XIV SIMGeo Simpósio de Geografia da UDESC 2º SEMINÁRIO NACIONAL DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO ÁREA TEMÁTICA: PLANEJAMENTO TERRITORIAL, INFRAESTRUTURA A QUESTÃO ENERGÉTICA NO CONTEXTO DAS ESPACIALIDADES GEOGRÁFICAS E TERRITORIAIS Rosane Maria Kaspary1 Dirce Maria Antunes Suertegaray 2 Resumo Este artigo tem como propósito discutir a questão energética no contexto do espaço geográfico, enfatizando a importância da energia na atualidade em âmbito mundial e local. Considerando que o acesso à energia é extremamente fundamental nos dias atuais, a falta de acesso a esta faz com que haja uma marginalização e exclusão social dos indivíduos, associada ao baixo poder aquisitivo da maioria da população. A metodologia utilizada neste estudo é a técnica de Análise de Conteúdo, pois o levantamento das informações sobre a energia e suas particularidades foi realizado a partir de textos produzidos em pesquisas científicas e também textos de jornais e/ou outros materiais. Como resultado desta análise, percebe-se que há uma correlação da questão energética com a região ou o território enquanto domínio e poder, bem como, uma relação ampla com o espaço geográfico, principalmente quando se relaciona as fontes renováveis e limpas. Também se percebe uma evolução no uso de energias renováveis, porém, com restrições em determinadas economias e territórios. Palavras-chave: Energia Elétrica, Território, Espaço Geográfico, Desenvolvimento Regional, Sustentabilidade. Abstract This paper aims to discuss the energy issue in the context of geographical space, highlighting the importance of energy at present at global and local level. Considering that access to energy is extremely essential nowadays, the lack of access to this means that there is marginalization and social exclusion of individuals, coupled with low purchasing power the majority population. The methodology used in this study is the technique of content analysis, for the collecting the information on energy and its particularities was conducted from texts produced in scientific research and also texts from newspapers and / or other materials. As a result of this analysis, it is perceived that there is a correlation between the energy issue with the region or the territory as dominion and power, as well as an extensive relationship with the geographic space, especially when it relates to renewable and clean energy sources. Also perceives an evolution in the use of renewable energy, but with restrictions in some territories and economies. 1 Mestranda em Desenvolvimento Regional do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional - Faculdades Integradas de Taquara - FACCAT – Taquara – RS – Brasil, [email protected]. 2 Doutora em Geografia, Professora do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional - Faculdades Integradas de Taquara - FACCAT – Taquara – RS – Brasil, [email protected]. Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) Florianópolis, Santa Catarina XIV SIMGeo Simpósio de Geografia da UDESC Keywords: Electricity, Territory, Geographic Area, Regional Development, Sustainability. 1. Introdução: Analisar a situação energética no panorama atual é uma questão essencial para discutir o desenvolvimento de uma determinada região, pois esta pode interferir ou ser afetada em todas as atividades da humanidade. Considerando que o acesso à energia é extremamente fundamental nos dias atuais, a falta de acesso a esta faz com que haja uma marginalização e exclusão social dos indivíduos proporcionada em sua maioria pela densidade demográfica esparsa, em especial nas zonas rurais, associada ao baixo poder aquisitivo da maioria da população. Conforme observado, a energia é um subsídio fundamental para o ser humano e circula em diferentes territórios e espacialidades geográficas, onde cada país possui uma matriz energética específica que está diretamente associada com a disponibilidade dos recursos energéticos em seu território. Pode-se destacar que o potencial energético depende dos recursos naturais disponíveis bem como o conhecimento sobre eles, da mesma forma, um país deve ter conhecimento para o aproveitamento e a recuperação dos recursos, (RAMPINELLI, 2012). Na matriz energética mundial os combustíveis fósseis correspondem atualmente a 80,9% aproximadamente, enquanto a geração a partir de fontes renováveis representa aproximadamente 12,9%, para o total, esta ainda conta com a participação de cerca de 5,8% de energia nuclear. O gráfico 01, apresenta o cenário mundial de oferta de energia em 2009, (RAMPINELLI, 2012). Gráfico 01: Cenário mundial de oferta de energia em 2009. Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) Florianópolis, Santa Catarina XIV SIMGeo Simpósio de Geografia da UDESC Segundo Rampinelli, (2012), no Brasil, o cenário tem uma realidade diferente, pois conforme o Balanço Energético Nacional (BEN - 2012), em 2011 a matriz energética brasileira era composta por 44,1% de energias renováveis, o que está muito acima da média mundial que em 2009 era de 12,9%. Nesta discussão também deve-se considerar o quanto a análise interdisciplinar é fundamental para que se possa estabelecer estas relações com outras áreas e atividades para a implantação de projetos que visem o desenvolvimento com a redução de impactos ambientais, tornando assim a atividade de geração de energia, uma atividade sustentável para a sobrevivência do homem. Antes de discutir a questão energética neste contexto, é preciso então entender o que significa território e espaço geográfico, visto que a palavra território tem uma dimensão muito maior do que apenas a ideia da limitação geográfica, como a sociedade se acostumou a ver, a exemplo dos limites de Municípios, Estados ou Países. Na análise do território, os aspectos geológicos, geomorfológicos, hidrográficos e recursos naturais, por exemplo, ficam em segundo plano, visto que sua abordagem privilegia as relações de poder estabelecidas no espaço. Para entender as diferentes territorialidades definida a partir do processo de apropriação da energia é necessária uma análise interdisciplinar para que se encontre com essa proposição, vista como uma possibilidade de consenso (SOUZA, 2007), uma compreensão e /ou uma solução mais apropriada ao problema em foco. Para tanto, é fundamental estabelecer conexões com base científica em pesquisas realizadas por diferentes áreas do conhecimento. A partir dos resultados, deve-se superar os estudos e pode-se então criar novas proposições. 2. Território: A concepção mais comum de território enquanto ciência geográfica é a de uma divisão administrativa, que pelas relações de poder delimita as fronteiras entre países, regiões, estados, municípios, bairros e até mesmo áreas de influência de um determinado grupo. Para alguns pesquisadores, o território representa uma porção do espaço terrestre Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) Florianópolis, Santa Catarina XIV SIMGeo Simpósio de Geografia da UDESC identificada pela posse, sendo uma área de domínio de uma comunidade ou Estado (RAFFESTIN, 1993). Para SOUZA (2001), o território pode definir e delimitar o espaço por e a partir de relações de poder, no qual a abordagem geopolítica, por exemplo, permite afirmar que um consulado ou uma embaixada em diferentes países, seja considerado como parte de um território de outra nação (SOUZA, 2001; ANDRADE, 1995). É preciso ter claro então que o território não se restringe somente às fronteiras entre diferentes países, sendo caracterizado pela ideia de posse, domínio e poder, correspondendo ao espaço geográfico socializado, apropriado para os seus habitantes, independentemente da extensão territorial. Quando se discute o conceito de território devese considerar que este está ligado a domínio ou gestão de uma determinada área ou instituição, (HAESBAERT, 1997). Pode-se ainda citar organizações como a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) como um território, da mesma forma que ocorre a construção (desconstrução) dos territórios enquanto escala temporal como a divisão em séculos, décadas, anos, etc. Estes territórios podem ter um caráter permanente, periódico ou cíclico, (SOUZA, 2001). O território pode então ser concebido como de integração nacional, de uma área efetivamente ocupada pela população, pela economia, a produção, o comércio, os transportes, a fiscalização etc. É no território que as relações capitalistas efetivamente se fazem presentes. Já o espaço é mais amplo que o território, englobando também as áreas que ainda não se territorializaram, isto é, que ainda não sofreram uma ocupação humana efetiva. Assim, o espaço é mais amplo que o território, englobando-o. Território nessa perspectiva é uma área delimitada geograficamente e administrativamente pelas suas fronteiras (SANTOS, 1996). A partir desta análise, pode-se conceituar o território autônomo como uma alternativa de desenvolvimento. Neste caso, a autonomia pode ser a base para o desenvolvimento, encarado como processo de auto-instituição da sociedade rumo a uma maior liberdade e menor desigualdade. Segundo SOUZA (2001), “uma sociedade autônoma é aquela que logra defender e gerir livremente seu território”. (SOUZA, 2001). Ainda para o autor, “em qualquer circunstância, o território centraliza a materialidade que constitui o fundamento mais imediato de sustento econômico e de identificação cultural de um grupo”. Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) Florianópolis, Santa Catarina XIV SIMGeo Simpósio de Geografia da UDESC É essencial compreender bem que o espaço é anterior ao território. O território se forma a partir do espaço, é o resultado de uma ação conduzida por um ator sintagmático (ator que realiza um programa) em qualquer nível. Em sua obra, ANDRADE (1995) faz uma diferenciação entre território e espaço. Para o autor, a territorialidade, pode vir a ser encarada tanto como o que se encontra no território, estando sujeito à sua gestão, como, ao mesmo tempo, o processo subjetivo de conscientização da população de fazer parte de um território, de integrar-se em um Estado. A formação de um território dá às pessoas que nele habitam a consciência de sua participação, provocando o sentido da territorialidade que, de forma subjetiva, cria uma consciência de confraternização entre elas. (ANDRADE, 1995). Neste contexto, a territorialização é a forma de como se materializa o território, bem como a manifestação das pessoas, a especialização de qualquer segmento da sociedade como, por exemplo, a produção econômica de um determinado produto, (SANTOS, 2006). Desta forma, o território passa a ser visto e compreendido como a nova unidade de referência e mediação das ações do Estado e o enfoque no desenvolvimento territorial torna-se, portanto, um modo de ação que valoriza os atributos políticos e culturais das comunidades e dos atores sociais ali existentes. Governança local e participação social tornam-se, neste sentido, atributos do desenvolvimento territorial, (MARIANI, ARRUDA, 2010). 3. O Espaço Geográfico: Para contextualizar o espaço geográfico é necessário entender, primeiro, duas categorias que o compõe: o tempo e o espaço. O tempo, metaforicamente, pode ser compreendido como linear, sequencial e constante, fornece a ideia de uma dinâmica estável. Ou, também como ciclo, expressando movimento circular e repetitivo ou ainda em espiral que seria a articulação do linear com o ciclo projetando movimento circular. O espaço geográfico em sua formação e organização, é uno. Suertegaray (2004) compreende espaço geográfico como a materialização das práticas humanas sobre a superfície da terra, (SOUZA, 2007). O espaço é o lugar de ocorrência do fenômeno geográfico, (SANTOS, Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) Florianópolis, Santa Catarina XIV SIMGeo Simpósio de Geografia da UDESC 1985). Um dos fenômenos geográficos ou, dito de outra forma configurações geográficas constituem os territórios. A geografia como área de conhecimento visa a compreensão da relação do homem com o meio natural. Para MILTON SANTOS (1996), a geografia pode ser descrita como um “sistema de objetos e um sistema de ações”. Já a natureza pode ser artificializada pelo homem, são elementos formadores do planeta Terra que podem ser transformados. Neste contexto, quando se discute o ambiente na geografia, deve-se considerar o processo de transformação desta natureza com a natureza humana, no qual o processo de socialização da natureza pelo homem é complexo e gera conflitos pela sua relação natureza/sociedade, sendo este resultante das intervenções humanas, (SOUZA, 2007). Segundo Milton Santos, todos os espaços são geográficos porque são determinados pelo movimento da sociedade, da produção. É na produção humana que ocorre a produção do espaço, que age sobre o próprio espaço, através dos objetos, naturais e artificiais (SANTOS, 1996). As questões referentes ao espaço e sua produção são fundamentais para compreender como uma atividade econômica ocorre em determinadas regiões. O espaço tem papel fundamental na economia. Para refletir sobre o espaço temporal e as repercussões na sociedade local e o meio natural, pode-se analisar a ideia de Milton Santos que compreende a inter-relação entre os elementos humanos e naturais que passam por processo de transformação, com as formas distintas de uso e ocupação territorial, (SANTOS, 2006). 