EDIÇÃO N.º 1 ::: 19 nov'15 Distribuição gratuita no congresso | N.º 2 :: 20 nov'15 Uma Semana centrada na inovação, na surpresa e na qualidade científica do seu programa Simpósio ViiV Healthcare Expansão das opções ARVs: O papel de Dolutegravir Dolutegravir: a different INI? Romina Quercia, M.D., Ph.D. Medical European Lead for Dolutegravir ViiV Healthcare 20 novembro 14H30 PRESIDÊNCIA DO SIMPÓSIO: MODERADORA: Dr. Fernando Maltez Dr.ª Ângela Ventura Diretor do Serviço de Doenças Infeciosas do Hospital de Curry Cabral, Centro Hospitalar Lisboa Central Assistente Principal responsável pelos Serviços Farmacêuticos do Hospital de Joaquim Urbano, Centro Hospitalar do Porto Dolutegravir e a individualização da terapêutica Dr. Nuno Marques Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, EPE PRT/DLG/0082/15 Data de preparação: novembro 2015 Dr.ª Elizabete Gonçalves, presidente da Comissão Organizadora Dr.ª Catarina Luz Oliveira, presidente da APFH Beyond Ef ficacy IS T Ê N C I A LER A B ILI D A DE Razões para repensar o tratamento de primeira linha do VIH C OM DE O DID A TO EFICÁCIA RES ÚNICO INI NÃO POTENCIADO DE TOMA ÚNICA DIÁRIA1,2 comprimido de pequenas dimensões, pode ser tomado 9 mm* a qualquer hora, com ou sem alimentos3† Efeitos adversos mais frequentes: diarreia, cefaleia e náuseas3. Em doentes infetados pelo VIH-1 com resistência à classe das integrases (documentada ou clinicamente suspeita), a dose recomendada de dolutegravir é de 50 mg duas vezes por dia. A decisão de utilizar dolutegravir nestes doentes deve ser baseada no padrão de resistência à integrase3. Tivicay ® é indicado em combinação com outros fármacos antirretrovirais *A imagem do comprimido não reflete necessariamente o seu tamanho † Na presenca de resistência à classe das integrases, para aumentar a exposição, Tivicay deve ser tomado preferencialmente com alimentos (particularmente em doentes com mutações Q148) 3 Informações Essenciais Compatíveis com o RCM Este medicamento está sujeito a monitorização adicional. Isto irá permitir a rápida identificação de nova informação de segurança. Pede-se aos profissionais de saúde que notifiquem quaisquer suspeitas de reações adversas. Para saber como notificar reações adversas, ver sítio da internet do INFARMED: http://extranet.infarmed.pt/page.seram.frontoffice.seramhomepage; E-mail: farmacovigilancia infarmed.pt. NOME DO MEDICAMENTO Tivicay® COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA Cada comprimido contém 50 mg de dolutegravir. FORMA FARMACÊUTICA Comprimido revestido por película INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS Indicado, em combinação com outros medicamentos antirretrovirais, para o tratamento de adultos e adolescentes com mais de 12 anos de idade infetados com o VIH. POSOLOGIA E MODO DE ADMINISTRAÇÃO Deve ser prescrito por médicos experientes no controlo da infeção pelo VIH. Adultos infetados pelo VIH-1 sem resistência documentada ou clinicamente suspeita, à classe das integrases: 50 mg, 1x/dia. Deve ser administrado 2x/dia quando administrado concomitantemente com alguns medicamentos (ex: efavirenz, nevirapina, tipranavir/ritonavir ou rifampicina). Adultos infetados pelo VIH-1 com resistência à classe das integrases (documentada ou clinicamente suspeita): 50 mg, 2x/ dia. A decisão de utilização nestes doentes deve ser baseada no padrão de resistência à integrase. A administração concomitante com alguns medicamentos deve ser evitada (ex: efavirenz, nevirapina, tipranavir/ritonavir ou rifampicina). Doses esquecidas Caso o doente se esqueça de tomar uma dose, deve tomar Tivicay o mais rapidamente possível, desde que a próxima dose não esteja prevista no prazo de 4h. Se a dose seguinte estiver prevista num prazo de 4h, o doente não deve tomar a dose esquecida e deve retomar o esquema posológico habitual. Adolescentes com 12 ou mais anos de idade (peso ≥40 kg) sem resistência à classe das integrases: 50 mg, 1x/dia. Idosos A quantidade de dados disponíveis em doentes de idade ≥65 anos é limitada. Compromisso renal Não é necessário ajuste da dose em doentes com compromisso renal ligeiro, moderado ou grave (CrCl <30 ml/min, que não estão a fazer diálise). Compromisso hepático Não é necessário ajuste da dose em doentes com compromisso hepático ligeiro ou moderado. Não existem dados disponíveis em doentes com compromisso hepático grave. População pediátrica A segurança e eficácia em crianças com <12 anos de idade ou com peso <40 kg não foram ainda estabelecidas. Não pode ser feita qualquer recomendação posológica. Modo de administração Via oral. Pode ser tomado com ou sem alimentos. Na presença de resistência à classe das integrases, para aumentar a exposição, deve ser tomado preferencialmente com alimentos (particularmente em doentes com mutações Q148). CONTRAINDICAÇÕES Hipersensibilidade à substância ativa ou a qualquer um dos excipientes. Administração concomitante com dofetilida. