REFLORESTAMENTO COM EUCALIPTO COMO PROPULSOR DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SUSTENTÁVEL SOB A ÓTICA DA COMPETITIVIDADE, EM VITÓRIA DA CONQUISTA, BAHIA. [email protected] Pôster-Agropecuária, Meio-Ambiente, e Desenvolvimento Sustentável MARCELLE BITTENCOURT XAVIER1; CRISTIANE NASCIMENTO2; EDIMARE RIBEIRO COSTA3; HENRIMADSON RIBEIRO COSTA4; ADRIANO ALVES DE REZENDE5. 1,2.FACULDADE DE TECINOLOGIA E CIÊNCIAS - FTC, VITORIA DA CONQUISTA - BA - BRASIL; 3,4,5.UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA - UESB, VITORIA DA CONQUISTA - BA - BRASIL. Reflorestamento com eucalipto como propulsor do desenvolvimento econômico e sustentável sob a ótica da competitividade, em Vitória da Conquista, Bahia. Grupo de Pesquisa: Agropecuária, Meio Ambiente, e Desenvolvimento Sustentável. RESUMO Esta pesquisa analisou os fatores decisivos na competitividade do reflorestamento com eucalipto frente ao desenvolvimento econômico e sustentável, na região de Vitória da Conquista, Bahia. Foram avaliadas as cinco forças que afetam o ambiente pela análise de Michael Porter. Na força competitiva a ameaça dos fornecedores não afetou a competitividade. No que tange os compradores, o ideal é vender os produtos para todos os elos da cadeia produtiva. Quanto aos concorrentes não houve nenhum grau de rivalidade ou ameaça, por existir uma alta demanda por madeiras oriundas de florestas plantadas. Já em relação aos produtos substitutos o eucalipto não possui substituto ecologicamente sustentável. Diante dos resultados constatou-se que Vitória da Conquista apresenta condições favoráveis ao plantio do eucalipto. Palavras-chaves: Competitividade. Desenvolvimento econômico e sustentável. Eucalipto. Reflorestamento. ABSTRACT This research analyzed the decisive factors in the competitiveness of the eucalyptus reforestation compared to the economic and sustainable development in the region of Vitória da Conquista, Bahia. The five forces that affect the environment had been evaluated using Michael Porter model. In the competitive force the suppliers’ threat did not affect the competitiveness. When the purchasers are considered it is ideal to sell the products for all the links of the productive chain. There hasn’t been any degree of rivalry or threat among the concurrents because there is a high demand for wood from planted forests. And finally when the substitute products are considered it was verified the eucaliptus does not possess an ecologically sustainable substitute. Thus the results evidenced that Vitória da Conquista presents favorable conditions to the eucaliptus plantation. Key Words: Competitiveness. Economic and sustainable development. Eucalyptus. Reforestation. 1 Porto Alegre, 26 a 30 de julho de 2009, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural 1. INTRODUÇÃO Nota-se um aumento das restrições ambientais quanto à retirada de madeiras que têm como origem florestas nativas, em conseqüência, há um crescimento da demanda por madeiras oriundas de plantações industriais. A topografia da região de Vitória da Conquista é favorável para a implantação de uma indústria florestal de eucalipto, devido seu relevo pouco acidentado na maior parte de suas áreas, característica indispensável para a mecanização (PREFEITURA MUNICIPAL DE VITÓRIA DA CONQUISTA, 2009). O reflorestamento é estratégico para todo o país, tendo em vista que a demanda por madeira aumenta a cada dia. Uma estratégia competitiva é a procura pela vantagem competitiva favorável, com o objetivo de obter uma posição sustentável e lucrativa contra as forças que determinam a concorrência (PORTER, 1989). Vale salientar da necessidade de se trabalhar o desenvolvimento agrícola, rural e urbano de forma integrada, “[...] privilegiando a relação entre indivíduo – sociedade – natureza, dentro da perspectiva que CAPRA (1996:25) denomina de ecologia profunda” (DUTRA NETO, 2004, p. 15). As áreas florestais no país atingem 544 milhões de hectares, sendo a segunda maior do mundo, atrás somente da Rússia, com a maior biodiversidade de espécies e ecossistemas e ampla concentração de povos indígenas. Analisando os dados de utilização do solo, verificase que cerca de 66% são florestas nativas, 0,5% corresponde a áreas plantadas ou reflorestadas e os 33,5% restantes são reservados à pecuária, agricultura, áreas urbanas e infra-estrutura (GUERON & GARRIDO, 2004). A demanda por florestas plantadas é bem maior que a oferta, fato irreversível no curto prazo, o que torna o país um grande importador de madeira. Esse fato vem provocando o apagão florestal AGUIAR (2003). A necessidade por madeira é intensificada, em especial, na região de Vitória da Conquista, para atender aos processos de produção das indústrias de móveis, cerâmicas, panificadoras, serralharias e lavanderias. De um lado, as indústrias locais (de móveis) fortalecem a economia e o desenvolvimento regional através da geração de emprego e renda. Por outro lado, as indústrias estaduais e fora do estado (de celulose), precisam suprir a nova demanda da exploração do pólo de minério de ferro, recém descoberto no município de Caetité, Bahia, que necessitará de um volume considerável de carvão vegetal oriundo de eucalipto, para satisfazer suas atividades industriais. O Brasil está na quinta colocação mundial de mineração de ferro, com 7,2% das reservas mundiais (DURÃO, 2009). Essa pesquisa buscou identificar o reflorestamento com eucalipto como fator competitivo em Vitória da Conquista, Bahia, analisando as cinco forças propostas por Michael Porter. É um tema muito importante, pois servirá como elemento básico na construção de políticas de reflorestamento estratégico e sustentável para a região. 2. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Foi realizado um estudo das cinco forças competitivas, que segundo Michael Porter (1989) para qualquer indústria, seja ela doméstica ou internacional, produza um produto ou um serviço, as regras da concorrência envolvidas são: 2.1 Ameaça dos concorrentes Não existe uma ameaça dos concorrentes, pois existe uma alta demanda reprimida no país. Portanto, o segmento é competitivo, considerando o déficit atual existente de um mercado a ser conquistado. 2 Porto Alegre, 26 a 30 de julho de 2009, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural 2.2. Ameaça dos produtos substitutos O que se aponta como substituto do eucalipto seria o pinus, porém por questões climáticas este tipo de árvore não se adaptaria a região, e no resto do país ela se configura como uma minoria no contexto de florestas plantadas com fins comerciais. Desta forma, o eucalipto desponta como um produto sem substitutos ecologicamente sustentáveis. 2.3. Ameaça dos compradores Percebeu-se que o empresário ao decidir sobre a comercialização de sua produção, muitas vezes opta em vender toda a sua produção para uma única empresa, ficando a mercê desta, mas o ideal é dispersá-la para os diversos segmentos a fim de aumentar sua rentabilidade e diminuir o poder de compra dos grandes conglomerados. 2.4 Ameaça dos fornecedores A ameaça de fornecedores de insumos caso venha existir, poderá ser superada através da criação de associações e cooperativas de produtores de eucalipto, que juntos terão mais força na hora de comprar os produtos necessários para desenvolver seus processos produtivos. 2.5 Grau de rivalidade dos concorrentes existentes Notou-se que não perdura rivalidade latente no segmento de forma a causar algum dano. Muito pelo contrário, há ações na iniciativa pública (linhas de empréstimos especiais), iniciativa privada (alianças estratégicas) e estímulos para o produtor (a exemplo da Associação de Reposição Florestal do Sudoeste da Bahia – AFLORE que fornece assistência técnica, mudas e insumos para todos os interessados em desenvolver florestas de eucalipto). 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS O reflorestamento com eucalipto na região de Vitória da Conquista, Bahia tem uma perspectiva de alta competitividade, pois não sofre influências negativas das cinco forças de Michael Porter. Notou-se a ascensão de uma série de indústrias de moveleira e a madeira oriunda de florestas plantadas permite que o produto final das movelarias saia certificado, o que por si só é um apelo de um produto ecologicamente correto. A criação de um pólo florestal com eucalipto para fins comerciais irá propiciar aos produtores locais uma cultura altamente rentável, seja através da iniciativa direta – como o plantio, a extração e o beneficiamento do eucalipto ou de forma indireta – atividades de apoio. A implementação de suas florestas por si só diminuirá a retirada de madeira nativa, o que se configura como um ganho ambiental sem precedentes, além do desenvolvimento econômico e sustentável por meio da geração de emprego e renda. REFERÊNCIAS AGUIAR, C. Evento de lançamento da Associação Brasileira de produtores de Florestas Plantadas (Abraf). Brasília (DF). 02 dez. 2003. Pesquisado em: <http://www.aracruz.com.br/web/pt/imprensa/noticias/noticias93-2.htm>. Acesso em: 05/07/2006. DURÃO, V. S. BML vai intensificar pesquisa em Caetité. Instituto Brasileiro de Mineração - IBRAM. Disponível em: <http://www.ibram.org.br/003/00301009.asp? ttCD_CHAVE=32900>. Acesso em: 10/03/2009. GUERON, A. L. & GARRIDO, V. Requisitos ambientais, acesso a mercados e competitividade na indústria de madeira e móveis no Brasil. Disponível em: <http://www.inmetro.gov.br/barreirastecnicas%5 Cartigos%5Cmadeiramoveis.pdf>. Acesso em: 14/06/2006. 3 Porto Alegre, 26 a 30 de julho de 2009, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural DUTRA NETO, C. Café e desenvolvimento sustentável: perspectivas para o desenvolvimento sustentável no Planalto de Vitória da Conquista. 1. ed. Vitória da Conquista, Bahia: UESB; DEAS - Departamento de Engenharia Agrícola e Solos, 2004. PORTER, M. E. Vantagem competitiva: criando e sustentando um desempenho superior. 18 ed. Rio de Janeiro: Campus, 1989. PREFEITURA MUNICIPAL DE VITÓRIA DA CONQUISTA. Relevo. Disponível em: <http://www.pmvc.com.br/v1/pmvc.php?pg=content&id=15>. Acesso em: 02/04/2009. 4 Porto Alegre, 26 a 30 de julho de 2009, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural