1
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO:
Análise cinética da técnica da remada em praticante de surf
(projeto piloto)
Autor:
MARCELO CHAGAS STEIN
Porto Alegre
2005
2
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Faculdade de Educação Física e Ciências do Desporto
MARCELO CHAGAS STEIN
ANÁLISE CINÉTICA DA TÉCNICA DA REMADA EM
PRATICANTE DE SURF (PROJETO PILOTO)
Porto Alegre
2005
3
Marcelo Chagas Stein
ANÁLISE CINÉTICA DA TÉCNICA DA REMADA EM
PRATICANTE DE SURF (PROJETO PILOTO)
Trabalho referente à conclusão do
curso de graduação em Educação
Física da Pontifícia Universidade
Católica do Rio Grande do Sul –
PUCRS.
Orientador: Prof. Me. Jonas Gurgel
Porto Alegre
2005
4
Marcelo Chagas Stein
ANÁLISE CINÉTICA DA TÉCNICA DA REMADA EM
PRATICANTE DE SURF (PROJETO PILOTO)
Trabalho referente à conclusão do
curso de graduação em Educação
Física da Pontifícia Universidade
Católica do Rio Grande do Sul –
PUCRS.
Aprovada em ____ de ______________ de 2005, pela Banca Examinadora.
BANCA EXAMINADORA:
______________________________________
Prof. Me. Jonas Lírio Gurgel
______________________________________
Prof. Dr. Luciano Castro
5
Este trabalho dedico principalmente aos
professores Dr Luciano Castro e Me
Jonas Gurgel, por terem acreditado no
meu trabalho e por darem todo apoio
necessário para que essa pesquisa
evoluísse. E também todos envolvidos
com o surf.
6
AGRADECIMENTOS
Gostaria de agradecer a Deus, aos Meus pais, por terem sempre me guiado da
melhor maneira possível, ao meu “brother” que me auxiliou muito no trabalho com
sua inteligência estatística, a minha noiva pela paciência aplicada em momentos
de estresse com a pesquisa e também pelo seu companheirismo, pois sempre
esteve ao meu lado na execução da pesquisa. Aos colegas e amigos pelo apoio. E
também a galera no NUBA (Núcleo de pesquisa em biomecânica aeroespacial)
que me ajudou muito nessa pesquisa.
7
“Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias,
imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés
para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias
arvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar do calor. E o
oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio
teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece pra
quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como imaginamos,
e não simplesmente como é ou pode ser; que nos faz professores e
doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos e
simplesmente ir ver”.
Autor Amyr Klink
8
RESUMO
STEIN, Marcelo Chagas. ANÁLISE CINÉTICA DA TÉCNICA DA
REMADA EM PRATICANTE DE SURF (PROJETO PILOTO). Porto
Alegre. 102p. TCC. Faculdade de Educação Física e Ciências do Desporto
da Pontifícia Universidade do Rio Grande do Sul.
Sintonizada na harmonia com a natureza, a pratica do surf desenvolve o
corpo, a mente e o espírito, aguçando a intuição e a sensibilidade que nos
conecta com o universo. O equilíbrio, a autoconfiança, o autoconhecimento,
fé, crença, força e potencial são elementos diretamente ligados a pratica
desse esporte, que para muitos, é entendido e considerado como uma
filosofia de vida. O presente estudo tem o objetivo de avaliar e analisar
através da cinética a remada de surfistas, buscando estabelecer as
relações existentes entre potencia, força e intensidade durante a braçada
no surf. Partindo do nosso objetivo geral, teremos mais especificamente a
analise de conteúdo de artigos relacionados ao surf e biomecânica, analise
das variação cinéticas na execução da remada, bem como verificar a força,
potencia e intensidade implicada na remada. Essa pesquisa será analítica
quantitativa, cuja população será constituída de surfistas amadores
estudantes de Educação Física da Pontifícia Universidade Católica do Rio
Grande do Sul. Essa amostra estará disposta em um grupo de 10 surfistas.
9
Como instrumentos de coleta dos dados teremos avaliação cinética, onde
será utilizando uma célula de carga para quantificar a força na remada. A
amostra participará de um dia de testes. Ao concluir os testes iremos
analisar os dados coletados, e passará por um tratamento estatístico para
definir força, potência e torque das articulações do ombro, cotovelo e
punho.
Palavras-chave: Surf - biomecânica
10
ABSTRACT
STEIN, Marcelo Chagas. KINETIC ANALYSIS OF THE TECHNIQUE OF
THE ROWED ONE IN SURF PRACTITIONER (PROJECT PILOT). Porto
Alegre. 102p. TCC. College of Physical Education and Sciences of the
Sport of the Pontifical University of the Rio Grande Do Sul.
Syntonized in the harmony with the nature, it practises it of surf develops the
body, the mind and the spirit, sharpening the intuition and the sensitivity that
in connects them with the universe. The balance, the confidence, the selfknowledge, faith, belief, force and potential is directly on elements practises
it of this sport, that stops many, is understood and considered as a life
philosophy. The present study it has the objective to evaluate and to
analyze through the kinetic rowed of surfers, searching to establish the
existing relations between harnesses, force and intensity during the arm one
in surf. Leaving of our general objective, we will have more specifically
analyzes it of article content related to surf and biomechanics, analyzes of
the variation kinetic in the execution of the rowed one, as well as verifying
the force, harnesses and intensity implied in the rowed one. This research
will be analytical quantitative, whose population will be constituted of
amateur surfers students of Physical Education of the Pontifical University
Catholic of the Rio Grande Do Sul. This sample will be made use in a group
11
of 10 surfers. As instruments of collection of the data we will have kinetic
evaluation, where it will be using a load cell to quantify the force in the
rowed one. The sample will participate of one day of tests. When concluding
the tests we will go to analyze the collected data, and will pass for a
statistical treatment to define force, power and torque of the joints of the
shoulder, elbow and fist.
Word-key: Surf - biomechanic
12
SUMÁRIO
1.
INTRODUÇÃO ...................................................................................................
2.
REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................. 18
2.1.
2.2.
2.3.
2.4.
2.5.
2.5.1
2.5.2
2.5.3
2.5.4
2.5.5
2.5.6
2.5.7
2.6.
2.6.1
2.6.2
2.6.3
2.6.4
2.6.5
3.
4.
HISTÓRIA DO SURF ...........................................................................................
LESÕES E ACIDENTES NO SURF .....................................................................
EQUIPAMENTOS - INFLUÊNCIAS PARA DEFINIR O SHAPER IDEAL ............
SURF E BIOMECÂNICA .....................................................................................
FORÇAS PROPULSORAS NO SURF ................................................................
Tração tipo “Remo” ..............................................................................................
Levantamento e Levantamento-e-Arraste ............................................................
Vórtice e Mecanismo Complexo de Propulsão de Natação .................................
Potencial Hidrodinâmico de Segmento do Braço .................................................
Arraste e Levantamento nas Fases de Tração ....................................................
Comparação das Trações ....................................................................................
Movimentação e Fases da Braçada .....................................................................
CINÉTICA ANGULAR ..........................................................................................
Torque ou Momento de Força ..............................................................................
Centro de Massa ..................................................................................................
Rotação e Alavanca .............................................................................................
Momento de Inércia ..............................................................................................
Momento Angular .................................................................................................
METODOLOGIA ..................................................................................................
SELEÇÃO DA AMOSTRA ....................................................................................
INSTRUMENTOS .................................................................................................
PROTOCOLO ......................................................................................................
RISCO INERENTES AO TESTE ..........................................................................
TRATAMENTO ESTATÍSTICO ............................................................................
LIMITAÇÕES ........................................................................................................
RESULTADOS .....................................................................................................
5.
DISCUSSÃO ........................................................................................................
6.
CONCLUSÃO ......................................................................................................
3.1.
3.2.
3.3.
3.4.
3.5.
3.6.
REFERÊNCIAS ...................................................................................................
APÊNDICES .........................................................................................................
ANEXOS ..............................................................................................................
13
18
23
27
44
46
47
48
51
52
54
56
58
62
62
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74
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77
78
78
80
86
89
91
93
98
13
1. INTRODUÇÃO
Sintonizada na harmonia com a natureza, a
pratica do surf desenvolve o corpo, a mente e o espírito,
aguçando a intuição e a sensibilidade que nos conecta
com o universo.
O
equilíbrio,
a
autoconfiança,
o
autoconhecimento, fé, crença, força e potencial são
elementos diretamente ligados a pratica desse esporte,
que para muitos, é entendido e considerado como uma
filosofia de vida.
Segundo Steinman (2003 p.39), a pratica regular
do surf, além de eliminar o sedentarismo, combate à
obesidade e o diabetes, reduz também os níveis de
colesterol, triglicérides, acido úrico e açúcar do sangue.
Ela também ajuda a reduzir os níveis de hipertensão
arterial, funcionado como um tranqüilizante natural
14
(salvo as situações de crowd1), diminuindo ate certo
ponto à procura pelo álcool e fumo.
O surf acelera o despertar para o encantamento
da vida e dos elementos que ela compõe, trazendo
benefícios ilimitados aos seus praticantes.
O surf é um dos esportes mais completos, com
características de uma atividade aeróbia e anaeróbia de
moderada a alta intensidade. Ele se enquadra na
categoria de esporte com limitados contatos físico e
risco de colisão (diferentemente do futebol, basquete ou
outros considerados esportes com potencial para
contato e colisão). (STEINMAN 2003 p.41).
A pratica do surf esta diretamente ligada ao
estudo
da
biomecânica,
pois
biomecânica
esta
relacionada à movimentação do ser humano, levando
em consideração as leis da mecânica. A Biomecânica
utiliza ferramentas da Mecânica (mais precisamente da
Dinâmica, uma das áreas da Física, assim como a
Mecânica) para estudar os movimentos. A cinemática e
a cinética são ramos da Dinâmica que se baseiam em
análises de movimentos angulares e lineares do objeto.
