FICHA TÉCNICA
Edifícios - Energia Alternativa
Nº Pág.s: 8
nº 05
20 . Novembro. 2006
Copyright ® 2006 - Construlink.com - Todos os direitos reservados.
Edifícios - Energias Alternativas
01
A adaptação dos edifícios às energias alternativas é
cada vez mais uma realidade. Arquitectos e empresas
procuram soluções que preservem o meio ambiente e que
cumpram normas e legislações que se tornam cada vez
mais restritas.
Novo Centro de Coordenação Operacional da BRISA
O edifício caracteriza-se essencialmente pela existência de
uma sala de operações, de geometria quadrangular com
a área de 450 m2 e um pé direito de 9 m que ocupa os
dois pisos do edifício. Adjacentes à sala de operações, no
piso inferior, localizam-se as salas dos técnicos, a sala
técnica
(bastidores
e
equipamento
informático)
e
o
arquivo. O piso superior é constituído por gabinetes de
trabalho, auditório e cafetaria. O projecto de arquitectura
Fig.1 – Vista da frente solar.
integrou uma grande área de colectores solares, nas três
fachadas expostas à radiação, criando uma oportunidade
para a adopção de uma solução de climatização eficiente
sob o ponto de vista energético e de reduzido impacto
ambiental.
A solução de climatização
As
necessidades
essencialmente
de
energéticas
de
arrefecimento,
climatização
resultante
do
são
calor
libertado pelos equipamentos. Esta realidade conduziu à
adopção de um sistema de arrefecimento por ciclo de
absorção, utilizando a energia solar, coincidente no tempo
com as necessidades de utilização.
..
Copyright ® 2006 - Construlink.com - Todos os direitos reservados.
02
A
instalação
armazenagem
hidráulica
e
climatização,
necessária
alimentação
teve
no
presente
à
das
produção,
unidades
projecto
um
de
grau
de
complexidade assinalável.
Os circuitos hidráulicos de captação de energia solar
foram
individualizados
por
fachada,
utilizando-se
o
sistema de ida invertida, permitindo um equilíbrio natural
dos caudais de água através dos colectores e reduzidas
perdas de calor.
Os circuladores de água, dedicados a cada orientação
Fig.2 – Interior do Edifício.
solar, têm velocidade variável em função de um algoritmo
de cálculo que inclui vários parâmetros, destacando-se a
temperatura
da
água
à
saída
dos
colectores
e
as
temperaturas da água no fundo e no topo dos dois
depósitos de água quente.
O circuito de alimentação do chiller de absorção bem
como o circuito de dissipação de calor através da torre
de arrefecimento são realizados a caudal constante. Os
circuitos de distribuição de água quente e refrigerada
desde os depósitos até às unidades de climatização
terminais são realizados a quatro tubos com variação de
caudal. As bombas encontram-se instaladas para os
seguintes fins:
- Captação de energia solar;
- Circuito primário de água quente/refrigerada;
- Alimentação da unidade de absorção;
- Arrefecimento da unidade de absorção;
- Circuitos secundários de água refrigerada;
Fig.3 – TPE trifásica de 7,5 kW
com conversor de frequência e
sistema de controlo integrados
para elevada economia energética.
- Circuitos secundários de água quente.
Copyright ® 2006 - Construlink.com - Todos os direitos reservados.
03
A sala de operações sendo tratada através de um
sistema por deslocamento vertical, armazena uma massa
de ar quente junto à cobertura. Esta cobertura, apesar
de estar sombreada no exterior pelos colectores solares,
tem propensão para atingir temperaturas susceptíveis de
provocarem radiação de calor, desconfortável para os
ocupantes da sala. Esta questão foi ultrapassada pela
adopção de um sistema de arrefecimento da laje de
cobertura através do aproveitamento do ar rejeitado pelo
edifício
ou
através
do
ar
exterior
em
função
das
respectivas temperaturas.
Todos os sistemas foram implantados pela GRUNDFOSS.
MORPHOSIS
MORPHOSIS – San
San Francisco Federal Building
A
propriedade
transformação.
fundamental
Durante
o
do
edifício
crepúsculo
é
é
o
da
transparente,
enquanto a meio do dia é fechado contra o sol. De noite,
a fachada escura parece recuar a favor da escultura de
luz de quatro pisos situada no átrio exterior. Como uma
imitação da grande metrópole, este edifício tem uma
percepção diferente para cada observador, dependendo
da sua experiência com ele. O design vai para além dos
meros espaços funcionais. Os átrios criam padrões de
acessos/
saídas
que
encorajam
uma
familiaridade
e
mudança enquanto ambicionam suavizar a divisão dos
departamentos.
A
público
espaço
e
um
cafetaria,
de
o
enorme
exposições,
pátio
são
Fig.4 – Aspecto geral do San
Francisco Federal Building.
exterior
elementos
importantes que tencionam criar um edifício que contribui
para a vida pública e que procura envolver as pessoas
de uma forma activa enquanto vela pela distinção entre
interior e exterior.
Copyright ® 2006 - Construlink.com - Todos os direitos reservados.
04
Para enfatizar a intersecção entre interior e exterior, o
design do edifício enaltece uma notável fachada dupla
virada para a rua em painéis de alumínio perfurado, que
abrem e fecham mecanicamente num padrão contínuo,
permitindo variantes na fachada, protegendo o interior do
sol e dando aos trabalhadores várias vistas do exterior.
A fachada sul é inteiramente coberta de células foto
voltaicas que irão gerar aproximadamente 5% da energia
do edifício.
Os
600.000
metros
quadrados
têm
uma
estreita
dimensão de 18.288 m (60 pés), tiram partido da força
do
betão
com
paredes
auto
portantes
(à
volta
do
elevador e de duas condutas de ventilação dês esgotos).
O uso deste material para esta aplicação é atípica numa
área onde geralmente é utilizado o aço, mas facilitou
uma ventilação natural e uma abordagem refrescante que
Fig.5 – Fachada em vidro que
controla a ventilação natural.
tira vantagem de uma massa de ar. Completado em
2005, a torre de escritórios com 18 andares tira partido
das brisas costeiras, incorporando uma moderna fachada
de vidro com elementos móveis que abrem e fecham, uma
abordagem intemporal à ventilação.
O
edifício
estabelece
um
novo
marco
para
o
uso
inteligente dos recursos naturais nos Estados Unidos. O
processo
de
design
juntou
uma
equipa
de
peritos
internacionais em sustentabilidade e ventilação natural,
incluindo o Laboratório nacional Lawrence Berkley, onde
os
seus
especialistas
computorizadas
contribuíram
detalhadas
do
com
ambiente
simulações
Fig.5 – Paunéis fotovoltaicos.
interior.
A maioria dos espaços tem acesso directo à luz do sol,
reduzindo drasticamente o consumo de electricidade (luz
artificial), e mais de 70% da estrutura é arrefecida por
meios
de
ventilação
natural.
Presentemente
as
instalações do Governo Federal usam 1.5% do total de
energia consumida nos Estados Unidos.
Copyright ® 2006 - Construlink.com - Todos os direitos reservados.
05
SOLAR ARK – SANYO
O SANYO ELECTRIC GROUP procurou mostrar ao mundo
a importância de uma energia limpa através do arco
solar.
As
receitas
revertem
directamente
para
a
Fundação SANYO Eco-pension criada em Abril de 2002.
Esta fundação tem como principal objectivo financiar
actividades que visem preservar o ambiente.
Fig.6 – Aspecto geral do Solar Ark.
Com o Laboratório Solar a SANYO irá trabalhar no
sentido de consciencializar dos problemas do ambiente e
das
questões
ligadas
à
energia
solar
através
do
desenvolvimento de várias actividades.
Toda a estrutura tem uma altura de 31.6 metros e um
comprimento de 315 metros com um peso de 3.000
toneladas. O número de baterias solares nele instalados
ronda as 5.046 unidades e gera o máximo de 630 kW
Fig.7 – Entrada e aspecto dos
paineis.
de energia. Os números de energia gerada por ano são
de 530.000 kW, o
que equivale uma
poupança de
128.610 litros de petróleo por ano.
A
sua
fachada
apresentação.
