UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA Adsorção de Mn (II) e Zn (II) em soluções aquosas usando perlita expandida revestida com quitosana Elisama Vieira dos Santos _______________________________________ Dissertação de Mestrado Natal/RN, julho de 2011 ELISAMA VIEIRA DOS SANTOS Adsorção de Mn (II) e Zn (II) em soluções aquosas usando perlita expandida revestida com quitosana Dissertação apresentada ao programa de PósGraduação em Química da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, em cumprimento às exigências para obtenção do título de Mestre em Química. Orientadora: Profa. Dra. Nedja Suely Fernandes Co-orientador: Prof. Dr. Carlos Alberto MartinezHuitle Natal - RN 2011 Divisão de Serviços Técnicos Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN / Biblioteca Setorial de Química Santos, Elisama Vieira dos. Adsorção de Mn (II) E Zn (II) em soluções aquosas usando perlita expandida revestida com quitosana / Elisama Vieira dos Santos. Natal, RN, 2011. 103 f. Orientadora: Nedja Suely Fernandes. Co-Orientador: Carlos Alberto Martinez-Huitle. . Dissertação (Mestrado em Química) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Ciências Exatas e da Terra. Programa de Pós-Graduação em Química. 1. Química Analitica - Dissertação. 2. Perlita - Dissertação. 3. Quitosana Dissertação. 4. Voltametria de onda quadrada – Dissertação. 5. Zinco – Dissertação. 6. Manganês – Dissertação. I. Fernandes, Nedja Suely. II. Martinez-Huitle, Carlos Alberto. III. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. IV. Título. RN/UFRN/BSE- Química CDU 543.215.2(043) Dedico este trabalho aos meus pais Erilene Vieira dos Santos e Antônio Nicolau dos Santos que não mediram esforços para que eu chegasse a esse estágio. A cada conquista alcançada, estando presente na minha vida, dando-me conselhos e incentivos, nos momentos difíceis. Agradeço a Deus por vocês serem meus pais. AGRADECIMENTOS A Deus, por me dar força e determinação para a conclusão deste trabalho. A ProfessoraDra. Nedja Suely Fernandes que me ofereceu a oportunidade de realização deste trabalho, crendo sempre na minha capacidade em desenvolvê-lo. Agradeço pela a amizade, por todo incentivo e compreensão, por todos os ensinamentos concedidos a mim durante esta etapa da minha vida. Ao Professor Dr. Carlos Alberto Martinez-Huitle, que contribuiu para a realização deste trabalho tirando as minhas dúvidas, dando conselhos, sendo um amigo em todos os momentos da pesquisa. À minha família, em especial aos meus pais Erilene Vieira dos Santos e Antônio Nicolau dos Santos pela dedicação e esforço em investir na minha vida acadêmica, pelo amor incondicional, sempre me incentivando e ensinando-me a tomar decisões corretas com objetivos e propósitos visando sempre um caminho honesto a trilhar. Aos meus irmãos, André e Eliselma, que sempre me incentivaram demonstrando todo carinho por mim. Aos meus amigos do laboratório de Química Analítica e Meio Ambiente, Aline, Daniel, Danyelle, Eliane, Elaine, Edivânia, Gustavo, Hiale, James, Jéssica, Sheila, Márcia, em especial a Loilde pela cooperação na realização deste trabalho. Aos meus amigos de curso Ana Paula, Cleonilson Mafra e DaminaSinézio, que sempre me incentivaram muito. A Raquel e Priscila pela cooperação na realização deste trabalho. Ao professor Marconi Ginnani pela contribuição na elaboração deste trabalho ao ceder a quitosana utilizada nos experimentos. Aos laboratórios que contribuíram com os resultados das análises, NE_PER (Núcleo de Estudos em Petróleo e Energias Renováveis), NUPPRAR (Núcleo de Processamento Primário e Reúso de Água), Meio Ambiente e Cimentos, Membranas e Colóides e ao laboratório de Química Analítica e Meio Ambiente. À Comissão de Apoio Pessoal do Ensino Superior (CAPES) pelo suporte financeiro e ao FINEP, CNPQ e PETROBRAS pelo suporte instrumental. A todas as pessoas que, direta ou indiretamente, contribuíram para a execução deste trabalho. Muito Obrigada! A leitura após certa idade distrai excessivamente o espírito humano das suas reflexões criadoras. Todo o homem que lê de mais e usa o cérebro de menos adquire a preguiça de pensar. Albert Einstein RESUMO Nesse trabalho a quitosana foi utilizada como revestimento da perlita expandida pura com o objetivo de aumentar a acessibilidade dos grupos OH- e NH2+ na adsorção dos íons Mn2+ e Zn2+. A perlita expandida foi classificada como microporoso com uma área superficial de 3,176m2 g-1 e após modificação resultou em 4,664m2 g-1. A partir da Termogravimetria (TG) verificou-se que o percentual de revestimento foi de 37,5%. A análise de infravermelho comprovou a presença dos grupos Si-OH, Si-O e Al-O-Si decorrentes da perlita e C=O, NH2 e OH característicos da quitosana. Os experimentos na adsorção de Mn2+ e Zn2+ foram realizados no intervalo de concentração de 10 a 50 mg L-1 e acapacidade de adsorção em pH 5,2 e 5,8 foi de 23,09 e 19,49 mg g-1 a 25 oC, respectivamente. Os dados de adsorção se ajustaram melhor ao modelo de adsorção de Langmuir para ambos os cátions metálicos sendo indicativo de adsorção física em monocamada.As constantes de velocidade de adsorção foram calculadas a partir da equação Lagergren se ajustando ao modelo de pseudo-segunda-ordem para todas as concentrações iniciais, sugerindo que a adsorção dos íons Mn2+ e Zn2+ segue a cinética de pseudo-segunda-ordem e cujas constantes de velocidade k2(g/mg.min) são 0,105 e 3,98 e capacidade máxima de remoção qe 4,326 e 3,348 mg g-1, respectivamente. Utilizou-se a voltametria de onda quadrada de redissolução catódica para a quantificação dos íons adsorvidos, com o eletrodo de trabalho de carbono vítreo, eletrodo de referência prata/cloreto de prata e um eletrodo auxiliar de platina. A obtenção dos picos correspondente aos íons Mn2+ e Zn2+ foi avaliado em uma célula eletroquímica com capacidade para 30 mL utilizando um sistema tampão (Na2HPO4/NaH2PO4) cuja concentração 0,1 mol L-1em pH 4, sendo ajustado com soluções H3PO4 0,1 mol L-1e NaOH 0,1 mol L-1e adição do analito, tendo verificado um pico catódico em 0,873 V com limite de detecção de Mn 7,76x10-7 mol L-1 e um pico anôdico de -1,1 V e limite de detecção de 2,55x10-6mol L-1 para Zn2+.A massa utilizada para a obtenção das isotermas de adsorção foi de 150 mg, tendo atingido o tempo de equilíbrio de 120 min para ambos íons metálicos. A máxima adsorção em 120 min para Mn2+ com concentração de 20 mg L-1 e Zn 10 mg L-1, foi de 91,09 e 94,34% ,respectivamente. Palavras - chave: Perlita. Quitosana. Voltametria de onda quadrada. ABSTRACT In this work, chitosan was used as a coating of pure perlite in order to increase the accessibility of the groups OH- e NH2+the adsorptionof ions Mn2+ e Zn2+.The characterization results of the expanded perlite classified as microporous and whose surface 1 area m2 3,176 g-1after the .From the thermogravimetry(TG) it change resulted in was 4,664 m2g- found that the percentage of coating was34,3%.The infrared analysis can prove the presence of groups Si-OH, SiO e Al-O-Siresulting from the perlite and C=O, NH2and OH characterization of chitosan. The experiments on experiments on the adsorption of Mn and Zn were performed in the concentration range of10 a 50 mgL-1and the adsorption capacity inpH 5,8 e 5,2 was 19,49 and 23,09 mgg-1to 25 oC,respectively.The adsorption data were best fitted to Langmuir adsorption model to Langmuir adsorption for both metalionsisindicative of monolayer adsorption. The model kinetics of adsorption were calculated from the equation of Lagergren fitting the model pseudosecond-order for all initial concentrations, suggesting that adsorption of ions Mn2+ and Zn2+ follows the kinetics of pseudo-second-order and whose constant Speedk2(g/mg.min) are 0,105 e 3,98 and capacity and maximum removal qe 4,326 e voltammetry cathodic 3,348,respectively.In stripping and the working this study we voltammetry to used a square wave quantify the adsorbed ions, electrode glassy carbon, reference electrode silver / silver chloride and a platinum auxiliary electrode. The attainment of the peaks corresponding to ions Mn2+ and Zn2+ was evaluated in and electrochemical cell with a capacity of 30 mL using a buffer system (Na2HPO4/NaH2PO4)at pH 4 and was adjusted with solutionsH3PO4 0,1molL-1and NaOH 0,1 molL-1and addition of the analyte has been a cathodic peak in- 0,873 Vand detection limit of2,55x10-6molL-1para Zn.The dough used for obtaining the adsorption isotherm was 150 mg and reached in 120 min time of equilibrium for both metal ions.The maximum adsorption for 120 min with Mn concentration 20 mgL-1 and Zn 10 mgL-1,was91, 09 e 94, 34%, respectively. Key Words– Perlite. Chitosan.Square wave voltammetry. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 Representação esquemática da energia superficial de um sólido. 26 Figura 2 Representação um átomo de silício central e quatro átomos de 31 oxigênio nos vértices. Figura 3 Representação das estruturas primárias idealizadas de quitina e 36 quitosana, onde n é o grau de polimerização. Figura 4 Tipos de isotermas. 42 Figura 5 Tipos de isotermas de adsorção gasosa para caracterização de 43 poros. Figura 6 Uma geração de sinais de excitação para voltametria de onda 54 quadrada. A etapa inicial (a) se um pulso (b) sinal para excitação de onda quadrada (c). A intensidade da resposta é igual à diferença de intensidade do potencial Figura 7 Preparação e caracterização da perlita modificada com quitosana. 2+ 56 Figura 8 Procedimento experimental para a remoção dos íons Zn e Mn. 57 Figura 9 Potenciostato/Galvanostato 60 modelo PGSTAT 302N da Autolab/Eco Chemie. Figura 10 Célula eletroquímica com a solução Na2HPO4/NaH2PO4 , pH 4. 60 Figura 11 Isoterma de adsorção dessorção da perlita expandida e perlita 64 modificada com quitosana. Figura 12 Fotografias da (a) perlita expandida (b) quitosana e (c) perlita 65 modificada com quitosana. Figura 13 Curvas termogravimétricas da (a) perlita (b) quitosana e (c) 66 perlita modifica com quitosana. Figura 14 Curvas de DSC da (a) perlita expandida, (b) quitosana e (c) 67 perlita modificada com quitosana. Figura 15 Espectroscopia de absorção na região do infravermelho da (a) 68 perlita expandida (b) quitosana. Figura 16 Espectroscopia de absorção na região do infravermelho da (a) perlita modificada com quitosana, (b) e (c) após a adsorção de Mn2+ e Zn2+, respectivamente. 69 Figura 17 Difratogramas de Raios-X da (a) perlita, (b) quitosana, (c) 70 perlita modificada com quitosana após adsorção de Mn2+ e (b) Zn2+ Figura 18 Difratogramas de Raios-X da (a) perlita modificada com 2+ quitosana após adsorção de Mn e (b) Zn 70 2+ Figura 19 Perlita expandida pura 71 Figura 20 Microscopia eletrônica de varredura da (a) quitosana, (b) perlita 72 modifica com quitosana e (c) após a adsorção dos íons Mn2+(d)e Zn2+. Figura 21 Concentração de Mn2+-mgL-1 em função da variação de pH.+. 73 Figura 22 Variação do pH em função da corrente para determinação dos 73 íons Mn2+. Figura 23 Concentração de Zn2+-mgL-1 em função da variação de pH. Figura 24 Variação do pHem função da corrente para quantificação dos íons 74 74 Zn2+. Figura 25 Voltamogramas dassoluções de íons Mn2+ da solução padrão de 75 concentração de 100mg L-1 com adição de (a)0μL;(b)200 μL;(c)300 μL;(d)400 μL;(e)500μL;(f)600 μL;(g)700 μL;(h)1000 μL;(i)1100 μL;(j)1200 μL;(l)1300 μL;(m)1400 μL;(n)1500 μL. Figura 26 Voltamogramas dassoluções de íons Zn2+ da solução padrão de 76 concentração de 100mg L-1 com adição de (a)0μL;(b)200 μL;(c)300 μL;(d)400 μL;(e)500μL;(f)600 μL;(g)700 μL;(h)1000 μL;(i)1100 μL;(j)1200 μL;(l)1300 μL;(m)1400 μL;(n)1500 μL. Figura 27 Eficiência no tempo, utilizando diferentes massas de adsorvente 77 na adsorção dos íons Mn2+. Figura 28 Eficiência no tempo, utilizando diferentes massas de adsorvente 78 na adsorção dos íons Zn2+. 79 Figura 30 Adsorção dos íons Mn2+ em solução aquosa em função do tempo. Adsorção dos íons Zn2+ em solução aquosa em função do tempo. Figura 31 Modelo cinético de pseudo-primeira-ordem na adsorção de Mn2+ 81 Figura 32 Modelo cinético de pseudo-segunda-ordem para adsorção de 81 Figura 29 Mn2+ 80 Figura 33 Modelo cinético de pseudo-primeira-ordem na adsorção de Zn2+ 81 Figura 34 Modelo cinético de pseudo-segunda-ordem para adsorção de Zn2 81 Figura 35 Isotermas linearizadas de Langmuir para a adsorção de Mn2+ 83 Figura 36 Isotermas linearizadas de Freundlich para a adsorção de Mn2+ 83 Figura 37 2+ Isotermas linearizadas de Langmuir para a adsorção de Zn . 2+ Figura 38 Isotermas linearizadas de Freundlich para a adsorção de Zn Figura 39 Isotermas não-linearizadas de Langmuir e de Freundlich para a 83 83 84 adsorção de Mn2+ Figura 40 Isotermas não-linearizadas de Langmuir e de Freundlich para a adsorção de Zn2+. 84 LISTA DE TABELAS Tabela 1 Padrões de potabilidade da água para metais pesados. 21 Tabela 2 Padrões de potabilidade da água para metais pesados em efluentes. 21 Tabela 3 Composição química da perlita 32 Tabela 4 Capacidade máxima na adsorção de remoção de vários metais pesados na perlita expandida. 35 Tabela 5 Capacidade máxima de adsorção na remoção de vários metais 39 pesados. Tabela 6 Valores do fator de separação (RL) de acordo com o tipo de 46 isoterma. Tabela 7 Aplicações da SWV na determinação de diferentes analitos. 48 Tabela 8 Parâmetros utilizados na otimização da técnica 61 Tabela 9 Propriedades físicas da perlita expandida pura e perlita modificada com quitosana. Parâmetros para o modelo de isoterma de adsorção. 63 Tabela 10 85 LISTA DE ABREVIATURAS BET Brunauer, Emmett e Teller CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente CSV Voltametria de Redissolução Catódica CTC Capacidade de troca catiônica DEp Amplitude de Potencial de Pulso Aplicado DTG Termogravimetria Derivada DSC Calorimetria Exploratória Diferencial DRX Difração de Raios X ρ Densidade ρs Densidade Absoluta ρsolv Densidade do Líquido EPA Environmental ProtectionAgency IUPAC União Internacional da Química Pura e Aplicada KL Constante de Adsorção de Langmuir Kf Constante de adsorção de Freundlich LD Limite de Detecção MEV Microscopia Eletrônica de Varredura mVs-1 Milivolts por segundo Ms Massa de Adsorvente Ms Massa do Sólido Msolv Massa do Líquido qm Capacidade Máxima de Adsorção qe Capacidade de adsorção no equilíbrio RMN Ressonância Magnética Nuclear r2 Coeficiente de correlação RL Fator de Separação SWV Voltametria de onda quadrada TG Termogravimetria tp Tempo de duração de pulso te Tempo de Equilíbrio VMP Valor máximo permissível Vs Volume do Sólido Vpic Volume do picnômetro SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO........................................................................................ 16 1.1 OBJETIVOS.............................................................................................. 1.1.1 Objetivos gerais........................................................................................ 17 1.1.2 Objetivos específicos................................................................................ 17 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.......................................................... 18 2.1 POLUIÇÃO DOS SISTEMAS HIDRÍCOS.............................................. 18 2.2 METAIS PESADOS.................................................................................. 19 2.3 MANGANES............................................................................................. 22 2.4 ZINCO....................................................................................................... 23 2.5 PROCESSOS DE REMOÇÃO................................................................. 24 2.5.1 Adsorção................................................................................................... 25 2.5.2 Tipos de adsorção.................................................................................... 27 2.6 ADSORVENTES...................................................................................... 28 2.6.1 Argilas....................................................................................................... 29 2.6.2 Argilominerais.......................................................................................... 30 2.6.2.1 Perlita........................................................................................................ 31 2.7 Polímeros................................................................................................... 35 2.7.1 Quitosana................................................................................................. 36 2.8 ESTUDO CINÉTICO............................................................................... 39 2.9 CLASSIFICAÇÃO DAS ISOTERMAS................................................... 41 2.9.1 Isotermas de adsorção............................................................................. 42 2.9.2 Modelos de adsorção................................................................................ 