VII Encontro de Geneticistas do Rio Grande do Sul Resumos Vale Vêneto, São João do Polêsine, RS – 01 a 03 de julho de 2010. Sumário Resumos Genética Animal: GA01 – Machado, S.; Oklander, L. I.; Fernandez, G.P.; Jerusalinsky, L.; Bonatto, S.L. Filogeografia do bugio-ruivo Alouatta guariba (Primates, Atelidae). ........................... 05 GA02 – Poppe, J.L.; Schmitz, H.J. A diversidade de Drosophilidae (Insecta, Diptera) no Bioma Pampa – São Luiz Gonzaga / RS............................................................... 06 GA03 – Ormazabal, A.G.; Valiati, V.H. Diversidade genética e conservação de Salminus brasiliensis nas bacias hidrográficas do Paraná, Uruguai e Guaíba. .......... 07 GA04 – Kaminski, V.L.; Wallau, G.L.; Loreto, E.L.S. Caracterização dos elementos de transposição Paris em Drosophilidae. ........................................................................ 09 GA05 - Santos, M.D.; Wallau, G.L.; Loreto, E.L.S. Susceptibilidade dos diferentes estágios de desenvolvimento de Drosophila simulans a atividade do transposon mariner. ..................................................................................................................... 11 GA06 - Malaquias, G.S.; Wallau, G.L.; Loreto, E.L.S. Possíveis eventos de transferência horizontal entre Arthropoda e Cnidaria. ................................................ 13 GA07 – Müller, M.J.; Mühlen, C.; Schmitz, H.J.; Valiati, V.H.; Valente, V.L.S. Haplótipos mitocondriais em populações naturais de Drosophila willistoni da Mata Atlântica do Sul do Brasil. .......................................................................................... 15 GA08 - Mendonça, M.P.; Müller, M.J.; Valente, V.L.S.; Valiati, V.H. Um drosofilídeo exótico em nossa fauna: o caso da mosca que colonizou as Américas. .................... 17 GA09 – Nunes, M.D.; Tavares, R.A.; Silva, J.C.; Almeida, D.B.; Costa, M.A.P.; Moreira, C.G.A.; Bassini, L.N.; Tuerlinckx, M.; Vaz, B.S.; Moreira, H.L.M. Polimorfismo encontrado na região promotora do gene tCYP19b em três linhagens de Oreochromis niloticus. .................................................................................................................... 19 GA10 – Zanini, R.; Valiati, V.H. Caracterização da divergência genética intra e interespecífica de espécimes do gênero Akodon do Rio Grande do Sul e suas implicações filogenéticas. .......................................................................................... 21 GA11 – Almeida, D.B.; Moreira, C.G.A.; Costa, M.A.P.; Bassini, L.N.; Tavares, R.A.; Silva, J.C.; Vaz, B.S.; Nunes, M.D.; Tuerlinckx, M.; Moreira, H.L.M. Alternativa para extração de DNA em tilápias. ..................................................................................... 23 GA12 – Carvalho, M.O.; Loreto, E.L.S. Análise filogenômica de elementos transponíveis em 12 genomas de Drosophila. ........................................................... 24 GA13 – Tavares, R.A.; Nunes, M.D.; Silva, J.C.; Almeida, D.B.; Costa, M.A.P.; Moreira, C.G.A.; Vaz, B.S.; Moreira, H.L.M. Estudo genético de duas populações de Odontesthes bonariensis através de marcadores microssatélites. ............................. 25 1 GA14 – Moreira, C.G.A.; Freitas, T.R.O.; Costa, M.A.P.; Almeida, D.B.; Nunes, M.D.; Silva, J.C.; Bassini, L.N.; Santos Junior, A.G.; Moreira, H.L.M. Mutação na região regulatória do gene KIT associado com a pelagem tobiana na raça Crioula. ............. 26 GA15 – Fonseca, P.M.; Loreto, E.L.S.; Robe, L.J. Filogeografia de Zygothrica vittimaculosa no sul do Brasil ..................................................................................... 28 Resumos Genética Humana: GH01 – Michelotti, A.; Ritzel, G.; Loreto, V.; Scheffel, E.S.; Rodrigues, M.N.; Brites, P.C. Frequência do HPV em Mulheres Assintomáticas para Lesões do Colo Uterino. ...................................................................................................................... 30 Resumos Genética de Microorganismos: GM01 – Azevedo, M.I.; Mahl, C.D.; Weiblen, C.; Jesus, F.P.K.; Costa, M.M.; Pereira, D.I.B.; Botton, S.A.; Alves, S.H.; Santurio, J.M. Isolamento e caracterização molecular de Pythium insidiosum oriundos de amostras ambientais. ......................................... 31 GM02 – Mahl, C.D.; Jesus, F.K.; Azevedo, M.I.; Santurio, J.M.; Alves, S.H.; Botton, S.A.; Pereira, D.B. Padronização da extração de DNA de Fusarium spp para técnicas de PCR. ..................................................................................................................... 33 GM03 – Botton, S.A.; Costa, M.M.; Pereira, D.I.B.; Azevedo, M.I.; Mahl, C.D.; Weiblen, C.; Jesus, F.P.K.; Alves, S.H.; Santurio, J.M. Análise filogenética de isolados brasileiros de Pythium insidiosum. ............................................................................. 34 GM04 – Jesus, F.P.K.; Azevedo, M.I.; Mahl, C.D.; Pereira, D.I.B.; Botton, S.A.; Alves, S.H.; Santurio, J.M. Identificação Molecular de Malassezia pachydermatis isolada da pele de cães e gatos. ................................................................................................. 36 Resumos Genética Vegetal: GV01 – Agostini, G.; Echeverrigaray, S.; Souza-Chies, T.T. Inferência filogenética do gênero Cunila D. Royen ex L. (Lamiaceae) baseada nas sequências ITS rDA e trnL-LF. ............................................................................................................................... 37 GV02 – Segatto, A.L.A.; Fagundes, N.J.R.; Lorenz-Lemke, A.P.; Bonatto, S.; Kuhlemeier, C.; Freitas, L.B. Baixa variabilidade genética como uma característica evolutiva da espécie Petunia exserta (Solanaceae). .................................................. 38 GV03 – Kuhn, A.W.; Tedesco, M.; Dorow, T.S.C; Tedesco, S.B. Genotoxicidade de Eugenia uniflora sobre o ciclo celular de Allium cepa................................................. 40 2 GV04 – Gomes, L.; Curti, A.R.; Reiniger, L.R.S.; Muniz, M.F.B.; Somavilla, I.; Golle, D.P.; Léon, E.B.; Navroski, M.C.; Paim, A.F.; Deprá, M.; Santiago, G.; Pereira, M. A qualidade sanitária de sementes de canafístula (Peltophorum dubium (Spreng.) Taub.]) como critério de seleção de lotes para emprego na pesquisa em cultura de tecidos. ...................................................................................................................... 41 GV05 – Frescura, V.D.S.; Tedesco, S.B. Análise de viabilidade polínica de Sida rhombifolia L. (Guanxuma) Malvaceae....................................................................... 43 GV06 – Tedesco, M.; Kuhn, A.W.; Pastori, T.; Hoffmann, C.E.F.; Dorow, T.S.C.; Neves, L.A.S.; Tedesco, S.B. Determinação dos índices mitóticos de Allium cepa pela ação de extratos de Polygonum punctatum. .............................................................. 45 GV07 – Coelho, A.P.D.; Frescura, V.D.S.; Morais, K.P.; Giacomini, S.J.; Tedesco, S.B. Análise da viabilidade polínica em acessos de Cajanus cajan e Canavalia ensiformes. ................................................................................................................ 47 GV08 – Nora, G.D.; Frescura, V.D.S.; Pastori, T.; Tedesco, S.B.; Ribeiro, N.D. Análise da viabilidade polínica da cultivar BRS Valente de Phaseolus vulgaris L. .................. 48 GV09 – Piccinini, F.; Frescura, V.D.S.; Perez, N.B.; Tedesco, S.B. Viabilidade polínica de Eragrostis plana Nees. .......................................................................................... 50 GV10 – Christoff, A.P.; Loreto, E.L.S.; Sepel, L.M.N. Análise evolutiva do elemento de transposição Tip100 em espécies de Ipomoea. ......................................................... 51 GV11 – Curti, A.R.; Paim, A.F.; Reiniger, L.R.S; Somavilla, I.; Golle, D.P.; Léon, E.B.; Navroski, M.C.; Gomes, L.; Deprá, M.; Santiago, G.; Pereira, M. Efeito de diferentes concentrações de ANA e AIB no enraizamento in vitro de canafístula - Peltophorum dubium (Sprengel) Taubert. ....................................................................................... 53 GV12 – Navroski, M.C.; Rosa, F.C.; Reiniger, L.R.S.; Curti, A.R.; Paim, A.F.; León, E.A.B.; Golle, D.P.; Pereira, M.O.; Deprá, M.S.; Somavilla, I. Concentração de sais do meio MS e a germinação in vitro de sementes de bracatinga (Mimosa scabrella Bentham). .................................................................................................................. 55 GV13 – Paim, A.F.; Curti, A.R.; Rosa, F.C.; Reiniger, L.R.S.; Somavilla, I.; Golle, D.P.; Léon, E.B.; Navroski, M.C.; Gomes, L.; Deprá, M.; Santiago, G.; Pereira, M. Multiplicação in vitro de segmentos nodais de bracatinga (Mimosa scabrella Bentham): influência de benzilaminopurina (BAP) e de ácido alfa naftalenoacético (ANA). ........................................................................................................................ 57 GV14 - Pereira, M.O.; Rosa, F.C.; Reiniger, L.R.S.; Navroski, M.C.; Curti, A.R.; Paim, A.F.; León, E.A.B.; Golle, D.P.; Deprá, M.S.; Somavilla, I. Efeito de estreptomicina em presença de BAP na multiplicação in vitro de Bracatinga (Mimosa scabrella Bentham). .................................................................................................................. 59 3 GV15 – Somavilla, I.; Gomes, L.; Reiniger, L.R.S.; Muniz, M.F.B.; Curti, A.R.; Golle, D.P.; Léon, E.B.; Navroski, M.C.; Paim, A.F.; Deprá, M.; Santiago, G.; Pereira, M. A qualidade fisiológica das sementes de canafístula (Peltophorum dubium (Spreng.) Taub.]) como critério de seleção de lotes para emprego na pesquisa em cultura de tecidos. ...................................................................................................................... 61 GV16 – Golle, D.P.; Reiniger, L.R.S.; León, E.A.B.; Bevilacqua, C.B.; Waldow, D.A.G.; Curti, A.R.; Paim, A.F.; Somavilla, I.; Navroski, M.C.; Gomes, L.; Deprá, M.; Santiago, G.; Pereira, M. Avaliação do potencial de uso de primers RAPD para o estudo da variabilidade genética em acessos de Eugenia involucrata DC. (Myrtaceae). ............ 63 GV17 - León, E.A.B.; Reiniger, L.R.S.; Golle, D.P.; Curti, A.R.; Paim, A.F.; Navroski, M.C.; Deprá, M.; Santiago, G.; Gomes, L.; Somavilla, I.; Pereira, M. Regeneração in vitro de segmentos nodais de Luehea divaricata Mart. & Zucc. com o emprego de diferentes concentrações de fitorreguladores............................................................. 65 Resumos Bioinformática: BI01 – Kercher, D.L.; Otake, L.; Cañedo, A.D. Construção de uma Macro de Excel como ferramenta de análise de fatores de transcrição. .............................................. 67 BI02 – Costa, M.A.P.; Maia, L.C.; Almeida, D.B.; Bassini, L.N.; Moreira, C.G.A.; Moreira, H.L.M. Bancos de dados genômicos: expansão da informação sobre bovinos taurinos. ..................................................................................................................... 69 Programação Oficial ................................................................................................. 71 Comissão Organizadora ........................................................................................... 73 4 GA01 Filogeografia do bugio-ruivo Alouatta guariba (Primates, Atelidae) Machado, S.1; Oklander, L.I.2; Fernandez, G.P.3; Jerusalinsky, L.4; Bonatto, S.L.1 1 PUCRS - Centro de Biologia Genômica e Molecular, Porto Alegre, RS, Brasil; 2 Facultad de Farmacia y Bioquímica, Universidad de Buenos Aires, Argentina; 3 Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil; 4 IBAMA/CPB - Centro de Proteção de Primatas Brasileiros, João Pessoa, PB, Brasil. [email protected] Alouatta guariba é endêmico da Mata Atlântica, habitando desde o sul da Bahia até o Rio Grande do Sul no Brasil, chegando à região de Misiones na Argentina. Uma das características mais marcantes é a pelagem longa avolumada na mandíbula e lados da face formando uma grande barba que cobre o osso hióide, que neste grupo é desenvolvido, formando uma caixa de ressonância. Outras características marcantes dessa espécie são o dicromatismo sexual, além da considerável variação cromossômica. Com o objetivo de estudar a história evolutiva desse grupo, foram seqüenciados e analisados segmentos mitocondriais da região controle (598pb) e do gene citocromo b (678pb) de 42 indivíduos, sendo 23 de São Paulo, 1 do Rio de Janeiro, 15 de Santa Catarina e 3 do Rio Grande do Sul. As sequências foram alinhadas no programa MEGA 4 através do ClustalW. Uma rede de haplótipos foi construída utilizando o método median-joining através do programa Network 4.5.1.6. O programa Arlequin 3.11 foi utilizado para a análise da diversidade haplotípica (Hd) e nucleotídica (π). Foram encontrados 152 sítios polimórficos e 38 haplótipos. A diversidade haplotípica foi alta (Hd=0,995), assim como a nucleotídica (π=0,251). O network demonstrou a formação de três grupos distintos, sendo que os indivíduos do Rio Grande do Sul e Santa Catarina formam um grupo juntamente com alguns indivíduos de São Paulo. Os outros dois grupos são formados por um indivíduo do Rio de Janeiro e pelos de São Paulo. Através da análise de indivíduos de outras regiões e de microssatélites será possível inferir a história evolutiva e a estruturação das populações a fim de compreender que processos contribuíram para a evolução deste grupo. Apoio financeiro: CNPq 5 GA02 A diversidade de Drosophilidae (Insecta, Diptera) no Bioma Pampa - São Luiz Gonzaga/RS Poppe, J.L.1; Schmitz, H.J.2 1 Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões – URI – Campus Santo Ângelo; 2 Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular, Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS. Por se tratar de um gênero cosmopolita, explicar a diversidade de Drosophila em um local representa um dos maiores desafios para os pesquisadores. A diversidade de drosofilídeos do Bioma Pampa ainda é grandemente desconhecida. Na região noroeste do Rio Grande do Sul, o município de São Luiz Gonzaga, sexto município na região das missões com maior área pertencente ao Bioma Pampa, apresenta-se como uma região inexplorada até os dias atuais. Armadilhas com iscas de banana fermentada, foram suspensas em árvores a, aproximadamente, 1,90m do solo, em duas zonas denominadas Urbana e Rural, durante o período entre setembro de 2007 e janeiro de 2009. Os indivíduos coletados foram identificados através da morfologia externa e da terminália masculina com o auxílio de bibliografias especializadas. Os resultados estatísticos foram obtidos com o auxílio do software Ecological Methodology, indicando uma maior diversidade na zona rural durante o mês de junho de 2008 (H‟= 2,772), outono, e na zona urbana durante nossa coleta de outubro de 2007 (H‟= 2,264), primavera, havendo uma maior homogeneidade das comunidades, urbana e rural com os períodos de temperaturas mais elevadas. As coletas na zona rural apresentaram sempre uma riqueza superior, apenas com exceção da coleta de maio de 2008, outono. Ainda podemos perceber que espécies como Drosophila simulans e D. polymorpha são altamente generalistas, presentes em todas as nossas coletas, sendo D. simulans a espécie mais abundante. No total, 26 espécies foram encontradas, e D. repleta e D. aldrichi foram registradas pela primeira vez no estado. 6 GA03 Diversidade genética e conservação de Salminus brasiliensis nas bacias hidrográficas do Paraná, Uruguai e Guaíba. Ormazabal, A.G.¹; Valiati, V.H.