é
Com
um
mais
enorme
de
painel
77.200
ilustrado
leds
de
vermelhos
verdes e azuis, controlados por computador, podem criar
uma variedade de imagens visuais. Comparado com um
sistema de iluminação convencional, com luzes de néon,
um painel de led consegue criar imagens mais detalhadas
e com um consumo de energia menor, apenas 1/7 do que
a energia usada num painel de néon.
Fig.8 – Vista da estrutura de
Copyright ® 2006 - Construlink.com - Todos os direitos reservados.
apoio.
06
O arco solar encontra-se rodeado de um jardim de água,
que inclui fontes impressionantes e dois lagos, cada um
dos quais com uma cascata. Quando o vento sopra, os
reflexos
do
arco
são
projectados
neles,
criando
um
espectáculo luminoso. A água é mantida limpa através de
uma inovação SANYO criada a partir das máquinas de
lavar sem adicionar detergentes ou químicos. O sistema
Fig.9 – Vista de um dos lagos.
electriza a água para produzir ácido hipoclorídrico que
limpa a água constantemente para além de prevenir a
bactéria
Legionella,
responsável
por
sérias
doenças
pulmonares.
O laboratório solar está localizado por baixo do centro
do arco num comprimento total de 54 metros. È um local
que permite ás crianças aumentar o interesse pelo meio
ambiente
através
experiências
e
de
exposições
participações
que
que
permitem
ajudam
no
desenvolvimento das “mentes científicas e ambientais”
enquanto
se
energética
e
pensado
divertem
baterias
para
ser
a
aprender
solares.
um
fórum
Este
onde
sobre
criação
laboratório
os
está
visitantes,
Fig.10 – Um dos locais do
laboratório.
corporações ou o próprio staff, possam partilhar ideias e
descobertas.
Edifício INETI – SOLAR XXI
O novo edifício do Instituto Nacional de Tecnologia e
Inovação (INETI), que vai albergar parte do Departamento
de Energias Renováveis, tem qualquer coisa de singular.
A fachada coberta de painéis reluzentes e as letras
“Solar
XXI”,
sobre
a
entrada
principal,
curiosidade de quem passa. Este edifício,
apelam
à
repleto de
sistemas fotovoltaicos e solares térmicos, é um projecto
de demonstração pioneiro em Portugal.
Fig.11 – Aspecto geral do Solar XXI
Copyright ® 2006 - Construlink.com - Todos os direitos reservados.
07
Prevê-se que até 70% do consumo de electricidade do
edifício,
essencialmente
computadores,
iluminação,
possa
ser
equipamentos
garantido
pelos
e
painéis
fotovoltaicos instalados na fachada. Estes painéis foram
instalados de forma inovadora, de modo a poderem
recuperar o calor produzido para aquecimento do edifício.
Além do sistema fotovoltaico, o “Solar XXI” está equipado
com colectores solares, que funcionam como sistema
Fig.12 – Localização dos painéis e
dos colectores solares
auxiliar de aquecimento.
Fig.13 – Aproveitamento térmico dos painéis.
O arrefecimento
é
também ele
feito
com
recurso
à
energia solar, através de uma tecnologia de vanguarda.
Dentro
do
painéis
departamento
electrónicos,
e
no
exterior, encontram-se
desenvolvidos
pela
empresa
portuguesa FFSolar, em que se podem consultar valores
como
a
carbono
temperatura
evitadas,
e
desde
as
emissões
que
o
de
projecto
dióxido
de
entrou
em
Fig.14 – Painéis na zona de
estacionamento.
funcionamento no Verão de 2005. No exterior, a cobrir o
parque de estacionamento, encontra-se outro conjunto de
painéis fotovoltaicos, que produzem electricidade para
injectar na rede comum do INETI. O “Solar XXI”, que
custou cerca de 1,3 milhões de euros e teve apoio do
programa Prime, foi concebido pelo arquitecto Pedro
Cabrita
energias
e
servirá
como
alternativas,
de
pólo
de
eficiência
demonstração
de
energética
de
sistemas de conforto térmico em edifícios.
e
Edição: Construlink.com
Arq. Teresa Patrocínio
Copyright ® 2006 - Construlink.com - Todos os direitos reservados.
Download

FICHA TÉCNICA