Uma Semana da Fé no mês de Maio
Nota Pastoral
Por inspiração divina, o Papa Bento XVI convocou toda a Igreja para a vivência de um
Ano da Fé. Foi um ano extraordinário, em muitos sentidos. Convidou-nos a “descobrir de novo
a alegria de crer e a encontrar o entusiasmo de comunicar a fé”. Todos nós sentimos crescer a
fé nos momentos em que a vivemos “como experiência de um amor recebido” e a
comunicámos aos outros “como experiência de graça e de alegria” (PF,7). Com efeito,
“acreditando é que a fé cresce e se revigora” e os crentes se fortificam.
Na nossa Arquidiocese, o Ano da Fé teve o seu ponto alto na Semana da Fé, celebrada
entre a Ascensão e o Pentecostes. Dando largas à criatividade e à ousadia, muitos cristãos,
conscientes de que “a fé implica um testemunho e um compromisso públicos”, tanto
enquanto acto pessoal como enquanto acto comunitário, saíram à rua para afirmar a beleza e
a alegria de serem cristãos. Aconteceram coisas muito belas e de profundo significado cristão.
Evocando a fecunda experiência do ano passado, também este ano foi sugerido pelo
clero em geral e por muitos leigos, que a última semana do mês de Maio fosse igualmente
vivida, em todas as comunidades como uma especial semana da fé, com os olhos postos em
Maria, a mulher feliz porque acreditou e viveu toda a sua vida à luz da fé, tanto nos momentos
gozosos como nos dolorosos, tanto nos momentos de incerteza como nos momentos de glória.
Meditando a vida de Maria, aprendemos a viver a fé e a dar testemunho dela. Na
verdade, a fé foi-nos concedida como dom e como bênção (Ef.1,3). A fé faz de nós filhos de
Deus e herdeiros das suas bênçãos. Ilumina os caminhos da vida e abre as portas do futuro.
Transforma a nossa vida em luz e faz de nós missionários para que a nossa “luz brilhe diante
dos homens” (Mt 5,16). Como dom precioso que é, devemos cuidar de a guardar, fortalecer e
transmitir aos outros, a fim de que ninguém seja privado dessa luz maravilhosa. Pois, quando
falta a luz da fé, tudo se torna confuso (PF,3), diluem-se os critérios para avaliar a vida, cresce
a indiferença para com Deus e para com o próximo, dilata-se a pobreza espiritual.
Assim, de 25 a 31 de Maio, Festa da Visitação de Nossa Senhora, espero que todos os
cristãos e todas as comunidade paroquiais se mobilizem para intensificar a vivência e o
testemunho da fé, tanto a nível pessoal como a nível comunitário, recorrendo a todos os
meios ao alcance de cada um, incluindo as redes sociais, para partilhar com antecedência as
iniciativas que pensam levar a cabo. A ajuda mútua também é uma forma de fortalecer a
própria fé.
Deixando porta aberta à livre iniciativa, adianto algumas sugestões que ajudem a
elaborar os programas locais.
Oração do Rosário, tão recomendada por Nossa Senhora em Fátima, será uma
belíssima forma de professar a fé, definindo intenções especiais para cada dia, garantido que
seja rezado todos os dias, nas igrejas, nas casas, nos espaços públicos, incluindo alguma
encenação como é o caso do terço missionário com as cores dos cinco continentes, ou outra.
Procissões com a imagem de Nossa Senhora em lugares específicos da paróquia.
Visitas aos doentes, retidos em casa ou no hospital; visitas aos idosos ou crianças dos
lares; visitas aos que vivem sozinhos.
Distribuição de mensagens evangélicas seja pela internet seja através de impressos
seja mesmo por via oral.
Convidar pessoas a participar em actos de fé ou a visitar lugares de culto.
Promover sessões culturais de cinema, de poesia, de literatura, de música, de pintura,
artesanato, etc.
Participar na Eucaristia em dias de semana.
É desejável que a paróquia mobilize todos os grupos, movimentos e obras para que a
Semana da Fé seja também a semana da caridade, da alegria, do anúncio, da participação, da
partilha de bens, de serviços e de vidas.
+ José, Arcebispo de Évora
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