44 2.9.3 Isoterma de Langmuir............................................................................. 44 2.9.4 Isoterma de Freundlich........................................................................... 2.10 TRABALHOS ENVOLVENDO VOLTAMETRIA................................. 47 3 TÉCNICAS DE CARACTERIZAÇÃO................................................ 49 3.1 DENSIDADE ABSOLUTA...................................................................... 49 3.2 MÉTODO DE B.E.T. (BRUNAWER-EMMETT- TELLER).................. 49 3.3 GRANULOMETRIA A LASER.............................................................. 50 3.4 ANÁLISE TÉRMICA.............................................................................. 50 3.5 ESPECTROMETRIA DE ABSORÇÃO DE NA REGIÃO DO 51 17 46 INFRAVERMELHO 3.6 DIFRAÇÃO DE RAIO X(DRX)............................................................... 52 3.7 MICROSCOPIA ELETRONICA DE VARREDURA (MEV)................. 52 3.8 3.8 TÉCNICA DE VOLTAMETRIA...................................................... 53 4 METODOLOGIA EXPERIMENTAL................................................. 55 4.1 ENSAIOS DE ADSORÇÃO.................................................................... 56 4.2 CARACTERIZAÇÃO DO ADSORVENTE........................................... 58 4.2.1 Termogravimetria(TG)......................................................................... 58 4.2.2 Espectroscopia de absorção na região do infravermelho (IV)........... 58 4.2.3 Difração de Raios-X............................................................................... 58 4.2.4 Determinação da área superficial pelo método Brunauer, Emmentt 59 e Teller (BET) 4.2.5 Microscopia Eletrônica de Varredura – MEV...................................... 59 4.2.6 Estudo eletroanalítico.............................................................................. 59 4.2.7 Estudo cinético......................................................................................... 62 5 RESULTADOS E DISCUSSÕES.......................................................... 63 5.1 PROPRIEDADES FÍSICAS...................................................................... 63 5.2 TERMOGRAVIMETRIA (TG) E CALORIMETRIA 65 EXPLORATÓRIA DIFERENCIAL (DSC) 5.3 ESTUDOS DA ESPECTROSCOPIA DE ABSORÇÃO NO 66 INFRAVERMELHO (IV)......................................................................... 5.4 DIFRAÇÃO DE RAIOS-X....................................................................... 69 5.5 MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA............................. 71 5.6 ESTUDO ELETROANALÍTICO............................................................. 72 5.7 EFEITO DA MASSA DE ADSORVENTE............................................. 77 5.8 ESTUDO CINÉTICO............................................................................... 79 5.9 ISOTERMA DE ADSORÇÃO................................................................. 82 6 CONCLUSÕES....................................................................................... 86 7 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTURO................................... 88 REFERÊNCIAS 89 16 1 INTRODUÇÃO A elevada taxa de crescimento da população mundial, associada ao aumento da poluição ambiental, tem intensificado a procura de novas tecnologias para tratamento de efluentes industriais. Essas tecnologias devem ser capazes de atender às necessidades do presente sem comprometer as gerações futuras, com o menor impacto ambiental possível. Há uma crescente busca pela minimização dos impactos ambientais ocasionados pelo excesso de metais em águas. Algumas das técnicas utilizadas para remoção são precipitações químicas, ultrafiltração, remoção por biomassa de plantas aquáticas, flotação, resinas de troca iônica, utilização de matéria orgânica morta e adsorção (AGUIAR et al., 2002). A adsorção é uma das técnicas mais empregadas na remoção de metais pesados e outras substâncias tóxicas em meio aquoso. Em consequência, grande variedade de materiais estão sendo investigados como, argilas naturais, serragem e bagaço de canade-açúcar (ALBERTINI et al., 2007), quitosana (BECKER et al., 2000), perlita (TALIP et al., 2009), Bentonita (ARAUJO, 2009) e zeólita (OREN, 2006). Além destes, têm surgido novas pesquisas com o objetivo de desenvolver novos tipos de adsorventes. A perlita é uma rocha vulcânica de ocorrência natural que pode ter seu volume expandido até 20 vezes o seu tamanho original quando aquecida de 800-1200°C. A perlita expandida atua como um excelente isolante, tanto térmico como acústico, possuindo alta resistência ao calor, sendo classificada como material ultra-leve. Apresenta coloração branca, tem uma densidade de 32 Kg/m3, é quimicamente inerte e tem um pH de aproximadamente 7. O custo da perlita expandida é menor do que R$ 13,00 por quilo no Brasil, tornando-a um candidato viável como adsorvente econômico para a remoção de metais pesados como chumbo, cádmio, cobre e cromo (GHASSABZADEH et al., 2010). Segundo Hassan (2008), acessibilidade dos grupos OH- e NH2+ na adsorção dos íons cobre é reforçada quando a perlita é revestida com quitosana um polímero policatiônico derivado da quitina, em dos principais constituintes dos artrópodes e amplamente utilizado como matéria-prima para a preparação de diversos produtos na área de biomedicina e engenharia. Neste trabalho busca-se avaliar o comportamento da perlita revestida com quitosana na adsorção de íons Mn2+ e Zn2+ a partir de soluções sintéticas, variando o 17 tempo de contato, a concentração e a massa de adsorvente com o intuito de adequar a concentração desses íons aos limites de descartes estabelecidos pela legislação em vigor. 1.1 OBJETIVOS 1.1.1 Objetivos gerais O presente trabalho tem como objetivo geral avaliar o comportamento da perlita modificada com quitosana em processos de adsorção de metais pesados como: manganês (II) e zinco (II), em solução aquosa, visando a aplicação desse sólido como um possível adsorvente para íons de metais pesados. 1.1.2 Objetivos específicos Caracterizar a perlita expandida pura e modificada com quitosana; Caracterizar a perlita expandida e perlita modificada com quitosana por técnicas como análise química, difração de Raios-X, espectroscopia de absorção na região do infravermelho, termogravimetria, calorimetria exploratória diferencial e análise de área superficial pelo método de BET. Obter as isotermas de adsorção em solução aquosa utilizando a perlita modificada com quitosana e os íons metálicos Mn2+ e Zn2+, em que fatores como tempo de reação, concentração dos reagentes do meio e massa de adsorvente serão avaliados. Correlacionar às isotermas experimentais aos modelos de Langmuir e Freundlich. Avaliar o modelo cinético de pseudo-primeira-ordem e pseudo-segunda-ordem utilizando a equação de Largergren. Determinar a concentração dos íons Mn2+ e Zn2+ por voltametria de onda quadrada por redissolução catódica. 18 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 POLUIÇÃO DOS SISTEMAS HÍDRICOS O ambiente é caracterizado como um conjunto de fatores que compreende as combinações das condições físicas tais como aumento, desenvolvimento e sobrevivência dos organismos (DURUIBE et al., 2007). A constituição Federal de 1988, em seu art. 225, enfatiza que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e a coletividade o dever de defendêlo e preservá-lo para a. presentes e futuras gerações. Com a suplementação da lei 6938/81, art. 14, e inciso 1§,diz respeito a responsabilidade do poluidor, determina que é o poluidor obrigado, independentemente da existência de culpa, indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade. Segundo a Lei n° 6.938/81 que dispõe sobre a política nacional do meio ambiente, em seu artigo 3° inciso III, a poluição é a deterioração da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população; criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; afetem desfavoravelmente a biota; afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientes estabelecidos. O avanço industrial e o aparecimento de novas tecnologias evidenciados nos últimos anos fizeram com que o homem começasse a se preocupar com os problemas ambientais. Esse crescimento tecnológico deve ser compatível com a preservação ambiental e para isso novas técnicas de tratamento de efluentes se fazem necessárias, com a finalidade de unir baixos custos à eficiência da preservação ambiental e da saúde pública. Os efluentes industriais de natureza inorgânica, contendo metais pesados, tais como chumbo, prata, níquel, zinco, mercúrio, manganês e ferro são atualmente um dos mais sérios problemas ambientais. Estes metais são tóxicos até mesmo em baixíssimas concentrações e não são compatíveis com a maioria dos tratamentos biológicos, excluindo a possibilidade de descarga destes efluentes na rede pública para tratamento em conjunto com o esgoto doméstico (ANDERSON et al., 2009). 19 Á água é um dos bens mais importantes da terra, sendo imprescindível para a geração e manutenção de todas as formas de vida em nosso planeta. O ser humano precisa consumir diariamente 3 litros de água doce para manter-se vivo. Entretanto, cerca de 97% da água está nos oceanos, indisponível para o consumo humano e para a maioria dos usos na agricultura. Em média 3% da água do planeta é doce, sendo que dentre este, três quartos estão contidos nas geleiras e calotas polares. Rios e lagoas são as principais fontes de água potável, constituindo em seu conjunto, menos de 0,01% do abastecimento total de água (BAIRD, 2002). Até o fim do século passado, a água era tida como um recurso praticamente inesgotável, infelizmente esta ideia se tornou equivocada, pois constantes variações geoclimáticas vêm alterando a disponibilidade de água potável, sendo essas mudanças decorrentes do trabalho humano (desmatamento, emprego indiscriminado de defensivos agrícolas, assoreamento de rios e nascentes, impermeabilização dos solos, poluição da atmosfera, ocupação de mananciais, etc.) (PEREIRA, 2004). Á água é um recurso essencial utilizado para os mais variados fins, tanto domésticos, quanto como solvente, lavagem, geração de energia e uma série de outros processos vitais para a indústria. Por causa do uso não racional da água nas últimas décadas, tem aumentado à escassez da mesma, e por isso existe uma tendência de racionalizar a utilização desse recurso. Os problemas como competição entre países, os quais dividem a mesma fonte de água, o crescimento populacional e a falta de saneamento intensificam ainda mais esse problema. Por esses motivos a água potável tem o seu custo cada vez maior, alcançando custos maiores que o petróleo, em países como a república do Iêmem. Os parâmetros de despejo de efluentes estão cada vez mais exigentes com intuito de evitar um impacto danoso aos corpos receptores (HOWELL, 2004). 2.2 METAIS PESADOS “Metais pesados” são um dos mais antigos problemas ambientais e atualmente existem novas dimensões do problema, com a produção de metais nos países em desenvolvimento levando a exposição ocupacional e relacionada ao ar, água, alimentos e produtos de consumo. O avanço da tecnologia com a produção de novos componentes 20 de metais é necessário para bens de consumo eletroeletrônicos e com o advento dos novos materiais para fuel cells (NODBERG, 2009). Segundo Duffus (2002) o uso do termo metais pesados, em geral está associado à contaminação e toxidade do elemento, sendo que cada espécie metálica ou composto deve ser tratado individualmente conforme as suas propriedades químicas, biológicas e toxicológicas. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (1984), os metais que mais preocupam são: mercúrio, cádmio, chumbo, cromo, zinco, cobre, alumínio, manganês, ferro, cobalto e níquel. A elevada concentração de metais pesados gera diversas doenças e sérios problemas fisiológicos, já que são acumulados no corpo humano. Os resíduos contendo cádmio, cromo, manganês e níquel têm elevada consequência durante a contaminação e, com facilidade, atingem os lençóis freáticos e rios, que são as fontes de abastecimento de água das cidades. O contato com a pele pode causar dermatite alérgica e mais raramente provocar ulcerações na pele formando cicatrizes, perfurações do septo nasal, câncer, distúrbios afetivos, irritação neuromuscular, cefaléia, náuseas e desmaios. Existem também suspeitas de que possam afetar o sistema imunológico de seres humanos (SALGADO, 2003). Um tratamento médico geralmente aplicado para envenenamento ocasionado por metais pesados fundamenta-se na administração de um composto que atraia o metal de modo mais forte que a enzima e em seguida, o conjunto metal-composto será solubilizado e excretado do organismo (BAIRD, 2002). Para manter a qualidade da água necessária para a reutilização, passou-se a exigir que medidas de preservação fossem adotadas surgindo uma busca na melhoria dos processos, materiais, técnicas e a sensibilização do pessoal técnico envolvido resultando prioritariamente da necessidade de se adaptar às exigências legais explicitadas através da resolução n° 357, de 17 de março de 2005 do Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) que estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes pela indústria geradora e a nova lei de crimes ambientais. Em maio de 2011, surge a resolução n° 430, que modifica parcialmente a resolução 357 em relação ao lançamento de efluentes em corpos de água receptores. As análises de seleção do tipo e grau de tratamento estão também relacionadas às exigências da Legislação Ambiental. Os valores máximos admitidos de alguns metais, para águas destinadas ao abastecimento doméstico após tratamento simplificado (classe 1) e convencional (classe 2 e 3) estabelecidos por este CONAMA são apresentados na Tabela 1. 21 Tabela 1: Padrões de potabilidade da água para metais pesados. METAL Mercúrio CLASSE 1 VMP(mg L-1)* 0,0002 CLASSE 2 E 3 VMP (mg L-1) 0,0018 Cobre 0,02 0,5 Cádmio 0,005 0,04 Ferro solúvel 0,3 5,0 Manganês 0,1 0,5 Zinco 0,18 5,0 (*)Valor máximo permissível A Tabela 2 ilustra o valor máximo permitido para o lançamento de efluentes para alguns metais, destacando-se os íons Mn2+ e Zn2+ que apresentam um valor máximo permissível de 5,0 e 1,0 mg L-1, para descarte. Tabela 2: Padrões de potabilidade da água para metais pesados em efluentes. METAL VMA*(mgL-1) METAL VMA (mgL-1) Arsênio 0,5 Ferro 15 Chumbo 0,5 Mercúrio 0,01 Manganês 1,0 Cádmio 0,2 Zinco 5,0 Cromo 0,5 (*) Valor máximo permissível Segundo órgãos internacionais regulamentadores os índices de substâncias perigosas nos Estados Unidos são definidos em termos de sua corrosividade, reatividade, toxidade e inflamabilidade, sendo definido pela Environmental Protection Agency (EPA), órgão criado em 1970 por um ato presidencial com a intenção de tornarse a agência central com o objetivo de controlar a poluição do ar, da água, e recursos das terras nacionais. Apesar dos metais pesados estarem presentes em muitos ambientes naturais, normalmente são introduzidos na água através de descargas de efluentes industriais não tratados. As principais fontes destes elementos no ambiente são: - queima de combustíveis fósseis: vários metais são encontrados em combustíveis fósseis, sendo emitidos para o ambiente como partículas durante a combustão ou acumulados nas cinzas, que podem ser facilmente conduzidos contaminando solos ou águas; 22 - indústria metalúrgica: uma grande parte dos metais são utilizados em ligas especiais e aços, tais como o chumbo, cromo, prata e zinco entre outros; - eletrônica: uma gama de elementos traço, incluindo os metais pesados, são empregados na manufatura de semicondutores e outros componentes elétricos. A poluição pode ocorrer através do processo de fabricação ou através da disposição de resíduos - mineração: Em consequência da necessidade de dispor grandes quantidades de fragmentos de rochas e outras partículas da jazida após a extração do metal (MARKERT et al., 2000). 