THARCILL0 i
U B | p N DE TOLEDO
ofessoí' I n t e r i n o
da c a d e i r a
de
.culdade de F a r m á c i a e Odonersídade de S. P a u l o .
PRIMEIRAS PESQUISAS
PARA APLICAÇÃO DO
M I C R O S C O P I O D E FASE
À FARMACOGNOSIA
Tese apresentada
ao c o n c u r s o p a r a p r o v i m e n t o
c a d e i r a de F a r m a c o g n o s i a
da F a c u l d a d e
de
da
Far-
m á c i a e O d o n t o l o g i a da U n i v e r s i d a d e de S. P a u l o .
19 5 8
NOSSOS
A G R A D E C I M E N T O S
ao grande mestre, Professor Richard Wasicky,
pela segura orientação, pelo estímulo que sempre nos deu, desde os primeiros dias em que juntos trabalhamos
e agora,
na confecção
do presente
trabalho;
ao eminente
cientista, Professor Aristóteles
Orsini, que
muito nos auxiliou com suas preclaras lições sobre a
parte ótica do microscópio
de fase;
ao digníssimo
titular da cadeira de Botânica,
Professor
Wilson Hoehne,
e seu ilustre assistente,
Doutor
Astolpho Souza Grotto, que contribuíram
eficazmente
na
classificação
de material
botânico
e nos
favoreceram
com exemplares
de seu precioso
erbário;
a todos que, de qualquer forma,
auxílio ao presente
trabalho,
N O S S O S
contribuíram
A G R A D E C I M E N T O S
com
seu
INTRODUÇÃO
As modernas descobertas no campo da microscopia constituem
novas conquistas de incalculável alcance para as investigações científicas, como o microscópio eletrônico e outros recursos modernos.
As ciências puras e aplicadas beneficiaram-se com estes progressos,
como se verifica principalmente nas ciências biológicas. Entre estas
notáveis aquisições destaca-se a microscopia de fase.
As primeiras notícias sobre o chamado método de fase, foram
postas a lume pelo seu inventor, Fritz Zernike, de Groeningen, Holanda, em 1934. A novidade difundiu-se rapidamente e, pelo conhecimento de seu valor, foi motivo da conquista quase imediata do
Prêmio Nobel de Física,
E m sua origem, o novo método descoberto por Zernike visava
somente aperfeiçoar o processo de Foucault para exame dos espelhos para telescópios. Posteriormente, pensou-se em aplicá-lo ao
exame de materiais que não podiam ser examinados satisfatoriamente com os recursos oferecidos pela microscopia de então. Aliás,
foi o próprio inventor que, um ano após as suas primeiras comunicações, isto é, em 1935, estudou a aplicação de seu método à microscopia, mostrando ser possível transformar variações de fase de pequenos objetos transparentes, em variações de amplitude, tão bem
como no caso dos espelhos para telescópios.
Abria-se desta forma, um vasto campo para novas investigações,
entusiasticamente explorado desde logo por muitos pesquisadores,
trabalhando simultânea e independentemente em vários países e
em diversos setores científicos, com rápido e animador sucesso.
Pela extensa bibliografia já existente, grande parte referida por Richards ( 1 ) e outros autores, podem-se verificar as aplicações encontradas pelo microscópio de fase em diversos domínios, como sejam
5
a medicina e outras ciencias biológicas, a mineralogia e a indústria,
mostrando os sucessos alcançados na prática, com suas aplicações,
especificamente, bem sucedidas, em casos nos quais o microscópio
comum é menos eficiente ou mesmo ineficiente.
Apesar deste avanço, no entanto, novos horizontes, ainda inexplorados, sugerem novas e promissoras aplicações à descoberta de
Zernike. Apesar do muito realizado, não houve ainda tempo suficiente para ensaiar as aplicações do microscópio de fase nos inúmeros problemas da microscopia.
Bennet ( 2 ) , no prefácio de sua substancial obra "Phase Microscopy" confirma esta opinião, quando diz:
"As possibilidades
do método de fase revelaram-se tão extensivas que, acreditamos, praticamente, cada microscopista encontrará nesta obra, algumas sugestões que serão de valor."
Entre as aplicações do microscópio de fase, já extensamente exploradas em diversos ramos científicos e práticos, não encontramos
referência a qualquer pesquisa nos domínios da F A R M A C O G N O S I A
e demais ciências farmacêuticas. Apesar de poderem ser previstas
certas possibilidades de seu emprego, a comprovação certa, de possíveis ou mesmo de eventual inaplicabilidade do método às pesquisas farmacognósticas, estava ainda por ser feita, quando nos
lembramos de realizar alguma coisa a respeito.
Em outros ramos científicos e práticos, onde a microscopia de
fase teve sua utilização, surgiu o problema da interpretação da imagem e encontrou aceitação somente depois de estudos teóricos e experimentais sobre a correta interpretação. Verificou-se que, na maioria dos casos, as imagens produzidas pelo microscópio de fase não
são de interpretação mais difícil do que aquelas produzidas por
outros métodos de microscopia.
Sendo necessária esta interpretação, principalmente
pequenas diferenças de estrutura, isto é, finas minúcias,
que o microscópio de fase poderia ser vantajoso para o
certas particularidades das células vegetais ou animais,
da preparação especial que é a droga.
para ver
pensamos
estudo de
no estado
Embora não tenhamos encontrado trabalhos especificamente
farmacognósticos referentes à aplicação do microscópio de fase, o
seu emprego em outras ciências, como foi dito, já é extenso, como se
depreende da grande bibliografia existente. Dispusemo-nos a realizar o presente trabalho por conhecermos diversos deles, aplicados
6
a outras ciencias, como a Botânica, na qual autores como Linhardt ( 3 ) ,
' Strugger ( 4 ) , Ziegenspeck ( 5 , 6 ) e outros mostraram-se muito animados pelas interessantes observações, e ainda sobre assuntos médicos, onde podemos citar Zollinger, ( 7 ) . Nos diversos ramos industriais, o método também encontrou aplicação e citemos apenas
o ramo têxtil com muitos trabalhos e entre eles os de Farr ( 8 ) , Reuniu th ( 9 , 10, 1 1 ) , Wegener ( 1 2 ) e outros.
Portanto, a tarefa que empreendemos se refere às
aplicações
da microscopia de fase à Farmacognosia, na extensão em que pudemos realizá-la.
Descrição do Método e do Instrumento
Sendo este nosso trabalho um estudo das aplicações da microscopia de fase às pesquisas farmacognósticas, não nos deteremos na
exposição de sua teoria. No entanto, acreditamos serem oportunos
alguns dados a respeito.
O microscópio de fase, também chamado de contraste de fase
e de diferença de fase, permite, utilizando a diferença
de
caminho
ótico, a visibilidade de detalhes que não são observáveis pelo emprego do microscópio comum.
A imagem fornecida pelo microscópio comum, segundo a teoria
de Abbe, é uma imagem de difração. O objeto colocado junto ao
plano focal anterior da objetiva, difrata as ondas de luz que passam
pelo condensador sob o diafragma íris. As ondas difratadas interferem entre si e formam uma imagem real, invertida e ampliada do
objetivo considerado. Esta imagem é vista, através da ocular, como
virtual direita e mais ampliada ainda. A imagem definitiva é então
ampliada, virtual e invertida em relação ao objeto.
A visibilidade de uma partícula, ou dos detalhes de uma preparação microscópica, está condicionada a duas propriedades da
retina: sensibilidade a diferenças de brilho e sensibilidade a diferenças de côr. Uma preparação microscópica só pode ser observada,
através do microscópio comum, se apresentar entre suas partes, diferenças de brilho ou diferenças de côr, ou ainda, ambas. Uma preparação, perfeitamente incolor, só mostrará detalhes se apresentar,
entre suas partes constituintes, diferenças de brilho. Uma preparação
microscópica, diversamente colorida, apresentará, evidentemente,
diferenças de côr. A retina só é sensível ao brilho e à côr dos objetos.
Ora, o brilho está diretamente ligado à amplitude
das vibrações
luminosas; a côr depende do comprimento
de onda da luz.
9
Na teoria ondulatória apresentada por Huyghens e grandemente desenvolvida por Fresnel, a luz deve ser considerada como de natureza eletro-magnética. Ao longo de um raio de luz propagam-se
dois campos: um elétrico E outro magnético H. Estes campos, ondulatórios, são perpendiculares entre si e perpendiculares à direção
de propagação da luz, isto é, ao raio luminoso (Figura 1 ) .
FIGURA
1.
Campo elétrico E e campo magnético
ao longo de um raio de luz.
H,
Ao afastamento máximo a partir do próprio raio de luz, dá-se
o nome de amplitude a. O comprimento de onda ~k corresponde ao
espaço percorrido durante um período T .
No movimento vibratório simples, a elongação e varia de acordo com uma lei senoidal
e = a sen
t
'A TC
onde e representa a elongação; a a amplitude;
a pulsação e t o tempo considerado.
O comprimento de onda A de uma radiação monocromática
está ligado ao período T da vibração luminosa pela relação:
X = cT
onde c representa a velocidade da luz no vácuo. E m um
meio
material de índice de refração n, a velocidade da luz
torna-se
v = c/n
Quando a luz atravessa um corpo de índice de refração n,
convém considerar o caminho
ótico percorrido.
Chama—se caminho
ótico ao produto do percurso geométrico da luz pelo índice de refração do meio considerado.
Uma partícula mergulhada em um meio homogêneo, pode não
apresentar, em relação ao meio, diferenças de brilho, nem diferenças
10
de côr. Tal partícula seria então invisível ou dificilmente visível
através de um microscópio comum. O mesmo pode acontecer com
as diferentes partes de um objeto microscópico que então não apresentará detalhes ao microscópio. O caminho ótico pode, no entanto,
ser diferente quando se considera a partícula em relação ao meio,
ou às diversas partes de uma preparação microscópica. Tal partícula,
ou as diversas partes de um mesmo objeto, podem ser visíveis ao
microscópio se as diferenças de caminho ótico forem transformadas
em diferenças de brilho ou diferenças de côr, ou ainda diferenças
de brilho e côr, simultaneamente. É o que realiza o microscópio
de fase.
O MICROSCÓPIO
DE FASE - O microscópio de fase utiliza
a diferença de caminho ótico existente entre uma partícula e o meio
onde a mesma se encontra. A diferença de caminho ótico é transformada em uma diferença conveniente de fase: concordância ou
aposição. No primeiro caso, a partícula aparece mais brilhante do
que o resto da preparação. Dá-se o contrário no segundo caso, isto
é, o campo microscópico aparece mais brilhante do que a partícula.
TEORIA SIMPLIFICADA
- Suponhamos um ponto P, situado junto ao bordo do diafragma colocado ao nível do plano focal
anterior do condensador do microscópio. Pelo princípio de Huyghens,
este ponto, atingido pelas ondas de luz provenientes do sistema de
iluminação, é sede de ondas luminosas esféricas.
Ao atravessar
o condensador, são transformadas em ondas planas. São estas ondas
planas que atravessam a preparação colocada junto ao plano focal
anterior da objetiva.
Suponhamos uma partícula homogênea e transparente colocada
em um meio igualmente transparente e homogêneo. Seja a partícula de índice de refração maior do que a do meio ambiente formando a preparação microscópica. O caminho ótico através da partícula
será então maior do que o caminho ótico através de igual espessura
do meio onde a partícula se encontra.
A onda plana proveniente do condensador é difratada pela
partícula, dando origem a uma onda direta e a uma onda desviada.
A onda luminosa direta apresenta, praticamente, a mesma amplitude e a mesma fase que a onda, através das porções restantes da
preparação. A onda desviada pela partícula é, em geral, de menor
amplitude e apresenta, em relação à onda direta, um atraso da ordem de /l de comprimento da onda.
11
A parte da onda que atravessa a partícula mas não é desviada,
converge para um ponto P\ imagem do ponto P, e situada sobre
o segundo plano focal da objetiva do microscopio. O lugar geométrico dos pontos P' recebe o nome de área conjugada.
As demais
porções do segundo plano focal da objetiva formam a área
complementar.
A onda luminosa direta passa pela área conjugada.
A onda desviada atravessa, preferentemente, a área complementar.
A imagem da partícula é formada pela interferencia das ondas direta e desviada. Quando o caminho ótico através da partícula
difere do caminho ótico através do meio onde a partícula se encontra por uma pequena fração de comprimento de onda, ( 1 / 2 0 de X,
por exemplo) a onda desviada apresenta em relação à onda direta
uma diferença de fase de )í de comprimento de onda. D a interferência entre as ondas direta e desviada resulta uma onda praticamente da mesma amplitude que a onda que atravessa as demais
regiões de preparação.
A imagem da partícula não apresentará,
sensível contraste de brilho (nem contraste de côr) com relação
à imagem do meio circundante. Tal partícula será então invisível,
ou dificilmente visível, com o microscópio comum.
LÂMINA
DE
FASE
Suponhamos que, no segundo plano focal da objetiva, seja
introduzida uma lâmina de fase. A lâmina de fase, também chamada lâmina de difração, introduz, no percurso da onda não desviada pela partícula da preparação microscópica, uma diferença de
fase correspondente a )í de comprimento de onda. Deste modo, a
onda não desviada, que se achava defasada de % de A em relação
à onda desviada, entra em concordância de fase. A amplitude da
onda resultante da interferência entre as ondas desviada e não
desviada pela partícula é maior do que a amplitude da onda que
atravessa as demais regiões da preparação microscópica. A partícula aparece, então, no campo microscópico, mais brilhante do que
o resto da preparação.
Como a onda não desviada pela partícula converge para a
chamada área conjugada, é sobre esta área que deve haver um meio
12
capaz de introduzi! uma diferença de caminho ótico correspondente a M de X. Para tanto, a lâmina de fase apresenta, na parte correspondente à área conjugada, um revestimento especial, em geral
de fluoreto de magnésio, com espessura conveniente, isto é, capaz
de modificar o caminho ótico da onda não desviada pela partícula
de um valor correspondente a % de X da luz empregada (suposta
monocromática).
Neste caso, quando a camada retardadora de
)í de Xda onda não desviada é colocada sobre a área conjugada da
lâmina de fase, a partícula apresenta maior brilho do que o restante
campo de observação.
Suponhamos agora que seja a área complementar da lâmina
de fase a que foi recoberta por uma leve camada de fluoreto de
magnésio e de espessura conveniente. Como a área complementar
é atravessada pela onda desviada ( e também pela onda direta),
é agora a onda desviada, novamente, retardada de X / 4 .
Acontece então que a onda desviada, atrasando-se de X / 4 ao
ser difratada pela partícula e mais X / 4 ao atravessar a área complementar, vai-se encontrar agora em aposição de fase com a onda
não desviada. A onda resultante é então de amplitude menor do que
a onda direta, a que dá origem à imagem das demais porções da
preparação. A partícula aparece então com brilho reduzido, isto é,
menos brilhante do que as demais porções do campo microscópico.
E m nossos trabalhos, empregamos um microscópio de fabricação Ernst Leitz, tipo "Ortholux", com iluminação embutida, munido de dispositivo próprio para conseguir contraste de fase, formado
pelas peças vistas na figura 2, e que são as seguintes: — Condensador especial segundo Heine, em cujo interior está colocada
uma lente munida de anel de fase Sk, móvel em sentido vertical por
meio do parafuso Tr. Com este deslocamento em altura são conseguidos os diferentes tipos de iluminação adiante descritos, inclusive o contraste de fase; alinhadas em diagonal vê-se uma série de
objetivas, da esquerda para a direita: objetiva apocromática de imersão em óleo 9 0 / 1 , 1 5 ; objetiva sistema apocromático seco 4 0 / 0 , 7 0 ;
objetivas (duas) sistema a seco acromático 1 0 / 0 , 2 5 e 2 0 / 0 , 4 5 . O tubo
mais alongado à esquerda, em cima, é uma lupa de ajustagem (lupa auxiliar ) , destinada à centralização do condensador. Além destas peças,
a figura 2 mostra ainda um par de filtros com o respectivo porta-filtros e duas lentes adicionais para trabalhos com imersão em óleo.
A objetiva 4 0 / 0 , 7 0 possui montagem de correção com compensação automática de precisão.
7
ERNST LEirZ GMBH WErUM
F I G U R A . 2. Peças próprias para conseguir o contraste de fase, descritas a páginas
Clichê gentilmente cedido pela Casa E . Leitz, de Wetzlar, Alemanha.
14.
Com esta aparelhagem podem-se obter diversos tipos de iluminação, dependendo da altura da lente munida de anel de fase do
condensador, chamada "corpo de espelhos", que, como dissemos,
pode deslocar-se em sentido vertical. A figura 3-1 mostra a posição
mais baixa do corpo de espelhos Sk, na qual o estreito anel luminoso L , produzido pelo condensador, reproduz-se em L ' , dentro do
anel de fase de Zernike. Produz iluminação em campo claro. A figura 3-II mostra o corpo de espelhos Sk mais levantado, resultando
ampliação da imagem L ' do anel luminoso, ficando este completamente coberto pelo anel de fase Z, que aparece escuro. Consegue-se assim o contraste de fase segundo Zernike. Uma ulterior
elevação do corpo de espelhos Sk (figura 3 - I I I ) faz crescer novamente a imagem do anel luminoso até que não sofra mais a influência do anel de fase. Esta posição dá imagens de campo claro ricas
em contraste. Uma nova elevação de Sk (figura 3 - I V ) faz desaparecer a imagem do anel luminoso por detrás do bordo A do dia14
fragma de abertura. Nesta posição, juntamente com o anel L como
manancial luminoso, forma-se um campo escuro que, comparado
ao campo escuro normal, em muitos casos, faz ressaltar, com clareza, estruturas especiais. Finalmente, a figura 5-V mostra a posição na qual chega a atuar o feixe de iluminação convergente no
campo do objeto, produzindo iluminação normal de campo escuro.
NOTA — No transcorrer deste trabalho, para abreviar, quando
fizermos referência a estes vários tipos de iluminação, diremos, simplesmente, posição I, II, III, IV ou V, assim como, ao nos referirmos
ao microscópio de fase, usaremos as iniciais m. f. e, para o microscópio comum, as iniciais m. c.
Também, onde não houver referência especial, as descrições
referem-se a observações feitas com a objetiva apocromática 4 0 / 0 , 7 0
a seco, em conjunto com um par de oculares periplanáticas 12 X .
15
A significação atual do microscópio em
Farmacognosia
Há cerca de um século, quando começaram a ser estudadas,
microscopicamente, as estruturas das drogas, com os trabalhos de
Berg, uma avalanche de pesquisadores, em todo o mundo, precipitou-se a fazer tais estudos e a microscopia dominou por longo tempo
a atenção geral. Nesse tempo, a fitoquímica e a zooquímica, naturalmente, ficaram com o menor quinhão.
Hoje em dia, certos autores pensam que a microscopia farmacognóstica só é aplicável visando fins puramente diagnósticos e revelação de fraudes. No entanto, suas aplicações atuais têm também
grande valor nas experiências científicas, especialmente na histoquímica, onde não se pode prescindir do microscópio. Presta êle,
da mesma forma, ótimos serviços no estudo experimental das chamadas "variedades químicas" e em numerosos outros problemas
científicos da Farmacognosia. Aliás, as mais modernas publicações
especializadas comprovam, insofismavelmente, o valor do estudo microscópico das drogas, que nenhum farmacognosta deixa de realizar.
