ANAKELY ALVES REZENDE EFICIÊNCIA DE DIFERENTES PRODUTOS COMERCIAIS À BASE DE Trichoderma spp. NO CONTROLE DA PODRIDÃO BRANCA DA HASTE DA SOJA Dissertação apresentada à Universidade Federal de Uberlândia, como parte das exigências do Programa de Pósgraduação em Agronomia – Mestrado, área de concentração em Fitopatologia, para obtenção do título de “Mestre”. Orientador Prof. Dr. Fernando Cezar Juliatti UBERLÂNDIA 2011 ANAKELY ALVES REZENDE EFICIÊNCIA DE DIFERENTES PRODUTOS COMERCIAIS À BASE DE Trichoderma spp. NO CONTROLE DA PODRIDÃO BRANCA DA HASTE DA SOJA Dissertação apresentada à Universidade Federal de Uberlândia, como parte das exigências do Programa de Pósgraduação em Agronomia – Mestrado, área de concentração em Fitopatologia, para obtenção do título de “Mestre”. APROVADA em 16 de dezembro de 2011. Profa. Dra. Nilvanira Donizete Tebaldi ICIAG/UFU Prof. Dr. David de Souza Jaccoud Filho UEPG Profa. Dra. Juliana Araújo Santos Martins IFTM Prof. Dr. Fernando Cezar Juliatti ICIAG-UFU (Orientador) UBERLÂNDIA 2011 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Sistema de Bibliotecas da UFU, MG, Brasil. R467e 2011 Rezende, Anakely Alves, 1984Eficiência de diferentes produtos comerciais à base de Trichoderma spp. no controle da podridão branca da haste da soja / Anakely Alves Rezende. -- 2011. 120 f. : il. Orientador: Fernando Cezar Juliatti. Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Uberlândia, Programa de Pós-Graduação em Agronomia. Inclui bibliografia. 1. Agronomia - Teses. 2. Pragas - Controle biológico - Teses. 3. Soja Doenças e pragas - Controle - Teses. I. Juliatti, Fernando Cezar. II. Universidade Federal de Uberlândia. Programa de Pós-Graduação em Agronomia. III. Título. 1. CDU: 631 Grande é a tarefa que nos espera... Para todos os seres humanos, constitui quase um dever pensar que o que já se tiver realizado é sempre pouco em comparação com o que resta por fazer. João XXIII AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente à Deus, pelas bênçãos e por ter me dado coragem para lutar e perseverar nessa caminhada. Aos meus pais, Odilon Urias de Rezende e Elizabeth Alves Rezende, pelo amor e exemplos de vida. Aos meus irmãos, Rodrigo Dantas Rezende e Viviane Alves Rezende, pelo apoio e incentivo constante. Aos meus avós, Odilon, Ana, Leoni e Maria, pelas orações e carinho. Ao meu noivo, Rodrigo Rodrigues, pelo companheirismo e cumplicidade. À Universidade Federal de Uberlândia, pela oportunidade e pelo suporte para realização do curso. À CNPq, pelo apoio financeiro através da bolsa de mestrado. Ao professor Fernando Cezar Juliatti, pela orientação. Aos membros da banca examinadora, professores Dra. Nilvanira Donizete Tebaldi, Dr. David de Souza Jaccoud Filho e Dra. Juliana Araújo Santos Martins, pelas valiosas contribuições. Aos professores do curso de pós-graduação da UFU, pelos conhecimentos compartilhados, em especial Carlos Machado, Césio Humberto, Denise Garcia, Ednaldo Carvalho, Jonas Jagër, Joaquim Carvalho e Maria Amelia. Aos técnicos, Roberto Resende, Aires Ney e Adílio Júnior, pela ajuda e amizade. Às empresas Itaforte Bioprodutos, Laboratório de Biocontrole Farroupilha, Ballagro e Agrihaus, pela disponibilização dos produtos testados. À empresa Manejo Agrícola, pela permanente disponibilidade e apoio. Aos amigos do programa de pós-graduação em Agronomia e à equipe do Laboratório de Micologia e Proteção de Plantas da UFU, Érika Sagata, Maristela Rey, Anderson Monteiro, Fernanda Carvalho, Juliana Araújo, Karla Couto, Fausto Fernandes e Samilla Cândida. À todos aqueles que direta ou indiretamente contribuíram para realização deste trabalho. Muito obrigada! SUMÁRIO RESUMO.................................................................................................................... i ABSTRACT............................................................................................................... ii 1 INTRODUÇÃO....................................................................................................... 1 2 REFERENCIAL TEÓRICO.................................................................................... 3 2.1 Aspectos gerais da soja......................................................................................... 3 2.2 Aspectos gerais do mofo branco........................................................................... 4 2.3 Controle Biológico................................................................................................ 5 2.4 Trichoderma spp................................................................................................... 7 2.4.1 Descrição do gênero.......................................................................................... 7 2.4.2 Distribuição geográfica de Trichoderma spp.................................................... 8 2.4.3 Trichoderma spp. como agente decompositor................................................... 9 2.4.4 Trichoderma spp. no crescimento vegetal......................................................... 10 2.4.5 Tratamento de sementes com Trichoderma spp................................................ 11 2.4.6 Trichoderma spp. como agente biocontrolador................................................. 12 2.4.7 Mecanismos de ação de Trichoderma spp. no biocontrole................................ 14 2.4.7.1 Competição..................................................................................................... 14 2.4.7.2 Antibiose......................................................................................................... 14 2.4.7.3 Hiperparasitismo............................................................................................. 15 2.4.8 Interação Trichoderma spp., plantas e patógenos.............................................. 16 3 MATERIAL E MÉTODOS..................................................................................... 18 3.1 Obtenção dos isolados de Trichoderma spp......................................................... 18 3.1.1 Avaliação da qualidade dos bioprodutos........................................................... 18 3.1.1.1 Avaliação da concentração dos bioprodutos................................................... 18 3.1.1.2 Avaliação da viabilidade (% germinação) dos bioprodutos........................... 19 3.1.1.3 Avaliação da contaminação dos bioprodutos................................................. 19 3.2 Verificação da capacidade antagonista em cultura pareada dos isolados de Trichoderma spp. contra Sclerotinia sclerotiorum, in vitro....................................... 19 3.3 Verificação do hiperparasitismo de Trichoderma spp. sobre S. sclerotiorum...... 20 3.4 Teste de compatibilidade entre fungicidas e produtos biológicos........................ 21 3.4.1 Compatibilidade dos isolados de Trichoderma spp. plaqueados em meio de cultura contendo fungicidas........................................................................................ 21 3.4.2 Compatibilidade entre produtos biológicos e fungicidas no tratamento de sementes...................................................................................................................... 23 3.5 Teste de sanidade de sementes de soja tratadas com Trichoderma spp................ 24 3.6 Teste de germinação de sementes de soja tratadas com Trichoderma spp........... 25 3.7 Emergência em substrato e índice de velocidade de emergência......................... 25 3.8 Influência da aplicação de Trichoderma spp. na colonização e germinação de escleródios.................................................................................................................. 26 3.9 Avaliação da eficiência dos produtos biológicos no controle de S. sclerotiorum, in vivo................................................................................................... 27 3.9.1 Dados do Ensaio................................................................................................ 27 3.9.2 Delineamento experimental............................................................................... 27 3.9.3 Tratamentos....................................................................................................... 28 3.9.4 Avaliações.......................................................................................................... 29 3.9.5 Análise estatística.............................................................................................. 30 3.9.5.1 Coeficiente de Spearman................................................................................ 30 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................................. 31 4.1 Obtenção dos isolados de Trichoderma spp......................................................... 31 4.1.1 Avaliação da viabilidade (% germinação), concentração e contaminação por bactérias dos bioprodutos........................................................................................... 31 4.2 Verificação da capacidade antagonista em cultura pareada dos isolados de Trichoderma spp. contra S. sclerotiorum, in vitro...................................................... 33 4.3 Verificação do hiperparasitismo de Trichoderma spp. sobre S. sclerotiorum...... 35 4.4 Teste de compatibilidade entre fungicidas e produtos biológicos........................ 37 4.4.1 Compatibilidade dos isolados de Trichoderma spp. plaqueados em meio de cultura contendo fungicidas........................................................................................ 37 4.4.2 Compatibilidade entre produtos biológicos e fungicidas no tratamento de sementes...................................................................................................................... 43 4.5 Teste de sanidade de sementes de soja tratadas com Trichoderma spp................ 48 4.6 Teste de germinação de sementes de soja tratadas com Trichoderma spp........... 52 4.7 Emergência em substrato e índice de velocidade de emergência......................... 55 4.8 Influência da aplicação de Trichoderma spp. na germinação e colonização de escleródios.................................................................................................................. 62 4.9 Avaliação da eficiência dos produtos biológicos no controle de Sclerotinia sclerotiorum, in vivo................................................................................................... 63 5 CONCLUSÕES....................................................................................................... 73 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS……………………………………………... 74 ANEXO A.................................................................................................................. 90 ANEXO B................................................................................................................... 91 ANEXO C................................................................................................................... 97 ANEXO D.................................................................................................................. 102 ANEXO E................................................................................................................... 106 ANEXO F................................................................................................................... 108 LISTA DE TABELAS TABELA 1- Descrição dos produtos biológicos, ingrediente ativo/microrganismo, formulação, concentração declarada no rótulo e empresa fabricante. Uberlândia-MG, 2011..................................................................................................................... 18 TABELA 2- Fungicidas, ingredientes ativos e concentração do ingrediente ativo. Uberlândia-MG, 2011.................................................................................................. 22 TABELA 3- Níveis de seletividade dos fungicidas aos isolados de Trichoderma spp. Uberlândia-MG, 2011........................................................................................... 22 TABELA 4- Produtos, ingrediente ativo, épocas das aplicações e dose para controle do mofo branco (S. sclerotiorum) Uberlândia-MG, 2010.............................. 28 TABELA 5- Porcentagem de germinação de conídios de Trichoderma spp. e contaminação por bactérias dos bioprodutos. Uberlândia-MG, 2011.......................... 31 TABELA 6- Concentração declarada no rótulo dos bioprodutos, concentração na Câmara de Neubauer e concentração de colônias crescidas em placa de Petri. Uberlândia-MG, 2011.................................................................................................. 32 TABELA 7- Porcentagem média da área da superfície do meio ocupada pelo Trichoderma spp. e sua respectiva nota. Uberlândia-MG, 2011................................ 34 TABELA 8- Índice de velocidade de crescimento das colônias dos isolados de Trichoderma spp. plaqueados em meio de cultura contendo 6 concentrações de 7 fungicidas e uma testemunha, durante 7 dias de incubação e à temperatura de 22 ± 2°C. Uberlândia-MG, 2011.......................................................................................... 40 TABELA 9- Seletividade dos fungicidas nas diferentes concentrações, aos isolados de Trichoderma spp. Uberlândia-MG, 2011................................................................ 41 TABELA 10- Porcentagem de esporos germinados (x%) e porcentagem de redução na germinação dos esporos (x‟%) em sementes de soja tratadas com fungicidas e Trichoderma spp. após 3 intervalos de tempo de contato dos produtos com as sementes. Uberlândia-MG, 2011................................................................................. 45 TABELA 11- Porcentagem da taxa de diminuição da germinação dos esporos de Trichoderma spp. por hora. Uberlândia-MG, 2011..................................................... 47 TABELA 12- Porcentagem de sementes de soja contaminadas após tratamento com Trichoderma spp., com e sem inoculação de S. sclerotiorum. Uberlândia-MG, 2011.............................................................................................................................. 