RENOVAÇÃO DAS PROMESSAS BATISMAIS Celeb: (Faz uma introdução de acolhida e de explicação do sentido da celebração) Oração dos sentidos (relaxamento ao ar livre) * Sinta-se como terra árida, seca, quente, com fendas profundas. Sinta a luz forte, o calor do sol, o mormaço castigando esta terra. Sinta o vento quente que não penetra, mas varre a terra, tornando-a mais árida. Tocando-se com as mãos, percebe-se que tudo é arenoso, impenetrável. Quase não se nota a vida sensitiva. Tudo é árido. A terra está com sede... muita sede... - Senhor, dá-nos de beber/ uma água pura que nos faz viver. * Feche os olhos e perceba a transformação da natureza. Ouça o grito da natureza clamando por vida. O céu escurece, o sol perde a sua força, o vento muda de posição. Sopra onde quer e não se sabe de onde vem nem para onde vai. Ele vem e bate, fazendo vibrar toda essa terra. Sinta a poeira que se levanta e domina o espaço. - Senhor, dá-nos de beber/ uma água pura que nos faz viver. * Os animais se abrigam... Então, alguns pingos d’água começam a cair e, aos poucos, uma garoa fina toma conta. Sinta a reação da terra ao receber a água. Perceba o cheiro forte do mato, da terra... exalando e invadindo tudo. A chuva continua caindo mais forte e a água começa a penetrar as fendas. E a terra começa a inchar. O calor vai, pouco a pouco, desaparecendo e a chuva continua caindo, penetrando... vai aliviando a angústia da secura. Ande. Seus pés já se afundam nesta camada que a chuva transformou. Sinta o prazer de acolher esta chuva que está modificando a natureza. É a chuva que cai, penetra, transforma e faz renascer nova vida. - Senhor, dá-nos de beber/ uma água pura que nos faz viver “No último dia da festa, que é o mais solene, Jesus, de pé, disse em alta voz: ‘Se alguém tiver sede, venha a mim e beba. Quem crer em mim, como diz a Escritura, de seu seio jorrarão rios de água viva!’ Ele falava do Espírito que deveriam receber os que nele crescem, pois ainda não fora dado o Espírito, porque Jesus não fora ainda glorificado” (Jo. 7,37-39) - Água dos mares, água da chuva, água dos rios, água dos céus Deus fez a água ser mãe da vida: na água nascemos filhos de Deus. Leitor 1: “Quando Jesus soube que os fariseus tinham ouvido dizer que Ele fazia discípulos e batizava mais do que João, deixou a Judéia e retornou à Galiléia. Era-lhe necessário passar pela Samaria. Foi, pois, a uma cidade da Samaria chamada Sicar, junto das terras que Jacó dera a seu filho José. Alí se achava o poço de Jacó. Jesus, pois, cansado da caminhada, senta-se à beira do poço. Veio uma mulher da Samaria tirar água; Jesus lhe disse: Celeb: “Dá-me de beber”. Leitor 2: “Como, sendo tu judeu, pedes de beber a mim que sou samaritana?” Leitor 1: Pois os judeus não se comunicavam com os samaritanos. Disse-lhe Jesus: Celeb: “Se conhecesses o dom de Deus e quem é que te diz: ‘Dá-me de beber’, certamente lhe pedirias tu mesma e Ele lhe daria uma água viva”. Leitor 2: “Senhor, não tens com que tirá-la e o poço é fundo... Donde tens, pois, essa água viva? És, por acaso, maior que o nosso pai Jacó, que nos deu esse poço, do qual ele mesmo bebeu e todos os seus filhos e seus rebanhos?” Celeb: “Todo aquele que beber dessa água tornará a ter sede, mas quem beber da água que eu lhe der, jamais terá sede. Mas a água que eu lhe der, virá a ser nele fonte de água pura que jorra para a vida eterna. (abre-se a água corrente) Leitor 1: “Senhor, dá-me de beber dessa água para eu não ter mais sede, e nem vir aqui buscá-la”. Canto: A samaritana Partilha: Simbolismo da água Passagens bíblicas