4. A problemática da energia: A relação do homem com a natureza sempre foi intrínseca a vida, ou seja, para reproduzir sua vida, o homem se utiliza da natureza, modificando a si próprio e também a natureza, formando, na superfície da terra uma nova paisagem com tudo que a compõe. Para Milton Santos (1985) pode-se caracterizar e reconhecer o espaço humano em qualquer período da história, pelo resultado da sua produção material e simbólica. Configurando assim um novo espaço-território, com um conjunto de características próprias do homem, da natureza e o lugar em que transcorre a sua transformação. Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) Florianópolis, Santa Catarina XIV SIMGeo Simpósio de Geografia da UDESC Inserindo a questão energética no espaço-território, pode-se dizer que este desempenha o papel de uma variável explicativa no desenvolvimento porque o espaço deixa de ser apenas um suporte aparente e torna-se um elemento da organização produtiva que vai influir nas estratégias dos atores individuais, (PECQUEUR, 1992). Do ponto de vista material e produtivo, os territórios assumem o caráter de sistemas produtivos locais que territorializam o local em que transcorre uma pluralidade de formas de justificação da ação humana (reciprocidade, cooperação, concorrência, disputa, entre outras). Neste sentido, pode-se considerar a crise ambiental a partir de três aspectos básicos: o crescimento populacional, a demanda por energia e por materiais (principalmente natural) e ainda a poluição (seja do solo, ar ou água). Crise esta que teve inicio na descoberta do fogo, momento em que o homem passou gradativamente a realizar atividades mecanizadas, necessitando cada vez mais dos recursos e de energia, (BRAGA, 2005). Com base nos conceitos analisados até aqui é possível ter uma ideia da importância do estudo e a escolha reflete a necessidade de mudanças nas questões relacionadas ao panorama atual da energia. Hoje a população se defronta com problemas ambientais graves que além da poluição imediata, interferem na natureza como um todo, modificando a geografia e todas as áreas até aqui analisadas, (BAIRD, 2002; SANTOS e SILVEIRA, 2012). Felizmente, nas últimas décadas, o Mundo despertou para a busca de soluções para o equilíbrio ambiental e para a sustentabilidade como questão global, onde estas questões deixam de ser um problema da cada País e passam a ser um problema da Humanidade. Estes assuntos são discutidos desde 19723 e ganharam uma dimensão maior a partir de 19924 na Conferência Mundial sobre o Meio Ambiente, onde apesar de pouco expressivas ainda, se preconizaram metas para o desenvolvimento e a sustentabilidade do planeta. Sabe-se que a evolução do uso da energia tem passado por várias fases até chegar à situação em que vivemos atualmente, a diferença entre a nossa civilização e as 3 A conferência de Estocolmo, realizada entre os dias 5 a 16 de junho de 1972 foi a primeira atitude mundial em tentar organizar as relações de Homem e Meio Ambiente. 4 Em 1992, vinte anos após a realização da primeira conferência sobre o meio ambiente, no Rio de Janeiro, representantes de cento e oito países do mundo reuniram-se para decidir que medidas tomar para conseguir diminuir a degradação ambiental e garantir a existência de outras gerações. Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) Florianópolis, Santa Catarina XIV SIMGeo Simpósio de Geografia da UDESC anteriores está na capacidade de transformar e utilizar energia de forma sistemática. Com a Revolução Industrial, o homem descobriu as vantagens das máquinas na produção em série e na massificação do consumo de bens, e para isso precisou dispor da energia necessária para o seu funcionamento (HINRICHS, 2003). A Energia por sua vez, também situa-se em territórios específicos, além dos espaços geográficos em que é gerada, transmitida, distribuída e utilizada. Os chamados territórios não espaciais, que podem ser econômicos, sociais, culturais, políticos e ambientais. De maneira geral, desde a pré-história até a atualidade, a energia teve muita influência em todos os processos da vida humana, influenciando as mudanças no cenário mundial, desde as disputas políticas por poder ou por território, até o progresso relacionado às desigualdades econômicas, sociais e culturais. Esta influência na disputa de territórios cujo foco são as fontes de energia, demarca um espaço particularmente geográfico e com uma forte conotação com ambiente. A partir desta, muitas alterações ocorrem geograficamente e por sua vez movimentam todo o aspecto