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES ESPECIAIS DE UTILIZAÇÃO Embora uma supressão vírica eficaz com terapêutica antirretroviral tenha provado reduzir substancialmente o risco de transmissão sexual, não pode ser excluída a existência de um risco residual. Resistência à classe das integrases A atividade de dolutegravir é consideravelmente comprometida para estirpes víricas que incluam a mutação Q148+≥2 mutações secundárias de G140A/C/S, E138A/K/T, L74I. Reações de hipersensibilidade Caracterizadas por erupção cutânea, alterações constitucionais e disfunção orgânica, incluindo reações hepáticas graves. Caso se desenvolvam sinais ou sintomas de reações de hipersensibilidade, dolutegravir e outros fármacos suspeitos devem ser imediatamente suspensos. A demora em suspender o tratamento com dolutegravir ou outras substâncias ativas suspeitas pode resultar numa reação alérgica com risco de vida. Deve ser monitorizado o estado clínico incluindo aminotransferases hepáticas e bilirrubina. Síndrome de Reativação Imunológica Em doentes infetados pelo VIH com deficiência imunológica grave à data da instituição da TARC, pode ocorrer uma reação inflamatória a patogénios oportunistas assintomáticos ou residuais e causar situações clínicas graves, ou agravamento dos sintomas (tipicamente durante as primeiras semanas ou meses após início da TARC). Doenças autoimunes, tal como a Doença de Graves, também têm sido descritas como tendo ocorrido no contexto de reconstituição imunológica; o tempo de início descrito é mais variável e estes acontecimentos podem ocorrer muitos meses após o início do tratamento. No início da terapêutica com dolutegravir, em alguns doentes coinfetados com hepatite B e/ou C, foram observados aumentos na bioquímica hepática consistentes com síndrome de reconstituição imunológica. Recomenda-se a monitorização dos parâmetros bioquímicos hepáticos em doentes com coinfeção por hepatite B e/ou C. Iniciar ou manter terapêutica efetiva para a hepatite B quando se inicia dolutegravir em doentes coinfetados com hepatite B. Infeções oportunistas Os doentes devem ser alertados de que dolutegravir não é uma cura para a infeção pelo VIH e que podem continuar a desenvolver infeções oportunistas e outras complicações da infeção pelo VIH. Interações medicamentosas Na presença de resistência à classe das integrases devem ser evitados fatores que reduzam a exposição ao dolutegravir, incluindo a administração concomitante com medicamentos que reduzam a exposição ao dolutegravir (ex: antiácidos com alumínio/magnésio, suplementos de ferro e cálcio, multivitaminas e agentes indutores, tripanavir/ritonavir, rifampicina e certos fármacos antiepiléticos). As concentrações de metformina podem ser aumentadas pelo dolutegravir. Os doentes devem ser monitorizados durante a terapêutica e pode ser necessário um ajuste da dose de metformina. Osteonecrose Foram notificados casos de osteonecrose em doentes com doença por VIH avançada e/ou exposição prolongada a TARC. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS E OUTRAS FORMAS DE INTERAÇÃO Dolutegravir é eliminado maioritariamente através de metabolização pela UGT1A1. Dolutegravir é também um substrato das UGT1A3, UGT1A9, CYP3A4, Pgp e BCRP. Medicamentos que induzam estas enzimas podem reduzir a concentração plasmática de dolutegravir e reduzir o seu efeito terapêutico. A administração concomitante de dolutegravir e outros medicamentos que inibam estas enzimas pode aumentar a concentração plasmática de dolutegravir. A absorção de dolutegravir é reduzida por certos agentes antiácidos. Não se espera que dolutegravir afete a farmacocinética de medicamentos que sejam substratos das enzimas do citocromo P450 (CYP)1A2, CYP2A6, CYP2B6, CYP2C8, CYP2C9, CYP2C19, CYP2D6 CYP3A, uridina difosfato glucuronosiltransferase (UGT)1A1 ou UGT2B7, ou dos transportadores Pgp, BCRP, BSEP, OATP1B1, OATP1B3, OCT1,MATE2-K, MRP2 ou MRP4. Dolutegravir pode aumentar as concentrações plasmáticas de medicamentos cuja excreção é dependente do OCT2 ou MATE-1 (ex: dofetilida, metformina) ou OAT3. Deve evitar-se a administração concomitante com indutores enzimáticos incluindo anticonvulsivantes e Erva de S. João. Antiácidos com alumínio/magnésio, suplementos de cálcio, suplementos de ferro ou multivitaminas devem ser tomados bem separados no tempo da administração de dolutegravir (mínimo 2 horas após ou 6 horas antes). A dose recomendada de Tivicay é de 50 mg, 2x/dia quando administrado concomitantemente com efavirenz, nevirapina, tipranavir/ ritonavir e rifampicina. Na presença de resistência à classe das integrases devem ser consideradas combinações alternativas que não incluam estes fármacos nem fosamprenavir/ritonavir. Tivicay não deve ser utilizado com etravirina sem administração concomitante de atazanavir/ritonavir, darunavir/ritonavir ou lopinavir/ritonavir. EFEITOS INDESEJÁVEIS Doenças do sistema imunitário Pouco frequente Hipersensibilidade, síndrome de reconstituição imunológica Perturbações do foro psiquiátrico Frequente Insónia, sonhos anormais, depressão Pouco frequente Ideação suicida ou tentativa de suicídio (principalmente em doentes com história pré-existente de depressão ou doença psiquiátrica) Doenças do sistema nervoso Muito frequente Cefaleia Frequente Tonturas Doenças gastrointestinais Muito frequente Náuseas, diarreia Frequente Vómitos, flatulência, dor abdominal alta, dor e desconforto abdominal Afeções hepatobiliares Pouco frequente Hepatite Afeções dos tecidos cutâneos e subcutâneos Frequente Erupção cutânea, prurido Perturbações gerais e alterações no local de administração Frequente Fadiga Exames complementares de diagnóstico Frequente Aumentos da ALT e/ou AST e CPK. Alterações nos parâmetros bioquímicos laboratoriais Durante a primeira semana de tratamento ocorreram aumentos da creatinina sérica que se mantiveram estáveis ao longo de 48 semanas (alteração média de 9,96 µmol/l desde a linha de base). Os aumentos da creatinina foram comparáveis entre vários regimes de base. Estas alterações não refletem uma alteração na taxa de filtração glomerular. TITULAR DA AIM ViiV Healthcare UK Limited, 980 Great West Road, Brentford, Middlesex, TW8 9GS, Reino Unido DATA DA REVISÃO DO TEXTO abril 2015. Está disponível informação pormenorizada sobre este medicamento no sítio da internet da Agência Europeia de Medicamentos: http://www.ema.europa.eu. Para mais informações deverá contactar o representante local do titular da AIM. VIIHHIV, Unipessoal Lda., R. Dr. António Loureiro Borges, nº3, Arquiparque-Miraflores. 