2.3 MANGÂNES O manganês é um metal com aparência de ferro, porém duro e muito quebradiço. Quimicamente, o manganês é um elemento muito ativo. Em fino estado de divisão, o manganês se oxida facilmente ao ar, podendo mesmo tornar-se pirofórico. O íon Mn (II) apresenta a peculiar configuração eletrônica 3s23p63d5, com o nível 3d semicompleto , consequentemente a sua estabilidade é maior, bem como o volume atômico incomum. Os sais de manganês (II) são estáveis em estado seco e também em soluções ácidas. Em soluções alcalinas, precipita, porém o hidróxido de manganês (II) é rapidamente oxidado pelo ar a dióxido de manganês hidratado. O Mn (II) apresenta apenas fraca tendência, menor do que o Mn (III) para a formação de complexos (ATKINS, 2008). A principal aplicação do manganês é como desoxidante na produção de ferro e aço. Portanto, com esta finalidade, o metal é usado na forma de sua liga com ferro, conhecida como ferromanganês. O manganês é obtido a partir da pirolusita, MnO2 por meio de aluminotermia. É um metal abundante presente em diversos minerais e é considerado um elemento estratégico na economia mundial, pois tem amplo uso comercial e distribuição geográfica desigual. É utilizado na fabricação de ligas metálicas e baterias, e na indústria química, em tintas, vernizes, fogos de artifício e fertilizantes e seu uso mais nobre é como cátodo para fuel cells. Exposições prolongadas a compostos de manganês, por inalação ou oralmente, pode provocar efeitos adversos no sistema nervoso, respiratório e outros (STRACHAN, et al., 2010). Em altas concentrações acumula-se no fígado e no sistema nervoso central 23 provocando os sintomas causadores da doença do tipo “Parkinson”, que é degenerativa e por esses e outros efeitos maléficos, o manganês é considerado tóxico e está na lista dos metais pesados. Estudos comprovam que pessoas que consomem água com níveis de manganês acima da média apresentam sintomas como rigidez muscular, tremores das mãos e fraqueza. Estudos em animais constataram que o excesso de manganês no organismo provoca mudanças no cérebro, e pode levar à impotência, pois danifica os testículos (GUAN et al., 2009). O íon manganês pode ocasionar sabor desagradável em bebidas e manchar tecidos, em concentrações acima de 1 mg L-1. Porém alguns tipos de organismos tendem a concentrar o manganês e originar problemas de sabor, odor e coloração da água distribuída. A dissolução do Mn é lenta em água fria e rápida quando aquecido (MARTINS, et al., 2001). O manganês tende a originar uma variedade de números de complexos particularmente no estado +2, porém apresenta-se de forma mais comum nos estados de oxidação +2,+3 e +7. A formação de sais de manganês Mn2+ é solúvel em água, com exceção do fosfato e do carbonato, que apresentam solubilidade menor. Se o meio estiver básico resulta na formação de um hidróxido branco gelatinoso de Mn(OH)2 (MARTINS, et al., 2001). 2.4 ZINCO O zinco é um metal branco azulado, com brilho forte que, se oxidada gradualmente ao ar úmido como consequência da oxidação superficial, apresentando um raio iônico de 0,70 Å e raio metálico de 1,37 Å, possuindo a configuração eletrônica 1s22s22p63s23p63d104s2. O zinco é geralmente usado na cobertura protetora de outros metais, principalmente na zincagem de lâminas de ferro. Encontra aplicação na fabricação de células galvânicas e principalmente de pilhas. Grande parte da produção mundial de zinco provém do processo eletrolítico, porém a destilação a partir de certos minérios de zinco continua sendo utilizada, por exemplo, em blendas contendo silicatos, difíceis de trabalhar com o processo eletrolítico (ATKINS, 2008). O íon Zn (II) possui os orbitais preenchidos (d10), impossibilitando a sua participação em reações de óxido-redução, mas permitindo que ele seja o aceptor de um 24 par de elétrons. Assim, o zinco funciona como cofator em reações que necessitam de um íon redox-estável (MAFRA, 2005). A ocorrência de zinco em águas naturais é comum e este pode ser encontrado em diferentes formas químicas, desde como íons hidratados e complexados com compostos inorgânicos ou com compostos orgânicos. O óxido de zinco e o carbonato de zinco são praticamente insolúveis em água, contudo, o cloreto de zinco é intensamente solúvel em água. O zinco é encontrado na maior parte na forma bivalente em suas combinações. Quando em solução exibe-se em diferentes espécies, dependendo do pH do meio, segundo Mohan e Singh (2002), a hidrólise do zinco é insignificante até pH menor que 7, mas forma diferentes espécies a pH superiores. Para pH na faixa de 4 a 10 estará na forma de Zn(OH)2, e em pH de 10 a 14 estará na forma de Zn(OH)3- ou Zn(OH)2-. O zinco em concentrações acima de 5,0 mg L-1 ocasiona um sabor á água e certa coloração a águas alcalinas. Sob essa circunstância o zinco é considerado tóxico e segundo a Organização Mundial de Saúde, é um dos metais que mais preocupam, dentre outros, pois doses altas de sais de zinco quando consumidos podem ser prejudiciais para a saúde humana, estimulando perturbações do trato-intestinal. O zinco é um metal fundamental ao organismo dos seres vivos por participar em pelo menos, 70 conhecidas metaloenzimas, por contribuir em várias funções específicas, possuindo importância estrutural e funcional em mais de 300 enzimas e outras proteínas. 2.5 PROCESSOS DE REMOÇÃO Diversos são os métodos para remoção dos metais, sendo os mais utilizados a extração com solventes, a flotação, redução, precipitação química de carbonatos, sulfetos, óxidos e hidróxidos metálicos, sendo este último o mais observado, onde requer um meio alcalino na faixa de 8,0 a 9,0 e a temperatura rigidamente monitorada também nos quais se formam hidróxidos metálicos ou óxidos que apresentam reduzida solubilidade. Técnicas mais avançadas como troca iônica, processos com membranas (osmose reversa, ultrafiltração e eletrodiálise) são empregadas, mas problemas técnicos, custos de operação ou dos materiais utilizados impossibilitam economicamente o processo de tratamento dos efluentes. Consequentemente, muitas pesquisas têm sido 25 voltadas na busca de processos e materiais alternativos, de baixo custo e de boa eficiência, que retirem os elementos metálicos do meio aquoso e a adsorção tem sido considerada como um dos mais efetivos e amplamente utilizados (HAN et al., 2006). Porém, as técnicas tradicionais são inadequadas para a descontaminação de grandes volumes de efluentes possuindo metais pesados em baixas concentrações, por causa da baixa eficiência operacional e dos elevados custos de extração resultante deste processo. Consequentemente políticas ambientais mais severas tem buscado o estabelecimento de padrões de concentração cada vez menores para os poluentes oriundos nos efluentes. As indústrias têm sido obrigadas a ajustar os processos existentes, por meio de aplicação de procedimentos que visam a menor formação ou a remoção de elementos tóxicos dos efluentes industriais. 2.5.1 adsorção A adsorção ocorre sempre que duas fases imiscíveis são colocadas em contato, assim a concentração de uma substância numa etapa é maior na mediação do que no seu interior, e esta substância acaba se armazenando na superfície da outra, ou seja, o processo de adsorção consiste na concentração de uma superfície na mediação de duas fases imiscíveis (ADAMSON, et al., 1990). Essencialmente o estudo de adsorção na interface sólido-líquido consiste na determinação da variação de concentração que ocorre quando certa quantidade de solução entra em equilíbrio com uma conhecida parte do adsorvente. Com base na variação de concentração do soluto na solução, a quantidade adsorvida de um dado componente pode ser determinada e plotada em função da concentração deste mesmo componente na solução de equilíbrio, obtendo-se uma curva denominada, isoterma de adsorção. Existem dois tipos fundamentais de adsorção: física e química. A adsorção química é particular e está relacionada à formação de um composto bidimensional, como por exemplo, quando gases entram em contato com superfícies metálicas limpas. A adsorção física é não específica, rápida e reversível. O adsorbato encontra-se ligado à superfície somente por forças de Van der Waals. A interação entre o soluto e a superfície do adsorvente resulta da existência de forças atrativas não compensadas na superfície do sólido, como mostrado na figura 1(FIGUEIREDO, et al.,1989). 26 Figura 1: Representação esquemática da energia superficial de um sólido. (FIGUEIREDO, 1989, adaptado) Na mistura de um sólido fino com uma solução diluída de um corante observase que a intensidade da coloração decresce acentuadamente. Por outro lado, a exposição de um sólido finamente dividido a um gás a baixa pressão, verifica-se que esta pressão decresce. Nestas situações o adsorbato é adsorvido sobre a superfície do sólido e a intensidade do efeito depende da temperatura, da natureza da substância adsorvida (o adsorbato), da natureza e estado de agregação do adsorvente (o sólido finamente dividido) e da concentração do analito (CASTELLAN, 2003). Atualmente a adsorção vem se destacando como um tratamento viável, aplicado à tecnologia de remoção de metais pesados, tanto do ponto de vista operacional como econômico. As principais vantagens deste processo em relação à precipitação química são a recuperação dos íons metálicos, capacidade de remover baixas concentrações de metais em efluente e pequeno volume de lodo. Os principais fatores que influenciam o equilíbrio de adsorção são a estrutura porosa do sólido, sua heterogeneidade e suas propriedades físicas superficiais. Quanto mais finamente dividido estiver este sólido, maior será sua eficiência em adsorver as moléculas presentes no meio. A intensidade desses efeitos depende também da temperatura, da natureza das substâncias presentes no meio ou da concentração dos íons metálicos em solução. O processo de adsorção também é dependente das diferenças entre as propriedades químicas do solvente e adsorbato (CIOLA, 1981). 2.5.2 Tipos de adsorção Se entre o adsorbato e a superfície do adsorvente podem agir apenas forças de Van der Waals, a adsorção é chamada física. As moléculas encontram-se fracamente 27 ligadas à superfície e os calores de adsorção são baixos, de alguns quilojoules (FIGUEREIREDO, 1989). O aumento da temperatura produz uma redução notável na quantidade adsorvida. Quando as moléculas adsorvidas reagem quimicamente com a superfície, o fenômeno é chamado de adsorção química. Como na adsorção química ligações são quebradas e formadas, o calor de adsorção é da mesma ordem dos calores de reação química, variando em alguns quilojoules até, aproximadamente, 400 kJ. Além disso, a adsorção química não progride além da formação de uma única camada sobre a superfície do adsorvente. Consequentemente uma isoterma de adsorção do tipo Langmuir, que propõe uma única camada, é mais adequada para a interpretação dos dados (CASTELLAN, 2003). A adsorção física (fisissorção) é caracterizada por uma interação fraca entre a superfície e a espécie adsorvida (adsorbato). Este tipo de interação não envolve transferência de carga da molécula adsorvida para a superfície ou vice e versa. É um processo exotérmico e o calor de adsorção está na ordem de 1-15 kcal mol-1, em consequência da baixa energia de interação com a superfície e a ausência de uma energia de ativação para que ocorra a adsorção, atinge-se rapidamente o equilíbrio, assim, o processo é qualificado como reversível. Apresentam forças covalentes entre os átomos e moléculas para se manterem unidas e, por sua vez, para que esses sólidos gerem retículos devem possuir forças que juntem essas moléculas. A quimissorção difere da fisissorção de modo significativo. Não é incomum que as ligações químicas de moléculas quimissorvidas sejam rompidas e que os fragmentos resultantes se liguem diretamente aos átomos superficiais. Ao gerar ligações químicas com os átomos superficiais, os fragmentos podem satisfazer suas exigências eletrônicas de valência (BALL, 2006). Dependendo do soluto e do sólido, o fenômeno da adsorção pode resultar na participação de elétrons entre o adsorbato e a superfície sólida, ocorrendo uma adsorção química em que, diferentemente da física, é geralmente irreversível, pois o calor de adsorção superior a 20 KJ mol-1 é da ordem de grandeza de uma ligação química. Na adsorção química uma acentuada quantidade de energia é necessária para a remoção dos solutos quimicamente adsorvidos por complexação. A quimisorção ocorre apenas entre certos adsorventes e espécies adsorvíveis e se a superfície estiver livre de impurezas, ou seja, este tipo de adsorção está condicionado à natureza das espécies adsorvidas. A limitação da adsorção está associada aos vários mecanismos de transporte de massa envolvidos, sendo esse o deslocamento do adsorbato ao redor da superfície do adsorvente sólido, gerando um filme; a difusão do adsorbato no filme; a difusão do 28 adsorbato no interior dos capilares ou poros internos do adsorvente sólido, igualmente nomeado como difusão nos poros; e a adsorção do soluto nas paredes dos capilares ou da superfície interna do adsorvente (FIGUREDO, 1989). 2.6 ADSORVENTES Os adsorventes foram descobertos no século XVIII, quando se estudavam gases sendo adsorvidos em carbono ativo e desde então o emprego da adsorção tem sido de indispensável importância industrial. A finalidade para o uso industrial de adsorventes geralmente é para separar e/ou purificar uma determinada espécie química, mas também encontram aplicações em procedimentos de pré-concentração. A maior parte dos adsorventes são materiais altamente porosos e a adsorção ocorre inicialmente nas paredes dos poros ou nos sítios específicos dentro da partícula (ORTIZ, 2000). É importante ressaltar que a capacidade apresentada pelos materiais naturais em adsorver metais é um parâmetro essencial para o seu uso como adsorvente alternativo. Além disso, durante a escolha de um material adsorvente natural, deve-se priorizar o baixo custo, facilidade de obtenção e abundância do referido material. Diversos fatores influenciam o equilíbrio de adsorção, tais como a composição molecular ou natureza do adsorvente, a dissolução do soluto, o pH do meio e a temperatura. A composição molecular ou a natureza do adsorvente é especificamente importante no grau de adsorção que pode ocorrer do tipo e a localização dos grupos funcionais responsáveis pela adsorção afetando o mecanismo. Outro fator que também pode influenciar na adsorção é o diâmetro molecular do adsorbato (SANTOS, 1992). O processo de separação tem papel-chave na redução de problemas ambientais e existem diversas pesquisas em desenvolvimento para retirar metais em água sendo utilizados diversos materiais, como zeólitas (OREN, 2006), óxido de ferro revestido com areia (GUPTA, 2005), quitosana (DING, 2006), carbono ativo (SIKAILY, 2007), bentonita (SEN, 2011), perlita (GHASSABZADEH, 2010) e biomassa. Para os adsorventes citados são investigados a capacidade de adsorção, cinética de adsorção, parâmetros termodinâmicos, a presunção do mecanismo de ligação, reutilização, a influência de outros íons, etc, embora não exista apenas uma única espécie tóxica em água e esgoto, eles são analisados em um único modelo de sistema, provavelmente pela razão de um melhor conhecimento dos fenômenos de adsorção. Estes materiais podem 29 ser modificados quimicamente devido à presença de grupos funcionais reativos, as hidroxilas, presentes na estrutura e com isto aumentar significativamente a capacidade de adsorção dos metais devido à introdução de grupos mais ricos em elétrons ganhando maiores habilidades de complexação (FUTALAN, 2011). A caracterização morfológica é fundamental para avaliar o comportamento cinético do adsorvente exigindo a caracterização dos seguintes dados: volume específico de poros, porosidade e distribuição de tamanho de poros e área específica. Sendo estes geralmente classificados segundo a IUPAC em três grupos, de acordo com a seu diâmetro de poros: macroporosos (>50 nm), mesoporos (2-50 nm) e microsporos (< 2nm). 2.6.1 Argilas As argilas são materiais geológicos finamente separados e seus constituintes têm cristais de limitado tamanho, em regra com diâmetro esférico equivalente, inferior a 2 micrômetros, sendo proveniente da decomposição, durante milhões de anos, das rochas feldspáticas, muito abundantes na crosta terrestre. As argilas são originadas de rochas cristalinas e eruptivas como os feldspatos, um mineral constituinte das rochas, granitos e basaltos que em um processo longo e lento de decomposição por efeito de agentes geológicos como o vento, chuvas, temperaturas frias e quentes e a erosão pelas partículas de areia que carregadas pelo vento causam a fragmentação da rocha maciça em grãos de vários tamanhos. As propriedades que mais se destacam são granulometria fina, variedade química e estrutural, variação de área superficial e capacidade de troca iônica (MEIRA, 2001). A classificação das argilas é descrita através da variação qualitativa e quantitativa dos minerais argilosos e não argilosos que as constituem, à mudança da distribuição dimensional das partículas minerais que as configuram e às suas características texturais. As argilas secundárias ou sedimentares são as que têm sido transportadas para mais longe da rocha mãe pela água, pela ação do vento e incluindo o degelo. A água particularmente tritura a argila em partículas de diferentes tamanhos, fazendo com que as mais pesadas se depositem primeiro e as mais leves vão se depositando de acordo com seu peso pelo decorrer do caminho (COELHO, 2007). 30 As argilas classificam-se em duas classes distintas: Argilas primárias e argilas secundárias. As primárias são originadas no mesmo local da rocha mãe e têm sido pouco atacadas pelos agentes atmosféricos. Possuem partículas mais grossas e coloração mais clara, são pouco plásticas, porém de grande pureza e tem elevado nível de fusão, sendo o caulim umas das argilas deste tipo. As secundárias são mais finas que as primárias, podendo, no entanto conter impurezas ao se misturarem com outras matérias orgânicas (SANTOS, et al.,1992). 