Patrick Griffin STS.035: História da Computação Conclusão da Leitura - Semana 11 Visões do Futuro: “Grid Computing” versus “Trusted Computing” Recentemente, a IBM e outras empresas promoveram uma nova onda na computação onde uma grande quantidade de computadores unem-se em uma única imagem de sistema, permitindo aos usuários executar programas distribuídos em várias máquinas ou acessar arquivos distribuídos em todo o mundo. Esta visão de “grid computing” prevê os ciclos de processamento alugados pela rede, fazendo com que o poder da computação se torne uma utilidade pública, como a água ou a eletricidade. Enquanto isso, muitas corporações também estimulam a “trusted computing” que permite aos computadores remotos verificar a execução de algum programa em uma máquina local. Embora ambas as correntes tenham a Internet como seu núcleo, os dois sistemas possuem objetivos bastante diferentes de interação definitiva entre indivíduos e seus computadores. A “grid computing” oferece mecanismos para unificar vários computadores em um sistema único e gerenciável. Talvez o projeto de “grid” mais importante até hoje seja o lançamento do conjunto de ferramentas Globus (Waldrop pág.33) que oferece vários utilitários e protocolos necessários para gerenciar esse grande sistema. Lançado como um projeto de código aberto, Globus se tornou a base da maioria dos sistemas de “grid computing”. As dificuldades persistem, por exemplo: alocar programas em máquinas que melhor satisfaçam às suas necessidades é o principal desafio para os simuladores de dobragem de proteína (Johnson 3), mas a “grid computing” está prestes a oferecer a todos os usuários uma imagem uniforme de computador, com programas e recursos acessíveis a todos os usuários. A “trusted computing” oferece mecanismos para verificar a execução de um programa em uma única máquina. Ela autentica o código do programa pela rede, garantindo que o programa executado na máquina local está autorizado por uma autoridade remota. As aplicações de “trusted computing” são muitas, incluindo proteção contra vírus e gerenciamento de propriedade digital. Na verdade, a capacidade de confiar em um determinado computador para executar adequadamente um certo programa é crítico para a “grid computing”. No entanto, as empresas que se concentram em “trusted computing” tendem a ver isto como um mecanismo de customização de softwares para máquinas individuais, de tal forma que um determinado programa ou parte dos dados só possam ser usados em uma determinada máquina. Usada desta forma, a “trusted computing” permite que as empresas de software e mídia reduzam a pirataria certificando individualmente cada cópia do programa ou mídia. Assim, observamos uma distinção entre os objetivos da “grid computing” e da “trusted computing” – os promotores da “grid computing” ofereceram um sistema aberto com cada nó tendo a mesma interface de usuário como qualquer outro, enquanto que os promotores da “trusted computing” esperam administrar uma rede diferenciando cada computador de usuário. Embora as tecnologias envolvidas nestas duas visões sejam essencialmente as mesmas – ganho computacional pela distribuição de informações pela Internet –, os objetivos de seus criadores levam a duas visões sociais diferentes. A “grid computing” prevê um mundo de informações fluindo pelos recursos globalmente acessíveis. A segurança deve ser garantida, obviamente, mas o sonho é permitir, por exemplo, que ambientalistas executem as mesmas simulações que os mentores da política que decidem sobre um projeto de desenvolvimento (Waldrop pág. 7). A “grid computing”, então prevê um mundo no qual os humanos interagem com um computador “grid” global em vez de máquinas individuais, isoladas. A “trusted computing” também permitiria divulgar informações através de uma rede com garantia de segurança, mas seus promotores se concentraram em usar a tecnologia para limitar a execução de um programa em uma única máquina. Por exemplo, tais características seriam úteis, garantindo que os indivíduos comprassem uma cópia nova de um programa para cada computador em que ele é executado, ou para impedir a livre pirataria de todos os arquivos de músicas digitais especialmente codificados. No entanto, esta visão leva a uma diferente dinâmica usuário-computador em comparação à “grid computing”: em vez de acesso uniforme para todos, agora os programas podem ser codificados para executar apenas em determinadas máquinas, embora ainda permita que eles sejam transmitidos pela rede. Assim, considerando que a “grid computing” busca compartilhar recursos de computação em uma escala global, muitos promotores da “trusted computing” esperam localizar os recursos de tal forma que possam ser usados “com segurança”, apesar da rede. As conseqüências sociais de qualquer um destes modelos ainda precisam ser observadas. Uma visão utópica da “grid computing” prevê dados e recursos computacionais compartilhados para consumo do público. Uma visão negativista da “trusted computing” vê os computadores e seus softwares localizados de forma que apenas uma determinada máquina possa ter acesso aos dados, com dificuldades óbvias de preservação histórica e criação de informações de domínio público. Na realidade, criará uma mistura das duas visões tecnológicas – a “grid computing” não pode amadurecer, a menos que os usuários confiem nela e a “trusted computing” necessite ser utilizada não apenas para restringir informações, como se encontra atualmente aplicada no licenciamento de software e gerenciamento de propriedade digital. Bibliografia Johnson, George. “Supercomputing ‘@Home’ Is Paying Off.” The New York Times (23 de abril de 2003): Fl.1. Waldrop, M. Mitchell. “Grid Computing.” Technology Review (Maio 2002): 3137. Trusted Computing Platform Alliance. http://trustedcomputing.org - Abril 2004