Edição No 72
1o Trimestre de 2014
aGiliDaDe com FÔleGo
O desafio é atender as demandas pontuais sem
perder o foco do longo prazo
ÍnDice
Editorial. ................................2
Gestão ...................................3
Orientador ............................4
TI ............................................6
Estratégia .............................7
Comportamento ...................8
Entregar-se ao eterno presente, substituindo pela pressa o que deve ser
gestado com elaboração é um equívoco
que chama a atenção para o seu oposto:
adiar para depois o que a agilidade das
mudanças exige agora. Essa contradição
entre o pulo necessário e o fôlego para
alcançar longas distâncias na luta pela
competitividade é o que ocupa nossos
analistas nesta primeira edição de 2014,
com destaque para os avanços da contabilidade no autoatendimento. O empreendedor completo, empresário ou colaborador, resume em suas atividades as
mais importantes qualidades do mundo
atual dos negócios. Ter desenvoltura
para interagir com seu entorno voltado
para metas sólidas significa saber usar
os novos instrumentos tecnológicos e
entender as nuances do mercado. Há
ofertas cada vez mais fortes de recursos
para acertar o passo com estratégias de
curto e longo prazo. Habituar-se a fazer
certo compreendendo a complexidade
do momento faz parte de um esforço
coletivo de ação esclarecida, fruto da
criatividade, do talento e da pesquisa. O
mundo empresarial está cada vez mais
impregnado da técnica e da sensibilidade
a serviço de bons resultados.
O interbank da contabilidade ..........p. 6
Fim da autosabotagem......................p. 8
neGócios soB controle
Edição No 72
1o Trimestre de 2014
Implantação do e-social obriga empresas a mudar
rotinas num ano de Copa e eleições
empresa associada
eXPeDiente
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coordenação e Direção de arte
Hifen Comunicação
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circulação
Cadastro Orcose
82
A pressão sobre
as atividades
empresariais
aumenta neste
2014, por vários
motivos, obrigando
empreendedores
e colaboradores
a prestar atenção
e a se antecipar,
para que não
haja surpresas
José serafim abrantes
nem prejuízos. É
preciso reciclar os hábitos diante de novas
exigências, como o e-social, por exemplo,
ou folha de pagamento digital, que faz parte
do Sistema Público de Escrituração Digital
(Sped). O e-social centraliza num único
grande banco de dados as Obrigações
Fiscais Previdenciárias e Trabalhistas que
estavam dispersas. Um detalhe importante: a
legislação não muda, a novidade é que agora
a fiscalização é automática e dispensa a visita
do fiscal.
mobilidade urbana, feriados em função
da agenda esportiva ou política, serviços
sobrecarregados, altas pontuais de
preços são alguns itens aguardados
não só pelos que estarão diretamente
envolvidos, mas por toda a população,
com reflexo forte nos negócios.
As rotinas é que terão de mudar
obrigatoriamente. A quantidade enorme de
detalhes nas providências que precisam
ser tomadas exige atenção redobrada,
fôlego e concentração. No início, poderá
haver desconforto, mas com o tempo a nova
situação ira apontar para um nível superior
de qualidade e mais sofisticação nas ações
empresariais. Os dados estarão completos,
confiáveis e disponíveis. Só precisa ter o
cuidado de preencher tudo corretamente
e para isso os empreendedores contam
com a assessoria contábil, que é a ciência
focada nesse ramo. O e-social vem para
somar transparência, agilidade e eficácia dos
negócios.
Correndo junto, um dado decisivo para
todos: a inflação, incerta e constante.
Como manter o rumo dos negócios no
ambiente alterado? Qual deve ser a
gestão mais apropriada com a oscilação
de preços? Como planejar corretamente
quando se trabalha num circulo que pode
ameaçar os negócios? Adiar decisões,
não tomar a iniciativa certa pode
acumular dificuldades que vão estourar
mais adiante. Como empreendedores e
profissionais, devemos ficar atentos a
todos esses detalhes.
Mas o ano reserva também desafios fora da
normalidade das atividades corporativas,
mas que interferem poderosamente nelas.
É preciso ficar preparado para os efeitos
provocados pelos eventos que vão interferir
no país em todas as áreas, como a Copa
do Mundo e as eleições. Problemas de
É uma sobrecarga importante, com
oportunidades e crises sintonizadas no
mesmo diapasão. São camadas extras
de responsabilidades, que se somam
às rotineiras e não menos importantes,
como a preparação do IR/PF e IR/PJ.