Mas, a prática da microscopia farmacognóstica apresenta muitas dificuldades, quando o material examinado não está bem estruturado. Quando há a possibilidade de serem obtidos cortes, geralmente o trabalho torna-se mais fácil porque o material ainda possui
células inteiras ou mesmo parcelas de tecidos. Todavia, dificuldades aumentam, consideravelmente, em se tratando de drogas pulverizadas finamente, nas quais as células estão dilaceradas, sem as
suas características morfológicas. Também, os conteúdos celulares,
estravasando do interiior das células, quase sempre desintegrados,
interpõem-se na mistura. Não diremos ser impossível tirar conclu2
17
soes com estes pós, mas, as dificuldades encontradas a cada momento,
são inegáveis. Os recursos usados nestes casos são os métodos histo
e microquímicos, ou a observação microscópica com recursos especiais, como os dispositivos de polarização, de fluorescência, ou a microfusão, microdestilação e outros, escolhidos de acordo com as circunstâncias.
18
Onde o Microscopio de Fase pode mostrar
suas utilidades
Como a microscopia farmacognóstica não tem fins exclusivamente diagnósticos, mas procura também verificar o desenvolvimento de fenómenos biológicos intracelulares relativos à formação
de certos órgãos ou à produção de certas substâncias, tais fins constituem vasto campo de pesquisas. É interessante saber como a planta
elabora, com suas matérias-primas, os seus princípios ativos. Saber
quais os verdadeiros fenômenos realizados na intimidade das glândulas secretoras, nas quais já foi verificada a natureza haplóide e
saber se seria possível apresentarem elas estruturas paraplasmáticas, não visíveis ao microscópio comum. Nestes casos e em outros
semelhantes, seria possível o sistema de fase mostrar propriedades
não perceptíveis com auxílio do microscópio comum.
Sendo as pequenas inomogeneidades estruturais das células visíveis com o microscópio de fase, poder-se-ia talvez identificá-las
nos fragmentos celulares de uma droga finamente pulverizada, induzindo ao diagnóstico.
J á os mitocôndrios estão sendo estudados com o microscópio
de fase. Com ele, é possível que se encontrem esclarecimentos referentes à gênese de alcalóides e outras substâncias. A observação,
às vezes difícil, de bolores e micro-organismos contaminantes em
drogas, pode ser realizada sem auxílio de corantes e assim também
podem ser percebidas outras impurezas.
O presente trabalho foi
elaborado com estes pontos de vista e como um trabalho aplicado à
Farmacognosia.
Quando se inicia a aplicação de um novo processo, como neste
caso, naturalmente, tem-se que começar as pesquisas com simples
19
elementos. Esta parte é interessante como fundamento para futuros estudos de natureza mais complexa, onde estes elementos serão
peças básicas. Ulteriores trabalhos irão fazer aplicação do microscópio de fase no exame diagnóstico de drogas e no estudo de plantas
medicinais vivas, que, desta maneira, poderão fornecer elementos
para conclusões sobre a formação de princípios ativos, com vantagem
para a melhoria das culturas de plantas medicinais destinadas ao
preparo de drogas e para o estudo de fenômenos correlatos que se
passam em plantas silvestres.
Durante os numerosos exames realizados com o microscópio
comum, para compará-los com os exames feitos ao microscópio de
fase, foram observados, em alguns casos, pormenores que parecem
ser interessantes sob outros aspectos que não o da microscopia de
fase. Algumas destas observações serão citadas neste trabalho.
Também, como já tivemos ocasião de dizer acima, nossos
estudos a respeito da provável aplicação do sistema de microscopia
de fase à Farmacognosia, referem-se a certos elementos encontrados na droga ou em seus precursores, os vegetais e animais. Vamos
iniciar nossas pesquisas com observações sobre alguns cristais.
20
PARTE EXPERIMENTAL
Sendo o microscopio de fase indicado, em geral, para observação
de espécimes muito transparentes e sem coloração, incluídos num
meio cujo índice de refração seja muito próximo e portanto, invisíveis ou dificilmente visíveis ao microscópio comum, achamos conveniente preparar e experimentar diversas substâncias, misturas
e soluções com índices de refração vários, comparando o seu funcionamento como meio de montagem em preparações contendo objetos farmacognósticos.
No entanto, como as observações ou exames microscópicos, em
Farmacognosia, são realizados com certos reativos já, comprovadamente, eficientes na prática, procuramos de preferência usá-los.
Um estudo mais especializado sobre a aplicação de montagens de
diversos índices de refração, pretendemos fazer em prosseguimento.
Por enquanto, usamos de preferência os seguintes: água destilada,
solução de cloral a 60 por cento e em certos casos especiais, constantes das experiências que figuram neste trabalho, usamos certos óleos
ou outras substâncias puras ou misturadas, de índice de refração
21
conhecido ou por nós determinado. Fizemos estas determinações
à temperatura de 2 0 ° , usando o aparelho de Abbe:
Água destilada
Solução de cloral
a 10% ( p / v )
a 20% ( p / v )
a 40% ( p / v )
a 60% ( p / v )
saturada a 15°
Xarope de açúcar
Glicerina
Sol. de salicilato de sódio em
glicerina, saturada a 19°
Sol. de salicilato de sódio 2,5 g
e glicerina q. s. p. 10 cm
Fenol liquefeito - j - glicerina
3
3
cm
0,5
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
7,0
8,0
9,0
+
+
+
+
+
+
+
+
+
cm
9,5
9,0
8,0
7,0
6,0
5,0
4,0
3,0
2,0
1,0
1,333
1,3430
1,3540
1,3742
1,4022
1,4586
1,4457
1,4697
1,4948
1,4900
Essência de cravo da Índia
Essência de sassafrás
Óleo de cetro artificial marca Reichert
Óleo de citronela Ceilão . . . .
Essência de terebintina . . . .
Álcool do comércio
Óleo de anis
Essência de pinus radiata . . .
Essência de alecrim
Óleo de rícino
Óleo de amendoim
Essência de sassafrás - f - álcool (em c m )
1,5348
1,5346
1,5210
1,4847
1,4740
1,3645
1,5368
1,4790
1,4803
1,4789
1,4720
3
3
•••
. ••
. . . . . ..
1,4768
1,4810
1,4870
1,4940
1,5020
1,5058
1,5134
1,5195
1,5250
1,5320
1
2
3
4
5
6
7
8
1
+ 9
+ 8
+ 7
+ 6
+ 5
+ 4
+ 3
+ 2
+ 9
1,3811
1,3995
1,4169
1,4373
1,4549
1,4700
1,4875
1,5032
1,5202
Algumas observações sobre Cristais
Diversas inclusões podem ser encontradas fora ou no interior
das células que formam os tecidos de que são constituídas as drogas; algumas pré-existentes e outras formadas durante ou após o
seu preparo. Para os exames em microscopia farmacognóstica são
particularmente interessantes os cristais, muito espalhados e freqüentemente encontrados; dos cristais, o mais comum é o de oxalato
de cálcio. Freqüentemente, também, devem ser examinados cristais resultantes de reações micro ou histoquímicas, jacentes ainda no
interior dos tecidos ou deles separados. Achamos interessante, pois,
pesquisar as possibilidades do método de fase, no exame de tais
corpos.
Cristais de diversos sistemas foram examinados, porém,
um pouco mais extensivamente, os de oxalato de cálcio. Com respeito à classificação dos cristais escolhidos para exemplo, baseamo-nos
nas obras de Hodgman ( 1 3 ) e Hackh ( 1 4 ) .
SISTEMA CÜBICO:
Uma solução saturada de cloreto de sódio foi tratada pelo etanol, produzindo-se assim uma fina precipitação. Uma gota deste líquido, contendo o precipitado, foi colocada
entre lâmina e lamínula; procurou-se observar cristais simples, isto
é, que não fossem portadores de outros cristais menores. Ao m. c. ( * )
estes cristais mostraram-se com sua forma habitual, quadrangulares,
com arestas bem definidas. Ao m. f., ( ° ) e m posição I não se vê
diferença em comparação com o m. c, porém, levantando-se gradualmente o espelho, vão aparecendo finas estriais nos bordos dos
cristais, as quais se vão atenuando ao atingir a posição I I , quando
surgem sombras no seu interior. E m posição IV, os cristais destacam-se
em campo escuro somente pelas linhas das arestas que ficam lumi(*)
V e r nota a páginas 15.
23
nosas e as estrias vão aparecendo em maior ou menor número, conforme se vai movendo o espelho. Finalmente, em posição V aparecem as figuras dos cristais em campo escuro, com muita luminosidade. O contraste muito forte torna menos visíveis as estrias.
O mesmo precipitado de cloreto de sódio, depois de lavado com
álcool e éter, foi montado em bálsamo do Canadá, mostrando as
mesmas formas, porém, um pouco mais definidas, em todas as posições.
SISTEMA
TETRAGONAL:
Soluções saturadas a quente, de
fluoreto de sódio e iodeto mercuroso foram colocadas sobre lâminas e cobertas com lamínula. A precipitação produzida foi examinada, escolhendo-se os cristais menores, com cerca de 14 micra de
diâmetro. Ao m. c, apareceram cristais bem formados. Ao m. f.,
a única particularidade observada foi uma policromasia dos pequenos cristais e a maior luminosidade dos cristais em campo escuro.
SISTEMA
HEXAGONAL:
Preparações de Rotenona, montadas em água destilada, revelaram, ao m. c, cristais em placas hexagonais, bem visíveis, medindo 9,6 por 12 micra, a maioria. Ao m. /.,
em posição I, aparecem eles bem definidos em seu contorno formado por linha escura; em posição I I , esta linha torna-se clara e a superfície acinzentada, virando para azul. Nas posições I V e V, aparecem menos definidos com sua conformação difusa, em campo
escuro.
SISTEMA RÔMBICO:
Fêz-se evaporar uma gota de uma solução alcoólica diluída de estriquinina ( b a s e ) sobre uma lâmina,
juntou-se uma gota de água e cobriu-se com lamínula. Ao m. c,
mostraram cristais bem formados, medindo 62 micra de comprimento.
Ao m. f., nas posições I. I I e I I I , não mostraram grande diferença
em relação ao m. c. Porém, nas posições IV e V, estes cristais destacavam-se muito, aparecendo como corpos luminosos.
Ainda,
cristais de papaverina pura, montados em água destilada mostraram, ao in. c , cristais de tamanho variável, bem visíveis. Ao m. f.,
os menores mostraram-se policrômicos em posição I I e muito luminosos nas posições I V e V. Outras preparações foram feitas com
fenolftaleína:
Uma solução alcoólica de fenolftaleína foi precipitada por adição de água. A suspensão de cristais foi examinada,
ao m. c. O precipitado recente, que ainda é amorfo, vai formando
micrólitos com a forma de uma rosácea. Conforme a posição dos
cristais que a formam, ou quando isolados, mostram forma lenticular:
24
medem 62 micra de comprimento por 32 de largura, em
ria. Ao m. /., aparece também a forma lenticular ou a
vírgula, cercada por um halo; alguns cristais mudam de
forme a posição do espelho; ficam muito luminosos
ções I V e V.
sua maioforma de
côr, connas posi-
SISTEMA
MONOCLÍNICO:
Foram feitas três preparações:
uma solução alcoólica saturada de brucina cristalizada "pro analysi" Merck, foi precipitada por adição de água destilada; montada
entre lâmina e lamínula mostrou, ao m. c, cristais bem formados,
de tamanho variável, dos quais foram examinados aqueles que se
aproximavam da medida de 14 micra e maiores, aproximando-se
a 90 micra. Ao m. f., os cristais menores exibem uma policromasia
variável, principalmente em posição I I , na qual também surge um
sombreado em seu interior, em forma de estrias ou faixas; nas posições I V e V desaparecem as cores, os cristais ficam escuros com
suas arestas muito luminosas. Outras duas preparações feitas com
soluções de fosfato de amónio e cloreto de potássio, saturadas a
quente e precipitadas pelo resfriamento, não mostraram diferença
da solução precedente.
SISTEMA
TRICLÍN1CO:
Foram examinadas preparações de
uma solução saturada de ácido bórico, precipitada por agitação.
Ao m. c, mostraram aglomerados de cristais e ao m. /., em posição I I ,
os cristais aparecem amarelados em campo cinza e brilhantes nas
posições I V e V.
CRISTAIS
OBTIDOS
POR MICROSSUBLIMAÇÃO:
Diversas drogas foram submetidas à microssublimação e o microssublimado examinado ao microscópio. Também foram examinados produtos
de reações histoquímicas.
MICROSSUBLIMADO
DE CRAVO DA ÍNDIA:
O microssublimado foi obtido por aquecimento às vizinhanças da carbonização. Ao m. c, viram-se as formas costumeiras, como são descritas
nas obras de histoquímica; ao m. f., apareceram, no interior das massas de alcatrão, cristais aciculares pequenos, de "cariofiíina" (ácido
oleanólico), menos visíveis com o aumento de 4 8 0 vezes do que
com o aumento de 2 4 0 vezes. Com esta amplificação e posição I I
distingue-se muito bem o que é do que não é cristal. Tratando-se
este sublimado por soluto de hidróxido de potássio, o eugenol
transforma-se logo em eugenolato de potássio, revelado com nitidez
na posição I I , em pequenas agulhas com 2 1 micra de comprimento,
exibindo forte policromasia, porém, somente nessa posição.
25
MICROSSUBLIMADO
DE BADIANA:
Este microssublimado quando recentemente obtido, não mostrou cristais. Abandonado
entre lâmina e lamínula durante 36 horas, mostrou cristais aciculares, agrupados em triquitas, isto ao m. c. Ao m. /., em posição I I ,
tomam uma côr azulada. O comprimento destas agulhas era muito
variável, indo desde umas poucas até dezenas de micra.
MICROSSUBLIMADO
DE CAFEÍNA:
Obtido um microssublimado de pó de guaraná, foi este examinado ao m. c., mostrando
longas agulhas, da maneira habitual. Ao m. f., não mostraram nada
mais do que uma certa policromasia nas agulhas menores e mais
curtas. Tratadas por vapores de ácido clorídico, formaram as figuras mostradas por Tunmann ( 1 5 ) , exibindo policromasia na
posição I I .
MICROSSUBLIMADO
DE RUIBARBO:
Microssublimado de
pó de ruibarbo da China revelou, ao m. c., quando examinado a
seco, sem lamínula, pequenas agulhas medindo 4,8 x 1 micra as
menores e 96 x 2 micra as maiores, além de alguns cristais de forma
retangular, os quais, também, são referidos por Molish ( 1 6 ) . Montado este sublimado com água destilada entre lâmina e lamínula,
mostrou as mesmas agulhas, porém, desapareceram os cristais de forma quadrangular. Ao m. /., o exame da preparação seca mostrou
pouca diferença. As preparações montadas com água destilada e
recobertas com lamínula mostraram, em posição I, agulhas amarelas
que se foram tornando verdes com a elevação do espelho, para depois ficarem pardas em posição I I . A coloração parda continua em
posição I I I e em posição IV, ao passo que em posição V tornam-se
inteiramente brilhantes.
ESFERO-CRISTAIS
DE MORFINA:
Uma pequena porção
de pó de ópio foi colocada sobre uma lâmina juntamente com uma
gota de reativo de Mayer, coberta com lamínula e aquecida. Mostrou, ao m. c., a presença de esfero-cristais formados pela reação da
morfina com o reativo, tendo sua configuração característica, descrita por autores, como Wasicky ( 1 7 ) . Ao m. f., aparecem finíssimas granulações no interior das esferas, mesmo antes do tempo de
aparecer qualquer estrutura visível ao m. c., quando a observação
é feita na posição I I . Também vê-se policromasia.
Para saber se esta granulação era verdadeiramente cristalina ou
se, também, formações amorfas podem mostrar, ao m. f., configuração que se pudesse confundir com corpos estruturados, fizemos
26
uma verificação examinando uma lâmina preparada com uma emulsão de óleo de amendoim em água. As formações observadas no
interior dos esfero-cristais nunca são vistas nas gotículas da emulsão.
Vê-se apenas uma policromasia em linhas concêntricas em ambos
os casos.
OXALATO DE CÁLCIO:
As figuras cristalinas mais freqüentemente encontradas nos exames microscópicos de drogas são constituídas de oxalato de cálcio. Aparece êle sob formas muito variadas. Pertencem elas ao mesmo tempo aos sistemas tetragonal ou
monoclínico, conforme provenham do mono ou do triidrato de cálcio, segundo Fre-Wyssling ( 1 8 ) . A cada momento, o farmacognosta encontra estes cristais nos exames microscópicos de drogas e,
por isso, alongamo-nos um pouco mais, no seu estudo.
Para obter oxalato de cálcio por precipitação, usamos uma solução de cloreto de cálcio muito diluída, à qual juntamos uma solução de ácido oxálico, também muito diluída.
Logo em seguida,
surgiu um precipitado. O exame de uma gota da suspensão, colocada entre lâmina e lamínula, revelou, ao m. c, formas quadrangulares e outras com agregados de 4 cristais. Dentro da maioria dos
cristais, podiam-se ver pequenos pontinhos em número de quatro.
Medidas dos cristais: 7,2 a 9,6 micra. Ao m. f., apareceram estas formas com acentuada policromasia, a qual desaparece nas posições I V e V. As arestas não são vistas com nitidez.
A raiz de genciana mostra cristais muito pequenos no interior
de certas células, que se confundem com as paredes celulares, havendo certa dificuldade em descobri-los. Ao m.
aparecem da
mesma maneira que ao m. c, porém, policrômicos.
Pêlos tectores de labiadas mostram, com muita dificuldade, em
algumas células, pequeníssimos cristais de oxalato de cálcio. Para
examiná-los, foram feitas preparações montadas em água e em solução de cloral a 6 0 por cento, mostrando pêlos tectores de folhas
de basilicão canforado (Ocimum kilimandscharicum).
Ao m. c, os
cristais, que ficam formando pequenos aglomerados junto à parede
proximal das células, foram percebidos com muita dificuldade.
Ao m. /., em posição I I pôde-se ver com facilidade pequenos grupos
de cristais aciculares, muito pequenos. O mesmo pode-se dizer a
respeito de pêlos de Thymus
serpillum.
Uma flor tubulosa do capítulo floral de Arnica, examinada ao
m. f., mostrou uma série de cristais sobre o tecido subjacente. Uma
27
particularidade interessante é que, usando a posição V, desaparecem
todos os elementos histológicos, aparecendo somente a série de cristais, muito luminosos, em campo escuro (Figura 4 ) .
Para fazer observações sobre drusas, foram preparadas lâminas de pós de jalapa do Brasil (Operculina
macrocarpa),
ruibarbo
da China e condurango, montadas em solução de hidrato de cloral
a 60 por cento.
Ao rn. c, mostraram a configuração comum das drusas, isto é, um
eriçado de pontas com um centro mais escuro. Ao m. f., as drusas de
jalapa do Brasil aparecem repletas de minúculos pontinhos escuros,
principalmente no centro; as pontas dos cristais aparecem brilhantes, formando um círculo de linhas quebradas mais claro. E m algumas pontas aparecem finas linhas escuras, radiais. As drusas de
ruibarbo mostram um ponto central de coloração menos acentuada,
do qual partem finas linhas radiais, mais nítidas do que nas drusas
da jalapa; não se vêem as arestas dos critais, mas sim, uma linha
confusa.