2.6.2 Argilominerais Argilominerais são filossilicatos, que além do oxigênio e silício, possuem elevada quantidade de alumínio, ferro e magnésio hidratados na sua estrutura. A sua organização tem arranjo bidimensional de forte ligação entre seus átomos formando folhas e na terceira direção a ligação é mais fraca entre folhas compostas de tetraedros de oxigênio e silício e folhas de octaedros com cátions comumente de alumínio, magnésio e ferro nos estados de oxidação dois ou três. A maior parte dos argilominerais são formados fundamentalmente por partículas “cristais” com algumas dimensões geralmente abaixo de 2 μm, sendo muitas vezes denominados “silicatos em camadas” e “filossilicatos”. Alguns argilominerais podem ter uma fração com dimensões na faixa de 1 a 100 nm; sendo essa denominada nanométrica. Entretanto, os termos argila e argilomineral referem-se a materiais encontrados na natureza. Há cerca de 40 argilominerais; somente poucos são constituintes das argilas industriais e das argilas especiais (COELHO, 2007). Fisicamente os argilominerais são compostos de grãos muito finos, cujas estruturas possuem aspectos de folhas. Tais organizações constituem-se de folhas de óxido de silício, alternando com folhas de óxido de alumínio. As folhas de óxido de silício são formadas por tetraedros, onde cada átomo de silício é envolvido por quatro átomos de oxigênio em cada tetraedro, figura 2. Essa folha é denominada de folha tetraédrica e o óxido de alumínio está contido em uma folha octaédrica, assim nomeada, pois cada átomo de alumínio está rodeado por seis átomos de oxigênio em uma forma octaédrica. A estrutura é formada de tal maneira que alguns dos átomos de oxigênio estão ligados entre átomos de Al, e outros à folha tetraédrica (MANAHAN, 2000). 31 Figura 2: Representação um átomo de silício central e quatro átomos de oxigênio nos vértices. Os Argilominerais e óxidos de Al, Fe e Mn minimizam a lixiviação de nutrientes do solo, aumentam a retenção de água e interagem com os diversos poluentes, principalmente devido às suas estruturas e elevada área superficial, o que forma elevada capacidade de troca catiônica (CTC). Essas características são em especial aos argilominerais, cujas estruturas são formadas por uma camada octaédrica, geralmente de alumina, entre duas camadas tetraédricas de sílica, sendo denominada de silicatos em camadas do tipo 2:1. São os principais componentes desse grupo, as esmectitas, vermiculitas, cloritas e ilitas (SPOSITO, 1989 e Mc BRIDE 1994). O tratamento ácido utilizado nas argilas tanto para fins industriais como científicos, consistindo na ativação de seus sítios com soluções ácidas, vem sendo estudado para reforçar a capacidade de adsorção. Os tratamentos ácidos de outros argilominerais, por exemplo, vermiculitas (SANTOS, 2007) e perlita (HASAN, 2008) também têm sido estudados. Dentre eles, a perlita se apresenta como uma boa opção para ser usada como matéria prima devida sua abundância e baixo custo e facilidade de expansão do seu volume, sendo uma área de pesquisa extremamente ativa atualmente na química das argilas que trata de aspectos fundamentais. 2.6.2.1 Perlita A perlita é uma rocha vulcânica vítrea de coloração cinza variando ao preto. Diferentes tipos de perlita são encontrados com composição e propriedades variáveis. Quando a perlita é aquecida a temperaturas elevadas (800-1200°C) resulta em um produto leve e branco em forma de grãos e é denominada “perlita expandida”. A água 32 contida na perlita é evaporada durante o processo de aquecimento formando uma infinidade de bolhas de ar seladas e conectadas entre si. Essas bolhas são responsáveis pelo peso e excelentes propriedades físicas da mesma (KALYANI, 2005). A perlita apresenta a seguinte composição molar [9,4 SiO2: Al2O3: 0,5 Na2O: 0,39 K2O: 0,12 CaO: 1,2 H2O + (MgO 0.016: 0.035 Fe2O3: 0.013 TiO2)], tabela 3. Quase toda a perlita é consumida na forma expandida, apesar da perlita não expandida ter algumas aplicações (ALKAN, 2005). A perlita expandida pode ser aplicada na construção civil, horticultura, filtros, isolantes (térmico e acústico), blocos refratários e tijolos. Ela também pode ser utilizada em tintas, esmaltes, vidro, plásticos, resinas, borrachas e em herbicidas, inseticidas e fertilizantes químicos. O argilomineral é utilizado como catalisador em reações químicas e como abrasivo. Atualmente as partículas da perlita são utilizadas no processamento de alimentos, e produtos farmacêuticos manufaturados (ALKAN, 1998; PICHOR, 2009; ALKAN, 2005; TEKIN, 2006). Tabela 3 Composição química da perlita expandida Constituinte % SiO2 Al2O3 71,0-75,0 12,5-18 Na2O 2,9-4,0 K2O 4,0-5,0 CaO 0,5-2,0 Fe2O3 0,1-1,5 MgO 0,03-0,5 TiO2 0,03-0,2 MnO2 0,0-0,1 SO3 0,0-0,1 FeO 0,0-0,1 Ba 0,0-0,1 PbO 0,0-0,5 Cr 0,0-0,1 Fonte: (NOGUEIRA, 2011) 33 Dogan e Alkan (2004 e 2005) enfatizam que a carga superficial negativa da perlita aumenta proporcionalmente com o pH. A variação da densidade superficial de carga da perlita em função do pH pode ser resultado da ionização de grupos silanóis da superfície. De acordo com Ghassabzadeh, (2010) a adsorção dos íons cobalto e chumbo aumentou significativamente com o aumento do pH, atingindo o seu valor máximo em pH igual a 6,5. No entanto, o aumento no pH levou a precipitação dos íons metálicos e acumulação dos metais na superfície da perlita expandida prejudicando o mecanismo de adsorção. Em estudos cinéticos com o pH acima de 8 foi verificado que ocorreu a precipitação dos íons metálicos como hidróxidos. Tekin et al (2006), estudou a adsorção, propriedades eletrocíneticas e as interações entre poli(vinilimidazol), tendo a perlita expandida como suporte , concluindo que a adsorção foi dependente do pH e observando que com o aumento do pH, força iônica e temperatura ocorre intensificação da adsorção ajustando-se ao modelo de Langmuir. Em relação à cinética de adsorção observa-se que o modelo de pseudo-primeira ordem foi o que melhor se enquadrou nos resultados da adsorção entre a perlita expandida e o poli(vinilimidazol). A perlita expandida foi utilizada na remoção do azul de metileno sendo investigado a influência da temperatura, pH, concentração do analito tendo o autor encontrado que com o aumento da temperatura de 30 a 60°C ocorreu um aumento no processo de adsorção. O melhor pH para remoção do corante foi 7. A massa de adsorvente utilizada foi de 10 g adicionada para um litro da solução de azul de metileno. O estudo cinético do processo de adsorção da perlita expandida ao azul de metileno foi compatível com o modelo cinético de segunda-ordem seguindo a equação de Largergren (MEHMET, et al., 2004). A perlita foi utilizada como material percussor para a geração da analcima, um mineral comum no grupo da zeólita, e sendo avaliado a capacidade de troca iônica dos íons 2+ Cu2+,Ni2+,Pb2+ 2+ 2+ e Zn2+ obtendo a seguinte ordem de seletividade 2+ Pb >Zn >Cu >Ni (TANGKAWANIT, et al., 2005) Os íons Cu2+ e Pb2+ foram analisados em relação a adsorção desses metais em meio aquoso tendo como adsorvente a perlita onde foi investigado fatores termodinâmicos e cuja capacidade de adsorção foi de 8,62 e 13,39 mgg-1, respectivamente (SARI, et al., 2007). De acordo com Vaou (2010) há três variações de perlita (natural, semiexpandida e expandida) e em seu trabalho foi avaliado a acumulação de fosfato proveniente da bactéria Acinetobacter Junii de águas residuárias, tendo como melhor 34 resultado o da perlita expandida, seguido pela perlita semi-expandida e natural, comprovando que o processo de adsorção foi dependente do tamanho da partícula. Segundo Ghassabzadeh (2010), Os átomos de silício na superfície tendem a manter sua geometria tetraédrica com o oxigênio, complementando a coordenação à temperatura ambiente pela ligação monovalente dos grupos hidroxilas, formando grupos silanois. Os diferentes tipos de grupos silanóis são mostrados a seguir: Grupo silanol Grupo silandiol Grupo silanotriol A presença dos grupos silanóis é influenciada pelo pH do meio, segundo Alkan 2005 ao estudar o potencial Zeta da perlita expandida pode comprovar que o sítios ativos hidroxilas da perlita é influenciado pelo pH, sendo os íons H+ considerados como cátions trocáveis presente no grupos Si-OH e Al-OH encontrado em maior proporção na composição da perlita. Portando a variação do pH em um sistema tende a afetar o comportamento de troca iônica, que é controlado por forças eletrostáticas. Em soluções ácidas ou básicas as hidroxilas presente nos grupos silanóis tendem a ser protonados e desprotonados. Devido a essa característica em soluções ácidas a superfície sólida pode ter impacto positivo na carga superficial e negativo para soluções básicas. A mobilidade eletroforética das suspenções de sólidos pode ser medida como uma função do pH. Por está técnica, também pode ser observado que o coloide passa por um ponto zero de carga líquida em que sua mobilidade é zero. O ponto em a reversão de carga é observado através da eletroforese é denominado como ponto isoelétrico (ALKAN, 2005). A perlita já vem sendo utilizada na criogenia para isolamento térmico e vibrações nos testes de foguetes para a NASA (National Aeronautics and Space Administration) no qual se fez análise da expansão de foguetes submetidos a ciclos térmicos, após a incorporação da perlita (ISSA, 1995). Vem sendo utilizado, também, como um portador para inoculantes bacterianos, seguindo os procedimentos de produção e aplicação semelhante ao utilizado para a turfa, sendo a perlita de melhor aplicação pois não causa riscos de produzir substâncias tóxicas ao se expandir (DAZA et al, 2000) e no tratamento hidrotérmico de perlita com soda caústica para a 35 incorporação de metais (YILMAZ , et al., 2001) .A perlita está sendo incorporada em cimentos como aditivo para melhorar as propriedades mecânicas, hidratação e permeabilidade (TOPÇU , 2008) e como adsorventes de metais pesados na sua forma expandida, para remoção de Co2+ e Pb2+ (GHASSABZADEH, et al., 2010), Ag2+, Cu2+ e Hg2+ (GHASSABZADEH, et al., 2010), Th4+ (TALIP, et al., 2009), Cd2+ (MATHIALAGAN, et al., 2002) e Cr3+ (CHAKIR, et al., 2002). A Tabela 4 mostra os metais estudados com as suas capacidades máximas de adsorção. Tabela 4 – Capacidade máxima na adsorção de remoção de vários metais pesados na perlita expandida. Metais Co2+ e Pb2+ Capacidade de adsorção (mgg-1) 1,05 e 6,27 Máxima concentração Referências inicial (mgL-1) 6,0 e 10 Ghassabzadeh (2010) Ag2+, Cu2+ e Hg2+ 8,46; 1,95 e 0,35 10 Ghassabzadeh(2010) Th4+ --- 50 Talip(2009) Cd2+ 0,64 1a8 Mathialagan(2002) 3+ Cr 1,02 10 Chakir(2002) Cu2+ 2,45 10 Alkan (2001) 2.7 POLÍMEROS Os polímeros são moléculas compostas por repetições de pequenas e simples unidades químicas, chamadas por monómeros, ligadas através de ligações covalentes. São classificados em relação a sua ocorrência, à natureza da sua cadeia, à sua estrutura, ao seu comportamento mecânico, à disposição espacial dos seus monómeros, à sua morfologia e ao tipo de reação que lhe deu origem (MANO, et al.,1999). Em relação a sua ocorrência, os polímeros são classificados em naturais e sintéticos. Os naturais são os que já existem normalmente na natureza, sendo exemplo destes polímeros, entre outros, a celulose, a borracha natural, o amido, as proteínas e os ácidos nucléicos. Os polímeros sintéticos são compostos orgânicos, produzidos pelo homem através da reação de polimerização de moléculas simples, dos quais são exemplos: o polietileno, o vidro acrílico, o PVC, etc. Os polímeros sintéticos são obtidos da união de monómeros à molécula em crescimento, um de cada vez. A sua produção é realizada através de um processo de polimerização, de modo a formarem-se as longas cadeias de moléculas orgânicas. Em relação à natureza da cadeia dos 36 polímeros, estes podem ser: de cadeia homogênea ou cadeia heterogénea. Os de cadeia homogênea são os que apresentam o esqueleto da cadeia apenas átomo de carbono. Os de cadeia heterogênea apresentam o esqueleto de cadeia átomos diferentes de carbono (MANO, et al.,1999). A aplicação comercial de um novo produto depende de suas propriedades e essencialmente do seu valor. O preço de um polímero depende basicamente de seu processo de polimerização e disponibilidade do monômero. Desse modo, os principais produtores de matérias-primas para a geração de monômeros são divididos em três grupos: produtos naturais, hulha ou carvão mineral e petróleo. O comportamento durante a formação de um polímero, viscosidade no estado fundido, é função da complexidade de fluxo apresentada pelas cadeias poliméricas. Essa dificuldade é ocasionada pelo acentuado número de enrosco, que as longas cadeias provocam, consequentemente é importante o conhecimento e controle da massa molar média obtida durante a polimerização. A massa molar é uma média dos comprimentos de todas as cadeias medidas individualmente, sendo necessária a separação das cadeias, o que pode ser feito de uma maneira prática através da solubilização do polímero em um solvente adequado (CANEVAROLO Jr, 2002). 2.7.1 Quitosana É um biopolímero (Figura 3) obtido da desacetilação da quitina, maior constituinte de exoesqueletos de crustáceos, moluscos e insetos, também em algumas espécies de fungos, participando da parede celular (WU, et al.,2005). Figura 3: Representação das estruturas primárias idealizadas de quitina e quitosana, onde n é o grau de polimerização. Fonte: (WU, et al., 2005). 37 A quitosana origina-se da desacetilação parcial da quitina. As propriedades físico-químicas da quitosana são identificadas pelo grau de polimerização e da estrutura da cadeia. O grau de polimerização está ligado à distribuição da massa molar e para a quitosana comercial este valor está entre 50.000 e 2.000.000 Daltons. A característica da cadeia é definida pela composição química e a sequência de unidades acetiladas (ou desacetiladas), definida pelo grau de acetilação, ou desacetilação, que é a porcentagem de unidades monoméricas que estão acetiladas (VASCONCELOS et al, 2006). A quitosana é facilmente solúvel em ácidos tais como ácido acético, perclórico e ácido clorídrico, devido a protonação os grupos amino sendo protonados através de ligações hidrogênio, e devido à sua natureza hidrofílica, possibilitando a retenção de água na sua estrutura. A solubilidade da quitosana está relacionada com a quantidade dos grupos amino protonados (-NH3+) na cadeia polimérica, quanto maior a quantidade desses grupos, maior a repulsão eletrostática entre as cadeias e também a solvatação em água. O grau de protonação pode ser quantificado através da variação da concentração de quitosana. Para uma determinada concentração de ácido, o grau de protonação depende do pKa do ácido usado para dissolver a quitosana, sendo ela susceptível a mudanças estruturais, devido à acentuada quantidade de grupos reativos como as hidroxilas, principalmente, os grupos amino, especialmente em reações de N-acetilação, N-alquilação, N-carboxilação, N-sulfonação e formação de bases de Schiff com aldeídos e cetonas (ARANAZ, et al. 2009). O emprego da quitosana como biomaterial é devido as suas propriedades, tais como: biocompatibilidade e atoxicidade; biodegradabilidade, potencial para formação de complexos com polieletrólitos aniônicos tais como proteínas, polímeros e outros; é passível de modificações químicas e é também um material que pode ser trabalhado em diversas formas, como: gel, membranas, esponjas e solução (NGAH, et al., 2011). A solubilidade da quitosana em meio ácido torna-se fonte para a preparação de hidrogéis onde a extensão de dissociação das ligações hidrogênio pode modificar a cinética de reação desses géis formados, porém em soluções neutra e alcalina se mostra insolúvel. Os principais parâmetros que influenciam as propriedades físicas e químicas da quitosana são massa molar e grau de acetilação. Geralmente, hidroxila (OH-) e amina (NH2+) são os grupos disponíveis para a ligação característica de coordenação com íons metálicos como Cu2+, Cd2+ , Cr3+, Cr4+ e U4+. Quanto maior a quantidade desses grupos, maior a repulsão eletrostática entre as cadeias e também a solvatação em água. Esses grupos poderão ser determinados por várias técnicas, como a espectroscopia de 38 absorção no infravermelho, espectroscopia de ultravioleta, espectroscopia de RMN de 1 H e 13C e cromatografia gasosa (EVANS et al., 2002). Nos últimos anos, a quitosana tem sido explorada como adsorvente para a remoção de metais pesados no tratamento de água. Vários pesquisadores têm tentado modificar a quitosana para facilitar a transferência de massa e aumentar os sítios ativos para intensificar a capacidade de adsorção. Para superar alguns problemas do uso da quitosana pura, tais como custo, reforçar a complexação dos íons metálicos, os pesquisadores estão modificando ou revestindo quimicamente para a sua utilização como adsorvente (SWAYAMPAKULA et al., 2009). A aplicação dos hidrogéis de quitosana é limitada devido à resistência mecânica ser baixa e disposição à dissolução, contudo, vem-se preparando hidrogéis através de reticulações iônicas reversíveis da quitosana, na sua estrutura policatiônica ou através de reticulações química irreversíveis da quitosana (FUTALAN et al., 2010). O uso da quitosana incorporada a alguns argilominerais já vem sendo avaliada e segundo Hasan (2006, 2008) a habilidade na remoção de metais pesados aumenta quando a perlita é revestida com quitosana quando se utilizou íons Cd2+, foi possível a capacidade máxima de adsorção de 178,6 mg g-1 em pH 5,0 e Cu(II) de 104,0 mg g-1. A bentonita foi avaliada como adsorvente na remoção de Zn2+ analisando fatores termodinâmicos sendo possível constar que a capacidade máxima de adsorção a 25°C é de 4,81 mg g-1 (ARAÚJO et al., 2009). Kaya (2005) comparou a bentonita natural e a sódica na remoção de íons Zn2+ onde pode concluir que a bentonita sódica foi mais eficiente no processo de adsorção tendo uma capacidade de adsorção de 8,72 mg g-1. LAUS ( 2006), estudou a remoção de Mn e Fe em meio aquoso utilizando uma coluna com ciclos de adsorção/ dessorção, sendo possível comprovar a remoção total dos íons Fe e em menor percentual para os íons Mn. A Tabela 5 ilustra o emprego desses novos materiais na adsorção de metais. 