São compromissos de curtíssimo prazo
da Receita Federal que devem ser
cumpridos pelos contribuintes. Nem
é preciso lembrar que eles devem ser
trabalhados com antecedência, para
que haja qualidade nas declarações de
renda. Deixar para última hora significa
perder a chance de conseguir a melhor
performance para as finanças pessoais
ou empresariais.
Vivemos um momento delicado
de mudanças, que irá se refletir
positivamente na gestão e no trabalho.
O Brasil caminha para ser mais
organizado. Acompanhamos esse passo
como protagonistas, e não coadjuvantes.
José Serafim Abrantes
Presidente da Orcose
Gestor Policromático:
luz própria e
comunicação assertiva
Coach Isabel Macarenco*
U
m ano extraordinário para empresários
e gestores, liderando suas equipes,
fazendo bons negócios e respondendo
rápido às mudanças é um trabalho relativamente fácil para quem é policromático. Isto
mesmo, um empresário, dirigente ou gestor
policromático é aquele que se abre para criar
boas alternativas para solução dos problemas,
é flexível, faz planejamento, mantém suas portas abertas e é multitarefa. Como ninguém faz
nada sozinho, em 2014 brilhe com luz própria e
cuide dos relacionamentos, compartilhe ideias
e tenha um comportamento comunicacional
com o controle das emoções. Para ser policromático é preciso marcar presença pela
comunicação, que é subjetiva, isto é expressa
o “eu” de cada um, revela uma opinião pessoal, convence, gera confiabilidade e garante a
valorização dos relacionamentos.
Em 2014 pense em traçar uma meta de melhoria na comunicação porque a comunicação neutra (sem emoção) envolve apenas a
objetividade do assunto em pauta, não revela
sua opinião, se baseia apenas em fatos profissionais, valoriza quem está no controle e exige
obediências dos demais. As regras para um
gestor policromático, que brilha com cores
próprias são:
• Ser positivo na comunicação
• Não ser apontador de dedo, como julgador das pessoas
• Ter respeito por si e pelos demais
• Ter comprOMISSO (não estar OMISSO)
com a equipe, parceiros, clientes, a
situação e o jogo
• Olhar e cuidar de si
Quando se fala de gestão e comunicação
estamos nos referindo a estilos de relacionamentos, que na verdade revelam os traços de
personalidade de cada um. Agressividade e
passividade são comportamentos desenvolvidos durante nossas primeiras experiências de
socialização primária (família) e nas seguintes
(escola, religião, sociedade). Este estilo de
relacionamento é influenciado pela maneira
como nos aproximamos dos nossos interlocutores. Através da observação de comportamentos comunicacionais pode-se distinguir
quem tem foco em si e é bem egocêntrico, os
que são mais dissimulados e manipuladores,
os que são transparentes e os que têm foco em
si e no outro. O gestor policromático é o que
tem um comportamento mais assertivo baseado na expressão do que pensa, sente e deseja,
revelando alto foco nas próprias necessidades
e considerando as necessidades dos outros.
Neste caso, as raízes da assertividade estão
na independência emocional (independe do
julgamento dos outros), na liberdade de expressão (comunica sentimentos e emoções)
e consciência do direito das outras pessoas
(respeito a si e pela opinião de outros).
Gestor ou empresário policromática é aquele
que trilha pelos caminhos da assertividade e
alcança resultados extraordinários, baseados
em uma imagem social forte, capacidade de
autoanálise e proposta de melhoria contínua,
comunicação estratégica, bom nível de gerenciamento do estresse e relacionamentos
baseados na confiança. Assim todas as cores
do mundo estão reunidas nesta única pessoa.
Gestores policromáticos espalham sua luz, o
seu calor e a sua vida tem um legado: fazer
outras pessoas brilharem. VIVA 2014!
* Isabel Macarenco é consultora e sócia da
Macarenco e Zamora Núcleo de Treinamento e
Desenvolvimento, Master Coach e coautora dos
livros: Comunicação Empresarial na Prática. Saraiva, 2013, 3a Edição e, Competência: a essência da
Liderança Pessoal. Saraiva, 2011, 2a Edição.
Facebook: mzliderançapessoal
3
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FeDeral
1) quais as principais alterações promovidas pela mP 627/2013?