A primeira baseia-se em parâmetros como posição,
1
Gíria utilizada pelos surfistas que significa: Muita gente surfando numa mesma área
15
velocidade e aceleração tanto para percursos lineares
como para percursos angulares dos corpos. Já a
cinética, baseia-se em parâmetros como força para
estudos lineares e em torques ou momentos de força,
similares à ação da força, em movimentos angulares
(PORTO 2003 p.120).
Pouco se sabe em relação às pesquisas sobre
surf, muito menos estudos sobre analise da remada
utilizando a cinética para relacionar força da remada,
freqüência e potencia; Portanto, desejasse pesquisar e
cientificar as vantagens e desvantagens de um estudo
desse âmbito para auxiliar o treinamento de surfistas e
minimizar as lesões relacionadas a articulação do
ombro.
Avaliar e analisar através da cinética a remada
de
surfistas,
buscando
estabelecer
as
relações
existentes entre potencia, força e freqüência da
braçada, relacionando com as lesões ocasionadas com
esse movimento. Bem como analisar o conteúdo de
artigos relacionados à pesquisa, analisar e verificar a
força, freqüência e potência implicada na remada.
Notou-se que com o passar dos anos o surf vem
ocupando, ainda em passos lentos, maior espaço nas
16
mídias e conseqüentemente maior reconhecimento no
mundo dos esportes. Paralelo a isso a preocupação
com o preparo dos atletas deste esporte, também, vem
sendo alvo de preocupação de alguns profissionais da
área da educação física. Muito se deve ao crescimento
do surf e a observação da forma com que o esporte
vem sendo praticado. No entanto, buscou-se elaborar
um estudo onde pudesse conscientizar a todos
envolvidos nessa área quanto à importância de
obtermos pesquisas relacionadas com o surf, visando
uma maior cientificidade ao esporte, para que atletas e
treinadores consigam desenvolver o esporte com
qualidade, projetando o crescimento que o surf vem
apresentando no cenário do esporte mundial.
Com essa pesquisa pretendesse estudar alguns
assuntos relacionados ao gesto motor da remada. A
intensidade da braçada esta diretamente ligada a
Força? Existe diferença significativa entre a braçada
com o braço direito e com o braço esquerdo? Que
relação existe entre freqüência e potencia na braçada?
A realização deste estudo, tornando-se relevante
para a comunidade científica e a comunidade ligada ao
surf, por trazer dados referentes não somente a um
17
gesto desportivo específico, mas também de um gesto
motor comum. A remada é um movimento não só
utilizada no surf, mas também executada em alguns
esportes aquáticos, como a natação, onde a ação
motora é uma das mais importantes e fundamentais.
Pensando nisso essa pesquisa pode contribuir como
um instrumento capaz de detectar o surgimento de
lesões, melhora de performance desportiva, visando um
aprimoramento do gesto motor, até mesmo auxiliando
na avaliação do progresso de tratamentos patológicos
articulares.
18
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1. HISTÓRICO DO SURF
Embora não se saiba exatamente como e quando
o Surf começou, muitos dizem que a origem vem das
ilhas polinésias; o surf foi levado para Hawaii pelos
nativos, onde era praticado como uma forma de
cerimônia religiosa.
Em 1821 os missionários europeus acabaram
completamente com o surf, pois consideravam uma
prática imoral. Mas, em 1920, Duke Kahanamoku do
Hawaii
e
campeão
olímpico
de
natação,
foi
o
responsável pela popularização do esporte nos EUA,
formando o 1º clube de surf.
Como diz Souza (2004 p.16): A história do surf
não é linear, como por exemplo, a do futebol, que
19
começou no Brasil no fim do século XIX com as
primeiras bolas trazidas da Inglaterra por Charles Miller.
Além disso, a origem do surf também se atribui
aos habitantes da Ilha de Uros, no Peru, que há 450
anos desafiavam o mar em balsas feitas de tora, tipo de
palha. Os pescadores ficavam de pé em cima das
balsas e direcionavam-nas com os remos em direção à
praia. Estas balsas são as ancestrais da prancha,
talhada em peroba por George Freeth e Duke
Kahanamoku, nos primeiros anos do século 20, no
Hawaii.
A origem do surf traz sempre uma grande
polêmica, pois os havaianos desciam as ondas pelo
simples e puro prazer de fazê-lo, já para os peruanos
era um modo de "voltar" do trabalho. Atualmente se dá
a origem do esporte aos havaianos, no entanto, sempre
quando podem, os peruanos tentam reivindicar isso.
Existem teorias a respeito de que eles sejam
descendentes de índios peruanos que viajavam pelas
correntes daquele oceano. O que se pode afirmar com
certeza
é
que
seus
ancestrais
foram
grandes
marinheiros, todos sempre amantes do mar, de seus
desafios e mistérios.
20
Inicialmente antes dos anos 20 os surfistas
usavam enormes troncos de madeira, apesar do peso,
mas com a sua popularização passaram de troncos
para verdadeiras pranchas.
No final dos anos 30 a arte de construir pranchas
foi evoluindo de ano para ano e hoje uma prancha de
surf é feita de poliuretana coberto de fibra de vidro o
que faz com que ela se torne muito leve.
Foi aí que surgiram as manobras. E assim foi se
espalhando
pelo
mundo.
O
primeiro
torneio
internacional ocorreu em 1953, no Hawaii, a capital do
surfe.
Na década de 70, o que mandava no surf era o
estilo; o tubo era considerado o momento máximo do
surf. Já na década de 80, o envolvimento de muito
dinheiro acabou estragando o esporte.
Atualmente, existe um circuito Mundial de Surf,
este dividido em duas divisões: WCT2, 1ª divisão, nesta
competem os melhores; e WQS3, 2ª divisão, na qual a
galera se mata para entrar na primeira divisão.
A nova geração do surf foi caracterizada pela
criação
2
3
de
pranchas
mais
leves
Segundo o Dicionário do Surf quer dizer World Championship Tour.
WQS é World Qualifying Series, divisão de acesso ao WCT.
ainda,
que
21
proporcionaram manobras imagináveis, inacreditáveis,
assim como afirma Bulhões (2002 p.15):
“Pranchas de surf são equipamentos de
precisão. Na fabricação são utilizados conceitos
de física, aerodinâmica e hidrodinâmica.
Quanto mais conhecimentos shaper e surfista
tiverem, maiores serão as chances de acertos
no equipamento e melhores serão os
resultados”.
Os surfistas que mais contribuíram e contribuem
para a evolução do esporte são: Tom Currem, Christian
Fletcher, Kelly Slater, Teco e Neco Padaratz, Carlos
Burle, Picuruta Salazar, entre outros.
Dizem que os primeiros praticantes de surf no
Brasil de que se tem notícia surgiram em Santos, na
década de 30. Um deles foi Jua Suplicy Hafers, expiloto da Força Aérea Americana, que talvez tenha feito
a primeira prancha no Brasil.
No entanto, em meados da década de 40, foi à
praia do Arpoador, Rio de Janeiro, que realmente pode
ser
considerado
o
berço
do
surf
brasileiro.
Primeiramente, pegavam as ondas somente ajoelhado
ou deitado
(no estilo bodyboard)
pranchinhas de madeira.
em
pequenas
22
Vieram novas pessoas, novas idéias e surgiram
pranchas feitas de madeira e sem quilhas, as
chamadas portas de Igreja. Já se ficava de pé na
prancha, isso por volta dos anos 50. Surgiram pranchas
com uma quilha, a qual saía do meio da prancha até a
rabeta. Começou a ser fabricar também pranchas de
compensado naval, surgiram as "madeirites", como
eram chamados os pranchões na época. Nesta época,
conforme Fernandes (2000), o surfista e shaper Homero
Naldinho; que aos 14 anos (1962) fazia suas madeirites
que mediam 2,2m; criou a primeira máquina de shaper
do mundo.
No início não era só surf. Havia toda uma relação
com o mar: mergulho caça submarina, saltar das
pedras, frescobol e etc. Um dia era para ter um
campeonato
de
caça
submarina,
mas
o
mar
amanheceu de ressaca. A turma resolveu aproveitar
tanta onda e fez um campeonato de surf. Arduino foi o
campeão. O prêmio foi um churrasco para todos na
praia. Foi uma coisa entre amigos, mas pode-se dizer
que ali estava o primeiro campeão de surf no país.
23
2.2. LESÕES E ACIDENTES NO SURF
Como em qualquer esporte, o surf também
acarreta seu percentual de acidentes e lesões, no
entanto, comparado a outro qualquer esporte, o surfe
além de completo é seguro, pois tem limitado contatos
físicos e colisões.
“Nos últimos trinta anos as pranchas tornaramse menores e leves, permitindo ao surfista
maior
aceleração
e
radicalidade
nos
movimentos,
modificando
claramente
o
repertório, a velocidade e a potencia das
manobras, aumentando a gravidade e as
extensões das lesões agudas de natureza
traumáticas e favorecendo o aparecimento das
lesões crônicas”.(STEINMAN, 2003, p. 46).
Grande parte das lesões no surfe são agudas e
de natureza traumáticas, devido, principalmente, ao
choque do surfista com a prancha, com outro surfista ou
com o fundo (areia, pedra ou coral).
Em alguns estudos americanos que comparam
as lesões entre o surfe e outros esportes observou-se,
24
num mesmo ano, uma enorme diferença entre a
incidência de lesões no surfe, 9.900, contra 38.000 no
squash, 137.900 no skate e cerca de 1.370.900 lesões
no futebol americano.