39 Tabela 5 – Capacidade máxima de adsorção na remoção de vários metais pesados. Adsorvente Metais Bentonita Zn2+ 4,81 Máxima concentração inicial (mgL-1) 100 Turfa Zn2+ e Cd2+ -- 20 Petroni (2000) Bentonita Zn2+ 54 90 Kaya(2005) Quitosana Fe e Mn -- 10 Laus (2006) Bentonita Zn2+ 68,49 100 Sen (2010) Quitosana 2+ 32,78 e 5,35 400 Guan(2009) 6,56 20 Ding (2006) -- 10 Swayampakula(2009) -- 10 Hasan, 2008 Mn e Zn Quitosana Capacidade de adsorção (mgg-1) 2+ Zn2+ Perlita/quitosana Cu2+ , Co2+ e Ni2+ Perlita/quitosana Cu2+ Referências Araújo(2009) 2.8 ESTUDO CINÉTICO É essencial determinar como as taxas de adsorção dependem da concentração do adsorbato em meio aquoso e como as taxas são influenciadas pela capacidade de adsorção ou pelas características do adsorvente. Diversos modelos tais como Lagergren e Ho e Mckay são utilizados para descrever os mecanismos de difusão das espécies metálicas. Estes mecanismos acontecem de duas formas fundamentais tais como a difusão na solução à camada limite do sólido a difusão no sólido, via transporte no poro ou na superfície (difusão intrapartícula). Cada um desses diferentes modelos leva em conta uma cinética de reação, controlada seja pela difusão intrapartícula, seja pela difusão externa, ou uma combinação dos dois. A caracterização textural é uma influência essencial para avaliar o comportamento cinético do adsorvente e é necessária a determinação dos seguintes parâmetros principais: volume específico de poros, porosidade, distribuição de tamanho de poros e área específica (FUNGARO, 2009). Há modelos que consideram que a cinética de adsorção seja principalmente controlada pela difusão externa: modelo de Lagergren (pseudo-primeira-ordem) e modelo de Ho e McKay (pseudo-segunda-ordem) (MOSTAFA et al.,2011). Esses modelos assumem que a transferência de massa acontece na superfície externa do adsorvente. 40 Diversos modelos cinéticos são usados para avaliar os dados experimentais, dentre eles o modelo de Lagergren que considera que a adsorção é baseada numa cinética de pseudo-primeira-ordem dada pela seguinte equação (GUPTA et al., 2011): dq1 =k1 (qe -q t ) dt (1) onde k1 é a constante de velocidade da adsorção de pseudo-primeira-ordem; qe é a quantidade de substância adsorvida no equilíbrio em mg g-1 e qt é quantidade adsorvida em um tempo t em mg g-1. Após determinar os limites de integração iniciais como 0 e finais com t, a equação se torna: log(qe -q t )=logqe - k1 t 2,303 (2) Construindo-se um gráfico de log(qe-qt) em função de t, pode-se obter pela inclinação da reta gerada a constante de velocidade de adsorção de pseudo-primeira ordem das substâncias estudadas. Para uma adsorção de pseudo-segunda-ordem no equilíbrio eq. 2 pode ser expressa da seguinte forma: dq1 2 =k (qe -q t )2 dt (3) na qual k2 é a constante de velocidade da adsorção de pseudo-segunda-ordem. Integrando a equação e aplicando as condições iniciais, tem-se: t 1 1 = 2 2+ t q t k qe qe (4) Construindo-se um gráfico de t/qt em função de t, pode-se obter pelo coeficiente linear da reta a constante de velocidade k2 de adsorção de pseudo-segunda ordem das substâncias analisadas. 41 2.9 CLASSIFICAÇÃO DAS ISOTERMAS A forma das isotermas é utilizada para descrever o tipo de interação entre o adsorbato e o adsorvente. Algumas formas típicas são descritas por McCabe et al. (2005) e são apresentadas na Figura 4. Figura 4 - Tipos de isotermas (McCabe et al., 2005, adaptado). As formas das isotermas de adsorção são de difícil compreensão devido à heterogeneidade estrutural e energética da superfície sólida, as quais são particulares dos diferentes tipos de adsorventes utilizados. A isoterma linear passa pela origem e a quantidade adsorvida é proporcional à concentração da solução, correspondendo a uma partição do soluto entre a solução e o adsorvente, sendo favorecida por substratos porosos e flexíveis e regiões de diferentes graus de solubilidade para o soluto. As isotermas convexas são favoráveis, pois acentuadas quantidades adsorvidas podem ser obtidas com baixas concentrações de soluto. As isotermas côncavas são desfavoráveis, pois altas concentrações da solução são necessárias para baixas concentrações de adsorbato no sólido (McCabe et al., 2005). 42 2.9.1 Isotermas de adsorção A quantidade de um elemento adsorvido em razão da concentração na solução em equilíbrio, geralmente pode ser representada por isotermas de adsorção, sendo essas isotermas, equações matemáticas usadas para descrever a adsorção sem, entretanto fornecer informações sobre o mecanismo das reações envolvidas (FIGUEIREDO, 1989). A quantidade de íons metálicos adsorvidos por unidade de massa de adsorvente qe (mg/g) é calculado através da seguinte equação: qe = V (Ci -Ce ) M 5 onde Ci e Ce representam as concentrações iniciais e no equilíbrio (mg L-1), respectivamente, V é o volume da solução em L e M é a massa do adsorvente em g. A partir de dados experimentais dos vários tipos de isotermas, Brunauer, Deming e Teller, em (1940) classificaram as isotermas em cinco tipos diferentes que variam de acordo com o tamanho e tipo do poro e suas interações com as espécies adsorvidas. Em seguida, a IUPAC (União Internacional da Química Pura e Aplicada) associou as isotermas em seis tipos de acordo com a Figura 5. 43 Figura 5 - Tipos de isotermas de adsorção gasosa para caracterização de poros (FIGUEREDO, 1989, adaptado). As isotermas do tipo I são características de sólidos microporosos com superfícies externas relativamente pequenas, como por exemplo, carvões ativos e peneiras moleculares. A quantidade adsorvida tende para um valor limite quando p/p0 →1, dependente do volume de microporos correspondente a < 2 nm. Esta isoterma representa também a adsorção química, caso em que o valor limite corresponde à formação de uma camada monomolecular adsorvida. Nas isotermas do tipo II e III, a quantidade adsorvida tende para ∞ quando p/p0 → 1, sendo correspondente à adsorção em camadas múltiplas sobrepostas, e ocorrem em sólidos não porosos ou macroporos (>50 nm). As isotermas do tipo IV e V correspondem, respectivamente às isotermas II e III quando o sólido apresenta mesoporos (2-50 nm), nos quais ocorre o fenômeno de condensação capilar. A quantidade adsorvida tende para um valor máximo finito, correspondente ao enchimento completo dos capilares com adsorvido no estado líquido. As isotermas do tipo VI ocorre em superfícies uniformes não porosas, e representa uma adsorção camada a camada. A altura do degrau corresponde à capacidade da monocamada em cada camada adsorvida. 44 2.9.2 Modelos de adsorção Diversos modelos de adsorção têm sido propostos para representar a adsorção tais como os de Brunauer, Emmet e Teller (BET), Langmuir (1918), DubiniPolany(1932), Freundlich (1909), Fowler e Guggenhei (1939), Temky (1942), Gedds (1909), Kats (1913), entre outros (FIGUEREDO,1989). Dentre estes modelos os mais utilizados são o de Langmuir e o de Freundlich em estudos de adsorção em sistemas líquido-sólido e são os modelos aplicados neste trabalho. 2.9.3 Isoterma de Langmuir A isoterma de Langmuir assume que as forças que atuam na adsorção são similares em natureza àquelas que envolvem combinação química. Considerando que o sistema é ideal, as moléculas são adsorvidas e aderem à superfície do adsorvente em sítios definidos e localizados, sendo a adsorção em monocamada e superfície homogênea. Cada sítio pode adequar uma entidade adsorvida e a energia dessa entidade adsorvida é a mesma em todos os sítios da superfície e não depende da presença ou ausência de outras partículas adsorvidas nos sítios vizinhos, apresentando interação desprezível entre as moléculas adsorvidas (CIOLA, 1981). Em virtude da quantidade de sítios por unidade de massa a ser fixo, a adsorção pode existir até que a condição de equilíbrio seja estabelecida, sendo geralmente correspondente à condição de uma completa cobertura de monocamadas das espécies adsorvidas sobre a superfície do sólido (FIGUEREDO, 1989). O número mínimo de parâmetros requeridos para ajustar uma isoterma não linear é dois, como é mencionado nas isotermas de Langmuir e Freundlich. Na isoterma de Langmuir, os parâmetros independentes são a saturação do sólido, qm e a constante de adsorção KL. O modelo de Langmuir é utilizado para adsorção em monocamadas sobre uma superfície do sólido de forma homogênea desprezando forças moleculares, ou seja, adsorção em diversas camadas. Tratando-se de um modelo ideal, em muitos casos o modelo de Langmuir não pode ser aplicado, particularmente em altas concentrações de adsorbato onde as forças intermoleculares são apreciáveis (FIGUEREDO, 1989). 45 A equação de Langmuir pode ser descrita pela equação abaixo: 1 1 1 1 = + qe q m q m K L ce (6) onde, qm ,qe e Kl, correspondem à quantidade máxima de adsorção dos metais (mg L-1), capacidade de adsorção dos íons metálicos no equilíbrio e a constante de Langmuir (L mg-1), respectivamente. Além do modelo de Langmuir, utiliza-se o modelo de Freundlich, que pode ser aplicado para a adsorção em superfícies heterogêneas e sorção em multicamadas. O modelo de Freundlich na forma não linear é dado a seguir: 1 logqe =logK F + logce n (7) em que qe e ce têm o mesmo significado daqueles já mencionados para a isoterma de Langmuir, Kf e n são respectivamente, as constantes empíricas indicadoras da capacidade e intensidade da energia de adsorção. O coeficiente de correlação (r2) indica se os modelos de Langmuir e Freundlich são capazes de descrever adequadamente a relação entre os valores de qe e ce. A forma da isoterma de Langmuir pode ser expressa em termos de uma constante adimensional chamada de parâmetro de equilíbrio ou fator de separação, R L, cuja magnitude pode ser usada para afirmar se o sistema de adsorção é ou não favorável, conforme mostrado na Tabela 6. O valor de RL é calculado pela seguinte equação (GHASSABZADEH, 2010): RL = 1 1+K LCo (8) 46 Tabela 6: Valores do fator de separação (RL) de acordo com o tipo de isoterma. RL Tipo de isoterma >1 Não favorável =1 Linear 0<RL<1 Favorável =0 Irreversível 2.9.4 Isoterma de Freundlich Uma das principais razões da isoterma não ser linear é a heterogeneidade da superfície do adsorvente. Isto geralmente ocorre para o carbono ativado. O modelo de Freundlich considera a não uniformidade das superfícies reais, e quando aplicado aos sólidos, descreve bem a adsorção iônica dentro de certos limites de concentração, mas acima deles apresenta dificuldade em considerar a quantidade de íons presentes da superfície podendo ser empregado para a adsorção em superfícies heterogêneas e sorção em multicamadas, sendo essa isoterma semi-empírica que em alguns casos ajusta-se melhor aos dados experimentais comparados a de Langmuir. Porém os valores obtidos não apresentam um significado físico comparado a outros tipos de isotermas (II UMPLEBY et al., 2001). A isoterma de Freundlich admite que o processo de adsorção apresente uma distribuição exponencial de calores de adsorção a partir de monocamadas adsorvidas a ser representado pela equação abaixo: qe=KFCe1/n (9) A isoterma linear pode ser representada pela equação abaixo: 1 logqe =logK F + logce n (10) Onde qe e ce têm o mesmo significado daqueles já mencionados para a isoterma de Langmuir, Kf e n são respectivamente, as constantes empíricas indicadoras da capacidade e intensidade da energia de adsorção. O coeficiente de correlação (r2) indica 47 se os modelos de Langmuir e Freundlich são capazes de descrever adequadamente a relação entre os valores de qe e ce. 2.10 TRABALHOS ENVOLVENDO VOLTAMETRIA Os métodos eletroanalíticos fazem uso das características elétricas mensuráveis (potencial, carga e corrente) de um analito que é a espécie a ser analisada quando este é submetido a uma mudança de potencial entre eletrodos, em uma célula eletroquímica e essas medidas estão relacionadas com algum parâmetro químico intrínseco do analito. Existe uma grande variedade de técnicas eletroanalíticas que têm sido utilizadas para várias aplicações, entre elas, o monitoramento ambiental, controle de qualidade de produtos e processos industriais e nas análises biomédicas. Os métodos eletroanalíticos proporcionam uma série de vantagens tais como: seletividade e especificidade das determinações resultantes da oxi-redução das espécies analíticas de interesse em um potencial aplicado específico, seletividade decorrente dos processos de oxi-redução do analito no eletrodo de trabalho feito com material específico, elevada sensibilidade e baixos limites de detecção resultantes das técnicas de pré-concentração e modos de obtenção de sinal que possibilitam ambiente com baixo sinal de fundo (WANG, 2006). Nessa técnica, as informações sobre o analito são obtidas por meio da quantificação da corrente elétrica que surge no eletrodo de trabalho ao se empregar um potencial entre um eletrodo de trabalho e um eletrodo de referência. Tem sido intensamente utilizada em análises de espécies químicas de metais por apresentarem algumas vantagens: simplicidade operacional, baixo custo, limite de detecção e a possibilidade de análise em diversas matrizes não sendo necessário um tratamento da amostra como no caso de matrizes com alta salinidade (SKOOG, 2009). A Tabela 7 apresenta alguns trabalhos nos quais os íons manganês e zinco são determinados por meio dessa técnica. 48 Tabela 7- Aplicações da voltametria de onda quadrada na determinação de diferentes analitos. Analito Matriz LD Referência Mn2+ Material 1,0 mg L-1 Felix, et al. 2006 atmosférico Fe3+ Azeite Pesticida Diclorvos Águas naturais e 0,55μgL-1 Diaz, T.G.,2003 -1 1,1 e 2,5 molL Oliveira,2004 puras 4-Clorofenol Águas naturais 6,40 μgL-1 Pedrosa,2003 Composto ------- 4,5x10-8 mol L-1, Souza,2007 4,5x10-11mol L-1 orgânicos e inorgânicos Zn2+ e Fe2+ Solução sintética 1,0 x 10 -5 molL-1 Favaron, et al., 2001 A grande vantagem dessa técnica, além da sensibilidade, é a velocidade de varredura do potencial, que pode chegar a 200 m Vs-1, obtendo-se assim o voltamograma com maior agilidade. Contudo, o aumento da velocidade de varredura pode ocasionar o alargamento da base do voltamograma, diminuindo a sua resolução quando são realizadas determinações simultâneas de metais com potenciais muito próximos. 49 3 TÉCNICAS DE CARACTERIZAÇÃO 3.1 DENSIDADE ABSOLUTA A densidade absoluta ou real da perlita modificada com quitosana foi determinada pelo método da picnometria (CURBELO, 2002). A picnometria consiste em adicionar uma determinada massa de adsorvente (Ms) isenta de água a um picnômetro e depois preenchê-lo com um líquido de densidade conhecida. No presente trabalho o líquido utilizado foi o etanol (ρ = 0,79991 g cm-3). A densidade do sólido foi calculada através da seguinte equação: ρs = Ms Ms = Vs V - Msolv pic ρsolv (11) Onde ρs corresponde a densidade absoluta do sólido, ρsolv a densidade do líquido, Ms a massa do sólido, Msolv a massa do líquido, Vs e Vpic são o volume do sólido e do picnômetro, respectivamente. 3.2 MÉTODO DE B.E.T (BRUNAUER - EMMETT - TELLER) O método desenvolvido por Brunauer, Emmet e Teller em 1940, continua sendo uma ferramenta importante para determinar a área superficial. Os parâmetros obtidos pela isoterma de BET são função do calor de adsorção de uma monocamada constante (a superfície é uniforme no que diz respeito à adsorção). O modelo de BET foi submetido a muitas críticas, porque as superfícies reais não seguem esse modelo. Na faixa de pressão relativa de 0,05 ± 0,35, é capaz de interpolar os dados experimentais para a maioria dos sólidos, dando valores de área superficial perto do esperado. Atualmente o método de BET é mais utilizado para determinar a área superficial de sólidos e pode ser considerado como um método de 50 referência. A principal falha é o caso de sólidos microporosos, neste caso, o volume da monocamada é calculado pela equação de BET correspondendo ao volume de microporos e monocamada na superfície externa dos microporos é determinado pela Equação 12 (LEOFANTI, 1998). Vads =Vm cp /ps (1-p/ps )(1+(c-1)p/ps ) (12) Onde Vads corresponde ao modelo do volume adsorvido, Vm o volume de monocamada do adsorbato, c o parâmetro relativo ao calor de adsorção e liquefação da interação adsorbente adsorbato, p/ps dependente da pressão relativa. 