Resposta: Por meio da Medida Provisória nº 627/2013, publicada no DOU de 12.11.2013,
foram promovidas importantes alterações na legislação tributária federal, referentes ao
Imposto de Renda e à CSLL das pessoas jurídicas tributadas pelo lucro real, presumido e
arbitrado, bem como referentes a adaptação às novas normas contábeis, dentre as quais
destacamos:
a) a revogação do RTT (Regime Transitório de Tributação), instituído pela
Lei 11941/2009, a fim de adequar a legislação tributária à legislação societária, sendo
opcional a partir de 2014 e obrigatório a partir de 2015;
b) a manutenção da sistemática de ajustes em Livro Fiscal para os ajustes do lucro
líquido decorrentes do RTT;
c) o estabelecimento de multa específica pela falta de apresentação da escrituração
do Livro de Apuração do Lucro Real em meio digital, ou pela sua apresentação com
informações incorretas ou omissas, com base na capacidade contributiva da empresa;
d) disciplinamento de ajustes decorrentes dos novos métodos e critérios contábeis
introduzidos em razão da convergência das normas contábeis brasileiras aos padrões
internacionais; e
e) a isenção dos lucros ou dividendos distribuídos até a data da publicação desta Medida
Provisória em valor excedente ao lucro apurado com base nos critérios contábeis
vigentes em 2007.
2) qual o prazo de entrega da Declaração simplificada da Pessoa Jurídica (DsPJ) – 2014 e
quais empresas estão obrigadas?
Resposta: Por força da IN RFB 1.419/2013, a DSPJ Inativa deverá ser apresentada pelas
pessoas jurídicas que permaneceram inativas durante todo o ano-calendário de 2013.
Considera-se pessoa jurídica inativa aquela que não tenha efetuada qualquer atividade
operacional, não operacional, patrimonial ou financeira, inclusive aplicação no mercado
financeiro ou de capitais, durante todo o ano-calendário. O pagamento, no ano-calendário
a que se referir a declaração, de tributos relativos a anos-calendário anteriores e de
multa pelo descumprimento de obrigação acessória não descaracteriza a pessoa jurídica
como inativa no ano-calendário. A DSPJ – Inativa deverá ser entregue por meio do sitio
da Receita Federal do Brasil, na internet, no endereço www.receita.fazenda.gov.br até o
dia 31 de março de 2014. As microempresas e empresas de pequeno porte optantes pelo
Simples Nacional que permanecerem inativas durante o período de 1º de janeiro de 2013
até 31 de dezembro de 2013 ficam dispensadas da DSPJ-Inativa 2014, devendo entregar a
DEFIS (Declaração de Informações Socioeconômicas e Fiscais), informando a condição
de inatividade.
3) quais empresas estão obrigadas a entrega da ecD (escrituração contábil Digital) e qual
o prazo de entrega?
Resposta: Além das empresas tributadas pelo Lucro Real, obrigadas desde o ano-calendário
2008, com a publicação da IN RFB 1.420/2013, passam a ser obrigadas a entrega da ECD a
partir do ano-calendário 2014, as pessoas jurídicas tributadas com base no lucro presumido, que distribuírem, a título de lucros, sem incidência do Imposto sobre a Renda Retido
na Fonte (IRRF), parcela dos lucros ou dividendos superior ao valor da base de cálculo do
Imposto, diminuída de todos os impostos e contribuições a que estiver sujeita e as pessoas
84
jurídicas imunes e isentas. A ECD será transmitida anualmente
ao SPED (Sistema Público de Escrituração Digital) até o último
dia do mês de junho do ano seguinte ao ano-calendário ao que
se refira a escrituração.
4) quais empresas estão obrigadas a entrega da DmeD (Declaração
de serviços médicos e de saúde) e qual o prazo de entrega?
Resposta: Estão obrigados a entregar a DMED, as pessoas
jurídicas ou equiparadas nos termos da legislação do Imposto
de Renda, prestadoras de serviços de saúde e as operadoras
de planos privados de assistência a saúde (art. 2º da IN RFB
985/2009). São operadoras de planos privados de assistência à
saúde, as pessoas jurídicas de direito privado, constituídas sob a
modalidade de sociedade civil ou comercial, cooperativa, administradora de benefícios ou entidade de autogestão, autorizadas
pela Agência Nacional de Saúde Suplementar a operar planos
privados de assistência à saúde. Os serviços prestados por psicólogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos,
dentistas, hospitais, laboratórios, serviços radiológicos, serviços
de próteses ortopédicas e dentárias, e clínicas médicas de qualquer especialidade, bem como os prestados por estabelecimento
geriátrico classificado como hospital pelo Ministério da Saúde
e por entidades de ensino destinados à instrução de deficiente
físico ou mental são considerados serviços de saúde para fins
de entrega da declaração. A DMED deverá ser entregue até o
dia 31 de março de 2014.