¹,² ¹Laboratório de Biologia Molecular, Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS, São Leopoldo, RS, Brasil; ²Programa de Pós Graduação em Biologia, Universidade do Vale do Rio dos Sinos UNISINOS, São Leopoldo, RS, Brasil. [email protected] A perda da biodiversidade em ambientes aquáticos, como por exemplo, a drástica diminuição de algumas populações e/ou a extinção de espécies de peixes, estão entre os mais sérios problemas enfrentados pelos países ao redor do mundo. Peixes migratórios, em especial, pela extensão de seu habitat, formam um dos grupos mais vulneráveis às alterações nos sistemas hídricos, com conseqüente diminuição dos estoques locais e/ou regionais. A espécie Salminus brasiliensis (Cuvier, 1816), conhecida como Dourado, se distribui na América do Sul nas bacias dos rios Paraná, Paraguai e Uruguai, bacia do rio São Francisco, bacia do rio Mamoré (Bolívia) e alto rio Chaparé (Bolívia). Por ser uma espécie explorada por todos os tipos de pesca, não só como fonte de renda, mas também como fonte de proteína de fácil acesso para as populações locais e, apreciada por pescadores esportivos, seu uso de forma sustentável se faz necessário. Para tanto, conhecer geneticamente e demonstrar como estão estruturadas as populações é condição primária para a conservação e o manejo adequado de sistemas hídricos. Utilizando-se seqüências nucleotídicas da região controladora do mtDNA (D-loop), o presente estudo tem como objetivos avaliar a variabilidade genética dos estoques remanescentes de Dourado nos rios das bacias do Paraná, Uruguai e Guaíba e caracterizar a estrutura genética dessas populações. Durante os períodos de 2002 e 2009 a nadadeira adiposa foi obtida de 135 peixes distribuídos em nove populações, duas na Argentina (rio Corrientes e rio Paraná) e sete no Brasil (Rio dos Sinos, rios Jacuí, Caí, Uruguai, Ibicuí, Passo Fundo e Ijuí). O material genético foi extraído através do método orgânico fenol-clorofórmio e a amplificação pela PCR com primers pré-estabelecidos. Foram recuperados 548 pb do domínio esquerdo da região D-Loop e, as seqüências nucleotídicas foram utilizadas em análises de polimorfismo de DNA e variância molecular (AMOVA). Dentre os 135 indivíduos analisados foram identificados 55 haplótipos, destes, 34 são únicos, um haplótipo por indivíduo. As amostras das bacias do Paraná e Uruguai apresentaram 7 alto nível de diversidade haplotípica (hd: 0,978 ± 0,017 e hd: 0,964 ± 0,011, respectivamente) comparativamente com as amostras da bacia do Guaíba (hd: 0,5081 ± 0,096). Cabe salientar que a diversidade haplotípica constatada no Rio dos Sinos (hd: 0,419 ± 0,127) é inferior que do rio Jacuí (hd: 0,711 ± 0,117). Esta baixa variabilidade encontrada no Rio dos Sinos, em especial, parece refletir a ocorrência de um evento populacional, possivelmente um gargalo decorrente de fortes pressões antrópicas ocorridas sobre a região ao longo dos anos. A AMOVA, considerando todas as populações (rios) um grupo único e/ou três grupos (bacia do Paraná, Uruguai e Guaíba), mostrou que 11,94% da variação genética é inter-populacional (ΦSC=0,12251, P<000001) e 85,55% intrapopulacional (ΦST=0,1445, P<000001), portanto, a maior variância molecular encontra-se entre os indivíduos. As comparações de FST par a par com 1000 permutações da matriz de dados demonstraram que na bacia do Guaíba os rios Jacuí e Sinos estariam estruturados e independentes (FST=0,46491, P<000001). Os rios que compõem a bacia do Paraná (Corrientes e Paraná) não apresentaram estruturação populacional (FST=0,01231, P=0.18066). Os valores de FST foram estatisticamente significantes (P<0,05) entre as populações da bacia do Uruguai (rios Uruguai, Passo Fundo, Ijuí e Ibicuí), exceto as comparações com o rio Ibicuí (P>0,05). As bacias do Uruguai e Paraná apresentaram uma pequena divergência genética quando considerado o valor de FST (0,01893). Tal proximidade não ocorre quando as populações destas duas bacias são comparadas com a bacia do Guaíba (FST = 0,2334; FST =0,2558, respectivamente). Apoio Financeiro: CNPq, IUCN e UNISINOS. 8 GA04 Caracterização dos elementos de transposição Paris em Drosophilidae Kaminski, V.L.1; Wallau, G.L.2; Loreto, E.L.S.2, 3 1 Curso de Ciências Biológicas/UFSM; 2 Programa de Pós-Graduação Biodiversidade Animal/UFSM; 3 Departamento de Biologia/UFSM [email protected] O elemento de transposição Paris foi descrito pela primeira vez no genoma de Drosophila virilis com um tamanho aproximado de 1730 pb e uma repetição terminal invertida (TIR – inverted terminal repeat) de 242 pb. Esse elemento é classificado como pertencente à classe II, que se mobiliza por um intermediário de DNA, ordem TIR e superfamília Tc1-mariner. Até o momento, a presença do elemento Paris em espécies da família Drosophilidae restringe-se a duas espécies do grupo repleta: D. virilis e D. buzzati. Dessa forma, este trabalho visa caracterizar a distribuição e história evolutiva de sequências relacionadas a esse elemento em espécies da família Drosophilidae. Buscas por seqüências homólogas ao elemento Paris foram realizadas nas 12 espécies de Drosophila com genomas disponíveis, usando como sonda a sequência de DNA e de aminoácidos do elemento completo descrito em D. virilis. Essas buscas foram realizadas utilizando a ferramenta BLAST (Flybase). As sequencias obtidas foram alinhadas no programa ClustalX e analisadas filogeneticamente no programa MrBayes 3.1. O consenso das diferentes cópias dentro de cada genoma foi feito no programa CONS (Mobyle portal). Para testar as hipóteses sobre o processo de herança (vertical ou horizontal), foram estimados os valores de substituições sinônimas entre cinco genes nucleares e os elementos de transposição. Baseados nas sequencias relacionadas à Paris obtidas nos genomas, desenhamos primers degenerados nas TIRs e em duas regiões internas conservadas da transposase. Para a análise molecular, estão sendo realizadas buscas por meio de PCR no DNA genômico de 49 espécies de Drosophilidae. Das 12 espécies com genoma analisado, 6 apresentaram sequencias relacionadas à Paris: D. virilis, D. ananassae, D. pseudoobscura, D. persimilis, D. mojavensis e D. willistoni. O número de cópias variou de 2 a 7 (duas em D. ananassae, cinco em D. pseudoobscura, sete em D. persimilis, quatro em D. mojavensis e três D. willistoni). O consenso desses elementos apresentou um tamanho que varia de 1722 pb até 2235 pb, enquanto as repetições terminais invertidas variaram de 237 até 246 pb. Das 29 sequencias analisadas, 21 apresentaram repetições terminais invertidas e apenas 4 dessas 9 apresentaram um quadro aberto de leitura. Na análise molecular, 22 espécies já foram testadas com os primers desenhados na região das TIRs. Dessas, apenas 2 espécies (D. ornatifrons e Zaprionus indianus) apresentaram o fragmento de tamanho esperado (~1730 pb). Além disso, 10 espécies apresentaram fragmentos menores (D. ornatifrons, D, mediopunctata, D. bandeirantorum, D. immingrans, D. insularis, D. willistoni, D. equinoxiales, D. mauritiana, Z. indianus e Scaptodrosophila galloi). Na análise filogenética realizada com os elementos obtidos nos genomas, podemos observar algumas incongruências comparadas com a filogenia das espécies hospedeiras, porém a análise de sítios sinônimos não corroborou a hipótese de transferência horizontal entre as espécies analisadas. Assim, esses dados indicam que as incongruências encontradas podem ser decorrentes de polimorfismo ancestral, diferentes taxas evolutivas e/ou perda estocástica. Apesar de parciais, nossos dados sugerem que existem elementos potencialmente ativos em outras espécies do gênero Drosophila e que as sequencias relacionadas ao elemento Paris podem estar distribuídas em outros gêneros da família Drosophilidae. 10 GA05 Susceptibilidade dos diferentes estágios de desenvolvimento de Drosophila simulans a atividade do transposon mariner Santos, M.D.¹; Wallau, G.L.²; Loreto, E.L.S.³ ¹Curso de Ciências Biológicas, Laboratório de Biologia Molecular - Universidade Federal de Santa Maria; ²Programa de Pós Graduação em Biodiversidade Animal - UFSM; ³ Departamento de Biologia - UFSM. [email protected] O elemento transponível mariner foi descoberto no genoma de Drosophila mauritiana em uma mutação no gene white, a qual produz uma alteração fenotípica na coloração selvagem do olho. Esta alteração ocorre devido a inserção do elemento mariner no gene white, inativando-o, gerando assim, indivíduos com olhos cor de pêssego (linhagem white-peach). Por cruzamentos interespecíficos entre D. mauritiana e D. simulans foi produzida uma linhagem white-peach de D. simulans. O elemento mariner é conhecido por ser instável tanto em células somáticas quanto em células germinativas, sendo que sua mobilização pode ser observada fenotipicamente com a reversão da mutação do gene white. Essa mobilização gera indivíduos machos na F1 com manchas de coloração selvagem (vermelho) em um contexto peach (pêssego) nos olhos. Contudo, o elemento mariner presente na linhagem white-peach é incapaz de realizar sua própria mobilização, necessitando de uma fonte extrínseca de tranposase. O cruzamento das linhagens white-peach com populações selvagens fornece a fonte de transposase para a mobilização, o que permite utilizar este sistema para análises do nível de atividade de mariner em diferentes populações naturais de D. simulans. Este trabalho tem por objetivo principal detectar qual estágio do desenvolvimento de D. simulans que é mais susceptível a atividade do elemento transponível mariner. Foram realizados cruzamentos-teste entre 10 machos de D. simulans da população Campeche – Santa Catarina e 10 fêmeas de D. simulans da linhagem white-peach. Estes são condicionados a mudanças de temperatura, onde os cruzamentos-controle são mantidos sempre a 20°C, enquanto que nos experimentos de elevação de temperatura, os indivíduos são expostos a 28°C durante o estágio de desenvolvimento desejado. Os estágios considerados são: embrião, 1º e 3º instar larval e pupa. Nos cruzamentos realizados até o momento foram obtidos os seguintes resultados: porcentagem de machos-mosaico (%PPM): Controle 18,18, Embrião 58,82, 1º instar 45,45; média do número de manchas por indivíduo: Controle 2,82, 11 Embrião 9,70, 1º instar 2,00; média da área total de manchas por indivíduo (µm²): Controle 1.680,81, Embrião 10.360,01, 1º instar 1.761,62; média dos maiores manchas por indivíduos (µm²): Controle 1.688,89, Embrião 4.711,12, 1º instar 2.204,45. Nossos resultados, ainda que parciais, sugerem um aumento da atividade do elemento transponível mariner durante o estágio de embrião, sendo que nele encontramos o maior número e as maiores áreas de manchas. Estes resultados indicam que quanto mais cedo no desenvolvimento ocorrer a mobilização do elemento, maior será a mancha resultante no olho do adulto. Além disso, a atividade do mariner pode ocorrer preferencialmente antes da formação do grupo de células disco imaginal que dão origem ao olho composto de Drosophila, ou seja, a mobilização do mariner deve estar ocorrendo em outros tipos celulares além dos omatídios. Apoio financeiro: SESu/MEC, FAPERGS e CNPq. 12 GA06 Possíveis eventos de transferência horizontal entre Arthropoda e Cnidaria Malaquias, G.S.¹; Wallau, G.L.²; Loreto, E.L.S.³ 1 Graduação em Ciências Biológicas; 2 PPG em Biodiversidade Animal, UFSM; 3 Departamento de Biologia, UFSM. [email protected] Os elementos transponíveis (TEs) da família mariner são amplamente distribuídos nos genomas de diversos filos do reino animal, como vertebrados, artrópodes, celenterados, bem como nos genomas de fungos e protozoários. Essa ampla distribuição revelou uma grande diversidade de sequências que foram caracterizadas em várias subfamílias. As subfamílias mais amplamente distribuídas são: mauritiana, cecropia, irritans, mellifera e capitata. Esses elementos possuem em torno de 1300 pb e uma ORF (open reading frame) de aproximadamente 1047 pb, que codifica uma enzima transposase de aproximadamente 350 aminoácidos. Nas extremidades 5' e 3' dos elementos existem repetições invertidas terminais – as TIRs, inverted terminal repeats - de aproximadamente 27 pb. Apesar da ampla distribuição dessa família existem apenas três trabalhos que analisam a distribuição desses elementos em mosquitos. Assim, o objetivo principal deste trabalho foi identificar as subfamílias do elemento mariner encontrados em buscas nos genomas de mosquitos disponíveis. As sequências foram obtidas de bibliografias e do banco de dados online (TEfam), totalizando 34 elementos, que representam três subfamílias (mellifera, mauritiana e irritans), entre os genomas de Ochlerotatus atropalpus, Anopheles gambiae e Aedes aegypti. Tais foram usados como sonda em outras busca nos genomas de Culex quinquefasciatus, Aedes aegypti e Anopheles gambiae, utilizando a ferramenta “BLAST” do banco de dados Flybase. Além disso, um BLAST local foi realizado com as mesmas sondas no genoma de Anopheles darlingi. Para caracterização das subfamílias, foram obtidas algumas sequências mais similares do banco de dados NCBI. Essas sequências foram alinhadas no “ClustalX2” e analisadas filogeneticamente no “Mr. Bayes 3.1” com o modelo de substituição nucleotídica indicado pelo “Mr.Modeltest 2.3”. Foram identificadas 3 subfamílias bem definidas: irritans, mellifera e mauritiana. Até o momento encontramos, 52 cópias em Anopheles gambiae pertencentes a subfamília irritans, 2 em Anopheles darlingi pertencentes as subfamílias mellifera e mauritiana, 3 em Culex quinquefasciatus pertencentes a subfamília mellifera e nenhuma cópia em Aedes aegypti. Algumas incongruências 13 entre a filogenia dos elementos de transposição e das espécies hospedeiras foram encontradas. Na subfamília irritans pudemos observar dois agrupamentos entre elementos de espécies que pertencem a dois filos diferentes: Anopheles gambiae e Hydra vulgaris (83% de similaridade), Anopheles dirus e Hydra vulgaris (85% de similaridade), e Anopheles gambiae e Hydra magnipapillata (74% de similaridade). Já na subfamília mauritiana pudemos observar um agrupamento dos elementos entre Hydra vulgaris e Drosophila nikananu (92% de similaridade). A alta similaridade entre esses elementos sugere eventos de transmissão horizontal, sendo que é pouco provável que essas sequências tenham sido herdadas por transferência vertical desde o ancestral comum entre essas espécies. Esses eventos podem ser decorrentes da sobreposição ecológica entre as espécies analisadas, com um possível parasita comum entre essas espécies como vetor dessas transferências. Apoio: SESu/ MEC, FAPERGS e CNPq 14 GA07 Haplótipos mitocondriais em populações naturais de Drosophila willistoni da Mata Atlântica do Sul do Brasil Müller, M.J.1,2; Mühlen, C.; Schmitz, H.J.1; Valiati, V.H.2; Valente, V.L.S.1 1 Laboratório de Drosophila, Departamento de Genética, Instituto de Biociências Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS, Porto Alegre, RS, Brasil. 2 Laboratório de Biologia Molecular. PPG-Biologia. Universidade do Vale do Rio dos Sinos UNISINOS, São Leopoldo, RS, Brasil. [email protected] O subgrupo willistoni é composto por seis espécies crípticas com distribuição Neotropical, sendo Drosophila willistoni a de mais ampla distribuição geográfica estendendo-se da Flórida até o norte da Argentina. No sul do Brasil esta espécie ocorre em simpatria com outra do mesmo subgrupo, D. paulistorum. Estas espécies ocorrem com maior frequência no interior de matas preservadas, podendo também ser encontradas em ambientes urbanizados, principalmente D. willistoni. A Mata Atlântica é o bioma brasileiro mais degradado, restando atualmente pouco mais de 7% da cobertura original. As áreas remanescentes formam ilhas de vegetação que servem de refúgios para diversas espécies. Neste cenário de fragmentação é importante avaliar como as linhagens genéticas se distribuem dentro e entre populações. O objetivo deste trabalho é avaliar a variabilidade genética e a distribuição espacial das linhagens mitocondriais de populações naturais da Drosophila willistoni residentes na Mata Atlântica do sul do Brasil. Foram realizadas coletas em seis locais, Osório e Torres – RS, Maracajá e Laguna – SC e Guaratuba e Pontal do Paraná – PR. Para assegurar a identidade dos organismos, foram usados somente machos que tiveram suas terminálias retiradas antes da extração de DNA para posterior confirmação da espécie pela comparação do hipândrio. O DNA de cada indivíduo foi extraído por método não fenólico e amplificado por PCR com primers para um segmento do gene da Citocromo Oxidase subunidade I (COI). Os produtos da PCR foram enviados para purificação e sequenciamento em 3730XL DNA Sequencer. Cada amostra foi sequenciada duas vezes com o primer senso. A qualidade do eletroferograma foi verificada no programa Chromas Pro e a identidade da sequência confirmada pelo algoritmo BlastN no site do GenBank. As sequências foram alinhadas com a ferramenta ClustalW, incorporada ao programa Mega 4, e editadas no programa BioEdit. As sequências consenso foram 15 analisadas com o programa DnaSP para o cálculo da diversidade nucleotídica e haplotípica. O FST e análise da variância molecular (AMOVA) foram calculados no programa Arlequin. Um fragmento de aproximadamente 950 pb da COI foi amplificado pela PCR, sendo recuperados no sequenciamento 823 pb. Entre os 24 indivíduos analisados, até o momento, somente um foi identificado como pertencente a D. paulistorum. Doze haplótipos mitocondriais com 15 sítios polimórficos, todos correspondentes a mutações silenciosas, foram registrados em D. willistoni. O haplótipo 1 foi o mais comum e somente não foi encontrado na população de Laguna SC, onde todos os indivíduos sequenciados compartilham o haplótipo 9. Já o haplótipo 4 foi registrado em Osório-RS e no Pontal do Paraná-PR, extremos da amostragem. Os demais são únicos – um haplótipo por indivíduo - e exclusivos de uma população. A diversidade nucleotídica () foi estimada em 0,00284 0,00040, enquanto que a haplotípica (hd) foi de 0,874 0,052. A AMOVA monstrou que 70,1% da variabilidade genética estariam dentro das populações (FST = 0,29900; P < 0,00000) e 25,35% entre as populações (FSC = 0,05963; P = 0,05963 0,00681). Os valores de FST e o teste exato de distribuição aleatória dos indivíduos entre pares de populações mostraram não haver estruturação populacional, com exceção da população de Laguna-SC em relação as demais (FST ≥ 0,50; P < 0,02). O sequenciamento de novos indivíduos destas populações, bem como a inclusão de amostras de outros locais possibilitará realizar inferências populacionais mais robustas. Apoio Financeiro: CNPq; UFRGS; UNISINOS. 