que o compõe (econômico, social, ambiental, etc.), (HINRICHS, 2003). Neste sentido, o objetivo deste artigo está relacionado às questões ambientais relativas ao impacto na natureza ou o ambiente natural, por isto, a relação do território neste trabalho está vinculada ao impacto ambiental que a energia pode afetar, regional e globalmente. Sabe-se que o modelo de planejamento energético mundial foi orientado para satisfazer a demanda crescente por energia sem grandes preocupações com o ambiente e com a depleção dos recursos naturais. O uso desordenado dos recursos energéticos abundantes resultou em um crescimento econômico mais voltado aos interesses de elites do que às necessidades da população em geral. Para atender a esta demanda, implantou-se grandes projetos de desenvolvimento fortemente intensivos em capitais e principalmente, em ambientes inadequados, (SILVA, 2012). A dependência da energia é um fato que se apresenta e se intensifica com a industrialização, as mudanças no estilo de vida das pessoas, entre outros aspectos, isto gera um novo problema, como por exemplo, o crescimento autônomo de alguns setores e países em detrimento de outros, resultando nas disparidades sociais entre países e dentro de um mesmo país (BURATTINI, 2008). Estes problemas relacionados à energia ocorrem porque somente se preocupou com a oferta da mesma, sem considerar as questões essenciais para o pleno Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) Florianópolis, Santa Catarina XIV SIMGeo Simpósio de Geografia da UDESC desenvolvimento social e econômico de uma nação, sequer foram considerados os desperdícios pela utilização inadequada, resultando na exploração intensa de recursos naturais com danos ao meio ambiente e custos elevados para a sociedade, (SILVA, 2012). O domínio dos sistemas energéticos por empresas multinacionais, os padrões externos muitas vezes copiados e que servem de parâmetros para dimensionar e expandir os sistemas energéticos de países pobres, sem levar em consideração as especificações locais, e os preços exorbitantes atrelados à variação do câmbio, relegam uma considerável parcela da população à exclusão social, por não possuir renda suficiente para adquirir a energia comercializada e os diversos bens de consumo disponíveis no mercado. Com exceção das modificações nas formas geográficas, não houve modificações que pudessem ser consideradas significativas na relação do consumo, com referências ao padrão apresentado em 1990, ano base do Protocolo de Kyoto. As regiões/países mais industrializados como EUA, China, Japão, Europa, por exemplo, consomem 20 vezes mais energia do que a média mundial. Esta relação também pode ser observada pelo desenvolvimento econômico destas regiões, e pela existência de um consumo exagerado. A utilização da energia com eficiência, sem desperdícios, sendo gerada por fontes renováveis e distribuída de maneira adequada, pode inclusive ser um incentivo para o crescimento econômico regional, e ainda contribuir para a preservação do meio ambiente focando o desenvolvimento sustentável, que visa agir de maneira regional, com perspectivas do global. A área de geração preocupa-se especificamente com a produção de energia elétrica pelo uso de diversas tecnologias e fontes primárias. Estas fontes são associadas aos recursos naturais utilizados nas transformações para produzir energia elétrica e são classificadas em renováveis e não-renováveis. É importante esclarecer que as fontes renováveis são imprescindíveis para o desenvolvimento sustentável global. Moreira (2013) destaca que segundo o “Relatório Especial sobre Fontes de Energia Renovável”, o mundo terá de triplicar a participação das energias renováveis, na matriz, até 2035. Esta necessidade urgente de alternativas para a geração de energias limpas se deve para a manutenção dos níveis de concentração de carbono na atmosfera em um nível seguro. Neste sentido, conforme informações do artigo, para que o mundo possa estabilizar os gases de efeito estufa na atmosfera, a participação das energias renováveis (solar, eólica, geotérmica, hidrelétrica e biomassa) na matriz energética global terá de passar de 14% para 35% (dados de 2012). Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) Florianópolis, Santa Catarina XIV SIMGeo Simpósio de Geografia da UDESC As radiações solares responsáveis por 99% da energia utilizada pelos ecossistemas e também a principal fonte de energia da Terra, é pouco utilizada pelo homem como fonte de energia elétrica. Este recurso pode ser utilizado para aquecimento de água tanto em residências como em geradores que por sua vez geram energia elétrica. Outro uso da energia solar é em células fotoelétricas, (BRAGA, 2005). Além da energia solar, existem outras fontes renováveis e limpas que poderiam ser utilizadas considerando o espaço geográfico: a energia das marés, energia eólica, geotérmicas, biogás, entre outras. A energia gerada a partir de biomassa ou biocombustível está mais relacionada com questões territoriais já que não sofrem interferência geográfica como as demais. A produção de energia possui parte significativa nos impactos ambientais, sociais, econômicas e culturais do sistema. Um dos efeitos negativos desta produção é a liberação de gases que formam na nossa atmosfera os gases de efeito estufa, com grandes modificações no biossistema do planeta. Entretanto o Brasil, com extensas hidrovias, diferencia-se de muitas regiões pelas grandes hidrelétricas, gerando uma energia mais limpa e com isto, possui um cenário diferenciado quanto à emissões atmosféricas. Este cenário que o Brasil apresenta em relação à outros países, não o redime quanto aos impactos ambientais e sociais, em função dos problemas associados aos reservatórios desses tipos de usinas, os quais também podem ter uma participação negativa. Neste contexto, está também outra parte negativa do sistema energético, que é a distribuição e transmissão. Pois além dos impactos ambientais e sociais, ocorre ainda a perda de produção, afetando principalmente o custo e com isto, os demais aspectos do ciclo. A energia elétrica, da geração ao consumidor, realiza um percurso que pode envolver os sistemas de transmissão e de distribuição. A necessidade de transmissão de energia elétrica ocorre por razões técnicas e econômicas, e está associada a várias características que incluem desde a localização da fonte de energia primária até o custo da energia elétrica no locais de consumo. As usinas hidrelétricas estão em sua maioria, distantes dos centros de consumo, em virtude da própria natureza e transmitir grandes quantidades de energia num nível reduzido de tensão torna este processo extremamente caro, à luz da atual tecnologia, pois a necessita reduzir drasticamente a potência elétrica, o que neste processo de transmissão implica a necessidade de condutores com diâmetros inimagináveis. Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) Florianópolis, Santa Catarina XIV SIMGeo Simpósio de Geografia da UDESC Conforme já mencionado, atualmente no Brasil, a matriz dominante dentre as energias consideras limpas é a Hídrica, pela sua constituição hídrica e geográfica, sendo responsável por mais de 80% da geração nacional, com capacidade instalada de 65% (RAMPINELLI, 2012). Este aspecto é interpretado como favorável à inclusão de outras fontes de energias renováveis e limpas, diversificando mais a matriz, evitando o comprometimento da mesma com uma única geração. Neste sentido, há projeções para que em 2020 a capacidade de energia eólica instalada no Brasil seja de 10% aproximadamente, desta forma, este setor será a segunda principal fonte de energia elétrica, (RAMPINELLI, 2012). Estes fatores reforçam e justificam estudos de análise e de viabilidade para geração de energia próximo ao local de consumo, pois a produção pode ocorrer de fontes alternativas como a solar, eólica, por biomassa ou biocombustível. Estas fontes geram energia com uma tensão reduzida facilitando a transmissão e ainda pela proximidade do local de consumo, reduz também os problemas e custos com a distribuição. Para as atividades relacionadas à energia devem ser considerados os espaços geográficos e territoriais, pois estes além de fundamentais, são igualmente afetados. Mudanças significativas, nos aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais, ocorrem quando há uma mudança de um segmento como este. Porém, estas ainda dependem dos interesses de quem detém o poder econômico e político. Considerando a necessidade de inovações para a geração de energia limpa de baixo custo e que possa ser produzida no local ou próximo ao local de consumo, Albiero (2014) apresenta um projeto de uma turbina eólica inovadora e adequada às necessidades de pequenas propriedades de agricultores no semiárido do Nordeste. O projeto visa atender a irrigação da produção de alimentos e se mostrou favorável, mesmo em períodos de pouco vento, pelos créditos obtidos junto a concessionária de energia