Ensaios e Ciência Ciências Biológicas, Agrárias e da Saúde APLICAÇÃO DE DEJETO LÍQUIDO SUÍNO NA CULTURA DO MILHETO Vol. 15, Nº. 2, Ano 2011 Daniela Mondardo Universidade Estadual do Oeste do Paraná - Unioeste [email protected] Patricia Paula Bellon Universidade Estadual do Oeste do Paraná - Unioeste [email protected] Cristiane Claudia Meinerz Universidade Estadual do Oeste do Paraná - Unioeste [email protected] Deise Dalazen Castagnara Universidade Estadual do Oeste do Paraná - Unioeste [email protected] Loana Bergamo dos Santos Universidade Estadual do Oeste do Paraná - Unioeste RESUMO A criação intensiva de suínos gera grande quantidade de dejetos com potencial poluidor do ambiente e que devem receber uma destinação adequada. Nesse contexto, o presente trabalho objetivou estudar a aplicação de dejeto líquido suíno na cultura do milheto. Adotou-se o delineamento inteiramente casualizado, com seis doses de dejeto líquido suíno (0, 23, 46, 69, 92, 115 m3 ha-1). Estudou-se as características morfogênicas e estruturais e a composição bromatológica da forragem produzida pelo milheto. A aplicação de dejeto líquido suíno alterou as características estudadas interferindo no crescimento e acúmulo de massa seca do milheto devido à quantidade de nutrientes adicionados ao solo. Incrementos positivos nas características morfogênicas do milheto foram alcançados até dose máxima de 61 m3 ha-1. A aplicação de até 75 m3 ha-1 melhora as características estruturais com elevação da produção de matéria seca, enquanto a aplicação de 90 m3 ha-1 incrementa a composição bromatológica da forragem produzida. Palavras-Chave: matéria seca; morfogênese; Pennisetum glaucum (L.) R. Brown; proteína bruta. ABSTRACT [email protected] The intensive rearing of pigs produces large amounts of waste that pollutes the environment with potential and should receive an appropriate destination. In this context, this study investigated the application of pig slurry on growing millet. We adopted a completely randomized design with six doses of pig slurry (0, 23, 46, 69, 92, 115 m3 ha-1). We studied the morphogenesis and structural and chemical composition of forage produced by millet. The application of pig slurry changed the characteristics studied interfering with the growth and accumulation of dry matter of millet because of the amount of nutrients added to soil. Positive increments in the morphogenesis of pearl millet have been achieved to a maximum dose of 61 m3 ha-1. The application of up to 75 m3 ha-1 improves the structural characteristics with increased dry matter production, while application of 90 m3 ha-1 increases the chemical composition of forage produced. Anhanguera Educacional Ltda. Keywords: dry matter; morphogenesis; Pennisetum glaucum (L.) R. Brown; crude protein. [email protected] Paulo Sergio Rabello de Oliveira Universidade Estadual do Oeste do Paraná - Unioeste [email protected] Eduardo Eustáquio Mesquita Universidade Estadual do Oeste do Paraná - Unioeste Correspondência/Contato Alameda Maria Tereza, 2000 Valinhos, São Paulo CEP 13.278-181 [email protected] Coordenação Instituto de Pesquisas Aplicadas e Desenvolvimento Educacional - IPADE Artigo Original Recebido em: 08/08/2011 Avaliado em: 29/10/2011 Publicação: 14 de novembro de 2011 87 88 Aplicação de dejeto líquido suíno na cultura do milheto 1. INTRODUÇÃO O milheto (Pennisetum glaucum (L.) R. Brown) é uma gramínea de origem tropical, anual de verão, de fácil implantação e manejo, que se destaca por sua adaptação a uma grande diversidade de ambientes e a diferentes condições de clima e solo, caracterizando-se por sua precocidade, seu alto potencial de produção e sua qualidade nutritiva (KOLLET et al., 2006). Por apresentar acentuada produção de forragem (HERINGER; MOOJEN, 2002), a pastagem