JOGANDO COM A EDUCAÇÃO AMBIENTAL EU VOCÊ FILHOS AMIGOS VIZINHOS ALUNOS PROFESSORES Guia de SOCIEDADE Quando perguntamos a uma pessoa: Você conhece um jogo chamado Xadrez? A grande maioria das pessoas responde que sim. No entanto, quando perguntamos: Você sabe jogar Xadrez? A resposta da grande maioria passa a ser não. Assim é a Educação Ambiental para muitos professores, que reconhecem a expressão Educação Ambiental, no entanto, desconhecem a prática de tal educação. Usando como a metáfora o jogo de Xadrez, é como conhecer o jogo, porém desconhecer as “regras” e por isso não “jogar”. O guia a seguir foi idealizado para cooperar com a reflexão e discussão da temática (“regras”) e com as ações e práticas (“jogar”) no âmbito da Educação Ambiental. O objetivo é auxiliar os docentes, das diversas áreas do conhecimento, a refletir sobre as diversas correntes existentes na Educação Ambiental, de modo que estes possam introduzir diferentes questionamentos que circundam a temática de forma interdisciplinar, contribuindo assim para o crescimento e o amadurecimento das discussões e práticas no campo da Educação Ambiental. Este trabalho foi desenvolvido a partir de uma dissertação do Mestrado Profissional em Ensino de Ciências do Instituto Federal de Ensino de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ), Campus Nilópolis, como parte essencial para obtenção da titulação de Mestre. Carla Fernanda Bernardino Ferreira A pesquisa foi desenvolvida a partir da observação das necessidades e dificuldades dos professores em inserir a Educação Ambiental em suas aulas, seja pela especificidade do público, ou por “déficit” na formação (formação inicial e/ou continuada dos professores). Nilópolis, 2010. A intenção é aproximar todo e qualquer docente que tenha o objetivo de conhecer um pouco mais sobre EA das diferentes correntes, trabalhos, materiais, sites, livros, autores, enriquecendo a práxis deste professor. Carla Fernanda B. Ferreira Guia de Educação Ambiental Carla Fernanda B. Ferreira O QUE É EDUCAÇÃO AMBIENTAL? Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Esses que-fazeres se encontrar um no corpo do outro. Enquanto ensino, continuo buscando, reprocurando. Ensino porque busco, porque indaguei, porque indago e me indago. Pesquiso para constatar; constatando, intervenho; intervindo, educo e me educo. Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e comunicar e anunciar a novidade. Paulo Freire, 1997 Muitos autores vão tentar dar uma definição para Educação Ambiental. No entanto, entendemos que Educação Ambiental não pode ter uma definição absoluta que englobe a todas as correntes e atenda a todos os indivíduos. Reconhecemos aqui a Educação Ambiental que foi forjada em meio a movimentos sociais, sofrendo a influencia de diversas correntes, cada qual deliberando de acordo com suas convicções e interesses, algumas voltadas para o âmbito social, outras para questões ecológicas, econômicas, políticas e etc.. Defendemos uma Educação Ambiental para cada grupo, talvez uma para cada indivíduo. Mas que esteja baseada em um interesse comum: melhorar a qualidade de vida no mundo em que vivemos. Então você, professor, terá a oportunidade de pesquisar e construir a sua definição de EA. No quadro abaixo você poderá definir Educação Ambiental que atenta as suas necessidades e a dos seus alunos. E assim, auxiliá-los a construir as suas próprias definições. Para contribuir com a sua pesquisa, nas próximas páginas do guia você encontrará referenciais, documentos e autores que podem contribuir com a sua práxis no âmbito Educação Ambiental. Tome para si as palavras de Paulo Freire: “Não há ensino sem pesquisa, e pesquisa sem ensino" EDUCAÇÃO AMBIENTAL... Guia de Educação Ambiental Carla Fernanda B. Ferreira O QUE DIZ OS DOCUMENTOS OFICIAIS? favor da EA; articulação intra e interinstitucionais; criação de uma rede de centros especializados em EA2. É importante conhecer o que os