16 GA08 Um drosofilídeo exótico em nossa fauna: o caso da mosca que colonizou as Américas Mendonça, M.P.1; Müller, M.J.1,2; Valente, V.L.S.2; Valiati; V.H.1 1 Laboratório de Biologia Molecular, PPG-Biologia, Universidade do Vale do Rio dos Sinos UNISINOS, São Leopoldo, RS, Brasil. 2 Laboratório de Drosophila, Departamento de Genética, Instituto de Biociências Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS, Porto Alegre, RS, Brasil. [email protected] Há pouco mais de uma década, foi registrada pela primeira vez a ocorrência do drosofilídeo afrotropical Zaprionus indianus no Brasil. Neste mesmo período, tal espécie causou a perda de 50% da safra de figo em Valinhos, São Paulo. A partir daí, houve rápida expansão para outros Estados brasileiros e países vizinhos. Entretanto, a América não foi o único continente colonizado por Z. indianus. Em uma data desconhecida, esta mosca foi introduzida no subcontinente indiano, onde parece ter tido tempo evolutivo suficiente para acumular diferenças genéticas e morfológicas que seguem uma clina latitudinal, o que evidência adaptação local. O gene nuclear period (per), em Drosophila, codifica a proteína PERIOD que determina a ritmicidade biológica dos ciclos circadiano (24h), infradiano (>24h) e ultradiano (<24h), além de afetar o som de corte produzido pelos machos. Uma região de per codifica uma região repetitiva composta por pares alternados dos aminoácidos treonina e glicina (Thr-Gly), a qual possui alta variabilidade em termos do número de repetições na família Drosophilidae e em outros insetos. Para Z. indianus, registramos a ausência da repetição de Thr-Gly e a ocorrência de um polimorfismo upstream à referida região. Neste contexto, o presente trabalho teve como objetivo caracterizar geneticamente, por meio de um fragmento de 289 pb do gene nuclear period, populações de Z. indianus do continente americano e do Velho mundo, a fim de contribuir na elaboração do modelo de colonização do Brasil pela espécie invasora. Entre os 95 indivíduos das 16 populações amostrados, foram identificados sete haplótipos (1_GACCTCAAC, 2_GACCTCAAT, 3_ACCTTCAAC, 4_GACTTCAAC, 5_ GCTTATGGC, 6_ GCCTTCAAC e 7_ ACCTTCAAT). O haplótipo 1 é compartilhado entre as populações uruguaias e a população brasileira de Brasília, enquanto que o 2 está presente em todos os países da América do Sul amostrados (Brasil, Uruguai e Argentina). O 3 está presente tanto no Brasil quanto na Argentina, onde possui elevadas freqüências. Já o haplótipo 4 é compartilhado entre uma população brasileira (Arambaré-RS) e Nova 17 Delhi (Índia). Quanto aos haplótipos 5, 6 e 7, todos são exclusivos de uma das populações. O primeiro é exclusivo da população indiana, estando representado em alta freqüência. Os demais são restritos as populações de Alexandria (Egito) e Belo Horizonte (MG), respectivamente. Os valores de FST e o teste exato de distribuição aleatória dos indivíduos entre pares de populações demonstraram que há estruturação populacional e que, segundo a AMOVA, os maiores percentuais de variabilidade genética estariam entre as populações. Os testes de neutralidade e a Mismatch Distribution descartam a possibilidade de uma expansão demográfica posterior a uma redução populacional, levantando a possibilidade de a colonização ter ocorrido através de fragmentos, por meio de eventos de fundação, e não através de uma onda de expansão contínua. Por fim, tais resultados apontam a existência de variabilidade genética nas atuais populações da América do Sul, a qual só poderia ser sustentada pela entrada de uma população invasora numerosa e geneticamente muito mais polimórfica que se imaginava, ou ainda, por mais de um evento de invasão. Apoio Financeiro: CNPq, UFRGS e UNISINOS. 18 GA09 Polimorfismo encontrado na região promotora do gene tCYP19b em três linhagens de Oreochromis niloticus Nunes, M.D.*1; Tavares, R.A.1; Silva, J.C.1; Almeida, D.B.1; Costa, M.A.P.1; Moreira, C.G.A.1; Bassini, L.N.1; Tuerlinckx, M.1; Vaz, B.S.1; Moreira, H.L.M.2 1 Laboratório de Engenharia Genética Animal – LEGA/CENBIOT/UFPel Campus Universitário, s/nº. 96010-900 - Pelotas, RS.; 2 Professor adjunto do Departamento de Zoologia e Genética /UFPel, chefe do laboratório LEGA/CENBIOT/UFPel, e orientador. Autor correspondente e-mail: [email protected] A Aromatase citocromo P450 (P450arom; CYP19) é um produto do gene CYP19, uma enzima terminal na via de biossíntese de estrogênio e que catalisa a formação de estrogênio em androgênio. A análise da estrutura do promotor de isoformas da aromatase aponta um papel decisivo do CYP19 para a diferenciação sexual de teleósteos. O estrogênio é essencial para o desenvolvimento gonadal e outros diversos processos fisiológicos, que vão desde o crescimento normal ao comportamento reprodutivo. Estudos demonstraram que isoformas de aromatase têm distribuição divergente nos tecidos, na resposta ao estrogênio exógeno e no padrão de expressão durante ontogenia das gônadas. São conhecidos dois tipos de aromatase: cerebral (tCYP19b) e ovariana (tCYP19a). A similaridade na estrutura genética entre tCYP19a e tCYP19b apoiou a sugestão de que esses dois genes da aromatase surgiram a partir de um único gene ancestral no início da evolução dos vertebrados. A aromatase cerebral designada CYP19b/P450aromB/CYP19A2 é expressa em um alto nível no cérebro e é fortemente induzida pelo estrogênio. Apesar deste conhecimento, ainda não se tem compreensão do mecanismo que regula esta expressão diferencial da aromatase por influência da temperatura. Na maioria dos genes os elementos presentes na região regulatória controlam os níveis de expressão. Alguns trabalhos têm apontado que microssatélites presentes na região regulatória influenciam os níveis de expressão. Não há nenhum relato do estudo da variação genética nas regiões promotora das duas variantes gênicas da aromatase e de sua relação com características reprodutivas nas linhagens de tilápia em uso na aquicultura brasileira. Com o objetivo de detectar o polimorfismo da tCYP19b na região promotora utilizamos três linhagens de Oreochromis niloticus, Chitralada e Supreme da Larvicultura Aquabel e a GIFT da Universidade Estadual de Maringá (UEM). Após a extração de DNA as 19 amostras foram submetidas a PCR utilizando os primers desenhados para flanquear uma região de microssatélite. A sequência dos primers obtidos foram: forward 5'ACCATAGATTGGGTGTGGGGA -3' e na outra extremidade o primer reverse 5'ACAAGGAATACCCTGCCTGTGGT -3'. A reação de PCR (Reação em cadeia de polimerase) foi realizada em volume final de 25μl, contendo 50ng de DNA genômico, 0,2mM de cada primer, 1X buffer de PCR [10mM Tris Hcl (pH 9.0), 1,5 mM MgCl e 50 mM KCl], 200mM de cada dNTP e 0,5 U de Taq DNA polimerase. Após confirmação da amplificação as amostras foram submetidas à separação eletroforética utilizando a matriz Spreadex® EL 600 Wide Mini S-2x25 (Elchrom Scientific) para identificação dos alelos. Foi possível constatar que há um polimorfismo na região promotora do gene CYP19b. Foram observados 3 alelos, variando entre 123 a 141 pb. Além disso, estes dados sugerem a utilização deste marcador em um experimento de reversão. Permitindo avaliar se um polimorfismo do tipo microssatélite presente nesta região amplificada, possui alguma relação com a variabilidade observada na resposta à reversão através da temperatura durante a fase de diferenciação sexual em tilápias. 20 GA10 Caracterização da divergência genética intra e interespecífica de espécimes do gênero Akodon do Rio Grande do Sul e suas implicações filogenéticas Zanini, R. 1; Valiati, V.H.1 1 Laboratório de Biologia Molecular, PPG-Biologia, Universidade do Vale do Rio dos Sinos UNISINOS, São Leopoldo, RS, Brasil. [email protected] Akodon é um dos gêneros de sigmodontíneos sul-americanos com maior número de espécies, a mais ampla distribuição geográfica e, atualmente, é composto de 42 espécies. A compreensão da sistemática de Akodon, incluindo o reconhecimento de espécies, tem sido limitada devido a pouca documentação de espécimes e descrição inadequada de características. Existem diversos estudos caracterizando as relações filogenéticas entre roedores sigmodontíneos, sendo elas abrangentes em relação aos gêneros estudados e as localidades de onde são provenientes. Neste contexto, o presente trabalho teve como objetivo caracterizar a divergência genética intra e interespecífica de espécimes do gênero Akodon do Rio Grande do Sul de modo a contribuir com a definição das relações filogenéticas entre eles utilizando o gene da Citocromo oxidase b como marcador molecular. A extração de DNA foi feita utilizando o método orgânico (fenol-clorofórmio/proteinase k). Para a reação de amplificação por PCR foram utilizados os primers descritos por Smith e Patton (1993). As seqüências obtidas foram alinhadas utilizando o software CLUSTAL X. As análises descritivas foram realizadas através do software MEGA 4.0. A análise filogenética, para definir os níveis taxonômicos dos espécimes, foi realizada com quatro métodos: (1) Método geométrico Neighbor Joining (NJ), com o programa MEGA 4.0; (2) Máxima Parcimônia com o programa PAUP 4.0b10; (3) Verossimilhança pelo PAUP 4.0b10 com o modelo proposto no teste Akaike Information Criterion (AIC), executado no programa ModelTest; (4) Análise Bayesiana executada pelo programa MrBayes 3.0b4 de acordo com o modelo proposto pelo programa MrModelTest. Um total de 690 pb foi recuperado no sequenciamento, sendo que 474 pb eram sítios conservados e 216 pb eram sítios variáveis; destes, 157 foram informativos para parcimônia. As análises filogenéticas, realizadas com diferentes métodos, recuperaram a mesma topologia em todas as árvores geradas, tendo valores de bootstrap maiores que 60%. As taxas de substituição nucleotídica variaram entre 0,001 ± 0,001 em A. paranaensis e 0,018 ± 0,007 em A. azarae. As menores distâncias interespecíficas foram encontradas entre 21 A. paranaensis e A. mystax (0,027 ± 0,010) e as maiores entre A. serrensis e A. montensis (0,137 ± 0,028). A. reigi e A. paranaensis apresentaram divergência de 0,063 ± 0,017. As espécies de Akodon do Rio Grande do Sul apresentam as mesmas relações filogenéticas descritas por D'Elia (2003) e Pardiñas (2003) para espécies da América do Sul, suportando a classificação de A. paranaensis e A. reigi como espécies distintas, tendo A. paranaensis como espécie-irmã A. mystax. Apoio Financeiro: CNPq e UNISINOS. 22 GA11 Alternativa para extração de DNA em tilápias Almeida, D.B.1*; Moreira, C.G.A.1; Costa, M.A.P.1; Bassini, L.N.1; Tavares, R.A.1; Silva, J.C.1; Vaz, B.S.1; Nunes, M.D.1; Tuerlinckx, M.;1 Moreira, H.L.M.2 1 Laboratório de Engenharia Genética Animal – LEGA/CENBIOT/UFPel Campus Universitário, s/nº. 96010-900 - Pelotas, RS.; 2 Professor adjunto do Departamento de Zoologia e Genética /UFPel, chefe do laboratório LEGA/CENBIOT/UFPel, e orientador. *Autor correspondente: [email protected] Vários procedimentos para extração de DNA têm sido descritos na literatura. Alguns permitem a extração em diferentes espécies e tecidos, de modo mais laborioso ou simplificado. O importante é sempre buscar DNA de melhor qualidade, facilitando com isso etapas posteriores onde é necessária a utilização de DNA livre de impurezas. Utilizando o Kit Minipreg (Axygen®), desenvolvido para purificação do DNA genômico a partir de tecido sanguíneo, buscou-se testar sua aplicabilidade para extração de DNA em diferentes tecidos de tilápias (Oreochromis niloticus). Foram utilizadas quatro amostras de sangue, nadadeira caudal e músculo de peixes, e duas de sangue de cavalos, como controle positivo. Todas as amostras, com exceção dos cavalos, foram coletadas no Laboratório Experimental de Peixes, localizado no Biotério Central da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Ao final, somente o DNA obtido a partir do sangue de equinos e tilápias alcançou qualidade e quantidade satisfatórias. Como o protocolo foi padronizado pelo fabricante para tecido sanguíneo de mamíferos (somente os leucócitos são nucleados), provavelmente seu desempenho seja resultado de particularidades dos tecidos avaliados. Esse tipo de teste permite que, em casos favoráveis, o mesmo protocolo possa ser executado com diferentes fontes de material biológico, evitando a compra de kits especiais para tecidos específicos, além de ser uma alternativa para otimizar a qualidade do DNA para outros procedimentos. É possível que muitos outros protocolos funcionem adequadamente não somente na espécie em que foram desenvolvidos, como também em outros tecidos. Isso facilitaria a escolha entre os produtos disponíveis no mercado, contornando gastos com tempo e recursos para pesquisa genômica com tilápias, como também para outras espécies de peixes. Apoio: CAPES e CNPq. 23 GA12 Análise filogenômica de elementos transponíveis em 12 genomas de Drosophila Marcos Oliveira de Carvalho1, Élgion Lúcio da Silva Loreto 2 1 Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular; 2 Universidade Federal de Santa Maria, Centro de Ciências Naturais e Exatas, Departamento de Biologia. [email protected] O emprego de genomas completos em estudos evolutivos cria novas perspectivas de análise de fenômenos que outrora seriam dificilmente compreendidos. Como exemplo cita-se a complexa evolução de elementos transponíveis e especificamente a ocorrência de transferência horizontal destas seqüências. Com a finalidade de identificar padrões evolutivos característicos de sequencias de elementos transponíveis em 12 genomas de Drosophila, realizou-se uma análise comparativa entre genes ortólogos e grupos de elementos de transposição de forma inter e intraespecífica. A partir dos grupos de genes ortólogos e grupos de elementos de transposição, foram extraídas váriaveis evolutivas como Ka, Ks, KaKs, distância logdet, distância kimura, valores de viés de códon calculados através dos índices CAI, Enc e Fop, além de váriaveis de composição nucleotídica como GC3 e GC. Foram gerados 66 conjuntos de dados de elementos de transposição e 66 conjuntos de dados para os genes ortólogos, representando todas as possíveis combinações entre dois genomas. Considerando os dados produzidos foi possível testar a hipótese de que elementos de transposição que sofreram transferência horizontal apresentam consistentemente valores de Ks menor que os genes do hospedeiro, tomando-se a variável Ks como um indicador de evolução neutra. Dos 66 conjuntos de dados de elementos de transposição identificou-se possível transferência horizontal entre 16 pares de genomas, com valores significantivos de p para diferença de Ks em favor dos elementos de transposição, usando o teste não-paramétrico de Mann-WhitneyWilcoxon. Realizando o cruzamento dos valores de Ks significantes para transferência horizontal foi possível observar que tais casos também apresentam-se como os mais conservados dentro do conjunto de dados de transposons. Dessa forma é possível depreender que a transferência horizontal de elementos de transposição é um fenômeno presente, agindo como um dos mecanismos de manutenção de elementos transponíveis em espécies do gênero Drosophila. 24 GA13 Estudo genético de duas populações de Odontesthes bonariensis através de marcadores microssatélites. 