50 TABELA 13- Porcentagem de germinação de sementes de soja, plântulas anormais, sementes com mofo branco e com Trichoderma spp., com e sem inoculação de S. sclerotiorum, após tratamento com os bioprodutos. Uberlândia-MG, 2011..................................................................................................................... 54 TABELA 14- Número de plântulas anormais, com cotilédones necrosados e com mofo branco, provenientes de sementes com e sem inoculação de S. sclerotiorum e tratadas com Trichoderma spp. Uberlândia-MG, 2011............................................... 59 TABELA 15- Comprimento, Peso Fresco e Peso Seco de plântulas provenientes de sementes tratadas com Trichoderma spp., com e sem inoculação de S. sclerotiorum. Uberlândia-MG, 2011.................................................................................................. 61 TABELA 16- Porcentagem de escleródios germinados e colonizados com Trichoderma spp. Uberlândia-MG, 2011..................................................................... 62 TABELA 17- Porcentagem de incidência de mofo branco em plantas de soja, para os diferentes tratamentos, em condições de campo. Uberlândia-MG, 2010................ 65 TABELA 18- Porcentagem de severidade de mofo branco em plantas de soja, para os diferentes tratamentos, em condições de campo. Uberlândia-MG, 2010................ 66 TABELA 19- Índice de doença (ID) de mofo branco em plantas de soja e eficiência (E) dos diferentes tratamentos, em condições de campo. Uberlândia-MG, 2010........ 67 TABELA 20- Área abaixo da curva de progresso (AACPD) para incidência, severidade e índice de doença (ID) de mofo branco na soja, para os diferentes tratamentos, em condições de campo. Uberlândia-MG, 2010..................................... 68 TABELA 21- Peso de escleródios por parcela (gramas) e por hectare (kg ha -1) e porcentagem de redução do peso de escleródios (%), para os diferentes tratamentos, em condições de campo. Uberlândia-MG, 2010.......................................................... 69 TABELA 22- Peso de Mil Grãos e Produtividade para os diferentes tratamentos, em condições de campo, após a trilha da soja. Uberlândia-MG, 2010........................ 70 TABELA 23- Correlação das variáveis analisadas para a eficiência do controle de S. sclerotiorum. Uberlândia-MG, 2011........................................................................ 71 LISTA DE FIGURAS FIGURA 1- Escala diagramática para avaliação dos testes de culturas pareadas, de acordo com escala proposta por Bell et al. (1982), modificada................................ 20 FIGURA 2- Escala para avaliação da severidade de sintomas de S. sclerotiorum em plantas individuais de soja........................................................................................... 29 FIGURA 3- Porcentagem da área da placa de Petri ocupada pelo patógeno(cinza escuro) e pelo antagonista(cinza claro) obtida através do programa Quant (VALE et al., 2003)...................................................................................................................... 33 FIGURA 4- Fotomicrografia eletrônica de varredura das interações entre Trichoderma spp. e S. sclerotiorum, evidenciando o estrangulamento e penetração das hifas do antagonista sobre o patógeno. a.1 e a.2) Agrotrich (Trichoderma spp.); b.1 e b.2) Ecotrich (Trichoderma harzianum); c.1 e c.2) Quality (Trichoderma asperellum); d.1 e d.2) Trichodermil (Trichoderma harzianum)................................. 36 FIGURA 5- Índice de velocidade média de emergência de sementes com e sem inoculação de S. sclerotiorum, tratadas com Trichoderma spp. Uberlândia-MG, 2011.............................................................................................................................. 56 FIGURA 6- Temperatura mínima – linha azul (oC), temperatura máxima – linha vermelha ( oC), temperatura média – linha amarela ( oC), UR (%) – linha verde e precipitação pluviométrica- linha roxa (mm)............................................................... 64 i RESUMO REZENDE, ANAKELY ALVES. Eficiência de diferentes produtos comerciais à base de Trichoderma spp. no controle da podridão branca da haste da soja. UFU, 2011. 120p. Dissertação (Mestrado em Agronomia/Fitopatologia) – Universidade Federal de Uberlândia O manejo eficiente da podridão branca da haste da soja, causada pelo fungo Sclerotinia sclerotiorum, pode ser obtido através do controle biológico com Trichoderma spp. o qual possui propriedades antagônicas baseadas na ativação de um arsenal de mecanismos variados. O objetivo do trabalho foi avaliar a eficiência de diferentes produtos à base de Trichoderma spp. disponíveis no mercado, no controle da podridão branca da haste da soja. Os bioprodutos comerciais utilizados foram: Agrotrich, Ecotrich, Quality e Trichodermil. Para isso, foram realizados experimentos em laboratório e casa de vegetação, na Universidade Federal de Uberlândia - UFU, a fim de se comprovar a qualidade desses bioprodutos, como concentração, viabilidade e contaminação a partir de diluições seriadas; verificar a capacidade antagônica e o hiperparasitismo dos isolados sobre o patógeno através da microscopia eletrônica de varredura; a compatibilidade entre os bioprodutos e fungicidas após plaqueamento em meio de cultura e após tratamento de sementes com os mesmos; verificar a influência dos isolados na sanidade, germinação e emergência de sementes de soja com e sem inoculação de S. sclerotiorum utilizando as técnicas dos testes em gerbox, rolo de papel e bandeja; a influência na colonização e germinação de escleródios recuperados de solo tratado com os bioprodutos e testar os produtos biológicos no campo, de forma isolada ou combinada com os fungicidas químicos Fluazinam e Tiofanato Metílico, para o controle do mofo branco. As avaliações para o teste de campo foram realizadas para as seguintes variáveis: incidência, severidade, índice de doença (incidência x severidade), AACPD (Área Abaixo da Curva de Progresso da Doença), peso de escleródios, peso de mil grãos e produtividade. Os resultados obtidos demonstram que há diferença na qualidade dos produtos existentes no mercado, embora todos os isolados analisados mostraram-se antagônicos à S. sclerotiorum. A compatibilidade entre fungicidas e bioprodutos deve ser analisada com cautela, visto que alguns fungicidas são incompatíveis com este antagonista. O tratamento de sementes com Trichoderma spp. não interfere no vigor e germinação das sementes de soja sem inoculação do patógeno. A eficiência do controle do mofo branco utilizando produtos biológicos à base de Trichoderma spp. foi comprovada, em que se destacaram Quality e Trichodermil, pela maior qualidade e viabilidade dos bioprodutos, o que propiciaram eficiência semelhante aos fungicidas Fluazinam e Tiofanato Metílico. Palavras-chave: Controle Biológico. Glycine max (L) Merrill. Sclerotinia sclerotiorum. Antagonismo. ii ABSTRACT REZENDE, ANAKELY ALVES. Efficiency of different commercial products with Trichoderma spp. for the control of Sclerotinia stem rot of soybean. UFU, 2011. 120f. Dissertation (Master‟s degree in Agriculture/Phytopathology) – Federal University of Uberlândia The efficient management of Sclerotinia stem rot of soybean (SSR), caused by Sclerotinia sclerotiorum, can be obtained through biological control with Trichoderma spp. which has antagonistic properties based on the activation of a diverse arsenal of mechanisms. The objective of this research work was to evaluate the efficiency of different products with Trichoderma spp. available, for the SSR control. The commercial bioproducts used were: Agrotrich, Ecotrich, Quality and Trichodermil. For this, experiments were performed in laboratory and greenhouse conditions, at the Federal University of Uberlândia - UFU, to demonstrate the quality of this bioproducts, such as concentration, viability, and contamination from serial dilutions; to verify the antagonistic capability and hyperparasitism of the isolates against pathogen by scanning electron microscopy; compatibility between fungicides and bioproducts after plating in culture medium and after treatment of seeds with them; to verify the influence of isolated on seed health, germination and emergence of soybean seeds with and without SSR inoculation using the techniques of seedling tests, paper roll and tray; the influence on colonization and germination of sclerotia recovered from soil treated with bioproducts, and testing biological products in the field, alone or in combination with chemical fungicides Fluazinam and Thiophanate methyl to control SSR. The assessments were done for the following variables: incidence, severity, disease index (incidence x severity), AUDPC (Area Under the Disease Progress Curve), sclerotia weight, thousand kernel weight and yield. The results shows that have difference in the products quality available on the market, although all isolates analyzed proved to be antagonistic against S. sclerotiorum. The compatibility between fungicides and bioproducts must be analyzed with caution, given that some fungicides are incompatible with this antagonist. Seed treatment with Trichoderma spp. not interferes with the vigor and germination of soybean without inoculation. The efficiency SSR control using biological products with Trichoderma spp. has been proved, that Quality and Trichodermil highlighted by the highest quality and viability of bioproducts, which led to similar efficiency to Fluazinam and Thiophanate methyl. Keywords: Biological Control. Glycine max (L) Merrill. Sclerotinia sclerotiorum. Antagonism. 1 1 INTRODUÇÃO O mofo branco ou podridão branca da haste causada pelo fungo Sclerotinia sclerotiorum (Lib) de Bary é a segunda doença em importância que ocorre na cultura da soja. A eficiência do controle químico reside, prioritariamente, no caráter preventivo do seu uso, ou seja, antes da doença se manifestar. O controle curativo, apesar de reduzir comprovadamente o potencial de inóculo, para safras posteriores, não reverte perdas. Faz-se necessário lembrar seu alto poder destrutivo e capacidade de causar grandes prejuízos às culturas (JULIATTI; JULIATTI, 2010). O fungo tem como hospedeiros mais de 400 espécies pertencentes a, aproximadamente, 200 gêneros botânicos; entre as mais importantes culturas estão, além da soja, o feijão, o girassol, o algodão, o tomate industrial, a batata e algumas outras hortaliças. A disseminação se dá principalmente pelas sementes, que podem estar infectadas com o micélio do fungo, ou por meio da contaminação, devida à presença de estruturas de sobrevivência denominadas de escleródios (FURLAN, 2010). As condições de clima favoráveis para seu desenvolvimento são alta umidade e temperaturas amenas. Nesta situação, uma lavoura de soja pode sofrer, em média, perdas de 30% ou mais, em períodos chuvosos, e quando medidas preventivas não são tomadas (FURLAN, 2009). A podridão branca da haste não interfere no peso de mil grãos, no entanto, interfere no rendimento da soja, com perdas que podem chegar a até 39,5%, neste caso, com uma incidência máxima de 30-40% (JULIATTI et al., 2011). O controle biológico surgiu como uma alternativa racional, extremamente necessária e essencial à agricultura na atualidade. A interação entre hospedeiro, patógeno e diversos microrganismos que habitam o sítio de infecção podem apresentar potencial para limitar a atividade do patógeno ou aumentar a resistência do hospedeiro. Portanto, o patógeno, o hospedeiro e os antagonistas são componentes do controle biológico, que estão sob a influência do ambiente, interagindo num sistema biológico (AGROLINE, 2010). A manipulação do ambiente e a introdução de antagonistas, tanto no solo quanto nos órgãos de propagação das plantas, pode garantir o controle biológico de fitopatógenos veiculados pelo solo. Este tipo de controle raramente erradica os patógenos, pois depende da manipulação do equilíbrio biológico existente no solo, sendo que as chances de sucesso são aumentadas quanto maior e mais variada for a população microbiana do solo (NEUNFELD et al., 2007). 2 Sabe-se que diversos microrganismos têm revelado potencial antagônico a diferentes fitopatógenos, principalmente, fungos habitantes do solo. Entre os biocontroladores usados contra patógenos do solo têm-se destacado isolados selvagens e melhorados de Trichoderma spp. (REIS et al., 1995). Trichoderma spp. é um micoparasita necrotrófico eficaz no controle de inúmeros fungos fitopatogênicos, principalmente aqueles com estruturas de resistência consideradas difíceis de serem atacadas por microrganismos, como esporos, escleródios, clamidósporos e microescleródios (MELO, 1996). Os mecanismos de ação pelos quais o Trichoderma pode atuar são: antibiose, hiperparasitismo, competição e também em alguns casos através de promoção de crescimento. O conhecimento de mecanismos de ação é de fundamental importância no emprego de métodos racionais de melhoramento genético e para aumentar a vantagem competitiva no ambiente. Estes mecanismos variam de espécie para espécie e, também, de linhagem para linhagem dentro da mesma espécie, de acordo com a interação hospedeiro-parasita. Com esta visão, torna-se indispensável a integração do controle biológico com outros métodos disponíveis, como o uso e incremento da cobertura vegetal ou palhada, controle químico e variedades com resistência parcial ou menos suscetíveis (LARANJEIRA, 2001). Diante do exposto, este trabalho teve como objetivo avaliar a eficiência de diferentes produtos comerciais à base de Trichoderma spp. no controle da podridão branca da haste da soja, visando verificar e comprovar a: a) Qualidade dos bioprodutos, como concentração, viabilidade e contaminação; b) Capacidade antagônica e o hiperparasitismo dos isolados sobre o patógeno; c) Compatibilidade entre bioprodutos e fungicidas; d) Influência dos isolados na sanidade, germinação e emergência de sementes de soja inoculadas ou não com o patógeno; e) Influência na colonização e germinação dos escleródios; e f) Eficiência dos bioprodutos no campo em combinação ou não com fungicidas. 