de milheto é uma das mais importantes opções forrageiras para a alimentação de bovinos na estação quente (ROMAN et al., 2008). Considerando a importância do milheto para a intensificação da produção pecuária, com reconhecida capacidade de incrementos na produção forrageira e desempenho animal, a avaliação de aspectos do pastejo que interferem nas variáveis morfogênicas da planta forrageira, torna-se relevante como ferramenta para o processo de manejo e utilização das pastagens (GONÇALVEZ; QUADROS, 2003). Tão importante quanto o crescimento das plantas é o valor nutricional da forragem obtida, que interfere diretamente no desempenho dos animais. Dentre os aspectos que interferem nos fatores acima citados, têm-se a disponibilidade de nutrientes. Em função do alto potencial produtivo do milheto, há também grande demanda por nutrientes, dentre eles o nitrogênio (N), cuja disponibilidade no solo geralmente é baixa (HERINGER; MOOJEN, 2002). Entretanto, a adubação de pastagens é tida por muitos produtores como inviável, e, associada à busca constante pela sustentabilidade dos sistemas de produção têm direcionado as pesquisas à buscar alternativas aos problemas oriundos da intensificação dos sistemas produtivos. Assim, a utilização de resíduos da pecuária surge como alternativa para a substituição dos fertilizantes químicos e redução dos custos de produção (MONDARDO et al., 2011), especialmente em regiões com intensa criação de suínos. A atividade suinícola, quando realizada em sistema de confinamento é considerada de alto potencial poluidor (ASSMANN et al., 2007), por gerar elevada concentração de resíduos orgânicos de forma localizada (ADELI; VARCO, 2001). Estes, quando lançados no ambiente de forma inadequada podem contaminar a água e do solo (ASSMANN et al., 2007), trazendo sérios prejuízos ambientais. Porém, se utilizados racionalmente, podem se tornar uma fonte alternativa de nutrientes para as plantas forrageiras (MEDEIROS et al., 2007). O dejeto líquido suíno é considerado uma excelente fonte de nutrientes (ADELI; VARCO, 2001), sendo fonte de N, fósforo (P) e potássio (K) Ensaios e Ciência: Ciências Biológicas, Agrárias e da Saúde • Vol. 15, Nº. 2, Ano 2011 • p. 87-100 Daniela Mondardo et al. 89 (ADELI; VARCO, 2001; ASSMANN et al., 2007) e, podendo suprir parcial ou totalmente o fertilizante químico (MENEZES et al., 2003). A região Oeste do Paraná, em especial, detém o maior plantel de suínos do estado com quase dois milhões de animais (IPARDES, 2011), gerando grande quantidade de dejetos. Em meio a esse contexto, objetivou-se estudar o efeito da aplicação de doses crescentes de dejeto líquido suíno sobre as características morfogênicas e estruturais, a produção de matéria seca e na composição bromatológica do milheto. 2. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido em casa de vegetação pertencente ao Centro de Ciências Agrárias – UNIOESTE – Campus de Marechal Cândido Rondon, PR, nos meses de janeiro e fevereiro de 2009. O clima local é classificado segundo Koppen, como do tipo Cfa, subtropical com chuvas bem distribuídas durante o ano e verões quentes. O delineamento estatístico utilizado foi o inteiramente casualizado, com seis doses de dejeto líquido suíno (0, 23, 46, 69, 92, 115 m3/ha) e quatro repetições, totalizando 24 unidades experimentais. As doses de dejeto estudadas corresponderam a 0; 0,115; 0,230; 0,345; 0,460 e 0,575 L/dm³ de solo e foram estabelecidas com base na análise química, considerando um índice de eficiência na liberação dos nutrientes (da forma orgânica para a forma mineral), de acordo com a CQFSRS/SC – RS (COMISSÃO..., 2004) de 50% para o N, 80% para o P e 100% para o K no primeiro cultivo. Previamente a realização dos ensaios, realizou-se a análise química do dejeto suíno (EMBRAPA, 2009), que apresentou a seguinte composição: Nitrogênio total 2,63 g/kg; Fósforo total (P2O4) 0,26 g/kg; Potássio total (K20) 1,45 g/kg; Cálcio (Ca) 20,90 g/kg; Magnésio (Mg) 3,25 g/kg; Manganês (Mn) 2,0 mg/kg; Cobre (Cu) 0,00 mg/ kg e Zinco (Zn) 110 mg/kg. A semeadura do milheto (cv. IPA BULK 1) foi realizada manualmente em vasos plásticos com capacidade para quatro decímetros cúbicos, tendo como substrato para crescimento solo classificado como Latossolo Vermelho Distroférrico (EMBRAPA, 2006). O solo foi coletado na camada de 0-20 cm de uma área agrícola convencional, e após ser seco à sombra e peneirado em peneira de 0,4 mm foi realizada amostragem para a caracterização química (EMBRAPA, 2009), cuja análise revelou as seguintes características: pH Cacl2 5,15 mol/L; matéria orgânica 28,71 g/dm3; Al trocável 0,10 cmolc/dm3; Ca trocável 4,89 cmolc/dm3; Mg trocável 1,89 cmolc/dm3; e K trocável 0,80 cmolc/dm3 e P disponível 23,89 mg/dm3 (Mehlich). As plantas foram conduzidas somente Ensaios e Ciência: Ciências Biológicas, Agrárias e da Saúde • Vol. 15, Nº. 2, Ano 2011 • p. 87-100 90 Aplicação de dejeto líquido suíno na cultura do milheto por um período de 40 dias eliminando possíveis efeitos de limitação impostos pelo tamanho dos vasos. Quando as plantas atingiram aproximadamente 5 cm de altura, foi efetuado o primeiro desbaste, permanecendo cinco plantas por vaso. As doses de dejeto foram aplicadas aos 20 dias após a semeadura (DAS). Os vasos foram irrigados uma vez ao dia até os 30 DAS, e a partir de então passaram a ser irrigados duas vezes ao dia. No décimo dia após a semeadura, foram marcados três perfilhos de cada vaso, cujo desenvolvimento foi monitorado até o 40º dia do experimento. A taxa de aparecimento de folhas (TApF) foi obtida a partir da divisão do número de folhas surgidas por perfilho pelo número de dias do intervalo de avaliação, enquanto a taxa de alongamento de folhas (TAlF) foi obtida pela razão da variação em comprimento das lâminas foliares em expansão do perfilho pelo número de dias do intervalo de avaliação, e o filocrono (Fil) foi estimado como o inverso da taxa de aparecimento de folhas. A taxa de alongamento do colmo (TAlC) foi calculada por meio da divisão do comprimento final do colmo pelos dias do período experimental. Ao final do período experimental foram avaliados o comprimento final de colmo (CFC), comprimento final de folhas (CFF), o diâmetro da base do colmo (DBC) e o número de folhas por perfilho (NFP). Os comprimentos de colmo e de folhas foram mensurados com auxílio de régua graduada em centímetros, a partir da média aritmética de cinco perfilhos escolhidos aleatoriamente de cada unidade experimental. O diâmetro de colmo foi determinado com auxílio de paquímetro digital, a partir da média aritmética do diâmetro de cinco colmos. Já o número de folhas por perfilho foi obtido a partir de contagem manual das folhas completamente expandidas de cinco perfilhos, também escolhidos aleatoriamente de cada unidade experimental. Após as avaliações, as plantas foram cortadas a uma altura de 0,05 m do solo, embaladas em sacos plásticos e conduzidas ao Laboratório de Nutrição Animal do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Estadual do Oeste do Paraná. No laboratório, as plantas foram separadas em laminas foliares e colmos + bainhas, que foram acondicionados em sacos de papel, para posterior secagem em estufa com circulação forçada de ar, a 60-70 ºC, por 72 horas para a determinação dos pesos secos, que somados representaram as produções totais de matéria seca. A relação folha/colmo foi obtida a partir da razão entre o peso seco de folhas e o peso seco de colmos. Para a determinação da massa seca do sistema radicular, os vasos foram desfeitos e as raízes lavadas em água corrente