1 Tavares, R.A. ; Nunes, M.D.2; Silva, J.C.2; Almeida, D.B.1; Costa, M.A.P.1; Moreira, C.G.A.3; Vaz, B.S.4; Moreira, H.L.M.5 1 Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel, UFPel, Pelotas-RS. 2 Mestrando do Programa de Pós Graduação em Zootecnia, Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel, UFPel, Pelotas-RS. 3 Doutorando do Programa de Genética e Biologia Molecular – UFRGS, Porto Alegre-RS. 4 Pós-doutorando do Programa de Pós graduação em Biecnologia, UFPel, Pelotas –RS. 5 Professor adjunto do Departamento de Zoologia e Genética, Instituto de Biologia, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas-RS, Brasil. [email protected] Foram identificadas a divergência e a variabilidade genética de duas populações de peixe-rei (Brasil e Argentina), através do polimorfismo de seis marcadores microssatélites. Oitenta e cinco (85) animais de duas populações de peixe-rei, 40 animais coletados na lagoa de Chascomus, localizado na Província de Buenos Aires, Argentina e 45 animais coletados na barragem do Chasqueiro localizado no município de Arroio Grande, estado do Rio Grande do Sul, Brasil. O material coletado foi de fragmentos de músculo e nadadeira caudal, sendo armazenados em etanol 95% e preservados a -20ºC. Foram testados 3 protocolos diferentes para extração de DNA: 1) Fenol – Clorofórmio; 2) Cloreto de Sódio e 3) Acetato de Amônia (Cloreto de Sódio modificado). Seis loci de microssatélites foram analisados através das frequências alélicas, heterozigosidade observada, diversidade gênica esperada segundo o equilíbrio de Hardy-Weinberg, número de alelos por locus, porcentagem de loci polimórficos e índice de fixação de Wright. Os resultados mostram que os microssatélites analisados apresentaram alto polimorfismo. Os números de alelos variaram de 4 a 15. Para todas as amostras foi obtido um total de 49 alelos, com uma média de 8,16 alelos por locus. O valor de Fst entre as duas populações foi de 0,1303, ou seja, as populações apresentam moderada diferenciação genética (P<0,05). Foi concluído que através do alto polimorfismo analisado nos seis loci de microssatélites, estes fornecem uma ferramenta eficiente para estudo da variação genética de O. bonariensis e a diferenciação genética significante nas populações analisadas pode fornecer a base para futuros programas de melhoramento genético. 25 GA14 Mutação na região regulatória do gene KIT associado com a pelagem tobiana na raça Crioula 1,7 Moreira, C.G.A. ; Freitas, T.R.O.2; Costa, M.A.P.3; Almeida, D.B.3; Nunes, M.D.4; Silva, J.C.4; Bassini, L.N.4; Santos Junior, A.G.5; Moreira, H.L.M.6 1 Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular, UFRGS; 2Departamento de 3 Genética da Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, UFPel; 4 Laboratório de Engenharia Genética Animal, UFPel; 5 Laboratório de Bacteriologia, Cenbiot, 6 Departamento de Zoologia e Genética, UFPel; 7 Autor correspondente: [email protected] A raça Crioula eqüina já se consolida com uma importante atividade pecuária e vem crescendo ano a ano, segundo dados da Asssociação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC). O cavalo crioulo criado no Brasil possui uma grande variedade de pelagem, as quais são classificadas em 55 subdivisões, sendo 19 de capa/pelagem, 18 tonalidade/variações e 18 particularidades. Muitas destas variações não possuem equivalentes em classificações internacionais, mostrando, portanto aspectos regionais da própria criação e desenvolvimento desta raça no Brasil. Entre as pelagens aceitas para fins de registro na raça Crioula podem ser citadas a tobiana, overa e Sabino-1, as quais são classificadas como pelagens manchadas. Estas pelagens ocorrem não por alterações dos pigmentos básicos, mas sim pela ausência dos pigmentos em determinadas áreas do corpo do animal. Algumas destas pelagens manchadas estão relacionadas com o gene KIT. O gene KIT codifica o receptor do fator de crescimento celular mast (mastócitos), o qual é um membro da família de receptores da tirosina quinase subclasse III. Uma mutação na região regulatória do gene KIT causada por uma inversão cromossomal mostrou associação com a pelagem tobiana em diversas raças eqüinas. Para verificar se esta mutação é a mesma que controla a pelagem tobiana na raça Crioula foram coletadas 130 amostras de sangue de animais registrados na ABCCC. Das 130 amostras coletadas 12 eram tobianas, as quais incluíam as variações: colorada, cebruna, negra, rosilha, gateada e lobuna. As extrações de DNA foram realizadas utilizando o Kit Blood Genomic DNA Miniprep de acordo com as instruções do fabricante (Axygen Bioscience,USA). A qualidade da extração foi checada em gel de agarose 0,7%, corado com Gelgreen (Biotium, USA) e visualizado em transluminador de luz branca (Clare chemical, USA). Foram utilizados os seguintes primers: ECA3F: 5‟-TGATAGATCAGTGTAGACGTAGTGTGACAGA 26 GAC-3‟, ECA3R: 5‟-AACAGCTACTCCCACTCTAGCATAGGTTC-3 e ECA3R2: 5‟-TTC ACCACAGAGTATCCAATTATGTCTTTCACATAATGC-3‟. Após a amplificação os produtos de PCR foram checados em gel de agarose 1,5% corados com Gelgreen. Todas as amostras tobianas avaliadas apresentaram associação com inversão cromossomal. Nenhum dos animais testados foi homozigota para a inversão. O teste empregado neste trabalho pode ser utilizado para identificação de animais heterozigotos portadores da inversão cromossomal associada com a pelagem tobiana na raça Crioula. Apoio: CNPq. 27 GA15 Filogeografia de Zygothrica vittimaculosa no sul do Brasil Fonseca, P.1; Loreto, E.L.S.2; Robe, L.J.2 1 Graduação em Ciências Biológicas, Universidade Federal de Santa Maria 2 Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade Animal, Universidade Federal de Santa Maria [email protected] O gênero Zygothrica abrange atualmente um total de 124 espécies descritas, a maior parte das quais essencialmente micófagas e/ou antófilas. No Brasil foram identificadas, até o momento, 54 espécies pertencentes a este gênero. Entretanto, a despeito de toda esta diversidade, vários aspectos ecológicos e evolutivos acerca destas espécies ainda são desconhecidos. Zygothrica vittimaculosa, por exemplo, apresenta registros de ocorrência para o Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo, apresentando um gap considerável em sua distribuição. Esta espécie pode ser considerada um organismo-modelo ideal para a investigação dos fatores ecológicos e evolutivos que oportunizaram a diversificação de drosofilídeos em associação a fungos e flores, já que apresenta adaptações úteis à exploração de ambos os nichos. Neste sentido, o presente trabalho visa auxiliar na compreensão da estruturação de populações de Z. vittimaculosa ao longo da região sul do Brasil, buscando avaliar os padrões evolutivos associados à radiação desta espécie junto à região Neotropical. Para tanto, indivíduos desta espécie vem sendo coletados em inflorescências de Cestrum parquii e C. calycinum (família Solanaceae) encontrados em diferentes pontos do estado do Rio Grande do Sul. Cada indivíduo tem, então, seu haplótipo avaliado com base nas sequências de dois genes mitocondriais, codificadores das subunidades I e II da citocromo oxidase (COI e COII, respectivamente). Até o momento, foram analisadas as sequências de aproximadamente 14 indivíduos coletados nos municípios de Santa Maria, Porto Alegre, Horizontina e Santo Cristo. Neste caso, foi possível evidenciar a existência de baixos níveis de estruturação entre populações, que apresentam amplos níveis de compartilhamento de um haplótipo principal. Entretanto, na população de Porto Alegre dois haplótipos bastante diferenciados foram encontrados em espécimes obtidos a partir de inflorescências de um único indivíduo de C. parquii, o que levanta a hipótese de que duas espécies simpátricas possam estar sendo amostradas. A continuidade do trabalho, associada à realização de uma análise morfológica dos espécimes coletados deverá auxiliar no esclarecimento desta e de outras questões relacionadas à evolução de Z. 28 vittimaculosa). Novos indivíduos serão coletados em corpos de frutificação de fungos e serão amostrados. Apoio: CAPES e CNPq. 29 GH01 Frequência do HPV em Mulheres Assintomáticas para Lesões do Colo Uterino Michelotti, A.¹; Ritzel, G.2; Loreto, V.2; Scheffel, E.S.2; Rodrigues, M.N.¹; Brites, P.C.² ¹ Acadêmicas do curso de Biologia da ULBRA Campus Cachoeira do Sul; 2 Acadêmicos do curso de Biomedicina da ULBRA Campus Cachoeira do Sul; 3 Professora do curso de Biologia da ULBRA Campus Cachoeira do Sul. E-mail: [email protected]; [email protected] Os papilomavírus humanos (VPH) ou HPV (do inglês Human Papilomavírus) são vírus da família Papovaviridae, que infectam os queratinócitos da pela e mucosas e são capazes de induzir lesões, afetando tanto homens quanto mulheres. Sendo a infecção genital feminina um dos fatores de risco para o câncer de colo uterino, doença que mata cerca de quatro mil mulheres anualmente no Brasil. O exame de rastreio para o diagnóstico das alterações causadas pelo HPV é o citopatológico ou Papanicolaou. Mas uma das formas de prevenir a ocorrência de lesões malignas é o diagnóstico prévio da infecção pelos tipos de alto-risco. Esses podem ser realizados por testes de biologia molecular, como PCR, RT-PCR e captura híbrida, que são técnicas que detectam o genoma do vírus, ou a expressão dos seus genes. O objetivo desse trabalho foi determinar a frequência do HPV em mulheres assintomáticas para lesões de colo uterino. Foram avaliadas mulheres que procuraram espontaneamente a Unidade Sanitária 01 do município de Cachoeira do Sul. Foram coletadas 25 amostras de mulheres sem história de infecção por HPV, sexualmente ativas e com exame ginecológico normal. Para a investigação do HPV foram coletadas amostras cervicais utilizando escova ginecológica. As amostras formam transportadas para o laboratório em solução salina. Para a extração do DNA foi utilizado extração com NaCl, lise com TES (Tris HCl 10mM pH 7,6; EDTA 1mM; SDS 0,6%) e 5μl de proteinase K (10mg/ml), extração com NaCl saturado (6 M) e precipitação do DNA com etanol. As amostras foram quantificadas em espectrofotômetro. Foi realizada a PCR utilizando primers para o gene beta-globina humana, para verificar a qualidade das amostras extraídas. Para a análise do HPV foi amplificada a região L1 do genoma do HPV, denominado MY09/ My11. Os produtos da PCR foram analisados através de eletroforese em gel de agarose 2%. Das 25 mulheres investigadas nenhuma apresentou lesão para o colo uterino através do exame citopatológico, dessas foi verificada a presença do HPV em 01 amostra, através da PCR, representando 4%. Dessa forma, foi possível concluir que nessa amostragem a frequência de HPV foi baixa comparada a outras populações investigadas em outros estudos. 30 GM01 Isolamento e caracterização molecular de Pythium insidiosum oriundos de amostras ambientais Azevedo, M.I.1*; Mahl, C.D.1; Weiblen, C.1; Jesus, F.P.K.1; Costa, M.M.2; Pereira, D.I.B.3; Botton, S.A.4; Alves, S.H.1; Santurio, J.M.1. 1 Laboratório de Pesquisas Micológicas (LAPEMI), Departamento de Microbiologia e Parasitologia, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM); 2 Laboratório de Microbiologia e Imunologia Animal, Fundação Universidade Federal do Vale do São Francisco, PE; 3 Instituto de Biologia, Universidade Federal de Pelotas (UFPel), RS; 4 Departamento de Medicina Veterinária Preventiva, Centro de Ciências Rurais, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), RS. [email protected] A pitiose é uma enfermidade emergente causada pelo oomiceto aquático Pythium insidiosum. As condições ambientais são fundamentais para o desenvolvimento do P. insidiosum em seu ecossistema. São necessárias temperaturas entre 30ºC e 40ºC e regiões alagadiças para que ocorra a produção de zoósporos, já que seu ciclo é realizado em ambiente aquático. O objetivo deste trabalho foi o isolamento ambiental de P. insidiosum, a partir de amostras de água coletadas em lagoas e banhados na cidade de Petrolina/PE, bem como realizar a sua caracterização molecular. Realizouse 15 coletas de águas no município de Petrolina durante os meses de março a maio de 2009 (período de maior precipitação pluviométrica), onde ocorre o acúmulo de água e a formação de banhados. As amostras foram coletadas em frascos Erlenmayer e encaminhas ao Laboratório de Microbiologia e Imunologia/UNIVASF. Em cada frasco foi colocada 50g de crinas de cavalo estéril, sendo incubado a 37°C/24h. Após a incubação as crinas foram passadas para placas com o meio de cultura VP3 sendo estas incubadas a 37°C/5dias. As colônias que apresentavam características de P. insidiosum foram repicadas para tubos contendo meio Mínimo e incubadas a 37°C/5 dias. Pequenos fragmentos da colônias foram transferidas para 150 ml de caldo de Sabouraud e colocados no Shaker a 37°C/120rpm/6 dias. Após o crescimento, a cultura foi retirada e congelada em nitrogênio líquido por 24h, seguindo para a extração de DNA através da metodologia CTAB, fenol e clorofórmio: álcool isoamílico. O pellet de DNA foi ressuspendido em TE e mantido a -20ºC para as análises moleculares. Para a caracterização molecular foram realizadas duas reações de PCR: no 1° round de amplificação foram utilizados os primers ITS1 31 (5‟TCCGTAGGTGAACCTGCGG3‟) e ITS4 (5‟TCCTCCGCTTATTGATATGC3‟), nas temperaturas: 95°C/3‟, 95°C/30”, 57ºC/30”, 72ºC com 40 ciclos de amplificação, seguidos de 72ºC/10‟. No 2º round foram utilizados os primers específicos para P. insidiosum, PI-1 (5‟TCCGTCGAAGCGGACTGCT3‟) (5‟GCCGTACAACCCGAGAGTCATA3‟), e e as seguintes temperaturas: PI-2 94°C/3‟, 94°C/30”, 65ºC/30”, 72ºC com 28 ciclos de amplificação e 72ºC/10‟. Os produtos foram verificados em gel de agarose a 1% sob luz UV e fotodocumentados. Das 15 amostras analisadas, 05 foram selecionadas pelas características macroscópicas como sendo P. insidiosum. Das selecionadas, 03 foram confirmadas pela técnica de PCR como isolados ambientais de P. insidiosum. A análise molecular de P. insidiosum isolados de fontes de águas naturais são importantes em estudos da evolução da diversidade dos microorganismos eucariotos, bem como pode auxiliar no diagnóstico e na prevenção da pitiose de pessoas e animais que mantém contato com águas potencialmente contaminadas. 32 GM02 Padronização da extração de DNA de Fusarium spp para técnicas de PCR Mahl, C.D.1; Jesus, F.K.1; Azevedo, M.I.1; Santurio, J.M.1; Alves, S.H.1; Botton, S.A.2; Pereira, D.B.3 1 Laboratório de Pesquisas Micológicas - LAPEMI/UFSM 2 Departamento de Medicina Veterinária Preventiva – UFSM 3 Professora Adjunta do curso de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Pelotas O gênero Fusarium compreende uma grande quantidade de espécies pertencentes a família Moniliaceae. Produzem infecções no homem, especialmente em pacientes imunodeprimidos. Sendo essa uma doença oportunista, exige um diagnóstico molecular rápido e preciso como a reação da polimerase em cadeia (PCR), assim a qualidade do DNA extraído do isolado torna-se relevante. Este trabalho teve por objetivo obter preparações de DNA de Fusarium spp em quantidade e qualidade satisfatórias para reações de PCR. As amostras utilizadas de Fusarium spp oriundas da Micoteca/LAPEMI, foram cultivadas em caldo YM por 48 horas, sob rotação de 120rpm/37°C. Após o crescimento as culturas foram armazenadas a -20º overnight e liofilizadas. O DNA de uma parte das amostras foi extraído pelo método sugerido por SUGITA et al. (2001), baseado na extração fenólica. Outra parte das amostras foi submetida a extração com CTAB 10% e NaCl 5N a 65ºC/45‟, seguida de extração fenólica e tratamento com RNaseA 10mg/ml a 37ºC/30‟. O DNA obtido foi ressuspenso em 50 µl de tampão TE estéril e posteriormente visualizadas sob luz UV em gel de agarose. A quantificação dos ácidos nucléicos foi realizada por comparação utilizando o marcador de peso molecular com quantidades predeterminadas (Ladder 100 pb da Ludwig®/CBiot/UFRGS). Nas amostras extraídas pela metodologia do CTAB observose a formação de uma banda de DNA em quantidade e qualidade satisfatória, sem interferentes como RNA. A padronização da técnica de extração de DNA de Fusarium sp disponibiliza uma molécula de alta qualidade, fundamental para um diagnóstico molecular posterior. 33 GM03 Análise filogenética de isolados brasileiros de Pythium insidiosum Botton, S.A.1*; Costa, M.M.2; Pereira, D.I.B.3; Azevedo, M.I.4; Mahl, C.D.4; Weiblen, C.4; Jesus, F.P.K.4; Alves, S.H.4; Santurio, J.M.4 1 Departamento de Medicina Veterinária Preventiva, Centro de Ciências Rurais, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), RS; 2 Laboratório de Microbiologia e Imunologia Animal, Fundação Universidade Federal do Vale do São Francisco, PE; 3 Instituto de Biologia, Universidade Federal de Pelotas (UFPel), RS; 4 Laboratório de Pesquisas Micológicas (LAPEMI), Departamento de Microbiologia e Parasitologia, Centro de Ciências da Saúde, UFSM. *E-mail para contato: [email protected] P. insidiosum é um oomiceto aquático causador de uma enfermidade fatal, denominada pitiose em animais e humanos. Estudos têm destacado a variabilidade genética dos isolados em relação à região intergênica (ITS – Intergenic Transcribed Spacer) do gene que codifica o RNA ribossomal (rDNA). Atualmente três Clusters (grupos filogenéticos), baseados no região ITS, foram identificados, sendo: Cluster I referente aos isolados das Américas, Cluster II incluindo os isolados da Austrália e Sudeste da Ásia e o Cluster III contendo os isolados humanos da Tailândia. Nesta pesquisa caracterizou-se isolados brasileiros de P. insidiosum obtidos de lesões clínicas de humanos e animais. Os isolados foram confirmados como P. insidiosum por métodos micológicos convencionais, bem como pela PCR para região ITS1 espécie-específica. Para a caracterização filogenética, o DNA do microrganismo foi extraído com tampão contendo CTAB, e submetido à PCR para região intergênica do rRNA. Os produtos amplificados da região ITS1, 5.8s rRNA e ITS2 de aproximadamente 800-900 pares de bases foram submetidos ao seqüenciamento de DNA. Como controle, foi amplificada e seqüenciada a cepa de P. insidiosum ATCC 58637 e a cepa brasileira CBS 101155. As seqüências obtidas foram comparadas com outras seqüências de amostras de P. insidiosum depositadas no GenBank (http://www.ncbi.nlm.nih.gov). Todos os isolados incluídos neste estudo apresentaram uma alta homologia. As amostras estudadas são procedentes de estados brasileiros distintos, sobretudo incluindo isolados do Rio Grande do Sul, São Paulo e do Mato Grosso do Sul. Apesar de não terem sido isoladas da mesma região geográfica, é possível que todas compartilhem um ancestral comum. A análise de outros isolados brasileiros está sendo realizada, visando a confirmação dos resultados e a ampliação 34 do estudo filogenético. Após a comparação das seqüências da região ITS do rDNA (ITS1, 5.8s rRNA e ITS2), os isolados mostraram um perfil filogenético compatível ao Cluster I, onde estão inseridos os isolados originários das Américas. Desta forma, a caracterização da região intergênica do rDNA de P. insidiosum é uma ferramenta necessária à identificação e filogenia, subsidiando ao diagnóstico da infecção, bem como em investigações epidemiológicas da pitiose. 