3 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 Aspectos gerais da soja A soja (Glycine max L. Merrill), devido ao elevado teor de proteína de seus grãos, cerca de 40%, constitui-se uma importante fonte de alimentação tanto animal, quanto humana. Graças a estas características nutritivas e industriais e à adaptabilidade a diferentes latitudes, solos e condições climáticas, o cultivo da soja se expandiu por todo o mundo. Constituindose, assim, uma das principais plantas cultivadas atualmente (JULIATTI et al., 2004). A sustentação do patamar de segundo maior produtor mundial de soja e primeiro entre os países emergentes tem sido mantido pelo Brasil através do aumento progressivo de áreas de cultivo, e também pela elevação da produtividade nas lavouras (FAO, 2009). A soja é a principal oleaginosa produzida no mundo, responsável por cerca da metade do óleo vegetal produzido e por cerca de 20% do valor de exportações do agronegócio brasileiro (MORAES FILHO, 2007). A produção nacional de soja estimada para a safra 2011/12 é de 72,97 milhões de toneladas, distribuídas em 24,9 milhões de hectares, com um rendimento médio de 2.930 kg ha-1 (BRASIL, 2011). Entre os principais fatores que limitam a obtenção de altos rendimentos em soja estão as doenças. Aproximadamente 40 doenças causadas por fungos, bactérias, nematoides e vírus já foram identificadas no Brasil. Esse número continua aumentando com a expansão da soja para novas áreas e como consequência da monocultura. A importância econômica de cada doença varia de ano para ano e de região para região, dependendo das condições climáticas de cada safra. As perdas anuais de produção por doenças são estimadas em cerca de 15% a 20%, entretanto, algumas doenças podem ocasionar perdas de quase 100% (KIMATI et al., 2011; JULIATTI et al., 2004). Devido a expansão de áreas irrigadas nos Cerrados, foi possível o cultivo da soja no outono/inverno para a produção de sementes. No entanto, esse cultivo também favorecia a sobrevivência dos fungos causadores da ferrugem asiática (Phakopsora pachyrhizi), da antracnose (Colletotrichum truncatum), do cancro da haste (Diaporthe phaseolorum var. meridionalis), da podridão branca da haste (Sclerotinia sclerotiorum), da podridão vermelha da raiz (Fusarium spp.) e dos nematoides. As culturas do feijão, ervilha, melancia e tomate, cultivadas sob irrigação na mesma época, também podem ser afetadas por Sclerotinia sclerotiorum, aumentando a quantidade de inóculo desse patógeno para a safra seguinte de soja. A maioria dos patógenos é transmitida, externa e/ou internamente, através das sementes. 4 Portanto, o uso de sementes certificadas, oriundas de lavouras sadias, beneficiadas adequadamente (livres de torrões, restos de culturas e estruturas de patógenos) e tratadas com fungicidas apropriados é essencial para a prevenção e/ou a redução das perdas por doenças (EMBRAPA SOJA, 2011). Dentre todas as doenças, a podridão branca da haste vem ganhando importância na cultura da soja, devido os prejuízos causados, sendo considerada a segunda doença mais importante à cultura (JULIATTI; JULIATTI, 2010). 2.2 Aspectos gerais do mofo branco Sclerotinia sclerotiorum (Lib.) de Bary é agente etiológico da podridão branca da haste da soja. As doenças causadas pelo patógeno recebem diferentes denominações em outros hospedeiros, entre elas: mofo branco, podridão da cabeça, podridão aquosa e podridão da haste (PURDY, 1979). Esse fungo é de ampla ocorrência, tanto em locais de clima tropical quanto temperado, em regiões úmidas e secas. Possui uma ampla gama de hospedeiros, com pelo menos 408 espécies de plantas (BOLAND; HALL, 1994), incluindo principalmente as famílias solanáceas, crucíferas, umbelíferas, compostas, quenopodiáceas e leguminosas, sendo assim considerado um dos principais fungos fitopatogênicos (WILLETTS; WONG, 1980). A doença foi descrita pela primeira vez no Brasil em batateira, em 1921 (CHAVES, 1964). As maiores perdas têm sido reportadas em cultivos de feijoeiro irrigados, nos plantios de outono, inverno e primavera, principalmente quando a temperatura se aproxima da faixa de 20ºC, em média e com amplitude térmica variando de 15 a 25ºC. Apesar da doença ter seu maior impacto no feijoeiro e tomateiro rasteiro, tem sido discutida também no cultivo da soja (verão), principalmente nos altiplanos, acima de 700m, onde as menores temperaturas noturnas têm provocado perdas em áreas sem rotação de culturas com plantas não hospedeiras e sem a prática do uso da palhada (JULIATTI et al., 2011). O controle cultural pela cobertura do solo com palhada pode inibir a formação de apotécios (FERRAZ et al., 1999; FERGUSON; SHEW, 2001), servindo também como uma barreira física ao lançamento de esporos a partir dos apotécios já formados, além do acréscimo de matéria orgânica no solo a qual incentiva a proliferação de inúmeros fungos e bactérias benéficos que atuam no controle biológico natural dos patógenos (LOBO JÚNIOR, 2005). O fungo é capaz de infectar qualquer parte da planta, porém, as infecções iniciam-se com frequência a partir das inflorescências e das axilas das folhas e dos ramos laterais. Os 5 primeiros sintomas são manchas aquosas que evoluem para coloração castanho-clara e logo desenvolvem abundante formação de micélio branco e denso (ALMEIDA et al., 2005). Ocasionalmente, nas folhas podem ser observados sintomas de murcha e seca. Em poucos dias, o micélio transforma-se em massa negra e rígida, o escleródio, que é a forma de resistência do fungo. Os escleródios variam em tamanho e podem ser formados tanto na superfície como no interior da haste e das vagens infectadas (ALMEIDA et al., 2005). A fase mais vulnerável da planta vai do estádio da floração plena ao início da formação das vagens. Altas umidades relativas do ar e temperaturas amenas favorecem o desenvolvimento do fungo. Escleródios caídos ao solo, sob alta umidade e temperaturas entre 10ºC e 21ºC, germinam e desenvolvem apotécios na superfície do solo (EMBRAPA SOJA, 2011). Estes produzem ascosporos que são liberados ao ar e são responsáveis pela infecção das plantas. A transmissão por semente pode ocorrer tanto através de micélio dormente (interno) quanto por escleródios misturados às sementes. Uma vez introduzido em uma área, o patógeno é de difícil erradicação por causa da sua ampla gama de hospedeiros e a longa sobrevivência dos escleródios no solo (EMBRAPA SOJA, 2011), limitando a utilização de práticas como a rotação de culturas. Na maioria das situações, não há disponibilidade de cultivares resistentes e o controle químico nem sempre é eficiente (TEDESCO, 2009). Recentemente, o uso da técnica de meio de cultura seletivo Neon, o qual permite a detecção do micélio dormente em sementes de soja, tem demonstrado que a simples limpeza no benefício das sementes (espiral e/ou mesa gravitacional), retirando a massa de escleródios do lote de sementes, não impede a disseminação e a transmissão do patógeno nos campos de produção, a curta e longa distância. Dependendo do lote de sementes, esta transmissão pode chegar a 15%. Os níveis de infecção normalmente detectados variam de 0,25-1,0% (JULIATTI et al., 2011). Por todos estes fatores, grande importância tem sido dada a essa doença em função da escassez de métodos eficientes para seu controle (POMELLA; RIBEIRO, 2009) e a utilização de Trichoderma spp. como agente de controle biológico pode constituir uma medida eficaz. 2.3 Controle Biológico O controle biológico é definido por Cook e Baker (1983) como a redução da soma de inóculo ou das atividades determinantes da doença, provocada por um patógeno, realizada por um ou mais organismos que não o homem. Nas atividades determinantes de doenças estão 6 envolvidos o crescimento, a infectividade, a virulência e outras qualidades do patógeno, ou processos que determinam a infecção, o desenvolvimento de sintomas e a reprodução. Nos organismos são incluídos os indivíduos ou as populações avirulentas ou hipovirulentas, dentro das espécies patogênicas; a planta hospedeira manipulada geneticamente ou por práticas culturais, ou microrganismos, para maior ou mais efetiva resistência contra o patógeno; e os antagonistas dos patógenos, definidos como os microrganismos que interferem na sobrevivência ou nas atividades determinantes de doenças causadas por fitopatógenos. Assim, segundo esses autores, o controle biológico pode ser acompanhado por: práticas culturais para criar um ambiente favorável aos antagonistas e à resistência da planta hospedeira ou ambas; melhoramento da planta para aumentar a resistência ao patógeno ou adequar o hospedeiro para as atividades dos antagonistas; introdução em massa de antagonistas e linhagens não patogênicas ou outros organismos ou agentes benéficos (MICHEREFF; BARROS, 2001). O uso de organismos benéficos para reduzir os efeitos negativos de agentes patogênicos e promover respostas positivas em plantas, é uma prática tradicional, que aliada a novos conhecimentos da microbiologia, é atualmente muito estudada, para o controle de fitopatógenos (VINALE et al., 2008). Para tornar o uso dos agentes de controle biológico mais efetivo para o controle de doenças de plantas, é preciso entender como os agentes atuam e quais são as suas limitações (HOWELL, 2003). Estes mecanismos são variados e complexos, e o efeito final, resultante de diferentes mecanismos (HOWELL, 2003). Na busca de alternativas para o controle da podridão branca da haste, o controle biológico vem ganhando espaço, com a utilização de microrganismos antagonistas. Existem, porém, mais de 30 espécies de fungos e de bactérias com efeitos antagônicos ao fungo Sclerotinia sp., os quais parasitam escleródios e previnem sua formação, ou reduzem a germinação carpogênica e, com isso, acarretam uma redução do potencial de inóculo. Entre os fungos antagonistas a esse patógeno encontram-se: Trichoderma sp. (DAVET, 1988); Gliocladium roseun (PHILLIPS, 1986) e Coniothyrium minitans (HUANG, 1980; ADAMS, 1979). Devido a seu amplo espectro de ação, propriedades físico químicas e a versatilidade na adaptação aos mais diversos ambientes, fungos antagônicos do gênero Trichoderma (Pers.) vêm sendo largamente estudados como agentes de biocontrole de diversos fungos fitopatogênicos (SILVA, 2000). 7 2.4 Trichoderma spp. No Brasil, o primeiro registro do uso do Trichoderma como agente de controle biológico de doenças de plantas foi em 1950, quando Forster (1950) descreveu a inativação do vírus do mosaico do fumo (TMV) por filtrados da cultura de Trichoderma sp. Três fatores são importantes para a obtenção de resultados eficazes com os agentes de biocontrole: linhagens efetivas no campo contra diversos fitopatógenos, baixo custo de produção envolvendo as formulações eficientes e forma, dose e épocas de aplicação (POMELLA; RIBEIRO, 2009). O Trichoderma spp. está entre os agentes de controle biológico mais estudados e comercialmente vendidos como biopesticidas, biofertilizantes e inoculantes de solo (HARMAN, 2000; HARMAN et al., 2004). Devido aos benefícios do controle biológico, percebe-se que o mercado busca formas mais seguras para utilizar estes produtos. Em 2007, no Brasil, cerca de 550 toneladas de produtos à base de Trichoderma foram utilizadas, o que seria equivalente a uma área tratada de 600.000 hectares de lavouras. Se for considerada somente a área de soja plantada no país (22 milhões de hectares), observa-se que este mercado tem grande potencial de evolução (POMELLA; RIBEIRO, 2009). Para a agricultura, além do controle de patógenos, o uso de Trichoderma spp. pode oferecer várias vantagens como: decomposição de matéria orgânica, uma microflora competitiva/deletéria através da colonização da rizosfera e melhoria da sanidade e crescimento das plantas (HARMAN et al., 2004). 2.4.1 Descrição do gênero Microrganismos que são antagonistas a fungos fitopatogênicos têm sido usados para controle de doenças, e 90% de tais aplicações é realizada com diferentes cepas do fungo Trichoderma (BENITEZ et al., 2004). A maioria destas cepas é classificada como fungos imperfeitos uma vez que não têm sido associados a nenhum estágio sexual conhecido, durante a sua identificação e manipulação (KUBICEK; HARMAN, 1998; HOWELL, 2003; BENITEZ et al., 2004; HARMAN et al., 2004). Esse hiperparasita tem a fase sexuada no Phylum Ascomycota, Classe Euasmycetes, Ordem Hypocreales, Família Hypocreaceae, gênero Hypocrea (MONTE, 2001). Espécies de Hypocrea e gêneros altamente relacionados dentro de Hypocreales têm anamorfos como Trichoderma. Pesquisas têm relacionado um 8 grande número de teleomorfos de Hypocrea à anamorfos de Trichoderma (KUBICEK; HARMAN, 1998), cuja sequência de transcrição de DNA ribossomal tem revelada esta proximidade taxonômica (HERMOSA et al., 2000). Portanto, Trichoderma é normalmente classificado como um gênero imperfeito, pertencente à Subdivisão Deuteromicotyna, ordem Hifomicetes e família Moniliaceae (MELO, 1991). Em 1794, o gênero Trichoderma foi descrito por Persoon, incluindo quatro espécies na descrição, e em 1969 foi reclassificado por Rifai. A partir daí, um maior número de espécies foi agregado ao gênero, chegando à atualidade com cerca de 83 taxons (espécies, formas e variedades), incluindo Trichoderma e Hypocrea (SAMUELS, 2006). Na fase teleomórfica, o gênero Hypocrea é classificado como ascomiceto da ordem Hypocreales, onde predomina uma etapa sexual. A segunda fase, denominada anamórfica, prevalece uma etapa assexual, que parece ser independente da fase teleomórfica, seja em nível de indivíduo ou de população ou durante manipulações in vitro (HARMAN et al., 2004). As espécies do gênero Trichoderma apresentam micélio constituído de hifas hialinas muito ramificadas e de parede lisa. Em meio de cultura, as colônias apresentam, inicialmente, superfície lisa e quase translúcida, tornando-se posteriormente flocosas e quase compactas (ETHUR, 2006). O crescimento rápido em culturas, a produção de um micélio aéreo esparso, o tipo de ramificação dos conidióforos e o modo de disposição das fiálides são características utilizadas para distinguir as espécies desse gênero (BISSET, 1991). Porém, os poucos caracteres morfológicos disponíveis são variáveis, em certa medida, levando a sobreposição entre as espécies, o que torna a identificação das espécies de Trichoderma notoriamente difícil (SAMUELS, 2006). Com isso, a análise macromolecular baseada nos ácidos nucléicos (DNA) tem sido usada para diferenciar entre e dentro dos agregados de Trichoderma, podendo demonstrar a diversidade genética de isolados individuais (HERMOSA et al., 2000). 