5) quais empresas deverão entregar a ecF (escrituração contábil
Fiscal), qual o prazo de entrega e quais obrigações acessórias
serão supridas?
Resposta: Por força da IN RFB 1.422/2013, a partir do anocalendário 2014 todas as pessoas jurídicas deverão entregar
a ECF, exceto as empresas optantes pelo Simples Nacional, os
órgãos públicos, as autarquias e fundações públicas e as pessoas jurídicas inativas. O sujeito passivo deverá informar, na ECF,
todas as operações que influenciaram a composição da base de
cálculo e o valor devido do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica
(IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). A
ECF será transmitida anualmente ao SPED (Sistema Público de
Escrituração Digital) até o último dia do mês de junho do ano
seguinte ao ano-calendário ao que se refira a escrituração. As
pessoas jurídicas ficam dispensadas, em relação aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2014, da escrituração
do e-LALUR (Livro de Apuração do Lucro Real Eletrônico) e da
entrega da DIPJ (Declaração de Informações Econômico-Fiscais
da Pessoa Jurídica).
icms – estaDo De são PaUlo
6) quais alterações promovidas pelo governo do estado de são
Paulo com relação ao vencimento do icms?
Resposta: O governo do Estado de São Paulo, por meio do Decreto
59967/2013, alterou o vencimento do ICMS devido pelas empresas
optantes pelo Simples Nacional relativo à Equalização da Carga
Tributária na aquisição interestadual de mercadorias destinadas
a industrialização ou comercialização, material de uso e consumo
ou bem do ativo imobilizado, do dia 15 do mês subsequente ao
da entrada da mercadoria para o último dia útil do segundo mês
subsequente. Alterou, também, o ICMS devido pelas empresas do
Simples Nacional, a título de Antecipação Tributária, nos termos
do artigo 426-A do RICMS/SP, nas aquisições interestaduais de
mercadorias submetidas ao regime da substituição tributária. A
legislação anterior previa que o imposto deveria ser recolhido na
entrada em território paulista. Com a publicação deste Decreto,
o referido tributo poderá ser recolhido até o último dia útil do
segundo mês subsequente ao da entrada em território paulista.
Além disto, foram alterados os vencimentos do ICMS devido no
terceiro dia útil do mês subsequente ao mês de apuração por
diversos contribuintes para o dia vinte do mês seguinte ao da
apuração.
7) quais contribuintes estarão obrigados a emissão do cupom
Fiscal eletrônico e a partir de quando?
Resposta: O CF-e-SAT é um Documento Fiscal Eletrônico (DFE),
de existência apenas digital, armazenado exclusivamente em
meio eletrônico e emitido por meio do Sistema de Autenticação
e Transmissão de Cupom Fiscal Eletrônico (SAT), mediante assinatura digital gerada com base em certificado digital atribuído ao
contribuinte, de forma a garantir a sua validade jurídica. O CF-e SAT
será emitido em substituição ao Cupom Fiscal emitido por equipamento Emissor de Cupom Fiscal (ECF) e à Nota Fiscal de Venda a
Consumidor, modelo 2 e tem por objetivo identificar a ocorrência
de operações relativas à circulação de mercadorias, com valor de
até R$ 10.000,00. A emissão do CF-e-SAT será obrigatória:
a) em substituição ao Cupom Fiscal emitido por ECF, a partir
da data da inscrição no Cadastro de Contribuintes do ICMS,
para os estabelecimentos que vierem a ser inscritos a partir
de 1º.04.2014;
b) em substituição à Nota Fiscal de Venda ao Consumidor: b.1) a
partir de 1º.01.2015, para os contribuintes que auferirem receita
bruta maior ou igual a R$ 100.000,00 no ano de 2014; b.2) a partir
de 1.01.2016, para os contribuintes que auferirem receita bruta
maior ou igual a R$ 80.000,00 no ano de 2015; b.3) a partir de
1º.01.2017, para os contribuintes que auferirem receita bruta
maior ou igual a R$ 80.000,00; b.4) após 1º.01.2017, a partir do 1º
dia do ano subsequente àquele em que o contribuinte auferir
receita bruta maior ou igual a R$ 60.000,00;
c) para os estabelecimentos cuja atividade econômica esteja
classificada no código 4731-8/00 (comércio varejista de combustíveis para veículos automotores): c.1) a partir de 1º.04.2014,
em substituição ao Cupom Fiscal emitido ECF; c.2) a partir de
1º.10.2014, em substituição à Nota Fiscal de Venda ao Consumidor, modelo 2.