35 GM04 Identificação molecular de Malassezia pachydermatis isolada da pele de cães e gatos Jesus, F.P.K.1*; Azevedo, M.I.1; Mahl, C.D.1; Pereira, D.I.B.2; Botton, S.A.3; Alves, S.H.1; Santurio, J.M.1 1 Laboratório de Pesquisas Micológicas (LAPEMI), Departamento de Microbiologia e Parasitologia, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). 2 Instituto de Biologia, Universidade Federal de Pelotas (UFPel), RS. 3 Departamento de Medicina Veterinária Preventiva, Centro de Ciências Rurais, (UFSM), RS. * E-mail para contato: [email protected] As técnicas moleculares de identificação têm sido empregadas para pesquisa e diagnóstico de importantes agentes infecciosos. Diversas leveduras podem se tornar patógenos em humanos, principalmente em pacientes imunodeprimidos. Este trabalho teve como objetivo principal a identificação molecular da levedura Malassezia pachydermatis proveniente de raspados cutâneos de caninos e felinos pela técnica de nested-PCR. Amostras de leveduras provenientes de casos clínicos de dermatite e/ou otite foram cultivadas em ágar Sabouraud com cloranfenicol, a 37°C/24-48h. Para extração de DNA, foi utilizado o CTAB seguido de extração fenólica. Para a 1ª reação de PCR foram utilizados os primers específicos: ITS1 e ITS4-R e para a 2ª reação: Mpa-F e 58S-R (Sugita et al., 2001), ambos pares de primers amplificam a região intergênica, ITS (Intergenic Transcribed Spacer) do gene que codifica o RNA ribossomal (rDNA). Para as reações de PCR foram utilizados um volume de 25 µl final da reação, sendo: 1X do tampão da DNA polimerase, 200 mM de cada dNTP, 5 mM MgCl2, 30 pmol de cada primer, ~50 ng do DNA molde, 2,5 U da enzima DNA polimerase. Ambas as amplificações seguiram as seguintes condições: 94°C/3‟, 30 ciclos a 94°C/30”, 62°C/1‟, 72°C/40” e 72°C/10”. Os produtos foram verificados em gel de agarose a 1% corados com brometo de etídio e visualizados sob luz ultravioleta. Na 1ª reação foi obtido um fragmento de ~700 pares de bases (pb) da região ITS incluindo a região ITS1, 5.8s e ITS2. Na 2ª reação o fragmento amplificado corresponde a 220 bp da região ITS-1. O fragmento amplificado na 1ª reação foi enviado ao seqüenciamento, confirmando o produto gerado como M. pachydermatis. A padronização da técnica de nested-PCR disponibiliza uma ferramenta bastante útil para o diagnóstico de M. pachydermatis, pois além de ser bastante específica, sensível é mais rápida que a cultura microbiológica comumente empregada na rotina de diagnóstico desta levedura. 36 GV01 Inferência filogenética do gênero Cunila D. Royen ex L. (Lamiaceae) baseada nas sequências ITS rDNA e trnL-L-F Gustavo Agostini1*; Sergio Echeverrigaray3; Tatiana T Souza-Chies1,2 1 Programa de Pós-Graduação em Botânica, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brazil; 2 Departamento de Botânica, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brazil. 3 Instituto de Biotecnologia, Universidade de Caxias do Sul, Caxias do Sul, RS, Brazil. *Coordenador: [email protected] As espécies do gênero Cunila D. Royen ex L. (Lamiaceae; tribo Mentheae) possuem propriedades aromáticas e medicinais em seu óleo essencial, sendo comumente utilizadas na medicina popular. Este gênero apresenta dois centros de distribuição, um na América do Norte e outro na região sul da América do Sul. As espécies SulAmericanas estão divididas em três seções botânicas: Incanae, Incisae e Spicatae. O objetivo do presente trabalho foi testar a monofilia dos grupos Sul e Norte-Americanos e a sustentação genética das seções Sul-Americanas. Este trabalho foi o primeiro a adotar uma abordagem filogenética para estudar as relações genéticas entre as espécies Sul e Norte-Americanas. Para isso foram amostradas 17 das 20 espécies de Cunila, sendo, 10 espécies Sul-Americanas e 7 espécies Norte-Americanas (totalizando 29 indivíduos). Para testar a monofilia do gênero, outros 29 gêneros representantes da tribo Mentheae foram amostrados (54 indivíduos). Os resultados obtidos neste trabalho, baseados no sequenciamento da região nuclear ITS rDNA e da região plastidial trnL-L-F, não corroboraram a classificação morfológica tradicional. Os dados baseados em métodos de parcimônia, máxima verossimilhança e distância (Neighbor-Joining), bem como a análise Bayesiana apontam para um estado polifilético do gênero, sendo este, dividido em três grupos: 1) Grupo Mexicano; 2) Grupo Sul-Americano I (Subarbustos – seção Spicatae) e; 3) Grupo Sul-Americano II (Arbustos – seções Incisae e Incanae). A espécie Norte-Americana Cunila origanoides apresentou diferentes posicionamentos durante as diversas análises, sendo necessária uma amostragem maior desta espécie para definir seu posicionamento dentro da tribo Mentheae. 37 GV02 Baixa variabilidade genética como uma característica evolutiva da espécie Petunia exserta (Solanaceae) Segatto, A.L.A.1; Fagundes, N.J.R.1; Lorenz-Lemke, A.P.2; Bonatto, S.3; Kuhlemeier, C.4; Freitas, L.B.1 1 Departamento de Genética, UFRGS; 2 Departamento de Biologia, UFMS; 3 Laboratório de Biologia Genômica e Molecular, PUCRS; 4 Institute of Plant Science, UniBe. [email protected] O gênero Petunia, conhecido mundialmente através do hibrido cultivado, é exclusivamente sul-americano. A diversificação desse gênero deve ter se dado principalmente através da radiação adaptativa das síndromes florais e isolamento geográfico, uma vez que não existem barreiras morfológicas ao cruzamento entre as diferentes espécies. Essa característica e a diversificação recente fazem do gênero Petunia atraente para estudos evolutivos. Petunia exserta é considerada endêmica da Serra do Sudeste (Bioma Pampa) no Rio Grande do Sul onde é encontrada em reentrâncias semelhantes a cavernas em grandes rochas areníticas. Esse habitat é considerado muito restrito e inóspito para as outras espécies do gênero. Apesar do hábitat preferencial diferenciado, onde as espécies P. exserta e Petunia axillaris ocorrem em simpatria, são encontrados indivíduos classificados morfologicamente como híbridos entre essas espécies. Tendo em vista esse fenômeno, o objetivo desse trabalho é avaliar a variabilidade genética dentro e entre populações de P. exserta com o uso de marcadores plastidiais. Os indivíduos classificados como híbridos através de marcadores nucleares CAPS (cleaved amplified polymorphic sequences) foram retirados da análise. Assim, foram analisados 197 indivíduos pertencentes a 27 populações (cavernas). Para a amplificação dos espaçadores intergênicos plastidiais trnS/trnG e trnH/psbA foram utilizados primers universais descritos na literatura. Após a amplificação os fragmentos foram sequenciados em equipamento automático e as sequências obtidas foram alinhadas manualmente. Os eventos de inserção e deleção e dados faltantes foram removidos do alinhamento concatenado por se tratarem de caracteres de aparentemente rápida evolução. Os diferentes haplótipos foram detectados através programa DnaSP 4.10.9 e as suas relações evolutivas foram inferidas pelo método Median Joining Network, no programa Network 4.5, com a construção de uma rede de haplótipos. A diferenciação genética entre as populações 38 foi estimada através da Análise de Variância Molecular (AMOVA) realizada com o programa Arlequin 3.11. Para inferir possíveis eventos de expansão ou redução populacional foram realizados os testes de neutralidade D de Tajima e Fs de Fu. A network obtida a partir dessas sequências apresenta uma estrutura onde os haplótipos derivados são relativamente frequentes. Esse resultado pode ser interpretado como um indício de estruturação e subdivisão populacional. Com o cálculo da AMOVA observou-se que 99,26% da variação encontrada nas sequências corresponde à variação entre os indivíduos encontrados em cavernas diferentes. Os testes de neutralidade não foram significativos, mas resultaram em valores positivos, o que pode ser interpretado como mais um indício de subdivisão populacional. P. exserta é uma espécie que apresenta como característica evolutiva a baixa variabilidade genética e presumível alto índice de endocruzamento, provavelmente devido ao seu modo de vida. Como a herança plastidial em Petunia é materna, este padrão possivelmente também está relacionado com ausência de dispersão de sementes a longas distâncias. Contudo, essa espécie necessita da preservação do seu habitat restrito para sua manutenção. A Serra do Sudeste, além de P. exserta, abriga muitas outras espécies endêmicas e é uma região onde ações para a preservação da biodiversidade são de extrema importância. 39 GV03 Genotoxicidade de Eugenia uniflora sobre o ciclo celular de Allium cepa Kuhn, A.W.1; Tedesco, M.¹; Dorow, T.S.C.²; Tedesco, S.B.². 1 Acadêmicas em Ciências Biológicas, UFSM, RS, 2 Professores do Departamento de Biologia, CCNE, UFSM, RS. [email protected] A espécie Eugenia uniflora L. é conhecida popularmente como pitangueira e pertence a família Myrtaceae. Essa espécie é nativa da Mata Atlântica brasileira, sendo encontrada desde a região central do Brasil até o Rio Grande do Sul, em áreas de clima subtropical. As folhas de pitangueira são utilizadas para preparação de infusões pela população em geral, tendo em vista o tratamento de febre, doenças estomacais, hipertensão, obesidade, reumatismo, bronquite, doenças cardiovasculares e reidratação nos casos de diarréia. Tem ação antioxidante, calmante, antiinflamatória e diurética. O objetivo foi avaliar a genotoxicidade de extrato aquoso das folhas de pitangueira em uma concentração de 8 g/L, através do sistema teste “in vivo” de Allium cepa. Foram coletadas as folhas de 01 população de pitangueira no município de Santa Maria, RS, identificadas e colocadas para secagem a temperatura ambiente. O extrato aquoso foi preparado por infusão na concentração de 8 g/L e comparado com o controle em água. Para montagem do experimento foram utilizados 2 grupos de 3 bulbos de cebola para enraizar em água. Após a emissão de raízes, um grupo permaneceu como controle e o outro foi transferido para o extrato aquoso de pitangueira por 24 horas. Então, coletadas as radículas que permaneceram em etanol:ácido acético (3:1) por 24 horas e mantidas em etanol 70% sob refrigeração, até o preparo das lâminas. Foi realizada a contagem de 1500 células por grupo de bulbos, observando-se aberrações cromossômicas estruturais, bem como a inibição da divisão celular. Os valores do índice mitótico (IM) foram calculados e analisados estatisticamente pelo Teste 2 (p=0.05). Os resultados obtidos mostraram IM= 7,4% para o controle em água destilada e IM= 0,93% para o extrato aquoso de pitangueira, indicando inibição da divisão celular. O aparecimento de alterações como quebras cromossômicas em metáfases indica atividade genotóxica. Apoio: FIPE. 40 GV04 A qualidade sanitária de sementes de canafístula (Peltophorum dubium (Spreng.) Taub.]) como critério de seleção de lotes para emprego na pesquisa em cultura de tecidos 1 Gomes, L. ; Curti, A.R.1; Reiniger, L.R.S.1; Muniz, M.F.B.1; Somavilla, I.1; Golle, D.P.1; Léon, E.B.1; Navroski, M.C.1; Paim, A.F.1; Deprá, M.1; Santiago, G.1; Pereira, M.1 1 Universidade Federal de Santa Maria. [email protected] A canafístula [Peltophorum dubium (Spreng.) Taub.] é uma espécie arbórea pioneira em áreas abertas, em capoeiras e em matas degradadas. Sua madeira é utilizada na construção civil em vigas, caibros, ripas, marcos de portas, janelas e assoalhos. Estudos relacionados à propagação in vitro desta espécie podem contribuir para esforços de conservação de germoplasma ex situ, além de constituir um pré-requisito para estudos de transformação genética. Considerando-se que a associação de microrganismos fúngicos, patogênicos ou não, às sementes pode comprometer a qualidade fisiológica desses propágulos, o presente trabalho teve como objetivo avaliar a qualidade sanitária de quatro lotes de sementes de canafístula visando a seleção do melhor lote para emprego posterior na cultura de tecidos. As sementes foram adquiridas da Fundação de Pesquisa Agropecuária-FEPAGRO/Florestas, sendo provenientes dos lotes produzidos em 2004, 2005, 2006 e 2009, sob conservação em câmara fria. Nas análises de sanidade foram utilizadas oito repetições com 25 sementes em delineamento inteiramente casualizado. As sementes foram acondicionadas em caixas tipo “gerbox”, previamente desinfestadas com solução de hipoclorito de sódio a 2,5% e de etanol a 70%, e esterilizadas por 30 minutos em luz ultravioleta para reduzir contaminações não provenientes das sementes. Foram utilizadas quatro folhas de papel filtro previamente autoclavadas por 45 minutos sob 120ºC e 1 atm e, após, umedecidas com água destilada e autoclavada. Após a inoculação das sementes, as caixas foram mantidas em câmara de crescimento com temperatura de 25±3ºC e fotoperíodo de 16 h. A avaliação da sanidade foi realizada aos sete dias, sendo identificados os gêneros fúngicos através da observação das sementes em microscópio estereoscópio e microscópio ótico. No lote de 2004 predominaram os gêneros Aspergillus (41%) e Penicillium (18,8%), enquanto naqueles de 2005 e 2006 foram Fusarium (29,6% e 35,9% respectivamente), Penicillium (26,8% 41 e 24,1%) e Aspergillus (19,6% e 9,8%). Já no lote de 2009, foi observada a ocorrência de Alternaria (71,4%), Penicillium (30,3%), Aspergillus (29,6%) e Fusarium (29,5%). Os resultados obtidos sugerem a superioridade dos lotes de 2005 e de 2006, com percentuais relativamente mais baixos de cada gênero fúngico observado em comparação com os lotes produzidos em 2004 e 2009. 42 GV05 Análise da viabilidade polínica de Sida rhombifolia L. (Guanxuma) Malvaceae Frescura, V.D.S.1,2; Tedesco, S.B.1,2 1 Laboratório de Citogenética Vegetal e Genotoxicidade – Departamento de Biologia, Centro de Ciências Naturais e Exatas, Universidade Federal de Santa Maria. 2 PPG Agrobiologia, Universidade Federal de Santa Maria. [email protected] A espécie medicinal Sida rhombifolia L, de porte herbáceo ou subarbustivo, pertencente a Família Malvaceae, é popularmente conhecida como guanxuma, vassoura-do-campo, vassourinha, malva e vassourinha-relógio. Suas características botânicas incluem folhas simples, pecioladas e membranáceas, flores amarelas axilares, solitárias ou em pequenos grupos, frutos esquizocarpos arredondados de 4 a 5 mm de diâmetro contendo 10 a 14 pequenas sementes reniformes (1.25 a 2 mm de diâmetro) de coloração marrom escura. Faz parte da biodiversidade brasileira, é amplamente empregada na medicina popular, como emoliente, tônica, estomáquica, febrífuga, calmante e anti-hemorroidal, para tratamento de diarréia, reumatismo e com ação antiinflamatória, embora a eficácia e segurança de seu uso não tenham sido ainda comprovadas cientificamente. Estudos preliminares indicaram dificuldade nos trabalhos necessários relacionados à propagação e preservação dessa espécie. Devido ao importante valor medicinal dessa espécie, o presente estudo teve como objetivo realizar a estimativa da viabilidade polínica de uma população de Sida rhombifolia L do município de Santa Maria, RS. Foram coletadas amostras de botões florais de guanxuma e feita a fixação dos mesmos em etanol-ácido acético (3:1) a temperatura ambiente por 24 horas. Posteriormente, o material foi transferido para etanol 70% e mantido sob refrigeração até o uso. O preparo das lâminas foi realizado pela técnica de esmagamento das anteras e a coloração feita com reativo de Alexander (fucsina ácida + verde de malaquita), sendo que o uso do reativo de Alexander tem mostrado resultados satisfatórios resultantes da coloração diferencial dos pólens viáveis e inviáveis, devido à utilização simultânea de fucsina ácida e verde de malaquita, os quais apresentam coloração reversa. Foram analisados e contados 300 grãos de pólen, onde foram considerados inviáveis os grãos de pólen que apresentaram coloração que variou de verde a verde-azulado e também aqueles parcialmente corados, sendo considerados viáveis os grãos de pólen que apresentaram coloração roxa. Todos os grãos de pólen foram analisados com auxilio 43 de um microscópio ótico com a objetiva no aumento de 40x. Os resultados obtidos exibiram grãos de pólen viáveis (39%) e inviáveis (61%), indicando baixa viabilidade dos grãos de pólen da guanxuma através da coloração com o reativo de Alexander. Apoio financeiro: PPG Agrobiologia 44 GV06 Determinação dos índices mitóticos de Allium cepa pela ação de extratos de Polygonum punctatum Tedesco, M.