2.4.2 Distribuição geográfica de Trichoderma spp. Espécies do gênero Trichoderma são de ocorrência generalizada, facilmente isoladas de solo, madeira em decomposição e outras formas de matéria orgânica vegetal (PAPAVIZAS, 1985; HOWELL, 2003; HARMAN et al., 2004), sendo frequentemente componentes dominantes da microflora do solo em grande variedade de habitats (KUBICEK; HARMAN, 1998). Caracteristicamente, eles são cosmopolitas e saprófitas, podendo, porém, ser também micoparasitas (KUBICEK; HARMAN, 1998). Por serem saprófitas, são hábeis em crescer sobre uma variedade de hidratos de carbono complexos e substratos nitrogenados, 9 tendo uma marcante habilidade biossintética, ilustrado pela capacidade da maioria das espécies em crescer em meios simples (KUBICEK; HARMAN, 1998). Apesar de ser considerado um fungo de solo de vida livre, universalmente presente neste meio, em todas as zonas climáticas, algumas espécies podem ser cosmopolitas (ex., T. harzianum) ou limitadas na sua distribuição geográfica (ex., T. viride). Trichoderma stromaticum tem possivelmente a distribuição mais restrita, é encontrado apenas associado à plantas de cacau ou ao agente patogênico Crinipellis perniciosa, causador da vassoura de bruxa no cacau (SAMUELS, 2006). A temperatura possui grande influência na distribuição das espécies de Trichoderma. Espécies de regiões frias, como Trichoderma oiride, Trichoderma polysporum (DANIELSON; DAVEY, 1973) e Trichoderma minutisporum (SAMUELS, 2006) apresentam temperatura ótima de desenvolvimento ao redor de 7°C. Já Trichoderma koningii e Trichoderma hamatum suportam até 35°C; Trichoderma harzianum, 38°C e Trichoderma pseudokoningii e Trichoderma satwnisporum, 40°C. Essas espécies são mais comuns em regiões de clima tropical, suportando uma maior amplitude de variação de temperatura, consequentemente são as que possuem maior distribuição. Outros fatores como umidade, nutrientes, pH, tipo de solo, microbiota, aeração e teor de matéria orgânica influenciam na distribuição das espécies deste gênero (DANIELSON; DAVEY, 1973), assim como na sobrevivência no solo ou em substrato (HOWELL, 2003). 2.4.3 Trichoderma spp. como agente decompositor O biocontrole pode também resultar numa interação direta entre o patógeno e o agente de biocontrole, mecanismo conhecido como micoparasitismo, no qual os nutrientes do patógeno são utilizados pelo agente de biocontrole (LUCON, 2000). Este mecanismo envolve contato físico, síntese de enzimas hidrolíticas, com compostos tóxicos e/ou antibiose atuando sinergisticamente com as enzimas (LORITO et al., 1993; BENITEZ et al., 2004). As enzimas envolvidas nestes processos são de considerável importância comercial, existindo variação na habilidade de vários Trichoderma do solo em degradar diferentes materiais vegetais (KUBICEK; HARMAN, 1998). Trichoderma é conhecido pela sua alta capacidade em produzir enzimas que degradam celulose e quitina (MELO, 1991; HARMAN et al., 2004). Nas Filipinas, T. harzianum é inoculado em pilhas de compostagem para acelerar a degradação da celulose (BENGWAYAN, 2007). Trichoderma reesei foi considerado, segundo Samuels (2006), como 10 a melhor espécie conhecida para a produção comercial de celulase. Além da celulose e quitina, Trichoderma spp. são capazes de degradar hidrocarboneto, cloranfenicol, polissacarídeos e pesticidas xenobióticos usados na agricultura (HOWELL, 1998; HARMAN et al., 2004). Eis um bom argumento para aumentar a utilização do Trichoderma spp., já que questões relacionadas a problemas ambientais e ao custo de produção são as principais razões para a atual expansão do mercado de controle biológico no país (BETTIOL; MORANDI, 2009). 2.4.4 Trichoderma spp. no crescimento vegetal Algumas espécies de Trichoderma podem aumentar a germinação e a emergência de sementes (MELO, 1998) e exercer efeitos positivos indiretos com a promoção do crescimento da planta (KLEIFELD; CHET, 1992; YEDIDIA et al., 2001). Isto se dá numa relação aparentemente simbiótica e não parasítica, entre o fungo benéfico e a planta, onde o agente de controle biológico ocupa o nicho nutritivo e a planta é protegida de doenças. Após desenvolver-se na espermosfera, Trichoderma spp. pode ser utilizado na inoculação de sementes, pois acaba acompanhando o desenvolvimento do sistema radicular da planta (HARMAN, 2000) contribuindo para o pioneirismo do fungo nessa estrutura (CHAO et al., 1986). A capacidade do fungo em colonizar as raízes é um fator fundamental para sua interferência no crescimento e na produtividade da planta (HARMAN, 2000; SAMUELS, 2006). Kleifeld e Chet (1992) verificaram que aplicação de Trichoderma spp. aumentou significativamente a porcentagem de germinação, o peso seco de plântulas e a área foliar de plantas de pimentão. Ao estudar fungos associados à sementes de cevadilha vacariana, Bromus auleticus, coletadas nas plantas e no solo, Silva e colaboradores (2007) concluiram que Trichoderma spp. cumpre uma função específica na regeneração natural da planta, atuando no sentido de preservar a sanidade das sementes durante sua vida no solo, e constituindo uma relação de mutualismo. O potencial de Trichoderma também foi relatado por Lynck (1992) como agente biológico na agricultura, estimulando o desenvolvimento de plantas, visto que proporcionou aumento de 54% a 100% em plantas de alface, quando incorporado ao composto utilizado na adubação. Melo (1996), utilizando duas linhagens mutantes de T. koningii hiperprodutoras de celulase e antagônicas a Sclerotinia sclerotiorum, observou aumento na emergência e no peso seco dos pepineiros. Sementes de milho inoculadas com T. harzianum resultaram em plantas com maior acúmulo de matéria seca nas raízes (RESENDE et al., 2004). Em plantas jovens de 11 milho, os pêlos radiculares são colonizados por hifas de T. harzianum que se estabelecem nas raízes, crescendo junto com o sistema radicular e permanecendo funcional durante todo o ciclo da cultura anual (HARMAN, 2000). A promoção de crescimento vegetal ocasionada por Trichoderma spp. pode envolver alguns fatores ainda pouco esclarecidos, como a produção de hormônios e vitaminas, conversão de materiais a uma forma útil para a planta, absorção, disponibilização e translocação de minerais e controle de patógenos (MELO, 1991). Espécies de Trichoderma produzem ácidos orgânicos que reduzem o pH do solo e permitem a solubilização de fosfato, micronutrientes e minerais como ferro, manganês e magnésio, úteis para o metabolismo da planta (HARMAN et al., 2004). Segundo Ethur et al. (2005), a variabilidade entre os isolados de Trichoderma spp., quanto à interferência no crescimento de vegetais, consiste, principalmente, na produção de metabólitos secundários e na sua capacidade de ser competitivo na rizosfera. Uma direta interação planta-fungo pode ser responsável pelo aumento de resposta de crescimento, assim como por outras respostas na planta (YEDIDIA et al., 2001). Embora não seja o mecanismo mais importante associado à espécies de Trichoderma potenciais agentes de controle biológico, esta ação é extremamente relevante por poder contribuir para a maior tolerância das plantas a doenças por meio do aumento no crescimento da raiz ou parte aérea, resistência a estresses bióticos ou abióticos, e mudanças no status nutricional da planta (HOWELL, 2003). 2.4.5 Tratamento de sementes com Trichoderma spp. As sementes infectadas constituem um dos mais eficientes meios de disseminação de patógenos de plantas. Semente contendo estruturas de patógeno em sua superfície ou interior é fonte primária de inóculo, desempenhando papel fundamental na transmissão ou introdução de doenças num novo ambiente de cultivo. O uso de lotes de sementes contaminadas, mesmo que em baixas proporções, pode resultar em graves epidemias no campo, e ainda afetar diretamente a produtividade e o rendimento da cultura, ainda que não ocorra a morte total das plantas (AGRIOS, 2005; CARMO et al., 1996). Entre as principais doenças fúngicas da cultura da soja transmitidas por sementes estão Antracnose (Colletotrichum truncatum), Mancha púrpura da semente (Cercospora kikuchii), Cercosporiose (Cercospora sojina), Phomopsis (Phomopsis spp.), Fusarium (Fusarium semitectum), Canco da haste (Diaporthe phaseolorum), Aspergillus (Aspergillus spp.), 12 Penicilium (Penicillium spp.), Mofo branco (Sclerotinia sclerotiorum) (EMBRAPA SOJA, 2010) e Macrophomina phaseolina (JULIATTI et al., 2004). O tratamento de sementes pode ser entendido como qualquer operação que envolva as sementes, visando melhoria ou garantia de seu desempenho em condições de cultivo (MACHADO, 2000). Pode ser feito pela aplicação de produtos de natureza química, biológica, nutricional ou hormonal, de processos como embebição ou secagem, ou de distintas formas de energia como a irradiação, calor, magnetismo ou eletricidade (GIMÉNEZSAMPAIO; SAMPAIO, 1994). Visando o controle, pode ser feito pela aplicação de procedimentos que resultem na eliminação do inóculo associado às sementes, proteção das sementes e da parte aérea contra ataque de patógenos presentes no solo e prevenção da transmissão e disseminação de inóculo (MACHADO, 2000). A semente em germinação e o solo ao seu redor representam um rico habitat para o desenvolvimento de microrganismos e o estabelecimento dos mesmos (NELSON, 2004). A maior parte dos trabalhos com tratamento biológico de sementes visa principalmente controlar os patógenos que causam as podridões de sementes, o tombamento, a morte das plântulas e as podridões radiculares, sendo verificada também ação sobre o crescimento das plantas relacionado com a inibição de patógenos secundários da rizosfera (LUZ, 1993). O tratamento biológico pode ser feito através da inoculação direta nas sementes ou através da sua adição no substrato utilizado na produção de mudas, com a vantagem de uma ação residual de proteção mais prolongada que os tratamentos químico e térmico, principalmente se o microrganismo protetor encontrar condições favoráveis ao seu desenvolvimento e estabelecimento no solo (MACHADO, 2000). É possível obter a interação entre tratamento químico e biológico de sementes, para estender o período de proteção das sementes às podridões radiculares. Após o fim do efeito residual do fungicida sintético aplicado às sementes, T. harzianum pode prolongar a proteção de raízes (LOBO JÚNIOR et al., 2009a). Lifshitz et al. (1985, 1986) elucidaram o mecanismo básico do biocontrole do tratamento de sementes com Trichoderma spp. o qual produz um antibiótico suficientemente cedo para conferir proteção ao embrião durante o período de suscetibilidade às doenças. 2.4.6 Trichoderma spp. como agente biocontrolador Evidências sugerem que Trichoderma spp., além de saprófitas e simbiontes, podem ser oportunistas e parasitas de outros fungos (SAMUELS, 2006). Com base nisso, as interações 13 de espécies desse gênero com vários fitopatógenos de diferentes culturas têm sido objeto de estudo de muitas pesquisas. O uso de Trichoderma spp. já foi documentado para o controle de Rhizoctonia solani, Sclerotium rolfsii, Sclerotinia sclerotiorum, Fusarium spp. e Pythium spp. (MELO, 1998). Trichoderma virens é efetivo contra damping-off causado por S. sclerotiorum (HUANG et al., 2000), Pythium ultimum e Rhizoctonia solani Kühn (LUMSDEN; LOCKE, 1989). No algodão, a atividade de supressão tem sido relatada contra Rhizoctonia solani (HOWELL, 1982), Fusarium oxysporum f. sp. vasinfectum (ZHANG et al., 1996). No cacau, T. stromaticum é eficaz no controle de Crinipellis perniciosa, patógeno causador da vassoura de bruxa (SANOGO et al., 2002; SAMUELS, 2006). Foi verificado potencial antagônico in vitro de Trichoderma spp. a Fusarium graminearum e Phytophthora capsici (REZENDE et al., 2009), Colletotrichum graminicola e Rhizoctonia solani (CAIRES et al., 2009), Sclerotinia sclerotiorum e Sclerotium rolfisii (SAGATA et al., 2009) e Macrophomina phaseolina (SILVA et al., 2009). Do ponto de vista do biocontrole, T. harzianum e T. asperellum são as espécies mais estudadas além de outras espécies como T. koningii, T. viride, T. hamatum, e T. pseudokoningii. Esse gênero apresenta características essenciais para um agente de controle biológico, como ausência de impacto negativo ao meio ambiente, presença de estruturas de reprodução de fácil propagação, principalmente em substratos naturais (SPIEGEL; CHET, 1998), capacidade de sobreviver em ambientes desfavoráveis, além de conter populações de patógenos em condições de solo diferentes (VINALE et al., 2008). Apesar dos esporos não apresentarem ação direta comprovada na ação de biocontrole (LEWIS; PAPAVIZAS, 1984), a utilização do Trichoderma spp. na forma comercial, para o controle de fitopatógenos, é realizada à base de esporos de várias espécies do gênero, como T. asperellum, T. harzianum, T. polysporum e T. reesei. A atividade de biocontrole é relatada para populações de Trichoderma de 105 – 107 ufc/g crescidas em meio controlado, como solo fumigado (LEANDRO et al., 2007) e aplicado no solo em porções de um litro/m2, com 108 esporos/litro (MELO, 1991). Segundo Melo (1996), os conídios e clamidósporos de Trichoderma são formulados e utilizados para o tratamento de solos, sementes, bulbos e estolões, e ainda, pulverizados na parte aérea das plantas. 14 2.4.7 Mecanismos de ação de Trichoderma spp. no biocontrole 2.4.7.1 Competição As interações competitivas entre Trichoderma e outros microrganismos são complexas. O biocontrole com uso de cepas de Trichoderma spp. resulta tanto da competição, na qual a demanda por nutrientes ou espaço excede o suprimento imediato (LUCON, 2000; BENITEZ et al., 2004), como da habilidade de Trichoderma em produzir e/ou resistir a metabólitos que impedem germinação de esporos (fungistase), mata a célula (antibiose) ou modifica a rizosfera, por exemplo, pela acidificação do solo, restringindo o crescimento dos patógenos (BENITEZ et al., 2004). Segundo Harman et al. (2004), Trichoderma sp. compete por exsudados liberados pelas sementes durante a germinação que estimulam a germinação de propágulos de fungos fitopatogênicos. Competição por carbono, nitrogênio e outros fatores de crescimento, somados à por espaço ou sítios específicos de competição, também são formas utilizadas pelo Trichoderma para controlar populações de fitopatógenos (VINALE et al., 2008). Trichoderma também possui grande capacidade de mobilizar nutrientes do solo tornando-se mais eficiente e competitivo que outros microrganismos. 