Quanto aos estabelecimentos que, em 31.03.2014, já estiverem
inscritos no Cadastro de Contribuintes do ICMS, a emissão do
CF-e-SAT em substituição ao Cupom Fiscal emitido por ECF
observará o seguinte:
a) a partir de 1º.04.2014: não serão concedidas novas autorizações de uso do equipamento ECF, exceto quando se tratar
de ECF recebido em transferência de outro estabelecimento
paulista pertencente ao mesmo contribuinte;
b) a partir de 1º.04.2014 será vedado o uso do ECF que conte
5 anos ou mais da data da primeira lacração indicada no
Atestado de Intervenção, devendo o contribuinte, nesse caso,
providenciar a cessação de uso do ECF, conforme previsto na
legislação;
c) até que todos os equipamentos ECF venham a ser substituídos
pelo SAT, poderão ser utilizados, no mesmo estabelecimento,
os dois tipos de equipamento.
5
A CONTABILIDADE
E O AUTOATENDIMENTO.
Fernando de Brito Abrantes*
N
o artigo anterior foi discorrido sobre
softwares que vem ajudando e mudando a forma de empresas contábeis
executarem seus serviços e se relacionarem
com seus clientes. Além disso, a relação Fisco
– Contribuinte já sofreu grandes transformações. A principal foi a convergência do meio
físico (papel) para o meio eletrônico onde tudo
que é gerado nas transações das empresas é
acompanhado e fiscalizado pelos governos
federais, estaduais e municipais através de
arquivos magnéticos com alto nível de detalhamento de suas operações.
Empresas de software especializadas no setor
contábil estão se reestruturando para criarem
aplicações que atendam as atuais demandas,
pois adaptações não fazem mais sentido diante
de tudo o que já mudou e neste novo cenário
pode ser que, assim como os Bancos Privados
que informatizaram praticamente toda sua
operação, as empresas contábeis sigam este
mesmo rumo, o do autoatendimento.
Sabemos que a tecnologia é a grande aliada
de qualquer empresa. Um bom parceiro de
software é imprescindível para as empresas
contábeis e por extensão para comodidade de
seus clientes. Diferentemente de alguns anos
atrás, hoje as grandes empresas fornecedoras
de software contábil não se preocupam apenas
com a geração e produção das exigências contábeis e fiscais que demandam uma dedicação
especial devido suas mudanças praticamente
diárias, mas carregam em suas aplicações módulos opcionais, soluções para gerenciamento
interno do escritório, através de aplicativos de
controle de agenda fiscal, gestão de custos,
business intelligence, auditoria eletrônica de
documentos com cruzamentos fiscais, geren-
86
ciamento e guarda de documentos eletrônicos
exigidos pela legislação, relacionamento com
o cliente, etc.
Estes módulos citados acima são opcionais e
comercializados separadamente para as empresas contábeis que não desejam somente o
atendimento fiscal-tributário, mas que desejam
controlar internamente suas operações de
forma totalmente automatizada. Mas como estamos em uma fase de transição, percebemos
que ainda não há uma aplicação que atenda
plenamente às necessidades atuais. Existem
ótimos softwares que atendem muito bem na
parte legal/tributária mas que deixam a desejar na parte de gestão interna e outros muito
bons na parte de gestão que não atendem tão
eficientemente na outra parte.
Agora façamos uma viagem a um possível
futuro das empresas contábeis, o Autoatendimento: pensamos no SaaS (Software as a
Service) que é uma tendência nas aplicações
e vamos imaginar que a área contábil venha
convergir para o uso deste modelo de aplicação, se assemelhando ao “Internet Banking”
atualmente utilizado pelos Bancos Privados.