Tipos
de Lesões
Incidência (%)
Laceração
44
Contusão
16,9
Lesão Musculoligamentar
15,5
Fratura
2,5
Luxação
3,2
Perfuração do Tímpano
0,5
Queimadura
8,9
Infecção do ouvido
3,5
Gastrenterite
0,3
Hipotermia
0,3
Hérnia de disco
0,8
Afogamento
0,8
Tabela de Tipo de lesões e incidências
Como foi visto, no surfe também existem riscos
de lesões, sabendo disto procura-se desenvolver um
trabalho de consciência corporal para quando o atleta
vivenciar uma situação de risco, ele possa saber como
reagir sem que comprometa sua saúde física, e assim
não fazendo parte das estatísticas.
Antes de iniciar um programa de treinamento
deve-se submeter o atleta a uma minuciosa avaliação a
fim de mapear o condicionamento físico do mesmo.
Uma avaliação inclui um check-up de saúde e aptidão
25
física. Além do exame de sistema cardiorespiratório,
deve-se realizar também, avaliação do sistema músculo
esquelético
incluindo
avaliação
antropométrica
e
postural.
Segundo STEINMAN (2003):
“...avaliação da composição corporal permite
determinar as porcentagens de gordura
corporal massa muscular entre outros fatores.
As avaliações de aptidão física incluem:
1. A explosão (potência anaeróbia aláctica);
2. A resistência (potência anaeróbia láctica);
3. A capacidade aeróbia máxima;
4. A força muscular;
5. A velocidade de movimento;
6. A velocidade de reflexos (tempo de reação);
7. A flexibilidade e
8. O equilíbrio.”
Se as habilidades iniciais do atleta não forem
medidas não se terá conhecimento sobre o seu
desempenho.
Não
é
possível
reconhecer
as
necessidades do indivíduo sem saber por onde
começar, como também, não se pode determinar o que
os indivíduos aprenderam ou melhoraram se não
soubermos sua evolução, por isso é necessário
reavaliar.
Para que o programa de treinamento seja bem
desenvolvido
é
necessário
antes
de
tudo
que
analisemos a condição física do atleta. Para que
possamos observar se o programa prescrito está de
26
acordo
com
necessário
as
que
especificidades
periodicamente
do
indivíduo
faça-se
uso
é
da
reavaliação, a fim de compararmos o desempenho do
atleta.
27
2.3. EQUIPAMENTOS
EQUIPAMENTOS BÁSICOS
Conforme Conway (1993):
“O processo de aprendizagem de surf é
bastante facilitado quando se escolhe o
equipamento mais apropriado... As pranchas
para iniciantes, ao contrário das usadas pelos
veteranos, devem ser compridas, mais largas e
mais espessas”.
Para a prática do surf sem riscos para a saúde,
integridade física pessoal e/ou das outras pessoas que
estão na praia, é necessário à utilização de alguns
equipamentos básicos:
•
É um
Cordinha, Ieash ou estepe:
acessório que prende a prancha ao pé. É utilizado para
manter
a
prancha
sempre
próxima
ao
surfista,
permitindo encontra-la rapidamente no caso de quedas.
O leash deve ser colocado de forma firme, no pé que
28
costuma ficar atrás quando sobe -se na prancha.
Normalmente é confeccionada com poliuretano.
•
Parafina:
É essencial. Ela evita
escorregões, pois a superfície da prancha é muito lisa,
principalmente quando molhada. Ela torna a superfície
mais áspera e aderente aos pés. Existem diversos tipos
de parafina, algumas são para águas mais quentes,
outras para água fria ou até gelada.
•
Lycra e roupa de borracha:
O uso da lycra,
além de esquentar e proteger do vento e do sol previne
irritações, pois evita o contato direto da pele com a
parafina, e permite que o surfista fique mais confortável.
Já para os dias frios, o uso da roupa de borracha,
apesar de dificultar um pouco os movimentos, é
indispensável. A lycra, muitas vezes é utilizada, por
baixo da roupa de borracha para evitar assaduras e
aquecer mais. Durante o inverno a falta destes
equipamentos pode desestimular a prática do surf.
29
Além dos equipamentos básicos existem também
alguns acessórios, considerados por alguns surfistas,
fundamentais para a prática:
•
Astrodeck -
material feito com borracha
especial, aplicado sobre a prancha, servindo assim
como antiderrapante;
•
Deck -
•
Capa
Parte de cima da prancha;
de
prancha
e
"camisinha"4:
Na verdade, nunca é
bom deixar a prancha tomar sol, por isso o uso das
capas
quando
for
transportá-las.
A
chamada
"camisinha" é aquela capa de tecido, tipo saco, que são
uma ótima salda para viagens domésticas, Além de
protegerem do sol e de leves batidas, evitam que o
4
Conforme o Dicionário do Surf - Capa de prancha confeccionada com tecido elástico que ao ser colocada
lembra um preservativo.
30
carro fique molhado e sujo de parafina. Para uma maior
proteção, pode ser usada junto com as de nylon, ou
emborrachadas, com zíper. Existem algumas até com
isolante térmico, para viagens maiores.
•
Rack:
É
um
bagageiro de pranchas. Existem os de metal (fixos no
capô do carro) e os de fita (móvel, que pode ser levado
até na mala).
•
Biqueiras e protetores de quilhas:
biqueiras e os protetores de quilhas servem para evitar
que ocorra qualquer dano a sua prancha, nas partes
consideradas mais sensíveis.
TIPOS DE PRANCHAS
•
Longboard - São pranchas grandes, a partir de 9’0” pés
e bico redondo, muito embora tamanhos um pouco
31
menores,
como
8'2''
e
8'6'',
possam
ter
as
características de um pranchão. Caracterizam-se por
serem bem largos e terem bastante flutuação, se
adequando perfeitamente aos indivíduos que estão
querendo iniciar no surf ou para aqueles que estão
acima do peso e com falta de preparo físico, pois é uma
prancha de fácil remada. Até a década de 70, eram as
mais usadas. Atualmente, são as preferidas dos
surfistas das antigas e de alguns iniciantes.
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Gun Apesar do tamanho, esse modelo havaiano tem
menos área de contato com a água do que o longboard.
Tem bastante mobilidade e é bastante manobrável.
Indicada para ondas grandes.
32
•
Funboard - Derivam do longboard, mas são menores,
em torno de 7". É a prancha preferida dos iniciantes e
também uma boa opção para dias em que o mar está
muito crowd porque você consegue remar e entrar na
onda antes de quem está usando uma prancha
pequena.
33
•
Evolution - Parece com a fun na largura e na
espessura, mas tem o formato da pranchinha normal,
com bico mais pontudo. É uma prancha mais solta, que
possibilita mais manobras do que o longboard e o
funboard.
•
Performance/ Minimodels/ Pranchinhas - São as
preferidas dos surfistas tops e de amadores que gostam
de velocidade e muitas manobras. Considera-se as
pranchas pequenas de até 6'9''. O tamanho, flutuação e
largura da prancha vão variar de acordo com o peso,
altura e habilidade do surfista. Tudo isso com
alterações no fundo e na rabeta podem definir o shape
ideal.
34
INFUÊNCIAS PARA DEFINIR O SHAPE IDEAL
RABETA
Uma mudança de rabeta resulta em uma
alteração na flutuação da base, influenciando na
segurança e direção da prancha. Assim, a opção deve
ser feita de acordo com o tipo de onda.
A grande diferença entre as rabetas é na
realidade, o volume de espuma aplicado. Uma rabeta
maior facilita na pegada de ondas, pois é alçada junto à
ondulação proporcionando um drop mais rápido. O
contrário realça o controle especialmente em mares
cavados, mas em ondas pequenas pode afundar a
prancha.
A durabilidade pode ser afetada pela geometria
utilizada, já que uma rabeta Swallow, por exemplo, está
mais suscetível à quebra (por possuir “ponta”) do que
uma Squash.
35
É uma rabeta que tem uma área maior,
fazendo com que a prancha tenha uma sustentação
muito boa para ondas pequenas e médias, este design
de rabeta deixa a prancha com um surf mais de linha,
projetando sempre para frente da onda é uma das
rabetas mais compatível com o surf atual.
Difere da Squash pela suas pontas mais
quadradas, faz com que se tenha uma performance de
linha mais quebrada na onda jogando muito mais água
nas manobras, assemelha-se um pouco com a Swallow.
Boa em onda mais cavada pôr dar uma ótima aderência
na parede da onda.
É muito semelhante a Squash, deixando
a pranchas com bastante pressão e velocidade fazendo
36
um surf menos quebrado, também podendo ser usado
em pranchas maiores deixando a rabeta mais estreita,
também é muito funcional, a prancha fica com uma boa
sustentação em ondas grandes.
Todo tipo de wing seja um ou dois tem a
finalidade de quebrar a linha do outline, é muito
utilizado em pranchas pequenas no qual o meio dela é
bem largo, esta quebra que é o wing deixa a prancha
muito mais sensível e manobrável, é uma prancha
muita solta e muito boa para ondas pequenas.
Esta rabeta permite maior quebra de
linha e manobras em um espaço curto da onda,
deixando a prancha bem solta é indicada para quem
busca um estilo mais agressivo e radical.
37
Muito utilizada para ondas médias e
grandes, pois tem uma área menor na parte da rabeta
deixando a prancha mais segura e com linhas mais
redondas, não é muito indicado para ondas cheias por
ter pouca sustentação na rabeta. Atualmente também
vem sendo muito difundida em pranchas pequenas por
surfista que imprimem muita pressão nas manobras.
Rabeta
utilizada
para
pranchas
grandes acima de 7'2" pés , a rabeta quase se confunde
com o bico da prancha de tão semelhante, é muito
utilizado este tipo de modelo para ondas tubulares
como Hawaii, G-Land, México. Muitos “big riders”
utilizam este tipo de rabeta pôr dar muita segurança no
drop (descida) da onda e colocação dentro do tubo,
mantendo a prancha muito estável e segura.
38
FUNDO
O fundo é uma parte muito importante da
prancha e influencia muito o seu desempenho. Os
modelos variam, principalmente, de acordo com o
tamanho da prancha e de ondas.