referentes à água. Bênção da água Coro A: Ó Deus, pelos sinais visíveis dos sacramentos,/ realizais maravilhas invisíveis. Ao longo da História da Salvação/ Vós vos servistes da água para fazer-nos conhecer a graça do batismo. Coro B: Já na origem do mundo,/ vosso Espírito pairava sobre as águas,/ para que fossem capazes de gerar vida. Nas águas do dilúvio/ pusestes fim aos vícios/ e ao mesmo tempo fizestes surgir um novo começo para a humanidade. Coro A: Concedestes aos filhos de Abraão atravessarem o Mar Vermelho a pé enxuto,/ para que, livres da escravidão,/ prefigurassem o povo nascido na água do Batismo. Vosso Filho,/ batizado nas águas do Jordão,/ foi ungido pelo Espírito Santo. Pendente da Cruz,/ do seu coração aberto pela lança,/ fez correr sangue e água. Coro B: Após a Ressurreição,/ ordenou aos discípulos:/ “Ide,/ ensinai a todos os povos,/ e batizai-os em nome do Pai,/ e do Filho,/ e do Espírito Santo. Todos: Olhai agora, ó Pai/ a vossa Igreja,/ e fazei brotar a água batismal. Que o Espírito Santo dê,/ por esta água,/ a graça de Cristo,/ a fim de que todos os que nela tocarem/ renovem o compromisso assumido no Batismo/ e renasçam para uma vida nova de fraternidade e negação da violência. Celeb: Nós vos pedimos, ó Pai, que por vosso Filho venha sobre esta água a força do Espírito Santo. Que ela renove a nossa vida. Que sejamos sepultados na morte com Cristo e ressuscitemos com Ele para a vida eterna. Por N.S.J.C, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém. Leitor 1: Caminhemos, agora, até à fonte, aos poucos, bem devagar, ouvindo os nossos próprios passos, que nos levam a essa água que sacia o nosso coração e purifica o nosso espírito. Vamos tocar essa água, sentir seu frescor, sua limpeza, tomá-la, saboreando-a lentamente, percebendo o seu significado de vida: essa água que torna a terra fecunda e faz germinar a semente até então adormecida. Assim Cristo nos transforma de terra seca em campo fértil e nos convida a viver o nosso Batismo. ...beba desta água... ela vai saciar a sua sede... Receba-a, louve e agradeça. (procissão até à fonte) Celeb: A vida começa a renascer, a natureza toda ressuscita. Esta terra, outrora seca e árida, recebe vida nova. Olhe a tonalidade do verde, admire o frescor das folhas que brotam, perceba a dimensão de suas formas variadas. Aspire profundamente o aroma que brota desta transformação. Uma nova terra renasce, a natureza canta essa transformação, cobrindo-se dos mais variados tons. Veja a multiplicidade, o colorido, aspire o seu perfume. Ouça a alegria dos pássaros... Abra os olhos, contemple, acolha toda essa maravilha que nos envolve. Tudo é dom, para você, para os outros. (tempo de silêncio) Leitor 2: “Que valor imenso não deve ter o homem, para ser tratado com tanto carinho, e estar sempre na Tua lembrança... Tu o estabeleceste no universo como se fosse um deus. De honra e glória o coroaste. Fizeste dele o senhor da Tua Criação. Tudo colocaste sob o seu domínio” (Sl. 8). Desperte, saia de si, perceba a “nova terra” que está surgindo. Você é essa “nova terra”. Todos: Eu sou essa “nova terra”. Leitor 1: Você é esse ser ressuscitado que recebeu nova vida pela ressurreição de Cristo. Em Cristo, nós já ressuscitamos. Todos: Em Cristo, nós já ressuscitamos. Canto: Luz de Deus Renovação das promessas do batismo Celeb: (convida à interiorização das promessas do Batismo) Todos: Senhor, tu és Vida! E sinto no meu íntimo que Tu me chamas a abraçar minha vida/ com mais firmeza,/ maior plenitude,/ mais amor. Apesar de muitas ilusões dominarem o meu pensamento,/ procuro conscientizar-me da minha verdade/ e, portanto, humildemente/ reconhecer a minha fraqueza e limitação. Entretanto, apesar da minha inércia,/ quero esforçar-me ao máximo nessa caminhada,/ contando com a tua ajuda e graça/ para realizá-la. A partir de agora,/ procurarei viver atitudes/ que apesar de pequenas,/ são significativas. Senhor,/ a quem irei?