O condurango mostrou suas drusas da mesma maneira,
somente com a parte central menos escura.
F I G U R A 4. Cristais encontrados em
uma flor tubulosa do capítulo floral de
Arnica montana L . Fotomicrografía tirada ao m.
posição V .
Aumento 5 0 0 X .
EXPERIÊNCIAS
COM CRISTAIS COLOCADOS
EM MEIOS
DE INCLUSÃO
COM APROXIMADO
ÍNDICE
DE
REFRAÇÃO:
Para verificar se cristais, com índice de refração vizinho ao índice
de refração do meio de inclusão, poderiam ser melhor visíveis ao
m. /., fizemos diversas preparações com cristais vários, colocados
28
em meios de inclusão nestas condições.
ções feitas com uma delas.
Vamos citar as observa-
Uma solução preparada com sulfato de estriquinina em álcool
aquecido foi resfriada, formando-se um precipitado. Este precipitado, colhido com uma pequena espátula, foi montado com uma gota
de clorofórmio entre lâmina e lamínula. O sulfato de estriquinina
tem um índice de refração igual a 1,6137 e 1,5988 de clorofórmio
igual a 1,590. Experimentamos neste caso, ainda outros líquidos para
servirem como meio de inclusão, como aldeído cinámico ( n = 1,615)
e óleo de canela ( n
= 1.600), mas, apresentavam inconvenientes, inclusive dissolução dos cristais. Na preparação montada com
clorofórmio observamos o seguinte: Ao m. c, não vimos os cristais;
ao m.
em posição I, o mesmo se deu, porém, em posição I I apareceram com nitidez agulhas e placas cristalinas.
20
D
2 0
D
CISTOLITOS:
Para o estudo de cistolitos preferimos usar o
cânhamo (Cannabis
índica) de duas amostras: uma retirada de uma
coleção de drogas muito antigas (com mais de 4 0 anos) e outra
obtida de "maconha" proveniente da polícia de São Paulo, apreendida no mercado clandestino. Cortes praticados em folhas destas
duas drogas mostraram os cistolitos da mesma maneira que outros
cristais. Estes cistolitos, no entanto, tornam-se mais visíveis ao m. f.,
por aparecerem mais luminosos. Foi ainda preparado um pó fino,
no qual os elementos celulares estavam quase inteiramente destruídos. Ao m. c, não foi possível identificar os cistolitos, ao passo
que, ao m. f., ficaram eles bem visíveis.
29
Estudo sobre alguns Amilos
AM1LO DE MILHO:
Foram feitas preparações de amilo de
milho do comércio, cujo índice de refração é cerca de 1,530, havendo sido umas montadas em água e outras em óleo de cravo. Usamos duas qualidades de óleo de cravo do comércio, dos quais fizemos a determinação do índice de refração em aparelho de Abbe.
Um deles deu n
= 1 , 5 3 4 8 e outro rir/' — 1,5200 e, com cada um
deles, fizemos algumas preparações.
20
r)
As lâminas montadas em água mostraram, ao m. c, o aspecto
costumeiro e característico: grãos poliédricos com hilo estelar em
alguns grãos ou punctiforme em outros. Alguns não mostraram hilo.
Mediam os maiores 19,2 micra e os menores 7,2 micra. Ao m. /., não
mostraram nada mais de notável, a não ser uma policromasia nos
grãos menores e um sombreado interior, nos maiores, isto em
posição I I . As preparações montadas em óleo de cravo com índice
de refração 1,5348 comportaram-se mui diversamente.
Examinadas ao m. c, nem sequer conseguiu-se focalizar o amilo, a não ser
com o auxílio de acessórios de polarização. Ao m. /., também, não
se conseguiu em posição I. Porém, em posição I I (superposição dos
anéis de fase) apareceram com toda nitidez, com seus hilos visíveis.
Passando à posição IV, os grãos aparecem contornados por uma linha azulada, nos maiores o hilo também constituído por linhas azuladas e nos menores como pontos brilhantes. Estas mesmas preparações foram examinadas horas depois, quando se notou uma modificação: Na posição I, assim como no m. c, já era possível enxergar
estes grãos de amilo, embora com dificuldade.
31
AMILO DE RAIZ DE JAL AP A DO BRASIL (Operculina
macrocarpa L . ) Meis.: E m lâminas preparadas com o pó desta raiz,
montado na mesma essência de cravo da índia, somente foi visível o
amilo em posição I I do m. f.
AMILO
DE BATATA:
As observações foram feitas rapidamente, logo após a montagem, em duas séries de preparações. E m
uma, usou-se solução de cloral a 2 0 por cento ( p / v ) e em outra,
solução de cloral a 60 por cento ( p / v ) .
Com cloral a 20 por cento: Ao m. c, os grãos de amilo são atacados e vão-se intumescendo lentamente, seus hilos expandem-se e
tornam-se mais refringentes. Após 15 minutos, já aumentaram de diâmetro; em alguns grãos ainda são vistas estrias e os hilos aumentaram cerca de 3 vezes o seu tamanho, tomando cor amarelo-âmbar.
Decorridos 2 5 minutos, viu-se que alguns grãos foram atacados mais
rapidamente do que outros. Num campo onde se contavam 2 1 grãos,
um só conservava ainda sua forma, com o hilo pouco expandido e
as estrias visíveis. Na maioria, a mancha amarela correspondente
à expansão do hilo, ocupa cerca de 1/3 do grão. Passados 30 minutos, o aspecto conservava-se quase o mesmo, porém, com 45 minutos, desapareceram os contornos e as estrias; a mancha amarela
formada pelo hilo transformou-se numa expansão parecida com um
vacúolo, nos grãos menores. Nos maiores, não se vê mais nada.
Ao m. f., a observação revelou que logo no começo, as preparações
mostravam grãos bem conformados, com estrias e o hilo bem visíveis. Na posição I I , as estrias desapareceram após 3 0 segundos.
E m posição I continuaram, como ao m. c. Decorridos 55 minutos,
em posição I não se viam os grãos; em posição I I eram eles vistos
com conteúdo irregular e policrômico; em I I I , somente se percebia
uma policromasia no local e em posições I V e V, somente se via
o contorno do grão.
Observando um grão mais resistente, usando os recursos do
m. /., pudemos medir sua expansão, baseada em seu maior diâmetro
e pudemos também medir o hilo: Respectivamente 58,5 micra e
4,5 micra no início; após 5 minutos, ainda 58,5 micra e o hilo aumentado para 9 micra; em 10 minutos, 67,5 micra e o hilo 12 micra; de32
corridos 15 minutos, 76,5 micra e o hilo 19,5 micra; em 25 minutos,
84,5 micra e 28 micra, respectivamente; finalmente, em 4 0 minutos,
93,5 micra, estando o hilo tão expandido que ocupava quase todo
o grão.
Com solução de cloral a 60 por cento, ao m. c, a maioria dos
grãos é atacada imediatamente. Num campo onde se contam cerca
de 10 grãos, um deles resistiu por mais tempo, conservando seu primitivo formato; depois foi intumescendo-se, o hilo aumentando de
diâmetro e tornando-se móvel. Decorridos alguns minutos, o grão
rompeu-se, deixando escapar o seu conteúdo pelos dois poios (solução da amilose), deformando-se. Depois de 5 minutos não são
mais do que massas indefinidas e, após 1 hora, haviam desaparecido
completamente, mesmo com todos os recursos do microscópio.
Ao m. f., as observações foram feitas logo após a montagem, em um
grão que media 12 x 4,5 micra, que foi aumentado de tamanho, perdendo as características internas, substituídas por um sombreado
de faixas claro-escuras em sentido longitudinal. Decorridos 5 minutos, o grão já media 28 x 4,5 micra, continuando bem visível em todas
as posições do espelho. Até aqui, as observações são válidas tanto
para o m. c, quanto para para o m. f. em todas as suas posições.
Com 10 minutos de espera, a medida passou a ser de 31 x 4,5 micra.
Os corpúsculos ainda eram difusamente visíveis ao m. c. Decorridos 30 minutos não se percebem mais ao m. c. massas separadas.
No entanto, em posição I I do m. f. elas ainda permanecem
visíveis,
assim continuando durante 1 hora, finda a qual, ainda somente em
posição I I , consegue-se ver massas disformes, porém, limitadas e
com interior heterogêneo.
Aquecendo-se então a preparação, as
massas desaparecem, dissolvendo-se. O hilo, logo após a montagem
da preparação, aparece melhor nas posições I V e V, como dois círculos
claros, concêntricos e vai se expandindo, ficando, finalmente, como
se fosse vacúolo.
AMILO DE CANA: Amilo de raiz fresca de cana (Canna
indica L.) foi retirado e logo utilizado para observações, nas montagens adiante mencionadas. Este amilo é formado por unidades de
dimensões muito avantajadas, atingindo a mais de 100 micra e seu
aspecto é semelhante ao do amilo de batata. Foi aproveitado para
3
33
fazer observações das estrias em meios de
montagem com
vanos
índices de refração e que são os seguintes:
Meio
a)
b)
c)
d)
e)
f)
g)
h)
i)
j)
<->™
t. r. 20"
de montagem
No próprio suco da raiz, mais
/
agua
Em essência de anis
Em essência de sassafrás e álcool ( 8 : 2 v / v )
Em essência de sassafrás e álcool ( 9 : 1 v / v )
Estriarão
a Q
m
c
Estriação
ao m. f.
Nao apareceu
Apareceu em
posição I I
1,5368
Não apareceu
Não apareceu
1,5032
Não apareceu
Só apareceu
em posição I I
1,5202
Não apareceu
Só apareceu
em posição II
Não apareceu
Não apareceu
Não apareceu
Não apareceu
Não apareceu
Apareceu em
posição I I
1
Em fenol liqüefeito e glicerina ( 9 : 1 v / v )
1,5320
Em fenol liqüefeito e glicerina ( 8 : 2 v / v )
1,5250
Em fenol liqüefeito e glicerina ( 7 : 3 v / v )
1,5195
Em fenol liqüefeito n = 1,5308
e sol. de cloral saturada n =
1,4586 ( 1 : 2 v / v )
Em solução saturada a 15°, de
cloral
1,4586
Apareceu um
pouco mais
Apareceu fracamente
Em solução de cloral a 60% . .
1,4200
Apareceu nitidamente
Apareceu confusamente
—
Apareceu fracamente
Apareceu fracamente
M U C I L A G E M
SEMENTE
DE LINHO:
A mucilagem de semente de linho
serviu como modelo para experimentar a microscopia de fase no
exame de mucilagens vegetais. Foram preparados cortes transversais desta semente, os quais em seguida foram lavados com éter
de petróleo; como meio de montagem foi usada uma solução de
cloreto de sódio a 5 por cento.
Ao m. c, verificou-se, muito vagamente, o aspecto estriado da
mucilagem contida nas células epidérmicas e a cutícula, embora
34
espessa, não mostrou estrias. Ao rn. f., a cutícula aparece bem definida e duvidosamente estriada; mais brilhante. A mucilagem não
se mostra homogênea; aparece bem estriada, sendo estas estrias
curvilíneas (estratificação) no sentido transversal. E m campo escuro, nas posições IV e V aparece a cutícula estriada e bem luminosa, assim como as paredes celulares, mas, o interior da célula
aparece vazio.
Outros cortes de semente de linho foram montados na mesma
solução de cloreto de sódio a 5 por cento, porém, sem lavagem
prévia com éter de petróleo. Examinados ao m. c, quase não mostraram a estratificação, ao contrário do m. f., onde ela se revelou
muito melhor.
F I G U R A 5. Mucilagem retirada de semente de Linum usitatissimum
L. e
coagulada pelo álcool. E m a, vista ao m. c. e em b, vista ao m. f. Desenho.
Usamos, ainda, a montagem em solução de cloreto de sódio a
6 por mil para outros cortes de semente de linho. Mostraram, ao m. c,
cutícula estriada, porém, não mostraram estratificação na mucilagem. Ao m.
viu-se, igualmente, a cutícula estriada, aparecendo
a mucilagem em finas camadas,
dando impressão de uma estrutura foliar.
Outra série de experiências foi realizada com a mucilagem
retirada da semente de linho. Uma certa quantidade de sementes foi
colocada em tubo de ensaio, em contacto com água, por 2 4 horas.
Esta água, carregada de mucilagem, foi separada e a ela foi juntado álcool. Formou-se uma precipitação com aspecto gelatinoso.
35
Deste, foi colocada uma pequena quantidade entre lâmina e lamínula. Ao m. c, viu-se um agrupado de pequenos corpúsculos punctiformes (Figura 5 ) . Ao m.
em posição I I , em lugar destes pequenos corpúsculos, apareceram manchas mais largas, com aspecto
granulado.
A L E U R O N A
Fragmentos de endosperma de semente de mamona foram triturados com óleo de rícino e montados entre lâmina e lamínula.
Ao m. c, mostraram grãos de aleurona ovóides, com contorno escuro,
interior granuloso, podendo-se ver o globóide em um dos pólos.
Ao m. f., em posição I, o quadro não se modificou muito, porém, à
medida que se levanta o espelho do condensador, vão aparecendo
cores diversas até que, em posição I I , vê-se uma variada coloração
azul, parda e âmbar, tanto no globóide como em todo o interior do
grão. E m posição I V os grãos são vistos em côr parda-clara, brilhante, em fundo escuro. E m posição V, a imagem é menos definida, porém, nota-se um granulado em seu interior.
Lâminas do mesmo material, mas, montadas com outras substâncias, mostraram o seguinte: Montadas com glicerina, observou-se
o mesmo, praticamente, que na montagem com óleo de mamona.
Montadas com álcool benzílico e álcool etílico, ao m. c, os grãos
aparecem sem distinção e sem particularidades internas. Ao m. f.,
vêem-se os grãos mais individualmente, mais delimitados, embora
sem nitidez interna.
I N U L I N A
Cortes de raiz de Dahlia sp., retirada de maceração alcoólica,
foram montados em álcool. Outros cortes foram montados em uma
mistura de álcool-cloral (álcool 9 8 ° e solução de cloral a 60 por
cento em partes iguais) e observados rapidamente. Tanto uns como
outros mostraram, ao m. c, sua configuração característica, isto é,
corpos arredondados com estriação radial.
Esta estriação é vista
melhor à luz polarizada. Ao m. f., a única diferença que notamos
foi a melhor definição das linhas radiais, mais finas, brilhantes, destacando-se sobre o fundo acinzentado.
36
C E L U L O S E
Depois de examinar vários materiais a fim de obter fibras celulósicas em boas condições, para exame microscópico, demos preferência ao papel de filtro. Assim, de pequenos fragmentos desse
material (n.° 633 AS, fabricado por T h e Paper Maker's Ass. of Gr.
Britain & Ireland), separamos algumas fibras, com as quais fizemos algumas preparações, usando como meio de montagem uma solução recentemente preparada de cobre amoniacal. Ao m. c, ( F i gura 6 a ) as fibras, um tanto intumescidas pelo reativo, mostraram
uma estrutura distintamente fibrilar. Suas margens aparecem- como
desfiadas; vista de cima, a parede mostra uma rede grosseira com
malhas claras e brilhantes. Ao m. f. (Figura 6 b ) vê-se a mesma rede
grosseira com malhas claras e brilhantes; vistas de cima, além destas
malhas, vêem-se estrias mais finas em certos trechos.
i''n
• if
1
k
' *
ir
FIGURA
de filtro.
6.
F i b r a celulósica retirada de papel
E m a, vista ao m. c.
e em b, vista
ao m. f. Desenho.
PÊLO DE ALGODÃO:
O pêlo de algodão julgamos prestar-se muito bem para nossas observações, por ser formado de celulose
quase pura. Foi retirado de frutos recebidos do Instituto Agronômico de Campinas, por gentileza do agrônomo Dr. Alcides D'Andréa
Pinto, a quem agradecemos. Entre estes frutos havia alguns já bem
maduros e outros ainda bem verdes. Apartamos alguns pêlos das
sementes destes frutos e com eles fizemos separadamente as preparações.
Os pêlos das sementes bem maduras, montados em água destilada mostraram, ao m. c, suas paredes muito espessadas e no seu
interior granulações irregulares. Ao m. f., em posição I a parede
celular aparece como uma grossa linha de côr roxa e granulações no
interior da célula; já em posição I I , vê-se uma camada estriada
longitudinalmente, que acompanha a parede celular em seu interior,
muito réfringente; este mesmo quadro é visto em posição IV, porém,
em fundo escuro, estando as paredes e a estriação muito luminosas, claras. Na parte superior do pêlo vêem-se irregularidades, isto
é, uma superfície amarrotada, melhor percebida fazendo-se movimento com o parafuso micrométrico.
Os pêlos de sementes de fruto muito verde, ainda não aberto,
montados em água destilada, revelaram, ao m. c, paredes pouquíssimo espessadas; no interior da célula não se percebe enrugamento
e aparecem poucas granulações; em lugar do enrugamento vê-se
uma linha tortuosa, brilhante; em alguns pêlos vêem-se duas destas
linhas. Ao m. f., o espessamento marginal aparece muito fino em
posição I; em seu interior aparece mui rara e espaçada granulação,
não se modificando este quadro, apreciavelmente, nas posições I I e I I I .
Nas posições I V e V, o espessamento e as granulações aparecem
brilhantes em fundo escuro.
2 0
Preparações feitas com glicerina ( n
= 1,4897), solução de
cloral a 60 por cento- ( n = 1,4022), xarope de açúcar ( n = : 1,4457)
e outros meios de inclusão, não mostraram nada de notável.
D
2 0
2 0
D
C É L U L A S
D
P É T R E A S
CÉLULA
PÉTREA
DE RAUWOLFIA
SELLOWIl
(Muell.)
Argov.: Estas células já foram por nós e A. S. Grota descritas em trabalho anterior, como sendo de "paredes espessas, canaliculadas, mos38
trando-se algumas estratificadas" ( 1 9 ) , sendo esta descrição correspondente à observação ao m. c. Ao m. f., em posição I vê-se quase o
mesmo que ao m. c; as estrias pouco aparecem, ao passo que os poros
e canalículos são bem visíveis (Figura 7 ) . E m posição I I aparecem
as estrias muito nítidas, assim como os poros e canalículos.
Na
fotografia da figura 8, o foco foi bem ajustado para as estrias, principalmente, no primeiro trecho à direita.
A fotografia da fign-
F I G U R A 7. Célula pétrea de Rauwolfia sellowii, (Muell.) Argov., vista
ao m. /., posição I .
Fotomicrografía
com aumento de 5 0 0 X .
F I G U R A 8. A mesma célula pétrea
de R. sellowii da figura 7, vista ao m. /.,
posição I I .
Fotomicrografía com aumento de 5 0 0 X .
ra 9, foi tirada com o foco um pouco abaixo da precedente e já
mostra um relevo um tanto diferente. Material tratado pela mistura de Schulze revelou células pétreas mais claras, sem contudo
mostrarem melhoria ao m. /., a não ser estrias muito finas e nítidas
em posição I I .