Fundo Flat:
Flat significa
(reto ou plano) é um fundo básico utilizado na prancha
toda até as quilhas, é usado em pranchas pequenas até
uma 6'6", este tipo de fundo conseguimos unir
velocidade e projeção pôr este fundo estar em contato
maior com a água. Indicado para ondas de até 5 pés
(equivalente a 1,5 metros) muito funcional em qualquer
tipo de onda (mexida) ou (lisa).
Fundo Double Concave:
Muito
utilizado por vários shapers do mundo todo, sendo
shapeado um de cada lado da longarina (por isso o
nome double concave) terminando próximo a quilha
traseira, tem a função de canalizar água no fundo da
prancha facilitando muito o direcionamento e saída da
39
água, deixando esta prancha totalmente colada ao pé,
podendo se fazer manobras radicais. Indicado para
surfistas mais experientes e ondas mais lisas.
Fundo Triple Concave:
Bem parecido com o double concave, só que é
colocado um concave da entrada de água próximo ao
bico até a saída de água no qual se acopla aos dois
côncavos próximos as quilhas. Esta prancha fica mais
dura em relação a outros modelos, é para surfista que
impõe mais força nas pernas e quer ter controle total
dessa quando utilizada em condições extremamente
radical nas ondas, proporcionando manobras incríveis
sem perder velocidade e pressão do fundo em relação
à onda. Em mar mexido está prancha perde um pouco
de velocidade e estabilidade. Fundo indicado para
surfistas mais experientes.
Fundo
Release:
É
utilizado em pranchas de diversos tamanhos, foi testado
40
e aprovado por vários surfistas que usaram o
equipamento com este design, este fundo faz com que
tenha contato maior com a água, através desses
caimentos laterais que pode iniciar do meio da prancha
(bem suave) até a rabeta (um pouco mais acentuado),
fazendo com que a prancha tenha resposta rápida na
troca de borda, aliado a velocidade. Um fundo muito
bom e aconselhável a qualquer surfista seja ele
iniciante ou experiente.
Fundo "V" Bottom:
Este
fundo tem a forma de um "V" contrário, atualmente é
usado muito em pranchas grandes acima de 6'8",
utilizado sem exagerado próximo as quilhas ajuda
bastante para que a prancha tenha uma troca de borda
muito boa. Em pranchas pequenas tem que ser
utilizado bem suave. É excelente para ondas médias e
grandes que exigem movimentos precisos e rápidos
sem que desgarre na base ou dentro de um tubo.
41
Fundo Full Concave:
Full significa um único concave que começa próximo do
bico e vai até a rabeta, fazendo com que a água tenha
um fluxo mais rápido do bico para a mesma. Aumenta
pressão e a velocidade da prancha, este tipo de fundo
torna a prancha mais dura, para garantir mais
maleabilidade é preciso que esta prancha tenha mais
curva de fundo (rocker). Este tipo de fundo é muito
utilizado por surfistas mais experientes e imprimem
mais pressão sobre a prancha.
QUILHAS
As pranchas tri-quilhas são com certeza uma
unanimidade desde seu lançamento pelo Australiano
Simon Anderson é um dos modelos mais usados no
mundo
inteiro.
Shapers
do
mundo
inteiro
vem
pesquisando e desenvolvendo modelos de designers,
42
outline, angulação e posicionamento das quilhas em
relação ao desempenho da prancha.
Posicionamento do conjunto das quilhas:
O conjunto da três quilhas colocadas mais
atrasadas (próximo a rabeta) deixa esta prancha mais
veloz, porém menos maleável na hora de fazer as
manobras. Colocadas mais adiantadas, tornará a
prancha muito mais solta, porém irá prejudicá-la na sua
velocidade. O equilíbrio está ligado diretamente ao
posicionamento do surfista sobre a prancha se o seu pé
traseiro é colocado mais adiantado ou atrasado e de
que maneira impõe esta pressão sobre a prancha.
43
Distância que são colocadas às quilhas:
Quanto maior a distância entre a quilha traseira
em relação às dianteiras, maior será a velocidade da
prancha,
em
compensação
perde
um
pouco
a
maleabilidade tendo que impor maior força para
manobrar. Agora, se a distância for menor das quilhas
traseira em relação às quilhas dianteiras, a prancha fica
muito mais maleável nas trocas de bordas, porém irá
prejudicar sua velocidade.
44
2.4. SURF E BIOMECÂNICA
O desenvolvimento do surf e seu reconhecimento
quando comparado com outros esportes pode ser
considerado como uma atividade recente, como reporta
sua historicidade, ainda um pouco turva. No entanto,
desperta
a
necessidade
de
investigações
mais
profundas e cientificas para o estudo do mesmo.
A Biomecânica, ciência que estuda as forças
internas e externas que atuam no corpo humano e, os
efeitos produzidos por essas forças; é considerada
como uma área das Ciências do Desporto, e, portanto,
ferramenta para desenvolver trabalhos de investigação
relacionados ao surf.
Sendo o surf um esporte envolvido com a
natureza e dependente dessas condições para ser
realizado, como por exemplo, as condições do mar,
densidade da água, temperatura ambiente, etc., a
45
Biomecânica comporta as reais observações a serem
feitas para a cientificação das ações dos praticantes,
pois se dedicam ao estudo das ações dos diversos
tipos de corpos, sempre em consideração o meio
envolvente e as suas características particulares.
Segundo Hall (1993 p.110), um analista bem - sucedido
deve não somente conhecer a proposta do movimento
que está sendo analisado, mas também reconhecer os
fatores que contribuem para uma execução habilidosa
do movimento. Completa ainda quando diz: “... os
analistas
também
podem
se
beneficiar
do
conhecimento da natureza dos padrões de movimento
humano e habilidade em geral”.
Desta forma, analisar os aspectos que envolvem
o surf, bem como iniciar um processo investigativo em
uma área esportiva ainda nova e com bibliografia
científica restrita, faz a relação Surf e Biomecânica
necessária e importante para o desenvolvimento do
Desporto.
46
2.5. FORÇAS PROPULSORAS NO SURF
O surf é um esporte aquático, onde sua
movimentação é realizada com os membros superiores
em contato com a água, buscando evitar algumas
forças como: Força de resistência hidrodinâmica e a
Força de reação hidrodinâmica (Força de tração total).
Para que ocorra uma movimentação mais veloz o
surfista depende da magnitude e direção da força de
tração total, que é gerada pelo trabalho do segmento.
Existem modificações constantes na força de tração e
força de resistência hidrodinâmica.
Para Steinman (2003 p.93):
A remada do surf difere um pouco da natação
pelo fato do surfista estar inclinado para cima e
para trás (hiperextensão) e o corpo apoiado na
prancha. Consiste em quatro fases:
a) Primeira Fase: é a fase de entrada, quando o
braço chega à frente da cabeça e começa a
entrar na água;
b)
Segunda Fase: é a fase inicial de puxar a água.
c)
Terceira Fase: é a fase de puxar a água, onde o
surfista realiza puxada de maneira mais eficiente;
47
d)
Quarta Fase: é a fase de recuperação, quando o
braço retorna à posição inicial para outro ciclo.
2.5.1. TRAÇÃO “TIPO REMO”
Essa teoria utiliza como base a Terceira lei de
Newton, onde procura converter toda a força de reação
hidrodinâmica em força propulsora eficiente.
A Terceira lei de Newton é aplicada com uma
maior eficiência na movimentação com antebraço e a
mão
estendidos,
e
na
fase
de
submersa
a
movimentação respeita uma braçada com antebraço e
mão a 90º em relação à direção de tração.
Assim, a força de propulsão nesse tipo de tração
é gerada quase que por sua maioria por resistência da
pressão.
Segundo Zatsiorsky (2000 p.160): a magnitude
da força propulsora (força de reação) pode ser derivada
da Equação: FDP = ½CDPρV2SM : FR = ½ρV2CDS, onde ρ
= densidade da água, V = velocidade do fluxo da água
interagindo
com
o
corpo,
CD
=
o
coeficiente
hidrodinâmica do segmento propulsor e S = a área de
superfície do segmento propulsor.
48
Por
muito
tempo
a
resistência
frontal
foi
considerada muito importante para a descrição da
origem das forças propulsoras. A partir disso algumas
leis de Newton, como principio da ação-reação,
principio de conservação de momento, principio de
proporcionalidade, foram aplicadas para testar a “tração
tipo remo”, com isso observou-se que esse tipo de
braçada é a mais eficaz, desde que a direção do vetor
da força de reação hidrodinâmica realizada pelo braço,
coincide com a direção do movimento.
“Foi assumido que, na” tração tipo remo“, o
esforço que o nadador aplica na água se
transforma maximamente em uma propulsão
para frente quando a direção do vetor da força
de reação resultante coincide maximamente
com a direção do nado (FRefetiva = FRtotal).
(ZATSIORSKY 2000, p.161).
2.5.2.
LEVANTAMENTO
E
LEVANTAMENTO-E-
ARRASTE
Durante a década de 60 e inicio da década de
70, pesquisas que tinham como objetivo a analise
biomecânica revelaram que existe desvios significativos
em relação a trajetória realizada pela mão.
49
Segundo Zatsiorsky (2000 p.162), o oponente da
tração retilinea utilizaram como argumento o principio
de “suporte imóvel”, que presume que as ações de
tração eficazes aplicam trajetórias complexas de
movimento a fim de que, em cada ponto de tração, os
segmentos de trabalho dos braços possam interagir
com a água parada, imóvel.
Quando a força começa a ser aplicada contra a
água, gera uma movimentação de mesma direção do
movimento da mão, realizando uma diminuição da
diferença de velocidade entre a mão e a água. Para que
quando o individuo realize o movimento consiga gerar
uma força maior (reação de sustentação eficaz) os
segmentos de tração devem interagir com cada ponto
de movimento de trabalho com a água parada.