2.4.7.2 Antibiose No mecanismo de antibiose, Trichoderma spp. produz metabólitos secundários com atividade biológica. Estes metabólitos incluem um variado grupo de compostos naturais quimicamente diferentes, possivelmente relacionados à sobrevivência do organismo produtor, como simbiose, transporte metálico, diferenciação além de antibióticos capazes de inibir o crescimento microbiano (VINALE et al., 2008). Diferentes cepas chegam a produzir mais que 100 tipos de metabólitos com potencial antifúngico (HARMAN et al., 2004), sendo a capacidade de biocontrole possivelmente correlacionada à produção de antibióticos. Isolados de Trichoderma são conhecidos por produzirem metabólitos voláteis e não voláteis, como acetaldeído e etanol sob influência de fatores nutricionais (GEYPENS, 1977), como pirona (CLAYDON et al., 1987), entre outros antibióticos (HOWELL, 2003; PAPAVIZAS, 1985), que por sua vez são relatados como tendo ação inibidora e antagonista sobre diversos microrganismos (MELO, 1991). 15 A capacidade para produzir esporos e enzimas degradadoras de parede celular, além do seu efeito fungicida pode variar entre espécies e entre isolados da mesma espécie (MARTINS-CORDER; MELO, 1998). O arsenal antifúngico de Trichoderma inclui grande variedade de enzimas líticas (ex.: exoglucanase, endoglucanase, glucanases, celobioase, celulases, quitinases), a maior parte desempenhando um importante papel no controle biológico (PAPAVIZAS, 1985; VINALE et al., 2008). São capazes de parasitar e destruir até mesmo as estruturas de resistência dos fitopatógenos, como os escleródios de Sclerotinia sclerotiorum. A nutrição obtida destas fontes pode também afetar o grau de hiperparasitismo (MELO, 1991). 2.4.7.3 Hiperparasitismo A ação do fungo no biocontrole de fitopatógenos ocorre devido aos mecanismos de hiperparasitismo, antibiose e competição ou uma combinação desses. De todos os mecanismos de controle de doenças de plantas, o micoparasitismo é o mais complexo e com o maior número de etapas envolvidas (LIMA et al., 1998). A interação micoparasita se inicia por quimiotropismo, quando substâncias químicas produzidas pelo patógeno estimulam o crescimento das hifas do antagonista na sua direção (CHET et al., 1988). Conídios de T. harzianum, até mesmo em baixas condições nutricionais, requerem apenas de 14 a 18 horas para completar a germinação e iniciar o crescimento micelial, e em pouco tempo colonizar a superfície da planta o bastante para efetivar a interceptação da germinação do patógeno (LIFSHITZ et al., 1986). Ao entrarem em contato, lectinas do potencial hospedeiro, neste caso o patógeno, se ligam a carboidratos da parede celular do Trichoderma (ELAD et al., 1983). Esta ligação química provoca uma transdução de sinal, com a ativação de proteínas G, que irão induzir o aumento de adenosina monofosfato cíclico (AMPc) intracelular. O AMPc atua como segundo mensageiro, provocando divisão nuclear e rearranjo de citoesqueleto, induzindo o enrolamento do micélio do antagonista ao redor das hifas do hospedeiro e a formação de apressórios e estruturas em formato de gancho (OMERO et al., 1999). Acredita-se que, após o reconhecimento e a resposta morfológica ao hospedeiro, um decréscimo nos níveis de AMPc induzem a expressão enzimática do antagonista (ROCHARAMÍREZ et al., 2002; SILVA et al., 2004). A penetração de Trichoderma no lúmen das hifas do hospedeiro irá depender da taxa de secreção de enzimas hidrolíticas extracelulares, que degradam a parede celular do fungo e geram orifícios no local dos apressórios, permitindo 16 a invasão do interior do corpo do hospedeiro. A secreção enzimática constitui uma etapa essencial no biocontrole de fungos (HARAN et al., 1995). Embora existam muitos relatos da ação de Trichoderma sobre fitopatógenos, principalmente micoparasitismo e/ou antibiose, resultados práticos de biocontrole são menos frequentes devido a variações nas respostas e a interferência de vários fatores (HOWELL, 2003). 2.4.8 Interação Trichoderma spp., plantas e patógenos A supressão de uma doença mediada por agentes de biocontrole e o êxito do controlador é a consequência das interações entre plantas, agentes patogênicos e a comunidade microbiana presente no ecossistema solo. Deste modo, compreender as relações entre organismos está entre os fatores fundamentais para a manutenção do equilíbrio natural das populações e dos ciclos biológicos (SCHAFER; KOTANEN, 2003). Em adição à habilidade de Trichoderma em promover o crescimento de plantas, disponibilizar nutrientes e oferecer proteção contra fitopatógenos, também pode induzir resistência sistêmica e localizada (YEDIDIA et al., 1999; HARMAN et al., 2004). Neste caso, os agentes de biocontrole estimulariam os mecanismos de autodefesa do vegetal (YEDIDIA et al., 2001; BENITEZ et al., 2004), com respostas à presença do antagonista resultando em mecanismos de resistência induzida à patógenos (LUCON, 2000; HARMAN et al., 2004). De acordo com Howell e colaboradores (2000), pesquisas sobre o mecanismo de biocontrole do agente Trichoderma virens para suprimir Rhizoctonia solani em sementes de algodão mostram que micoparasitismo e produção de antibióticos não são os maiores contribuidores para o sucesso do controle biológico. Segundo os autores, um possível mecanismo para atividade de biocontrole em Trichoderma spp. é o estímulo à resposta de defesa do hospedeiro a fitopatógenos. Uma variedade de cepas de T. virens, T. asperellum, T. atroviride e T. harzianum são capazes de induzir mudanças metabólicas nas plantas aumentando a resistência a uma ampla taxa de patógenos. As espécies de Trichoderma são capazes de ativar a expressão de genes, denominados elicitors ligados a sistemas de resposta de defesa da planta (HARMAN et al., 2004). Alguns isolados de Trichoderma spp. induzem resistência sistêmica nas plantas ativando a síntese de proteínas relacionadas à patogênese, antes mesmo que o patógeno invada a planta hospedeira (HARMAN et al., 2004). Para a elucidação dos caminhos que envolvem a indução de resistência, muitos progressos têm ocorrido. Em muitos casos, o ácido 17 salicílico e o ácido jasmônico, juntamente com o etileno ou óxido nitroso, induzem uma cascata de eventos que provocam a produção de uma grande variedade de metabólitos e proteínas com diversas funções na planta, modificando o proteoma vegetal (HARMAN et al., 2004). Fungos semelhantes a Trichoderma hamatum 382 (T 382) não possuem esse efeito (ZHANG et al., 1996), o que não compromete o controle de fitopatógenos, já que os mecanismos pelos quais microrganismos rizosféricos induzem resistência sistêmica nas plantas são diferentes (HARMAN et al., 2004). Sementes de algodão tratadas com T. virens, efetivo no biocontrole, desencadeiam na planta uma resposta de defesa durante o desenvolvimento das raízes da plântula. Uma parte desta resposta se deve ao estímulo da síntese de terpenóides no sistema radicular, que é a porção da planta colonizada pelo agente de biocontrole. A síntese de terpenóides pela planta hospedeira se deve à colonização e penetração da epiderme e do tecido cortical da raiz (HOITINK et al., 2006). As classes de diferentes metabólitos, como proteínas e compostos de baixo peso molecular, produzidos por espécies de Trichoderma, também podem atuar como indutores de resistência (HARMAN et al., 2004). O grau de proteção promovido por isolados de Trichoderma spp. que induzem resistência sistêmica em plantas, pode ser tão efetivo como os fungicidas (HOITINK et al., 2006). Por exemplo, o controle de Phytophthora capsici por Trichoderma harmatum – T 382 e solução de metalaxyl (KHAN et al., 2004). A habilidade de Trichoderma spp. em promover um controle sistêmico da doença pode ser afetada conforme alguns fatores, como o tipo de substrato, podendo variar o grau de supressão obtido. O controle de doenças foliares por Trichoderma spp. foi mais efetivo em plantas crescidas em meio enriquecido com composto, que em substrato de musgo, o qual não promove o crescimento de microrganismos (HOITINK et al., 2006). Dentre 500 microrganismos rizosféricos isolados de dois de 80 lotes diferentes de compostos, naturalmente supressivos de doenças foliares, Trichoderma harmatum – T 382 foi identificado como o promotor do grau mais significativo de controle de doenças foliares (SID AHMED et al., 2000). A busca pela melhoria na qualidade dos produtos biológicos deve ser constante, tanto por meio de testes com novas formulações, como pela avaliação de métodos de aplicação. Estudos devem ser conduzidos objetivando aprimorar a sua recomendação, quanto a dosagem para as diferentes culturas, compatibilidade com defensivos agrícolas, intervalo e horário de aplicação (POMELLA; RIBEIRO, 2009). 18 3 MATERIAL E MÉTODOS 3.1 Obtenção dos isolados de Trichoderma spp. A maioria das etapas de laboratório foi desenvolvida no Laboratório de Micologia e Proteção de Plantas (LAMIP), do Instituto de Ciências Ambientais e Agrárias, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). O isolamento do fungo foi feito a partir dos produtos comerciais à base de Trichoderma spp. Na Tabela 1, encontra-se a descrição dos bioprodutos avaliados. A ficha técnica dos produtos utilizados nos experimentos encontra-se no Anexo A. TABELA 1- Descrição dos produtos biológicos, ingrediente ativo/microrganismo, formulação, concentração declarada no rótulo e empresa fabricante. Uberlândia-MG, 2011. Bioprodutos Agrotrich Ecotrich Ingrediente Ativo / Microrganismo Trichoderma spp. T. harzianum T. asperellum Quality Trichodermil T. harzianum Formulação PM WP WG SC Concentração Empresa Declarada Fabricante 1,0 x 10 8* Agrihaus 5,0 x 10 10* Ballagro 1,0 x 10 10* Lab. Biocont. Farroupilha 2,0 x 10 9** Itaforte *unidade formadora de colônia (ufc) mL-1 ou ufc g-1 **conídios viáveis mL-1 Fonte: a autora. 3.1.1 Avaliação da qualidade dos bioprodutos A verificação da qualidade dos bioprodutos torna-se importante e indispensável visto a quantidade de produtos disponíveis no mercado. Apesar de não existir uma padronização nas metodologias, a avaliação dos produtos é feita por basicamente três critérios: concentração na placa, contagem de esporos e viabilidade. A verificação da contaminação por bactérias também é importante já que a presença delas diminui a vida útil do produto. 3.1.1.1 Avaliação da concentração dos bioprodutos Para a análise da concentração na placa de esporos dos bioprodutos realizou-se diluições seriadas dos produtos em água destilada e autoclavada, as quais foram distribuídas em placas de Petri contendo meio Batata-Dextrose-Ágar (BDA), sendo incubadas por 5 dias a 19 22 ± 2°C, com fotoperíodo de 12horas, para posterior contagem do número das colônias formadas. Também foi verificada a concentração pela contagem de esporos na Câmara de Neubauer em microscópio de luz. 3.1.1.2 Avaliação da viabilidade (% germinação) dos bioprodutos A viabilidade é determinada através da porcentagem de germinação dos esporos, que foi analisada após 24 horas, através da contagem de esporos viáveis e inviáveis em placa de Petri com meio de cultura BDA, média de duas repetições por placa. Foram considerados esporos viáveis aqueles que emitiram o tubo germinativo de tamanho igual ou maior que o tamanho do próprio esporo. 3.1.1.3 Avaliação da contaminação dos bioprodutos Para a análise de contaminação por bactérias, as diluições foram plaqueadas em meio Triptona-Soja-Ágar (TSA) (ARAÚJO et al., 2001) modificado. Após 48 horas contou-se o número de colônias ou ufc (unidades formadoras de colônias), por mL ou g. Os testes foram realizados em delineamento de blocos casualizados, com quatro repetições. Os dados obtidos para porcentagem de germinação e contaminação por bactérias foram submetidos ao programa Sisvar para análise de variância e teste de Tukey, a 5% para comparação das médias. 3.2 Verificação da capacidade antagonista em cultura pareada dos isolados de Trichoderma spp. contra Sclerotinia sclerotiorum, in vitro A verificação do antagonismo dos isolados de Trichoderma spp. contra o patógeno S. sclerotiorum foi realizada utilizando-se a metodologia adaptada de cultura pareada descrita por Mello et al. (2007). Foi utilizado o isolado de S. sclerotiorum proveniente de Jataí-GO (GARCIA, 2008), pertencente ao LAMIP, considerado muito agressivo. Discos de ágar contendo micélio do patógeno e do antagonista (5 mm de diâmetro) foram retirados de colônias com três dias de cultivo e depositados, simultaneamente, em extremidades opostas das placas de Petri com 9 cm de diâmetro, contendo meio BDA solidificado. As placas foram incubadas a 22 ± 2°C com fotoperíodo de 12 horas (BARDIN; HUANG, 2001). 20 Após sete dias de cultivo, avaliou-se o crescimento micelial dos fungos, conforme escala proposta por Bell et al. (1982), modificada. De acordo com esta foi desenvolvida uma escala diagramática (Figura 1), através do programa Quant (VALE et al., 2003), na qual os isolados foram classificados de acordo com a área da placa ocupada pelo antagonista e pelo patógeno. Os experimentos foram realizados com quatro repetições, em delineamento de blocos casualizados. Considerou-se o isolado como antagônico ou eficiente quando sua nota era menor ou igual a 3,0 (acima de 50% da superfície da placa ocupada com o crescimento de Trichoderma spp.). Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e teste de Tukey, a 0,05 de significância, para comparação das médias. FIGURA 1- Escala diagramática para avaliação dos testes de culturas pareadas, de acordo com escala proposta por Bell et al. (1982), modificada. Fonte: a autora. 