1495-131 Algés, NIPC-509117961. Medicamento sujeito a receita médica restrita, de utilização reservada a certos meios especializados. Para mais informações ou em caso de suspeita de acontecimento adverso contactar o Departamento Médico da ViiV Healthcare - Telf: +351 21 094 08 01. Sujeito ao regime de avaliação prévia. Referências: 1. Cahn P et al. Lancet. 2013;382:700-708. 2. Raffi F et al. Lancet Infect Dis. 2013;13:927-935. 3. Resumo das características do medicamento Tivicay® - abril 2015. VIIV/DLG/0017/15 Data de preparação: maio 2015 8ª semana apfh | 3 Seguridad en la preparación de medicamentos Farmacia Hospitalaria Dr José M.ª Alonso Herreros* ::: flashES Sabemos que la los problemas relacionados con la medicación es una causa importante de morbimortalidad en el mundo occidental. Aunque no disponemos de datos globales de cual es la incidencia de los errores en la preparación de medicamentos, si que somos conscientes de la potencial gravedad que conllevan. Así lo atestiguan los demasiados casos publicados en revistas científicas y medios de comunicación, que en ocasiones conllevan graves consecuencias a los profesionales implicados. Son númerosas las guías, documentos, y recomendaciones sobre la correcta preparación de medicamentos en el entorno sanitario, pero en Europa deberíamos de tener como referencia la Resolution CM/ ResAP(2011)1 on quality and safety assurance requirements for medicinal products prepared in pharmacies for the special needs of patients. En España, esta resolución se tradujo La Sociedad Española de Farmacia Hospitalaria no sólo há participado en la elaboración de dicha guía sino que está trabajando para facilitar la implantación de la misma en todos los hospitales españoles en la Guía de Buenas Prácticas de Preparación de Medicamentos, consensuada por las autoridades sanitarias y la Sociedad Española de Farmacia Hospitalaria, publicada en junio de 2014. En ella se reconoce al farmacéutico como responsable de la preparación de medicamentos en todo el centro, - no sólo en el servicio de farmacia hospitalaria - se estable una matriz para clasificar las preparaciones según el riesgo que llevan implícito para el paciente y determinar cuales de ellas pueden realizarse en planta, así como las condiciones ambientales para la preparación de medicamentos, y la formación específica de los profesionales implicados. La Sociedad Española de Farmacia Hospitalaria - por medio de los Grupos de Farmacotecnia, GEDEFO (oncología) y Nutrición Artificial – no sólo há participado en la elaboración de dicha guía sino que está trabajando para facilitar la implantación de la misma en todos los hospitales españoles. * Coordinador Grupo de Farmacotecnia. Sociedad Española de Farmacia Hospitalaria Juntos na segurança 19 de novembro – 10h00 4 | 8ª semana apfh ::: flashES Boas Práticas, Competências e Impacto Caminhos de evolução dos Farmacêuticos Hospitalares Dr. António Melo Gouveia* A Farmácia Hospitalar encontra-se mais uma vez numa encruzilhada. Com o esforço e dedicação de muitos colegas conseguiu-se nas últimas décadas construir uma profissão mais adaptada à realidade atual. Esta evolução levou-nos a uma implementação quase total de distribuição individual diária para os doentes internados, a um impacto crescente do ambulatório hospitalar e a uma informatização e automatização do circuito do medicamento construída com e pelos farmacêuticos hospitalares. Centralizámos a preparação de antineoplásicos e assim defendemos a saúde de milhares de doentes. Podemos dizer que o doente passou a ser conhecido por nós. Porque validamos as suas prescrições quando internados, porque o recebemos no ambulatório hospitalar, porque preparamos os seus antineoplásicos injetáveis e as suas nutrições parentéricas. No entanto, e enquanto os Farmacêuticos Hospitalares evoluíam e construíam uma profissão mais ligada às necessidades do doente e do sistema de saúde, discretamente perdeu-se o acesso a um internato de especialização, que na prática se não em nome, se encontra virtualmente extinto há uma década. E sem que nada do que façamos ou digamos pareça ser capaz de convencer as tutelas de que isso é grave ou perigoso, que põe em causa o edifício construído, assim como a realização de melhores serviços que garantam o bom uso dos medicamentos. Parece que há sempre outros interesses que se levantam e falam mais alto. E no entanto os doentes existem, e os medicamentos também! A acrescentar a tudo isto, regista-se o pesadelo burocrático e legislativo em que muitas vezes decorre a nossa atuação, agravado pelos recursos minguantes e interrupções constantes. A pergunta que se coloca é pois, qual o caminho a seguir para que os Farmacêuticos Hospitalares continuem a ser os agentes do bom uso dos medicamentos, a bem dos doentes que deles necessitam. A resposta que me ocorre é simples mas de execução complexa, demorada e trabalhosa: estruturar a nossa atividade e reforçar as nossas competências, procurando demonstrar cada vez mais e melhor que, sem os Farmacêuticos Hospitalares, o circuito do medicamento é mais perigoso, menos eficaz e certamente mais dispendioso. Concretizando, a definição de um referencial de boas práticas em farmácia hospitalar é um elemento estruturante da profissão. Há que construir sobre o trabalho do passado, há que continuar, atualizar e adaptar à realidade atual. Processos bem definidos, sem redundâncias dispensáveis ou tarefas inúteis, com os papéis dos vários profissionais de saúde claramente definidos, são ferramentas de eficiência e motivação. A medição constante do seu desempenho e a intervenção sobre os resultados dessa medição conduzem à evolução e valorizam o impacto da nossa