¹; Kuhn, A.W.¹; Pastori, T.¹; Hoffmann, C.E.F.3; Dorow, T.S.C.4; Neves, L.A.S.4; Tedesco, S.B.4 1 Acadêmicas em Ciências Biológicas, UFSM, RS; 2 Bacheralanda em Ciências Biológicas, UFSM,RS; 3 Acadêmico em Agronomia; 4 Professores do Departamento de Biologia, CCNE, UFSM, RS. [email protected] A espécie Polygonum punctatum Elliot pertence a família Polygonaceae que contém aproximadamente 1.150 espécies. Essa espécie é perene e encontrada em áreas úmidas ou pantanosas, desenvolvendo-se nos banhados e nas margens dos córregos. A erva de bicho, como é popularmente conhecida, é nativa do estado do Rio Grande do Sul (RS). Folhas, caules, flores e raízes são utilizados para o tratamento de doenças na medicina alternativa pela população em geral. São atribuídas a essa espécie atividade antidisentérica, antisséptica e detersiva, também é abortiva, não sendo recomendada para gestantes. Devido ao seu uso medicinal, realizou-se esse estudo para determinação da ocorrência de inibição da divisão celular na presença de extratos crus das folhas de Polygonum punctatum. O presente trabalho objetivou determinar os valores dos índices mitóticos de Allium cepa submetidas aos extratos crus de erva de bicho em duas concentrações [0,4 mg.mL -1] e [2,4 mg.mL-1]. Foram coletadas as folhas de 01 população de erva de bicho no município de Santa Maria, RS, identificada e depositada uma planta testemunha no herbário Santa Maria Departamento de Biologia (SMDB). Os extratos crus foram preparados a partir de folhas frescas misturadas com água destilada nas concentrações de [0,4 mg.mL -1] e [2,4 mg.mL-1], trituradas em aparelho liquidificador doméstico por 2 minutos e coadas a seguir. Foram colocados 3 grupos de 4 bulbos para enraizar em água destilada, sendo que desses, 1 grupo serviu como controle e permaneceu em água. Os outros grupos de bulbos, após o enraizamento em água foram submetidos aos tratamentos com os extratos crus de erva de bicho por 24h. Para análise da divisão celular dos bulbos de cebolas cultivadas nos extratos crus de erva de bicho e no controle (água), foram coletadas as radículas, fixadas em etanol:ácido acético (3:1) por 24 horas, transferidas para etanol 70% e mantidas sob refrigeração até o uso. O preparo das lâminas foi pela técnica de esmagamento das radículas, utilizando-se hidrólise das mesmas em HCl 45 1N por 5 minutos e coloração com orceína acética 2%. As lâminas foram observadas ao microscópio e analisadas, contando-se 2000 células por grupo de bulbos. Calculouse os valores dos índices mitóticos (IM), baseando-se na porcentagem de células em divisão e analisou-se estatisticamente pelo Teste 2 (p=0.05). Foram determinados os seguintes valores de IM: água destilada= 22,7%, extrato cru de erva-de-bicho [0,4 mg.mL-1]= 8,30% e [2,4 mg.mL-1]= 2,04% e os mesmos diferiram significativamente entre si. Esses resultados indicam que os extratos crus de erva-de-bicho nas concentrações estudadas possuem atividade antiproliferativa. Apoio: PRAE, FIPE, PET BIOLOGIA. 46 GV07 Análise da viabilidade polínica em acessos de Cajanus cajan e Canavalia ensiforme Coelho, A.P.D. 1; Frescura, V.D.S. 1; Morais, K.P. 1; Giacomini, S.J. 1; Tedesco, S.B. 1 1 Laboratório de Citogenetica Vegetal e Genotoxicidade - Universidade Federal de Santa Maria, UFSM, RS. [email protected] Cajanus cajan e Canavalia ensiformes são espécies pertencentes à família das Leguminosas (Fabaceae), são denominados popularmente por guandu e feijão de porco, respectivamente. Ambas assumiram importância como fonte de alimento humano, forragem e principalmente como cultura para adubação verde. O presente trabalho teve o objetivo de analisar a estimativa da viabilidade polínica através de 2 tipos de corantes: orceina acética 2% e reativo de Alexander. O material utilizado foram botões florais de 2 acessos de Cajanus cajan e 2 de Canavalia ensiformes, coletados em área experimental da Universidade Federal de Santa Maria. Para o estudo da viabilidade polínica, os botões florais foram fixados em etanol-ácido acético (3:1), mantidos em temperatura ambiente por 72 horas. Posteriormente, o material foi transferido para o álcool 70% e conservado na geladeira. O preparo das lâminas foi realizado pela técnica de esmagamento das anteras. Foram feitas 2 lâminas de cada acesso por espécie e contados 300 pólens para cada tipo de coloração. Portanto, a estimativa da viabilidade do pólen foi comparada com os corantes: orceina acética 2% e reativo de Alexander. Foram considerados inviáveis os grãos que apresentaram coloração fraca e/ou ausente e viáveis os bem corados com orceina acética. Já os grãos corados com reativo de Alexander foram considerados inviáveis os pólens com coloração verde, verde-azulado e parcialmente corados e viáveis os pólen com coloração arroxeada. Todos os grãos de pólen foram analisados com auxilio de um microscópio com a objetiva no aumento de 40x. Os resultados obtidos mostraram que a viabilidade polínica foi alta, acima de 94% para todos os acessos estudados e não houve diferença significativa entre os corantes testados. Apoio: FIPE-UFSM 47 GV08 Análise da viabilidade polínica da cultivar BRS Valente de Phaseolus vulgaris L. Nora, G.D.1; Frescura, V.D.S.1; Pastori, T.1; Tedesco, S.B.1; Ribeiro, N.D.2 1 Laboratório de Citogenética Vegetal e Genotoxicidade – Departamento de Biologia, Centro de Ciências Naturais e Exatas, Universidade Federal de Santa Maria; 2 Setor de Melhoramento Genético – Departamento de Fitotecnia, Centro de Ciências Rurais, Universidade Federal de Santa Maria. [email protected] O feijão (Phaseolus vulgaris L.) é um dos mais importantes constituintes da dieta do brasileiro em virtude, principalmente, de suas qualidades nutricionais. É uma leguminosa pertencente à Família Fabaceae, sendo cultivado em várias regiões do país, possuindo grande interesse sócio-econômico, sobretudo porque é uma planta cultivada, preferencialmente, por agricultores de pequeno e médio porte. O feijão comum tem grande importância na geração de renda e trabalho principalmente para a agricultura familiar. O melhoramento genético do feijão tem priorizado o aumento da capacidade de produzir sementes e a resistência a doenças. Porém, recentemente, maior atenção tem sido dada ao melhoramento da qualidade nutricional e tecnológica, produtividade e resistência a doenças dos grãos de feijão, no intuito de disponibilizar um alimento com composição química adequada para minimizar os problemas de carências nutricionais na alimentação, uma maior produtividade e um baixo custo na produção. A cultivar BRS Valente pela sua produtividade, ampla adaptação, qualidade de grão, porte ereto e resistência ao acamamento, é mais uma opção para os produtores interessados em produzir feijão de tipo comercial de grão preto. Assim sendo, o presente trabalho pretende analisar a viabilidade polínica da cultivar de feijão comum, BRS Valente. As amostras utilizadas foram botões florais de 02 acessos da cultivar, coletados em vasos mantidos em casa de vegetação no Departamento de Fitotecnia da Universidade Federal de Santa Maria. Para o estudo da viabilidade polínica, os botões florais foram fixados em etanol-ácido acético (3:1), mantidos em temperatura ambiente por 72 horas. Posteriormente, o material foi transferido para o álcool 70% e conservado sob refrigeração. O preparo das lâminas foi realizado pela técnica de esmagamento das anteras. Foram feitas 01 lâmina de cada acesso para cultivar e contados 300 grãos de pólen. A coloração utilizada foi orceína acética 2%, onde foram considerados inviáveis os grãos de pólen que apresentaram coloração fraca e/ou ausente e viáveis os grãos de pólen bem corados. Todos os grãos de pólen 48 foram analisados com auxílio de um microscópio com objetiva de 40x. Os estudos mostraram que a viabilidade polínica foi alta, com 99% e 99,6% para os acessos da cultivar BRS Valente de Phaseolus vulgaris L. analisada. Apoio financeiro: CAPES 49 GV09 Viabilidade polínica de Eragrostis plana Nees Piccinini, F.¹; Frescura, V.D.S.²; Perez, N.B.³; Tedesco, S.B.² 1 Curso de Agronomia, Universidade Federal de Santa Maria, UFSM; 2 PPGAgrobiologia, Departamento de Biologia, CCNE, UFSM; 3 Embrapa Pecuária Sul, Bagé, RS. [email protected] A produção pecuária na Região Sul é sustentada em grande parte pela produção das pastagens nativas e merece destaque a expansão preocupante da gramínea exótica Eragrostis plana, conhecido como capim-annoni, devido à elevada capacidade de colonização dos campos naturais e à tendência de exclusão da comunidade vegetal nativa. No presente trabalho, estudou-se a estimativa da viabilidade polínica do capimannoni através da metodologia de coloração. Utilizou-se inflorescências de 3 populações diferentes (M=Mostardas, C= CPPSul, T= Tupanciretã), sendo avaliados 3 genótipos de capim-annoni mantidos em casa de vegetação da Universidade Federal de Santa Maria. As inflorescências jovens foram coletadas e fixadas em solução de etanol: ácido acético (3:1) por 24 horas a temperatura ambiente, em seguida armazenadas em etanol 70% e mantidas sob refrigeração. Para avaliação da estimativa da viabilidade polínica foram preparadas lâminas pela técnica de esmagamento e coradas com reativo de Alexander. Foram analisados e contados 300 grãos de pólen de cada um dos genótipos estudados com 1 repetição, totalizando 600 grãos de pólen por genótipo. A análise das lâminas foi realizada utilizando microscópio ótico com auxílio da objetiva no aumento de 40X. Na estimativa da viabilidade pela coloração com reativo de Alexander foram considerados grãos de pólen viáveis aqueles que apresentaram cor roxa e inviáveis aqueles que apresentaram cor verde ou ficaram parcialmente corados. Os resultados obtidos através da metodologia com corante diferencial tiveram valores de 91%, 86,6% e 80,33% para os genótipos identificados como T, M e C, respectivamente, indicando que os mesmos possuem alta viabilidade polínica. Apoio: Embrapa Pecuária Sul. 50 GV10 Análise evolutiva do elemento de transposição Tip100 em espécies de Ipomoea Christoff, A.P.²; Loreto, E.L.S.¹; Sepel, L.M.N.¹ ¹Laboratório de Biologia Molecular, LabDros, Curso de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Santa Maria; ²Graduação em Ciências Biológicas, Universidade Federal de Santa Maria. [email protected] Elementos transponíveis (TEs) são conhecidos como “genes saltadores” por moverem-se no genoma de uma célula possuindo significativa influência sobre a evolução dos genomas. O transposon TIP100 pertence à superfamília hAT (classe II) dos transposons. Este elemento foi descrito inicialmente para a espécie Ipomoea purpurea associado ao gene da Chalcona Sintase (CHS), sendo responsável pelo padrão variegado observado nas flores de algumas linhagens. Considerável atenção tem sido dada para as plantas do gênero Ipomoea (Morning Glory) por causa da versatilidade experimental de sua biologia floral, incluindo a genética da variação floral, biossíntese de flavonóides e mutações induzidas por transposons. Para estudos evolutivos de elementos transponíveis, tornam-se extremamente necessárias análises de sistemática molecular que possam auxiliar no esclarecimento de como ocorreu a evolução das espécies estudadas, e, relacionar com a distribuição do transposon nas mesmas. Neste sentido, o presente trabalho visa investigar quais espécies de Ipomoea possuem o elemento transponível Tip100, analisar o grau de semelhança entre os elementos encontrados e inferir a evolução dos mesmos neste gênero. Para tanto, amostras de DNA foram extraídas do tecido foliar de dez espécies de Ipomoea e de cinco variedades comerciais. Em seguida foram realizadas reações de PCR tanto para o transposon Tip100, quanto para espaçadores internos transcritos, ITS, que compreendem parte da região ribossomal 18S-5.8S-16S. Os fragmentos obtidos para o transposon foram clonados, sequenciados, analisados e submetidos a análises filogenéticas. Para ITS, o produto de PCR foi purificado e sequenciado e, em seguida, realizadas análises filogenéticas. O transposon Tip100 foi encontrado em quatro espécies (I. alba, I. indica, I. nil, I. purpurea) e em quatro variedades (I. purpurea „Kniolas Black Knight‟, I. purpurea Light Blue Star, I. purpurea Split Personality e em I. Tricolore Candy Pink). Os fragmentos obtidos apresentam em média 900pb e correspondem a sequências parciais do elemento, sendo 94% a 100% semelhantes ao elemento já descrito. A análise de divergência entre as sequências de Tip100 mostra- 51 se maior entre I. alba e as demais (15% em média), enquanto que as diferenças entre Tip100 de outras espécies comparadas entre si são inferiores a 2,8%. A análise Bayesiana das sequências deste elemento apresentou uma filogenia bem suportada. Os espaçadores internos transcritos (ITS) mostraram um padrão evolutivo de acordo com o esperado para o gênero Ipomoea onde as espécies e variedades que apresentam o transposon fazem parte de um grupo restrito dentro do gênero. Assim, nossos resultados demonstram que elemento transponível Tip100 apresenta-se conservado entre as espécies analisadas, principalmente na região inicial que codifica a transposase. A filogenia resultante para o transposon concorda com a topologia apresentada na filogenia de ITS, indicando uma provável transferência vertical do elemento entre este grupo restrito de espécies. Apoio financeiro: CNPq e FAPERGS. 52 GV11 Efeito de diferentes concentrações de ANA e AIB no enraizamento in vitro de canafístula - Peltophorum dubium (Sprengel) Taubert Curti, A.R.1; Paim, A.F.1; Reiniger, L.R.S.1; Somavilla, I.1; Golle, D.P.1; Léon, E.B.1; Navroski, M.C.1; Gomes, L.1; Deprá, M.1; Santiago, G.1; Pereira, M.1 1 Universidade Federal de Santa Maria. [email protected] A canafístula, Peltophorum dubium (Sprengel) Taubert, é uma espécie florestal, nativa e com ampla dispersão geográfica, ocorrendo naturalmente desde 7ºS na Paraíba a 29ºS no Rio Grande do Sul. Desempenha papel pioneiro nas áreas abertas, em capoeiras e matas degradadas. Estudos sobre a propagação in vitro desta espécie podem contribuir para esforços de conservação ex situ, além de constituir um prérequisito para viabilizar a transferência de genes. O principal entrave para a produção de mudas de canafístula por meio da cultura de tecidos encontra-se, atualmente, na dificuldade de enraizamento das partes aéreas regeneradas in vitro, objetivo do presente estudo. Ápices caulinares com 8 a 10 mm de comprimento foram isolados de plântulas estabelecidas em condições assépticas com 20 dias de cultivo. Utilizou-se o delineamento experimental inteiramente casualizado, em esquema fatorial 2x4, sendo o fator A composto por dois reguladores de crescimento (Ácido alfa-Naftalenoacético ANA e Ácido 3-Indolbutírico - AIB) e o fator B, pelas concentrações 0; 5; 10; 15 e 20 µM destes fitorreguladores. Foram utilizadas quatro repetições por tratamento, constituídas por um frasco de vidro com capacidade para 150 ml contendo 30 ml de meio e dois explantes cada. O meio de cultura utilizado foi o meio base MS acrescido de 1 gL-1 de carvão ativado e o pH, foi ajustado para 5,8 antes da inclusão do ágar (7 g L-1). Posteriormente, os frascos foram autoclavados a 120ºC e 1 atm de pressão por 15 minutos. Os frascos foram vedados com papel alumínio e mantidos em sala de cultivo com temperatura de 25±3ºC e fotoperíodo de 16 h com intensidade luminosa de 20 µmol m-² s-1 fornecida por lâmpadas fluorescentes brancas frias tipo luz do dia. As avaliações foram realizadas após 45 dias de cultivo. As variáveis analisadas foram: média de brotos (ráquis) por explante; média da altura das plantas (cm); formação de raízes e de calos (%). Os dados de enraizamento foram transformados para raiz de (x) + raiz de (x+0,5) e, os demais, para raiz de (x+0,5). Os resultados foram submetidos à análise de variância, teste de Tukey (p<0.05) e análise de regressão polinomial. O programa estatístico utilizado foi o SANEST. Para a média de brotos por explante e a porcentagem de formação de calos não houve efeito 53 significativo do fator principal reguladores de crescimento, tampouco houve interação significativa entre reguladores de crescimento e concentrações. Em relação às concentrações de auxina testadas ocorreram diferenças estatísticas, sendo que o melhor desempenho para brotações foi obtido na ausência de reguladores de crescimento, enquanto para calogênese, a maior formação foi verificada na concentração 10 µM. Para a média de altura das plantas houve diferença significativa apenas para os dois fatores principais. AIB proporcionou uma altura de plantas de 1,99 cm enquanto que, com a utilização de ANA foi possível obter plantas com 1,53 cm. Entretanto, a maior altura de plantas (3 cm) foi obtida na ausência de auxinas. Em relação ao enraizamento houve interação entre os fatores auxinas e concentrações. Para AIB observou-se um ajuste linear positivo, isto é, com o aumento das concentrações da auxina houve uma maior rizogênese, obtendo-se a maior média de enraizamento (apenas 1,8%) com 20 µM; para ANA não houve ajuste de equação. Em virtude das baixas porcentagens de enraizamento obtidas, há necessidade de otimizar o enraizamento in vitro em canafístula. 