CÉLULA
PÉTREA
DE PÊRA:
As preparações feitas com
polpa do fruto de pêra (Pirus communis
L . ) mostraram, ao m. c,
células pétreas munidas de poros grosseiros. Ao m. /., em posição I I
os poros aparecem melhor, com linhas mais finas, definidas e brilhantes.
39
CÉLULA
PÉTREA
DE SEMENTE
DE BELADONA:
Ao
m. c e montada em cloral a 60 por cento, a célula pétrea mostra estiras recurvadas, acompanhando o contorno da semente, isto nas
paredes internas e laterais. Ao m. /., a única diferença são as estrias
mais finas.
F I G U R A 9. Ainda a mesma célula
pétrea de R. sellowii da figura 7, vista
ao m. f., posição I I , porém, focalizada
cm plano um pouco inferior. Fotomicrografía com aumento de 5 0 0 X .
CÉLULA
PÉTREA DE CONDURANGO:
E m uma preparação montada com água e solução de cloral a 60 por cento, viu-se,
ao m. c, a célula pétrea com suas estrias e poros. Examinada ao
m. /., não houve melhoria alguma na observação. Uma lâmina na
qual usamos uma solução de ácido clorídico a 2 por cento como meio
de montagem, mostrou aquelas células com um princípio de alteração, após alguns minutos, pois, examinada ao m. c. apareceram linhas irregulares na superfície; ao m. /., a superfície apareceu com
uma leve ondulação. Este quadro não se modificou, sensivelmente,
após 24 e 48 horas. Uma outra lâmina montada com solução de hidróxido de potássio a 5 por cento, também não mostrou diferença
sensível quanto a minúcias, mesmo depois de 48 horas.
Examinamos ainda células pétreas, como as de canela, chá,
hamamelis, cúbeba e outras, que não foram aqui descritas por não
mostrarem diferenças ao m. f.
40
F I B R A S
DE
Q U I N A
Um fragmento de casca de quina vermelha, Cinchona
succirubra Pav., foi pulverizado e com o pó resultante foram preparadas lâminas, usando como meio de inclusão a água destilada. Ao m. c, viram-se fibras com suas formas costumeiras, fusiformes, paredes espessas, pardacentas, canaliculadas; o lúmen aparece como fina lâmina escura, assim como o contorno da fibra; vêem-se finas formas
cristalinas no campo. Ao ra. /., em posição I, as fibras aparecem,
com o seu interior côr de âmbar (não mais pardacentas); o lúmen
ainda como linha escura. E m posição I I , o corpo da fibra aparece
muito claro (côr de palha); o lúmen formando uma fina linha clara,
refringente; os bordos como linha escura. Aparecem no campo pequeníssimas formas cristalinas. Nas posições de campo escuro IV e V
a côr interna da fibra modifica-se para âmbar manchado de pardo;
não aparece o lúmen, assim como os bordos da fibra; os mencionados cristais são vistos brilhantes.
2 0
Lâminas montadas em glicerina ( n
= 1,4697) mostraram as
fibras muito menos nítidas ao m. c, ao passo que ao m. f., em todas
as posições, a observação ficou muito melhorada.
D
Preparações de quina calissaia ( C . calissaya W e e d . ) e de quina
huanuco ( C . micrantha
R . e P.) mostraram fibras cujo exame, ao
m. f., não diferiu muito em suas minúcias, das observações feitas com
a quina vermelha.
Algumas preparações, nas quais o pó de quina vermelha foi
submetido à ação da mistura de Schulze, examinadas ao m. c. já
revelaram uma estrutura fina de fibrilas, das paredes da fibra.
Ao m. f., em posição I I , esta estrutura fibrilar pode ser vista mais
distintamente.
41
Exame de Graos de Pólen
Foram examinados grãos de pólen de espécies pertencentes a
algumas famílias, procurando-se fazer um estudo comparativo das
imagens observadas tanto ao m. c. quanto ao m. f.
Propositadamente, iniciamos estas observações com algumas plantas de famílias
cujas espécies são encontradiças no Brasil e ainda não estudadas,
conforme literatura consultada.
São elas Malpighiaceae, Melastomataceae, Vochysiaceae e Bignoniaceae, cujos pólens não são descritos por Engel ( 2 0 , 2 1 , 2 2 ) , Metcalfe ( 2 3 ) , Wodehouse ( 2 4 ) ,
Erdtman ( 2 5 ) , Gassner ( 2 6 ) . Mesmo como estudo puramente morfológico de pólens, estas pesquisas serão, provavelmente, um vector
para o conhecimento de alguns deles, de espécies brasileiras, ainda
desconhecidos, por especialistas de outros países. Foram ainda examinados pólens já descritos de espécies de diversas famílias, para
verificarem-se eventuais diferenças ao m. f.
Os pólens de espécies ainda não constantes da literatura, descrevemo-los como são vistos ao m. c. e ao m. f. Foram retirados de
flores conservadas em erbário ou de flores frescas montadas entre
lâmina e lamínula com solução de cloral a 60 por cento (n = 1,4022).
? 0
D
Quanto à terminologia usada na descrição dos grãos de pólen,
não seguimos um sistema qualquer de nomenclatura e sim, descrevemo-los com expressões próprias em sua maioria, o que é admitido
por autores como Erdtman, já referido: "Muitos pesquisadores descrevem o grão de pólen simplesmente como o vêem e, às vezes,
usam poucos, senão nenhum termo convencional."
Parte do material empregado procede do erbário da cadeira de
Botânica Aplicada à Farmácia da Faculdade de Farmácia e Odontologia da U. S. P., parte foi por nós obtida e gentilmente classificada pelo
D D . titular daquela cadeira, o Prof. Dr. Wilson Hoehne, a quem
somos gratos.
43
MALPIGHIACEAE:
Banisteria
laevifolia Juss. var. atípica Ndz.
Os grãos de pólen examinados ao m. c. são esféricos
(Figura 10 a ) ,
mostrando em sua volta saliências arredondadas, lisas, em número
de 8 a 12, dispostas ao redor; vistas de face, estas saliências apare-
F I G U R A 10. Pólen de Banisteria laevifolia Juss. var. atypica Ndz. Deecnhado em a,
como é visto ao m. c. e em b ao m. /., posição I I .
Aumento de cerca de 4 5 0 X .
cem como círculos lisos. Entre as duas linhas que formam a exilia e a intina aparecem estrias somente em alguns pontos. Com leves mudanças de foco, aparecem as pontas de outras protuberâncias.
Estas, parecem estar agrupadas em número de 4, ocupando os 4 cantos de um quadrilátero cuja superfície é mais ou menos saliente,
como uma placa. Saliências crateriformes são raras. Fora das pro-
44
tuberâncias, a superfície é granulosa. Poros de germinação são vistos
em número de 4, ao redor da figura. E m alguns grãos, aparecem
ainda linhas irregulares, indefinidas, na superfície.
Medem estes
grãos de pólen 61,00 a 68,9 micra e em média 65,8 micra.
F I G U R A 1 2 . Pólen de Banisteria metallicor
Juss. var. subrotunda Ndz f. 2
eglandulosa
Ndz.
Desenhado em a, como é
visto ao m. c; em b, ao m. /.,
posição I I ; em t ao m f., posição V . Aumento de cerca
de 8 0 0 X .
Ao in. f., em posição I vê-se muito bem o aspecto granuloso da
superfície, assim como a placa com as quatro protuberancias em
grupo, formando uma figura quadrangular; em fase I I (Figura 1 0 b ) ,
as irregularidades aparecem mais pronunciadas, perfeitamente perceptíveis, assim como a textura granulosa da superfície. Percebe-se
ser saliente a placa quadrangular. E m fase IV, vê-se a placa quadrangular brilhante, as saliências bem delimitadas por seu brilho;
num plano colocado mais abaixo aparecem outras saliências, desa-
FIGURA
13.
Pólen de Banisteria pubipetala Juss. Desenhado como é visto ao m. c.
Aumento de cerca de 7 0 0 X .
45
parecendo as primeiras; num terceiro plano mais abaixo ainda, aparecem outras figuras semelhantes. No meio da placa são vistos pontos
brilhantes (irregularidades na superfície). E m posição V , o quadro não se modifica, porém, as particularidades aparecem menos
pronunciadas.
Banisteria
crotonifolia
Ndz.: Grãos de pólen esféricos (ao
m. c. — Figura 11 a ) exina nítida, lisa em alguns grãos, em outros
mostrando 5 poros de germinação.
Delimitando cada um destes
grãos aparece uma faixa escura e circularmente estriada, logo abaixo da qual se vê um anel mais claro. A superfície não apresenta estrutura nítida, deixando ver, no entanto, algum poro de germinação,
1%
F I G U R A 1 4 . Pólen de Banisteria campestris Juss. Desenhado
em a como é visto ao m. c. e em
b ao m. f., posição I I . A u m e n t o de
cerca de 7 3 0 X .
7
d
-"a
quando em posição propícia. Podem aparecer manchas ou linhas
difusas, formando com sua disposição figuras angulosas na superfície. E m alguns grãos aparecem manchas granulosas, pouco nítidas e saliências crateriformes. As medidas são de 59 a 60 micra
e em média 59,3 micra. Ao m. f., em posição I I (Figura 11 b ) , vê-se
uma grande placa que se percebe ser saliente, de contorno pentagonal e superfície levemente rugosa com um granulado muito nítido. Dentro de algumas destas placas aparece uma dobra alongada, em cuja extremidade está localizada uma cratera.
46
Bnisteria metallicor
Juss.: vary. subrotunda
Ndz. f. 2
eglandulosa Ndz.
Grãos esféricos, com exina levemente ondulada (Figura 12 a ) , a maioria com 5 poros de germinação laterais; existem estrias entre a exina e a intina. Vagas manchas ou estrias na superfície, ou um granulado pouco distinto. Notam-se dobras na superfície, formando figuras irregulares em cujo interior existe uma granulação fina e alguns poros de germinação. Medem de 35 a 49,5
micra; em média 38,4 micra. Ao m. /., as minúcias acima ficam
mais evidenciadas e em posição I I (Figura 12 b ) , vêem-se as dobras
distintamente, com relevo de uma placa; a superfície do grão aparece granulosa. E m posição IV, estrias, grânulos e placas aparecem bem destacados, brilhantes. E m posição V, o contorno é muito brilhante, as estrias nítidas e no interior aparece somente uma
granulação fina e uniforme (Figura 12 c ) .
Banisteria pubipetala
Juss.: Ao m. c, vêem-se grãos de pólen
arredondados (Figura 1 3 ) , exina lisa e quase colada à intina, com
estrias intercalares; aparentam 4 ( a maioria) ou mais poros de germinação; superfície granulosa bem visível; linhas que parecem ser
dobras do revestimento, limitando placa saliente; o granulado aparece também dentro dos poros de germinação. As medidas acusaram 48,5 a 50,00 micra; em média 49,1 micra. Ao m. f., não revelaram diferença notável.
Banisteria campestris
Juss.: Ao m. c., grãos arredondados ( F i gura 14 a ) , exina e intina bem aproximadas e visíveis, com estrias
intercaladas.
Na posição em que vimos, notavam-se 6 poros de
germinação, sendo 4 em volta, um na superfície proximal e outro na
superfície distai. A superfície possui fina granulação, percebendose também sombras de contornos variados, parecendo dobras do
revestimento.
Este pólen mediu 47 a 51,6 micra; em média 48
micra. Ao m. /., com movimento contínuo do espelho de baixo para
cima, fomos obtendo os diversos tipos de iluminação, que mostraram o seguinte: Grão de pólen com superfície acidentada, possuindo relevos em forma de rede em toda extensão, os quais, vistos de
cima, são papiliformes e, vistos de lado na circunferência do grão,
formam uma linha ondulada. Ainda na superfície, no plano mais
alto de foco, vêem-se pequenos pontos. Particularmente em posição I I (Figura 14 b ) avistam-se formas crateriformes e linhas onduladas como se fossem as células de uma epiderme.
Na posição I V vêem-se os pontos brilhantes e não mais a rede.
47
Banisteria
multifoliolata
Juss.: Ao m. c. (Figura 15 a ) , grãos
esféricos, contorno ondulado, exina lisa; aparecem geralmente 4 a
6 poros de germinação. Entre a exina e a intina vê-se uma estriação ondulada, nítida; em seguida, pelo lado de dentro, aparece uma
zona mais clara, formando um anel. Superficialmente, aparece um
granulado pouco nítido ou muito nítido, conforme a posição dos
grãos. Partindo dos poros de germinação, aparentemente, sai uma
sombra alongada e inclinada, para dentro do grão. Aparecem, às
vezes, manchas mais grosseiramente granuladas do que a granulação geral e faixas mais escuras que parecem dobras do revestimen-
1s
a
1^:
F I G U R A 15. Pólen de Banisteria multifoliolata
Juss.
Desenhado em a como é
visto ao m. c.; em b, ao
m. f., posição I I ; em c,
ao m. f., posição I V . Aumento de cerca de 730 X .
IMtt
mm
15
Wm9f
14
to, formando placas que aparecem e desaparecem à medida que
se modifica o plano de focalização. As medidas foram de 43,8 a
67,00 micra; em média 51,2 micra. Ao m. f. (Figura 15 b ) , foram notadas as diferenças. E m posição I I dobras visíveis, a estriação é nítida
e a superfície muito irregular; em posição IV (Figura 15 c ) destacamse as dobras e granulações.
Banisteria oxyclada Juss.: Ao m. c. (Figura 1 6 ) : Grãos esféricos, com 5 poros germinativos, delimitados por uma faixa mais escura, estriada circularmente, logo abaixo da qual existe um anel
48
FIGURA 16.
Pólen de Banisteria oxyclada Juss. Desenhado como é visto ao m.
Aumento de cerca de 8 5 0 X .
c.
mais claro. A exina é lisa. Internamente, no mesmo nível de foco
da linha circundante, aparecem formações menores e maiores, sendo
as menores em forma de grânulos e as maiores com forma irregular
e estrutura indefinida. Contavam 37,6 a 40,6 micra; em média 44,1
micra. Ao m. /., a única diferença é revelada por um granulado
mais grosseiro em posição I I e em posição I V sombras alongadas
que parecem dobras.
JiilMsÍÍ
mmb
imã
F I G U R A 17. Pólen de Banisteriopsis cacipi ( S p r e n g ) Morton. Desenhado em a como é visto ao m. c. e em b, ao m. f.,
posição I I . Aumento de cerca de 7 5 0 X em a; em b 9 5 0 X .
4
49
Benisteriopsis
caapi (Spreng) Morton: Ao m. c, grãos arredondados (Figura 17 a ) , triangulares, ovais ou irregulares, com
exina e intina bem separadas; em poucos trechos o espaço intercalar é, duvidosamente, estriado. A superfície é muito granulosa. Alguns grãos, vistos de face, aparecem divididos em 3 partes separadas aparentemente por paredes grossas, tendo entre si fendas
finas. As paredes externas destes setores aparecem sinuosas. São
dificilmente visíveis os poros de germinação, ou mesmo são invisíveis. O conjunto das três partes tem aspecto de células pétreas
justapostas. Nos grãos nos quais não se vê a larga faixa que os divide em três partes, a superfície é muito irregular, cheia de linhas escuras, esparsas, formando rugosidades grosseiras na superfície. Destas, umas são maiores, mais pronunciadas, e outras menores, formando entre as primeiras um fino enrugamento. Medem de 45,4
a 5 0 micra; em média 47,3 micra. Ao m. f. (Figura 17 b ) , em posição I I , vê-se o contorno do grão nitidamente sinuoso, formado por
uma linha escura. Nos grãos divididos em três partes, as espessas
separações aparecem aqui, nitidamente estriadas, dando impressão
de ser salientes e em conseqüência, ser cada parte formada por uma
grande escavação. Aparecem algumas pequenas figuras circulares, formando crateras, salientes na superfície. Nas posições I V e V
o contorno é, ainda, mais nitidamente ondulado.
Byrsonima
crassifolia
Juss.: Ao m. c. (Figura 1 8 ) , aparecem
grãos de contorno circular, exina nítida, lisa, com três poros de germinação, podendo ser pouco nítidos. A superfície
não
apresenta
estrutura
distinta,
porém, às vezes, vêem-se linhas difusas com
aparência de mucilagem As medidas acusaram de 13,5 a 15,65 micra; média 14,34 micra. Ao m. f., em posição I I , a exina aparece
como uma linha fina, escura, bem definida, abaixo da qual se vê
um anel de cor âmbar-claro. O interior do grão, conforme se vai
levantando o espelho aparece: a ) levemente azulado, com granulações bem nítidas e manchas brancas mais claras, alongadas, irregularmente; b ) a côr modifica-se para azul no centro, ocupando
50
cerca de 3 / 5 do grão, envolvida por uma zona parda de 1/5 e a última, junto à exina, da mesma dimensão mas cor de vinho e âmbar.
As granulações são bem visíveis somente na zona azul, central,
c ) A parte central é parda, ocupando cerca de 1/5 da superfície,
envolta por uma zona azul com 3 / 5 e a última cor de âmbar com 1/5
da superfície. As granulações são bem visíveis, exceto na zona âmbar, d) o aspecto volta a ser semelhante ao de a. Na posição I V
com movimento do espelho pudemos ver: a ) contorno brilhante cobrindo um anel escuro ( 1 / 6 da superfície), toda a parte central azulada e o centro de cor parda; granulação bem visível; b ) toda parte
central fica azulada, aparecendo finas estrias de linhas escuras e não
o granulado; c ) toda a superfície aparece âmbar, com finas estrias
e linhas escuras. Fase V : Pouco houve a notar. Somente fina granulação bem visível.
F I G U R A 19. Pólen de Byrsonima intermedia Juss., forma I
latifolia Griseb. Desenhado como é visto ao m. c.
Aumento
de cerca de 1.470 X .
Byrsonima
intermedia
Juss., forma I latifolia
Griseb.:
(Figura 19) Não encontramos diferença notável entre este pólen e
aquele da espécie anteriormente descrita. Apenas em alguns grãos
aparecem linhas muito pouco visíveis, formando figuras poligonais.
Medidas: 16,25 a 17,2 micra; média 16,8 micra.
F I G U R A 20. Pólen de Byrsonima
intermedia
Juss.,
ma I I vulgaris Ndz. Desenhado como é visto ao m. c.
mento de cerca de 1.400 X .
forAu-
Byrsonima
intermedia
Juss., forma I I vulgaris Ndz.:
(Figura 2 0 ) Exceto as medidas, pode-se dizer o mesmo da espécie anterior. Medidas: de 5,5 a 5,9 micra. E m média 17,9 micra.
51
DIVERSAS
ESPÉCIES
DE BYRSONIMA:
Diversas espécies
de Byrsonima
foram aqui descritas somente ao m. c, por mostrarem diferenças ao m. f., tão pequenas que tornam dispensável uma
descrição em separado.
Byrsonima
coccolobifolia
Kunth: Grão de contorno circular
(Figura 2 1 ) , com exina lisa, mostrando alguns deles, pela sua posição, três poros de germinação; espaço entre intina e exina muito re-
F I G U R A 2 1 . Pólen de Byrsonima
coccolobifolia K u n t h .
Desenhado como é visto ao m. c.
Aumento de 1.620 X .
duzido. Na maioria dos grãos, vê-se um granulado mais pronunciado do que nas outras espécies do mesmo gênero, porém, ainda muito indistintamente. Não se distinguem senão pequenas escavações
ou pequenos relevos. Medidas: D e 18,1 a 18,8 micra; média
18,6 micra.