para retirada do excesso de solo com posterior secagem em estufa com circulação forçada de ar. Ensaios e Ciência: Ciências Biológicas, Agrárias e da Saúde • Vol. 15, Nº. 2, Ano 2011 • p. 87-100 Daniela Mondardo et al. 91 Após a secagem das frações da parte aérea das plantas, os colmos+bainhas e as folhas foram moídas conjuntamente em moinho tipo Willey para a determinação da composição bromatológica. Os teores de proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA), lignina, celulose e hemicelulose foram determinados segundo a metodologia descrita por Silva e Queiroz (2006). Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e testados pelo teste F de Fischer (PIMENTEL-GOMES; GARCIA, 2002; PIMENTEL-GOMES, 2009). Quando constatado efeito significativo das doses de dejeto líquido suíno, as mesmas foram estudadas por meio de análise de regressão, testando-se os modelos linear (1º Grau) e quadrático (2º Grau) e considerando-se a ausência de significância para os desvios de regressão. Para a escolha do modelo considerou-se o maior coeficiente de determinação (R²). As significâncias dos coeficientes das equações de 1º (b1) e 2º Grau (b1 e b2) dos modelos de regressão selecionados para cada variável estudada foram testadas pelo teste t de Student (PIMENTEL-GOMES; GARCIA, 2002; PIMENTEL-GOMES, 2009). 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Houve efeito significativo das doses de dejeto líquido suíno sobre a TAlF, TApF, TAlC e filocrono (p<0,05). As máximas TAlF (11,50 mm dia-1) e TAlC (1,18 mm dia-1) foram obtidos com as doses de 60 e 50 m3 ha-1 de dejeto líquido suíno, respectivamente (Figuras 1A e 1C). A TApF foi maior (0,14 folhas dia-1) com a dose de 61 m3 ha-1 (Figura 1B), enquanto o menor filocrono (7,25 dias folha-1) foi obtido com a aplicação de 60 m3 ha-1. As reduções observadas na TAlF, TApF e TAlC a partir das doses máximas citadas acima podem estar relacionadas com o desbalanço nutricional do solo ocasionado pelas quantidades de dejeto aplicadas, que afetou o desenvolvimento das plantas. Incrementos nas características morfogênicas com o fornecimento de nutrientes em gramíneas são amplamente relatados na literatura, entretanto relatos dos efeitos do excesso e sintomas de toxidez ainda são escassos. Gonçalvez e Quadros (2003) observaram valores superiores de TAlF (17,1 à 33,2 mm dia-1), entretanto, trabalharam em condições de campo e com pastagem já implantada, o que assegura maior alongamento de folhas. No mesmo estudo, autores encontraram valores semelhantes para a TApF (0,138 folhas dia-1) e para o intervalo entre o aparecimento de duas folhas sucessivas (7,3 dias folha-1). Ensaios e Ciência: Ciências Biológicas, Agrárias e da Saúde • Vol. 15, Nº. 2, Ano 2011 • p. 87-100 92 Aplicação de dejeto líquido suíno na cultura do milheto Figura 1. Taxa de alongamento de folhas (A), taxa de aparecimento de folhas (B), filocrono (C) e taxa de alongamento do colmo (D) do milheto fertilizado com doses crescentes de dejeto líquido suíno. (**;*: Significativo a 1 e 5% de probabilidade pelo teste t). O CFC, DBC, CFF e NFP também foram significativamente afetados pelas doses de dejeto líquido suíno aplicado (p<0,05). O máximo comprimento (4,65 cm) e o máximo diâmetro (2,4 mm) do colmo foram obtidos com a dose de 50 m3 ha-1. Quanto às folhas, o maior comprimento (34,36 cm) e o maior número (6,32) foram obtidos com as doses de 58 e 75 m3 ha-1, respectivamente. A semelhança e em concordância com os resultados obtidos para as características morfogênicas, altas doses de dejeto líquido suíno também suprimiram o as características estruturais das plantas de milheto. Gonçalvez e Quadros (2003) obtiveram número inferior de folhas por perfilho (4,2), entretanto, os autores avaliaram uma pastagem de milheto sob o