documentos oficiais concebem como Educação Ambiental, qual a sua finalidade, como deve ser desenvolvida e quem são os responsáveis por desenvolver tal Educação dentro da sociedade. - Diretrizes e Bases da Educação (LDB) 9.394 de 1996: no inciso I do artigo 36, a Educação Ambiental é citada como política pública nacional no âmbito educacional, onde a Educação Ambiental deveria ser promovida em todos os níveis de ensino3. Estes conhecimentos podem ajudar a entender a trajetória e o desenvolvimento da Educação Ambiental no Brasil e no mundo. Contribuindo assim, para o enriquecimento das discussões do que seria Educação Ambiental. Vejamos então alguns documentos 1 que tratam da Educação Ambiental: - Lei 9.795 de 27 de abril de 1999: dispõe sobre a educação ambiental e institui a Política Nacional de Educação Ambiental, define em seu primeiro artigo a Educação Ambiental como um processo por meio do qual o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos e habilidades, atitudes e competências voltadas para conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencialmente à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade, enfatizando a interdisciplinaridade metodológica e epistemológica da EA4. - A Lei 6.938 de 31 de agosto de 1981: Dispõe sobre a Política Nacional de Meio Ambiente, a Educação Ambiental (EA) é citada como um dos princípios que deve atender a todos os níveis de ensino, inclusive a educação da comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente. - Constituição Federal de 1988: Incluí a Educação Ambiental, mas precisamente no inciso VI do artigo 225 do capítulo VI do Meio Ambiente. Fica sobre responsabilidade do Poder Pública a promoção da Educação Ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente. A Educação Ambiental começa a ganhar dimensões públicas de grande relevância no Brasil. - Programa Nacional de Educação Ambiental que foi instituído em 1994, pelo Ministério do Meio Ambiente: determina sete linhas de atuação para a Educação Ambiental: A EA no ensino formal; Educação no processo de gestão ambiental; realização de campanhas específicas de EA para usuários de recursos naturais; cooperação com aqueles que atuam nos meios de comunicação e com os comunicadores sociais; articulação e integração das comunidades em 1 Vide página site, que traz os endereços dos sites consultados Guia de Educação Ambiental - Decreto 4.281de 2002: regulamenta PNEA5 e indica o Ministério do Meio Ambiente (Diretoria de Educação Ambiental) e o Ministério da Educação (Diretoria de Educação Ambiental) como órgãos gestores dessa política, apresentando um crescimento quantitativo e qualitativo na elaboração e o desenvolvimento de programas, projetos e instrumentos voltados para EA (CIEAs 6 ; SIBEA7; Agenda 21; Salas Verdes; Coletivos Educadores; ComVida) enfatizando a formação de educadores ambientais3. 2 LOUREIRO, C. F. B. - Trajetórias e Fundamentos da educação Ambiental. Editora São Paulo: Cortez, 2006 3 SÁNCHEZ, C e PEDRINI - A educação ambiental e seus estrangeiros. Revista Eletrônica do Mestrado de Educação Ambiental. Vol 18,2007, p.25-38. 4 SORRENTINO, M - Educação Ambiental e Políticas Públicas. Rio de Janeiro: PUC-Rio. Disponível em: http://www.maxwell.lambda.ele.puc-rio.br. Acesso em: 1 de Abril, 2008 5 PNEA – Política Nacional de Educação Ambiental 6 CIEA- Comissão Interinstitucional de Educação Ambiental 7 SIBEA – Sistema Brasileiro de Informação sobre Educação Ambiental e Práticas Sustentáve Carla Fernanda B. Ferreira SITES LIVROS, TEXTOS E SEUS AUTORES: Para enriquecer a discussão MMA- Ministério do Meio Ambiente A seguir listaremos alguns livros e autores que tratam da Educação Ambiental e que podem ajudar no embasamento teórico da temática. O site do MMA tem livros sobre Educação Ambiental que podem ser baixados inteiramente grátis. Disponível em: Mauro Grün Mast - Museu de Astronomia e Ciências afins Ética e educação ambiental: A conexão necessária. Coleção magistério: Formação e Trabalho Pedagógico. Editora Papirus. Campinas, São Paulo, 1996. O Museu de Astronomia e Ciências afins tem um acervo de livros e vídeos com temas diversificados para empréstimos. Disponível em: www.mma.gov.br/sitio/index.php?ido=publicacao.index – http://www.mast.br/nav_h01.htm -. Mauro Guimarães A formação de educadores ambientais. Coleção Papirus Educação. Editora Papirus. Campinas, São Paulo, 200 Carlos Frederico B. Loureiro Trajetórias e Fundamentos da educação Ambiental. Editora São Paulo: Cortez, 2006 Marcos Reigota O que é Educação Ambiental. Coleção Primeiros Passos. Ed.. São Paulo. Brasiliense, 1994. Marcos Sorrentino Educação ambiental como política pública. Educação e Pesquisa, São Paulo: v. 31, n° 2, maio/agosto, 2005. Phelipe P. Layrargues Sociedade e meio Ambiente: A educação ambiental em debate. Editora São Paulo: Cortez, 2000. Você pode acessar os portais da capes ou scielo acessolivre.capes.gov.br/ e www.scielo.org/php/index.phpe - e consultar trabalhos deste e de outros autores. Guia de Educação Ambiental SITES DO GOVERNO Os sites do Governo Federal contêm os documentos oficiais, na integra, a disposição para consulta. A seguir citamos alguns documentos e seus endereços eletrônicos Lei n° 9.795, de 27 abril de 1999. Disponível em: WWW.planalto.gov.br/civil_03/leis/19795.htm. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 Disponível em: www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituiçao/Constituição.htm Lei 9394 de 20 de dezembro de 1996 (LDB) Disponível em: www.planalto.gov.br/ccivil_Leis/L9394.htm Decreto de Lei n° 4.281 de 25 de junho de 2002 Disponível para download em: www.repea.org.br/index.php/conceitual/acervodownload?func=fileinfo&id=4 Para buscar qualquer documento você pode recorrer a um site de busca da internet. Mas sempre consulte sites do governo, assim você obterá informações de fontes confiáveis Carla Fernanda B. Ferreira . UMA DICA PARA SUAS AULAS: a utilização de filmes comerciais na EA A utilização de filmes como recurso didático já é comum para muitos professores das diversas áreas do conhecimento. Este é um excelente recurso também para a Educação Ambiental. É uma forma de abordagem interdisciplinar e que se bem planejada tem grande aceitação entre os estudantes. Os filmes podem ser uma forma de iniciar as discussões, trazendo para a sala questões presentes nos filmes e que podem estar presentes no dia a dia do aluno. Hoje em dia temos filmes produzidos especificamente para a temática ambiental. Filmes comerciais também podem ser utilizados, levando em conta a especificidade de cada público. Os filmes nacionais é uma boa pedida, podem enriquecer as aulas e discussões em torno da temática. __________________________________________ Contatos: [email protected] ou [email protected] ____________________________________________________ Esta prática vem sendo muito utilizada, pois alguns filmes se aproximam da realidade dos alunos despertando o interesse para uma posterior discussão. Mas como já mencionando, é importante que o professor assista antes o filme para que ele possa elaborar um roteiro para os alunos, ou até mesmo só um roteiro informal com anotações de trechos do filme para auxiliar no processo de mediação do professor. Se você professor se interessou pela temática é legal pesquisar. Existem muitos trabalhos de pesquisa que tratam da utilização de filme como recurso didático. Aí vai uma dica para você professor: O Mast (Museu de Astronomia e Ciências afins) que fica na rua - São Cristovão possuí um acervo de filmes com diversas temáticas. É permitido o empréstimo destes o professor só precisa se associar. Se você não tem tempo para ir até ao Mast e nem a uma locadora, existem locadoras virtuais que fazem realizam entrega domiciliar como a blackbooster. É só você encomendar pela internet. Guia de Educação Ambiental Carla Fernanda B. Ferreira