atividade. A definição de uma matriz de competências do farmacêutico hospitalar, baseada nas boas práticas, é a ferramenta necessária para a execução das mesmas. Na realidade, para cada prática que se considera como “boa” há um conjunto de competências, aqui definidas como conhecimentos, atitudes e valores, que são indispensáveis à sua execução. A certificação destas competências é o que caracteriza um “Farmacêutico Hospitalar”, seja esta efetuada na sequência de um internato estruturado (como devia ser) ou de uma mistura de formação e experiência gerida por cada um, de acordo com as suas possibilidades e interesses. É neste “pacote” de competências que caracterizam o farmacêutico hospitalar que, para além das áreas clássicas de operacionalização do circuito do medicamento, temos de saber inserir as intervenções farmacêuticas viradas para o doente e outras a que a evolução nos obriga. Os Farmacêuticos têm uma visão global das patologias que lhes permite dialogar com os outros profissionais de saúde, à qual juntam um conhecimento profundo do medicamento, da sua farmacologia, da sua farmacocinética, das suas características tecnológicas. São estas conjugações que devemos potenciar, para que possamos intervir com eficácia na terapêutica de cada doente, melhorando a sua eficácia e salvaguardando a sua segurança, nunca esquecendo as áreas ditas clássicas evoluem constantemente, como a preparação de medicamentos, onde os requisitos de segurança de doentes e operadores exigem atualizações constantes, formação e intervenção. Importa também abrir o caminho para as terapias avançadas, que discretamente já vão estando entre nós. Uma palavra para a investigação. Não se trata de gerir o circuito do medicamento experimental nos ensaios clínicos. Trata-se de olhar para a nossa atividade e formular Há que dar mais um passo, e acrescentar às funções do Farmacêutico Hospitalar o papel de “otimizador” da terapêutica, para que, apesar dos frequentes constrangimentos, os doentes possam ser tratados da forma mais adequada, segura e eficaz, como parte do seu direito inalienável aos cuidados de saúde as perguntas que não estão respondidas. E que podem ser tão simples como a medição do impacto de uma nova prática, seja esta uma consulta farmacêutica de adesão à terapêutica ou a implementação de um processo de formação em técnica assética. O importante é saber formular a pergunta (que se quer relevante) e saber desenhar (cientificamente) a metodologia que nos conduz à resposta. Resumindo, um referencial de boas práticas executadas por profissionais com competências certificadas é o caminho para que, no futuro, os farmacêuticos hospitalares possam executar as tarefas fundamentais da segurança e eficácia do uso do medicamento. Uma última nota para o futuro. Os Farmacêuticos Hospitalares têmse assumido muitas vezes como os guardiões do sistema. Não só asseguram que, apesar do pesadelo burocrático e legislativo, não faltem medicamentos para os doentes, como são frequentemente o elo da cadeia que garante o cumprimento das orientações terapêuticas definidas em sede própria, com frequentes vantagens terapêuticas e óbvias vantagens económicas. Há que dar mais um passo, e acrescentar às funções do Farmacêutico Hospitalar o papel de “otimizador” da terapêutica, para que, apesar dos frequentes constrangimentos, os doentes possam ser tratados da forma mais adequada, segura e eficaz, como parte do seu direito inalienável aos cuidados de saúde. * Diretor do Serviço Farmacêutico do IPO de Lisboa. Presidente do Concelho do Colégio da Especialidade de Farmácia Hospitalar. Juntos para o doente Dia 19 novembro – 16h30 8ª semana apfh | 5 APFH 25 anos Uma história feita de pessoas, ideias e convicções Celebrar a passagem dos 25 anos da criação da Associação Portuguesa de Farmacêuticos Hospitalares (APFH), recordando os momentos-chave da evolução da Farmácia-Oficina até à atual Farmácia-Clínica, é o objetivo do filme promocional “25 Anos Juntos”, ontem exibido na Sessão de Abertura.. Com realização de Filipe Rodrigues, da Cinescore Studios, o filme percorre em imagens e memórias os primórdios da Medicina e da Farmácia mostrando o papel fundamental do farmacêutico hospitalar (FH), um profissional sem o qual os hospitais não conseguiriam funcionar: seria, tal como mencionado no filme, “como ter uma biblioteca sem livros”. Ao longo de cerca de 25 minutos, é dada a conhecer a atividade diária do farmacêutico hospitalar, enquanto responsável pela produção de medicamentos personalizados, bem como o seu envolvimento em ensaios clínicos, situações de emergência e em tratamentos ligados a diversas áreas da Saúde em ambiente hospitalar. Porém, o papel do FH nem sempre teve o relevo que, muito justamente, assume hoje em dia, motivo pelo qual é feito um flashback a 1981, altura em que se lutava pela negociação e regulamentação da carreira do FH e pela valorização da Farmácia Hospitalar, então esquecida pela administração central. “Sem formação técnico-científica, pré e pós graduada, o autodidatismo imperou. Não havia uma linha profissional orientadora e abrangente para todos os hospitais. Era urgente organizar formação creditada e normalizar procedimentos na Farmácia Hospitalar”, sublinha-se no filme. E foi no contexto de um país a consolidar ainda um regime democrático e o Serviço Nacional de Saúde (SNS), que a visão estratégica de alguns destacou a importância da Farmácia Hospitalar. Todos queriam mudanças e uma associação que os representasse, que lutasse pelos seus direitos e que tivesse capacidade reivindicativa, o que não foi fácil. O ponto de viragem aconteceu com o XV Simpósio Europeu de Farmácia Clínica que teve lugar em outubro de 1986, em Cascais. Dois dos principais impulsionadores do movimento que se desenhava com vista à criação da futura Associação Portuguesa de Farmacêuticos Hospitalares foram a Dr.