pastejo de bovinos, e por um período superior ao avaliado nesse estudo. Ao estudarem o milheto sob pastejo rotativo, Pedroso et al. (2009) encontraram número de folhas por perfilho próximo à quatro, semelhante à este trabalho. Um maior número de folhas vivas expandidas é interessante para uma pastagem, pois confere maior capacidade fotossintética. Nesse estádio de desenvolvimento, a folha atinge a fotossíntese máxima, e os fotoassimilados produzidos são utilizados para sua manutenção e para atender às necessidades do meristema apical, do sistema radicular e das folhas emergentes (PEDREIRA et al., 2001). O maior comprimento das folhas está associado aos maiores comprimentos do colmo e da bainha das folhas, pois quanto maior a altura da bainha, maior será o percurso percorrido pela lâmina no pseudocolmo até se expandir completamente (PONTES et al. 2003). Pedroso et al. (2009) estudando o milheto sob diferentes períodos de descanso Ensaios e Ciência: Ciências Biológicas, Agrárias e da Saúde • Vol. 15, Nº. 2, Ano 2011 • p. 87-100 Daniela Mondardo et al. 93 obtiveram comprimentos de folha semelhantes (34,84 e 36,1 cm) no período inicial de desenvolvimento da pastagem. Aumentos no comprimento e diâmetro do colmo também são características correlacionadas, pois o espessamento do colmo é justificado pelo crescimento do dossel, que quase sempre conduzem a um aumento no diâmetro das estruturas de suporte (colmos), que se alteram em proporção direta à força requerida para suportar as folhas inseridas no perfilho (NIKLAS, 1994). Figura 2. Comprimento final de colmo (A), diâmetro da base do colmo (B), comprimento final de folhas (C) e número de folhas por perfilho (D) do milheto fertilizado com doses crescentes de dejeto líquido suíno. (**;*: Significativo a 1 e 5% de probabilidade pelo teste t). A aplicação de dejeto líquido suíno também elevou o número e peso de perfilhos (p<0,05) até a dose de 50 m3 ha-1, com posterior redução (Figura 2A e 2B). O aumento no perfilhamento esta relacionado com a maior disponibilidade de nutrientes, que proporciona maior rapidez na formação das gemas axilares e na iniciação dos perfilhos correspondentes. Porém, quando o índice de área foliar atinge valores críticos, há redução da quantidade de luz que atinge as gemas axilares e a iniciação dos perfilhos concomitante ao perfilhamento (LEMAIRE; CHAMPAM, 1996). A redução do número de perfilhos com a aplicação de doses superiores a 50 m3 ha-1 pode estar relacionada com a disponibilidade dos demais nutrientes. Segundo Freitas et al. (2005), níveis de adubação adequados proporcionam o máximo perfilhamento, enquanto deficiências aumentam o número de gemas dormentes, reduzindo o número de perfilhos. Os resultados obtidos para peso de perfilhos concordam com as afirmações de Stobbs (1975). Segundo o autor, a Ensaios e Ciência: Ciências Biológicas, Agrárias e da Saúde • Vol. 15, Nº. 2, Ano 2011 • p. 87-100 94 Aplicação de dejeto líquido suíno na cultura do milheto adubação tem correlação positiva com o perfilhamento e com o incremento no peso de perfilhos, devido ao desenvolvimento dos colmos, numa estratégia das plantas na busca por luminosidade. Ainda segundo Aguiar et al. (2000), a obtenção de aumento no número e no peso de perfilhos ocorre em função da eficiência de utilização destes por parte da planta, e para que isso seja possível, deve haver um equilíbrio entre os nutrientes presentes no solo. Dessa forma, a redução no peso dos perfilhos pode ser explicada em parte pelo desbalanço entre os nutrientes presentes e fornecidos ao solo através da aplicação do dejeto. Figura 3. Número de perfilhos por planta (A) e peso de perfilhos (B) do milheto fertilizado com doses crescentes de dejeto líquido suíno. (**;*: Significativo a 1 e 5% de probabilidade pelo