OPINIÃO 6 GAZETA DO SUL • QUINTA-FEIRA 30 DE SETEMBRO DE 2010 Cartas Atendimento no Caps Uso este espaço para relatar uma experiência dolorosa que vivi junto ao Caps de Santa Cruz do Sul. No dia 23 de setembro fui ao local às 8h15 para participar de um grupo de acompanhamento, pois sofro de depressão grave. Como me senti mal, permaneci sentada em um sofá e ninguém deu importância. Devido à ansiedade, acabei ingerindo remédios além do necessário. Naquele momento, o médico passou por mim e pedi sua ajuda, mas ele respondeu que chamaria o pronto-atendimento. Fiquei sozinha e acabei chamando um táxi e fui até a escola onde trabalho. De lá, minhas colegas me conduziram ao PA do Hospital Santa Cruz onde fui bem atendida e permaneci por um tempo em observação. Às 13h15, voltei ao Caps e, só às 15 horas, o médico me atendeu e pediu que eu ficasse esperando uma definição sobre uma baixa hospitalar. Com tontura e sem me alimentar desde as 8h15, bati na porta da sala do médico, pedi licença e entrei. Ele voltou a solicitar que eu continuasse aguardando. Quando ia me retirar da sala, um vigia e um enfermeiro me agarraram pelos braços e uma enfermeira pelas pernas e me arrastaram até o corredor. Minha mãe e eu imploramos que me largassem, mas não nos atenderam. O enfermeiro bateu com a mão no balcão e gritou que eu estava desacatando e que chamaria a BM. Com os punhos lesionados, fui à Secretaria Municipal de Educação onde relatei o ocorrido. Diante de uma funcionária da Smec que me acompanhou, o médico negou as agressões. Com isso, fui à Delegacia de Polícia, onde fiz exame de lesão corporal e denunciei o fato. Trago este assunto a público para que a comunidade saiba o que ocorre quando se precisa de atendimento. Como vou confiar em profissionais que agem desta forma com quem sofre de problemas psiquiátricos? Fui em busca de ajuda e saí pior. Como vou voltar ao Caps para continuar o tratamento? Espero uma posição da Secretaria da Saúde e que fatos assim não se repitam com outras pessoas. Gabriela Jacques/Professora municipal Gazeta do Sul Propriedade da GAZETA DO SUL S.A. Fundada em 26/01/1945 CNPJ 95.424.834/0001-30 A importância da formação acadêmica Nesta data, comemoramos o Dia da Secretária e do Secretário, que, tempos atrás, desempenhavam tarefas como: atendimento ao público, organização da agenda do chefe e redação de documentos. Com as mudanças que ocorreram no mercado de trabalho, esse perfil evolui de forma significativa, acompanhando a rapidez das transformações impostas pela evolução tecnológica. Hoje, esse papel é assumido por assessores executivos, mais conhecidos como secretárias e secretários executivos, que, além das atividades tradicionalmente realizadas, desempenham papel fundamental nas organizações, com vistas ao seu constante desenvolvimento. A saber: planejamento, organização e supervisão de tarefas e atividades de secretaria; exercício de funções gerenciais; participação nas tomadas de decisões, principalmente em decisões de equipe; apresentação de ideias e práticas inovadoras; utilização de tecnologia da informação para transformar estratégias em vantagens competitivas, contribuindo para o constante desenvolvimento empresarial. Para desempenhar tais atividades com excelência, esse profissional deve buscar a qualificação específica e aprofundada, que traz um diferencial para o mercado de trabalho – o currículo multidisciplinar. Esses novos profissionais estão se inserindo em um mercado novo e voraz, que exige capacitação em diversas áreas do conhecimento, atitude pró-ativa, dinâmica, pensante, determinada em encontrar soluções e em ser um cidadão atuante na sociedade. O Curso de Graduação em Secretariado Executivo da Unisc, além de formar profissionais que atuam como Assessores Executivos, forma gestores, que exercem funções gerenciais em sua área de atuação; empreendedores, responsáveis pela implantação de práticas alternativas e inovadoras e; consultores, que analisam criticamente e propõem soluções para as áreas de sua competência na organização. Para finalizar, nosso curso parabeniza todas as secretárias e os secretários pelo seu dia, lembrando que, como profissionais de fundamental importância nas empresas, devem ter consciência do seu papel de agente facilitador e inovador. Aproveitamos para parabenizar todos os alunos e ex-alunos do curso pela excelente opção que fizeram e por levarem seu diferencial para as organizações! Andréa Konzen/Profa., Msc., coordenadora do curso de Secretariado Executivo da Unisc - [email protected] Água inodora e indispensável A 10ª Semana Estadual e a 17ª Semana Interamericana da Água de 2010 (25/09 a 2/10) ressaltam que, por natureza, a