Para isto acontecer basta que as empresas
de software atendam 100% da demanda das
empresas contábeis e todo documento gerado
pelos contribuintes seja eletrônico e padronizado, coisa de que não estamos muito longe.
Funcionaria basicamente assim: Como citamos
acima os módulos já existentes pela maioria
das empresas de software voltado ao setor
contábil, existe um módulo de aplicação que
busca, guarda em ambiente seguro e importa,
seja do cliente ou diretamente do portal do
fisco, as Notas Fiscais Eletrônicas de suas
operações de compra e venda de mercadoria
e serviços. Após isso outro módulo faz a verificação se as regras fiscais daquela operação
estão de acordo com o determinado pelo
fisco, através da aplicação de inteligência
fiscal eletrônica. Na sequência já libera para
a importação no sistema fiscal para as devidas
apurações, geração de arquivos magnéticos
legais e integrações contábeis. Isto posto,
com o arquivo eletrônico da movimentação
financeira do cliente que pode facilmente ser
enviada pelo mesmo, são feitas as conciliações
e ajustes complementares necessários.
Ao gerar e enviar as apurações e arquivos
magnéticos o próprio sistema já controla,
através do módulo de agenda de obrigações
exigidas pelo fisco, avisando ao profissional
para que nada deixe de ser entregue nos
prazos estabelecidos, além de tudo o que for
gerado ser automaticamente disponibilizado
ao cliente via portal de serviços através do
módulo idêntico ao “Internet Banking” na qual
os clientes tem acesso.
As operações relacionadas à folha de pagamento são introduzidas via portal de serviços
diretamente na base de dados do escritório
contábil, bastando o profissional conferir e
validar as informações inseridas pelo cliente,
consequentemente seguindo posteriormente
com as apurações, geração de arquivos magnéticos e integrações contábeis necessárias
de forma automática.
Este cenário de autoatendimento não se trata
de utopia; os módulos já existem por diferentes
empresas e se o melhor de cada aplicação
for incorporado em uma única, isto pode e é
possível acontecer. Claro que isto ocorrendo
profissionais altamente capacitados tecnicamente devem estar por trás no gerenciamento,
validação de todas estas informações para que
as integrações automatizadas sejam consistentes. Desta forma mudará ainda mais a forma
de execução dos serviços e o relacionamento
com clientes.
* Fernando de Brito Abrantes
é consultor de T.I.
E-mail: controladoria@orcose. com. br
Reinaldo O. da Silva
Tempo para estratégia
A
s mudanças no mundo são rápidas e
não devem servir de desculpa para a
falta de estratégias de longo prazo.
É o que diz Michael Porter, um dos maiores
professores de negócios de hoje.
O que nenhum executivo admite, mas é um
fato, é que muitas empresas abandonam o
pensamento de longo prazo.
As estruturas sobre as quais Porter baseou a sua reflexão, viam a estratégia
como ambivalente ao longo dos anos, mas
mostram-se convincentes para a liderança
empresarial no mundo.
Esse é o paradoxo de Porter: suas ideias
sobre estratégias estão cada vez mais
disseminadas e ensinadas nas escolas de
administração ao redor do globo.
Entretanto a ideia de estratégia em si,
passou para um plano menor, ofuscada por
noções modernas de competição, advindas
dos conceitos revolucionários da Internet: quem precisa de estratégia de longo
prazo, se o objetivo de todos é “crescer
depressa”?
Poter e seu grupo de estudos e pesquisa
trabalharam em várias empresas que
passaram quase despercebidas no canto
do prédio principal da escola de Harvard,
reservado a salas de aulas.
Michael Porter não tem qualquer dúvida
sobre a importância da estratégia, principalmente a de longo prazo.