teste t). Houve efeito quadrático da aplicação do dejeto líquido suíno sobre a produção de massa seca de colmo, folhas e do sistema radicular (p<0,05). A massa seca de colmos decresceu até a dose de 43 m3 ha-1, enquanto a massa seca de folhas e do sistema radicular se elevaram até as doses de 75 e 50 m3 ha-1, respectivamente (Figuras 4A; 3B e 3C). Heringer e Moojen (2002), em trabalho com milheto sob pastejo, submetido à adubação nitrogenada também observaram efeito quadrático sobre a produção de massa seca. O aumento na produção de massa seca de colmos (ocorrido a partir da dose de 43 m3 ha-1) é um resultado já relatado na literatura para a aplicação da adubação nitrogenada (GOMIDE, 1997; PATÊS et al., 2007), e essa característica é essencial na produtividade do perfilho e conseqüentemente da pastagem. A redução na massa seca do sistema radicular revela que doses acima de 50 m3 ha-1 podem ter inibido o crescimento das raízes das plantas, e conseqüentemente da parte aérea. Apesar do milheto possuir grande potencial para extração de nutrientes do solo, este é condicionado à sua produção de massa seca, e mesmo que a massa seca de colmo tenha aumentado com a aplicação do dejeto, esta não foi suficiente para elevar a produção de massa seca da parte aérea que não foi significativa (p>0,05). Portanto, doses de dejeto líquido suíno acima de 50 m3 ha-1 além de limitar o desenvolvimento das plantas também limitam o acúmulo de massa seca. Ensaios e Ciência: Ciências Biológicas, Agrárias e da Saúde • Vol. 15, Nº. 2, Ano 2011 • p. 87-100 Daniela Mondardo et al. 95 Figura 4. Massa seca de colmos (A), massa seca de folhas (B) e massa seca do sistema radicular do milheto fertilizado com doses crescentes de dejeto líquido suíno. (**;*: Significativo a 1 e 5% de probabilidade pelo teste t). A composição bromatológica da forragem produzida pelo milheto foi alterada pela aplicação do dejeto líquido suíno (p>0,05), com efeito quadrático sobre todas as variáveis estudadas. O menor teor de PB (8,77%) foi obtido com a dose de 13 m3 ha-1, a partir da qual o teor se elevou até 13,82% com a dose máxima de dejeto (115 m3 ha-1) aplicada (Figura 5A). Heringer e Moojen (2002) também observaram aumento nos teores de PB em resposta à aplicação de nitrogênio no milheto. Amaral et al. (2008) ao estudar três cultivares de milheto (BRS 1501, BN 1 e Comum) aos 70 dias de crescimento encontraram teor de PB médio (9,86%) semelhante aos obtidos com as menores doses estudadas. Já Kollet et al. (2006) encontraram valores de 15,42% de PB para o milheto com 42 dias de idade, aproximando-se dos valores máximos obtidos. Mondardo et al. (2011) observaram incrementos nos teores de PB da aveia preta em resposta à aplicação de doses de dejeto líquido suíno até 50 m3 ha-1. O teor de fibra é utilizado como índice negativo da qualidade da dieta, pois esse representa a fração menos digestível dos alimentos (Matos, 1989), contudo a fibra desempenha importante função no controle do consumo voluntário e, conseqüentemente, na ingestão de nutrientes (ALLEN, 2000), além de estimular um ambiente ruminal favorável ao desenvolvimento dos microorganismos responsáveis pela digestão de carboidratos fibrosos (NUSSIO et al., 2006). Ensaios e Ciência: Ciências Biológicas, Agrárias e da Saúde • Vol. 15, Nº. 2, Ano 2011 • p. 87-100 96 Aplicação de dejeto líquido suíno na cultura do milheto Os teores de FDN decresceram até a dose de 55 m3 ha-1, com posterior aumento (Figura 5B), entretanto todos os valores se concentraram dentro da faixa de 63,6 e 64,4%, sendo que valores próximos aos 60% é recomendado para a alimentação de ruminantes (Mertens, 1994). Kollet et al. (2006) observaram valores de 63,96% para o milheto aos 49 dias de crescimento. A FDA elevou-se até a dose de 90 m3 ha-1 com