ª Odete Isabel e o Dr. Aranda da Silva. A constituição oficial da APFH teria finalmente lugar no dia 12 de março de 1990, no Hospital Pediátrico Bissaya Barreto, em Coimbra. É ainda recordado que a primeira Direção da APFH teve como presidente a Dr.ª Maria Manuela Luz Clara. Em 2 de junho de 2001 seria inaugurada, em Coimbra, a sede da associação, que continua a crescer, e cuja atuação se tem pautado desde sempre pela defesa dos direitos dos farmacêuticos hospitalares e pela promoção da formação. APFH marca a chegada aos 25 anos com noite memorável O dia de hoje termina com um jantar comemorativo do 25.º aniversário da Associação Portuguesa de Farmacêuticos Hospitalares (APFH). A organização da 8.ª ::: flashES Semana APFH pretende celebrar o percurso da Associação ao longo da sua existência, bem como as pessoas que tornaram possível a comemoração desta data. Por essa razão, estarão presentes anteriores presidentes que vão partilhar com a plateia histórias e memórias. A comemoração decorrerá pela noite dentro, com os participantes a serem brindados com o espetáculo musical “A Noite das Mil Estrelas” e um Concerto tributo aos Queen. A Gala dos 25 anos tem início às 20h00, no Casino do Estoril. 6 | 8ª semana apfh Dolutegravir e a individualização da terapêutica Dr. Nuno Marques* A escolha de um esquema de terapêutica antirretrovírica é pautada por vários factores, nomeadamente as recomendações científicas, o perfil de resistências basais, a satisfação das necessidades do doente, tendo em conta as suas comorbilidades, as interações farmacológicas com a restante medicação crónica, a tolerabilidade, a comodidade posológica e o impacto nas suas atividades da vida diária. Acrescese ainda que os custos inerentes ao esquema proposto também devem ser levados em consideração. Um primeiro esquema terapêutico eficiente é um factor preditivo de sucesso de supressão virológica a longo prazo, pelo que a sua seleção deve ser feita, de forma, o mais adequada e criteriosa possível. Nos últimos anos, os esquemas contendo inibidores da integrase têm sido apontados como uma das principais opções, atendendo à sua tolerabilidade e eficácia. O dolutegravir, é o mais recente inibidor da integrase e a sua eficácia ficou comprovada, nos seguintes ensaios clínicos: SPRING-2, SINGLE E FLAMINGO, através da obtenção de não inferioridade versus o raltegravir e da superioridade versus o efavirenze e o darunavir/r, respectivamente. A sua eficácia não se encontra dependente do valor da carga viral basal (inferior ou superior a 100000 cópias/ml. Não possui restrições alimentares, podendo ser tomado com ou sem comida, uma vez ao dia e possui um bom perfil lipídico. Como desvantagens poder-se-ão referir a elevação dos valores da creatinina sérica nas primeiras 4 semanas de utilização, mas sem impacto na função glomerular e a possibilidade de cefaleias, insónias e depressão. Serão apresentados os dados referentes à utilização pessoal do dolutegravir num grupo de 15 doentes, 8 naives e 7 experimentados, e em todos os casos em associação com abacavir/lamivudina. Em todos os doentes a tolerabilidade tem sido óptima, não se registando casos de aumento da creatinémia, queixas gastrointestinais, efeitos neuropsiquiátricos e hepatotoxicidade. A eficácia virológica também se revelou muito boa. Por último, será apresentado um caso clínico, referente a um doente do sexo masculino, de 38 anos, leucodérmico, hipertenso e com hipercolesterolémia, naive, com carga viral basal >100000 cópias/ml e uma contagem de LT CD4+ de 314 células/ mm3, que iniciou abacavir/lamivudina e dolutegravir, com boa tolerância e eficácia imunológica e virológica. O dolutegravir, o mais recente inibidor da integrase, possui igualmente uma barreira genética elevada, podendo ter um impacto favorável a nível da Saúde Pública, reduzindo o aparecimento e a consequente transmissão de mutações de resistência. * Assistente Hospitalar de Doenças Infecciosas Coordenador da Consulta de e Medicina do Viajante Serviço de Doenças Infecciosas do CHUC, EPE Simpósio Satélite ViiV 20 novembro - 14h30 The ART of INNOVATION Early stages in HIV Therapy Research Romina Quercia, MD, PhD* The presentation will be a review of the preclinical discovery and development of dolutegravir, the most recently launched Integrase Inhibitor, including pharmacology, efficacy, and resistance profile Dolutegravir is the newest integrase strand transfer inhibitor to be approved for the treatment of human immunodeficiency virus (HIV) infection. Dolutegravir has been shown to be superior or equivalent to existing treatment regimens in both treatment-naïve and treatment-experienced patients including those with previous raltegravir or elvitegravir failure. (C. Kandel, S. Walmsley. Dolutegravir – a review of the pharmacology, efficacy, and safety in the treatment of HIV. Drug Design, Development and Therapy 2015:9 3547–3555) The consistent efficacy associated with a favourable tolerability and drug–drug interaction profile make the co-formulation of dolutegravir with two nucleotide reverse-transcriptase inhibitors an attractive treatment option to consider. This review summarises the pharmacokinetics, resistance profile, and efficacy of dolutegravir in the treatment of HIV. Integration of the viral genome into the host cell chromatin is a central step in the replication cycle of HIV. Blocking the viral integrase (IN) enzyme therefore provides an attractive therapeutic strategy, as evidenced by the previous clinical approval of two IN strand transfer inhibitors and the one most recently approved