Ele estabeleceu certas regras, que farão
vencer aqueles que acreditam na vitória, e
que são visíveis. São elas:
a) arranjar tempo para cuidar de estratégia:os negócios vão acontecendo à velocidade
cada vez maior, o que faz com que se cuide
também do futuro, além das atividades
diárias, que são prioridades;
b) é difícil escolher a estratégia: - as opções
não são nada simples, e não se deve esquecer que existe diferença fundamental entre
estratégia e eficiência operacional, o que
exige escolha para a estratégia;
c) as tecnologias mudaram: - a estratégia
não – os princípios subjacentes à estratégia são (devem ser) permanentes, não
importando o ritmo das mudanças; uma
boa estratégia começa com a escolha do
objetivo certo;
d) o que mudou não foi a estratégia mas a
própria mudança; - o tempo de duração das
coisas diminuiu, o que complicou a colocação em funcionamento de uma estratégia
qualquer;
e) cuidado com o mito dos pontos de in-
flação; - as armadilhas das estratégias se
referem às mudanças nos clientes e nas
suas necessidades de modo significativo,
de maneira que a continuidade das operações não funciona mais;
f) os grandes estrategistas colocam as coisas
importantes nos seus devidos lugares – eles
enxergam as oportunidades com as mudanças, o que nem sempre é visto; todavia nenhum gerente é capaz de resolver o problema
que uma estratégia representa (complexo),
que representa a empresa toda;
g) vale muito lutar por grandes estratégias –
o principal estrategista de uma organização
tem que ser seu líder; delegar (o que vai
ser feito) não é a solução do problema de
definição estratégica. A estratégia não é inventada, mas fundamentada na criatividade
e intuição do(s) líder(es).
A estratégia fixa para o que a empresa
faz e se refere a escolhas; não se pode
ser tudo para todos. Existem tecnologias
desestabilizadoras, mas é preciso cuidado
com os exageros.
Os líderes eficazes sabem o real valor da
estratégia.
*Reinaldo O. da Silva – ROS Consultoria.
E-mail: qt@orcose. com. br
7
H
á alguns anos trabalhando com comportamentos que geram resultados,
vejo muitos empreendedores e profissionais que, a partir do reconhecimento e
substituição de comportamentos inadequados, têm obtido resultados positivos, além
de se tornarem mais felizes a partir de tais
mudanças, das quais posso citar:
1 – Aversão às metas
Sob o ponto de vista dos comportamentos
empreendedores há um dado alarmante:
95% das empresas no Brasil não estabelecem metas para suas equipes e dos 5% que
o fazem, 3% é de forma errada, sendo assim,
somente 2% das empresas definem metas
e as monitoram corretamente.
Diante desta realidade não é difícil concluir
que “metas” são extremamente mal vistas
pelos profissionais, pois a esmagadora
maioria não sabe o que é ou viveu uma
experiência frustrada com o assunto.
A ignorância sobre tema faz com que haja
rejeição ou até mesmo uma aversão, que
autossabota os que trabalham sem ter que
8
3
comportamentos
que autossabotam
trabalhar sem ter metas, pois para todo
aquele que não sabe onde quer chegar,
qualquer lugar que chega está bom, o
que gera um conformismo com a mediocridade.
2 – Falta de planejamento
Nascemos latinos, brasileiros, somos espertos, descolados e damos um jeitinho em
tudo. Tudo isso é muito bom e tem o suas
vantagens. O problema é que não dá pra
confiar no pensamento de que sempre tudo
vai dar certo. Os povos nórdicos e orientais
usam mais da metade do tempo disponível
para um projeto planejando e o restante
do tempo executando e monitorando os
resultados. Nós gastamos pouco tempo
planejando e por isso, usamos a maior parte
dele executando o projeto e refazendo o
que saiu de errado. Essa autoconfiança
excessiva é autossabotagem, pois nos faz
crer que no final tudo dará certo no final.
3 – Necessidade excessiva de reconhecimento
Há pessoas, que por experiências muito
dolorosas em seu passado - especificamente na primeira infância -, apresentam
carências que se manifestam como necessidade excessiva de reconhecimento.
Obviamente é muito bom receber palavras
de encorajamento por um trabalho bem
feito e não há nada errado com isso, mas
os problemas se dão quando essa necessidade é excessiva ou quando o superior
hierárquico não é muito dado a reconhecer.
Esta carência - que precisa ser trabalhada e resolvida - muitas vezes prejudica o
profissional quando o reconhecimento não
vem, gerando frustração e sentimento de
rejeição, que por sua vez, faz com que o
profissional fique desmotivado e improdutivo e até mesmo amargo, tornando difícil
a convivência
Identificar, reconhecer e mudar comportamentos perniciosos é fundamental para
todo aquele que quer ser bem sucedido em
qualquer área da vida.
* Renato Maggieri, consultor de negócios. Artigo publicado no Portal Empresário Online;
www.empresario.com.br
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Edição nº72 - 1º Trimestre de 2014