3.3 Verificação do hiperparasitismo de Trichoderma spp. sobre S. sclerotiorum A verificação do hiperparasitismo foi realizada na Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ/USP), no Núcleo de Apoio à Pesquisa em Microscopia Eletrônica aplicada à Pesquisa Agropecuária (NAP/MEPA). 21 Para o estudo das interações entre o patógeno e o antagonista, discos de micélio (5 mm de diâmetro) da região de confronto entre as colônias dos dois fungos foram retirados após 7 dias de cultivo pareado e submetidos ao procedimento, descrito por Bossola e Russel (1998), adaptado por Tanaka e Kitajima (2009), onde os discos foram tratados com solução fixadora de Karnovsky modificada (glutaraldeído 2,5% e paraformaldeído 2%, em tampão cacodilato 0,05 M a pH 7,2) para fixação, a 4°C, durante 17 horas, seguido de 4 lavagens com tampão cacodilato 0,05 M (pH 7,2) e pós-fixados durante 1 hora, a 4°C, com tetróxido de ósmio (OsO4) 1% em tampão cacodilato 0,01 M (pH 7,2). Em seguida, as amostras foram lavadas três vezes com água destilada, e desidratadas em gradiente crescente de acetona (30, 50, 70, 90 e 100%) permanecendo cerca de 10 minutos em cada uma e na solução a 100%, tal procedimento foi repetido por 3 vezes. Para secagem ao ponto crítico, utilizou-se dióxido de carbono no secador Balzers Critical Point Drayer CPO 050. As amostras foram, então, montadas sobre stubs de alumínio e metalizadas com ouro (20 nm/180 segundos) em evaporador de ouro MED 010 da Balzers. As visualizações foram realizadas ao microscópio eletrônico LEO 435 VP, com o objetivo de observar o comportamento das hifas dos isolados de Trichoderma spp. sobre o patógeno. Todas as repetições de pareamento de culturas representativas dos quatro isolados do antagonista foram incluídas neste estudo. 3.4 Teste de compatibilidade entre fungicidas e produtos biológicos 3.4.1 Compatibilidade dos isolados de Trichoderma spp. plaqueados em meio de cultura contendo fungicidas O efeito de fungicidas sobre os isolados de Trichoderma spp. foi avaliado pelo crescimento do antagonista na presença dos mesmos. A adição dos fungicidas foi feita no meio de cultura BDA, depois de autoclavado e ainda líquido (±40ºC), de modo que a concentração final do produto foi estabelecida considerando o volume de meio utilizado. Em seguida, o meio de cultura contendo os fungicidas foi vertido em placas de Petri e a inoculação dos isolados de Trichoderma spp. foi feita com discos das colônias de 5 mm de diâmetro, no centro da placa. As placas foram incubadas em câmara de crescimento, com temperatura de 22 ± 2ºC, fotoperíodo de 12 horas, por 7 dias. O delineamento foi de blocos casualizados em esquema fatorial 4x7x5 e uma testemunha adicional, com 4 repetições. Foram utilizados os quatro produtos biológicos, sete 22 fungicidas (Tabela 2), em cinco concentrações (0,1; 1; 10; 100 e 1000 ppm), e a concentração de 0 ppm correspondendo à testemunha, constituída apenas de BDA. TABELA 2- Fungicidas, ingredientes ativos e concentração do ingrediente ativo. UberlândiaMG, 2011. Fungicidas (nome comercial) Ingrediente Ativo (i.a.) Concentração do i.a. (g L-1 ou g kg-1) Tiofanato metílico + Fluazinam 350 + 52,5 Frowncide Fluazinam 500 Cercobin Tiofanato metílico 500 Fipronil + T. metílico + Piraclostrobina 250 + 225 + 25 Carbendazim 500 Fludioxonil + Metalaxyl-M 25 + 10 Procimidona 500 Certeza Standak Top Derosal Maxim XL Sumilex Fonte: a autora. As avaliações foram feitas diariamente, durante sete dias, medindo-se o diâmetro das colônias. Ao final de sete dias, calculou-se o índice de velocidade de crescimento (IVC) das colônias, de acordo com Lilly e Barnett (1951). Os isolados de Trichoderma spp. foram classificados quanto à seletividade dos fungicidas (Tabela 3). x 0,5 e submetidos à análise de variância em Os dados foram transformados em que foi aplicado o teste de Scott-Knott, a 5%, para comparação das médias. Também foi feita a análise de regressão, a 0,10 de significância. TABELA 3- Níveis de seletividade dos fungicidas aos isolados de Trichoderma spp. Uberlândia-MG, 2011. Seletividade Índice de Velocidade de Crescimento 0% Símbolo - Ruim 0-25 % + Regular 25-50 % ++ Boa Muito boa 50-75 % 75-100 % +++ ++++ Ausência Fonte: a autora. 23 3.4.2 Compatibilidade entre produtos biológicos e fungicidas no tratamento de sementes Nos experimentos com tratamento de sementes, foi utilizada a cultivar de soja NK7074RR, considerada suscetível a S. sclerotiorum (CAIRES, 2011). Para o teste de compatibilidade entre produtos biológicos e fungicidas no tratamento de sementes, pesou-se 100g de sementes de soja em saquinho plástico. No tratamento das sementes, foram utilizadas as doses recomendadas dos produtos químicos (citados no teste anterior – Tabela 2) e dos biológicos por hectare. Pesou-se em um Becker o produto biológico e adicionou-se água para dissolução do mesmo. Enquanto isso, pipetou-se o fungicida aplicando-o direto nas sementes e homogeneizando até todas absorverem bem o produto. Em seguida, com auxílio de pipeta, transferiu-se a suspensão do produto biológico, previamente preparada, para as sementes já tratadas com o fungicida, homogeneizando-as também até todas as sementes absorverem bem o produto. Como testemunha, preparou-se uma amostra tratando somente com o produto biológico. Coletou-se amostra em três diferentes tempos de contato dos produtos nas sementes para a avaliação da compatibilidade por plaqueamento: 1º: 0 hora. Início; 2º: Após 3 horas; 3º: Após aproximadamente 16 horas. O delineamento do teste foi em blocos casualizados, em esquema fatorial 4x7x3, sendo 4 produtos biológicos, 7 fungicidas e 3 intervalos de tempo, com 4 repetições. Para cada tempo, coletou-se 10 sementes em um tubo Falcon, adicionou-se 2 mL de água, agitouse por 1 minuto, pipetou-se 100µl, plaqueando-os em BDA 1/5 acidificado (um mL de ácido láctico/L) e incubou-se as placas a 25°C por 16 a 20h. Após o período de incubação, inibiu-se a germinação com 1 gota de solução azul de algodão e lactofenol em dois pontos de cada placa, colocando-se uma lamínula sobre cada gota e levou-se ao microscópio para fazer a leitura. Contou-se 100 esporos de cada campo e registrou-se apenas os esporos germinados. O resultado da contagem foi apresentado em porcentagem, sendo a média do número de esporos germinados a cada 100 esporos contados em 2 pontos da placa de Petri. Os dados de germinação obtidos foram transformados em x 0,5 , submetidos à análise de variância e teste de Scott-Knott, a 0,05 de significância, para comparação das médias, e regressão a 10% de probabilidade. 24 Os gráficos apresentados no Anexo D representam o comportamento dos tratamentos submetidos à análise de regressão linear simples, a 10% de probabilidade, onde os dados foram plotados para obtenção da equação (y = a + bx), sendo (y) a porcentagem final de germinação dos esporos dos isolados de Trichoderma spp., (x) as horas após o tratamento, (a) a porcentagem inicial de germinação dos esporos e (b) a taxa de germinação dos esporos, indicada pelo coeficiente de regressão. A taxa de crescimento ou diminuição da porcentagem de germinação foi determinada por [(a * 100) / b]. 3.5 Teste de sanidade de sementes de soja tratadas com Trichoderma spp. Para testar a eficiência dos antagonistas no controle de patógenos de sementes de soja, foi realizado o teste de sanidade, por meio do método Blotter test, em amostra de 200 sementes com e sem inoculação de S. sclerotiorum, divididas em oito subamostras, colocadas em caixas de plástico tipo Gerbox, sobre três folhas de papel filtro esterilizadas e umedecidas com água destilada e esterilizada. Para a inoculação de S. sclerotiorum, as sementes foram acondicionadas por três dias em placas de Petri contendo meio de cultura com o patógeno, quando se notou o crescimento do micélio nas mesmas. Em seguida, foram tratadas com a dose comercial dos produtos biológicos recomendada pelos fabricantes e homogeneizadas a fim de se obter uma distribuição uniforme dos produtos. Após a aplicação dos tratamentos, as sementes foram incubadas à temperatura de 25 ± 2°C, em regime de 12 horas de iluminação com lâmpadas fluorescentes, durante sete dias. O delineamento utilizado foi inteiramente casualizado, em esquema fatorial 4x2, sendo 4 produtos biológicos e 2 inoculações (sementes com e sem inoculação de S. sclerotiorum). O parâmetro avaliado foi incidência de fungos nas sementes de soja nos diferentes tratamentos com Trichoderma spp. e os resultados foram expressos em porcentagem. Os dados foram transformados em x 0,5 , submetidos à análise de variância e a comparação de médias feitas através do teste de Scott-Knott, a 5% de probabilidade. 25 3.6 Teste de germinação de sementes de soja tratadas com Trichoderma spp. A porcentagem de germinação corresponde à porcentagem de sementes que produzem plântulas normais sob condições controladas em limites de tempo especificados (BRASIL, 2009). Para verificar a ação dos antagonistas na germinação de sementes de soja, foi realizado o teste padrão de germinação em esquema fatorial 4x2, sendo 4 bioprodutos e 2 inoculações (sementes com e sem inoculação), em delineamento inteiramente ao acaso. Esse teste foi composto de quatro repetições de 50 sementes, totalizando 200 sementes. O teste foi realizado em rolo de papel (RP), composto de três folhas de papel-filtro de 28 x 38 cm, duas debaixo das sementes e uma cobrindo-as, umedecido com água destilada e autoclavada equivalente à 2,5 vezes o peso do papel seco (BRASIL, 2009). As sementes de soja foram incubadas durante oito dias em câmara de crescimento sob fotoperíodo de 12 horas e temperatura de 25 ± 2°C. Para o teste de germinação, foram feitas duas avaliações, uma ao quinto dia, para a verificação do vigor das sementes (BRASIL, 2009) e contabilização das plântulas normais, anormais, com mofo branco e com Trichoderma spp., e a segunda no oitavo dia, quando também foram avaliadas porcentagem de sementes com a presença de estruturas de S. sclerotiorum e Trichoderma com auxílio de uma lupa e porcentangem de plântulas anormais sendo aquelas que não mostraram potencial para continuar seu desenvolvimento e dar origem a plantas normais, com deficiências do tipo hipocótilo apodrecido, sem hipocótilo, hipocótilo danificado e sem raiz primária (NAKAGAWA, 1999), mesmo crescendo em condições favoráveis. Os dados obtidos foram transformados em x 0,5 e submetidos à análise de variância e teste de Scott-Knott, a 5%, para comparação das médias. 3.7 Emergência em substrato e índice de velocidade de emergência A semeadura ocorreu em bandejas de plástico, preenchidas com areia esterilizada. O delineamento experimental foi blocos casualizados com quatro repetições de 200 sementes de soja, distribuídas em 5 linhas, por tratamento, utilizando-se sementes com e sem inoculação de S. sclerotiorum. 26 O teste foi conduzido na casa de vegetação da UFU, sendo que o substrato foi umedecido uniformemente para todos os tratamentos, após o cálculo da capacidade de retenção de água da areia (BRASIL, 2009). O número de plântulas emergidas foi contado diariamente, a partir do dia em que surgiram as primeiras plântulas normais. Estas eram computadas e esse procedimento seguiu até a última contagem, realizada até o décimo terceiro dia após o surgimento da primeira plântula normal. A velocidade de emergência foi calculada empregando-se o índice de velocidade de emergência ou germinação (MAGUIRE, 1962): IVE = E1/N1 + E2/N2 + ... En/Nn Onde: IVE = índice de velocidade de emergência. E1, E2,... En = número de plântulas normais computadas na primeira contagem, na segunda contagem e na última contagem. N1, N2,... Nn = número de dias da semeadura à primeira, segunda e última contagem. Também foram contabilizadas as plântulas anormais, as com cotilédones necrosados e as infectadas com mofo branco. Outros parâmetros avaliados foram: comprimento parcial de 10 plântulas, obtido medindo-se do colo da plântula até o ápice das folhas, e comprimento do sistema radicular, medindo-se até o final da raiz mais longa, ambos com a ajuda de uma régua milimetrada. Para o peso fresco das 10 plântulas, a parte aérea mais as raízes foram lavadas em água corrente e postas sobre papel filtro para absorção da água e, logo em seguida, feita a pesagem. Para o peso seco, as plântulas foram colocadas em sacos de papel e levadas à estufa a 65ºC para retirada da água dos tecidos, sendo pesadas após 24 horas. O delineamento utilizado foi blocos casualizados, em esquema fatorial 4x2, sendo 4 produtos biológicos e 2 inoculações (sementes com e sem inoculação). Os dados obtidos foram transformados em x 0,5 , e submetidos à análise de variância e teste de Scott-Knott, a 0,05 de significância, para comparação das médias. 3.8 Influência da aplicação de Trichoderma spp. na colonização e germinação de escleródios Para avaliar o parasitismo de escleródios no solo, foram utilizados escleródios de 2mm de diâmetro, os quais foram enterrados a 0,5 cm de profundidade em caixas plásticas tipo Gerbox, contendo solo de cultivo autoclavado, onde foi aplicado os tratamentos com os isolados de Trichoderma spp. e a testemunha, sendo pulverizada apenas com água destilada 27 esterilizada. Após cinco dias a 22 ± 2ºC os escleródios foram recuperados do solo e transferidos para placas de Petri contendo meio de cultura BDA. Avaliou-se o número de escleródios germinados e o número de escleródios parasitados após 10 dias. O experimento foi conduzido em delineamento de blocos ao acaso, e cada tratamento consistiu de quatro repetições, sendo submetido à análise de variância e teste de Tukey a 5%. 3.9 Avaliação da eficiência dos produtos biológicos no controle de S. sclerotiorum, in vivo 3.9.1 Dados do Ensaio O ensaio foi realizado na Fazenda Eldorado, município de Uberlândia/MG, que está localizada a 19º12‟54‟‟ latitude Sul e 47º56‟58‟‟ longitude Oeste, a 947 metros de altitude, no período de 18 de dezembro de 2009 a 17 de abril de 2010, neste intervalo foram coletados os dados climatológicos, como temperatura (ºC), umidade relativa (%) e precipitação (mm), obtidos através da estação meteorológica instalada na propriedade. A área escolhida situa-se sobre um latossolo vermelho amarelo escuro distrófico, com histórico da doença. Foram semeadas 15 sementes m-1 linear e com um stand final de 10 plantas por metro linear. A instalação e a condução do experimento foram realizadas de acordo com as recomendações da Embrapa Soja (2008). A cultivar utilizada no experimento foi a Cv. BRS Valiosa RR desenvolvida pela EMBRAPA/EPAMIG, sendo considerada suscetível ao mofo branco. 