nos períodos de muito vento, onde a energia foi gerada a partir das turbinas eólicas. O projeto visa o fornecimento de energia com baixo custo e com probabilidade de geração distribuída podendo ser mais uma fonte de renda para as famílias. Neste contexto, os projetos de energias renováveis nas áreas rurais, principalmente em regiões que necessitam de desenvolvimento econômico, recebem atenção especial. Estes projetos, colaboram de forma significativa para o desenvolvimento com inúmeras vantagens, pois além de contribuir para a fixação das famílias em suas propriedades rurais, promove geração de renda e qualidade de vida, mantendo a economia ativa tanto na área rural como nos centros urbanos. Este sistema com usinas menores e dispersas, demanda uma quantidade maior de mão-deUniversidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) Florianópolis, Santa Catarina XIV SIMGeo Simpósio de Geografia da UDESC obra e consequentemente, gera um potencial maior de empregos para a população rural, especialmente na fase inicial do projeto, (SIMAS, 2013). Segundo Alves (2010), existem relatos desde o final do século XIX onde foram registradas as primeiras experiências para a geração de eletricidade a parir dos ventos. Porém, somente quase um século depois, em 1976, foi comercializada na Dinamarca para a rede elétrica pública, a primeira turbina eólica, (RIBEIRO, 2012). O grande impulso para a geração de eletricidade a partir da energia eólica ocorreu após a primeira crise do petróleo. Os países que mais investiram em pesquisas para buscar alternativas de geração de energia foram a Alemanha, a Dinamarca, os EUA e a Espanha, (DALMAZ, 2008). Este fenômeno permitiu que a geração a partir da energia eólica se destacasse no mundo todo. No Brasil, os primeiros parques eólicos foram instalados no litoral do Nordeste, no Ceará e em Fernando de Noronha, no início dos anos 1990. Segundo Freisleben (2013), a energia gerada a partir de turbinas eólicas é uma das fontes renováveis mais limpas do ponto de vista ambiental, além der ser uma das mais viáveis economicamente, considerando ainda o fator inesgotável dos ventos. Principalmente se comparado com outras fontes, esta tem baixo impacto ambiental e não interfere de forma negativa na economia da comunidade local. Podendo ser fonte de crescimento econômico pelo potencial turístico que o sistema proporciona. É importante destacar que este sistema ainda demanda de uma mudança de paradigma no campo da energia e desta forma, uma mudança na política energética e de todas as atividades envolvidas. Neste sentido é fundamental a transparência das ações em todos os campos, com planejamento a longo prazo, envolvendo a sociedade e/ou o consumidor sobre os custos envolvidos, bem como os objetivos, os aspectos sociais e ambientais que constituem um novo modelo de produção da energia, (FREISLEBEN, 2013). Pires (2011) também colabora reforçando a responsabilidade da Administração Pública como indutora do desenvolvimento regional, pois é quem possui os instrumentos técnicos para a gestão ambiental. O autor ainda apresenta a multidisciplinaridade como propulsora para a promoção do desenvolvimento e todos os cenários que envolvem o ambiente. 4.1. Estudo de Caso: Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) Florianópolis, Santa Catarina XIV SIMGeo Simpósio de Geografia da UDESC O estudo de um caso de modelo de Gestão em uma comunidade da região da amazônia, a Vila de Cachoeira de Aruâ, apresenta claramente as questões discutidas neste artigo, reportando as barreiras para acesso à energia. A primeira barreira é a geográfica, pois está localizada a 180 km da capital do Pará no Brasil, onde o acesso é apenas por transporte fluvial (14 horas de barco). A segunda barreira para o projeto é a econômica, pois a comunidade é pequena, composta por um grupo pequeno de famílias, que vive da pesca artesanal, da caça e de produtos da floresta. Já a terceira barreira e mais impactante, é a do território enquanto domínio e poder, pois inclui o Poder Público com uma legislação competente e o apoio para investimentos financeiros. O projeto foi viável pela participação efetiva da comunidade em parceria com uma organização não governamental. Neste caso em específico, ficou evidente a necessidade de uma legislação adequada com uma gestão apropriada para o acesso à energia, levando-se em consideração a vida do local, bem como o meio ambiente. O desenvolvimento sustentável abrange estas questões de forma conjunta, visando ainda a preservação dos costumes e valores locais, (FILHO, 2008). Com relação ao exemplo citado, pode-se entender o quanto ainda é necessário investigar para que a sociedade possa ser acolhida pela política econômica atual, bem como, o quanto é necessário trabalhar para termos um planeta com mais responsabilidade sócio-ambiental e desta forma promover o desenvolvimento sustentável. 