Byrsonima
crassa Nd/., var. A vulgaris, forma I typica Ndz.
(Figura 2 2 ) : As preparações revelaram grãos esféricos, mostrando uma zona clara, lisa, logo abaixo da exina, medindo cerca de
F I G U R A 2 2 . Pólen de Byrsonima crassa Ndz. var. A
forma I typica Ndz. Desenhado como é visto ao m. c.
to de cerca de 1.760 X .
vulgaris,
Aumen-
1/10 do diâmetro do grão; alguns mostram três poros de germinação.
A superfície apresenta manchas, estrias ou grânulos vagos.
Medem de 15,00 a 18,80 micra; média 16,7 micra.
52
Byrsonima
ligustrifolia
Juss. (Figura 2 3 ) : Mostrou, ao m. c,
grãos esféricos, aparecendo alguns com três poros de germinação
laterais. Exina bem visível; superfície lisa, às vezes, com vagos
grânulos, manchas ou estrias e, às vezes, com algumas verrugas.
Medidas 17,2 a 18,45 micra; média 17,73 micra.
F I G U R A 2 3 . Pólen de Bynunirna ligustrifolia juss.
Desenhado como é visto ao m. c. Aumento de cerca de 1.560 X .
Ao m.
a exina aparece mais escura e menos espessa na posição I I , superpondo um anel amarelo-âmbar ou azul.
Notam-se
três poros de germinação; superfície muito granulosa, finamente enrugada e munida de pequenas verrugas. Há mudanças de côr, conforme é modificado o foco: a ) azul no centro (%, do diâmetro) com
um círculo arroxeado por fora; b ) marrom no centro e azul por fora,
e c ) o mesmo que em a. E m posição IV, estas particularidades aparecem brilhantes em fundo escuro. E m posição V o interior do
grão aparece marrom, com pontuações faveoladas ou semelhantes
à superfície de um dedal.
Aí
F I G U R A 24. Pólen de Camarea affinis St. Hil.
senhado como é visto ao m. c.
Aumento de
de 6 4 0 X .
Decerca
Camarea affinis St. Hil.: Ao m. c. (Figura 2 4 ) , vêem-se grãos
esféricos, a maioria com quatro poros de germinação, exina e intina bem separadas, com estrias intercalares. Superfície com áreas
53
de granulado separadas por faixas lisas, um pouco mais claras, formando um reticulado irregular, muito grosseiro. Internamente, aparecem granulações finas, estrias ou manchas vagas e em certos lugares, aberturas crateriformes. E m certos pontos, vêem-se interrupções no círculo formado pela exina e as estrias subjacentes, formando aberturas medindo cérea de 1/20 do diâmetro do grão. As medidas acusaram 61 a 64 micra; em média 62,5 micra.
Ao m. f., em posição I, pouca diferença houve do m. c, aparecendo melhor as rugosidades e, em posição I I , ainda aparecem melhor as estrias colocadas entre exina e intina, a rugosidade ainda
mais acentuada, vendo-se também pontos escuros.
Nas posições IV e V, vê-se contorno brilhante, estrias e granulações.
Dicella bracteosa
(Juss.) Griseb., var., subglabra Nd/..:
Ao
m. c. (Figura 2 5 ) , grãos esféricos, estriados entre exina e intina;
F I G U R A 2 5 . Pólen de Dicella
bracteosa
(Juss.)
Griseb., var. subglabra Ndz.
Desenhado como é visto ao m. c. Aumento de cerca de 6 5 0 X .
aparecem geralmente 5 poros de germinação. A superfície mostra
manchas granulosas separadas por áreas lisas e fundo finamente
granuloso. De alguns poros de germinação, quando vistos de face,
saem sombras formando faixa alongada dirigida para o interior do
grão; existem dobras formando figuras retilíneas. Medem de 53,1
a 57,9 micra; em média 57,4 micra. Ao m. /., além de serem vistos
mais nitidamente certos pormenores, em posição I I as dobras aparecem mais acentuadas, dando idéia de relevo.
MELASTOMACEAE.
Miconia theaezans
Cogn. var.
glaberrima Cogn.: Ao m. c. (Figura 26 a ) , foram vistos grãos de pólen
arredondados e elipsóides, conforme sua posição Vistos de cima,
mostram seis reentrâncias equidistantes, que correspondem a seis
sulcos dispostos em meridiano, que vão de um pólo a outro; o con54
torno é liso. Mediram de face 7,7 micra, em média e perfil 13,6
micra, em média. Ao m. f. (Figura 26 b ) , os grãos aparecem ainda
lisos, porém, os sulcos, vistos de cima (vista equatorial) são mais
pronunciados.
d
c!
•
2 L
-.
.
--'d
n
t
1?
F I G U R A 26. Pólen de Miconia theaezans Cogn. var. glaberrima
Cogn.
Desenhado em a como é visto ao m. c. e em b ao m. /., posição I I . Aumento de cerca de 1.850 X .
As seguintes, do mesmo gênero, foram examinadas, porém, não
mostraram diferença apreciável da precedente:
Miconia
sellowiana Marr. cujo tamanho médio é de 16,9 micra; M. paulensis
Maud
16,6 micra e de outros gêneros: Cambessedesia
ilicifolia
Tr 20,65
micra, Chetostoma
pungens D. C. 22,7 micra; Huberia
semisserrata D. C. 20,88 micra.
VOCHYSIACEAE.
Vochysia
tucanorum
Mart. (Figura 2 7 ) :
Os grãos aparecem arredondados ou triangular-arredondados ao
m. c, amarelados, mostrando três poros de germinação e periferia
bem lisa, em alguns grãos bem separada da intina e, em outros,
quase justaposta; superfície granulosa. Nas vizinhanças dos poros,
o espaço entre a intina e a exina alarga-se. As medidas acusaram
F I G U R A 27. Pólen de Vochysia tucanorum M a r t . Desenhado como
é visto ao m. c. Aumento de cerca de 7 7 0 X .
de 38 a 4 1 micra; em média 39 micra: Ao m. f., em posição I I , vê-se
a superfície amarelada com granulações formando uma rede de
malhas grosseiras; aparecem estrias entre a exina e a intina. Nas
55
posições I V e V, pode-se ver uma superfície matizada de diversas
cores e a rede de malhas; aparecem igualmente as estrias. E m posição V, a superfície aparece azulada (não policrômica).
BIGNONÍACEAE
— O pólen das Bignoniáceas é descrito por
K. Schumann em "Die Natuerlichen Pflanzenfamilien" de Engler,
como sendo completamente uniforme, esférico e atravessado por
3 dobras em meridiano, nas quais são encontrados os poros circulares. A exina é esculturada com extremamente finas verrugas.
Jacarandá
ovalifolia
R. Br.: Grãos de pólen esféricos, incolores, com exina delgada, mais delgada, ainda, nas vizinhanças dos
poros onde ela se abre e se projeta para fora em finas rebarbas, deixando ver o interior do grão. A exina é finalmente pontuada, aparentemente coberta com pequenas gotículas, parecendo ainda areia
fina. Na superfície de alguns grãos, vê-se um poro circular do qual
partem dobras em posição de meridianos.
Outros grãos parecem
triangulares. Ao m. /., não se vêem maiores particularidades. Medem em média 57 micra.
Bignonia exoleta Vel.: Ao m. c. (Figura 28 a ) , aparecem grãos
esféricos, incolores, com exina finamente pontuada, onde aparecem
os poros de germinação; a zona polar é atravessada por três dobras
em meridiano, dividindo-a em três setores. Medem em média 44
micra. Ao m. f. (Figura 28 b ) , as pontuações mostram-se mais nitidamente em posição I I .
I», '
fci
<?
>
^^.mj,^,-^
CS
O"
S
"
x
4
"i <- *
;
*' '
«.
/
•-J
"*><«<«»> -
q
F I G U R A 2 8 . Pólen de Bignonia exoleta V e l . Desenhado em a como é visto ao m. c.
e em b, ao m. f., em posição I I . Aumento de cerca de 6 8 0 X .
Cybistax antisyphilitica
Mart. (Figura 2 9 ) : No contorno do
grão, avista-se uma camada de células que tem uma configuração
como se fosse uma epiderme com cutícula levantada, sendo a parte
interna destas células também convexa. Esta semelhança com uma
epiderme é devida ao fato de ser o espaço subjacente à exina dividido por finos septos radiais. As elevações que corresponderiam a
56
proeminências cuticulares são irregulares em largura e altura. Segue-se uma zona estreita, clara e amarelada, também dividida por
septos, não bem visíveis. Estas duas camadas correspondem a 1/25
do grão, mais ou menos. A superfície mostra-se nitidamente faveolada irregularmente, notando-se que esta configuração corresponde
às elevações do contorno. Não se vêem dobras. Medem geralmente 39 micra. Ao m. f., em posição I o contorno do grão mostra claramente uma linha crenado-obtusa irregular, com as divisões radiais
bem visíveis; a camada âmbar-clara subjacente mostra suas divisões
de maneira imprecisa; o faveolado superficial aparece mais nítido.
Em posição I I , o contorno parece uma linha sinuosa contínua e a
zona âmbar-claro subjacente aparece menos nítida. Na superfície,
aparece o faveolado nitidamente visível, parecendo um rendilhado.
Em posição IV, o contorno aparece com sua sinuosidade ainda mais
aparente; as duas camadas externas confundem-se; o rendilhado
aparece bem definido, tudo brilhante, em campo escuro. E m posição V, a nitidez diminui muito.
^ãÊÈmsÊÈtmíSSki,
yJ-%;--
^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^
F I G U R A 29.
F I G U R A 30.
Pólen
visto
Pólen
ao
de Cybistax
antisyphilitica
Mart.
Desenhado como é
ao m. c. Aumento de cerca de 7 5 0 X .
de Peixotoa tomentosa Juss.
Desenhado como é visto
m. c. Aumento de cerca de 6 0 0 X .
Caellichlamys
latifolia K. Schum.: Muito semelhante à Bignonia exoleta vel., tem, no entanto, os grãos achatados e grandes pontuações na exina. Medem em média 59,5 por 40,7 micra. Ao m.
não mostra diferença notável.
Arabidea
chica Verl.:
Também, muito semelhante à
Bignonia exoleta vel. As dobras passam pela zona polar, formando um
cruzamento triplo e a exina mostra placas quadrangulares; existem,
portanto, 3 grandes fendas em meridiano. Os grãos são achatados,
medindo em média 31,5 por 15,7 micra. Ao m,,
não vimos nada
de notável.
Peixotoa tomentosa
Juss.: Ao m. c. (Figura 3 0 ) , grãos de pólen arredondados, com depressões na superfície; entre a exina e a
57
intina aparecem estrias, assim como, raramente, linhas radiais. A superfície mostra rugosidades dividindo o grão em diversas partes;
no interior das rugosidades,- em alguns casos, notaram-se pequenos
pontos em fila; entre elas a superfície é finamente escorbiculada, aparecendo esta ornamentação, também, entre a exina e a intina, conforme se vai mudando o plano focal. Medidas: 48,5 a 67,7 micra;
em média 58,7 micra. Ao m. /., percebem-se as estrias somente em
alguns trechos, quando em posição I I , porém, elas aparecem bem visíveis, sob forma de linhas claras nas posições IV e V . A ornamentação escorbiculada aparece mais grosseiramente em posição I I e
em posições I V e V apenas em alguns trechos, como pontos claros.
As rugosidades são muito nítidas em I I , I I I , IV e V.
Galphinia
brasiliensis
Juss.: (Figura 3 1 ) Pólen formado por
grãos mais ou menos arredondados (ao m. c ) , mostrando alguns,
três poros de germinação, laterais; a exina e intina quase justapos-
f
F I G U R A 3 1 . Pólen de Galphinia brasiliensis Juss.
Desenhado
é visto ao m. c. Aumento de cerca de 1.050 X .
como
las; superfície nitidamente pontuada. Conforme a posição, a exina aparece um tanto afastada da intina, nas proximidades dos poros.
Dos poros de germinação, em alguns grãos, saem sombras claras
para o seu interior. Medem de 27,9 a 29,7 micra; em média 28,5
micra. Ao m. f., em posição I I , vêem-se a exina e intina bem des-
mm
V
i
iiiifiii i '
¿3 /
F I G U R A 32. Pólen de Alpinia
speciosa
(Willd.)
K . Schum. Desenhado em a como é visto ao m. c. e
em b ao m. f., posição I I . Aumento de cerca de 3 3 0 X .
58
tacadas e granulação bem visível, o mesmo se dando nas posições I V e V onde estas particularidades aparecem brilhantes.
ZINGIBERACEAE.
Alpinea
speciosa
(Willd.) K. Schum.:
Ao m. c. (Figura 32 a ) , mostrou grãos de pólen esféricos alguns um
tanto achatados, superfície muito granulosa. Logo abaixo da exilia, aparece uma zona estriada concéntricamente, pouco visível. Medem em média 76,5 micra. Ao m. f. (Figura 32 b ) , pode-se ver a
periferia, a exina finamente ondulada, as estrias aparecem muito
melhor, assim como o granulado da superfície.
MALVACEAE.
Abutilón
megapotamieum
St. Hil. et Nau d:
Ao m. c, este pólen mostra forma esférica, superfície muito equinada e grosseiramente granulosa. Mede em média 62 micra. Ao
m. f. (Figura 33 b ) , em posição I I aparece logo abaixo dos espinhos, uma zona estriada concéntricamente, correspondendo a 1/5
do diâmetro. As pontas dos espinhos vistas de cima, destacam-se
muito bem ao levantar-se o tubo. Vê-se um reticulado de grandes
malhas brancas.
5L
AÂ
F I G U R A , 3 3 . Pólen de Abutilón
meeapotamicum
St. Hil. et Naud. Desenhado em a como é visto ao m. c. e em b
ao m. /., posição I I .
Aumento de cêr- *
ca de 4 8 5 X .
LABIATAE.
Lavandula
vera D. C :
Ao m. c. (Figura 34 a ) ,
vêem-se grãos hexacolpados, com a superfície granulosa, medindo
em média 45 micra. Ao m. f. (Figura 34 b ) , em vista equatorial aparecem os seis sulcos nítidos e bem definidos; o granulado da superfície mais visível, melhor do que ao m. c.
F I G U R A 34. Pólen de
Lavandula vera D G . D e senhado em a como é
visto ao m. c. e em b ao
m. /., posição I I .
Aumento de cerca de 4 0 0 X .
ffint
wÈÈÈm.
3Ü^
Galeopsis
teatrahit:
Ao m. c., aparecem os grãos tricolpados, com pouco reticulado na superfície, quase invisível. Medida:
em média 35,2 micra. Ao m. f., a periferia aparece mais nítida, mas,
o reticulado também é muito pouco visível.
59
COMPOSITAE.
Arctium minus L. Schkuhiv. Ao m. c. ( F i gura 35 a ) , os grãos de pólen aparecem esferoidais, com três entalhes no sentido meridiano, de forma triangular alongada, onde falta
a exina. Nestes entalhes aparecem grandes círculos (um em cada
entalhe) correspondentes a poros de germinação. A superfície é
granulosa, bem visível e as granulações são nítidas também no contorno. Medem cerca de 47 micra. Ao m. f. (Figura 35 b ) , em posição I I pode-se ver que os grãos são revestidos de espinhos, mais rombudos do que os da camomila; na superfície vê-se somente um sombreado.
F I G U R A 3 5 . Pólen de Arctium minus ( L . ) Schkuhr.
Desenhado em a como é visto ao m. c. e em b ao m. [., posição I I . Aumento de cerca de 6 4 0 X .
Matricaria
chamomilla
L . : Ao m. c, vêem-se grãos esféricos,
percebendo-se um entalhe somente em plano equatorial, bem nitidamente, entretanto, menos nitidamente em outras posições. A exina é granulosa, e de sua superfície partem espinhos pouco numerosos, porém, muito afilados. Medida: 27 micra, em média. Ao m. /.,
a exina aparece como uma fina rede, da qual partem espinhos; os
entalhes aparecem melhor, em conseqüência da maior nitidez da
rede superficial, a qual por sua vez falta nos referidos entalhes.
60
Exame de alguns pêlos tectores
PÊLO TECTOR ARTICULADO
DE ALECRIM:
Ao m. c,
um corte de folha (de Rosmarinus officinalis L . ) montado em solução
de cloral a 60 por cento mostrou pêlo articulado, aparecendo no seu
interior uma granulação, como um aglomerado contínuo, em forma de pequenos círculos escuros, principalmente no artículo distai (Figura 3 6 ) . Ao m. f. (Figura 3 7 ) , em posição I, o revestimento mostra-se como uma linha mais fina e definida, visível na fotografia na junção do artículo distai. No interior deste, vê-se uma sombra quase contínua, na qual aparecem granulações menos distintas.
A fotografia foi tomada com ajuste focal nos artículos distai e central; as outras ramificações, não estando no mesmo plano, aparecem
fora de foco. E m posição I I (Figura 3 8 ) , o artículo distai, focalizado em seu plano axial, destaca-se muito, mostrando-se corado
em azul-claro; o granulado faz grande contraste por aparecer corado
em pardo-escuro. Todo o conjunto fica, incomparavelmente, mais
nítido. O artículo central está focalizado em sua superfície, por
estar êle em plano mais baixo; assim, o revestimento pode ser visto
como uma superfície diáfana, cheia de sombras que parecem ser
dobras. Com movimento do parafuso micrométrico vão aparecendo
granulações colocadas em planos diferentes. E m posição IV (Figura 3 9 ) , o contorno é muito brilhante e todas as particularidades vistas em I I aparecem em fundo escuro, exceto o revestimento do artículo
basal que se tornou invisível.
PÊLO TECTOR
DA ZONA FLORAL,
DE THYMUS
SERPYLLUM L.: Ao m. c, vê-se um pêlo tector com cutícula lisa; aparecem no interior das células, formando massas escuras, pequenos cristais, aqui indistintos ou dificilmente identificáveis. Ao m. f., em posição I I vê-se uma cutícula muito refringente, estriada longitudinal61
F I G U R A 36. Pêlo tector articulado de
Rosmarinus
officianalis
L.
Fotomicrografía ao m. c.
Aumento
de cerca
de 5 0 0 X .
F I G U R A 38. Pêlo tector articulado de
Rosmarinus
officinalis L . Fotomicrografia
ao m. f., posição I I . Aumento de cerca
de 5 0 0 X .
F I G U R A 37. Pêlo tector articulado dc
Rosmarinus
officinalis L . Fotomicrografía
ao m. f., posição I .
Aumento de cerca
de 5 0 0 X .
F I G U R A 3 9 . Pêlo tector articulado de
Rosmarinus
officinalis L . Fotomicrografia
ao m. f., posição I V . Aumento de cerca
de 500 X .
mente, com pequenas sinuosidades que não se podem dizer verrucosas; no fundo de cada célula existem cristais, sob a forma de curtas
agulhas, umas sobre as outras. E m posição I V aparecem luminosos
estes particulares, assim como em posição V, sendo aqui, no entanto,
menos visíveis os cristais.
