Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro recebe 676
mil pessoas e celebra a leitura
Com recorde de público, maior festa literária do país se consolida como ponto de
encontro para entusiastas dos livros de todas as idades
Entre 3 e 13 de setembro o Riocentro recebeu a maior Bienal Internacional do Livro do
Rio de Janeiro de todos os tempos. Ao longo do evento, organizado pelo SNEL (Sindicato
Nacional dos Editores de Livros) e a Fagga | GL events Exhibitions, o público conviveu
com livros e autores tanto nos corredores e jardins da Bienal quanto nas 184 sessões da
variada programação cultural e nas 850 atividades paralelas promovidas pelos
expositores em seus estandes. No total, 676 mil pessoas estiveram no evento, recorde
dos 32 anos de Bienal e 12% acima da expectativa da organização.
Por espaços como Café Literário, Cubovoxes, Bamboleio, SarALL, Conexão Jovem,
Encontro com Autores e Fórum de Educação passaram leitores de todas as idades e
perfis, mas os adolescentes e jovens adultos, com idades entre 15 e 29 anos, foram
maioria, representando uma parcela de 56% do público (contra 51% na edição de 2013).
Mais do que isso, esta edição mostrou a força do mercado editorial direcionado ao
segmento, com uma literatura produzida de jovens para jovens na qual a internet é
fundamental. Além de apresentar novos escritores, a rede é hoje um espaço essencial
para a difusão da leitura – o evento abrigou inclusive um encontro de booktubers,
autores de resenhas em vídeo no YouTube – e da própria Bienal. Durante os 11 dias, o
alcance de suas redes sociais oficiais foi de 48,8 milhões.
No que diz respeito às atividades culturais, todos os espaços trouxeram novidades. Além
dos inéditos Bamboleio, dedicado aos pequenos leitores, Cubovoxes, com foco nos
adolescentes, e SarALL, parceria com a FLUPP voltada à poesia das periferias, o Café
Literário ampliou seu leque de temas culturais sob a curadoria do escritor e editor
Rodrigo Lacerda. Por essas sessões, sempre celebradas (entre as quais estiveram
também as do Conexão Jovem, Encontro com Autores e Fórum de Educação), passaram
248 autores nacionais e 27 estrangeiros – outro recorde desta Bienal, resultado da
dedicação constante à programação, que cujo orçamento aumentou 12% em relação à
última edição e triplicou desde 2009.
A festa ficou ainda mais animada com a novidade dos setores exclusivos para autógrafos
e retiradas de senhas – parte da área externa acrescida à Bienal nesta edição –, que, ao
tirar as filas para os autores mais populares dos estandes e corredores, otimizou o fluxo
dos visitantes.
“A nota média dada pelo público à Bienal subiu de 8,2 para 8,4, o que nos deixa muito
satisfeitos, pois fizemos um grande investimento na estrutura. Aumentamos a área total
em 30 mil metros quadrados, incrementando a praça de alimentação e os espaços
externos de descanso”, afirma Tatiana Zaccaro, diretora da Fagga | GL events
Exhibitions.
Já Marcos da Veiga Pereira, presidente do SNEL, destaca o crescimento do número de
exemplares que cada comprador levou, em média, para casa: 6,6, um aumento de 4%.
“Tivemos um recorde de venda de livros, com um faturamento estimado em quase 83
milhões de reais, 18% acima da edição anterior. São números lindos, mas, ainda assim,
frios perto do calor humano que testemunhei aqui nos últimos 11 dias. Acho
extraordinário andar pelos corredores e ver tanta gente interessada por livros”,
completa.
Para o mercado, uma parceria com a Feira do Livro de Frankfurt aproximou o grande
evento literário do Brasil ao maior centro de negócios editoriais no mundo. Nos três
primeiros dias da Bienal, o Agents & Business Center esteve aberto a agentes literários
e outros profissionais do livro. O espaço foi utilizado por centenas de profissionais de
seis diferentes países – incluindo EUA, Itália, Reino Unido e, claro, Brasil. O centro de
negócios já está confirmado para as próximas três edições (2017, 2019 e 2021).
