PR
RIMEIRO
OS ANOS DE PAST
TORAL
DO
OS SERVO
OS DE MARIA
M
NO
O ACRE
Os prim
meiros dezz anos foraam os maais difíceiss para os S
Servos de Maria noo
Acree. Eles tiiveram que organnizar as paróquias
p
naquela vasta reg
gião, mall
conhhecendo a língua e os
o costum
mes.
O contaato dos mesmos
m
coom a realid
dade das instalaçõees da igrejja não foii
dos mais animadore
a
es. “Enccontraram
m a igrreja sem
m batistérrio, sem
m
conffessionárioo, e os altares
a
seem candellabros. A única orrnamentaçção eram
m
alguumas pequenas im
magens doo Sagrado
o Coração e de N
Nossa Senhora dee
Lourrdes. Encoontraram, porém, uum povo accolhedor e dispostoo ao traballho”.1
No plaano sociall, no iníccio, mosttraram um
m grande fechameento, poiss
conssideravam
m a pobrezza da popuulação co
omo sendo
o causa daa preguiçaa e da máá
adm
ministraçãoo familiar. Os misssionários julgavam
m a razãoo da pob
breza doss
serinngueiros dos barrrancos, cconsequên
ncia da falta
f
de civilização e dee
cristtianismo, sem pensaar em outrras causass. Eles messmos, cheegados ao campo dee
trabaalho diretto, reconh
hecerão ssua falta de conheecimento, sobre “o
os usos e
costtumes das populaçõees acreanaas”.
Os misssionários se apoiaavam no
serinngalista para viajar pelos rioos, ou nas
autooridades paara levantar uma coonstrução,
mas não hessitavam a se disttanciarem
delaas, quanddo perceb
biam serrem eles
amiggados e maçons.
m
Frei Feelipe Galleerani nos relatou a
expeeriência de
d uma das
d suas pprimeiras Festa e pprocissão de N. Sra. das D
Dores em desoobrigas na
n paróq
quia de Xapuri: Sena Maadureira. Igreeja velha de Sena, ano de 11924.
“Deevia ser até Nova Amélia,
A
o que não
teve lugar nãoo estando... dispostto o dono a receberr o Padre:: Todavia eu fui atéé
lá coomo tinhaa prometid
do ao gerrente Joséé Teutônio
o Fieschi. Foram 23
3 dias em
m
canooa, eu tam
mbém remando. Levvei um saccristão, An
ntônio Ferrreira do Vale, quee
comp
mpensei ulltra o merecimentoo (500$00
00!). O prrimeiro seerviço o fiz
f em S.
Franncisco dee Iracema
a. Em Iraacema fiq
quei vário
os dias, bbem receb
bido peloo
gereente Raym
mundo Non
nato Sant’’Ana, o qu
ual deu ordem ao peessoal de tratar-mee
com
mo amigo privilegia
p
ado dele. O mesmo gerente quis
q
rezassse Missa
a todos oss
diass, fizesse as
a prática
as do Evaangelho nas Missass festivas e deu ord
dem paraa
umaa solene Primeira
P
Comunhão
C
o, na festa
a pelo aniversário ddo dono Raymundo
R
o
Vieiira (18 Prrimeiras Comunhões
C
es!). Chegu
uei em Xa
apuri em 8 de Outu
ubro pelass
m cansado
o, mas sattisfeito pello bem esp
piritual quue acabeii de fazer.
11 hhoras, bem
2
Todo
do o mundoo pede quee o Padre volte...: Prometi”.
P
1
2
Fr. S
Sostenho Bernnardo. Lê Missioni dei Servvi di Maria. Ap
ppunti e Docu
umenti. Roma 1925. Pág. 33
37-338.
Frei Felipe Gallerrani. I Livro de Tombo de X
Xapuri. Pág. 27v.
Além da assisttência noormal às sedes paaroquiais, os relig
giosos see
dediicavam taambém ao
o trabalhoo apostóllico nas “desobriggas” que deveriam
m
tornnar-se um
ma das atividades pastoraiss consagrradas na Prelazia, para o
atenndimento das
d populações quee habitavaam às marrgens doss rios e no
os centross
dos seringais. Nessas desobrigas
d
, os frades se intern
navam pellos rios daa Prelazia,,
norm
malmente numa can
noa leve, ppassavam de
d seringaal em serinngal, admiinistrandoo
os ssacramenttos e alg
guma insttrução religiosa. Terminado
T
o o trabaalho num
m
serinngal, seguuia o padre para outtro, onde o povo, avisado
a
coom antecedência, jáá
se enncontravaa reunido no
n barracãão central à espera.
Assim, permaneccia o religgioso no interior
i
daa selva poor 20 ou mais
m dias,,
quanndo não por
p dois meses
m
segguidos, deependendo
o da distâância dos rios e daa
quanntidade doo povo a atender. Nãão raro, in
nternava-see também
m pela floreesta até oss
“cenntros”, no mesmo in
ntuito de leevar a assistência reeligiosa aoo povo dissperso nass
mataas. Fazia-oo às vezess a pé ou eem precárrias montaarias: burroos, cavalo
os. Devidoo
ao cclima caussticante, à precarieddade dos meios
m
de comunicaação, à aliimentaçãoo
pobrre, não rarro os saceerdotes vooltavam deessas viag
gens extennuados, qu
uando nãoo
atacados por febres
f
malláricas, im
mpaludism
mo ou outraas doençass piores.