PÊLO TECTOR DE MESTUA SP: Ao m. c, a cutícula de uma
das células de um pêlo tector aparece coberta de pequenas sombras
punctiformes, sendo ela formada externamente por uma linha finamente sinuosa; na base de cada célula que forma o pêlo, vêem-se
diminutos aglomerados de cristais aciculares, muito pequenos.
Ao m. f., em posição I I , com movimento do parafuso micrométrico,
vão aparecendo, nos diversos planos, as verrugas como manchas
claras que vão escurecendo. Os cristaisinhos também aparecem claros, refringentes, virando para escuro com aquele movimento. E m
posição IV os cristais, pelo seu brilho, são muito mais facilmente
localizáveis. Finalmente, em posição V destacam-se, notavelmente,
as verrugas e os cristais.
PÊLO TECTOR DE SALVIA ARTICULATA
L . : Mostrou-se,
ao m. c, um pêlo pluricelular, unisseriado ( 4 células), as três primeiras células com parede espessada, estriada longitudinalmente,
mostrando pontos escuros (pontuações), os quais se tornam claros
em se modificando o foco. A célula terminal, afilada, aparece preenchida por um conteúdo de cor âmbar. Ao m. f., em todas as posições, o objeto aparece muito menos definido.
Tentamos diversos
meios de inclusão, sem melhoria.
PÊLO TECTOR
DE Ocimum hilimandscharicum
Gürke.
Ao
m. c, vê-se pêlo tector tricelular, sendo a célula terminal muito verrucosa, o revestimento muito sinuoso externamente; a célula basal e
a intermediária são lisas. Ao m. /., em posição I I , as verrugas tornam-se menos visíveis; uma sombra vista na posição I, indefinidamente, aqui mostra-se claramente formada por pequenos cristais
aciculares, depositados no fundo de cada célula. Nas posições IV
e V aparecem eles mais evidentes, por estarem brilhantes sobre fundo escuro.
6.3
Pêlos
Secretores
Preparações de folhas e flores de drogas ou de espécies vegetais foram montadas para exame microscópico, com solução de cloral a 60 por cento e, nestas preparações, foram observadas as glândulas ou pêlos secretores.
PÊLO SECRETOR
DE ALECRIM:
O pêlo secretor de Rosmarinus officinalis L . (Figura 4 0 ) ao m. c, visto de face, mostra as
F I G U R A 4 0 . Pêlo secretor de Rosmarinus officinalis L . Fotomicrografía
ao m. c. Aumento: 5 0 0 X .
F I G U R A 4 1 . O mesmo pêlo secretor de Rosmarinus officinalis da figura 4 0 . Fotomicrografia ao m. f.,
posição I I . Focalizado em um plano
mais baixo do que os planos das fotomicrografías seguintes.
Aumento:
500 X .
células que compõem, com algumas granulações no seu interior.
Devido à profundidade de foco deste sistema m. c, todas as células são vistas simultaneamente, podendo-se ver também o pedicelo que aparece como um círculo central contendo uma mancha
5
65
escura.
Não se distinguem células de diversos planos separadamente e o conteúdo celular é indistinto. Ao tn. f., as figuras 4 1 ,
42 e 4 3 do mesmo pêlo, na mesma posição, apenas trocando os dispositivos de microscopia comum pelos dispositivos de fase, no microscópio, foram tiradas com ajustagem do foco em três planos diferentes, em sentido ascendente.
A fotografia 4 1 , tirada com o foco mais baixo, mostra um plano
no qual se avistam em foco somente três células contendo gotículas
de óleo essencial e um círculo central formado pelo pedicelo, vendo-se no interior deste círculo quatro gotículas de óleo.
A fotografia 42, está situada num plano focal mais acima e mostra
já outras células, agora em número de cinco, ao redor do pedicelo,
F I G U R A 4 2 . O mesmo pêlo secretor de Rosmarinus
officinalis
das
figuras 4 0 e 4 1 . Fotomicrografia ao
m.
posição I I . Focalizado em um
plano um pouco mais alto do que
o plano da figura 4 1 .
F I G U R A 4 3 . O mesmo pêlo secretor de Rosmarinus
officinalis
das
figuras 4 0 , 41 e 4 2 . Fotomicrografia
ao m. f., posição I I . Focalizado em
um plano um pouco mais alto do
que o plano da figura 4 2 .
o qual é apenas perceptível. Tanto nesta figura, como na precedente, o revestimento celular aparece como dobras da superfície; no
interior das células aparecem corpúsculos que se assemelham a
cristais ou granulações.
A fotografia 4 3 foi tirada em um terceiro plano, mais superficial;
mostra dobras na superfície.
PÊLO SECRETOR
DE PELARGONIUM:
Foram preparados
cortes de uma folha de Pelargonium
sp., de umas plantas cultivadas em larga escala, como planta ornamental, em jardins. Ao m. c.
66
(Figura 44 a ) , viu-se um pêlo secretor munido de pedicelo pluricelular unisseriado, no qual cada célula é alongada, sendo seu comprimento cerca de cinco vezes o seu diâmetro. No seu interior vê-se
um aglomerado granuloso. A glândula é unicelular, contendo gotículas oleosas e massa granulosa em sua parte basal, sendo esta massa superposta por um depósito de óleo essencial em forma de crescente, envolvendo-a parcialmente. Este depósito de óleo etéreo, em
lugar de localizar-se para fora do pêlo por levantamento da cutícula,
forma um saco herniário para dentro. A cutícula é lisa. Ao m. f.,
F I G U R A 4 4 . Pêlo secretor de Pelargonium
sp. Desenhado
como é visto ao m. c. em a; ao m. f., posição I I em b; ao
m. j . , em posição V em c.
Aumento de cerca de 3 0 0 X .
na posição I, poucas diferenças foram apuradas em relação ao m. c,
porém, em posição I I (Figura 4 4 b ) , as células pedicelares mostram
diversas cores, conforme o movimento do espelho: pardo no interior com a cutícula azulada; em seguida, invertem-se as cores, passando a cutícula a pardo e o interior a azul. A bolsa de óleo etéreo
aparece sombreada de roxo-azulado assim como o contorno da glândula. A granulação aparenta ser formada por finos bastonetes, muito pequenos; percebem-se linhas muito finas na superfície da glândula. E m posição I V , a glândula mostra a bolsa herniária corada
em azul e a cutícula em pardo; aparecem melhor as gotículas oleo67
sas, tudo em fundo escuro e a figura muito luminosa. E m posição V
(Figura 4 4 c ) , na superfície do aglomerado existente no interior da
glândula, aparece, com nitidez, uma gotícula oleosa; o contorno aparece muito mais delicadamente.
m
F I G U R A 4 5 . Pêlo secretor de Pelargonuim sp. Outro pêlo, fotomicrografado ao m. c. Aumento de 5 0 0 X .
F I G U R A 4 6 . O mesmo pêlo secretor de Pelargonium da figura 4 5 . F o tomicrografia ao rn. /., posição I I .
Aumento de 5 0 0 X .
Outro pêlo secretor desta mesma preparação pode ser visto
nas figuras 4 5 e 46, a primeira ao m. c. e a segunda ao m. f., notando-se a diferença entre ambas, principalmente pelos conteúdos
celulares.
68
PÊLO SECRETOR
DE MALVA.
Malva sylvestris
L . Malvaceae: As preparações foram feitas com folhas colhidas de um
pé de malva do jardim da Faculdade de Farmácia e Odontologia
da U. S. P. O pêlo secretor visado possuía pedicelo pluricelular, unisseriado, terminado por uma glândula simples. Ao m. c. (Figura 4 7 ) ,
vê-se a célula terminal secretora tendo em todo seu contorno a cutícula levantada pelo produto secretado; ao centro vê-se uma massa
com fina granulação; as células do pedicelo também mostram granulação, menos a basal, que parece vazia, deixando entrever apenas
uma massa em sua parte superior. Ao m. f., em posição I, quase
não há diferença do m. c. E m posição I I (Figura 4 8 ) , a superfície
do pedicelo aparece clara, o conteúdo da bolsa .mostra-se com tons
azulados; a massa granulosa contida na célula secretora aparece
escura no centro e clara na periferia. As granulações do pedicelo aparecem mais brilhantes e pronunciadas, em alguns pontos. A célula
basal, que aparecia quase vazia, agora mostra-se preenchida por uma
F I G U R A 4 9 . Ainda o mesmo pêlo secretor de M. sylvestris L . das
figuras 47 e 4 8 .
Fotomicrografia
ao m. f., posição I V .
P
mm
sombra escura. E m posição I V (Figura 4 9 ) em fundo escuro aparece o pêlo muito luminoso; a bolsa de produto secretado aparece
escura; as granulações mais luminosas e a célula basal escura. D e saparecem as membranas limítrofes das células do pedicelo. E m
posição V, a única parte que se vê melhor do que nas outras posições é o depósito de produto secretado.
PÊLO SECRETOR
DE AQUÊNIO
DE ARNICA:
Foram feitas preparações nas quais, fragmentos de aquênios de Arnica montana L., obtidos por trituração, foram montados com solução de cloral a 60 por cento. Revelaram ao m. c. (Figura 50 a ) , entre outros
69
elementos, pêlos secretores cujo pedicelo pluricelular e bisseriado,
sustenta uma glândula também pluricelular podendo-se ver duas séries de células em quatro pavimentos. Estes elementos aparecem
mais ou menos confusamente, não se podendo contá-los, nem distinguir os diversos planos. Ao m. /. (Figura 50 b ) , vê-se muito melhor a delimitação das células, podendo-se contá-las. Esta delimi-
F I G U R A 5 0 . Pêlo secretor de Arnica montana L .
Desenhado como é visto ao m. c. em a; como c
visto ao m. f., posição I I em b.
Aumento de
cerca de 4 5 0 X .
tacão é perfeitamente visível também nas posições de campo escuro
e, conforme o movimento do parafuso micrométrico, podem-se ver
separadamente células de diversos planos.
PÊLO SECRETOR
DE MENTA:
Numa preparação de folha de Mentha sp. observou-se um pêlo secretor, visto de cima.
F I G U R A 5 1 . Pêlo secretor de Mentha sp., visto de cima. Desenhado como é visto ao m. c. em a; ao m. f., em
posição I I em b.
Aumento de cerca de 7 5 0 X .
Ao m. c. (Figura 51 a ) , não se podem distinguir com clareza as divisões das células secretoras. Ao m. f. (Figura 51 b ) , podem-se delimitar muito melhor as oito células secretoras: focalizando um plano mais baixo. Pode-se perceber, também, um pequeno círculo cor70
respondente ao pedicelo; minúcias da cutícula, também, ficam muito aparentes.
PÊLO SECRETOR
DE LIPPIA:
Numa preparação montada
com corte de folha de Lippia sp., em meio de muitos pêlos tectores,
aparecem alguns pêlos secretores. Vistos ao m. c. (Figura 52 a ) ,
F I G U R A 5 2 . Pêlo secretor de Lippia.
Fotomicrografía ao m. c. em a; ao m. f., posição I V em b.
Aumento
de 5 0 0 X .
mostram um pedicelo unicelular e glândula bicelular; o óleo essencial acha-se depositado em camada tão regular e uniforme ao redor
da glândula e sob a cutícula, que fica parecendo um espessamento.
No interior de cada uma das duas células, vê-se uma granulação não
FIGURA 53.
Pêlo secretor de Salvia officinalis L .
Fotomicrografia
m. f., posição I I em a; em posição I V em b.
ao
muito distinta; o pedicelo possui manchas escuras. Ao m. j . , nas
posições I e I I I pouca modificação é notada. E m posição I I , o depósito de óleo essencial aparece corado em amarelo-citrino e as cé71
lulas secretoras aparecem com manchas azuladas e pardo-escuras.
Em posição I V (Figura 52 b ) , em campo escuro, aparece a cutícula muito brilhante; o depósito de essência mostra-se estriado paralelamente à cutícula; as células secretoras são vistas encerrando
duas grandes sombras escuras, com manchas azuladas e pardo-escuras circundadas por uma zona clara.
PÊLO SECRETOR
DE SALVIA:
Entre outros tipos de pêlos
secretores, a sálvia, Salvia officinalis L . mostra um, portador de glândula unicelular e pedicelo pluricelular. Visto ao m. c, mostrou-se
margeado por um revestimento escuro, com leves granulações no interior do pedicelo e da glândula. Ao m. f. (Figula 53 a ) , o revestimento aparece formado por duas linhas paralelas escuras, entre as
quais há um espaço claro; as granulações são mais nítidas, tornando-se azúlalas com movimento do espelho; a secreção toma todo
espaço intraglandular, isto em posição I I . E m posição I V (Figura 53 b ) , o pêlo destaca-se com grande luminosidade sobre o fundo
escuro.
F I G U R A 5 4 . Epiderme de folha de Brunfelsia uniflora ( P o h l ) Don. Fotomicrografia
ao m. c. em a; ao m. f., em posição I I em b. Aumento de 5 0 0 X .
EPIDERME
DE FOLHA DE MANACÁ
(Brunfelsia
uniflora
( P o h l ) Don.: Fragmentos superficiais foram destacados de folhas
desta espécie e montados com solução de cloral a 60 por cento.
72
A figura 54 a ) mostra uma vista tomada ao m. c, vendo-se
as células com contorno sinuoso, e, apagadamente, superfície estriada em linhas alternadas, brancas e escuras. Ao m. f., em posição I,
obtém-se um quadro idêntico quase, ao precedente. Porém, em posição I I (Figura 54 b ) o contraste torna-se muito mais vigoroso,
aparecendo tudo com um certo sentido de relevo. E m posição IV
(Figura 5 5 ) , em campo escuro, as estrias aparecem somente junto
aos limites celulares, muito luminosos.
FIGURA
Brunfelsia
trecho da
grafia ao
5 5 . Epiderme
de folha
de
uniflora ( P o h l ) Don. O mesmo
figura precedente.
Fotomicrom. f., posição I V .
Aumento
de 5 0 0 X .
73
Fotografias de preparações não coradas, montadas
em Bálsamo do Canadá.
Diversos cortes de drogas e vegetais, incluídos em parafina,
foram montados em bálsamo do Canadá sem haver sofrido nenhum
processo de coloração. As figuras de números 56 a 62 mostram
fotografias de cortes de órgãos de Althaea officinalis
L . , Malva
sylvestris L., Asclepias curassavica L., Phaseolus vulgaris L . e Leonorus
sibiricus L . , assim preparados.
F I G U R A 5 6 . Corte sem coloração de raiz de Althaea officinalis L . , vendo-se um depósito de mucilagem. Fotomicrografia ao m. c. em a; ao m. f., em posição I I em b.
Aumento de 5 0 0 X . Montagem em b.
Canadá.
CORTE DE RAIZ DE ALTÉIA:
As figuras 56 a ) 56 b ) e 57
revelam trecho de um corte de raiz de Althaea,
sendo a primeira
de fotografia tomada ao m. c, vendo-se um depósito de mucilagem
atacada pelos reativos, estando ela estratificada em camadas concêntricas; no interior das células circundantes, cujas paredes apa75
recém como linhas escuras, percebem-se sombras claras, indefinidas. A figura seguinte, de número 5 6 b, representa o mesmo trecho da figura 56 a, visto ao m. f., em posição I I , oferecendo maior
riqueza de contraste, distinguindo-se com destaque as camadas de
mucilagem e, com maior precisão, as sombras claras, as quais parecem
ser constituídas por grãos de amilo deformados; as paredes celula-
F I G U R A 57. Corte de raiz de Althaea officinalis L . , o mesmo trecho da
figura precedente, da mesma lâmina.
Fotomicrografia ao m. f., posição I V .
Aumento de 5 0 0 X .
r•
F I G U R A 5 8 . Corte sem coloração e montado cm b. Canadá, de folha de Malva
sylvestris L . , mostrando uma célula cheia de cristais de oxalato de cálcio e outra
congênere, menor, ao lado esquerdo. E m a fotomicrografia tirada ao m. c; em b
tirada ao m. f., posição I I , vendo-se aqui também o estriado da cutícula e mucilagem
estratificada nas células epidérmicas. Aumento de 5 0 0 X .
76
res ressaltam à observação como finas linhas claras sobre o fundo
acinzentado. Também na figura 5 5 , de fotografia tomada ao m. f.,
posição I V , podem-se ver os mesmos elementos da figura precedente. Aqui, o fundo escuro formado pelo interior das células aparece
F I G U R A 5 9 . Corte sem coloração e montado em b. C a nadá, de um pêlo secretor em caule de Leonurus Sibiriens L .
E m a, fotomicrografia ao m. c; em b ao m. f., posição I I .
Aumento de 5 0 0 X .
F I G U R A 6 0 . Preparação montada em b . C a n a d á e sem coloração, mostrando
uma glândula secretora em Asclepias curassavica L . E m a fotomicrografia tirada
ao m. c. e em b tirada ao m. f., posição I I . Aumento de 5 0 0 X .
limpo, o que se pode ver, principalmente, nas células do lado esquerdo superior; paredes celulares muito luminosas, assim como as
sombras que parecem grãos de amilo. Nesta posição, o depósito de
mucilagem aparece envolto por um anel claro e muito luminoso,
envolvendo outro anel escuro, seguido de outros anéis mais finos,
concêntricamente dispostos ao redor de uma massa escura central.
77
CORTE
DE FOLHA DE MALVA:
Preparações de cortes
transversais de folha de Malva sylvestris
L . nas mesmas condições de montagem, foram fotografadas ao m. c, num trecho
abrangendo epiderme e algumas camadas de células subjacentes
(Figura 58 a ) . Estas encerram uma célula das denominadas por
Perrot "célules oxalifères" ( 2 7 ) de grande porte, tendo, à sua esquerda, uma congênere de tamanho bem menor. As células epidérmicas têm cutícula estriada e conteúdo duvidosamente estratificado. A mesma preparação, vê-se na figura 58 b, tirada ao m. f.,
em posição I I , vendo-se a cutícula epidérmica bem estriada e as
células preenchidas por mucilagem estratificada; o granulado da
célula de oxalato aparace escuro e muito nítido; as células circundantes aparecem escuras, dando a impressão de estar preenchidas.
FELO SECRETOR EM CAULE DE LEONURUS
SIBIRICUS:
Preparação feita e montada nas mesmas condições, pode-se ver na
figura 5 9 a, fotografada ao m. c. e na figura 59 b, fotografada ao
m. f. em posição I I . Somente nesta, pode-se perceber a divisão
celular do referido pêlo, com toda fidelidade.
F I G U R A 6 1 . A mesma
preparação
da figura anterior, de Asclepias
curassavica L . Fotomicrografia tirada ao
m. f., posição I V . Aumento de 5 0 0 X .
GLÂNDULA
SECRETORA
DE ASCLEPIAS
CURASSAVICA:
Fotografias de preparações também montadas em bálsamo do Canadá, sem coloração, aparecem na figura 6 0 a, de fotografia tirada
ao m. c. e pode-se ver, embora com parco contraste, uma glândula
esquiso-lisigênica( ao passo que, nas figuras 6 0 b e 6 1 , o contraste
acentua-se muito pelas iluminações ao m. f. em posições I I e I V ) .
78
CÉLULAS
DO PERICÁRPIO
DE PHASEOLUS
VULGARIS L.: Preparações sempre sem coloração, montadas em bálsamo do Canadá. Na figura 62 a, ao m. c, vê-se a cutícula formando
uma linha quebrada, muito fina. Na figura 62 b , a mesma preparação fotografada ao m. f., em posição I I , mostra a diferença de contraste, com maior riqueza neste particular.
