, Russel faz uma comparação com Íraco que desobedece as ordens de seu pai Dédalo, voando rente ao sol e tem suas asas de cera derretidas, com as consequências da insensatez do mau aproveitamento da tecnologia. É fato, que nossos problemas derivam diretamente da forma que os avanços da ciência, e da tecnologia foram empregadas, nos forçam a procurar novos caminhos para um desenvolvimento sustentável. Exemplificando, se por um lado, devemos pensar em redução do uso de recursos de energia, por outro pensamos em aumentar o uso de energia limpa, como a eólica, que também traz prejuízos ao meio ambiente, por se constituirem uma ameça a migração, e procriação das aves e morcegos. Ficando assim explicitado, que estamos caminhando sempre, em uma via de mão dupla. O Relatório do Desenvolvimento Humano de 2013 feito pelo PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) traz vários alertas e aponta caminhos para o desenvolvimento humano igualitário. Como no trecho consta: A menos que as pessoas possam participar significativamente nos acontecimentos e processos que moldam as suas vidas, as vias de desenvolvimento humano no plano nacional não serão nem desejáveis, nem sustentáveis. As pessoas devem poder influenciar as decisões políticas e os resultados (PNUD, 2013, p,6). Para que o cidadão possa participar efetivamente, questionar o desenvolvimento, o progresso, os rumos da ciência, da tecnologia que hoje está integrada no nosso cotidiano, é essencial mudanças radicais e urgentes de conduta, tanto de nossos governantes, cientistas, como da própria população. Faz-se necessário uma nova cultura comportamental, que denuncie o consumismo fútil, ditado por modismo, e sustentado pela própria alienação. Estes alertas, devem perpassar por várias esferas, como políticas educacionais, direitos humanos, democracia, trabalho, e a partir daí poder-se-á dizer, que se rumará à um desenvolvimento sustentável. São campos interligados, e que precisam ser tratados com responsabilidade, tendo como objetivo, os interesses da sociedade como um todo e, não para fins particulares, de grupos privilegiados ou políticos. CONSIDERAÇÕES FINAIS Um dos caminhos para uma percepção real das mudanças positivas e negativas, que estão ocorrendo no mundo contemporâneo, e um entendimento de suas implicações para a sociedade, seria viabilizar ao cidadão, acesso a uma educação de qualidade, que lhe dê competência para fazer julgamentos, reflexões e escolhas. 2 João Lourenço de Araújo Fabiano, jornalista e licenciado em Filosofia na USP. Estudioso de Filosofia da Mente e Transhumanismo. Membro fundador do Grupo de Filosofia Analítica da USP. Somente com educação, é que teremos uma sociedade em igualdade de condições, fazendo com que seus membros tornem-se críticos, responsáveis e participativos. E, para que a sociedade se aproxime deste ideal, há de se abrir espaço para a alfabetização científica. Impedir o desenvolvimento e o avanço da ciência e da tecnologia, não é uma solução, de certa forma, é um retrocesso. Mas, compreender o processo de como estas operações se realizam, de perceber as consequências sociais que estão implicadas, compreender a necessidade de restaurar a natureza, preservar o ecossistema para as futuras gerações, é um progresso. O discernimento, o conhecimento, faz com que o indivíduo obtenha uma consciência maior daquilo que pode nos oferecer perigos e riscos, também pode nos dar alívio e esperança para um mundo melhor. A ciência, a tecnologia, e a sociedade estarão sempre em uma via de mão dupla, na relação de criador e recpetor, mas cabe a cada um de nós, optar por uma das vias, ou pelas duas, tendo a consciência de que o progresso é uma direção perigosa para toda a humanidade. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Bachelard, G. A atualidade da história das Ciências. Revista tempo brasileiro, vol. 28, 22-26, 1972. Bauman, Z. Tempos Líquidos. Rio de Janeiro: Zahar. 2007. Cervo, A. e Bervian, P. Metodologia Científica. São Paulo: Prentice Hall. 2002. Demo, P. Educação e Alfabetização Científica. São Paulo. Papirus. 2010. Gallego, F. Ciência, tecnologia e sociedade. Florianópolis. Publicações do IF-SC. 2010. Henry, J. A Revolução Científica e as Origens da Ciência Moderna. Rio de Janeiro: Zahar. 1998. Hobsbawm, E. Globalização, Democracia e Terrorismo. São Paulo: Companhia das Letras. 2007. Oliveira, A. A descoberta que mudou a humanidade. Disponível em: http://cienciahoje.uol.com.br/colunas/fisica-sem-misterio> Acesso em: 26/06/2014. < Osinski, D. Arte, História e Ensino – uma trajetória. São Paulo. Cortes. 2002. PNUD (Programa das Nações Unidas para o desenvolvimento). Relatório do Desenvolvimento Humano 2013. Disponível em: < http://hdr.undp.org > Acesso em: 26/06/2014. SCIENCE AND TECHNOLOGY: A two-way street Abstract: Abstract: This article aims to discuss the use of technologies and their consequences for society. Humanity is going through a critical time, is facing the dilemma: to open or not the hand of progress and development. Considering this, in this article, from literature study, the following issues are discussed: how to deal with this two-way street? The development, technology, science presents us only dangers? Part from the assumption that one of the alternatives to have them answered is: to enable citizens an education that prioritizes scientific literacy, to clarify the relationships between science, technology and society. This understanding will lead to a fairer, more balanced society and a future founded on sustainability, respect for nature. Key-words: Science, Technology, Society.