dolutegravir. Some of dolutegravir’s features that can explain its interesting profile, include its ability to evade HIV drug resistance to date in treatment-naïve patients and the predictability of its pharmaco-dynamic and pharmacokinetic scheme. Dolutegravir has been engineered to deliver four key areas of differentiation: Dose: Booster-Free, low mg doses desirable to facilitate FDC regimens Dosing interval: Q24hr dosing considered Resistance profile: Positive resistance profile Barrier to resistance: Should show high potential barrier to resistance Furthermore, dolutegravir’s streamlined molecular structure and larger metal-chelating scaffold may more effectively delocalize positive charge when interacting with the metals, with its electron-deficient scaffold potentially interacting favorably with the electron-rich A1. Together, these properties may increase dolutegravir’ binding affinity for IN over previously developed IN strand transfer inhibitors (see figure 1). These characteristics may explain the longer residency time in the site of action, which was 71 hours (see figure 2). In addition to the genetic resistance profile and residency time, the pharmacological barrier constitutes a key factor of the barrier to resistance based on its 19 fold times IQ and low variability (see figure 3). In summary, dolutegravir, the newest INSTI, is an effective antiretroviral agent for both treatment-naïve and treatment-experienced patients infected with HIV. This is driven by effective viro logic suppression, good tolerability, infrequent drug–drug interactions, and once-daily administration. In treatment-experienced patients, including those with INSTI resistance, dolutegravir remains an effective option if taken twice daily. Perhaps the most novel aspect of dolutegravir is the high barrier to resistance, which may have important public health implications by reducing the development, and subsequent transmission, of resistance mutations. * Doctor in Medicine, speciality: Infectious Diseases from University of Buenos Aires, Argentina. Fellowship in HIV/AIDS: University of British Columbia, St Paul’s Hospital, Canada PhD in virology and molecular Biology by Sorbonne University, France ICU infectious diseases and HIV training: Mayo Clinic –Rochester- Minnesota - USA Simpósio Satélite ViiV 20 de novembro – 14h30 figure 1 figure 2 figure 3 Referências: C. Kandel, S. Walmsley. Dolutegravir – a review of the pharmacology, efficacy, and safety in the treatment of HIV. Drug Design, Development and Therapy 2015:9 3547–3555 8ª semana apfh | 7 ::: programa 19 novembro 2015 09h00 | Comunicações Livres 10h00 | Juntos na Segurança Plano Nacional para a Segurança do doente, Medicamentos LASA e Medicamentos de alerta máximo Prof. Doutora Anabela Coelho – Direção-Geral da Saúde A experiência da implementação de medidas de diferenciação dos Medicamentos LASA no HVFX Dra. Carla Ferrer – Hospital de Vila Franca de Xira Segurança na preparação de medicamentos em Farmácia Hospitalar Dr. José Maria Alonso Herreros - Hospital Univ. Los Arcos del Mar Menor, Murcia Moderador: Dr. Mário Borges Rosa – ISMP - Instituto para Práticas Seguras no Uso de Medicamentos - Brasil 11h30 | Pausa para Café 12h00 | Simpósio Satélite – BMS Imuno-Oncologia – Avanços no tratamento do cancro com Nivolumab Nivolumab: Inovação no Cancro de Pulmão Prof. Doutor Venceslau Hespanhol - Hospital de São João Nivolumab: Inovação no Melanoma Avançado Dra. Rita Sousa - Hospital de Santa Maria Moderador: Dr. Armando Alcobia - Hospital Garcia de Orta 13h00 | Almoço 14h30 | Simpósio Satélite – Biogen Gestão Integrada do Doente com Esclerose Múltipla Como tratar a Esclerose Múltipla: aplicação prática Dr. Joaquim Pinheiro - Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia-Espinho O valor do TECFIDERA no tratamento da EM em Portugal Prof. Doutor Luís Miguel - CISEP Moderador: Dra. Patrocínia Rocha - Centro Hospitalar Porto 16h30 | Juntos para o Doente Uso de "checklist" na análise do perfil farmacoterapêutico do doente Dra. Liliana Vilas Boas – Lewisham and Greenwich NHS Trust O porquê de promovermos uma prática de Farmácia Clínica consistente Dra. Mª Manuela Vieira – Centro Hospitalar de S. João Caminhos de evolução dos Farmacêuticos Hospitalares: Boas Práticas, Competências e Impacto Dr. António Melo Gouveia – Presidente do Colégio de Especialidade de Farmácia Hospitalar da Ordem dos Farmacêuticos Moderador: Prof. Doutora Fátima Falcão - Centro Hospitalar Lisboa Ocidental 18h00 | Sessão APFH/Gilead - Projetos de investigação “Evidenciar o conhecimento em Farmácia Hospitalar” Melhoria da qualidade de vida e do processo assistencial ao doente em regime de ambulatório hospitalar Apresentação dos trabalhos vencedores da edição 2014: Farmacovigilância através da monitorização da prescrição no serviço de urgência Dra. Filipa Tátá – Hospital Espírito Santo de Évora Avaliação da taxa de fidelização/retenção dos doentes infectados pelo vírus da imunodeficiência humana aos cuidados de saúde num hospital central Dra. Helena Farinha - Centro Hospitalar Lisboa Ocidental Mielotoxicidade associada a terapêutica com linezolida e necessidade de um programa de gestão de risco para doentes em regime de ambulatório Dra. Miriam Capoulas – Hospital Beatriz Ângelo Comentadores: Dra. Aida Batista; Prof. Doutora Ana Cristina Rama; Dr. António Melo Gouveia; Dr. Jorge Aperta; Dra. Patrocínia Rocha Moderador: Dr. Nuno Vilaça Marques - Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra 19h00 | Final dos Trabalhos 20h00 | Jantar - 25 Anos APFH 15h30 | Sessão de Pósteres agradece o apoio de todos os que contribuiram para a realização deste Jornal, nomeadamente: Coordenação: ana branquinho | [email protected] fotografia: nuno coimbra | [email protected] Edição: SECRETARIADO: Avenida Infante D. Henrique, n.