F I G U R A 6 2 . Célula do pericarpio de Phaseolus vulgaris L .
Corte montado em
b. Canadá, sem coloração. Fotomicrografía ao ra. c. em a; ao m. f., posição I I em b.
Aumento de 5 0 0 X .
79
DISCUSSÃO D O S R E S U L T A D O S
E COMENTÁRIOS
Quando tomamos a resolução de examinar cristais, estudando-os em observações comparativas entre o sistema comum de microscopia e o novo método de fase segundo Zernike, já pensávamos,
por conjeturas da Física, que não haveria novidades entre os diversos sistemas cristalinos vistos ao microscópio de fase. No entanto,
era preciso verificar, pois, poderiam manifestar-se diferenças, possivelmente interessantes no estudo de cristais existentes nas drogas
ou que são formados nas reações histoquímicas.
Corpos com pequena diferença no índice de refração em relação ao seu meio, transparentes e incolores como são os cristais em
sua maioria, podem ser vistos com o sistema de fase, quando forem muito transparentes para o sistema comum de microscopia.
O relevo fica muito melhorado e a heterogeneidade é visível. Das
propriedades do sistema de fase resulta que, quando duas substâncias isotrópicas, incolores, com pequena diferença no índice de refração estiverem juntas, somente aquele sistema constitui eficiente
método de observação.
O sistema cúbico, para o qual usamos como exemplo o cloreto
de sódio (páginas 2 3 ) mostrou cristais exibindo sombras no seu interior, quando examinados em posição I I , que é justamente a iluminação do sistema de fase segundo Zernike. Chama a atenção
também o fato de aparecerem estes cristais extremamente luminosos nas posições IV e V, de campo escuro. Estas modificações que
sofrem os referidos cristais, adquirindo um sombreado interno ou
tornando-se extremamente luminosos, poderão facilitar sua identificação, quando misturados a outros materiais.
Quando o cristal, pelo seu tamanho, forma ou posição, apresenta o fenômeno da dispersão da luz, manifesta-se uma policromasia. Pode ser que o mesmo composto, em outra forma cristalina,
já não mostre policromasia. As condições nas quais adiante descre6
81
vemos nossas observações sobre policromasia em cristais, são válidas somente para condições semelhantes àquelas em que fizemos
as referidas observações.
A policromasia que vimos em alguns cristais, principalmente
os pequenos, de tamanho ao redor de 14 a 2 5 micra, conforme verificamos em tantos deles, como nos casos do fluoreto de sódio, da
papaverina, da fenolftaleína, da brucina e outros obtidos por microssublimação ou ainda a outra propriedade da mudança de côr,
como aconteceu com a rotenona, o ácido bórico e outras substâncias,
também coloca estes elementos morfológicos em destaque, facultando sua diferenciação de outras partículas que não exibem os
mesmos fenômenos. Por exemplo, a percepção visual de pequeníssimos cristais contidos em microssublimados torna-se mais fácil, como
verificamos no microssublimado de cravo da India. A policromasia
observada nos cristaisinhos de eugenolato de potássio, formado pela
reação de páginas 25, do eugenol com solução de hidróxido de potássio, observada ao m. f. em posição I I , coloca-os em evidência em relação ao alcatrão formado pela sublimação e, a eles, misturado. O mesmo poder-se-ia dizer de outros microssublimados exibindo propriedades policrômicas, como os produtos da microssublimação do guaraná,
ruibarbo e outros. Às vezes, uma modificação de côr igualmente coloca em evidência cristais, como aqueles de badiana, azuis e de ruibarbo, amarelo-verde-pardos.
Os esfero-cristais de morfina mostraram, ao m. f., finíssima granulação em seu interior, mesmo antes de aparecer estrutura visível ao 77i. c.
Cristais contidos em certas drogas são dificilmente vistos, por
causa do seu tamanho muito reduzido, mas a percepção destes conteúdos, ao m. /., é muito facilitada. Como exemplo, podemos dizer até
que, segundo a bibliografia, obras de bons autores farmacognósticos
não mencionam a presença de cristais de oxalato de cálcio, pequeníssimos, em certas drogas, como acontece freqüentemente com as labiadas. Esta identificação de cristais de tamanho muito reduzido é
importante nos pós finos, onde as células estão desintegradas, de mistura com aqueles próprios cristais ou outros maiores triturados, podendo escapar ao exame feito ao m. c, ao passo que ao m. f., eles
chamam logo a atenção. Fizemos esta verificação na raiz de genciana e nos pêlos tectores de labiadas, referidos a páginas 27, casos em
que o m. f., em posição I I , facilitou a sua identificação. Às vezes,
foram verificadas vantagens na observação dos cristais em campo es82
curo, por ficarem muito luminosos e em certos casos, por desaparecer
o tecido em que eles estão embutidos, vendo-se unicamente cristais,
como no caso de flor de arnica, relatado a páginas 27.
E m drusas de oxalato de cálcio, somente diferenças subtis puderam ser verificadas entre as da jalapa do Brasil, do ruibarbo e do
condurango.
A experiência (páginas 2 9 ) feita com preparação de sulfato de
estriquinina cristalizado, montado em clorofórmio, substâncias estas
com vizinho índice de retração, mostrou que somente na posição I I
do m. f. podem ser vistos os cristais. E m futuras pesquisas de microscopia farmacognóstica, diante desta verificação, será interessante o
exame de drogas, mesmo as clássicas, ao m. f., que poderá revelar
inclusões onde se julgava não existirem.
O brilho ou a luminosidade dos cristais, adquirida ao m. f., auxilia a sua busca nos pós muito finos, como se viu no caso de cânhamo. (Páginas 2 9 ) .
As mucilagens, como conteúdo celular, são, em muitos casos, interessantes para estudos farmacognósticos, mas, na maioria dos casos,
dificilmente perceptíveis à vista, a não ser com emprego de reativos
próprios, coagulantes, intumescentes, precipitantes ou corantes. Nos
exames da prática farmacognóstica somente são eles usados quando se
tem a intenção de procurar e verificar a presença de mucilagem. Na
maioria dos exames, feitos ao m. c, passam despercebidas. Nossas observações, feitas com semente de linho, tiveram em mira verificar se células, contendo mucilagem, poderiam tornar-se mais evidentes com o
m. f. e, conforme relatamos a páginas 35, em certos casos, é possível
distinguir com mais facilidade a mucilagem, por este meio. Com êle,
a estratificação fica separada por linhas que aparecem mais finas e
nítidas. A outra experiência, feita também com mucilagem retirada
da mesma semente ( 2 8 ) e coagulada pelo álcool, mostrou, em lugar de
manchas, punctiformes vistas ao m. c, manchas mais largas e difusas, ao m. f., tudo conforme figura 5 a, b.
Para exame de aleurona ao m.
não encontramos vantagem, embora experimentando com diversos meios de montagem, o mesmo podendo-se dizer da inulina, na qual apenas as linhas radiais aparecem
mais definidas, claras e brilhantes.
T a m b é m elementos estruturados de celulose foram analisados ao
m. /., para observarem-se eventuais diferenças do m. c. Fibras (pêlos)
celulósicas retiradas de papel de filtro mostraram, ao m. f., estrias
83
finas em certos trechos, além de uma rede grosseira com malhas claras, sendo esta rede também visível ao m. c, como está representado
na figura 6a, b. Pêlo de algodão, retirado de semente madura, mostrou
paredes grossas, acompanhadas por estrias em seu interior, tanto em
posição I I como em posição I V . Neste pêlo de algodão pode ser visto
um caso que representa uma das razões do emprego do m. /., formado
pelas pequenas inomogeneidades: A superfície do pêlo aparece como
se estivesse amarrotada, por uma desidratação.
O mesmo pode-se dizer das finíssimas estrias existentes em
células pétreas, como aquelas da Rauwolfia
sellowii, descritas a páginas 38. Pelas figuras 8 e 9 podem-se ver finas estrias unicamente ao m. f., colocadas transversalmente aos canalículos.
A alteração da célula pétrea de condurango, quando tratada
por H C 1 a 2 por cento (páginas 4 0 ) pode ser interpretada como
um começo de hidrólise.
Fibras de quina, montadas em água destilada, não se beneficiaram ao exame no m. f. (páginas 4 1 ) , pois, apenas observamos
mudanças de cor em certas de suas partes, como se dá com o lúmen
que, de escuro ao m. c, torna-se claro. Tá, quando montadas em
meio com índice de refração mais elevado ( 2 9 ) portanto, mais aproximado daquele da própria fibra ( n
= l , 6 1 ) , a observação torna-se
melhorada, estando este ponto discutido também mais adiante. Seria
possível que, exames ao m. f. sob condições modificadas, como em
meios com outros índices de refração, ou modificando a própria fibra
com reativos, pudessem revelar pormenores invisíveis ao m. c. Todavia, não sendo a pesquisa de quina assunto deste trabalho, não foi
ela considerada. Os pequenos cristais observados junto às fibras de
quina, não foram analisados, ficando para futuro trabalho.
2 0
D
Os grãos do pólen, dos quais examinamos alguns, são encarados,
em Farmacognosia, como elementos figurados capazes de fornecer
indicações quanto a diversos pontos interessantes:
Numa droga
pulverizada, são a mais evidente indicação da presença de peça
floral ou de parte dela, dando indício sobre família, podendo especialistas chegar a determinar até o gênero e espécie. Na descrição
da maioria das drogas inscritas nas farmacopéias e constituídas
pela flor ou parte da flor, os respectivos pólens devem ser descritos
para facilitar sua identificação microscópica. Devemos lembrar
ainda, que o mel, quase sempre, contém um pequeno resíduo formado por pólen, cujo exame pode dar indicações preciosas sobre as
84
plantas procuradas pelas abelhas. E m outros casos, o pólen pode
indicar fraude por mistura, adição ou mesmo por substituição total,
como se observa freqüentemente com os licopódios do comércio ( 3 0 ) .
Podem ainda os pólens ser causadores de sensibilidade alérgica e
o seu conhecimento indicará as espécies vegetais responsáveis.
A Paleontologia é uma ciência que estuda, com afinco, os pólens,
para conhecimento de vegetais fósseis.
Além de ser tratado por autores clássicos, como na obra de E n gler e Prantl, o pólen é hoje assunto de alentados tratados especializados, alguns já indicados em nossa bibliografia. Pelo interesse
que oferecem, incluímos um estudo, embora limitado, de alguns
pólens, neste trabalho. Como verificamos que não figuram ainda,
na literatura universal, alguns pólens de espécies brasileiras, resolvemos dar-lhes preferência, pois, além de servirem para experimentar a aplicação do m. f., em si mesmos irão constituir novidades. São
diversas espécies de Malpighiaceae,
Melastomaceae,
Vochysiaceae,
Bignoniaceae.
Aqui, como se pode concluir com certeza das observações realizadas neste trabalho, mais uma vez mostra o m. /. sua
utilidade no exame de acidentes subtis da estrutura celular, cuja
interpretação e aplicação serão utilizadas futuramente.
Assim, as
exinas de muitos pólens revelaram ao m. f. fina ornamentação, como
se deu em diversas espécies examinadas. O m. f. revelou diferenças,
com maior riqueza de contraste, tornando perceptíveis minúcias
que são invisíveis ou quase invisíveis ao m. c. Para citar exemplos,
mencionaremos as granulações observadas com grande evidência,
na superfície dos grãos de pólen de diversas espécies como as Banisteria laevifolia, páginas 4 4 e figura 10; B. crotonifolia,
páginas 4 6
e figura 11; B. multifoliolata,
páginas 4 8 , figura 15.
As placas salientes na superfície da exina, o que foi verificado ao m. /., podem ser vistas em diversas figuras como de Banisteria laevifolia
(Figura 1 0 ) , B. crotonifolia
(Figura 1 1 ) , B. metallicor (Figura 1 2 ) , B. multifoliolata
(Figura 1 5 ) . Ainda mais, saliências em Banisteriopsis
caapi, descrita a páginas 50, figura 17, dobras
em Banisteria crotonifolia,
páginas 46, figura 11, crateras em B. Campestris, páginas 47 e figura 14, Banisteriopsis
caapi, páginas 50, figura 17, sulcos em Miconia
theazans,
páginas 54 e figura 26,
estrias em Alpinea speciosa, páginas 5 9 e figura 32, pontuações em
Bignonia exoleta, páginas 56 e figura 28, espinhos em Arctium minus, páginas 60 e figura 35, policromasia em diversas espécies como
Byrsonima
crassifolia, páginas 50 e B. ligustrifolia,
páginas 53.
85
Entretanto, em certos casos o m. f. não apresentou senão pequenas diferenças, como na Byrsonima
intermedia,
cuja descrição
encontra-se a páginas 5 1 .
Órgãos tão delicados, como são a maioria dos pêlos tectores
vegetais e elementos de grande importância farmacognóstica, foram
julgados interessantes para provar o m. f. Dos que foram examinados, viu-se, como no caso dos Rosmarinas,
descrito a páginas 6 1 ,
algumas particularidades interessantes ao m. f., como o aparecimento de uma côr azul-clara em certos pontos e, principalmente,
o granulado fazendo grande contraste por aparecer corado em pardo-escuro (Figuras 38 e 3 9 ) e haver maior nitidez nas minúcias.
Dobras muito finas podem ser percebidas na superfície celular e,
com movimento do parafuso micrométrico, os diversos planos vão
sendo separados e vão aparecendo granulações neles localizadas.
Estas particularidades são vistas com melhoria em posição IV ( F i gura 3 9 ) , na iluminação de fundo escuro, com exceção das dobras
da superfície, que desaparecem. Observações feitas com Thyrnus,
Mentha e Oximum (páginas 62 e 6 3 ) mostram ao m. f. irregularidades mínimas na superfície e também, de maneira mais nítida,
os cristais agrupados no interior de algumas células, difíceis de serem percebidos ao m. c, como já tivemos oportunidade de dizer.
Já no caso da Salvia, a observação ao m. f. revelou-se muito menos
eficiente, apesar de tentarmos por diversas vezes, mudando o meio
de montagem. Qual a causa, não podemos ainda saber.
Os P Ê L O S S E C R E T O R E S citados no presente trabalho, que
serviram de base para exames ao m. f., pertencem a espécies oficinais
(Rosmarinus,
Malva, Arnica, Mentha, Salvia) e não oficinais (Pelargonium, Lippia).
Estes pêlos ou glândulas secretoras acumulam,
em seu interior ou em bolsa hemiaria subcuticular, o seu produto de
elaboração, o óleo essencial. Este óleo essencial pode ser visto, tanto ao m. c. quanto ao m. f. como pequenas gotículas esparsas no
plasma celular, no qual são insolúveis. Sua localização ao m. c,
às vezes é difícil por constituírem, com o plasma celular, uma das
fases de dois líquidos incolores e que poderão revelar-se somente
pela diferença de seus índices de refração. Conforme o grau desta
diferença, as gotículas podem tornar-se visíveis ao m. c, mas, na
maioria dos casos, são dificilmente visíveis ou mesmo invisíveis.
O exame de diversas drogas portadoras destes pêlos secretores, mostrou, como no caso do Rosmarinus
(páginas 65 e figura 4 0 ) , uma
notável melhoria na percepção das referidas gotículas. Aparecem
86
elas mais contrastadas ao m. f., no qual também podem separar-se
diversos planos, como se vê nas figuras 4 1 , 42 e 4 3 ; pode também
revelar as finíssimas rugosidades da superfície e granulações, visíveis em um só plano. No Pelargonium,
estes pêlos secretores mostraram mudanças de côr, tanto nas células do pedículo como na
glândula.
A granulação revelou-se, ao m. f., ser constituída por
bastonetes finíssimos. E m uma das posições do espelho, consegue-se
ver linhas muito finas, brancas, na superfície da cutícula. Na figura de vista em campo escuro (Figura 44 c ) pode-se notar uma
gotícula de óleo essencial na parte superior do aglomerado existente no interior da glândula. Os efeitos de contraste entre o m. c.
e o m. f. são notáveis. A respeito dos pêlos secretores de Malva,
para não nos alongarmos mais nestas considerações, será suficiente
confrontar as diferenças flagrantes entre as figuras 47, 48 e 49, cuja
descrição encontra-se no texto, a páginas 69. O mesmo pode-se dizer dos pêlos secretores de Arnica, pois, a representação da figura 50 mostra as diferenças na separação de cada célula componente, podendo-se melhor delimitá-las. Estas indicações são válidas
também para pêlo tector de Mentha, visto de face, Figura 5 1 , descrito a páginas 70 e para Salvia, figura 53. O pêlo secretor de
Lippia, figura 52, mostra o depósito de óleo essencial em camadas
estratificadas. Infelizmente, as fotografias não mostram mudanças
de côr.
Como já dissemos, pequenas diferenças de estrutura, pequenas
minúcias, são indícios muito importantes para elucidação de diagnóstico em Farmacognosia. Uma destas minúcias é constituída pelas
pequenas heterogeneidades da cutícula, bastando lembrar o conhecido caso da cutícula epidérmica da folha de Belladonna,
cujas
estrias apontam a presença desta solanácea num pó misto. As diferenças de contraste, para observação desta estriação respectivamente ao rn. c. e ao m. f., são vistas nas fotografias das figuras 5 4 a, b
e 55 de Brunfelsia, onde a estriação aparece muito mais contrastada
ao m. f., chegando a dar uma impressão de relevo.
Outro elemento figurado, muito freqüente em drogas, é o amilo. Achamos que, para o seu exame, o m. /. não apresenta muita
vantagem sobre os métodos usuais em Farmacognosia, com exceção de alguns casos, quando seja requerido um exame mais pormenorizado de estrutura, como acontece nas estrias dos amilos de cereais ou para poderem-se ver certas alterações, como no caso do
intumescimento.
87
Todavia, modificando os meios comuns de inclusão, num eventual trabalho farmacognóstico, com outros meios de diferentes índices de refração, já podem ser verificadas diferenças.
Assim, o amilo de milho mostrou (páginas 3 1 ) ser o m. f. eficiente para revelar a presença de corpos montados em meios com
índice de refração a eles aproximado, invisíveis ou dificilmente visíveis ao m. c. Quando o amilo ( n
= 1,530) foi montado em óleo
de cravo ( n
= 1,5348), não pôde nem sequer ser localizado ao
m. c. e ainda em posição I do m. f. No entanto, em posição I I tornou-se visível com toda clareza e as posições I V e V mostraram-no
com contorno luminoso em fundo escuro. Possibilidades semelhantes oferecidas pelo m. f. estão relatadas nas experiências de páginas 31 e 32, realizadas com amilo de Solanum tuberosum.
Foi êle
montado em solução de cloral a 2 0 por cento, onde se foi intumescendo e, após 2 5 minutos, não podia mais ser visto ao m. c.
No entanto, ao m. /., após 55 minutos, êle ainda se distinguia. Esta
observação já teve aplicação imediata, pois, aproveitamo-la para ir
medindo aqueles elementos enquanto iam se expandindo pela
intumescência. Ainda este mesmo amilo de Solanum
tuberosum,
montado em solução de cloral a 6 0 por cento, expandiu-se mais rapidamente e suas medidas eram possíveis de ser tomadas ao m. c.
até um certo ponto, a partir do qual, somente o m. f. permitia
fazê-lo.