/ Só Tu tens Palavras de vida eterna! Celeb: (explica o duplo aspecto do Batismo: compromisso e renúncia) Coro 1: Quero, de todo coração,/ assumir seu amor e o amor aos meus irmãos. Fundamentalmente,/ é esse amor que me coloca em comunhão com o universo,/ com os homens,/ com a vida,/ contigo. Coro 2: Quero renunciar ao desamor,/ ao egoísmo,/ à indiferença,/ apesar da acomodação que tudo isso me proporciona. Entretanto,/ essa acomodação tem gosto de morte,/ de deserto,/ porque me afasta da vida,/ me afasta de Ti. Coro 1: Assumo a luta por um mundo melhor,/ na paciente espera por sua vinda gloriosa. Sinto que devemos fazer do nosso dia-a-dia,/ o anúncio permanente do Reino dos Céus. Coro 2: Renuncio à opressão social,/ enraizada nas estruturas da nossa sociedade/ dividida em classes,/ para poder realizar a exploração do homem pelo próprio homem. Coro 1: Assumo a causa dos pobres/ que é a opção da Igreja,/ inspirada pelo seu Espírito. Apesar da minha frieza, Senhor,/ dói-me profundamente ver a riqueza ostensiva de poucos,/ alicerçada sobre a mais penosa miséria de muitos. Coro 2: Renuncio às riquezas materiais,/ porque elas me preenchem por fora,/ mas me esvaziam por dentro. Quero viver com o que me é necessário,/ e assim aprender a ter os bens materiais/ como “meios” que Tu me dás, para poder caminhar pelo mundo/ e atingir o fim para o qual fui criado. Coro 1: Assumo a causa dos perseguidos. Muitos apodrecem vivos em prisões,/ porque denunciam os erros e os abusos políticos e sociais,/ próprios das classes dominantes,/ aplicados contra os pobres e oprimidos. Muitos cristãos, Senhor,/ são perseguidos,/ encarcerados,/ e até mesmo assassinados por causa do teu amor,/ por amor à justiça. Quero viver a comunhão com esses profetas,/ mártires do nosso tempo,/ que testemunham a sua presença na Igreja,/ no mundo. Coro 2: Renuncio à alienação sexual,/ porque o sexo finalizado em si mesmo,/ como objeto de prazer egoísta,/ nos leva à angústia e ao pecado. É doloroso ver esse dom que Tu nos deste/ ser veiculado como mercadoria de consumo,/ ser arma de domínio e manipulação,/ tornar-se apenas um ato frágil de prazer momentâneo/ vazio de amor. Coro 1: Assumo a Tua Igreja, Senhor,/ como comunidade de fé e de amor,/ através da qual Tu manifestas a tua presença no meio de nós. Assumo a tua Igreja, Senhor,/ tal qual é:/ santa e pecadora,/ vivendo dentro dos limites da história,/ mas impulsionada pela força santificante do teu Espírito. Assumo minha fé,/ que dentro da realidade do mundo, se traduz em esperança. Uno-me ao Papa,/ aos Bispos,/ sacerdotes,/ religiosos,/ agentes de pastoral,/ leigos engajados,/ pelos laços do amor e da fraternidade,/ a fim de que saibamos nos comprometer,/ como Igreja,/ no anúncio da libertação plena para todos os homens. Todos: Renunciamos a todo mal, ódio, violência, falsidade, vingança, egoísmo. Assumimos todo o bem: o amor, a mansidão, a verdade, o perdão, a fraternidade. Amém. Celeb: Que Deus confirme esse compromisso que hoje, nós assumimos. Que Ele nos dê a graça de cumprí-lo com fidelidade. Canto final: FONTE: CEI-JESUÍTAS - Centro de Espiritualidade Inaciana Rua Bambina, 115 - Botafogo – RJ [email protected] / www.ceijesuitas.org.br