água é incolor, inodora, insípida e indispensável. Na região onde me criei (Cascata, Arroio do Meio), nunca tivemos falta de água. Em tempos de muita seca o pai nos alertava a fechar as torneiras para que o poço não secasse. Nos dias de intensa chuva a água ficava turva, mas nada que nos impedisse de consumi-la. Uma vez por ano o poço era limpo e depois novamente tapado para que nenhum animal pudesse nele adentrar. A água excedente saía por um ladrão colocado pouco abaixo da sobrelaje, dando assim origem a um regato que alimentava o “Arroio Grande”. Ao redor do poço tinha-se o cuidado de manter a vegetação para que a água se mantivesse fresca e a fonte não secasse. Tinha água suficiente para o consumo da família e dos animais e ainda sobrava para regar as plantas. Normalmente a água era incolor e jamais apresentava cheiro. Nos quentes dias do verão a água era tomada com vontade e nunca me lembro de alguém ter dito que “a água tinha gosto Rua Ramiro Barcelos, 1.206 Caixa Postal 118 | CEP 96.810-900 Fone: 3715-7800 | Fax: 3715-7863 Fax/Redação: 3715 7944 www.gazetadosul.com.br [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] A água não tem gosto. Ela é insípida. Não se toma água por causa do seu sabor, mas por causa da sua utilidade. Ela não é para agradar paladares, mas para satisfazer necessidades ruim”. Ao deixar o interior e passar a tomar a água da cidade levei um baque. A água que saía das torneiras do seminário era diferente. Era uma água com gosto de cloro. Nunca ficava turva, mas por vezes saía da torneira com aparência de água com sonrisal. Quando a chuva tardava e os arroios baixavam de nível um cheiro estranho emanava das torneiras. Com o passar dos anos fui posto em contato com regiões de falta de água. Vi animais morrendo de sede no interior de Encruzilhada do Sul. Populações urbanas privadas de água durante algumas horas do dia por causa do racionamento. Vi riachos secarem por falta da vegetação ribeirinha. Passei mal pela ausência de umidade no ar em uma viagem ao Mato Grosso. Vi arroios tomados por resíduos animais e riachos na cidade de Santa Cruz exalando o forte cheiro do esgoto urbano. Acompanhei a expansão das redes hídricas pelo interior com uso de águas subterrâneas e o consequente abandono das fontes naturais. Em 2004, no espírito da Campanha da Fraternidade que tinha por tema “Água fonte de Vida”, aceitei com gosto o convite para integrar o Comitê de Gerenciamento das Águas do Rio Pardo. Na consciência de que a água é um bem limitado entendi que precisamos gerenciar o seu uso para que as futuras gerações tenham água suficiente e de boa qualidade para levarem vida digna. A 10ª Semana Estadual, junto com a 17ª Semana Interamericana da Água, querem nos alertar que água boa é aquela que é incolor, inodora e insípida. Por natureza, a água é incolor. Se por vezes ela se apresenta azulada não é por causa dela, mas pelo reflexo do azul do firmamento. Qualquer outra cor que ela venha a tomar é sinal de impureza. A água natural não tem odor. Ela é inodora. Todo cheiro que ela vier a exalar acusa alguma impureza ou algum produto que lhe foi adicionado. A água não tem gosto. Ela é insípida. Não se toma água por causa do seu sabor, mas por causa da sua utilidade. Ela não é para agradar paladares, mas para satisfazer necessidades. Que as reflexões desta Semana nos ajudem a tratar com mais carinho a água que flui das fontes, que corre pelos riachos e abastece os nossos lares. Façamos o possível para que ela continue seu normal curso sem cor, sem odor e sem gosto. Água pura e suficiente para que a vida siga seu ciclo, é o que queremos para nós e para as futuras gerações. Roque Hammes/Padre na Comunidade São José [email protected] ANDRÉ LUÍS JUNGBLUT PAULO ROBERTO TREIB JONES ALEI DA SILVA DIRETOR PRESIDENTE DIRETOR INDUSTRIAL DIRETOR ADMINISTRATIVO ROMEU INACIO NEUMANN RAUL JOSÉ DREYER MARIA ROSILANE ZOCH ROMERO DIRETOR SECRETÁRIO DIRETOR COMERCIAL CHEFE DE REDAÇÃO Porto Alegre: Grupo de Diários, Rua Garibaldi 659, sala 102, Bairro Floresta CEP 90035050 - Fone/Fax: 3221 3290-e-mail: [email protected] Site: www.grupodediarios.com.br Vera Cruz: Rua Martim Francisco, 72 - Fone 3718-1312 Candelária: Rua Gaspar Silveira Martins, 893 - Fone 3743-3662 Venâncio Aires: Júlio de Castilhos, 785 - Fone 3741-2263 Rio Pardo: Rua Andrade Neves, 918 - Fone 3731-1518 Gazeta do Sul não se responsabiliza por conceitos emitidos em artigos assinados e não devolve originais, publicados ou não. Artigos e cartas para este espaço devem conter nome completo, profissão e endereço do autor, além de telefone para contato (se possível). 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