2 0
D
2 0
D
Ainda, para provar vários meios de montagem com índices de
refração diversos, experimentamos observar um amilo cujos grãos
são de tamanho avantajado, qual seja o amilo de Canna, dirigindo
nossa atenção sobre as suas estrias. Conforme os resultados apontados a páginas 33 alguns meios de montagem permitiram ver a
estriação de maneira diversa: em alguns, como em duas misturas
fenol-glicerina (letras e, f) não foram vistas tanto ao m. c. quanto
ao m. /., o mesmo dando-se em essência de anis (letra b ) . E m outros
meios, não apareceram ao m. c. mas sim, ao m. f. como no suco da
raiz mais água (letra a ) , essência de sassafrás (letra c ) , essência
de sassafrás mais álcool (letra d ) , e mesmo em mistura fenol com
glicerina (letra g ) . Conforme o índice de refração destes meios de
montagem aproximavam-se do índice de refração do amilo, tornavam-se menos visíveis as estrias, chegando a tornar-se invisíveis.
A grande utilidade do m. f. em exames farmacognósticos demonstra-se, claramente, no exame de preparações montadas em bálsamo do Canadá. Este bálsamo é caracterizado pelo alto índice de
88
refração e nele desaparecem diversos pormenores que podem ser
vistos claramente em glicerina, solução de cloral, água, etc. Amilo,
cristais ou outros elementos de estrutura celulósica não são tão bem
visíveis nesse meio de inclusão. Por isso, usam-se recursos vários,
como por exemplo, o da coloração.
Tendo em vista averiguar o comportamento de tais objetos,
fizemos as preparações montadas em bálsamo do Canadá, sem coloração, descritas a páginas 75, sendo que o valor do m. /. pode ser
claramente visto nas figuras 56 b e 57 (raiz de Althaea) mostrando que, enquanto ao m. c. mal se distingue a preparação, ao contrário, ao m. f. ela é vista muito bem, com riqueza de pormenores.
A fotografia da figura 56 b, ao m. f. permite distinguir grãos de amilo dentro de células cujas paredes, aqui, ficaram muito bem delimitadas; o depósito de mucilagem adquiriu clareza em sua estrutura.
As figuras 60 a, b e 61 de uma glândula secretora de Asclepias
curassavica igualmente mostram, com clareza, diferenças para melhor
ao m. /., no qual a glândula pode ser vista com destaque. A figura 58 a, b, de folha de Malva, mostra uma pobreza de contraste em a,
tirada ao m. c. contra uma destacada nitidez de todas as partes em b,
tirada ao m. f. O mesmo pode-se dizer das figuras de n.° 59, de
Leonurus
sibiricus e de n.° 62, de Phaseolus
vulgaris.
Elementos
estruturais que ficam escondidos no bálsamo, pela diferença pequena no índice de refração, revelam-se ao m. f., com grande
destaque.
Como ilustração, absolutamente convincente, da capacidade do
m. f. de poder revelar pormenores estruturais não visíveis ao m. c.
e como resumo da exposição feita nas linhas anteriores, deve ser
considerada a comparação das figuras de fotografias de um canal
lactífero de Papaver somniferum
L . (fruto) e de um pêlo secretor de
Ocimum kilimandscharicum,
Guerke. Representam elas duas fotografias tomadas ao m. /., em posição I I (sistema de fase de Zernike), de
preparações sem coloração e montadas em bálsamo do Canadá. A de
número 63 mostra claramente o canal lactífero com seu conteúdo,
além de vasos dispostos paralelamente. Na figura 64, vê-se o pêlo
secretor notavelmente representado na fotografia, assim como um
vaso espiralado, além de outras células. Estas mesmas preparações,
assim como outras, fotografadas ao m. c, não ofereceram nenhum
contraste. Este fato é comprovado pelas fotografias nos. 65 e 66,
tiradas ao m. c, das mesmas preparações vistas nas figuras 63 e 64.
89
FIGURA
niferum
montado
lactífero
rada ao
6 3 . Corte de Papaver somL . (fruto)
sem coloração,
em b. Canadá, vendo-se canal
e vasos.
Fotomicrografía tiTO.
em posição I I .
Aumento de 5 0 0 X .
F I G U R A 6 4 . Corte
de
folha
de
Ocimum kilimandscharicum
Guerke sem
coloração, montado em b. do Canadá,
vendo-se uma glândula secretora. F o tomicrografía tirada ao m. f., em
posição I I .
Aumento de 5 0 0 X .
F I G U R A 6 5 . A mesma preparação
da figura 6 3 , Papaver somniferum L . ,
tirada ao m. c. para comparação. Aumento de 5 0 0 X .
F I G U R A 6 6 . A mesma
preparação
da figura 64, Ocimum
kilimandscharicum. Guerke, tirada ao m. c. para comparação. Aumento de 5 0 0 X .
90
C O N C L U S I O N S
T h e following conclusions w e r e established, on the basis of the ex­
periments exposed. These experiments were the first, that were realized
with structural elements of pharmacognostic microscopy, and making
use of phase microscopy, according to Zernike. This microscopic method
has demonstrated already in other fields not to be able to absolutely
replace the ordinary microscope; however it furnishes the added pos­
sibility of perceiving details, visible solely by their small phase differences.
1)
T h e phase method offers the possibility of examining small
crystals in drugs, especially the very diminutive, or those in
preparations mounted in mediums with similar refraction indices,
as for example: Canada balsam; or still those contained in very
fine powders or those obtained in histochemical or phytomicrochemical reactions, as for instance by microsublimation.
2)
T h e phase microscope offers an advantage in starch analysis
under the conditions employed, for discerning small structural
details or expansions produced by intumescence as well as for
measurements of grains thus altered.
3)
W i t h macromolecular substances of mucilagenous character con­
tained in tissues, the phase microscope offers the advantage of
being able to show details, of their structural disposition, invisible
with the ordinary microscope and thus dispensing special treat­
ments with reagents.
4)
T h e phase microscope did not show any advantage with inclusions
having great differences of refraction indices as for example:
the components of aleurone grains, where there is a great diffe­
rence between their constituents.
5)
In pollen grain analysis, phase microscopy is useful only for
small details, possibilitating a better recognition of delicate
structural irregularities, which do not appear in the normal
microscope, the differences, especially of the exine, being to small.
6)
What has been told in the preceding item, applies as well to the
observation of fibers and stone cells. F i n e striae can here be
seen, imperceptible in the common microscope.
7)
As for epidermal cells, tectorial and glandular hairs, an exa­
mination by phase microscopy is advantageous, to show structural
irregularities of fine texture, the contrast of which is increased,
as for instance in wrinkles, striae, granules, folds, stratifications,
droplets. In some cases shades appeared of various colours.
8)
Uncoloured preparations mounted in Canada balsam, almost or
even completely invisible in the ordinary microscope, acquire a
notable contrast, rich in details, m the phase microscope, thus
permitting excellent photographs.
9)
T h e examination of very fine drug powders is especially recommendable with the phase microscope, as structural details are
emphasized in cases where the histological elements, torn by the
fine division cannot furnish recognizable characteristics in the
normal microscope.
CONCLUSÕES
As conclusões apresentadas em seguida, foram estabelecidas à
base das experiências expostas. Estas experiências foram as primeiras realizadas com elementos
estruturais da microscopia farmacognóstica à luz da microscopia de fase, segundo Zernike. Este sistema de microscopia, em outros campos, já mostrou não poder substituir de modo absoluto, o microscópio comum, acrescentando-lhe,
no entanto, a possibilidade de reconhecer minúcias, unicamente visíveis por suas pequenas diferenças de fase.
1)
O sistema de fase oferece a faculdade de examinaremse pequenos cristais em drogas, especialmente quando
de tamanho diminuto ou em preparações montadas em
meios com vizinho índice de refração, como o bálsamo do Canadá, ou quando contidos em pós muito finos, ou em reações histoquímicas ou fitomicroquímicas, como por exemplo, a microssublimação.
2)
Para exame de amilo, sob as condições empregadas,
o microscópio de fase é vantajoso para observarem-se
minúcias da estrutura ou expansões produzidas pelo
intumescimento ou ainda para tomarem-se medidas de
grãos assim alterados.
3)
E m substâncias macromoleculares de caráter da mucilagem, contida em tecidos, o microscópio de fase oferece vantagem de mostrar pormenores de sua disposição estrutural, não visíveis ao microscópio comum, dispensando o tratamento por reativos.
4)
E m corpos onde existe grande diferença no índice
de refração, por exemplo, para ver os componentes do
grão de aleurona, onde aquela diferença é grande entre os seus constituintes, o microscópio de fase não
revelou vantagem.
91
No exame de grãos de pólen, o microscopio de fase
só é aplicável em pequenas minucias, possibilitando o
melhor reconhecimento de acidentes estruturais subtis
que não aparecem ao microscópio comum, por suas
leves diferenças, especialmente da exina.
O que foi dito no item precedente, vale para o que
foi observado no exame de fibras e células pétreas.
Nestas, podem ser vistas finas estrias, imperceptíveis
ao microscópio comum.
Quanto a células epidérmicas, pêlos rectores e secretores, o exame ao microscópio de fase fornece vantagens para mostrar acidentes estruturais de fina textura,
cujo contraste muito se acentua, como sejam rugosidades, estrias, granulações, dobras, estratificações, gotículas. E m certos casos, surgem matizes de cores
variadas.
Preparações montadas em Bálsamo do Canadá, não
coradas, quase invisíveis ou mesmo invisíveis ao microscópio comum, adquirem notável contraste, com riqueza de pormenores ao microscópio de fase, contraste este que permite a tomada de ótimas fotografias.
O exame de pós finíssimos de drogas, ao microscópio de fase é especialmente recomendável porque,
particularidades estruturais ressaltam-se neste modo
de exame, em casos nos quais os elementos histológicos, dilacerados pela fina divisão, não podem oferecer mais as suas características reconhecíveis ao microscópio comum.
REFERÊNCIAS
1)
2)
8)
9)
10)
11)
12)
13)
14)
15)
16)
17)
18)
BIBLIOGRÁFICAS
Richards Oscar W.: Phase Microscopy, Science, 124, 1956.
Bennet, Alva H. "et al.": Phase Microscopy Principles and Applications,
London e New York, John Wiley & Sons, 1951, prefacio 1.
Linhardt, G.: Zur Anwendung der Phasenkontrastmikroskopie in der Botanik. Mikroskopie
6 ( 5 / 6 ) , 191-193, 1951.
Strugger, S.: Die Anwendung des Phasenkontrast-Verfahrens zum Studium der Pflanzenzelle. Z. Naturforsch.
2b, 146-152, 1947.
Ziegenspeck, H.: Der submikroskopische Bau des Holzes im Vergleich
mit dem der Fasern im Allgemeinen. Mikrosk, i. d. Techn. I, 371-456, 1951.
Ziegenspeck, H.: Die Leptonik erklärt den duktilen Bau der LianenSprosse von Clematis Vitalba L. Protoplasma
XL ( 2 ) , 298-312, 1951.
Zollinger, H. U.: Phasenmikroskopische Beobachtungen ueber Zelltod,
Schweiz. Zehr. Path. Bakt. X I , 276-282, 1948.
Farr, W. K.: Calcium pectate in the cotton fiber, Am. J . Botan, 33, 229, 1946.
Reumuth, H.: Zur Anwendung der Phasenkontrast-Mikroskopie auf Probleme der Faserforschung und Textiltechnik. Zeiss-Nachr. 5, 229-252, 1945.
Reumuth, H.: Phasenkontrast-Mikroskopie. Kolloid-Zschr. 115, 44-53, 1949.
Reumuth, H.: Ein Fortschritt der Textil-Mikroskoüie. Kunstseide
und
Zeihvolle 28 ( 1 / 2 ) , 3-18, 1950.
We gener, W. e Questel, R.: Mikrobielle Schädigung an Leinengarnen
und-geweben.
Melliand
Textilber.
XXXIV
(1/2/3),
12-16, 100-102,
171-178, 1953.
Hodgman, Charles D.: Handbook of Chemistry and Physics, 3 8 . ed.,
Chemical Rubber Publishing Co., Cleveland Ohio.
Hackh, Ingo W. D.: Hackh's Chemical Dictionary, 2 . ed., P. Blakinston's
Son & Co., Ind., Philadelphia.
Tunmann, O.: Pflanzenmikrochemie 506, Gebrueder Borntraeger, Berlin, 1931.
Molisch, Hans: Mikrochemie der Pflanze, 226, 2 . ed., Verlag von
Gustav Fischer, 1921.
Wasicky, R.: Leitfaden fuer die Pharmakognostischen Untersuchungen
im Unterricht und in der Praxis, 371, Leipzig und Wien, 1936.
Frey-Wyssling, A.: Die Stoff ausscheidungen der hoeheren Pflanzen.
Springer, 1935, citado por Bonner, J., Plant, Biochemistry, 141, Academic Press, 1950.
a
a
a
93
19)
Toledo, Tharcillo A. N. de, e Crotta, Astolpho Souza: Descrição farmacognóstica da raiz de Rauwolfia Sellowii Müll, e Argov. e comparação com dados de outras espécies do mesmo gênero, An. Fac. Far.
Odon, XIII, 42, 1955.
Engel, A. e Prantl, K.: Die Natuerlichen Pflanzenfamilien IZÍ-4,40 e seg.
Wilhelm Engelmann, 1897.
Engel A. e Prantl, K.: Die Natuerlichen Pflanzenfamilien, Nachtraege
zum n-IV Teil, 205 a 207, 1897.
Engel A. e Prantl, K.: Die Natuerlichen Pflanzenfamilien, Nachtraege
zum II - IV Teil, 182 a 186, 1900.
Metcalfe C. R. e Clark, L.: Anatomy of the Dicotyledons, Clarendon
Press, Oxford, 1950.
Wodehouse, R. P.: Pollen grains, Second Impression, 1933, McGrawHill Book Co. Ind., N. York and London.
Erdtman G.: An Introduction to Pollen Analysis, Waltham, Mass.
U. S. A., 1943.
Gassner, Gustav: Mikroskopische Untersuchung Pflanzlicher Nahrungs-und
Genussmittel, 3 . ed., Gustav Fischer, Stuttgart, 1955.
Perrot, Em.: Matières Premières usuelles du Règne Végétal, I, 956, Masson et Cie., Paris, 1943-1944.
Peach, K. e Tracey M. V.: Moderne Methoden der Pflanzenanalyse, II, 275,
Springer-Verlag, Berlin, 1955.
Bonner, James : Plant Biochemistry, 123, Academic Press Inc., New
York, 1950.
Planchon, L.: Bretin, P.; Manceau, P.: Precis de Matière Médicale, I, 162,
Librairie Maloine, Paris, 1946.
a
94
Í N D I C E
INTRODUÇÃO
5
D E S C R I Ç Ã O DO M É T O D O E DO I N S T R U M E N T O
9
O microscópio
Teoria
de
fase
simplificada
Lâmina
de
fase
11
11
12
A S I G N I F I C A Ç Ã O A T U A L DO M I C R O S C Ó P I O E M F A R M A C O G N O S I A
17
ONDE O MICROSCÓPIO DE F A S E PODE M O S T R A R SUAS U T I L I D A D E S
19
PARTE EXPERIMENTAL
A l g u m a s observações sobre cristais
S i s t e m a cúbico, 23 — S i s t e m a tetragonal, 24 — S i s t e m a h e x a g o n a l . 24 —
S i s t e m a r ó m b i c o , 24 — S i s t e m a m o n o c l í n i c o , 25 — S i s t e m a t r i c l í n i c o , 25
— Cristais obtidos por m i c r o s s u b l i m a ç ã o , 25 — M i c r o s s u b l i m a d o s de:
C r a v o da índia, 25 — B a d i a n a , 26 — Cafeína, 26 — R u i b a r b o , 26 —
Morfina, 26 — O x a l a t o de cálcio, 27.
E x p e r i ê n c i a s com cristais colocados em m e i o s de inclusão com a p r o x i m a d o
índice de refração
21
23
Cistolitos
Estudo sobre alguns amilos
A m i l o de j a l a p a do B r a s i l , 32 — A m i l o de batata, 32 — A m i l o de cana, 33.
Mucilagem
Aleurona
Inulina
Celulose
P ê l o de algodão, 38.
Células pétreas
C é l u l a p é t r e a de R a u w o l f i a S e l l o w i i , 38 — C é l u l a p é t r e a de pêra, 39 —
C é l u l a p é t r e a de s e m e n t e de beladona, 40 — C é l u l a p é t r e a de condurango, 40.
F i b r a s de quina
E x a m e de grãos de pólen
28
29
31
34
36
36
37
38
41
43
M a l p i g h i a c e a e : Banisteria
laevifolia,
44 — B. crotonifolia,
46 — B . m e tallicorj
47 — B . pubipetala,
47 — B . campestris,
47 — B . multifoliolata,
48
B . oxyclada,
48 — Banisteriopsis
caapi,
50 — Byrsonima
crassifolia,
50
— B . intermedia,
51 — B . coccolobifolia,
52 — B . crassa,
52 — B .
ligustrifolia,
53 — Camarea
affinis,
53 — Dicella
bracteosa,
54 —
Melastomaceae:
Miconia
theaezans,
54 — M. sellowiana,
55 — M. paulensis,
55 —
Cambedessia
ilicifolia,
55 — Chetostoma
pungens,
55 — Huberia
sevüsserrata, 55 — Vochysiaceae:
Vochysia
tucanorum,
55 — Bignoniaceae:
Ja-
95
c
2 *9 AGG
¡366
carandk
ovalijolia,
56 — Bignonia
exoleta,
56 — Cybistax
Íiça _5.B — Caellichlamys
latifolia,
57 — Arrabiãea
chica, 57 —
~ioment}>sa,
57 — Galphinia
brasiliensis,
58 — Zingiberaceae:
speciosty, 59 — Malvaceae:
— Abutilon
megapotamicum,
59 —
Lavandula
vera, 59 — Galeopsis
teatrahit,
59 — Compositeae:
""""" 'minus,
60 — Matricaria
chamomilla,
60.
J
E x a m e de alguns pêlos t e c t o r e s
Tymus
serpillum,
61 — Mentha
sp.,
kilimanáscharicum,
63.
61
61 — Salvia
articulata,
61 —
Ocimum
Pêlos secretores
A l e c r i m , 65 — P e l a r g o n i u m , 66 — M a l v a , 69 — A r n i c a , 69 — M e n t a , 70 —
L i p p i a , 71 — S a l v i a , 72.
65
E p i d e r m e de folha de m a n a c á
72
F O T O G R A F I A S D E P R E P A R A Ç Õ E S NÃO C O R A D A S ,
S A M O DO
CANADÁ
R a i z de alteia, 75 — F o l h a de m a l v a , 78 — Asclepias
lus vulgaris,
79.
DISCUSSÃO
DOS
RESULTADOS
E
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
96
antisyphiliPeixotoa
Alpinea
Labiateae:
Arctium
COMENTÁRIOS
MONTADAS
EM
BÁL75
curassavica,
78 —
Phaseo81
91
BIBLIOGRÁFICAS
93
Download

primeiras pesquisas para aplicação do microscopio de fase