posterior decréscimo (Figura 5C). Valor superior foi obtido por Aguiar et al. (2006), que obtiveram para o milheto em fase de florescimento 45,07% de FDA devido à elevação dos constituintes fibrosos com o avançar da idade da planta (MAIA et al., 2000). Segundo Kollet et al. (2006) a idade de crescimento de 35 dias seria a mais adequada para a obtenção dos menores valores de FDA no milheto. O menor teor de lignina (7,01%) foi obtido com a dose de 62,5 m3 ha-1 (Figura 5D), concordando com os resultados obtidos por Aguiar et al. (2006), que observaram valores de 6,37% de lignina para o milheto. A lignina é um dos três compostos que se ligam para formar a fração fibrosa das forrageiras, sendo considerada o principal fator limitante à digestibilidade (VAN SOEST, 1994). É constituinte da parede celular das plantas (JUNG; ENGLES, 2002), sendo responsável pela fixação, rigidez e resistência da parede celular vegetal (VAN SOEST, 1994). Seu estudo é crucial na caracterização de forrageiras, pois seu excesso pode indisponibilizar a proteína dietética, causando redução no consumo (ROGERIO et al., 2007). Os menores teores de celulose e hemicelulose foram obtidos com as doses de 50 e 78,6 m3 ha-1. Os teores de celulose estão adequados, pois segundo Van Soest (1994) a celulose é um dos principais constituintes da parede celular e seu teor pode variar de 20 a 40%. Arruda et al. (2002) descreve a celulose como um homopolímero de cadeia linear dglicopiranosil unidas por ligações beta-1,4 agregadas em microfibrilas estruturais da parede primária e secundária dos vegetais. O arranjo dessas estruturas e a presença de outros componentes é que vai determinar o seu valor nutricional, pois segundo Van Soest (1994), vários fatores podem inibir a digestibilidade da celulose, como: lignina, sílica, cutina e propriedades intrínsecas da própria celulose. Ao serem consideradas em conjunto (hemicelulose e celulose), segundo Van Soest (1994), a cadeia de xilanas presente na hemicelulose só poderá ser atacada pelas enzimas microbianas após a remoção da cobertura que a celulose exerce. Dessa forma, apesar de os dois polissacarídeos apresentarem digestibilidades totais semelhantes, a digestibilidade ruminal da celulose é maior que da hemicelulose (LADEIRA et al., 2001). Ensaios e Ciência: Ciências Biológicas, Agrárias e da Saúde • Vol. 15, Nº. 2, Ano 2011 • p. 87-100 Daniela Mondardo et al. 97 Figura 5. Proteína bruta (A), fibra em detergente neutro (B), fibra em detergente ácido (C), lignina (D), celulose (E) e hemicelulose (D) do milheto fertilizado com doses crescentes de dejeto líquido suíno. (**;*: Significativo a 1 e 5% de probabilidade pelo teste t) 4. CONCLUSÕES Incrementos positivos nas características morfogênicas do milheto são alcançados pela adubação com dejetos de suínos na dose máxima de 61 m3 ha-1. A aplicação de até 75 m3 de dejetos de suínos por hectare na cultura do milheto melhora as características estruturais com elevação da produção de matéria seca, enquanto a aplicação de 90 m3 incrementa a composição bromatológica da forragem produzida. O dejeto líquido suíno constitui-se uma fonte viável de nutrientes para a cultura do milheto. Ensaios e Ciência: Ciências Biológicas, Agrárias e da Saúde • Vol. 15, Nº. 2, Ano 2011 • p. 87-100 98 Aplicação de dejeto líquido suíno na cultura do milheto REFERÊNCIAS ADELI, A.; VARCO, J.J. Swine lagoon as a source of nitrogen and phosphorus for summer forage grasses. Agronomy Journal, v. 93, n. 05, p. 1174-1181, 2001. AGUIAR, E.M.; COSTA LIMA, G.F.; SANTOS, M.V.F. et al. Rendimento e composição químicobromatológica de fenos triturados de gramíneas tropicais. Revista Brasileira de Zootecnia, Viçosa, v.35, n.6, p. 2226-2233, 2006. AGUIAR, R.S. et al. 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