3.3 GRANULOMETRIA A LASER A granulometria consiste no método de espalhamento de luz a laser. Também chamado de Fraunhorfer, consiste na interação de um feixe de luz com as partículas em um meio fluido. Quando um feixe de luz monocromático e colimado de gás He-Ne atinge uma quantidade de partículas, parte desta luz é submetida a um espalhamento, parte é absorvida e parte é transmitida. No espalhamento, a luz pode ser difratada, refratada e refletida. Neste método, um conjunto de lentes, detetores fotoelétricos e um microprocessador irão captar a intensidade da energia espalhada e transformá-la em distribuição volumétrica das partículas, assumindo-se, a princípio, que as partículas têm formato esférico (FLORÊNCIO et al., 2006). 3.4 ANÁLISE TÉRMICA Análise térmica é um termo que compreende um grupo de técnicas nas quais uma propriedade química ou física de uma substância, ou de seus produtos de reação, é controlada em função da temperatura ou tempo, enquanto a temperatura da amostra é submetida a uma programação controlada (IONASHIRO, 2005). As curvas termogravimétricas permitem tirar conclusões sobre a estabilidade térmica do material, sobre a composição e estabilidade dos compostos intermediários e 51 sobre a composição do resíduo. A temperatura do forno ou da amostra é determinada por meio de um par termoelétrico. Os instrumentos atuais tem a capacidade de controlar a atmosfera que rodeia a amostra, tendo flexibilidade de se trabalhar em atmosfera estática ou dinâmica, a pressão ambiente ou sob pressão reduzida. Há fatores que interferem nos resultados das amostras sendo eles os instrumentais tais como, razão de aquecimento do forno, atmosfera do forno, geometria do suporte de amostras e do forno e os fatores característicos da amostra: tamanho de partículas, quantidade de amostra, solubilidade dos gases liberados na própria amostra, calor de reação, compactação da amostra, natureza e condutividade térmica da amostra (GALLAGHER, 1998). A calorimetria exploratória diferencial (DSC) é uma técnica em que a diferença na razão de calor ou energia para amostra e a referência é monitorada em função do tempo enquanto a amostra é exposta a uma temperatura programada. O instrumento é um calorímetro exploratório diferencial e pode ser de dois tipos, de fluxo de calor ou de compensação de energia e depende do método de medida utilizado. No DSC com fluxo de calor a diferença de temperatura entre a amostra e a referência é monitorada, após a calibração calorimétrica adequada como uma medida direta da diferença na razão de fluxo de calor. Em relação ao DSC de compensação de energia a diferença de energia fornecida para a amostra e referência, para manter a suas temperaturas equivalentes é medida diretamente (VYAZOVKIN, 2008). Com essa técnica pode-se acompanhar os efeitos de calor associados com alterações físicas ou químicas da amostra, tais como transições de fase (fusão, ebulição, sublimação, congelamento e inversões de estruturas cristalinas) ou reações de desidratação, de dissociação, de decomposição, de óxido-redução, etc., capazes de causar variações de calor. Sendo os efeitos endotérmicos e exotérmicos os picos correspondentes encontrados no DSC (HAINES, 1998). 3.5 ESPECTROSCOPIA DE ABSORÇÃO NA REGIÃO DO INFRAVERMELHO A espectroscopia na região do infravermelho (IV) é uma técnica instrumental de desenvolvimento experimental simples e rápida que pode evidenciar a presença de vários grupos funcionais e depende da interação de moléculas com a energia eletromagnética (SOLOMONS, 2001). 52 Segundo Vogel (2002), a radiação infravermelha corresponde à parte do espectro eletromagnético situado entre as regiões do visível e das microondas correspondendo ao infravermelho próximo (região das harmônicas) 0,8 - 2,5 µm (12.500 – 4.000 cm-1), infravermelho médio (região de vibração – rotação) 2,5 - 50 µm (4000 – 200 cm-1) e infravermelho distante (região de rotação) 50 – 1000 µm (200 – 10 cm-1). A região mais interessante para fins analíticos qualitativos ou de identificação está entre 2,5 e 25 micrômetros, isto é, cujos números de ondas estão entre 4000 e 400 cm-1. No infravermelho os espectros têm origem nos diferentes modos de vibração e rotação das moléculas (SILVERSTEIN, 2007 e VOGEL 2002). 3.6 DIFRAÇÃO DE RAIOS X (DRX) Os denominados raios X são ondas eletromagnéticas cuja faixa de frequência varia entre 3x1016 e 3x1023 Hz. Em termos de comprimento de onda, a faixa vai de 15-15 cm (10-6 nm ou 10-5 Å) a 10-8 m (10 nm ou 100 Å). Em difração de raios X, a faixa de comprimento de onda mais usualmente utilizado, é de 0,5 a 2,5 Å. Esses raios foram descobertos pelo cientista alemão Röntgen em 1895. Quando um feixe de raios X é lançado sobre um monocristal, diversos fenômenos podem acontecer em razão da interação radiação-matéria. Um deles é a difração, que ocorre quando uma pequena parte do feixe incidente emerge do cristal com o mesmo comprimento de onda, porém em direção diferente. Quando um feixe de raios X de comprimento de onda λ incide sobre um pedaço de determinado material, ocorrem diversos fenômenos, entre eles a transmissão de uma parte do feixe incidente, com o mesmo comprimento de onda e na mesma direção; emissão de elétrons, que saem em qualquer direção; geração de calor; raios X de mesmo comprimento de onda espalhados em diferentes direções, que não a de incidência e raios X de comprimento de onda diferente do incidente emitido para todas as direções (RODRIGUES, 2005). 53 3.7 MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA (MEV) A análise por Microscopia Eletrônica de Varredura consiste na irradiação de um fino feixe de elétrons, numa área ou volume. Como resultado da interação do feixe de elétrons com a superfície da amostra, algumas séries de radiações são emitidas tais como: elétrons secundários, elétrons retroespalhados, Raios-X característicos, elétrons Auger, fótons, etc. Estas radiações quando captadas corretamente irão fornecer informações características sobre a amostra (topografia da superfície, composição, cristalografia, etc.), onde os sinais de maior interesse para a formação da imagem são os elétrons secundários e os retroespalhados. À medida que o feixe de elétrons primários explora a amostra estes sinais vão sofrendo modificações de acordo com as variações da superfície. Os elétrons secundários fornecem imagem de topografia da superfície da amostra e são os responsáveis pela obtenção das imagens de alta resolução, já os retroespalhados fornecem imagem característica de variação de composição. A Microscopia Eletrônica de Varredura consiste basicamente da coluna ótico-eletrônica (canhão de elétrons e sistema de demagnificação), da unidade de varredura, da câmara de amostra, do sistema de detectores e do sistema de visualização da imagem (MALISKA [19--?]). 3.8 TÉCNICA DE VOLTAMETRIA A voltametria é uma técnica eletroquímica na qual as informações qualitativas e quantitativas de uma espécie química são obtidas a partir do registro de curvas corrente-potencial, feitas durante a eletrólise dessa espécie em uma célula eletroquímica constituída por pelo menos dois eletrodos, denominados eletrodos de trabalho e de referência. Essa técnica é classificada como dinâmica, pois a célula eletroquímica é operada na presença de corrente elétrica (i > 0) que, por sua vez, é medida em função da utilização controlada de um potencial. Na voltametria de onda quadrada do inglês, square-wave, uma onda quadrada simétrica de amplitude ΔEsw sobreposta a uma rampa de potencial na forma de escada distinguida pela amplitude ΔES, largura a e período τ é aplicada ao eletrodo de trabalho, como representado na figura 6. A corrente é amostrada 54 duas vezes, uma ao final do pulso direto, quando a direção do pulso é igual à direção da varredura, e outro ao final do pulso reverso, que ocorre no meio de “degrau’’ da onda, onde a direção do pulso é contrária à direção da varredura”. Esta dupla amostragem da corrente garante uma minimização da contribuição da corrente capacitiva sobre a corrente total lida (BARD, 2001). Figura 6 - Uma geração de sinais de excitação para voltametria de onda quadrada. A etapa inicial (a) se um pulso (b) sinal para excitação de onda quadrada (c). A intensidade da resposta é igual à diferença de intensidade do potencial (Skoog et al., p. 649, 2009). Essa etapa normalmente ocorre sob utilização de um potencial controlado durante tempo determinado, e com condições hidrodinâmicas (transporte de massa) controlados e reprodutíveis. Após esta etapa de pré-concentração, é feita uma varredura de potencial no qual o analito é redissolvido, do inglês stripping, para a solução. A voltametria de redissolução catódica (CSV) é empregada para determinar uma grande variedade de compostos orgânicos e inorgânicos. Nesta voltametria, aplicase um potencial relativamente positivo ao eletrodo de trabalho na presença do analito, e este irá reagir com o eletrodo, formando um sal insolúvel sobre o material eletródico. 55 Na CSV o microeletrodo se comporta como um ânodo durante a etapa de deposição e como cátodo durante a etapa de redissolução. A etapa de deposição equivale a uma préconcentração eletroquímica do analito na superfície do eletrodo, sendo a concentração do analito mais próximo ao eletrodo do que no restante da solução. 56 4 METODOLOGIA EXPERIMETAL A perlita expandida utilizada neste trabalho é proveniente da Argentina sendo fornecida pela Schumacher Insumos, localizada no Rio Grande do Sul. A quitosana foi sintetizada no Laboratório de Síntese Orgânica do Departamento de Química da UFRN obtendo-se um grau de desacetilação correspondente a 92%. As soluções estoques com concentração de 100 mg L-1 (5,59×10-4 mol L-1 de Mn2+) e (1,53×10-3 mol L-1 de Zn2+) foram preparadas com água dezionizada utilizando Mn(NO3)2.4H2O da VETEC e Zn(NO3)2.6H2O da SYNTH. As soluções de trabalho de Mn (II) e Zn (II) foram obtidas por diluição da solução estoque em água dezionizada. A perlita foi peneirada na mesa vibratória PRODUTEST modelo T para obter uma granulometria correspondente a 32 #. Em seguida foi tratada com uma solução de ácido cítrico 0,2 mol L-1 por 4 h para ativar os sítios ativos da perlita expandida. Na sequência, a perlita tratada foi lavada com água desionizada e seca em estufa com circulação forçada de ar a 60°C por 4 h. Posteriormente 20 g de quitosana foram dissolvidas na solução de ácido cítrico 0,2 mol L-1 para a preparação do gel e em seguida foi adicionado 40 g de perlita tratada com ácido. A mistura foi agitada por 4h e aquecida a 40-50°C para a obtenção de uma mistura homogênea. Os grânulos esféricos de quitosana para revestir a perlita foram preparados com adição de uma solução de 0,70 mol L-1 de NaOH para a precipitação. Os grânulos foram lavados com água desionizada para a obtenção de um pH neutro e secos em estufa com circulação forçada de ar a 60°C por 24 h como mostrado resumidamente na Figura 7 . 57 Figura 7 - Preparação e caracterização da perlita modificada com quitosana. 4.1 ENSAIOS DE ADSORÇÃO Os ensaios de adsorção foram realizados utilizando-se 150 mg de perlita modificada com quitosana em 100 mL das soluções de Mn(II) com concentração de 10 a 50 mg L-1 e agitação de 110 rpm. Foi utilizado um erlenmeyer de 250 mL e a adsorção foi realizada de 10 a 120 minutos para as concentrações de 20 a 50 mg L-1 e de 5 a 30 minutos para a solução de 10 mg L-1 de Mn2+. Os ensaios foram realizados à temperatura ambiente (25,0 ± 1,0°C) e o pH das soluções foi medido com pHmetro modelo toledo Mn2+ e Zn2+ de 5,2 e 5,8, respectivamente. Alíquotas de 5 mL do adsorbato foram retiradas a cada 10 minutos para realizar a análise voltamétrica, exceto para a solução com concentração de 10 mg L-1 que foi avaliada a cada 5 minutos. Cada uma das alíquotas retiradas foram centrifugadas para separar o material em suspensão. A concentração de Mn2+ e Zn2+ das soluções no tempo de equilíbrio foram determinadas por voltametria de onda quadrada por redissolução, tendo sido obtido voltamogramas 58 para os íons Zn2+ e Mn2+ com as respectivas curvas analíticas, como ilustrado na Figura 8. Figura 8 - Procedimento experimental para a remoção dos íons Zn2+ e Mn2+. A percentagem de adsorção dos íons metálicos foi calculada pela Equação 13: Eficiência (%) = Ci - CF 100 Ci (13) onde, Ci e Ce são as concentrações dos íons metálicos iniciais e finais, respectivamente. A quantidade adsorvida por unidade de massa de adsorvente no equilíbrio qe (mg g-1) foi obtida usando a Equação 14. qe = V (C -C ) M i e (14) onde, Ci e Ce representam as concentrações iniciais e no equilíbrio dos íons metálicos (mg L-1), respectivamente. V é o volume da solução L e M é a massa do adsorvente g. 59 4.2 CARACTERIZAÇÃO DO ADSORVENTE 4.2.1 Termogravimetria (TG) Para determinar o percentual de quitosana na perlita foi utilizada uma termobalança modelo DTG – 60 da Shimadzu nas seguintes condições: aquecimento até 900 oC, razão de aquecimento de 10ºC min-1, cadinho de -alumina e atmosfera de nitrogênio com fluxo de 50 mL min-1. 4.2.2 Espectroscopia de absorção na região do infravermelho (IV) Os espectros de infravermelho da perlita expandida, quitosana, perlita modificada com quitosana antes e após a adsorção dos íons metálicos foram obtidos em equipamento de Nexus FT-IR 470 da Thermo Nicolet, na região de 4000 a 400 cm-1 utilizando pastilhas de KBr. 4.2.3 Difração de Raios-X. Para a caracterização de estrutura cristalina, os parâmetros de difração de Raios-X foram obtidos em um equipamento da Shimadzu modelo XRD-600, tubo de cobre, voltagem de 30 Kv e corrente de 30 mA, na faixa de 5 a 80 (2θ), utilizando o método DRX pó. As análises foram feitas para a perlita expandida, quitosana, perlita modificada com quitosana e após adsorção dos íons. 60 4.2.4 Determinação da área superficial pelo método Brunauer, Emmentt e Teller (BET) A área superficial da perlita modificada com quitosana foi medida usando o instrumento BET (Brunauer, Emmett e Teller), modelo Nova 1200e; marca Quantachrome Instruments utilizando nitrogênio. A massa de perlita expandida e da perlita modificada com quitosana foi de 0,8 e 0,7 g e as condições para o pré-tratamento de cada amostra foi de 110°C por 3 h. O adsorvente foi caracterizado por adsorção física/dessorção de nitrogênio a -196°C. As isotermas de nitrogênio foram medidas com um analisador ASAP 2000 micro poros em 77K. 4.2.5 Microscopia Eletrônica de Varredura – MEV Esse procedimento foi realizado em um Microscópio Eletrônico de Varredura Modelo Philips XL-30. Para a obtenção das imagens as condições instrumentais foram: 20 V, diâmetro do feixe 4,0 (aumento de acordo com a necessidade de cada amostra). As amostras foram afixadas no suporte utilizando cola prata. As imagens foram processadas no software do equipamento Philips XL - 30. 4.2.6 Estudo eletroanalítico As medidas voltamétricas foram realizadas em um Potenciostato/Galvanostato modelo PGSTAT 302N da Autolab/Eco Chemie e monitorado pelo software GPES 4.9 (Figura 9). 61 Figura 9 - Potenciostato/Galvanostato modelo PGSTAT 302N da Autolab/Eco Chemie. Os estudos voltamétricos foram realizados em uma célula eletroquímica com capacidade para 50 mL, contendo um eletrodo de trabalho de carbono vítreo, um eletrodo de referência de prata/cloreto de prata e um eletrodo auxiliar de platina. Inicialmente, estudos de otimização dos parâmetros operacionais dessa técnica foram realizados, como tempo de duração do pulso (tp), amplitude de potencial de pulso aplicado (DEp) e velocidade de varredura (v). As condições ideais obtidas para estes parâmetros foram: tp = 30 s; Dep 1,2 V e v = 10 mV s-1, tempo de condicionamento para aplicação do potencial de 5 s, tempo de equilíbrio: 10 s para os íons Mn2+ e Zn2+, como representado na Figura 10 e os dados experimentais estão representados na Tabela 8. Figura 10 - Célula eletroquímica com a solução Na2HPO4/NaH2PO4 , pH 4. 