“Esta condição é satisfeita quando as ações de
tração são realizadas não exatamente de modo
linear para trás, mas quando aplicam uma
trajetória curvilínea complexa. (ZATSIORSKY
2000, p. 162)”.
De
acordo
com
Counsilman
(1971
citado
ZATSIORSKY 2000, P.162), afirma que utilizando uma
análise de movimento em baixo da água, encontrou que
os nadadores de nível internacional realizam braçadas
50
como
os
movimentos
do
remo
com
trajetórias
curvilíneas muito complexos em 3D.
Seguindo estes padrões, a mão e antebraço
realizam movimentos verticais e transversos e também
alteram a direção da tração em relação ao fluxo da
água.
O mesmo Counsilman (1971) diz que é quase
impossível que ao realizarmos o movimento da braçada
a mão e antebraço se encontrem a 90° em relação a
direção de tração. Para que houvesse uma locomoção
no
meio
liquido
a
Força
de
Levantamento
Hidrodinâmico, seria a principal contribuinte, isso ocorre
quando a mão e antebraço se movem em um ângulo de
ataque no fluxo de água (para direção de tração).
Buscando explicar as naturezas das forças
propulsoras no momento, counsilman cita o principio de
Bernoulli que originou o Levantamento Hidrodinâmico
em um Hidrofólio, e explica dizendo que na área da
água parada existe uma alta pressão, acima da mão é
uma zona de baixa pressão e no sulco da mão existe
uma área de turbulência.
Esse princípio teve sua origem na diferença da
velocidade do fluxo da água nas superfícies superior e
inferior da mão e antebraço.
51
Para que exista uma força propulsora existem
contribuições de componentes normais (levantamento)
e frontais (pressão) de reação hidrodinâmica.
2.5.3. VÓRTICE E MECANISMO COMPLEXO DE
PROPULSÃO DE NATAÇÃO
Segundo Zatsiorsky (2000 p.164): “A teoria do
vórtice é amplamente utilizada para a descrição e
análise do nado em peixes e foi introduzida no esporte
da natação por Colwin (1984, 1992), que apoiou suas
especulações teóricas na teoria do vórtice por alguns
dados em vídeo obtidos no esporte da natação. Ele
propõe que parte da energia cinética perdida por
nadadores para a massa de água poderia ser
reabsorvida na ação de tração pelos vórtices da água”.
A explicação dessa teoria diz que a mão começa
a produzir um levantamento, isso com resultado de um
“vórtice inicial”,
conforme a
mão
se movimenta
anteriormente. Este vórtice faz ocorrer uma circulação
superposta ao mesmo sentido da água, faz com que a
52
velocidade do ar acima da superfície da mão se torne
maior que a inferior. Mas não existe nenhum principio
físico que explique porque o vórtice inicial pode causar
circulação. Só se sabe que no vórtice inicial ocorre o
fluxo superior da mão tem uma velocidade maior e a
magnitude de levantamento é muito maior que a
seguido pelo principio de Bernoulli.
2.5.4. POTENCIAL HIDRODINÂMICO DE SEGMENTO
DO BRAÇO
Forças propulsoras são geradas pelo movimento
da braçada e pernada, o que se caracteriza o resultado
da ação dos movimentos em contato com a água.
Para que essa força seja gerada de forma
adequada, um fator muito importante é a velocidade
com que o braço interage com o fluxo da água.
Segundo Zatsiorsky (2000 p. 165):
“...a diferença de uma velocidade angular e
linear de segmento do braço, relativa ao eixo da
articulação do ombro, determina a diferença na
velocidade absoluta da interação de segmento
com o fluxo da água”.
53
Tanto a velocidade linear quanto a angular tem
um aumento partindo do ombro em direção a mão,
diretamente ligada com o aumento do raio de rotação.
Butovich e Chudovsky (1968) e Makarenko
(1975) citados por Zatsiorsky (2000 p. 165) em estudos
com nadadores, demonstraram que a articulação do
ombro quando em contato com o fluxo da água tem a
velocidade linear e a força insignificante, e alem disso
apresenta uma resistência ao deslocamento para
frente, isso em alguns pontos na ação de tração.
Figura 1 – Locais de leitura de tensão no braço de um nadador e
valores máximos da pressão. (Adaptada de Rumyantsev 1984.)
Bagrash et al. (1973) citado por zatsiorsky (2000,
p. 166) realiza um estudo com 46 nadadores, onde foi
observado três tipos de nado: Nado limitado utilizando
braçada sem flexão, nado limitado utilizando um padrão
de braçada, com flexão do cotovelo e por último um
nado “natural”. Com isso observaram a máxima pressão
54
desenvolvida nos segmentos ombro, antebraço e mão.
As magnitudes de coeficientes de araste em um ângulo
de ataque de 90º, obteve o resultados de 1,0 para mão,
0,7 para antebraço e 0,6 para o ombro.
Quadro 1 – Força hidrodinâmica intracíclica máxima dos segmentos do braço
durante o nado crawl. (De Bagrash et al. 1973; adaptado por Rumyantsev
1982.)
Portanto, a conclusão a ser feita diz que durante
a execução da braçada no nado ou qualquer esporte
que envolva esse gesto motor, as forças de tração
geradas pela mão e pela metade distal do antebraço
são responsáveis por cerca de 90 – 95% da força
hidrodinâmica.
2.5.5. ARRASTE E LEVANTAMENTO NAS FASES DE
TRAÇÃO
Alguns estudos realizados com modelos de mão
dentro de um tanque em diferentes posições de palmas
55
e
dedos
dentro,
mostraram
que
as
formas
hidrodinâmicas mais eficazes para gerar uma alta
reação hidrodinâmica são: Palma plana com dedos e
polegar juntos, palma plana com polegar separado e
palma plana com dedos e polegares levemente
separados. Os modelos 1 e 2 nos mostram que a
eficácia dos gestos tem maior importância nas fases em
que a mão movimenta-se na mesma direção da tração.
Já o modelo 3 tem sua vantagem nas fases em que a
mão obtém uma movimentação com um ângulo de
ataque maior que 60º.
Um fator muito importante na determinação das
forças de arraste e de levantamento é a angulação em
que o braço-antebraço se encontra em relação ao fluxo
da água.
Figura 2 – As formas hidrodinâmicas mais eficazes da
mão. (De Makarenko 1996.)
56
Segundo Zatsiorsky (2000 p. 169): “A magnitude
momentânea da força hidrodinâmica resultante gerada
pela mão e o antebraço é determinado pela forma da
conexão da “mão-antebraço”, ângulo do movimento
para trás e velocidade absoluta do braço e antebraço
em relação ao fluxo da água 3D”.
Ao realizar o gesto motor da braçada, o nadador
tem uma variação tanto no ângulo destaque quanto no
ângulo do movimento para trás, da mão e antebraço,
para utilizar com eficácia tanto as forças de arraste
como as de levantamento, com o objetivo de gerar uma
força resultante e força de tração eficaz.
2.5.6. COMPARAÇÃO DAS TRAÇÔES
No momento da fase preliminar, existe um
aumento gradual tanto da força de reação total e a força
de tração efetiva, relacionados com o aumento do
ângulo de ataque e da velocidade da mão e antebraço.
57
Durante a braçada a força propulsora é gerada
quase que igualmente pelos componentes normal
(levantamento) e frontal (arraste) da força de reação.
Segundo Zatsiorsky (2000 p.169):
Os fatores mais importantes são:
1) Regras para disciplinas de um nado particular
limitam a direção e a amplitude de movimento e
seu tempo.
2) A reação da velocidade do movimento do CGM
(Centro Geral de Massa) do nadador com a
velocidade relativa dos segmentos propulsores
(VCGM/Vmão).
3) Habilidades de velocidades/força e tolerância
de força do nadador.
4) A amplitude do movimento e a flexibilidade das
articulações.
5) Desenvolvimento da sinestesia (“sentir através
da água”).
Existem algumas vantagens da tração curvilínea
em relação à tração do tipo remo.
Para alcançar uma velocidade absoluta igual à
de interação com o fluxo da água a tração curvilínea
exerce uma velocidade relativa para trás e necessita
menos
esforço para sair
de imersão,
isso em
comparação com a tração tipo remo, essas vantagens
dependem da velocidade aplicada.
Ao realizar o movimento da braçada com a
tração do “tipo remo” em baixa velocidade, o individuo é
58
capaz de atingir a mesma velocidade de interação do
segmento com o fluxo de água como na tração
curvilínea. Quando realizado o gesto motor da remada,
o individuo tem uma variação tanto no ângulo de ataque
quanto no ângulo de movimentação para trás da mão e
do antebraço, isso para que ocorra uma maior eficácia
das forças de arraste e levantamento.
Quando o ângulo de ataque ficar entre 10° a 35°,
a força hidrodinâmica resultante terá a predominância
do componente normal (levantamento). Se o ângulo
tiver uma amplitude de 35° a 55°, a força é formada por
contribuições iguais de componentes de levantamento
(normal) e arraste (frontal). Com um ângulo de ataque
da mão maior que 55° a força de reação é
predominantemente pelo arraste. Mas se o ângulo for
maior que 75° a força de reação hidrodinâmica é quase
que
exclusivamente
pelo
arraste.
É
quase
que
exclusivamente pelo arraste.
2.5.7. MOVIMENTAÇÃO E FASES DA BRAÇADA
Durante a pratica de atividades aquáticas como a
natação, existe uma movimentação denominada “ciclo
59
de movimentos de natação”, onde esse ciclo se repete
algumas vezes. Esse ciclo se divide em duas partes, a
preliminar (recuperação), que tem a característica de
auxiliar na reorganização da postura do braço e pernas
para iniciar o trabalho (tração), que consiste na parte
que gerar força propulsora.
Quando o individuo realiza um ciclo de braçada,
esse ciclo é caracterizado por um inicio e um final e
também contem fases interventoras, as fases tem o
objetivo ligado ao momento motor distinto, e se
distinguem
por
suas
características
cinéticas
e
dinâmicas.