54 GV12 Concentração de sais do meio MS e a germinação in vitro de sementes de bracatinga (Mimosa scabrella Bentham) Navroski, M.C.1; Rosa, F.C.1; Reiniger, L.R.S.1; Curti, A.R.1; Paim, A.F.1; León, E.A.B.1; Golle, D.P.1; Pereira, M.O.1; Deprá, M.S.1; Somavilla, I.1 1 Universidade Federal de Santa Maria - UFSM [email protected] A bracatinga, Mimosa scabrella Bentham, é uma árvore da família Mimosaceae (Leguminosae – Mimosoideae) nativa do Brasil; no Rio Grande do Sul, caracteriza o planalto sul-brasileiro e a Floresta Ombrófila Mista. O seu cultivo in vitro poderia auxiliar na melhoria de produtividade dessa espécie quando o objetivo for produção de madeira ou a conservação de material genético com vistas à manutenção e à ampliação da variabilidade genética para usos futuros. Um dos problemas frequentes no cultivo in vitro de espécies florestais é a concentração ideal dos sais nos meios de cultura, afetando desde a germinação das sementes até o enraizamento das plantas obtidas. Diante do exposto, o objetivo do presente trabalho foi estabelecer a concentração de sais do meio MS mais adequada para a germinação in vitro de bracatinga. As sementes foram inoculadas assepticamente em frascos de vidro de 200 ml contendo 20 ml de meio nutritivo. A assepsia consistiu de imersão em solução de etanol a 70% durante 1 minuto e em hipoclorito de sódio a 2,5% por 15 minutos, seguidas de três enxágues em água estéril. Os tratamentos consistiram em quatro concentrações de sais do meio MS (⅛, ¼, ½ e a composição integral – 100%). O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, com 25 repetições por tratamento, cada repetição consistindo de um frasco com três sementes. Aos 25 dias de cultivo, avaliou-se a porcentagem de germinação, cujas médias foram transformadas para arco seno X / 100 0 ,5 . Os resultados foram submetidos à análise de variância e análise de regressão polinomial. Houve um comportamento quadrático na germinação das sementes em função da concentração dos sais do meio MS. A máxima germinação in vitro de sementes de bracatinga foi observada na concentração de sais ¼ MS obtendo-se 57% de germinação. A concentração de sais ⅛ MS apresentou germinação um pouco inferior alcançando 54% de sementes germinadas. A partir de ½ MS, iniciou-se um decréscimo na germinação, atingindo o valor mínimo no meio MS com concentração integral de sais (24%). O ponto de máxima eficiência técnica foi de 26,64% da concentração do meio MS, obtendo-se 55 uma germinação de 60%. Pode-se assumir uma concentração usual de 25%, ou seja, ¼ da concentração do meio MS como a concentração mais eficiente na germinação das sementes de bracatinga. Uma das explicações para o fato do meio MS com menor concentração de sais ter proporcionado maior germinação que a composição original pode estar relacionada à menor pressão osmótica no meio de cultivo, pois o aumento da concentração de solutos aumenta, proporcionalmente, a pressão osmótica e reduz o estado de energia livre da água. Desta forma, quanto maior a pressão osmótica, menor será a disponibilidade de água para a germinação das sementes. Outro fator que pode ter influenciado a menor germinação em meio MS integral está relacionado à sacarose. Provavelmente, a maior quantidade de sacarose pode ter afetado a força osmótica do meio de cultura, prejudicando o processo germinativo nesta concentração de sais. Concentrações elevadas de sacarose tornam a água do meio indisponível para a embebição das sementes, impossibilitando o início da germinação. Com os resultados obtidos pode-se concluir que a concentração de sais ¼ MS é eficiente na germinação in vitro de sementes de bracatinga. 56 GV13 Multiplicação in vitro de segmentos nodais de bracatinga (Mimosa scabrella Bentham): influência de benzilaminopurina (BAP) e de ácido alfa naftalenoacético (ANA) Paim, A.F.1; Curti, A.R.1; Rosa, F.C.1; Reiniger, L.R.S.1; Somavilla, I.1; Golle, D.P.1; Léon, E.B.1; Navroski, M.C.1; Gomes, L.1; Deprá, M.1; Santiago, G.1; Pereira, M.1 1 Universidade Federal de Santa Maria - UFSM [email protected] A bracatinga (Mimosa scabrella Bentham) constitui-se em espécie florestal nativa economicamente importante, sendo usada como lenha e para fabricação de móveis. Sob o ponto de vista ecológico, a espécie pode ser de utilidade na recuperação de áreas degradadas e para inclusão em sistemas agroflorestais. Contudo, apresenta problemas de propagação sustentável, além do seu melhoramento genético ser, ainda, incipiente, o que justifica a realização de estudos relacionados a sua multiplicação. A bracatinga, da família Leguminosae, ocorre desde Minas Gerais até a borda da Serra Geral, no Rio Grande do Sul, sendo uma árvore característica do planalto sul-brasileiro e da Floresta Ombrófila Mista. Dentro desse contexto, o presente trabalho objetivou avaliar a influência da citocinina 6-benzilaminopurina - BAP e da auxina ácido alfanaftaleno acético – ANA na multiplicação in vitro de plantas de bracatinga visando à produção de mudas. Foram utilizados, como explantes, segmentos nodais de, aproximadamente, 1 cm de comprimento, provenientes da germinação in vitro de sementes em meio nutritivo MS. O delineamento experimental utilizado foi blocos ao acaso, em arranjo bifatorial 5x2, relacionado às concentrações de BAP (0; 2,5; 5; 7,5 e 10 µM) e de ANA (0 e 2,2 µM). Foram utilizadas oito repetições por tratamento, sendo cada uma composta por um frasco de 150 ml contendo 20 ml de meio nutritivo e três segmentos nodais. O meio de cultura MS foi suplementado com ágar (7 g L -1) e sacarose (30 g L-1). O pH foi ajustado para 5,7, e os frascos foram esterilizados em autoclave por 15 min a 121ºC e 1 atm. Após a inoculação dos explantes, os frascos foram expostos ao fotoperíodo de 16 horas obtido por lâmpadas fluorescentes brancas frias tipo luz do dia, com intensidade luminosa de 20 µmol cm-2 s-1, sob temperatura de 25º ± 3ºC. As variáveis analisadas aos 35 dias de cultivo foram porcentagem de gemas formadas e de calos, e número de folhas. Os dados foram transformados para X / 100 0 ,5 e, após, submetidos à análise de variância e análise de regressão polinomial, com o auxílio do programa estatístico SANEST. Não foi observado efeito 57 significativo de ANA para nenhuma das variáveis respostas analisadas. Foram observadas gemas em todos os tratamentos testados, entretanto, na ausência de BAP, houve maior formação, sendo produzidas 1,39 gemas por explante. Houve baixa frequência de aparecimento de calos no meio de cultura sem citocinina, porém, com a suplementação de BAP e à medida que foi aumentada a concentração desse regulador de crescimento, houve um aumento na calosidade. O número de folhas atingiu seu valor máximo, 1,62, na ausência de BAP. A partir da concentração inicial, 2,5 μM, houve uma redução linear nesta variável. Esses resultados indicam que a adição de BAP inibe a multiplicação in vitro de bracatinga. Para promover a multiplicação in vitro de segmentos nodais devem ser testadas outras fontes de citocinina e de auxina. 58 GV14 Efeito de estreptomicina em presença de BAP na multiplicação in vitro de Bracatinga (Mimosa scabrella Bentham) 1 Pereira, M.O. ; Rosa, F.C.1; Reiniger, L.R.S.1; Navroski, M.C.1; Curti, A.R.1; Paim, A.F.1; León, E.A.B.1; Golle, D.P.1; Deprá, M.S.1; Somavilla, I.1 1 Universidade Federal de Santa Maria - UFSM [email protected] A bracatinga, Mimosa scabrella Bentham, é uma espécie pioneira, típica de capoeiras e capoeirões. Ocorre na floresta secundária, muitas vezes em formações puras (bracatingais), após ação antrópica, o que a caracteriza como espécie agressiva. Vive, em média, por vinte e cinco anos, sendo, portanto, uma espécie de baixa longevidade. É uma essência típica do planalto sul-brasileiro e exclusiva de vegetação secundária da Floresta Ombrófila Mista, principalmente onde ocorrem áreas perturbadas. M. scabrella é também uma espécie importante para recuperação florestal e de solos degradados, recobrindo rapidamente o solo nu. A bracatinga inibe a invasão de vegetação herbáceo-arbustiva e favorece o crescimento de espécies tolerantes ao sombreamento. O seu cultivo in vitro poderia auxiliar na melhoria de produtividade dessa espécie quando o objetivo for produção de madeira ou a conservação de material genético com vistas à manutenção e à ampliação da variabilidade genética para usos futuros. O objetivo do trabalho foi investigar a influência da estreptomicina associada à citocinina 6-Benzilaminopurina sobre a contaminação bacteriana quando da multiplicação in vitro de bracatinga. Foram utilizados, como explantes, segmentos nodais de, aproximadamente, 1 cm de comprimento, provenientes da germinação in vitro de sementes em meio MS desprovido de reguladores de crescimento. O delineamento experimental utilizado foi blocos ao acaso, em arranjo bifatorial 5x2, relacionado às concentrações da citocinina 6-Benzilaminopurina – BAP (0; 2,5; 5; 7,5 e 10 µM) e de estreptomicina (0 e 100 mg L -1). Foram utilizadas oito repetições por tratamento, sendo cada repetição composta por um frasco de 150 ml contendo 20 ml de meio nutritivo e três segmentos nodais. O meio de cultura MS foi suplementado com ágar (7 g L-1) e sacarose (30 g L-1). O pH foi ajustado para 5,7, e os frascos foram esterilizados em autoclave por 15 min a 121ºC e 1 atm. Após a inoculação dos explantes, os frascos foram expostos ao fotoperíodo de 16 horas obtido por lâmpadas fluorescentes brancas frias tipo luz do dia, com intensidade luminosa de 20 µmol cm -2 s-1, sob temperatura de 25º ± 3ºC. Aos 35 dias de cultivo foi avaliada a porcentagem de contaminação bacteriana. Os dados foram transformados para X / 100 0 ,5 e, 59 após, submetidos à análise de variância e análise de regressão polinomial, utilizandose o programa estatístico SANEST. Na ausência de BAP, independente da presença de estreptomicina, não houve contaminação por bactérias no cultivo in vitro de bracatinga. A suplementação de BAP, a partir de 5 µM, na ausência do antibiótico, acarretou em contaminação por bactérias, atingindo valor superior a 90% quando foram acrescentados 10 µM. Quando foram adicionados 100 mg L -1 de estreptomicina, contudo, apenas a partir de 7,5 µM foi possível observar a presença de bactérias, em um percentual que se manteve em torno de 60% de explantes contaminados. Esses resultados sugerem que BAP, a partir de 5 µM, possui um papel, a ser investigado em trabalhos futuros, na multiplicação desses microorganismos. É possível que uma concentração mais elevada de estreptomicina seja mais eficiente no controle de bactérias na cultura de tecidos de bracatinga. 60 GV15 A qualidade fisiológica das sementes de canafístula (Peltophorum dubium (Spreng.) Taub.]) como critério de seleção de lotes para emprego na pesquisa em cultura de tecidos Somavilla, I.1; Gomes, L.1; Reiniger, L.R.S.1; Muniz, M.F.B.1; Curti, A.R.1; Golle, D.P.1; Léon, E.B.1; Navroski, M.C.1; Paim, A.F.1; Deprá, M.1; Santiago, G.1; Pereira, M.1 1 Universidade Federal de Santa Maria - UFSM [email protected] A canafístula [Peltophorum dubium (Spreng.) Taub.] é uma espécie arbórea caducifólia, pertencente à ordem Fabales. Desempenha papel pioneiro nas áreas abertas, em capoeiras e em matas degradadas. A madeira de seu tronco é moderadamente pesada, rija e de longa durabilidade, sendo utilizada na construção civil para uso em vigas, caibros, ripas, marcos de portas, janelas e assoalhos. Proporciona, também, ótima sombra quando isolada, podendo ser empregada com sucesso em projetos paisagísticos. Estudos sobre a propagação in vitro desta espécie podem contribuir para os esforços de conservação ex situ de germoplasma, além de constituir um pré-requisito para viabilizar a transferência de genes. A germinação da espécie, registrada na literatura, atinge 95% em sementes com superação da dormência, não ultrapassando 28% naquelas sementes que não foram submetidas a tratamentos de superação da dormência. O presente trabalho foi realizado com objetivo de selecionar lotes de sementes de canafístula de qualidade fisiológica superior para posterior uso em trabalhos de cultura de tecidos. Os lotes de sementes foram adquiridos da Fundação de Pesquisa Agropecuária-FEPAGRO/Florestas, localizada em Santa Maria, RS, produzidos em 2004, 2005, 2006 e 2009, armazenados em câmara fria. No teste de germinação, as sementes foram acondicionadas em caixas tipo “gerbox” sobre quatro folhas de papel filtro umedecidas com água destilada. Todo o material utilizado, com exceção das sementes, foi previamente desinfestado com solução de hipoclorito de sódio a 2,5% e de etanol a 70%. Após, as caixas foram fechadas e inseridas em sacos plásticos para manter a umidade do papel, sendo mantidas em câmara de crescimento com temperatura de 25±3 ºC e fotoperíodo de 16 h. Até o momento foi efetuada a primeira contagem de germinação, aos 14 dias, sendo contabilizada a porcentagem de plântulas normais (com todas as estruturas essenciais bem desenvolvidas) em cada lote de sementes. Foi utilizado delineamento inteiramente casualizado com quatro repetições por lote, 61 sendo cada repetição composta por 25 sementes. Os dados foram transformados para a função raiz quadrada de X + 0,5, sendo o X o valor observado e, após, submetidos à análise de variância e teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade de erro. Utilizou-se o programa estatístico SISVAR. Houve diferença estatística para os lotes analisados, sendo que as maiores porcentagens de germinação foram observadas nos lotes de 2006 (89%) e 2005 (86%), os quais não diferiram entre si. Já os lotes produzidos em 2004 e 2009 apresentaram as menores porcentagens de germinação (60% e 65% respectivamente), igualmente, não diferindo entre si estatisticamente. Aos 28 dias será efetuada a última avaliação de germinação. Os resultados parciais obtidos sugerem a superioridade dos lotes de 2005 e 2006, os quais podem ser utilizados para realizar trabalhos de cultivo in vitro em canafístula. 