62 Tabela 8 – Parâmetros utilizados na otimização da técnica 2+ Mn 2+ Zn Volume de eletrólito suporte 30 mL 30 mL Potencial inicial +1,2V -1,8V 0 -0,9V 30 a 60s 30 a 60s 10 s 10 s 5 a 30s 5 a 30s Potencial final Velocidade de varredura Tempo de acumulação Tempo de condicionamento 2+ Para a quantificação dos íons Mn e Zn 2+ foram preparadas curvas analíticas utilizando a voltametria de onda quadrada de redissolução catódica em um sistema tampão (Na2HPO4/NaH2PO4) 0,1 mol L-1 cujo pH medido correspondeu a 7. Para o estudo da melhor faixa de pH do eletrólito suporte foi necessário o uso das soluções de H3PO4 0,1 mol L-1 e NaOH 0,1 mol L-1 para ajustar o pH do sistema tampão (Na2HPO4/NaH2PO4) na faixa de 3 a 7. Para a utilização dos resultados foi avaliada a reprodutibilidade das medidas voltamétricas. Para isto, três alíquotas diferentes da amostra da solução após o contato com a perlita modificada com quitosana, foram analisadas quanto ao teor de metais Mn 2+ e Zn2+ pelas técnicas de Voltametria de onda quadrada de redissolução catódica e anódica, respectivamente. Os valores do desvio relativo (DPR%) foram obtidos a partir da equação 15, tendo os seguintes valores para os íons Mn2+ e Zn2+ de 3,5 e 5,2, respectivamente, sendo bastante satisfatórios do ponto de vista analítico, pois esses valores foram menores que 5% que é um erro aceitável tratando-se de análise de metais. Ld Ksy/y b 15 Sendo que sy/y é o desvio padrão estimado; b a inclinação da função analítica da calibração de cada elemento; K = 3 63 4.2.7 Estudo cinético Para o estudo de adsorção, foi primeiramente determinado o tempo de contato entre o adsorvente e adsorbato para o sistema atingir o equilíbrio. Os ensaios foram realizados utilizando-se uma massa de 150 mg adsorvente e concentrações de 10 a 50 mg L-1 dos íons Mn2+ nos tempos de contato de 10, 20, 30, 40, 50, 60, 70, 80, 90, 100, 110 e 120 minutos, tendo alcançado o equilíbrio em 110 min para os íons Mn2+ e Zn2+. Para a solução de 10 mg L-1 de Mn2+ os tempos de contato foram de 5, 10, 15, 20, 25 e 30 min. Para adsorção dos íons Zn2+ foi utilizado uma massa de 150 mg de adsorvente e concentração de 10 a 50 mg L-1. As alíquotas foram retiradas a cada 10 min e em seguida, centrifugadas. As concentrações dos íons Mn2+ e Zn2+ na solução foram determinadas por voltametria de onda quadrada por redissolução catódica. Os resultados estão dispostos em termos de quantidade adsorvida q (mg g-1) de íons Mn2+ e Zn2+ por material adsorvente, conforme o balanço de massa que foi expresso pela Equação 2, para cada tempo de contato. 64 5 RESULTADOS E DISCUSSÕES 5.1 PROPRIEDADES FÍSICAS Os resultados das propriedades físicas da perlita expandida e perlita modificada com quitosana são apresentados na Tabela 9. Os valores da área superficial da perlita expandida pura de 32 # é 3,2 m2 g-1, sendo um valor relativamente baixo quando comparados aos outros aluminossilicatos utilizados como adsorventes para a remoção de metais pesados, como por exemplo: a bentonita utilizada para a adsorção de corante com uma área superficial de 12,9 m2 g-1 (KANG et al., 2009), diatomita 18,8 m2 g-1 (SHENG et al., 2009), zeólita 300-2400 m2g-1(FOO,2011). Contudo, apresenta valor de área superficial relativamente alta quando comparado aos adsorventes não convencionais como a siderita 2,67 m2g-1(ERDEM, 2005), dolomita 0,84 m2 g-1 (PEHLIVAN, 2009) e quitosana 2,99 m2 g-1(HASAN, 2008). A perlita tratada com ácido cítrico e modificada com quitosana apresentou uma área superficial de 4,7 m2 g-1. Porém o que mais influencia no processo de adsorção são os sítios ativos com a utilização da quitosana incorporada a perlita surge um aumento desses sítios através das OH- e NH2+ existentes na quitosana e com os já presentes na perlita os Si-OH e Al-OH. A densidade da perlita expandida e da perlita modifica com quitosana foi obtida por picnometria utilizando água e massa de adsorvente de 1g, tendo apresentado uma variação de densidade de 1,90 a 2,21, após a modificação. Tabela 9: Propriedades físicas da perlita expandida pura e perlita modificada com quitosana. Propriedades Perlita Perlita modificada com quitosana Área superficial específica (m2 g-1) 3,2 Volume total de poro (cm3 g-1) 3,7x10-3 Diâmetro médio do poro (Å) 0,33 Diâmetro a 10 % 13,2 14,1 Diâmetro a 50% 48,3 41,3 Diâmetro a 90 % 143,8 72,2 Diâmetro médio da partícula (nm) 68,4 42,6 Densidade ( g cm-3) 1,9 2,2 4,7 5,4x10-3 0,33 65 O pré-tratamento térmico empregado nas amostras teve como objetivo retirar umidade ou traços de impurezas que pudessem ocupar algum espaço. A Figura 11 mostra os resultados obtidos do ensaio de adsorção/dessorção de nitrogênio por BET. Os resultados obtidos pela isoterma de BET comprovam que a perlita modificada com quitosana é provavelmente compatível ao tipo V, correspondendo a sólido mesoporoso (2-50 nm) nos quais ocorre o fenômeno de condensação capilar como sugerido pela IUPAC e por Aranovich e Donohue (1998). A isoterma de BET da perlita expandida é provavelmente a do tipo I, característica de sólidos microporosos com superfícies externas pequenas, possuem um início linear indicando que o número de sítios ativos é constante e que o adsorbato tem grande afinidade pelo adsorvente. A quantidade adsorvida inicial é alta e logo após o equilíbrio é alcançado (GILES, 1970). Figura 11 - Isoterma de adsorção dessorção da perlita expandida e perlita modificada com quitosana. A Figura 12 ilustra a perlita expandida (a) apresentando homogeneidade no tamanho das partículas e coloração branca, sendo um material leve. A quitosana (b) é um material de coloração mais escura que a perlita expandida. A perlita modificada com quitosana (c) tem uma característica diferente tanto da perlita expandida quanto da quitosana, sendo suas partículas heterogêneas em relação ao tamanho, tendo ocorrido essa diferença de tamanho após a preparação do gel de quitosana em ácido cítrico 0,2 mol L-1 e incorporação da perlita expandida. 66 Figura 12 - Fotografias da (a) perlita expandida, (b) quitosana e (c) perlita modificada com quitosana. 5.2 TERMOGRAVIMETRIA (TG) E CALORIMETRIA EXPLORATÓRIA DIFERENCIAL (DSC) O percentual de quitosana incorporada na perlita expandida foi obtido através da termogravimetria, avaliando-se a perda de massa da perlita expandida e modificada com quitosana. A Figura 13 ilustra as curvas termogravimétricas da perlita expandida pura (a), quitosana (b) e perlita expandida modificada com quitosana (c), respectivamente. Para a perlita expandida pura (a), ocorreu inicialmente um ganho de massa na faixa de temperatura de 25,4 a 422,9°C correspondendo a 3,1%. Em 531,3 a 900° ocorreu uma perda de massa de 7,6% totalizando em 4,7%. A Figura 13(b) ilustra a curva da quitosana que apresentou três decomposições. Na primeira uma perda de 12,1% na faixa de temperatura de 25,4 a 122,5°C, correspondendo a desidratação, em 406,0°C ocorreu uma decomposição referente ao material carbonizado de 52,7%. A terceira decomposição foi proveniente de material inorgânico na temperatura de 727,4°C. A figura 13 (c) a perlita revestida com quitosana apresentou três etapas de perdas de massa, sendo a primeira com 10,1% de massa no intervalo de 23,0 a 82,1°C, correspondendo à etapa de desidratação. A segunda perda de massa ocorreu no intervalo de 232,8 a 339,0°C equivalente a 13,5% e a terceira decomposição ocorreu entre 339,0 e 515,0 °C com 15,1% de perda de massa. A perda de massa total foi de 51,1%. Considerando a perda de massa total da perlita revestida com quitosana menos a perda 67 de massa total da perlita expandida pode-se comprovar um revestimento na superfície da perlita expandida em relação a quitosana de 37,5%. Figura 13 - Curvas termogravimétricas da (a) perlita, (b) quitosana, e (c) perlita modifica com quitosana. A Figura 14 ilustra as curvas do DSC da (a) perlita expandida, (b) quitosana e (c) perlita modificada com quitosana as quais foram obtidas em atmosfera de nitrogênio na faixa de temperatura de 25 a 500°C. A perlita expandida apresentou um pico endotérmico em 34,2°C, enquanto quitosana Figura (b) foi observado dois picos, sendo o primeiro em 70,4°C endotérmico que corresponde ao processo de desidratação cuja área depende da maneira como a amostra foi seca e o segundo, exotérmico, correspondente ao processo de decomposição. Sendo os dois eventos coerentes com os eventos obtidos da TG. A perlita modificada com quitosana apresentou dois picos, o primeiro endotérmico em 52,0°C decorrente da desidratação da amostra e o segundo em 296,0°C proveniente da decomposição do material. 68 Figura 14 - Curvas DSC da (a) perlita expandida, (b) quitosana e (c) perlita modificada com quitosana. b a c 5.3 ESTUDOS DA ESPECTROSCOPIA DE ABSORÇÃO NA REGIÃO DO INFRAVERMELHO (IV) Os resultados dos grupos funcionais da perlita expandida pura e quitosana são ilustrados na Figura 15, respectivamente. A predominância de picos em 3503 cm-1 e 1054 cm-1 são típicas do estiramento vibracional assimétrico e deformação do Si-OH e Si-O, em 786 cm-1 ocorre a deformação de Al-O-Si. A quitosana pura (b) possui uma banda larga em 3420 cm-1 que está relacionada ao estiramento vibracional de O-H e NH, assim como as ligações hidrogênio intermoleculares das cadeias do polissacarídeo. Em 2897 cm-1 é atribuída ao estiramento vibracional de C-N. As bandas de 1649 a 1077 cm-1 são resultantes da vibração (-NH em NH2), deformação axial de (-CO em –COH) e estiramento vibracional assimétrico e simétrico de (O-C=O) (SWAYAMPAKULA, 2009). 69 Figura 15 - Espectroscopia de absorção na região do infravermelho da (a) perlita expandida (b) quitosana. A perlita modificada com quitosana, após adsorção de íons Mn2+ e Zn2+ são ilustradas na Figura 16, apresentando bandas intensas em 3425 cm-1 decorrentes do estiramento vibracional de –OH e –NH. Em 2921 cm-1 ocorre estiramento vibracional de CH- em –CH-CH2 e de 1601 a 1052 cm-1 apresenta a deformação axial de –NH em NH2. Na Figura 16- b,c, a banda atribuída ao grupo CO é deslocada para menores número de onda após a quelação. A largura do pico em 3467 cm-1 atribuída a vibrações de NH2 passou para maior número de onda após a adsorção. Assim, os resultados sugerem que o grupo C=O, NH2 e OH da quitosana foram envolvidos no processo de quelação. Houve um descolamento dos picos após a adsorção de Mn2+ e Zn2+ podendo ser atribuído à interação entre os grupos funcionais e os íons metálicos durante o processo de adsorção. Essa constatação é uma evidência que os grupos funcionais, tais como – NH2, -OH, - CO estão envolvidos na ligação dos íons metálicos. Com base nos estudos de adsorção de íons na perlita modificada com quitosana, o íon Mn2+ foi quelado com os grupos OH e NH2. Hasan (2008), confirma que os grupos amino da quitosana são os principais sítios ativos de ligação com os íons metálicos, formando complexos estáveis pela coordenação. Os elétrons presentes no nitrogênio nos grupos amino podem estabelecer ligações dativas com os íons metálicos de transição. Alguns grupos 70 hidroxilas presentes na quitosana podem funcionar como doadores de elétrons, e assim os grupos hidroxilas desprotonados são envolvidos na coordenação com os íons metálicos e a quitosana após a quelação libera íons hidrogênio (GUAN, 2009) Figura 16 - Espectroscopia de absorção na região do infravermelho da (a) perlita modificada com quitosana, (b) e (c) após a adsorção de Mn2+ e Zn2+ respectivamente. 5.4 DIFRAÇÃO DE RAIOS-X A Figura 17 (a, b, c) apresenta os difratogramas de raios X da perlita expandida pura, da quitosana e da perlita modificada com quitosana. A Figura 17 (b) mostra que a quitosana apresenta duas bandas de reflexão em 2θ = 11,6° e 20,1°, que estão de acordo com dados da literatura (WU, 2005). A quitosana possui duas formas cristalinas distintas I e II. A banda de reflexão em 2θ = 11,6° tem sido assinalada à forma I, que é proporcional ao ângulo de difração no plano. A forma cristalina II também é ortorrômbica tendo uma célula unitária com a= 4,4 Å, b = 10,0 Å e c = 10,3 Å. A reflexão mais forte que aparece em 2θ=20,1° é proveniente da forma cristalina II, correspondente ao ângulo de difração no plano. A cristalinidade da quitosana é resultante da capacidade de formação de ligações hidrogênio no interior de suas cadeias, sendo proveniente do grau de desacetilação (VASCONCELOS, 2007). De acordo com Wan (2003), quando o grau de desacetilação aumenta, as cadeias macromoleculares tornam-se mais flexíveis, o que proporciona maior empacotamento, com um maior número de grupos glicosaminas (maior número de ligações hidrogênio), intensificando a 71 cristalinidade. Os difratogramas mostrados nas figuras (a) e (c) indicam estrutura não cristalina. A Figura 18 apresenta a perlita modificada com quitosana adsorvida com os íons Mn2+ e Zn2+, mostrando uma banda larga entre 15° e 35° caracterizando a não cristalinidade do material. Figura 17 - Difratogramas de Raios-X da (a) perlita expandida pura, (b) quitosana, (c) perlita modificada com quitosana. Figura 18 - Difratogramas de Raios-X da (a) perlita modificada com quitosana após adsorção dos íons Mn2+ e (b) Zn2+ 72 5.5 MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA As Figuras 19 e 20 ilustram as micrografias da perlita expandida, quitosana, perlita modificada com quitosana e após adsorção dos íons metálicos, respectivamente. A Figura 19 representa a perlita expandida pura, que exibe pequenas aberturas na superfície em forma de placas. A morfologia da quitosana pura na figura 19 (a) apresenta uma superfície de membrana do tipo lisa. A figura 20 (b) ilustra a textura da superfície e porosidade da perlita modificada com quitosana, possuindo espaços vazios e pequenas aberturas na superfície, aumentando assim a área superficial. A natureza porosa é claramente evidente a partir da micrografia e o interior da partícula. A superfície parece ter um tipo similar de textura e morfologia com a superfície externa. A morfologia da superfície da perlita pura muda significativamente após o revestimento com quitosana (KUMAR et al., 2010). A perlita modificada com quitosana após a adsorção dos íons metálicos mostrou-se porosa sendo claramente evidente na figura 20 (c-d), tendo sua textura interna e morfologia similar a superfície externa. Figura 19: Perlita expandida pura 73 Figura 20 - Microscopia eletrônica de varredura da (a) quitosana, (b) perlita modificada com quitosana e (c) adsorvida com íons Mn2+ (d) adsorvida com Zn2+. 5.6 ESTUDO ELETROANALÍTICO Para a quantificação dos íons Mn2+ e Zn2+ foram preparadas curvas analíticas utilizando a voltametria de onda quadrada de redissolução catódica em um sistema tampão (Na2HPO4/NaH2PO4) 0,1 mol L-1, testando o pH na faixa de 3 a 7, tempo de duração de pulso (tp) de 30 a 60 s, tempo de condicionamento para aplicação do potencial de 5 a 30 e tempo de equilíbrio de 10 a 60 s para ambos os íons. O melhor (tp) foi de 30, tempo de condicionamento para aplicação do potencial de 5 s e tempo de equilíbrio de 10 s para ambos os íons metálicos. A Figura 21 ilustra a variação da concentração em função da corrente em função em da faixa do pH de 3 a 7, obtendo-se como melhor pH para estudo o 4 e devido a especiação do encontrar-se na forma Mn2+. Em valores reduzidos de pH, tem-se elevadas concentrações de H+ e em pH inferior a 6 há a predominância dos íons Mn2+, [Mn(OH)]+ e [Mn2OH]3+ segundo (DAL BOSCO et al., 2006). A Figura 22, ilustra o fator sensibilidade de corrente, em ( µA ), 74 em função da variação do pH de 3 a 7, onde foi possível observar que em valores de pH 4 a corrente teve menor intensidade e maior sensibilidade nesse pH, em pH superior a 4 ocorre aumento da corrente e diminuição da sensibilidade, sendo evidenciado através das curvas analíticas, porém foi trabalho em pH 4 devido a especiação dos íons presente em solução. O limite de detecção em pH 4 para a determinação de Mn2+ foi correspondente a 7,76x10-7mol L-1. Foi possível ver que em pH superior a 6 ocorre a precipitação dos íons manganês na superfície do eletrodo de carbono vítreo, não sendo obtidos resultados satisfatórios para a quantificação dos íons Mn2+ em solução aquosa sintética. Figura 21 – Concentração de Mn2+-mgL-1 em função da variação de pH. Figura 22 - Variação do pH em função da corrente para determinação dos íons Mn2+. 75 Na quantificação dos íons Zn2+ apresentado na Figura 23, foi analisado a variação do pH de 3 a 7, onde foi possível diagnosticar que ao elevar o pH acima de 5, a sensibilidade da análise diminui, não observado reprodutibilidade dos resultados. Ao se relacionar a corrente (µA) com a variação do pH, observa-se que em pH 4 a intensidade da corrente foi maior e a sensibilidade aumentou (Figura 24). Quando se analisa o Zn em meio aquoso em função do pH observa-se que em pH inferior a 8 predomina as espécies Zn2+, enquanto que em soluções com valores de pH superior a 9, as espécies que prevalecem são Zn(OH)2 , [Zn(OH)3]- e [Zn(OH)4]2(ATKINS, 2008). Figura 23 – Concentração de Zn2+-mgL-1 em função da variação de pH. Figura 24 - Variação do pH em função da corrente para quantificação dos íons Zn2+. 