3.9.2 Delineamento experimental O delineamento experimental foi o de blocos casualizados, com sete tratamentos e uma testemunha, em quatro repetições. Cada parcela foi composta de seis linhas de 5,0 m de comprimento, espaçadas de 0,5 m, totalizando 32 parcelas de 15,0 m2. Como área útil foram consideradas apenas as 4 linhas centrais. 28 3.9.3 Tratamentos Os produtos e as respectivas doses, utilizados para avaliar a eficiência de controle do mofo branco, encontram-se na Tabela 4, bem como a descrição das condições em que foram aplicados os tratamentos. TABELA 4- Produtos, ingrediente ativo, épocas das aplicações e dose para controle do mofo branco (S. sclerotiorum). Uberlândia-MG, 2010. Tratamentos Ingrediente Ativo - Testemunha Dose (L-kg ha-1) Épocas de aplicação* 1ª 2ª 3ª - - - 4ª Prod. I.A. - - Agrotrich Trichoderma spp. V4 V6 - - 1 2,0 x 10 6 Ecotrich T. harzianum V4 V6 - - 1 2,0 x 10 8 Quality T. asperellum V4 V6 - - 1 2,0 x 10 9 Trichodermil T. harzianum V4 V6 - - 1 2,0 x 10 9 Trichodermil + T. harzianum + V4 V6 - - 1 2,0 x 10 9 Cercobin Tiofanato metílico - - R1 10 DAA 1 0,5 Cercobin Tiofanato metílico - - R1 10 DAA 1 0,5 Frowncide Fluazinam - - R1 10 DAA 1 0,5 *Aplicações em V4, V6, R1, R2 (10 DAA - dias após a última aplicação) (a-23/12/2009; b-29/12/2009; c-13/01/2010 e d-22/01/2010). Fonte: a autora. As doses foram diluídas em volume de 200 L ha-1 e as pulverizações realizadas com o auxílio de um pulverizador costal pressurizado a CO2, com pontas XR110.02. As aplicações foram feitas nas seguintes condições: a) V4 (23/12/2009)- Temperatura de 34,0ºC, UR 60% e vento de 3 Km h-1 ; b) V6 (29/12/2009)- Temperatura de 33,0ºC, UR 65% e vento de 5 Km h-1 ; c) R1 (13/01/2010)- Temperatura de 34,3ºC, UR 47% e ausência de ventos; d) R2 (22/01/2010)- Temperatura de 27,2ºC, UR 61% e vento de 3 Km h-1. As concentrações dos produtos biológicos foram aferidas pelo teste de viabilidade em BDA (conídios viáveis mL-1) após incubação a 25 ± 2ºC por 5 dias. 29 3.9.4 Avaliações As avaliações foram realizadas para as seguintes variáveis: incidência, severidade, índice de doença (% incidência x % severidade) (JULIATTI; JULIATTI, 2010), Área Abaixo da Curva de Progresso da Doença (AACPD), peso de escleródios, peso de mil grãos e produtividade. Para avaliar o progresso do mofo branco, foram atribuídas notas através da escala visual desenvolvida por Juliatti e Juliatti (2010) (Figura 2). FIGURA 2- Escala para avaliação da severidade de sintomas de S. sclerotiorum em plantas individuais de soja. Fonte: Juliatti, Juliatti (2010), p. 29. As avaliações da doença foram realizadas em R4 (19/02/2010), R5.2 (06/03/2010) e R5.5 (20/03/2010), perfazendo, ao todo, três avaliações de incidência e severidade para estabelecer a Área Abaixo da Curva de Progresso da Doença (AACPD) (CAMPBELL, MADDEN, 1990). Foi calculada a porcentagem de redução da AACPD pela fórmula: (% de Redução) = 100 – (Tratamento ÷ Testemunha) x 100 e a eficiência de Abott (1925) dos tratamentos pela fórmula: (% de Controle) = 100 – (%Tratamento ÷ %Testemunha) x 100. 30 Quando as plantas estavam em estádio R8, realizou-se a colheita, em 17/04/2010. Operou-se a colheita manual, nas duas linhas centrais de cada parcela, retirando 0,50 m de cada extremidade como bordadura. A produtividade foi obtida pela trilha mecânica e determinação do teor de umidade em cada parcela, a qual foi corrigida para 12%. Após a colheita, separou-se os escleródios dos grãos com auxílio de peneiras para determinar o peso destes por hectare. Os grãos de soja obtidos em cada parcela também foram pesados para avaliação do peso de mil grãos (g) e da produtividade (kg ha-1). 3.9.5 Análise estatística Os dados obtidos foram submetidos ao programa Sisvar (FERREIRA, 2000), para a análise de variância (Anexo E), utilizando o teste de F, a nível de 0,05 de significância. Os dados foram transformados em x 0,5 e as médias foram comparadas, pelo teste de Tukey 5%, segundo Gomes (1990). 3.9.5.1 Coeficiente de Spearman O coeficiente de Spearman foi utilizado para mensurar se houve correlação entre as variáveis analisadas: incidência, severidade, índice de doença, peso de escleródios, peso de mil grãos e produtividade, além de verificar se essas correlações são positivas ou negativas e se foram significativas pelo teste T de Student. 31 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1 Obtenção dos isolados de Trichoderma spp. 4.1.1 Avaliação da viabilidade (% germinação), concentração e contaminação por bactérias dos bioprodutos Os bioprodutos Quality (T. asperellum) e Trichodermil (T. harzianum) não diferiram estatisticamente entre si, apresentando viabilidade de 98%, seguido do Agrotrich (Trichoderma spp.), com 90% e Ecotrich (T. harzianum), com 60% de germinação (Tabela 5). Com relação à contaminação por bactérias, o bioproduto Ecotrich (T. harzianum) apresentou os maiores resultados, com 6,0 x 106 ufc mL-1, diferindo dos demais tratamentos. TABELA 5- Porcentagem de germinação de conídios de Trichoderma spp. e contaminação por bactérias dos bioprodutos. Uberlândia-MG, 2011. Bioprodutos Porcentagem Contaminação Germinação (%) por Bactérias (ufc mL-1) Agrotrich (Trichoderma spp.) 90 b 3,0 x 10 6 a Ecotrich (T. harzianum) 60 c 6,0 x 10 6 a Quality (T. asperellum) 98 a 5,0 x 10 5 b Trichodermil (T. harzianum) 98 a 1,0 x 10 6 a CV (%) 2,53 36,87 Médias seguidas pela mesma letra, não diferem entre si pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade. Fonte: a autora. Na Tabela 6, pode-se observar que a concentração obtida na câmara de Neubauer é maior do que a concentração declarada no rótulo de todos os produtos, exceto para o Ecotrich (T. harzianum). No entanto, esse valor não corresponde à concentração real dos bioprodutos, já que são contabilizados todos os esporos presentes, ou seja, os esporos que irão germinar e os que não irão germinar. Por isso é importante aferir a concentração na placa, onde pode-se observar que apenas os bioprodutos Quality (T. asperellum) e Trichodermil (T. harzianum) apresentaram concentrações superiores às declaradas, com 5,0 x 1010 ufc g-1 e 6,0 x 109 conídios viáveis mL-1, respectivamente. 32 TABELA 6- Concentração declarada no rótulo dos bioprodutos, concentração na Câmara de Neuabuer e concentração de colônias crescidas em placa de Petri. Uberlândia-MG, 2011. Concentração Concentração na Concentração Declarada Câmara de Neubauer na Placa Agrotrich (Trichoderma spp.) 1,0 x 10 8* 7,5 x 10 9* 1,0 x 10 7* Ecotrich (T. harzianum) 5,0 x 10 10* 2,0 x 10 10* 3,0 x 10 6* Quality (T. asperellum) 1,0 x 10 10* 9,0 x 10 10* 5,0 x 10 10* Trichodermil (T. harzianum) 2,0 x 10 9** 2,0 x 10 10** 6,0 x 10 9** Bioprodutos *unidade formadora de colônia (ufc) mL-1 ou ufc g-1 **conídios viáveis mL-1 Fonte: a autora. Vale ressaltar que o resultado da qualidade do bioproduto pode variar de acordo com a metodologia utilizada, o lote do bioproduto, as condições de transporte e armazenamento, bem como com o tipo da amostra enviada para a análise, de preferência sem violar ou abrir a embalagem original. A falta de padronização no protocolo de análise de produtos biológicos acarreta a insegurança nos resultados obtidos, já que há uma discrepância muito grande entre os laboratórios que fazem esta análise, o que pode prejudicar as empresas fabricantes e o próprio agricultor. Em contrapartida, a falta de qualidade na fabricação e manutenção da viabilidade de alguns bioprodutos pode interferir no resultado dos mesmos, e a responsabilidade e preocupação em garantir a concentração declarada e eficiência da dose recomendada deve ser da indústria e não do produtor agrícola. No mercado, tem-se o Trichoderma comercializado no seu substrato de cultivo, que é moído e embalado. Esta formulação é mais difícil de ser aplicada devido ao entupimento de bicos. Ela também não permite uma longa viabilidade do fungo, além de permitir uma maior contaminação por outros fungos e bactérias, diminuindo assim sua eficiência no campo. Há outras formulações no mercado, como esporos puros, misturados em óleo, em suspensão concentrada ou mesmo em grânulos dispersíveis em água (WG) que facilitam a aplicação. Para aumentar a vida de prateleira, são acrescidos adjuvantes que protegem os propágulos (POMELLA, 2011). Nos últimos anos, houve uma evolução de alguns bioprodutos com o surgimento de formulações oleosas. Essa formulação propicia maior estabilidade do ingrediente ativo quando armazenado em temperatura ambiente (24-26ºC), facilitando a sua comercialização sem perda de qualidade. Além disso, apresenta vantagens quanto à facilidade de aplicação, 33 proteção no campo da radiação UV, ação do antagonista sobre o patógeno e proteção do ingrediente ativo em mistura com outros produtos químicos (ALVES et al., 2007; ALVES et al., 2008; LOPES et al., 2008). É de suma importância a escolha de um produto com qualidade aliada a uma formulação que lhe garanta eficiência na aplicação e no controle do mofo branco. 4.2 Verificação da capacidade antagonista em cultura pareada dos isolados de Trichoderma spp. contra S. sclerotiorum, in vitro A capacidade antagônica dos isolados foi verificada através da determinação da área da placa de Petri ocupada pelas colônias (Figura 3), após 7 dias de incubação e à temperatura de 22 ± 2°C. FIGURA 3- Porcentagem da área da placa de Petri ocupada pelo patógeno(cinza escuro) e pelo antagonista(cinza claro) obtida através do programa Quant (VALE et al., 2003). Fonte: a autora. 34 De acordo com a escala diagramática desenvolvida a partir da escala proposta por Bell et al. (1982), modificada, os bioprodutos apresentaram nota 2,5 não diferindo estatisticamente entre si na porcentagem da área ocupada pela antagonista (62,3% a 64,4%). Sendo considerados portanto como eficientes no controle do mofo branco (Tabela 7). TABELA 7- Porcentagem média da área da superfície do meio ocupada pelo Trichoderma spp. e sua respectiva nota. Uberlândia-MG, 2011. Bioprodutos % área ocupada pelo antagonista Nota Agrotrich (Trichoderma spp.) 62,3 a 2,5 Ecotrich (T. harzianum) 64,2 a 2,5 Quality (T. asperellum) 63,6 a 2,5 Trichodermil (T. harzianum) 64,4 a 2,5 CV (%) 5,80 Médias seguidas pela mesma letra, não diferem entre si pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade. Fonte: a autora. Testes de antagonismo in vitro são ferramentas importantes no processo de seleção de isolados de biocontrole, pois fornecem informações úteis sobre a eficiência e a variabilidade dos isolados e a suscetibilidade de patógenos aos respectivos agentes, em condições controladas, minimizando o efeito de variáveis como temperatura, umidade e luz, e a microflora do solo e suprimento com uma base alimentar uniforme (BELL et al., 1982). Estes testes também facilitam a observação das interações antagonista-fitopatógeno, a nível ultraestrutural, com o auxílio da microscopia ótica ou eletrônica (MARIANO, 1993). Louzada e colaboradores (2009) identificaram 230 isolados como pertencentes ao gênero Trichoderma spp. Destes, 50 isolados inibiram o crescimento micelial de Fusarium solani e 111 de S. sclerotiorum, pelo teste de pareamento de culturas, apresentando notas menores que 3. O antagonismo contra os dois patógenos foi observado em 10% dos isolados (24 isolados). Silveira et al. (1994) encontraram resultados semelhantes com isolados de Trichoderma spp., evidenciando a capacidade variável de inibir o crescimento micelial e produção de escleródios de S. rolfsii em feijão caupi. Carvalho et al. (2008) avaliaram o potencial antagônico de Trichoderma spp. sobre Fusarium oxysporum pelo método de cultura pareada, de 10 isolados. Destes 9 isolados apresentaram nota menor que 3. Delgado et al. (2007) classificaram 11 isolados de Trichoderma spp. como altamente antagônicos a S. sclerotiorum. Oliveira et al. (2008) verificaram o antagonismo de 10 isolados de Trichoderma spp. sobre S. sclerotiorum, sendo 35 que 4 isolados apresentaram nota 3, e 1 isolado apresentou nota 1, ficando classificado como altamente antagônico ao mofo branco. Resultados similares foram obtidos por Mello et al. (2007), em que vários isolados de Trichoderma spp. foram capazes de inibir o crescimento de Sclerotium rolfsii, colonizando totalmente o patógeno. A redução de crescimento de S. sclerotiorum pode ser atribuída à competição por espaço e por nutrientes presentes no meio de cultura, como também pela liberação de substâncias tóxicas (OLIVEIRA et al., 2008). Este efeito também foi relatado por Ávila et al. (2005), ao avaliarem o antagonismo de outros isolados de Trichoderma spp. contra S. rolfsii e S. sclerotiorum. Ethur e colaboradores (2005) conseguiram atestar 100% de eficácia de 8 isolados de Trichoderma spp. no controle de S. sclerotiorum. Resultados semelhantes foram obtidos por Bell et al. (1982) com teste de pareamento in vitro de diversos isolados de Trichoderma spp. com fitopatógenos Sclerotium rolfsii, Ceratobasidium, Phytophthora, Pythium e Rhizoctonia solani (MARTELLETO, 2009). A literatura refere-se à espécies de Trichoderma como parasitas de uma ampla gama de fitopatógenos, a despeito da maioria dos agentes empregados no biocontrole de doenças de plantas apresentarem certo grau de especialização. Entretanto, o nível de controle pode variar, a depender do isolado e de sua adaptação às condições bióticas e abióticas específicas, dentro e entre espécies de Trichoderma (DENNIS; WEBSTER, 1971a, b). Wells et al. (1972), por sua vez, observaram que espécies de Trichoderma podem ser diferencialmente seletivas contra diferentes fungos. 4.3 Verificação do hiperparasitismo de Trichoderma spp. sobre S. sclerotiorum Dentre os mecanismos de ação do antagonista, o hiperparasitismo pode ocorrer tanto pelo estrangulamento, como pela penetração das hifas do Trichoderma spp. sobre o patógeno, o que pode ser observado pelas setas na figura 4, onde todos os isolados analisados colonizaram o patógeno, seja penetrando ou estrangulando suas hifas. Nota-se também o crescimento de hifas paralelas, estando de acordo com os dados obtidos por Louzada et al. (2009). 