5. Metodologia: A metodologia utilizada neste estudo é a técnica de Análise de Conteúdo, que promove da melhor forma investigações que busquem respostas para questionamentos como: o quê? Quanto? Onde? Como?, bem como categorizar e avaliar os problemas para apontar soluções. Bardin (1977) se refere à Análise de Conteúdo como um conjunto de instrumentos metodológicos que se aperfeiçoa constantemente e que se aplica a discursos diversificados, principalmente na área das ciências sociais, com objetivos bem definidos. Considerando que no o método de Análise de Conteúdo pode-se utilizar tanto pesquisas quantitativas quanto em pesquisas qualitativas, (BARDIN, 1977). Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) Florianópolis, Santa Catarina XIV SIMGeo Simpósio de Geografia da UDESC O levantamento das informações sobre a energia e suas particularidades foi realizado a partir de textos produzidos em pesquisas científicas e também textos de jornais e/ou outros materiais, enquanto a interpretação do conteúdo para esta análise é qualitativa. As etapas para este método seguiram um roteiro específico, iniciando com a pré-análise, onde foram selecionados os documentos a partir das hipóteses e dos objetivos para a pesquisa. Na segunda etapa da metodologia ocorreu a exploração do material onde foram aplicadas as técnicas específicas segundo os objetivos. Por fim, foi realizado o tratamento dos resultados e sua interpretação realizada ao final da revisão sistemática. 6. Considerações finais: Como resultado desta análise, percebe-se que há uma correlação da questão energética com a região ou o território enquanto domínio e poder, bem como, uma relação ampla com o espaço geográfico, principalmente quando se relaciona as fontes renováveis e limpas. Também se percebe uma evolução no uso de energias renováveis, porém, com restrições em determinadas economias e territórios. Atualmente, a economia é voltada para o consumo onde os grandes empreendimentos utilizam energias de baixo custo que em sua maioria são provenientes de combustíveis fósseis. Da mesma forma, ainda ocorre em escala mundial o incentivo à produção de automóveis que utilizam combustíveis a partir do petróleo. O uso de energias não renováveis ainda é um paradigma a ser quebrado. Mas para que isto ocorra, é necessário que se tenha um aparato legal, regulatório e institucional sólido, de forma a reduzir os custos e incentivar os investidores, garantindo assim uma participação maior no setor energético de tecnologias voltadas para a geração a partir de fontes renováveis. Felizmente, em muitas regiões tanto no Brasil, como em outras partes do mundo, há uma projeção significativa para o uso de energias renováveis, pela sua representação sócio-ambiental. Em parte pelos incentivos fiscais e para o atendimento às restrições de emissões de gases do efeito estufa e outros poluentes. Mas também pela conscientização sobre a preservação dos recursos naturais que vem sendo disseminada em todo o planeta, e que aos poucos vem mudando o cenário mundial. Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) Florianópolis, Santa Catarina XIV SIMGeo Simpósio de Geografia da UDESC Neste sentido, percebe-se que é possível promover o desenvolvimento sustentável, mas para que isto ocorra, são necessárias políticas que atendam o ser humano em todos os seus territórios, respeitando o seu espaço enquanto beneficiário dos recursos naturais e inserido no campo social, em especial com acesso à energia e demais “bens” para uma vida digna, sem tantas desigualdades sociais. BIBLIOGRAFIA CITADA ALBIERO, D.; et all. Turbina eólica para agricultura familiar do semiárido com inovações tecnológicas para baixas velocidades de vento. Revista Ciência Agronômica, v. 45, n. 1, p. 186196, jan-mar, 2014. ALDABÓ, Ricardo. Qualidade na Energia Elétrica. Artliber, São Paulo, 2001. ALVES, J. J. A. Análise regional da energia eólica no Brasil. Revista Brasileira de Gestão e Desenvolvimento Regional – G&DR. v. 6, n. 1, p. 165-188,Taubaté, SP, Brasil, jan-abr/2010. 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