º 333 H, Esc. 37 \\ 1800-282 Lisboa Tel.: 218 504 065 \\ Fax: 210 435 935 [email protected] www.newsfarma.pt APFH Rua Padre Estêvão Cabral Edíf. Tricana, n.º120, 1, sala 108 3000-316 Coimbra Telefone: (351) 239 837 161 E-mail: [email protected] Beyond Ef ficacy LER A TO M O DID A D E Razões para repensar o tratamento de primeira linha do VIH RE EFIC Á CIA BI LI D A DE CO SIS T Ê N C I A Os regimes terapêuticos baseados em dolutegravir demonstraram ELEVADA BARREIRA À RESISTÊNCIA1-7 0% de resistência emergente do tratamento até à data em 3 estudos em doentes não sujeitos a tratamento prévio4-6 Efeitos adversos mais frequentes: diarreia, cefaleia e náuseas7. Em doentes infetados pelo VIH-1 com resistência à classe das integrases (documentada ou clinicamente suspeita), a dose recomendada de dolutegravir é de 50 mg duas vezes por dia. A decisão de utilizar dolutegravir nestes doentes deve ser baseada no padrão de resistência à integrase7. Nos ensaios clínicos, Tivicay ® foi utilizado em combinação com outros fármacos antirretrovirais Informações Essenciais Compatíveis com o RCM Este medicamento está sujeito a monitorização adicional. Isto irá permitir a rápida identificação de nova informação de segurança. Pede-se aos profissionais de saúde que notifiquem quaisquer suspeitas de reações adversas. Para saber como notificar reações adversas, ver sítio da internet do INFARMED: http://extranet.infarmed.pt/page.seram.frontoffice.seramhomepage; E-mail: farmacovigilancia infarmed.pt. NOME DO MEDICAMENTO Tivicay® COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA Cada comprimido contém 50 mg de dolutegravir. FORMA FARMACÊUTICA Comprimido revestido por película INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS Indicado, em combinação com outros medicamentos antirretrovirais, para o tratamento de adultos e adolescentes com mais de 12 anos de idade infetados com o VIH. POSOLOGIA E MODO DE ADMINISTRAÇÃO Deve ser prescrito por médicos experientes no controlo da infeção pelo VIH. Adultos infetados pelo VIH-1 sem resistência documentada ou clinicamente suspeita, à classe das integrases : 50 mg, 1x/dia. Deve ser administrado 2x/dia quando administrado concomitantemente com alguns medicamentos (ex: efavirenz, nevirapina, tipranavir/ritonavir ou rifampicina). Adultos infetados pelo VIH-1 com resistência à classe das integrases (documentada ou clinicamente suspeita): 50 mg, 2x/ dia. A decisão de utilização nestes doentes deve ser baseada no padrão de resistência à integrase. A administração concomitante com alguns medicamentos deve ser evitada (ex: efavirenz, nevirapina, tipranavir/ritonavir ou rifampicina). Doses esquecidas Caso o doente se esqueça de tomar uma dose, deve tomar Tivicay o mais rapidamente possível, desde que a próxima dose não esteja prevista no prazo de 4h. Se a dose seguinte estiver prevista num prazo de 4h, o doente não deve tomar a dose esquecida e deve retomar o esquema posológico habitual. Adolescentes com 12 ou mais anos de idade (peso ≥40 kg) sem resistência à classe das integrases: 50 mg, 1x/dia. Idosos A quantidade de dados disponíveis em doentes de idade ≥65 anos é limitada. Compromisso renal Não é necessário ajuste da dose em doentes com compromisso renal ligeiro, moderado ou grave (CrCl <30 ml/min, que não estão a fazer diálise). Compromisso hepático Não é necessário ajuste da dose em doentes com compromisso hepático ligeiro ou moderado. Não existem dados disponíveis em doentes com compromisso hepático grave. População pediátrica A segurança e eficácia em crianças com <12 anos de idade ou com peso <40 kg não foram ainda estabelecidas. Não pode ser feita qualquer recomendação posológica. Modo de administração Via oral. Pode ser tomado com ou sem alimentos. Na presença de resistência à classe das integrases, para aumentar a exposição, deve ser tomado preferencialmente com alimentos (particularmente em doentes com mutações Q148). CONTRAINDICAÇÕES Hipersensibilidade à substância ativa ou a qualquer um dos excipientes. Administração concomitante com dofetilida. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES ESPECIAIS DE UTILIZAÇÃO Embora uma supressão vírica eficaz com terapêutica antirretroviral tenha provado reduzir substancialmente o risco de transmissão sexual, não pode ser excluída a existência de um risco residual. Resistência à classe das integrases A atividade de dolutegravir é consideravelmente comprometida para estirpes víricas que incluam a mutação Q148+≥2 mutações secundárias de G140A/C/S, E138A/K/T, L74I. Reações de hipersensibilidade Caracterizadas por erupção cutânea, alterações constitucionais e disfunção orgânica, incluindo reações hepáticas graves. Caso se desenvolvam sinais ou sintomas de reações de hipersensibilidade, dolutegravir e outros fármacos suspeitos devem ser imediatamente suspensos. A demora em suspender o tratamento com dolutegravir ou outras substâncias ativas suspeitas pode resultar numa reação alérgica com risco de vida. Deve ser monitorizado o estado clínico incluindo aminotransferases hepáticas e bilirrubina. Síndrome de Reativação Imunológica Em doentes infetados pelo VIH com deficiência imunológica grave à data da instituição da TARC, pode ocorrer uma reação inflamatória a patogénios oportunistas assintomáticos ou residuais e causar situações clínicas graves, ou agravamento dos sintomas (tipicamente durante as primeiras semanas ou meses após início da TARC). Doenças autoimunes, tal como a Doença de Graves, também têm sido descritas como tendo ocorrido no contexto de reconstituição imunológica; o tempo de início descrito é mais variável e estes acontecimentos