76 Para a quantificação dos íons Mn2+ e Zn2+ ajustou-se o pH em 4 a partir das soluções de H3PO4 e NaOH 0,1 mol/L, conforme voltamogramas ilustrados nas figuras 25 e 26, respectivamente. Para obtenção dos voltamogramas dos íons Mn2+ e Zn2+ foi necessário a adição de 30 mL da solução suporte de ( Na2HPO4/NaH2PO4 ) 0,1 mol L-1 na célula eletroquímica mantendo o pH em 4. Em seguida foi adicionado 100 a 1500 μL de solução sintética de concentração 100 mg L-1 de Mn2+. Na primeira adição não foi notória a presença de íons Mn2+ em solução, porém ao adicionar 200 μL foi possível detectar a presença de Mn2+ em solução, observando-se um pico catódico em +0,8 V no voltamograma. A curva analítica foi preparada e está apresentada na Figura 25, mostrando um coeficiente de r2= 0,9969. A Figura 26 corresponde ao voltamograma dos íons Zn2+ onde foi possível observar um pico anôdico em potencial -1,2V, com as adições de 200 a 1500 μL cuja concentração da solução padrão de 100 mgL-1 de Zn2+. Com adições menores de analito não foi detectado o pico anôdico. A curva analítica presente na mesma figura foi obtida em pH 4 e tendo um coeficiente r2=0,9902. Figura 25 - Voltamogramas das soluções de íons Mn2+ da solução padrão de concentração de 100mg L-1 com adição de (a)0μL;(b)200 μL;(c)300 μL;(d)400 μL;(e)500μL;(f)600 μL;(g)700 μL;(h)1000 μL;(i)1100 μL;(j)1200 μL;(l)1300 μL;(m)1400 μL;(n)1500 μL. 77 Figura 26 - Voltamogramas das soluções de íons Zn2+ da solução padrão de concentração de 100mg L-1 com adição de (a)0μL;(b)200 μL;(c)300 μL;(d)400 μL;(e)500μL;(f)600 μL;(g)700 μL;(h)1000 μL;(i)1100 μL;(j)1200 μL;(l)1300 μL;(m)1400 μL;(n)1500 μL. 5.7 EFEITO DA MASSA DE ADSORVENTE O efeito da quantidade de adsorvente na adsorção dos íons Mn2+ é mostrado na Figura 27. Esses dados foram obtidos na concentração inicial de 20 mg L-1 de Mn2+ visto que utilizando a concentração de 10 mg L-1 durante o processo de adsorção não foi possível detectar a presença dos íons Mn2+ após os 30 min. O pH utilizado para a adsorção foi de 5,2 e temperatura igual a 25,0 ±1°C. Foi variada a massa de adsorvente no mecanismo de adsorção onde foi possível verificar que ao aumentar a massa de adsorvente de 150 a 450 mg ocorreu um aumento na capacidade de adsorção dos íons metálicos, sendo mais intenso nos primeiros 5 min. A massa de adsorvente correspondente a 150 mg em 30 min de contato sob agitação de 110 rpm, teve 68,4% dos íons adsorvidos na superfície da perlita modificada com quitosana. Na massa de 450 mg ocorreu um aumento na adsorção sendo 90,25% nas mesma condições utilizadas para a massa de 150 mg. Em escala industrial a melhor massa é a de 450 e quanto menor o tempo na adsorção é mais favorável o processo quando se utiliza a adsorção em linha. 78 Figura 27 - Eficiência no tempo, utilizando diferentes massas de adsorvente na adsorção dos íons Mn2+. O efeito da massa de adsorvente na adsorção dos íons Zn2+ é mostrado na figura 28. Estes dados foram obtidos na concentração inicial de 10 mg L-1 de íons zinco, pH 5,8 e temperatura de aproximadamente 25°C±1°C. A Figura mostra que a quantidade de adsorvente tem um papel importante no processo de adsorção, indicando que ao aumentar a massa houve um aumento na adsorção dos íons Zn2+ . A intensificação da eficiência de remoção pode ser atribuído ao fato de que o aumento da dosagem de adsorvente significa aumentar o gradiente de adsorção e a relação massa do adsorvente / volume de solução, massa (mg)/V(mL). Em relação à variação de massa foi observado que utilizando 150 mg de adsorvente em 100 mL de solução cuja concentração de 10 mg L-1 com 30 min de contato adsorveu 74,95 % e ao utilizando 450 mg de perlita modificada o percentual aumentou para 80,50%, devido a condição da maior superfície de contato na adsorção dos íons. Para a obtenção das isotermas foi realizados a massa de 150 mg de adsorvente visando minimizar o gasto de material, para evitar material em suspensão durante a análise no potenciostato. 79 Figura 28 - Eficiência no tempo, utilizando diferentes massas de adsorvente na adsorção dos íons Zn2+. 5.8 ESTUDO CINÉTICO Para determinar o melhor tempo de contato foi necessário alcançar a condição de equilíbrio (te = tempo de equilíbrio) e a quantidade de metal adsorvido, qe, foi medida em função do tempo. A quantidade de metal adsorvido foi calculada a partir dos valores da concentração dos íons metálicos antes e durante o processo de adsorção utilizando a Equação 5. Os ensaios foram realizados em pH 5,2 e 5,8, sendo os pH das soluções sintéticas sem alterações para Mn2+ e Zn2+, respectivamente, utilizando massa de 150 mg de material adsorvente e tempos de contato de 10, 20, 30, 40, 50, 60, 70, 80, 90, 100, 110 e 120 minutos em soluções, cujas concentrações foram de 20 a 50 mgL-1. Para a concentração de 10 mgL-1 dos íons manganês, o tempo para retirada das alíquotas foi a cada 5 min tendo sido avaliado até 30 min. Em seguida as soluções contendo os íons Mn2+ e Zn2+ após a adsorção foram centrifugadas e a concentração dos íons Mn2+ e Zn2+ na solução aquosa final foi determinada por voltametria de onda quadrada de redissolução. As Figuras 29 e 30 ilustram a quantidade dos íons metálicos adsorvidos na perlita modificada com quitosana em função do tempo. Os ensaios foram conduzidos em soluções sintéticas dos íons Mn2+ e Zn2+ com concentrações iniciais de 10, 20, 30, 80 40 e 50 mg L-1. Avaliando a Figura 29, pode-se perceber que a quantidade de íons adsorvidos aumenta com o tempo de contato e alcançam o equilíbrio em 110 min para o Mn2+, nas concentrações de 20 a 50 mgL-1. Porém para a concentração de 10 mgL-1 o comportamento da adsorção foi diferente sendo observado um tempo de equilíbrio em 25 min na adsorção dos íons Mn2+. A Figura 30 mostra a relação entre a quantidade de zinco adsorvido em função do tempo, variando a concentração dos íons. Foi verificado que o equilíbrio é atingido em 110 min de contato para as soluções de 20 a 40 mg L-1, porém a concentração de 10 mg L-1 em 80 min. Nota-se que para todas as concentrações, a remoção é inicialmente alta e em seguida fica constante, ou seja, atinge o equilíbrio. Sendo um comportamento já esperado em consequência dos sítios estarem mais disponíveis nos primeiros minutos da adsorção, levando o material a saturação, o que provavelmente corresponde a cobertura de uma monocamada dos sítios metálicos na superfície do adsorvente. A superposição de camadas geralmente não acontece em sistemas de adsorção para metais pesados líquido-sólido porque a adsorção é intensamente impedida pelo poder da solvatação do solvente ( BARROW,1983; WENDY, 2004). Figura 29 - Adsorção dos íons Mn2+ em solução aquosa em função do tempo. 81 Figura 30 - Adsorção dos íons Zn2+ em solução aquosa em função do tempo. Para avaliar os dados experimentais foram usados dois modelos cinéticos de adsorção e os resultados são mostrados nas Figuras 31 e 32 e na Tabela 9. A cinética de adsorção dos íons Mn2+ foi analisada e a ordem de reação para o processo de adsorção partindo das Equações 2 e 4, sendo, respectivamente, os modelos de primeira e segunda ordem. Para o Mn2+ o modelo que melhor se adequou ao processo de adsorção foi o de segunda-ordem tendo o coeficiente de correlação linear de 0,9958 e a constante de velocidade k = 0,105 min-1 e qe de 4,326 mg g-1. O valor de qe é concordante com os dados experimentais no caso da cinética de pseudo-segunda ordem. Este modelo baseiase na preposição de que a questão limitante da taxa pode ser a adsorção química envolvendo ligação química via compartilhamento ou troca de elétrons entre adsorvente e o adsorbato, como mostrado na Tabela 9 (TATY-COSTODES et al., 2003). O modelo de primeira-ordem apresentou um coeficiente linear de 0,9717 e constante k de 0,256 min-1, como mostrado na Tabela 9. O valor de qe é 1,121 mg g-1, inferior aos dados obtidos pela isotermas de adsorção. 82 Figura 31 – Modelo cinético de pseudo-primeiraordem na adsorção de Mn2+ Figura 32 – Modelo cinético de pseudo-segundaordem para adsorção de Mn2+ A cinética de adsorção dos íons zinco foi utilizada 150 mg de perlita modificada com quitosana e concentração variando de 10 a 50 mgL-1 de Zn2+, tempo de contato de 100 min, agitação de 110 rpm e pH 5,8. A cinética de adsorção que melhor se adequou a adsorção dos íons Zn (II) foi o modelo de segunda ordem, ilustrado nas Figuras 33 e 34, com coeficiente linear 0,9819, constante de velocidade k = 3,98 min-1 e qe de 3,348 mg g-1. O modelo de primeira-ordem mostrou-se desfavorável tendo um coeficiente linear de 0,9717, k = 2,01 min-1 e qe de 2,105 mg g-1, conforme dados da Tabela 9. Figura 33 – Modelo cinético de pseudo-primeiraordem na adsorção de Zn2+ Figura 34 – Modelo cinético de pseudo-segunda-ordem para adsorção de Zn2+ 83 Tabela 9: Constante da taxa de Lagergren da pseudo-primeira-ordem e pseudo-segunda-ordem. Pseudo-primeira-ordem k1=(min-1) qe(mgg-1) r2 Mn(II) 0,25 1.12 0,971 Zn(II) 2,01 2,10 0,947 Pseudo-segunda-ordem k2(g/mg min-1) qe(mgg-1) r2 Mn(II) 0,10 4,32 0,995 Zn(II) 3,98 3,34 0,981 5.9 ISOTERMAS DE ADSORÇÃO A diferença de comportamento observada no processo de adsorção para os íons Mn2+ e Zn2+ pode ser atribuída ao tamanho e carga dos cátions e da estrutura da perlita modificada com quitosana. Portanto, interação dos cátions metálicos hidratados com os sítios ativos situados no interior da perlita modificada com quitosana só pode ocorrer mediante a remoção de parte das moléculas de água que compõe a sua estrutura. Para a concentração de até 50 mgL-1 encontrou-se a seguinte ordem experimental de adsorção: Mn2+ > Zn2+, diferentemente da ordem esperada se fosse considerando apenas o raio iônico das espécies hidratadas. A maior adsorção dos íons Mn2+ pode está relacionada à maior força coulômbica de sua interação com a perlita modificada com quitosana, pois é um cátion que possui uma variação no seu estado de valência de 2+ a 7+, enquanto o Zn é divalente. As isotermas linearizadas de Langmuir e Freundlich obtidas à temperatura de 25°C para a adsorção dos íons manganês são ilustradas nas Figuras 35 e 36. Nessas Figuras os pontos experimentais são mostrados juntos com as retas de ajustes. A Figura 39 mostra comparativamente a isoterma na forma não-linearizada. Comparando qualitativamente as isotermas, nota-se que os pontos experimentais melhor se ajustam ao modelo de Langmuir cujo coeficiente linear de 0,9948. 84 Figura 35 - Isotermas linearizadas de Langmuir para a adsorção de Mn2+ Figura 36: Isotermas linearizadas de Freundlich para a adsorção de Mn2+ . As Figuras 37 e 38 ilustram as isotermas de adsorção dos modelos de Langmuir e Freundlich para adsorção dos íons Zn2+ indicando que ambos os modelos de adsorção se adequaram aos resultados obtidos, porém como mostra a Figura 37, qualitativamente o modelo de Langmuir melhor se ajusta apresentando coeficientes lineares mais favoráveis. Seguindo esse modelo as moléculas são adsorvidas e aderem a superfície do adsorvente em sítios definidos e localizados, ocorrendo essa adsorção em monocamada, em superfície homogênea e cada sítio pode adequar uma entidade adsorvida e a energia dessa entidades é a mesma em todos os sítios da superfície e não depende da presença ou ausência de outras partículas adsorvidas nos sítios vizinhos, apresentando interação desprezível entre as moléculas adsorvidas (CIOLA, 1981). Figura 37 - Isotermas linearizadas de Langmuir para a adsorção de Zn2+. Figura 38: Isotermas linearizadas de Freundlich para a adsorção de Zn2+ Figura 39 - Isotermas não-linearizadas de Langmuir e de Freundlich para a adsorção de Mn2+ 85 Figura 40: Isotermas não-linearizadas de Langmuir e de Freundlich para a adsorção de Zn 2+. As constantes de Langmuir e Freundlich com os correspondentes coeficientes de correlação para os íons Mn2+ e Zn2+ são apresentados na Tabela 10. Altos coeficientes de correlação 0,995 e 0,991 para os íons Mn2+ e Zn2+, foram encontrados para o modelo de Langmuir, sugerindo que é o melhor modelo para descrever o equilíbrio de adsorção dos metais na perlita modificada com quitosana. Sendo um indicativo da formação de uma monocamada de íons metálicos sobre a superfície do adsorvente. O modelo de Freundlich apresenta um coeficiente inferior ao de Langmuir, porém pode ser considerado que apresenta natureza heterogênea dos sítios superficiais envolvidos na remoção dos metais. Usualmente os processos de adsorção que seguem estes dois modelos teóricos, usualmente apresentam também reversibilidade, ou seja, o metal 86 adsorvido pode ser dessorvido. Esse fenômeno é essencial para os processos de recuperação do adsorbato e do adsorvente. Os dados de qm e KL foram calculados das isotermas linearizadas e os resultados são ilustrados na Tabela 10. Como analisado a capacidade máxima de remoção, qm, e os valores de KL aumentam com o aumento da concentração, alcançando valores maiores nos testes realizados com 50 mgL-1. O aumento de qm com a concentração implica que mais sítios ativos foram ativados com a concentração. A capacidade máxima da monocamada (qm) foi obtida como sendo 23,09 e 19,49 para os íons metálicos Mn2+ e Zn2+, respectivamente. De acordo com os valores da constante de Langmuir qm (mg g-1), em termos de proporção de massa, encontrou-se a seguinte ordem experimental de adsorção: Mn2+ e Zn2+ . Não foram encontrados na literatura estudos de adsorção utilizando os dois íons metálicos estudados neste trabalho com a perlita modificada com quitosana. Analisando os valores do fator de separação, R L de 0,0611 e 0,2, nota-se que estão entre 0 e 1, valores característicos de sistema de adsorção favorável, comprovando que o processo de adsorção na perlita modificada com quitosana segue favoravelmente. Tabela 10 - Parâmetros para o modelo de isoterma de adsorção. Modelo de isoterma de Langmuir qm(mgg-1) KL(Lmg-1) r2 Mn2+ 23,09 0,40 0,995 2+ 19,49 0,76 0,991 Kf(Lg-1) r2 Zn Modelo de isoterma de Freundlich 1/n Mn2+ 0,33 0,0017 0,968 Zn2+ 2,83 0,12 0,986 87 6 CONCLUSÕES A perlita expandida modificada com quitosana apresentou um elevado potencial na remoção dos íons Mn2+ e Zn2+, o que possivelmente pode ser justificado com a maior presença dos sítios ativos após a incorporação da quitosana a perlita sendo evidenciados os grupos OH- e NH2+ A metodologia para preparação da perlita expandida modificada com quitosana foi eficiente sendo correspondente a 37,5 % da superfície da perlita, sendo comprovado pela Termogravimetria. A análise de infravermelho comprovou que a perlita expandida apresenta picos típicos de estiramento vibracional e deformação axial de Si-OH, Si-O e Al-O-Si. Após incorporação da quitosana a perlita foi possível verificar a presença dos grupos C=O, NH2 e OH, sendo característico dos grupos funcionais presente na quitosana. Neste estudo da adsorção de Mn2+ e Zn2+ na perlita modificada foi investigado, através do infravermelho, DRX e MEV, após a exposição, indicando que os grupos amina e hidroxila foram os principais sítios de adsorção para os íons metálicos e mostrando-se a área superficial altamente porosa. A adsorção dos íons metálicos foi dependente da concentração, da massa do adsorvente e do tempo de agitação da solução em contato com o adsorvente. A remoção de Mn e Zn foi investigado em pH 5,8 e 5,2. A utilização da voltametria de onda quadrada de redissolução catódica permitiu avaliar o comportamento da perlita modificada com quitosana na remoção dos íons Mn2+ e Zn2+, tendo um limite de detecção de 7,76x10-7 mol L-1 e 2,55x10-6mol L-1, respectivamente. Os resultados comprovam que o adsorvente possui alta capacidade de adsorção para os íons avaliados, sendo de 91,2% considerando a solução de 20 mg L-1 para os íons Mn2+ e 94,3% de adsorção na concentração do adsorbato de 10 mg L-1 para os íons Zn2+ . Os experimentos foram realizados com Mn e Zn em intervalos de concentração de 10-50 mg L-1. A capacidade de adsorção em pH 5,2 e 5,8 foi de 23,09 e 19,49 mg g-1 88 a 25oC, para os íons Mn2+ e Zn2+, respectivamente. Os dados de adsorção se ajustaram melhor ao modelo de adsorção de Langmuir para todos os íons em estudo, sendo considerada uma adsorção em monocamada cujos coeficientes de linearidade foram 0,9922 e 0,9915. As constantes de velocidade de adsorção foram calculadas a partir da equação Lagergren se ajustando ao modelo de pseudo-segunda-ordem para todas as concentrações iniciais, sugerindo que a adsorção dos íons segue a cinética de pseudosegunda-ordem. 89 7. SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS Verificar a influência do pH no processo de adsorção dos íons Mn2+, Zn2+ e mistura binária. Estudar os parâmetros termodinâmicos no processo de adsorção dos íons Mn2+ e Zn2+. Utilizar a perlita expandida modificada com quitosana na adsorção dos íons Mn2+ e Zn2+ em efluentes reais. 90 REFERÊNCIAS AGUIAR,M.R., NOVAES, A.C. Remoção de metais pesados de efluentes industriais por aluminossilicatos. Química Nova, v.25, n. 6B, p.1145-1154, 2002. Disponivel em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-40422002000700015. Acesso em 01 fev. 2010. ALBERTINI,S.; CARMO, L.F.; FILHO, L.G.P. Utilização de serragem e bagaço de cana-de-açucar para adsorção de cádmio. Ciência Tecnológicas Alimentos Campinas. n.1, v.27, p. 113-118, 2007. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/cta/v27n1/19.pdf . Acesso em: 11 nov. 2009. ALKAN, M. et al. Adsorption of CTAB onto perlite samples fron aqueous solutions. 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