SEMENTES DO REINO
“Tudo o que
não deres
perde-se...”
A palavra faz-se missão
EM AGOSTO
05 Agosto * 18º Domingo Comum
Ecl 2, 21-23; Col 1-11; Luc 12, 13-21
No Banco de Deus
Acumular? Certamente, mas no Céu,
diz-nos Jesus. Guardai-vos de toda a
avareza; a vida de uma pessoa não
depende da abundância dos seus
bens. Afeiçoai-vos às coisas do alto
e não às da terra.
12 Agosto * 19º Domingo Comum
Sab 18, 6-9; Heb 11, 1-19; Luc 12, 32-48
Traças e ladrões
Vendei o que possuís e dai-o em
esmola. Há bolsas que não envelhecem, há tesouros que os ladrões não
conseguem roubar, há bens que a
traça não corroi.
texto Darci Vilarinho foto Ana Paula
Uma das necessidades fundamentais
do homem é a segurança. Procuramo-la apaixonadamente nas coisas deste
mundo, sobretudo no dinheiro. Diz-se
que o dinheiro é tudo. O dinheiro é
poder, é o poder. O dinheiro dá ao
homem uma certa segurança e a possibilidade de fazer tudo. Surge então
em nós o mecanismo da acumulação:
o dinheiro nunca é demais. Torna-se
idolatria: quando o dinheiro se torna
no próprio deus, para o obter está-se
disposto a tudo. Mais ainda: a sede
do dinheiro opõe o homem ao outro
homem. Gera-se a concorrência, nascem ódios e violências para eliminar
o concorrente. Há divisões e há discriminações: o dinheiro é a fonte de
todas as hierarquias sociais. Quem
tem mais está no alto. As pessoas distinguem-se pelo que têm e não pelo
que são. O dinheiro aliena, escraviza,
torna-se uma prisão. É diabólico.
A vida não depende dos bens
Entendemos agora porque é que
Jesus, em São Lucas (12, 13-21),
nos diz claramente que a vida não
depende dos bens. “Guardai-vos de
toda a ganância, porque, mesmo que
um homem viva na abundância, a
sua vida não depende dos seus bens”.
Jesus não despreza os bens da terra.
O que ele condena é a ganância. O
que ele contesta são os nossos mitos
recorrentes: o mito da riqueza como
fonte de felicidade, o mito do lucro
como regra de vida ou da conta bancária como segurança do amanhã.
Não há amanhã para quem vive só
para o corpo, não há futuro para
quem vive só para as coisas, porque
as coisas têm um fundo vazio.
paradoxos tão difíceis de entender e de
viver. O homem vive pela vida doada
ou transmitida. Quando cessarmos de
transmitir a vida à nossa volta, é nesse
preciso momento que a nossa vida se
ressequirá. O homem vive também da
doce alegria do pão quotidiano, mas
de um pão que seja pedido e oferecido
como “nosso” e que nos faça quotidianamente dependentes do céu.
Quem perder a sua vida…
Teremos que fazer então um grande
exame de consciência sobre o modo
de gerir as coisas que Deus nos deu
a favor do seu Reino. O nosso pecado está tantas vezes em concentrar o
nosso interesse unicamente nas coisas que passam. Vivemos por vezes
fechados no círculo do “acumularmos
tesouros para nós mesmos”, excluindo
Deus e o próximo. Esquecemo-nos de
que ninguém é feliz sozinho e de que a
nossa vida é um dom para os outros.
As férias poderão ser uma óptima
ocasião para viver no serviço gratuito daqueles que mais precisam. Estou
a lembrar-me, por exemplo, dos 263
voluntários portugueses que vão enriquecer as suas férias com um serviço
missionário em países de língua portuguesa que mais precisam.
O que é importante é enriquecer aos
olhos de Deus. Por mais estranho que
pareça, perante Ele, somos ricos unicamente daquilo que damos. E no último
dia da nossa vida encontraremos escrito nas colunas do dar e haver somente
o que perdemos para os outros. “Quem
perder a sua vida por amor de mim
e do evangelho há-de encontrá-la”.
“Tudo o que não deres perde-se”,
dizia com divina sapiência a Madre
Teresa de Calcutá. São os divinos
Esquecemo-nos de que
ninguém é feliz sozinho
e de que a nossa vida
é um dom para os outros
FÁTIMA MISSIONÁRIA
24
Férias solidárias
Edição LIII | Agosto/Setembro de 2007
15 Agosto * Assunção Nossa Senhora
Apo 12, 1-10; 1 Cor 15, 20-27; Luc 1, 39-56
Senhora da Esperança
Exultemos de alegria no Senhor, ao
Is 66, 18-21; Heb 12, 5-13; Luc 13, 22-30
Esforçai-vos por entrar pela porta
estreita. Muitos tentarão entrar sem o
conseguir. Eu sou o caminho, a verdade e a vida, diz o Senhor. Ninguém
vai ao Pai senão por Mim.