podem ocorrer muitos meses após o início do tratamento. No início da terapêutica com dolutegravir, em alguns doentes coinfetados com hepatite B e/ou C, foram observados aumentos na bioquímica hepática consistentes com síndrome de reconstituição imunológica. Recomenda-se a monitorização dos parâmetros bioquímicos hepáticos em doentes com coinfeção por hepatite B e/ou C. Iniciar ou manter terapêutica efetiva para a hepatite B quando se inicia dolutegravir em doentes coinfetados com hepatite B. Infeções oportunistas Os doentes devem ser alertados de que dolutegravir não é uma cura para a infeção pelo VIH e que podem continuar a desenvolver infeções oportunistas e outras complicações da infeção pelo VIH. Interações medicamentosas Na presença de resistência à classe das integrases devem ser evitados fatores que reduzam a exposição ao dolutegravir, incluindo a administração concomitante com medicamentos que reduzam a exposição ao dolutegravir (ex: antiácidos com alumínio/magnésio, suplementos de ferro e cálcio, multivitaminas e agentes indutores, tripanavir/ritonavir, rifampicina e certos fármacos antiepiléticos). As concentrações de metformina podem ser aumentadas pelo dolutegravir. Os doentes devem ser monitorizados durante a terapêutica e pode ser necessário um ajuste da dose de metformina. Osteonecrose Foram notificados casos de osteonecrose em doentes com doença por VIH avançada e/ou exposição prolongada a TARC. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS E OUTRAS FORMAS DE INTERAÇÃO Dolutegravir é eliminado maioritariamente através de metabolização pela UGT1A1. Dolutegravir é também um substrato das UGT1A3, UGT1A9, CYP3A4, Pgp e BCRP. Medicamentos que induzam estas enzimas podem reduzir a concentração plasmática de dolutegravir e reduzir o seu efeito terapêutico. A administração concomitante de dolutegravir e outros medicamentos que inibam estas enzimas pode aumentar a concentração plasmática de dolutegravir. A absorção de dolutegravir é reduzida por certos agentes antiácidos. Não se espera que dolutegravir afete a farmacocinética de medicamentos que sejam substratos das enzimas do citocromo P450 (CYP)1A2, CYP2A6, CYP2B6, CYP2C8, CYP2C9, CYP2C19, CYP2D6 CYP3A, uridina difosfato glucuronosiltransferase (UGT)1A1 ou UGT2B7, ou dos transportadores Pgp, BCRP, BSEP, OATP1B1, OATP1B3, OCT1,MATE2-K, MRP2 ou MRP4. Dolutegravir pode aumentar as concentrações plasmáticas de medicamentos cuja excreção é dependente do OCT2 ou MATE-1 (ex: dofetilida, metformina) ou OAT3. Deve evitar-se a administração concomitante com indutores enzimáticos incluindo anticonvulsivantes e Erva de S. João. Antiácidos com alumínio/magnésio, suplementos de cálcio, suplementos de ferro ou multivitaminas devem ser tomados bem separados no tempo da administração de dolutegravir (mínimo 2 horas após ou 6 horas antes). A dose recomendada de Tivicay é de 50 mg, 2x/dia quando administrado concomitantemente com efavirenz, nevirapina, tipranavir/ ritonavir e rifampicina. Na presença de resistência à classe das integrases devem ser consideradas combinações alternativas que não incluam estes fármacos nem fosamprenavir/ritonavir. Tivicay não deve ser utilizado com etravirina sem administração concomitante de atazanavir/ritonavir, darunavir/ritonavir ou lopinavir/ritonavir. EFEITOS INDESEJÁVEIS Doenças do sistema imunitário Pouco frequente Hipersensibilidade, síndrome de reconstituição imunológica Perturbações do foro psiquiátrico Frequente Insónia, sonhos anormais, depressão Pouco frequente Ideação suicida ou tentativa de suicídio (principalmente em doentes com história pré-existente de depressão ou doença psiquiátrica) Doenças do sistema nervoso Muito frequente Cefaleia Frequente Tonturas Doenças gastrointestinais Muito frequente Náuseas, diarreia Frequente Vómitos, flatulência, dor abdominal alta, dor e desconforto abdominal Afeções hepatobiliares Pouco frequente Hepatite Afeções dos tecidos cutâneos e subcutâneos Frequente Erupção cutânea, prurido Perturbações gerais e alterações no local de administração Frequente Fadiga Exames complementares de diagnóstico Frequente Aumentos da ALT e/ou AST e CPK. Alterações nos parâmetros bioquímicos laboratoriais Durante a primeira semana de tratamento ocorreram aumentos da creatinina sérica que se mantiveram estáveis ao longo de 48 semanas (alteração média de 9,96 µmol/l desde a linha de base). Os aumentos da creatinina foram comparáveis entre vários regimes de base. Estas alterações não refletem uma alteração na taxa de filtração glomerular. TITULAR DA AIM ViiV Healthcare UK Limited, 980 Great West Road, Brentford, Middlesex, TW8 9GS, Reino Unido DATA DA REVISÃO DO TEXTO abril 2015. Está disponível informação pormenorizada sobre este medicamento no sítio da internet da Agência Europeia de Medicamentos: http://www.ema.europa.eu. Para mais informações deverá contactar o representante local do titular da AIM. VIIHHIV, Unipessoal Lda., R. Dr. António Loureiro Borges, nº3, Arquiparque-Miraflores. 1495-131 Algés, NIPC-509117961. Medicamento sujeito a receita médica restrita, de utilização reservada a certos meios especializados. Para mais informações ou em caso de suspeita de acontecimento adverso contactar o Departamento Médico da ViiV Healthcare - Telf: +351 21 094 08 01. Sujeito ao regime de avaliação prévia. Referências: 1.Greig SL, Deeks ED. Drugs. 2015;75:503-514. 2.Molina J-M et al. Lancet HIV.2015;2:127-136. 3.Raffi F et al. Lancet Infect Dis.2013;13:927-935. 4.Walmsley SL et al. N Engl J Med. 2013;369:1807-1818. 5.Clotet B et al. Lancet. 2014;383:2222-2231. 6.Raffi F et al. Lancet. 2013;381:735-743. 7.Resumo das características do medicamento Tivicay® - abril 2015. VIIV/DLG/0016/15 Data de preparação: maio 2015