Quadro 2 – A estrutura do ciclo do braço em tipo de nado competitivo
Na fase inicial (tração) o individuo começa a
acelerar o corpo e movimentar os segmentos que irão
60
realizar a tração, para uma posição mais eficácia
partindo para uma posição principal.
Segundo Zatsiorsky (2000 p.173):
No nado crawl e no nado de costas, esta
aceleração inicial é realizada pela principal fase
da braçada do lado oposto (transferência de
esforço de tração de uma mão para outra) e
também pela utilização de energia cinética
(inércia) do sistema interno.
Já na fase principal o grande objetivo é de
alcançar a velocidade intracíclica máxima (VIM).
Enquanto o individuo busca alcançar a VIM, sua mão e
antebraço estam em constante contato como fluxo da
água para obter uma ótima direção do movimento. Essa
fase pode ser subdividida em duas partes: a primeira de
puxar e a segunda de empurrar. A segunda parte, o
empurrar, é de muita decisão, pois nessa fase de tração
a VIM ocorre durante os últimos dois terços do
empurrar. Essas duas fases são diferenciadas quando
o individuo passa o ponto limite, que é o plano
transverso e também ultrapassa a articulação do ombro.
Na transição, as forças de reação geradas, são
utilizadas para estabilizar as forças negativas como a
gravidade e a inércia. Além disso, outro objetivo dessa
fase é buscar a saída do braço com a menor resistência
possível para movimentar o corpo para frente.
61
E na fase de recuperação o maior objetivo é
reorganizar a postura para que ocorra um novo ciclo
com pouco esforço.
62
2.6.1 CINÉTICA ANGULAR
2.6.1 TORQUE OU MOMENTO DE FORÇA
Segundo Hamill & Knutzen (1999 p.429): Quando
uma força é aplicada de modo que cause uma rotação,
o produto daquela força e a distancia perpendicular à
sua linha de ação é denominado torque ou momento de
força.
Em poucas palavras o torque nada mais é do
que a propriedade que uma força tem para executar
uma rotação sobre um eixo especifico.
O torque esta ligado a um vetor, e por isso
possui magnitude e direção. Magnitude diz respeito a
força e momento, já a direção é determinado pela regra
da mão direita (em sentido anti-horário é igual positivo,
e sentido horário é igual a negativo).
63
2.6.2. CENTRO DE MASSA
O Ponto sobre o qual a massa do corpo esta
uniformemente distribuído é denominado centro de
massa (HAMILL & KNUTZEN 1999 p.430).
Tanto centro de massa (CM) quanto centro de
gravidade é a mesma expressão, estam ligados
somente à direção vertical, onde é atuada a direção da
gravidade. Isso quer dizer que centro de gravidade é o
somatório dos torques igual a zero (0), onde o individuo
ontem o equilíbrio.
O CM é um ponto onde podem ocorrer
mudanças, devido ao posicionamento do corpo humano
durante um momento.
Para obter o calculo do CM, pode-se utilizar dois
tipos de métodos. O primeiro é o método de prancha de
reação, figura 3, onde para obter o calculo o objeto tem
que estar estático. E o segundo é o método segmentar,
64
figura 4, onde o calculo é efetuado através dos
segmentos do corpo, alguns exemplos são o CM e a
proporção entre o segmento e a massa corporal total.
Figura 3 – Diagrama de corpo livre: (A) sistema da prancha de reação; e (B)
sistema prancha de reação/pessoa.
Figura 4 – Centros segmentares de massa de um corredor em um instante no
tempo. O centro massa corporal total esta indicado por um asterisco.
65
2.6.3. ROTAÇÃO E ALAVANCA
Tanto a rotação quanto à alavanca estão
relacionados ao troque. A rotação é o resultado e a
alavanca é o ponto fixo que auxiliará no torque.
Uma alavanca consiste em força de resistência,
uma força de esforço, uma estrutura semelhante a uma
barra e um fulcro (eixo).
Conforme cita Hamill & Knutzen (1999 p.437)
Existem dois momentos ou braços de alavanca
designados como braço de esforço e braço de
resistência.
O
braço
de
esforço
é
a
distância
perpendicular a partir da linha de ação da força de
esforço até o fulcro. O braço de resistência é a distancia
perpendicular a partir da linha de ação de força de
resistência ate o fulcro. Figura 5.
66
Figura 5 – Uma ilustração de uma alavanca anatômica.
As forças de esforço e de resistência interagem a
uma distancia do eixo e ainda geram um torque.
VM = Braço de Esforço
Braço de Resistência
Formula da Vantagem Mecânica
Através da formula de Vantagem Mecânica (VM),
podemos observar algumas situações.
Quando uma alavanca é criada podem existir três
(3) situações que classificam a função da mesma:
67
1 – É quando VM=1, nessa situação a grande
função da alavanca é alterar a direção do movimento ou
o equilíbrio, mas não aumenta a força de esforço e nem
a força de resistência.
2 – Se VM>1, isso quer dizer que o Braço de
esforço é maior que o Braço de resistência. Com isso a
força de esforço aumenta pelo torque gerado do Braço
de esforço que é ampliado.
3 – Já se VM<1, nos indica que o Braço de
resistência é maior que o braço de esforço, com isso é
necessário muito mais força de esforço para vencer a
resistência. Nesse caso diz-se que a velocidade do
movimento é ampliada.
Alem da função das alavancas, elas também
podem ser classificadas conforme sua classe.
1 – Alavanca de Primeira Classe: Força de
esforço e força de resistência estão em lados oposto do
eixo. Uma alavanca de primeira classe também pode se
classificar com a Vantagem mecânica igual a um (1),
maior que (1) e menor que um (1). Figura 6.
No corpo humano as alavancas de primeira
classe existem como uma ação simultânea, ligada a
músculos agonistas e antagonistas, onde ficam em
68
lados opostos da articulação, assim a alavanca age
com o objetivo de mudar a direção da força de esforço.
Mas normalmente a VM=1, ou seja, a musculatura
serve para equilibrar ou mudar a força de esforço. Um
exemplo desse tipo de alavanca é uma gangorra.
Também essas alavancas podem ser chamadas de
polias.
Figura 6 – Uma alavanca de primeira classe onde VM<1, ou seja, o braço de esforço é
menor que o braço de resistência. A distância linear movida pela força de esforço, contudo,
é menor que a movida pela força de resistência no mesmo período de tempo.
2 – Alavanca de Segunda Classe: Essa alavanca
funciona com a força de esforço e força de resistência
do mesmo lado do eixo. Com isso o braço de força de
resistência é menor que o braço de força de esforço,
com isso a força de resistência age entre o eixo e a
força de esforço, assim a VM>1. Um exemplo desse
tipo de alavanca é o carrinho de mão.
69
Figura 7 – Uma ilustração de um carrinho de mão como alavanca de segunda
classe. Observe que a força de resistência esta localizada entre o fulcro e a
força de esforço. Como o braço de esforço > Braço de resistência, VM>1 e a
força de esforço fica ampliada.
O corpo humano reage pouco com alavancas de
segunda classe. Um exemplo claro de alavanca de
segunda classe no corpo humano é o “levantamento de
panturrilha”, ou seja, o simples ato de elevar a ponta
dos pés do solo é uma alavanca de segunda classe.
70
Como
existe
tão
pouco
exemplo
de
funcionamento de alavancas de segunda classe no
corpo humano, presumisse que não fomos feitos para
aplicar grandes forças através de alavancas de
segunda classe.
3 – Alavancas de Terceira Classe: Como nas
alavancas de segunda classe as de terceira também
tem as forças no mesmo lado do eixo e a linha de ação
de força de resistência, como o braço de força de
esforço é menor que o braço de força de resistência, a
VM<1. Um exemplo desse tipo de alavanca é uma pá
com o cabo comprido.
Figura 8 – Um individuo usando uma pá é um exemplo de
alavanca de terceira classe.
71
Esse tipo de alavanca exige uma grande força de
esforço,
isso
para
ganhar
maior
velocidade
de
maioria
das
movimento.
No
corpo
humano
a
grande
articulações funcionam como alavancas de terceira
classe.
2.6.4. MOMENTO DE INÉRCIA
O momento de inércia (MI) nada mais é do que o
equivalente angular da massa, alem disso, é a
quantidade que indica a resistência de um objeto a
mudança do movimento, e não depende apenas da
massa, mas também da distribuição dessa massa em
relação ao eixo de rotação. Os valores que determinam
o MI são modificáveis, pois existe muito eixos onde o
objeto pode girar.
Já no corpo humano as estruturas são mais
complexas.
Segundo Hamill & Knutzen (1999 p.443): Cada
segmento e constituído de diferentes tipos de tecidos
72
como ossos, músculos, pele, etc., que não são
distribuídos uniformemente.
Com isso fica difícil de determinar o MI dos
segmentos utilizando o método de partícula-massa.
Para isso existem estudos com cadáveres, modelos
matemáticos e técnicas de exame de gama.
Para que possamos calcular o valor do MI de
qualquer segmento é utilizado qualquer eixo paralelo,
dado o momento de inércia sobre um eixo, a massa do
segmento e a distancia perpendicular entre os eixos
paralelos.
2.6.5. MOMENTO ANGULAR
De acordo com Hamill & Knutzen (1999 p.445): O
análogo angular do momento linear é o momento
angular e é definido como a quantidade de movimento
angular.
Quando existe somente a força de gravidade
como a força externa, agindo sobre algo, o momento
angular (MA) no inicio e durante uma movimentação é
constante, exemplo um projétil, esse principio é
conhecido como conservação do MA. Isso ocorre por
73
que o peso corporal total não gera nenhum torque, isso
por que o momento é zero (0).
O momento angular pode ser executado em
vários eixos, isso ocorre quando o corpo é um projétil.