Com seu compromisso de sempre surpreender o público em uma programação cultural
variada e dinâmica, a Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro já tem data para
acontecer: será entre 31 de agosto e 10 de setembro de 2017.
No último dia, Ferreira Gullar e Paula Pimenta
“A ilustração serve para fazer a memória feliz. Eu desenho para compor o imaginário das
pessoas. Desde garoto sempre quis fazer isso”. Com esta afirmação, o ilustrador Rui de
Oliveira definiu o ofício desses profissionais que dão forma a personagens, cenários e
histórias criados pelos mais diversos autores. Para ele, desenhar e escrever são a mesma
coisa, só que com processos distintos.
Na mesma mesa que discutia o papel narrativo das ilustrações, Clarice Freire, autora de
Pó de lua, que mescla poemas e ilustrações, afirma que é difícil dizer o que vem antes
no processo criativo – a escrita ou o desenho. “Isso depende do momento que o autor
está vivendo. Atualmente, os desenhos têm me ajudado a encontrar palavras que
expressam o que eu sinto”, conta.
Sobre a classificação etária de obras que mesclam texto e ilustração, Bianca Mól, autora
de Garota desdobrável afirma que, embora seu trabalho explore o universo lúdico, ela
não escreve para crianças ou adultos. “Costumo dizer que escrevo para quem quer
sorrir”, define.
Em seguida, no mesmo espaço, Ferreira Gullar conversou com Eucanaã Ferraz sobre sua
vida e obra. “Cada um tem um dom, nasci poeta, mas poderia ter nascido ladrão”, disse,
logo na apresentação. Gullar nasceu em São Luís, no Maranhão, e revolucionou sua
época ao dar início ao movimento concretista com a publicação de A luta corporal. “A
minha poesia nasce do espanto”, conta Ferreira Gullar.
A música deu o tom às últimas mesas do Café Literário da 17ª edição da Bienal
Internacional do Livro do Rio de Janeiro. Em Tocando no papel: No embalo dos livros
sobre discos, Dado Villa-Lobos, Arthur Dapieve, Charles Gavin e Mauro Gaspar,
mediados pelo jornalista Silvio Essinger, conversaram sobre como transformar o prazer
da fruição musical em prazer de ler e os desafios de exprimir em palavras a sensação
provocada pela música. Em seguida, João Máximo, Luiz Ricardo Leitão e Denilson
Monteiro, grandes estudiosos do gênero, abordaram o legado de dois grandes mestres
do samba carioca, Noel Rosa e Cartola.
No Conexão Jovem, Babi Dewet, Thalita Rebouças, Bruna Vieira e Paula
Pimenta reuniram milhares de leitores para um bate-papo sobre o livro Um ano
inesquecível, no qual cada uma contribuiu com uma história inspirada nas estações do
ano. Em reposta às perguntas dos fãs adolescentes, o quarteto comentou sobre o
processo de criação dos personagens, suas inspirações e desafios, além da relação que
mantêm com seus seguidores.
Já o Cubovoxes recebeu Josh Malerman para um bate-papo com seus fãs. Sob mediação
de Simone Magno, o autor americano compartilhou com a plateia as inspirações para
seu livro de estreia, Caixa de pássaros. “Amo histórias de terror e sentia que já havia
muito material de vampiros, lobisomens e zumbis. Eu gosto deles, mas queria criar um
monstro novo”, disse o também vocalista da banda The High Strung.
Bem-humorado, Malerman ainda deu conselhos aos aspirantes a escritores. “Primeiro,
não se preocupe em escrever um livro ruim. Nem pense nisso. O que você preferiria ter,
um rascunho ruim que pode consertar ou nenhum rascunho? Depois, acho que é má
ideia esperar por inspiração. Você pode acabar esperando dias, semanas ou anos",
recomendou o norte-americano, que terá sua obra adaptada para o cinema.
Fotos: https://www.flickr.com/photos/101023397@N04/albums/72157658506446246
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