Para que a Igreja na China dê
testemunho de coesão interna
e possa assim manifestar uma
comunhão mais efectiva e visível
com o Santo Padre.
celebrar este dia de festa em honra
da Virgem Maria. Na sua Assunção
alegram-se os Anjos e cantam louvores ao Filho de Deus. A minha alma
louva o Senhor, que olhou para a
pequenez da sua serva.
19 Agosto * 20º Domingo Comum
Jer 38, 4-10; Heb 12, 1-4; Luc 12, 49-53
Acende, Senhor, o fogo nos nossos
corações. Faz-nos ateadores do teu fogo
divino no mundo. Faz com que ardemos
de zelo pela salvação da humanidade.
26 Agosto * 21º Domingo Comum
Abre-nos, Senhor!
EM SETEMBRO
02 Setembro * 22º Domingo Comum
Sir 3, 19-31; Heb 12, 18-24; Luc 14, 1-14
Um lugar à mesa
Quando ofereceres um banquete, convida os pobres, os aleijados, os coxos
e os cegos; e serás feliz por eles não
terem com que retribuir-te: ser-te-á
retribuído na ressurreição dos justos.
09 Setembro * 23º Domingo Comum
Sab 9, 13-19; Flm 9-17; Luc 14, 25-33
Opção radical
Se alguém vem ter comigo, sem me
preferir ao pai, à mãe, à esposa, aos
filhos, aos irmãos e até à própria
vida, não pode ser meu discípulo. Ser
cristão é uma preferência de amor.
16 Setembro * 24º Domingo Comum
Ex 32, 7-14; 1Tim 1, 12-17; Luc 15, 1-32
Reconciliar-se com Deus
Em Cristo, Deus reconciliou o mundo
consigo e confiou-nos a palavra da
reconciliação. Veio ao mundo para
salvar os pecadores. Tínhamos pois
Duas igrejas
Outra vez a China! A intenção missionária deste mês pede-nos para
rezarmos para que os poucos católicos romanos que vivem na China se
unam mais entre si e dêem um maior
testemunho de união com os católicos
de outros países e com Roma.
Penso que os nossos leitores sabem que
há na China duas Igrejas “católicas”:
uma romana, outra patriota. A primeira segue as normas indicadas pelo papa
e tem oito milhões de fiéis; a outra está
subordinada ao governo marxista do
país e chama-se: Associação Patriótica
Católica da China. Vê-se logo pelo
título que está relacionada com a
política e as políticas do governo, tem
cinco milhões e tal de adeptos. São
católicos não romanos.
O fogo de Deus
Madre Teresa de Calcutá
Intenção de Agosto
de fazer uma festa e alegrar-nos,
porque este teu irmão estava morto
e voltou à vida, estava perdido e foi
reencontrado.
23 Setembro * 25º Domingo Comum
Am 8, 4-7; 1Tim 2, 1-8; Luc 16, 1-13
É no dar que se recebe
Ganhos ilícitos e práticas fraudulentas que exploram o mais pobre são
pecados que bradam ao Céu. A contabilidade de Deus rege-se por outros
princípios: é no dar que se recebe.
Dom partilhado é dom enriquecido.
30 Setembro * 26º Domingo Comum
Am 6, 1-7; 1Tim 2, 11-16; Luc 16, 19-31
Os regalos deste mundo
Ai daqueles que vivem comodamente!
Vestidos de púrpura e linho fino, deitados em leitos de marfim... nesta sociedade de consumo e de festas, onde os
contrastes e as injustiças gritam aos
céus. Ai de quem despreza a dignidade
da pessoa e viola os seus direitos!
FÁTIMA MISSIONÁRIA
25
Intenção de Setembro
Cem por um
Todos precisamos de dar um sentido
à vida para podermos trabalhar com
entusiasmo e sermos úteis à sociedade.
Sabendo isto o próprio Jesus prometeu
um salário bastante elevado àqueles
que o seguirem de alma e coração e
quiserem trabalhar a tempo inteiro
na edificação do reino de Deus. Os
que deixarem casa, família, bens e
outras coisas por amor de Cristo e do
Evangelho, receberão cem vezes mais;
sem excluir também alguns sofrimentos. Estes fazem parte da entrega
total e representam a quota parte do
contributo que somos obrigados a
pagar em troca de tantos benefícios
prometidos para agora e para depois.
Os missionários não estão isentos de
pagar também esta taxa.
Para que os missionários e as
missionárias, unidos a Cristo,
vençam alegremente as dificuldades do dia-a-dia.
Edição LIII | Agosto/Setembro de 2007
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