Quando em uma atividade o MA é constante pode
haver uma troca de eixo.
No corpo humano durante uma atividade muitos
segmentos rodam, isso ocorre com cada segmento com
seu MA ligado ao centro de massa do segmento.
Quando ocorre um MA sobre seu próprio cetro de
massa é chamado de momento angular local e quando
o MA ocorre sobre a massa corporal total é denominado
momento angular remoto.
74
3. METODOLOGIA
Para realização deste trabalho, será analisado
conteúdo de artigos científicos sobre surf e analise
cinética. Os artigos serão pesquisados dentro dos
principais portais eletrônicos científicos, livros e anais
de congresso. Para verificar as magnitudes de carga
aplicadas na articulação do ombro será utilizada uma
célula de carga.
3.1. SELEÇÃO DA AMOSTRA
Para a seleção da amostra utilizou-se a técnica
de amostragem aleatória simples, a população deste
estudo será de indivíduos praticantes de surf, alunos da
75
faculdade de educação física e ciências do desporto, da
cidade de porto alegre. A amostra constará de 10
indivíduos praticantes de surf da PUCRS de porto
alegre, do sexo masculino, com faixa etária de 20 a 30
anos.
Serão
considerados
critérios
de
exclusão
qualquer lesão osteoarticulares, o que possa prejudicar
a realização do gesto da remada. Os indivíduos
selecionados para o estudo serão escolhidos através de
um questionário (apêndice b), onde serão respeitados
os critérios de exclusão e todos os indivíduos irão ler e
assinar o termo de consentimento livre e esclarecido
(apêndice a).
3.2. INSTRUMENTOS
•
Uma prancha de surf tamanho 6’2. Utilizada para a
realização do teste da remada;
•
Uma célula de carga. Utilizada para quantificar a força
da remada;
•
Conversor A/D DataQ® DI – 194 10 bits, 240Hz, 4
canais analógicos e 3 canais digitais. Utilizado para
transformar os dados coletados em sinais digitais para
leitura do computador;
76
•
Dois microcomputadores. Utilizados para a coleta e
processamento dos dados e análise estatística;
•
Piscina Olímpica. Utilizada como ambiente de teste;
•
SAD
(Sistema
de
Aquisição
de
Dados,
versão
2.61.07mp: desenvolvido pelo Laboratório de Medições
Mecânicas da Escola de Engenharia da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul), usado para tratamento
dos sinal (processamento);
•
Software de aquisição WinDataQ®. Utilizado para
analisar os dados coletados pelo conversor A/D;
•
Software SPSS 12.0 for Windows®. Utilizado para
análise estatística dos dados coletados;
3.3. PROTOCOLO
Para que a pesquisa seja desenvolvida, será
colocada uma prancha de surf em uma das raias da
piscina olímpica da faculdade de educação física e
ciência do desporto da pucrs, que estará presa por um
cabo de aço; junto ao cabo de aço será acoplada uma
célula de carga com a finalidade de quantificar a força
aplicada na remada. A instrumentalização com estes
77
equipamentos
irá
permitir
a
realização
do
processamento dos sinais coletados com o auxílio de
um conversor A/D e software de aquisição.
As coletas de dados serão realizadas durante um
dia, onde seguira um cronograma de etapas prédeterminadas. A população pré-selecionada preencherá
um questionário de seleção, onde constarão itens
relevantes ao desenvolvimento desta pesquisa. Antes
do início da coleta de dados, os indivíduos realizaram
um alongamento e aquecimento, para evitar qualquer
risco de lesões, logo após serão colados no indivíduo,
os
marcadores,
adesivo
refletido,
nos
locais
correspondentes ao acrômio, epicôndilo, cabeça do
radio, estilóide.
Antes da execução do teste os indivíduos
executarão um aquecimento de 5 (cinco) minutos, os
demais esperam para aquecer minutos antes de iniciar
a sua bateria de teste. Em seguida. Após a sua
instrumentalização, o mesmo executará 30 (trinta)
segundos de remada, para que assim possa ser
observado o seu rendimento. Quando terminar a
execução,
o
individuo
estará
dispensado
do
experimento e o protocolo se repetira aos demais
indivíduos.
78
3.4. RISCOS INERENTES AO TESTE
Ao realiza-se o experimento desta pesquisa, os
indivíduos estarão expostos a possíveis riscos, tais
como alguma lesão muscular como estiramentos,
câimbras e contraturas, entretanto, estes riscos são
minimizados através do procedimento de aquecimento.
Assim se no caso da ocorrência de qualquer outra
possível complicação, o individuo será levado ao
atendimento médico..
3.5. TRATAMENTO ESTATÍSTICO
Os
dados
coletados
serão
tratados
estatisticamente utilizando-se através do programa
SPSS (Statistical Package for the Social Sciences)
versão
12.0,
para
a
realização
formatação e análise dos dados.
da
tabulação,
79
3.6. LIMITAÇÕES
Durante o desenvolvimento deste projeto, podese perceber alguns fatores que são considerados como
limitadores do estudo. É possível que os dados
coletados estejam sendo subestimados devido às
variáveis que não podem ser controladas neste estudo.
O nível de aquecimento pode variar entre os indivíduos,
levando em consideração o tempo que os mesmos
perderão entre o aquecimento e a execução do teste,
provavelmente o primeiro apresentaria um nível de
aquecimento mais elevado do que o último, o que
poderia gerar uma diferença nos resultados buscados.
Somado
a
isto,
a
execução
apresentada
pelos
indivíduos estudados neste experimento provavelmente
não
seria
realizada
na
mesma
intensidade
de
movimentação com que é executada durante a pratica
do surf, levando em consideração que eles estarão sob
a pressão de uma avaliação. Também devesse
salientar que os indivíduos executaram um teste com
uma prancha de tamanho 6’2, o que poderá dificultar ou
facilitar a flutuação e o equilíbrio do individuo.
80
4. RESULTADOS
Este estudo propõe analisar a diferença da
média de força entre as braçadas dos distintos braços e
ainda verificar uma possível correlação entre a
freqüência das braçadas e a força resultante. A
população a que este experimento fará menção são os
estudantes da Faculdade de Educação Física e Ciência
do Desporto da Pontifícia Universidade Católica do Rio
grande do Sul, com idade entre 20 e 30 anos.
Para a seleção da amostra utilizou-se a
técnica de amostragem aleatória simples, onde os
praticantes de Surf pertencentes à população foram
sorteados ao acaso e sem reposição. Desta forma são
respeitadas as propriedades estatísticas necessárias
para a utilização de procedimentos de inferência
estatística. Devido a restrições como dificuldades em
agendar a piscina olímpica da PUCRS, horário
81
disponível dos avaliados, etc., a amostra selecionada
foi arbitrada de tamanho igual a dez (10).
Antes da realização dos testes, os surfistas
não souberam do objetivo a que este experimento
propõe.
Numa
tentativa
de
controlar
possíveis
interferências por parte destes nos resultados.
Cada surfista foi submetido a trinta (30)
segundos de remada em alta intensidade. Foram
analisadas as dez (10) primeiras remadas de cada
atleta. Ou seja, a análise ocorreu sobre cinco (5)
remadas com cada um dos braços.
Para obter os resultados propostos, fui analisado
a força (Newton), Freqüência (Hertz) e potencia do sinal
(RMS – root mean square), que corresponde ao valor
médio quadrático do sinal.
O diagrama de caixa (“BoxPlot”), Tabela 4,
construído a partir da distribuição de RMS de cada
braço do surfista, mostra que há diferenças nas
braçadas entre os atletas e ainda entre os braços do
mesmo atleta. Por outro lado vê-se uma compensação
nestas distribuições. Mas, para sabermos se estas
diferenças
utilizado
são
o
estatisticamente
teste
(emparelhadas).
t
para
significantes,
amostras
foi
pareadas
82
Para o teste t, foi calculado a diferença das
médias amostrais de RMS entre os braços, na tabela 1,
indicada como “Direito – Esquerdo”. A partir desta
diferença
calculou-se
consideravelmente
o
inferior,
valor
t
comparado
(0,3060),
com
a
distribuição t (tabelada) com nove (9) graus de
liberdade e nível de significância 0,05 (bi-caudal). Ou,
como o intervalo de 95% de confiança para a diferença
das médias contém o valor zero (0) (situação em que as
médias são iguais), estatisticamente as médias de RMS
entre os braços podem ser iguais.
Este experimento também visa a análise de uma
possível dependência entre as variáveis freqüência
(Hertz) e potência (RMS) de cada braçada, indicada na
tabela 3. Aqui não houve a preocupação de distinguir os
braços, pois a cada remada é verificado um grau de
dependência e a intenção foi analisar toda informação
possível para responder a hipótese de que não há
correlação entre tais variáveis.
Para tanto se empregou o teste de correlação de
Pearson. Neste também é obtida uma estatística t que é
comparada com um valor tabelado. Como o valor de
significância (valor p) para o teste, assumindo que a
hipótese que as variáveis serem independentes é
83
significativamente pequeno, pode-se assumir que as
variáveis devem ter uma correlação positiva (direta).
Isto é, quanto maior a freqüência, maior a potência e, a
recíproca é verdadeira.
Na tabela 3, o teste de correlação de Pearson
entre RMS e freqüência evidencia que as variáveis
devem ter uma correlação positiva (direta) com
significância 0,004668. Ou seja, quanto maior a
freqüência,
maior
o
RMS.
Com
coeficiente
de
correlação estimado 0,2807.
Já o teste de correlação de Pearson entre Força
(Newton) e freqüência (Hertz) indica que as variáveis
devem ter uma correlação positiva (direta). Ou seja,
quanto maior a freqüência, maior a força. O coeficiente
de correlação de Pearson para as variáveis estimado
de 0,3374
Analisando-se a igualdade entre as médias, foi
calculada para cada praticante a média do RMS das
cinco remadas para cada braço. Tal procedimento
representa uma forma de controlar a variância entre as
remadas do mesmo surfista, resultando em dez (10)
observações (médias).