62 GV16 Avaliação do potencial de uso de primers RAPD para o estudo da variabilidade genética em acessos de Eugenia involucrata DC. (Myrtaceae) 1 1 Golle, D.P. ; Reiniger, L.R.S. ; León, E.A.B.1; Bevilacqua, C.B.1; Waldow, D.A.G.1; Curti, A.R.1; Paim, A.F.1; Somavilla, I.1; Navroski, M.C.1; Gomes, L.1; Deprá, M.1; Santiago, G.1; Pereira, M.1 1 Núcleo de Biotecnologia e Melhoramento, Departamento de Fitotecnia, Universidade Federal de Santa Maria. [email protected] Na silvicultura, muitos recursos genéticos nativos têm apresentado potencial para integrar os sistemas produtivos pertinentes à área. Neste contexto, pode-se destacar a cerejeira-do-rio-grande (Eugenia involucrata DC.), uma espécie de ocorrência natural no Rio Grande do Sul. Esta planta arbórea possui diversos atributos de interesse no que se refere aos recursos florestais madeiráveis (madeira de excelente qualidade e durabilidade) e recursos não madeiráveis (produção de frutos, paisagismo e compostos medicinais). Pouco se conhece acerca da distribuição da variabilidade genética em E. involucrata, no entanto, tais dados são fundamentais para a implantação de programas de melhoramento genético, para o manejo sustentável e para a conservação de germoplasma. O uso de marcadores moleculares baseados em DNA polimórfico amplificado ao acaso (RAPD) permite a avaliação da variabilidade genética sem a necessidade de conhecimento prévio de regiões do genoma. Entretanto, de forma geral, são usados kits contendo um grande conjunto de primers para se realizar a seleção daqueles mais polimórficos. Este fator torna, em alguns casos, o trabalho mais oneroso; assim, a possibilidade de utilizar oligonucleotídeos iniciadores escolhidos a partir de dados pré-existentes poderia agilizar e reduzir os custos das análises. O objetivo desta pesquisa foi avaliar o índice de polimorfismos gerados por primers RAPD em E. involucrata, bem como testar o potencial de escolha de primers a partir de dados obtidos em outra espécie do mesmo gênero (E. dysenterica). O DNA genômico das plantas foi extraído a partir de amostras foliares e cambiais. Foram utilizados bulks compostos por amostras vegetais de três indíviduos, reunidos em função da proximidade nas cinco diferentes populações estudadas. Os primers utilizados foram: OPA 01, OPA 02, OPA 03, OPA 04, OPA 11, OPA 13, OPA 19 e OPM. As reações de amplificação foram efetuadas em um termociclador MJ Research PTC 100, em um volume final de 25 µl (10 mM de Tris-HCl, pH 8,3; 50 mM 63 de KCl; 2,0 mM de MgCl2; 0,4 mM de dNTPs; 0,25 mM de primer – Operon Technologies®-, 5,0 ng de DNA molde; 1 unidade de Taq DNA Polimerase – Invitrogen - e água ultrapura q.s.p.). A reação foi composta por 48 ciclos, sendo: 92°C por 30 s; 37°C por 1 min 30 s; e 72°C por 1 min 30 s. Antecedendo o primeiro ciclo, realizou-se uma desnaturação inicial a 94°C por 5 min e, após o último ciclo, uma extensão final a 72°C por 5 min. A corrida eletroforética foi realizada em gel de agarose a 1,5%. Foi calculado o número de bandas observadas, o número de bandas polimórficas e a porcentagem de polimorfismos. Como resultados, pode-se destacar que todos os primers testados foram polimórficos. O número de bandas observadas variou de 5 a 10, com variação na ocorrência de polimorfismos de 4 a 10; perfazendo um total de 60 bandas com 56 locos polimórficos. A faixa percentual do total de polimorfismos variou entre 66,67 e 100%, com média de 93,33%. Conclui-se que é viável a utilização da técnica de RAPD e dos primers testados na análise da variabilidade genética em E. involucrata e que a transferência de primers, mesmo sendo arbitrários, a partir de uma espécie para outra do mesmo gênero, é possível. 64 GV17 Regeneração in vitro de segmentos nodais de Luehea divaricata Mart. & Zucc. com o emprego de diferentes concentrações de fitorreguladores León, E.A.B.1; Reiniger, L.R.S.1; Golle, D.P.1; Curti, A.R.1; Paim, A.F.1; Navroski, M.C.1; Deprá, M.1; Santiago, G.1; Gomes, L.1; Somavilla, I.1; Pereira, M.1 1 Universidade Federal de Santa Maria A cultura de tecidos em espécies lenhosas é uma ferramenta tecnológica viável tanto para a conservação de germoplasma ex situ quanto para a produção de mudas de alto padrão genético, fisiológico e sanitário. Luehea divaricata Mart. & Zucc., conhecida na região sul do Brasil como açoita-cavalo, é uma espécie florestal nativa com ampla distribuição geográfica, indicada para reflorestamentos. O presente trabalho objetivou avaliar a regeneração de segmentos nodais isolados de plantas oriundas da germinação in vitro, em função da adição da citocinina 6-Benzilaminopurina (BAP) e da auxina Ácido Naftaleno Acético (ANA), em diferentes concentrações, ao meio nutritivo Woody Plant Medium (WPM). Segmentos uninodais de, aproximadamente, 1 cm de comprimento foram cultivados em meio WPM, suplementado de BAP nas concentrações 0; 0,22; 0,44 e 0,88 µM em combinação com ANA a 0 e 0,054 µM de concentração. Foi utilizado delineamento inteiramente casualizado, em arranjo bifatorial 4x2, com quatro repetições por tratamento, sendo a unidade experimental composta por dois frascos de vidro, contendo 30 ml de meio de cultivo e um explante cada. Aos 45 dias de cultivo, foram realizadas avaliações das variáveis: contaminação fúngica (%) e bacteriana (%), sobrevivência (%) e estabelecimento in vitro (%), número de brotos, número de folhas, formação de calo (%) e de raiz (%). Foram realizadas análises de variância, testes de Tukey e de regressão polinomial, ao nível de 5% de probabilidade de erro. Não foi observada contaminação fúngica e bacteriana nas culturas in vitro. Em relação à sobrevivência in vitro dos segmentos nodais, houve o ajuste de uma equação cúbica para as concentrações de BAP, obtendo-se 93,75% de sobrevivência na presença de 0,44 µM deste fitorregulador; a 0,88 µM, observando-se uma grande redução nesta variável. Em relação ao efeito de ANA, não foi verificada diferença estatística entre sua presença e sua ausência no meio de cultivo, obtendo-se uma média geral de 75% de sobrevivência in vitro. O estabelecimento dos segmentos nodais, igualmente, não foi afetado significativamente por BAP tampouco por ANA, registrando-se uma média de 70,31% de explantes estabelecidos, aos 45 dias de cultivo in vitro. O número de brotos produzidos nos explantes de segmentos nodais de 65 açoita-cavalo, não apresentou efeito significativo dos fatores principais, tampouco da interação ANA*BAP, verificando-se uma média de 2,03 brotos por explante. Para o número de folhas, novamente, não se verificou diferença significativa entre os tratamentos, sendo obtida uma média de 3,84 folhas por explante. A porcentagem de formação de calos não apresentou diferença significativa entre as concentrações de BAP e ANA testadas. A média observada para essa variável foi de 29,69%. BAP e ANA não apresentaram influência significativa na rizogênese em açoita-cavalo, obtendo-se apenas 12,5% de formação de raízes, o que é desejável na etapa inicial de multiplicação in vitro. Os resultados obtidos permitem inferir que, de uma maneira geral, as concentrações de BAP e ANA testadas, não resultaram em um balanço hormonal adequado à promoção de respostas otimizadas na multiplicação in vitro de açoita-cavalo, a partir do cultivo de segmentos nodais. É possível que a inclusão de um número maior de níveis de ANA e/ou o aumento na concentração de BAP ou, ainda, a substituição por outras auxinas e citocininas, permitam a otimização desses parâmetros relacionados à multiplicação in vitro de açoita-cavalo. 66 BI01 Construção de uma Macro de Excel como ferramenta de análise de fatores de transcrição Kercher, D.L. 1; Otake, L. 1; Cañedo, A.D.1 1 Universidade Federal do Pampa - Campus São Gabriel [email protected] Os promotores são regiões no DNA que regulam a expressão gênica e se localizam flanqueando o sítio de início da transcrição. O estudo destes através das ferramentas de bioinformática começou há aproximadamente 20 anos quando os primeiros fatores de transcrição de eucariontes começaram a ser estudados. A primeira base de dados de sítios de ligação de fatores de transcrição foi a TRANSFAC, mas atualmente outras bases de dados estão disponíveis, como a base de dados JASPAR. Dentro das ferramentas disponíveis online, para estudo de promotores, o site TESS (Transcription Element Search System) fornece a possibilidade de trabalhar com qualquer uma das duas bases de dados citadas, de forma separada ou em conjunto, disponibilizando os dados analisados num arquivo com extensão xls que facilita a análise destes por parte do usuário. Macro é uma ação ou um conjunto de ações que pode ser usado para automatizar tarefas e, portanto, uma excelente opção para executar tarefas repetitivas. No presente trabalho, foram criados dois macros de Excel com o objetivo de facilitar a análise de promotores, fornecendo como resultado os fatores de transcrição (FTs) potencialmente envolvidos na expressão diferencial de determinados genes quando se comparam diferentes situações celulares. Usamos como modelo os dados de expressão gênica diferencial do artigo “SAGE analysis demonstrates increased expression of TOSO contributing to Fas-mediated resistance in CLL” previamente publicado. As sequências promotoras dos genes diferencialmente expressos foram definidas como a região compreendida entre as bases -500 e +500, com respeito à base de início da transcrição. Estas sequências foram submetidas à ferramenta TESS. Para automatizar a análise dos dados fornecidos pela ferramenta TESS, no formato xls, foi desenvolvida uma planilha de Excel contendo dois macros (up e down) que fornecem como resultado o valor de “p” da presença de cada fator de transcrição analisado, após comparar por qui-quadrado os fatores de transcrição presentes no grupo de genes superexpressos contra o grupo de genes com expressão diminuída. Neste trabalho foram programados dois macros, um que analisa os dados dos fatores de transcrição que se ligam aos promotores dos genes super expressos e o outro que 67 analisa estes fatores no grupo dos genes pouco expressos, comparando-os por quiquadrado e oferecendo o valor de “p” da representação diferencial de cada TF em cada um dos grupos analisados. A aplicação dos macros permitiu que os dados analisados fossem organizados de forma fácil e rápida e a análise dos dados publicados no artigo citado nos materiais e métodos ofereceu como resultado a presença de sete fatores de transcrição com valores de “p” estatisticamente significantes (<0,05). Estes fatores são Klf4, RelA, Rel, Sp1, Dorsal_2, SPI1e NFkappaB, estes foram pesquisados e revelou-se que a maioria destes estão envolvidos com CLL e doenças lifoproliferativas, e aqueles que não estão envolvidos são fortes candidatos para estudos. Assim, entre as principais conclusões do presente trabalho, podemos citar: a) a ferramenta on-line TESS se mostrou valiosa para a análise de sequências promotoras, de acesso livre e que fornece dados organizados em planilhas que facilitam a sua avaliação; b) A programação dos Macros para estudos de TFs nos permitiu a análise automatizada dos dados obtidos a partir da ferramenta TESS; c) os TFs Klf4, RelA, Rel, Sp1, Dorsal_2, SPI1e NF-kappaB são fortes candidatos para estudo dos genes envolvidos na transformação de linfócitos T em células leucêmicas. 68 BI02 Bancos de dados genômicos: expansão da informação sobre bovinos taurinos Costa, M.A.P.1,6; Maia, L.C.2; Almeida, D.B.1; Bassini, L.N.3; Moreira, C.G.A.4; Moreira, H.L.M.5 1 Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, UFPel; 2 Centro de Genômica e Fitomelhoramento, UFPel; 3 Laboratório de Engenharia Genética Animal, UFPel; 4 Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular, UFRGS; 5 Departamento de Zoologia e Genética, UFPel, 6 Autor correspondente: [email protected] Com o avanço das pesquisas genômicas e afins sobre várias formas de vida, grande volume de informação é armazenado anualmente em bancos de dados de livre acesso pela World Wide Web. Sua disponibilização permite o desenvolvimento de estudos direcionados em grupos de pesquisas de diferentes localidades. O International Nucleotide Sequence Databases Collaboration (INSDC) representa uma das mais importantes redes de cooperação mantida por três grandes bancos de dados: DNA Data Bank of Japan (DDBJ), GenBank e o European Molecular Biology Laboratory (EMBL). Outros, como RCSB Protein Data Bank (PDB), Swiss-Prot Protein Database, Protein Information Resource (PIR), PRF Protein Sequence Database, curam e complementam a informação sobre proteínas. O objetivo deste trabalho foi descrever a evolução destes repositórios quanto ao acúmulo de informações sobre o genoma de bovinos taurinos. Utilizando os recursos de pesquisa avançada do website do National Center for Biotechnology Information (NCBI), os registros entre 1992 e 2010, para nucleotídeos, etiquetas de sequências expressas (EST), seqüências de pesquisa genômica (GSS), genes e proteínas, foram agrupados por ano de submissão para posterior análise descritiva. Com exceção para genes, os quais são totalmente mantidos pelo NCBI Reference Sequence (RefSeq), o INSDC detém a maior fração dos registros para nucleotídeos, EST, GSS e proteínas (µ INSDC: 65,79±5,22%). Os primeiros picos de crescimentos significativos foram observados a partir de 2000 para EST, 2003 para GSS e 2005 para nucleotídeos, proteínas e genes. Até o presente momento são compartilhados 306.767 nucleotídeos, 1.559.485 EST, 515.056 GSS, 91.689 proteínas e 30.023 genes. Mesmo considerando apenas os seis primeiros meses de 2010, com exceção para EST e GSS, não há indícios que sugiram a redução de suas expansões. O acompanhamento da evolução destes repositórios 69 permite que estudos futuros sejam direcionados a fim de maximizar o aproveitamento e exploração das informações disponível, bem como prever a possibilidade de estagnação dos bancos. O simples acúmulo de informação não justificaria suas existências. Apoio: CAPES e CNPq. 70 Programação Oficial 17:00 – Abertura do XVII Encontro de Geneticistas no Rio Grande do Sul. 17:30 – Conferência de Abertura: Biodiversidade Genética e a Formação do Gaúcho. Dra. Maria Cátira Bortolini (UFRGS) - Vestígios do passado: A história humana revelada através de marcadores genéticos. 09:00 – Genética e Biodiversidade Animal de Invertebrados 1) Dra. Vera Lúcia da Silva Valente (UFRGS)- Resgatando a Genética Ecológica de Drosophilidae: as cidades como novos ambientes. 2) Dr. Victor Hugo Valiati (UNISINOS)– Os novos colonizadores das Américas: drosofilídeos como modelo de invasões biológicas. 3) Dr. Edison Zefa (UFPEL) - Citotaxonomia e Diversidade de Grylloidea no Brasil. 10:30 – Genética e Biodiversidade Animal de Vertebrados 1) Dr. Sandro Luis Bonatto (PUC-RS) – Filogeografia, Demografia Histórica e Mudanças Climáticas. 2) Dr. Thales Renato Ochotorena de Freitas (UFRGS) - Conservação dos roedores subterrâneos no Brasil (Rodentia:Ctenomyidae): situação atual e futura. 3) Dr. Ricardo José Gunski (UNIPAMPA) – Homeologia versus variabilidade cariotípica em aves. 14:00 – Genética e Conservação da Biodiversidade: Biomas Gaúchos Ameaçados 1) Dr. Loreta Brandão de Freitas (UFRGS) - A história do Pampa contada através da análise genética de plantas herbáceas da família Solanaceae. 2) Dr. Eduardo Eizirik (PUC-RS) - Genética da conservação de carnívoros do Rio Grande do Sul, com ênfase nas famílias Canidae, Mustelidae e Mephitidae. 3) Dra. Tatiane Campos Trigo (PUC-RS) – Estudos genéticos em espécies de felídeos do Rio Grande do Sul e suas implicações para a conservação. 4) Dra. Marlise Ladvocat Bartholomei Santos (UFSM) - Especiação de crustáceos eglídeos no Rio Grande do Sul: implicações para a conservação. 16:30 – Apresentações Orais dos trabalhos 71 09:00 – Biodiversidade genética e Conservação vegetal 1) Dr. Rogerio Margis (UFRGS) – Sistemática molecular do gênero Schizolobium e aspectos da história evolucionária das florestas Neotropicais. 2) Dra. Liliana Essi (CESNORS) - Os estudos genéticos e evolutivos de Poaceae e sua relação com a conservação vegetal. 3) Dr. Jeferson Nunes Fregonezi (UFRGS) - Conservação de espécies microendêmicas do gênero Calibrachoa La Llave & Lex. (Solanaceae) 10:30 - Biotecnologia e Biodiversidade no Rio Grande do Sul 1) Dra. Marcia M. Auxiliadora Naschenveng Pinheiro Margis (UFRGS) – A contribuição da genômica para o melhoramento vegetal. 2) Dr. Luis Fernando Revers (EMBRAPA) – Ausência de sementes e resistência ao míldio em videira: da identificação de QTLs a genes candidatos. 3) Dr. Sylvio Henrique Bidel Dornelles (UFSM) – Caracterização de acessos polimórficos de arroz vermelho do Rio Grande do Sul por descritores morfológicos e microssatélites. 72 Comissão Organizadora Dr. Elgion Lúcio da Silva Loreto - UFSM/PPGBA, UFRGS/PPGBM. Drª. Lavínia Schuler-Faccini - UFRGS/PPGBM. Drª. Loreta Brandão de Freitas - UFRGS/PPGGBM. Drª. Sônia Cechin - UFSM/PPGBA. Ms. Lenira Maria Nunes Sepel - UFSM/Curso C. Biológicas. Ms. Paloma Menezes Rubin - UFSM/Doutoranda PPG em Biodiversidade Animal. Bs. Bruna Renata Silva Corrêa - USP/Mestranda PPG em Bioinformática. Ana Paula Christoff - UFSM/Graduanda em Ciências Biológicas. Felipe ten Caten - UFSM/Graduando em Ciências Biológicas. Dr. Ronaldo Medeiros Golombieski - UFSM/Curso C. Biológicas. Drª. Lizandra Jaqueline Robe - UFSM/PPGBA. Gabriela dos Santos Malaquias - UFSM/Graduanda em Ciências Biológicas. Valéria de Lima Kaminski - UFSM/Graduanda em Ciências Biológicas. Marcela Danbrowski dos Santos - UFSM/Graduanda em Ciências Biológicas. Ms. Gabriel da Luz Wallau - UFSM/Doutorando PPG em Biodiversidade Animal. Bs. Francine Cenzi de Ré - UFSM/Mestranda PPG em Biodiversidade Animal. Bs. Sinara dos Santos Jardim - UFSM/Mestranda PPG em Biodiversidade Animal. Andreza Ribeiro Bolzan - UFSM/Mestranda PPG em Biodiversidade Animal. Málvaro Maculan Salin - UFSM/Graduando em Ciências Biológicas. Micheli Amestoy - UFSM/Graduanda em Ciências Biológicas. Pedro Mesquita Fonseca - UFSM/Graduando em Ciências Biológicas. 73 Promoção: PPG Biodiversidade Animal – UFSM Curso de Ciências Biológicas – UFSM PPG Genética e Biologia Molecular - UFRGS Apoio: SBG Regional RS Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio Grande do Sul - Fapergs Laboratório de Biologia Molecular de Drosophila – LabDros/UFSM Casa de Retiros Nossa Senhora de Lourdes – Vale Vêneto, São João do Polêsine/RS. Contato: [email protected] 74