“Hoje é o primeiiro dia daa primaverra, mas... para vocêês do velh
ho mundo,
não para nós, quase cid
dadãos doo novo. Aq
qui temos sempre
s
veerão, e quee verão...!!
35, 37, 39 grraus à so
ombra. Onntem, porr exemplo,, perto doos quaren
nta graus.
Trannspira-se materialm
mente peelos quentes raios solares, transpira
a-se peloo
trabbalho conntinuo, e transpirra-se sem
mpre...
Graças a Deeus que tenho
t
muiitas camissas no
3
baú....!”.
Mas nãão demoro
ou muito: depois dee umas
viaggens nos seringaiis, depoiis de co
ontatar
direttamente os
o seringueeiros e índdios, passaaram a
enteender as veerdadeirass causas daa miséria, isto é,
a exxploração. Frei Lorrenzini esccrevia em
m 1925:
“Se cheguei a admirar a simpliccidade, a alegria
a
Seringal Boom Destino, rio Acre. e a moralidadde deles, cheguei a ficar trisste por
eu tter entenddido quan
nto este ppobre po
ovo seja exploradoo. Os méédicos, oss
farm
macêuticoss, os dentiistas, cobrram uma fortuna
f
pa
ara os seus
us serviçoss; também
m
os ccomerciantes e algu
uma vez oos patrões dos serin
ngueiros, cobram muito
m
pelaa
merccadoria, apesar
a
de ser de baaixa qualiidade. Por isso a bborracha não
n tornaa
rico o seringgueiro, ma
as quem se aproveita destee pobre ppovo... Ass riquezass
acum
muladas deste
d
jeito não são aabençoada
as por Deu
us”.4
Nessa abertura aos probllemas socciais, levo
ou os reliigiosos a imaginarr
alguumas obraas de pro
omoção, nna intençãão de meelhorar a vida matterial e a
form
mação hum
mana. Daíí nasceu o Colégio Santa Juliana em 11929, que já estavaa
3
Frei Filippo Galleerani, Lettera al
a direttore deella rivista L’A
Addoloratta, em
m L’Addoloraatta, fasc. VI, Firenze
1922. Pág. 129.
4
Frei Miguel Lorennzini. Carta 19
925. Archivioo Generale OS
SM. Roma.
funccionando provisoriaamente deesde 1922
2. Em Riio Brancoo foi con
nstruído o
Coléégio N. S.
S da Concceição. Coonforme as
a ideias pastorais daquele tempo,
t
oss
coléégios devviam prep
parar os jovens da
d classe dominannte a se tornarem
m
proffissionais ou políticcos católiicos, que defendessem os innteresses da Igrejaa
conttra os naaturais iniimigos, c omo os liberais ou
o marxisstas. Os religiososs
imagginaram muita
m
coisa para enccaminhar soluções aos muitoos problem
mas que o
Lorenzini chegou a propor uuma ativid
povoo sofria e,
e aos pou
ucos, frei L
dade bem
m
conccreta, a Caixa Ruraal, “para ffavorecer a econom
mia, ajudaar os agriccultores e
prottegê-los daa usura”.
Na práttica pasto
oral, os paadres ao chegarem
c
ao Acre,, trouxeraam toda a
bagaagem do catolicism
c
mo romanoo. Isso paarecia norm
mal, pois os mesm
mos bisposs
brassileiros peelos contaatos que ccomeçaram
m a ter com
c
Rom
ma, achavaam que o
catoolicismo brasileiro
b
estivesse muito baagunçado. Com o aaval do ep
piscopadoo
brassileiro, as Congregaações euroopeias qu
uiseram reecomeçar tudo de novo,
n
nãoo
levaando em coonta a exp
periência eem parte positiva
p
do
o catolicissmo popullar. Assim
m
os santos de devoção
d
italiana, coomeçaram
m a tomar o lugar ddos santos do povo::
a sobretuudo de grandes
g
imagens dde santoss, a S.S.
“A Prelazia necessita
Anunciada, Sãão Filipe, São Pereegrino, Sa
anta Julian
na, os 64 mártires de
d Praga,
os SSete Santoss Fundado
ores...”
não era muito daa
O mesm
mo São José,
J
apessar de seer santo universal,
u
devooção do povo, e asssim frei F elipe Galllerani com
menta a paarticipação
o do povoo
na nnovena em
m honra do
o Santo: “No dia 10
1 de marrço devia começar a Novenaa
em honra de São Joséé, mas a adiei devvido à creescente da
das águas do Acre,
ameeaçando alagação.
No dia 116: as águ
a
uas do rio chegam
m a 5 mettros destaa
Igrej
eja. A alaagação esp
spanta estte povo, mas
m não o conduzz para a Igreja: a
Novvena é sem
mi-deserta.. Por graçça de Deu
us o rio esstá paradoo; é sinal de vazar.
Dia 18: Acabaa-se a Novvena... friaa como geelo!”.5
5
Frei Felipe Gallerrani. I Livro de Tombo de X
Xapuri. Pág. 21.
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20. Primeiros anos de pastoral dos Servos de Maria no Acre