Através do teste t para diferença das médias
populacionais em amostras pareadas, verificou-se que
84
as médias de potência (RMS) da remada com cada
braço podem ser iguais. Ou seja, o nível descritivo da
amostra (valor p) sugere uma igualdade entre as
médias populacionais. Tabela 2.
Intervalo de
confiança 95% para
Desvio
Graus de Significância
Média
a diferença
t
Padrão
liberdade ( bi-caudal)
Limite
Limite
Inferior Superior
Direito - Esquerdo 0,8725 9,0039 -5,5685
7,3135 0,3060
9
0,7660
Tabela 1 – Teste t para diferenças de média em amostras pareadas
Braço da remada Média N
Direito
79,1587 10
Esquerdo
78,2863 10
Desvio-padrão
16,2392
16,0993
Tabela 2 – Estatísticas da Amostra Pareada
Variáveis
RMS x Freqüência
Vméd x Freqüência
Intervalo de
confiança 95%
Coeficiente de
para Coeficiente
Graus de
Correlação
t
Valor p
de Correlação
liberdade
(estimado)
Limite
Limite
Inferior Superior
0,2807
0,0892 0,4522 2,8955
98 0,004668
0,3374
0,1510 0,5007 3,5487
98 0,000596
Tabela 3 – Correlação de Pearson
85
Tabela 4 - diagrama de caixa (“BoxPlot”)
86
5. DISCUSSÃO
O presente estudo teve como objetivo analisar a
força da braçada do surfista, buscando estabelecer a
média de força utilizada em uma sessão de surf e o
coeficiente de variação entre os braços direito e
esquerdo,
fazendo
uso
da
biomecânica
como
ferramenta de analise.
Através da analise dos dados coletados foi
possível elaborar a media de força utilizada pela
população da amostra em ambos os braços, levando
em
consideração
a
observação
de
todos
os
componentes avaliados serem destro.
Os dados obtidos revelaram uma possível
simetria entre ambos os braços (direito-esquerdo),
admitindo um coeficiente de variação (CV) muito baixo.
Levando-se em consideração que a analise
realizada fui das dez (10) primeiras braçadas, sendo
cinco (5) realizadas com o braço direito e cinco (5) com
87
o braço esquerdo, pode-se perceber que o “pico de
força máxima” da remada se desenvolveu nos dez (10)
primeiros segundos do teste.
O estudo comparativo da freqüência em relação
ao RMS (potência do sinal) revela que quanto maior a
freqüência da braçada, maior será a potencia do sinal.
Nota-se
analisados e
ambiente
que
os
resultados
medidos foram
aquático
encontrados,
realizados em um
diferente
das
condições
apresentadas pelo mar, onde se sabe que algumas
variáveis como a densidade da água salgada pode
interferir no desempenho do atleta.
Segundo Costa Neto (1977 p.145): “A análise de
correlação pode afirmar apenas que existe uma relação
entre as variáveis estudadas, não afirma, contudo,
existir relação de causa-efeito entre elas”.
Por tratar-se de um estudo pioneiro na área do
surf, não se encontrou artigos científicos suficientes que
levassem em consideração todas as variáveis que este
esporte comporta. É certo que dentre os estudos da
biomecânica
existem
pesquisas
relacionadas
à
freqüência da braçada, força da remada, potencia em
ambiente aquático, etc.
88
Mas, no entanto seria relevante discutir tais
estudos sem considerar as diferenças apresentadas
pelo surf.
89
6. CONCLUSÃO
Diante
dos
resultados
obtidos
os
dados
analisados e o referencial teórico pesquisado, concluise que este estudo apresenta considerável significância
no que se refere à cientificidade de pesquisa na área do
surf.
Quanto
aos
dados
registrados
torna-se
importante à confirmação da amostra como significativa
através do teste estatístico de aprovação, considerando
a amostra relativamente pequena em relação ao
numero estimado de surfista existente em Porto Alegre,
Rio Grande do Sul e/ou Brasil.
Contudo, baseando-se em resultados apurados
nessa pesquisa e para utilização em posteriores
estudos na área do desporto, notou-se que a remada, o
movimento cíclico das braçadas, são similares entre
ambos os braços.
90
Com isso sugere-se mais estudos na área do
surf, pois se trata de um esporte em grande ascensão,
portanto necessita de pesquisas onde desbravem e
mapeiem
a
fisiologia,
bioquímica,
biofísica,
biomecânica, entre tantas outras áreas inerentes a este
esporte, que são estudadas na educação física.
91
REFERÊNCIAS
BULHÕES, Gilmar. Como funcionam as pranchas de surf.
Encarte Especial da Revista Hard Core 159, 16° ano ]. Novembro
de 2002;
COSTA NETO, P.L.O. Estatística, São Paulo: Edgar Bluecher,
1977;
CONWAY, John. Guia Pratico do Surf. Lisboa – Portugal:
Editorial Presença, 1993;
FERNANDES, Adriana. História do surf no Brasil, 2001.
http://360graus.terra.com.br/surf/geral.asp?did=380 Acesso em
20/04/2005. Hora 16:39.
HALL, S. Biomecânica básica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 1993.
HAMILL, J. KUNTZEN, K.M. Bases Biomecânicas do Movimento
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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL.
Modelo para apresentação de trabalhos acadêmicos, teses e
dissertações elaborado pela Biblioteca Central Irmão José Otão:
segundo a NBR 14724: trabalhos acadêmicos - Apresentação: ago. 2002.
Válida a partir de 29 de setembro de 2002. Atualizado em 20 de abril de
2004. Disponível em:
https://vega.pucrs.br/usuarioaleph/docprot.ValidaSenhaDocProt. Acesso em
23 mai. 2004.
92
PORTO, F. Produção do Journal of Biomechanics entre os anos de
2000 e 2001 relacionada ao tema equilíbrio corporal. 2003. 108f.
Memória de Licenciatura (Instituto de Educação Física e Desportos), UERJ,
Rio de Janeiro, 2003.
SILVA, F.A.G. Dicionário do Surf, Florianópolis: Cobra Coralina, 2004;
SOUZA, Rico de. Boas ondas: Surfando com Rico de Souza, Rio de
Janeiro: Ediouro, 2004;
STEINMAN, Joel, Surf e Saúde, Florianópolis, Taomed, 2003;
ZATSIORKY, V. M, Biomecânica no esporte: Performance do desempenho
e prevenção de lesões, Rio de Janeiro, Guanabara Koogan S.A, 2004;
93
APÊNDICE
94
APÊNDICE A – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIMENTO
ANÁLISE CINEMÁTICA DA TÉCNICA DA REMADA EM PRATICANTE
DE SURF (PROJETO PILOTO)
O objetivo deste estudo é avaliar e analisar através da cinética a remada de
surfistas, buscando estabelecer as relações existentes entre potencia, força e
freqüência, relacionando com as lesões ocasionadas com esse movimento.
Haverá a simulação da remada na piscina, com o objetivo de treinamento. A
execução deste treinamento tem como objetivo buscar a máxima intensidade
possível, a ponto de se atingir uma simulação mais próxima e fidedigna dos
ocorridos comparando-os a uma sessão de surf.
O artifício utilizado para se detectar a quantidade de carga absorvida pela
remada, será a utilização de uma célula de carga, onde ira quantificar a força
realizada no momento da remada. Durante os testes, você executará 30 (trinta)
segundos de remadas, após um aquecimento de 5 (cindo) minutos conduzido pelo
seu próprio pesquisador. Assim você ira realizar o teste. Terminado o teste você
estará dispensado da avaliação.
95
Os pesquisadores responderão prontamente a qualquer dúvida
relativa ao projeto de pesquisa, por meio de telefone (51 3320-3565 ramal: 4402
ou 51 9163-4564), e-mail do Laboratório de Microgravidade/ IPCT-PUCRS
([email protected]), e-mail do autor ([email protected]) ou pessoalmente.
Você tem a liberdade de abandonar a pesquisa sem ser questionado e sem
qualquer ônus.
Eu, _________________________________________fui informado dos
objetivos da pesquisa acima de maneira clara e detalhada. Recebi informação a
respeito da pesquisa e dos testes incluídos na mesma e esclareci minhas dúvidas.
Sei que, em qualquer momento, poderei solicitar novas informações e modificar
minha decisão, se assim o desejar. O Prof. Me. Jonas Lírio Gurgel certificou-me
de que todos os dados desta pesquisa referentes à minha pessoa serão
confidenciais.
______________________________________
Assinatura do voluntário
96
APÊNDICE B – Questionário de Seleção
Código:
Idade: ____ anos Altura: ____ metros Peso: ____ Kg
1 – Tempo que você pratica o surf?
( ) menos de 5 anos
( ) 5 a 10 anos
( ) 10 ou mais anos
OBS.:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
2 – Com que freqüência semanal você pratica o surf?
( ) 1 a 2 vezes por semana
( ) 3 a 4 vezes por semana
( ) 5 a 6 vezes por semana
( ) 7 a 8 vezes por semana
OBS.:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
3 – Você realiza com regularidade outro exercício físico?
( ) Sim
( ) Não
4 – Se sim na pergunta anterior qual exercício realiza?
( ) Musculação
( ) Futebol
97
(
(
(
(
) Natação
) Yôga
) Lutas
) Outros:__________________________________
5 – Qual o seu objetivo com a pratica desse exercício?
( ) Resistência
( ) Hipertrofia
( ) Força
( ) Flexibilidade
( ) Potência
98
ANEXOS
99
Célula de Carga
Placa usada para conectar a célula de carga no computador, utilizando o DATA Q.
100
Individuo realizando o teste
101
Individuo realizando a avaliação e o acompanhamento através do computador
102
Equipamentos utilizados
Download

água no fundo