36 FIGURA 4- Fotomicrografia eletrônica de varredura das interações entre Trichoderma spp. e S. sclerotiorum, evidenciando o estrangulamento e penetração das hifas do antagonista sobre o patógeno. a.1 e a.2) Agrotrich (Trichoderma spp.); b.1 e b.2) Ecotrich (Trichoderma harzianum); c.1 e c.2) Quality (Trichoderma asperellum); d.1 e d.2) Trichodermil (Trichoderma harzianum). Fonte: a autora. 37 No hiperparasitismo, espécies do gênero do Trichoderma conseguem detectar e localizar hifas de fungos suscetíveis, talvez em resposta a estímulos químicos produzidos pelas hifas do hospedeiro, formando estruturas semelhantes à apressórios e enrolando-se fortemente em toda extensão da hifa para, então, penetrar e digerí-la (MELO, 1991). Tal mecanismo já foi demonstrado por vários pesquisadores através da interação entre T. harzianum, Rhizoctonia solani, Pythium spp. e Sclerotim rolfsii (MELO, 1991). Os dois tipos de interações verificadas neste trabalho, penetração e estrangulamento, podem ser interpretados como ação hiperparasítica (AGRIOS, 2005) para ambas as espécies, Trichoderma asperellum e T. harzianum, independente da formulação e do produto comercial estudado, pareadas com o fungo patogênico S. sclerotiorum. Esta mesma ação foi observada por Carvalho et al. (2008) no pareamento de Trichoderma e Fusarium oxysporum e por Melo e Costa (2005) com T. harzianum e Rhizoctonia solani. Interações entre o antagonista e o patógeno foram confirmadas também por Oliveira et al. (2008) através do crescimento de hifas de Trichoderma em torno das hifas de S. sclerotiorum, além do crescimento do antagonista por toda extensão das hifas do patógeno. Estes resultados estão de acordo com Inbar et al. (1996) e Ávila et al. (2005), que verificaram, através de microscopia eletrônica de varredura (MEV) e de luz, interações semelhantes entre hifas de T. harzianum e S. sclerotiorum em condições in vitro de cultivo simultâneo. 4.4 Teste de compatibilidade entre fungicidas e produtos biológicos 4.4.1 Compatibilidade dos isolados de Trichoderma spp. plaqueados em meio de cultura contendo fungicidas A partir dos dados coletados durante os sete dias de avaliação, pode-se calcular o índice de velocidade de crescimento (IVC) das colônias dos isolados de Trichoderma spp. em meio de cultura contendo diferentes concentrações de fungicidas. A análise de regressão aplicada a estes dados, para os modelos linear e quadrádico, a 5% e 10% de probabilidade, foi significativa, no entanto, as equações geradas apresentaram o coeficiente de determinação (R2) muito baixo, ou seja, o grau de aproximação do modelo às médias não foi confiável. Com isso, aplicou-se o modelo logarítmico, para ajustar as equações aos dados diretamente, através da linearização, mas não foi possível determinar os pontos de máximo ou mínimo com este modelo. Os gráficos e equações gerados encontram-se no Anexo B. 38 Através do teste de comparação de médias (Tabela 8), observa-se que na testemunha, ou seja, concentração de 0 ppm, o bioproduto Quality (T. asperellum) apresentou o maior índice de velocidade de crescimento (IVC= 14,1), não diferindo estatisticamente do tratamento Trichodermil (T. harzianum) (IVC= 13,6), os quais diferiram dos trantamentos Ecotrich (T. harzianum) (IVC= 12,8) e Agrotrich (Trichoderma spp.) (IVC= 12,0), que por sua vez não diferiram entre si. As respostas de compatibilidade variaram entre bioprodutos, fungicidas e concentrações, seguindo uma tendência de quanto maior a concentração, menor o desenvolvimento do antagonista. Os melhores resultados, ou seja, os que apresentaram maior índice de velocidade de crescimento, em geral, foram obtidos nas concentrações de 0,1 e 1 ppm, para os fungicidas Cercobin (Tiofanato metílico) e Sumilex (Procimidona), o que representa uma possível associação destes fungicidas com os biocontroladores numa pulverização foliar, aplicação no solo ou em tratamento de sementes. Com base nos níveis de seletividade (Tabela 9), o fungicida Certeza (Tiofanato metílico + Fluazinam), na concentração de 0,1 ppm, apresentou seletividade muito boa para o Quality (T. asperellum) com IVC de 12,1 a 5,9 (Tabela 8), boa para os bioprodutos Ecotrich (T. harzianum) e Agrotrich (Trichoderma spp.), os quais não diferiram significativamente entre si, e regular para o Trichodermil (T. harzianum). Na concentração de 1 ppm, houve seletividade regular para todos os bioprodutos, já nas demais concentrações o fungicida Certeza (Tiofanato metílico + Fluazinam) apresentou seletividade ruim e ausente. Os IVC dos bioprodutos Agrotrich (Trichoderma spp.), Quality (T. asperellum) e Trichodermil (T. harzianum) não diferiram significativamente entre si para o fungicida Frowncide (Fluazinam) na concentração de 0,1 ppm, com médias de 4,8, 4,6 e 4,4, respectivamente (Tabela 8). Para as demais concentrações, apenas o Quality (T. asperellum) diferiu dos demais tratamentos, no entanto, todos obtiveram seletividade regular e ruim nas concentrações testadas (Tabela 9). Este resultado sugere uma maior incompatibilidade de Fluazinam para este agente de biocontrole. Com o fungicida Cercobin (Tiofanato metílico) na concentração de 0,1 ppm, o bioproduto Agrotrich (Trichoderma spp.), mesmo não diferindo dos demais tratamentos, obteve a maior velocidade média de crescimento (IVC= 13,0), assim como na concentração de 1 ppm (IVC= 12,2), não diferindo do tratamento Ecotrich (T. harzianum) (IVC= 12,0) e diferindo significativamente do Trichodermil (T. harzianum) (IVC= 10,1) e Quality (T. asperellum) (IVC= 6,7), apresentando muito boa seletividade aos mesmos. Para as 39 concentrações de 10 e 100 ppm todos bioprodutos apresentaram seletividade ruim e ausência de seletividade a 1000 ppm. O fungicida Standak Top (Fipronil + T. metílico + Piraclostrobina) na concentração de 0,1 ppm teve boa seletividade a todos os bioprodutos. Já Ecotrich (T. harzianum) apresentou maior velocidade média de crescimento (IVC= 9,7), seguido dos tratamentos Agrotrich (Trichoderma spp.) (IVC= 8,8) e Quality (T. asperellum) (IVC= 8,6), não diferindo entre si. Na concentração de 1 ppm, o fungicida Standak Top (Fipronil + T. metílico + Piraclostrobina) comportou-se com seletividade regular, já para as concentrações de 10 e 100 ppm e para o Trichodermil (T. harzianum) a 1000 ppm, apresentou-se com seletividade ruim, e na concentração de 1000 ppm para os demais bioprodutos houve ausência de seletividade. Com o fungicida Derosal (Carbendazim), em todas as concentrações, os isolados apresentaram um pequeno crescimento médio variando de 1,7 a 0 (Tabela 8), com diferença significativa apenas para Agrotrich e Ecotrich a 1 ppm, obtendo seletividade ruim para todos tratamentos, com exceção do Agrotrich (Trichoderma spp.) e Quality (T. asperellum) a 1000 ppm, os quais apresentaram ausência de seletividade. Para o fungicida Maxim XL (Fludioxonil + Metalaxyl-M), na concentração de 0,1 ppm, apenas o Agrotrich (Trichoderma spp.) (IVC= 3,9) diferiu dos demais tratamentos apresentando maior velocidade média de crescimento e seletividade regular. Na concentração de 1 ppm, Agrotrich (Trichoderma spp.) e Ecotrich (T. harzianum) não diferiram significativamente, apresentando seletividade ruim, assim como nas demais concentrações. Com o fungicida Sumilex (Procimidona), na concentração de 0,1 ppm, o bioproduto Quality (T. asperellum) apresentou a menor velocidade média de crescimento (IVC= 8,0) com seletividade boa, diferindo significativamente dos demais biocontroles, que apresentaram seletividade muito boa. Já para a concentração de 1 ppm, estes resultados foram invertidos, onde o Quality (T. asperellum) obteve maior crescimento (IVC= 12,2), diferindo dos demais tratamentos e demais concentrações. Essa variação pode ter sido em decorrência de algum erro experimental na diluição ou plaquemanto, visto que, teoricamente, quanto maior a concentração do fungicida menor o IVC. O bioproduto Trichodermil (T. harzianum) diferiu dos demais tratamentos, apresentando o melhor resultado (IVC= 3,5) para a concentração de 10 ppm, com seletividade regular. Nas concentrações de 100 e 1000 ppm com os tratamentos Quality (T. asperellum) e Trichodermil (T. harzianum) apresentaram seletividade regular, e ruim para Agrotrich (Trichoderma spp.) e Ecotrich (T. harzianum), o qual se diferiu dos demais a 1000 ppm. 40 TABELA 8- Índice de velocidade de crescimento das colônias dos isolados de Trichoderma spp. plaqueados em meio de cultura contendo 6 concentrações de 7 fungicidas e uma testemunha, durante 7 dias de incubação e à temperatura de 22 ± 2°C. Uberlândia-MG, 2011. Fungicidas Testemunha Certeza Frowncide Cercobin Standak Top Derosal Maxim XL Sumilex CV (%) PPM 0,0 0,1 1 10 100 1000 0,1 1 10 100 1000 0,1 1 10 100 1000 0,1 1 10 100 1000 0,1 1 10 100 1000 0,1 1 10 100 1000 0,1 1 10 100 1000 Agrotrich (Trichoderma spp.) 12,0 aA 7,9 bC 3,7 aB 0,2 aA 0,1 aA 0,0 aA 4,8 bD 3,9 aC 2,6 aB 2,2 bB 0,7 aA 13,0 aC 12,2 cC 0,9 bB 0,2 aA 0,0 aA 8,8 bC 5,6 bB 0,3 aA 0,1 aA 0,0 aA 1,7 aC 1,0 bB 0,2 aA 0,2 aA 0,0 aA 3,9 bE 2,7 bD 1,9 aC 1,1 aB 0,3 aA 11,5 bD 9,7 aC 2,0 aA 3,2 aB 3,2 bB Ecotrich (T. harzianum) 12,8 aA 8,7 bC 4,0 aB 0,3 aA 0,0 aA 0,0 aA 3,0 aD 3,3 aD 2,1 aC 1,5 aB 0,5 aA 12,6 aC 12,0 cC 1,5 cB 0,1 aA 0,0 aA 9,7 bD 6,1 bC 0,4 aB 0,1 aA 0,0 aA 1,2 aB 1,0 bB 0,3 aA 0,5 aA 0,3 aA 2,0 aC 2,3 bC 2,3 aC 1,1 aB 0,5 aA 10,8 bD 9,3 aC 2,2 aA 3,0 aB 2,4 aA Quality (T. asperellum) 14,1 bA 12,1 cD 5,3 bC 0,8 bB 0,1 aA 0,0 aA 4,6 bC 4,7 bC 4,6 bC 3,6 cB 2,1 bA 12,0 aC 6,7 aB 0,3 aA 0,1 aA 0,0 aA 8,6 bA 5,4 bB 0,4 aB 0,4 aC 0,0 aD 1,3 aB 0,4 aA 0,0 aA 0,1 aA 0,0 aA 1,9 aC 1,3 aB 1,8 aC 1,1 aB 0,3 aA 8,0 aC 12,2 bD 2,1 aA 3,7 aB 3,9 bB Trichodermil (T. harzianum) 13,6 bA 5,9 aD 3,6 aC 0,5 aB 0,1 aA 0,0 aA 4,4 bC 3,8 aC 2,7 aB 2,3 bB 0,8 aA 12,6 aD 10,1 bC 1,7 cB 0,1 aA 0,0 aA 7,3 aC 4,7 aB 0,3 aA 0,2 aA 0,1 aA 1,1 aB 0,5 aA 0,2 aA 0,2 aA 0,1 aA 2,3 aC 2,5 bC 1,9 aC 1,0 aB 0,5 aA 11,2 bC 9,1 aB 3,5 bA 3,6 aA 3,5 bA 7,39 Médias seguidas pela mesma letra minúscula na linha e maiúscula na coluna, não diferem entre si, pelo teste de Scott-Knott, a 5% de probabilidade, dados transformados em x 0,5 . Fonte: a autora. 41 TABELA 9- Seletividade dos fungicidas em diferentes concentrações, aos isolados de Trichoderma spp. Uberlândia-MG, 2011. Fungicidas PPM Testemunha 0,0 0,1 1,0 10 100 1000 0,1 1,0 10 100 1000 0,1 1,0 10 100 1000 0,1 1,0 10 100 1000 0,1 1,0 10 100 1000 0,1 1,0 10 100 1000 0,1 1,0 10 100 1000 Certeza Frowncide Cercobin Standak Top Derosal Maxim XL Sumilex Agrotrich Ecotrich Quality (Trichoderma spp.) (T. harzianum) (T. asperellum) ++++ +++ ++ + + ++ ++ + + + ++++ ++++ + + +++ ++ + + + + + + ++ + + + + ++++ +++ + + + ++++ +++ ++ + + + + + + ++++ ++++ + + +++ ++ + + + + + + + + + + + + ++++ +++ + + + Trichodermil (T. harzianum) ++++ ++++ ++ + + ++ ++ ++ ++ + ++++ ++++ + + +++ ++ + + + + + + + + + + +++ ++++ + ++ ++ ++++ ++ ++ + + ++ ++ + + + ++++ ++++ + + +++ ++ + + + + + + + + + + + + + ++++ +++ ++ ++ ++ Seletividade: (-) ausência: 0%; (+) ruim: 0-25%; (++) regular: 25-50%; (+++) boa: 50-75%; (++++) muito boa: 75-100%. Fonte: a autora. Embora alguns tratamentos nas concentrações de 100 e 1000 ppm não tenham inibido totalmente o crescimento do antagonista, todos os fungicidas analisados foram considerados 42 de baixa (ruim) seletividade, com exceção do bioproduto Quality (T. asperellum) com seletividade regular com o fungicida Frowncide (Fluazinam), a 100 ppm, e juntamente com Trichodermil (T. harzianum) para Sumilex (Procimidona), a 100 e 1000 ppm. Como as doses dos fungicidas usualmente recomendadas a campo são acima de 100 ppm, com os resultados obtidos nas condições deste trabalho, não se recomendaria a mistura dos mesmos com os produtos biológicos, nas concentrações utilizadas de ambos. No entanto, a exposição desta maneira dos isolados aos fungicidas pode resultar em efeito falso negativo, já que o contato do antagonista foi de forma direta e por longo período (7 dias). Estudos in vitro têm a vantagem de expor ao máximo o microrganismo à ação do produto químico, fato que não ocorre em condições de campo, onde vários fatores servem de obstáculo a essa exposição. Assim, constatada a inocuidade de um produto em laboratório, espera-se que o mesmo seja seletivo no campo. Por outro lado, a alta toxicidade de um produto in vitro nem sempre indica a sua elevada toxicidade no campo, mas sim a possibilidade da ocorrência de danos dessa natureza (MOINO JÚNIOR; ALVES, 1999). Algumas empresas disponibilizam resultados de compatibilidade entre seu bioproduto e produtos químicos/insumos (Anexo C). Caso se tenha dúvida ou não se encontre esse tipo de informação para um produto específico, o ideal é entrar em contato com o fabricante e solicitar um estudo para o mesmo. De acordo com Ávila et al. (2005), os princípios ativos de fungicidas comerciais podem interferir no desenvolvimento e forma de ação dos agentes biocontroladores, por isso a importância de se verificar a compatibilidade dos mesmos. A compatibilidade com óleos e adjuvantes também é relevante e visa o desenvolvimento de formulações que mantenham viáveis os fungos por períodos longos. Estudando alguns extratos de sementes e plantas com Nomuraea rileyi, Devi e Prasad (1996) concluíram que nenhum desses produtos foi detrimental ao fungo, contudo, podem retardar a germinação dos esporos. Vale ressaltar que este efeito não prejudicou o tratamento com Trichodermil (T. harzianum), único bioproduto avaliado formulado em óleo, visto que os resultados obtidos na testemunha (0 ppm) não diferiram do melhor tratamento. Muitas linhagens de Trichoderma são naturalmente tolerantes a agrotóxicos pela capacidade de degradá-los, o que possibilita um manejo integrado com adoção de produtos químicos e biológicos simultaneamente (ALVARENGA et al., 2007). Nessa estratégia, doses do pesticida reduzidas a níveis subletais enfraquecem as estruturas do fitopatógeno, tornandoo mais susceptível à ação do antagonista e, após ter desempenhado sua função, é biodegradado pelo agente de controle biológico (MELO et al., 2001). Esta é uma habilidade 43 interessante de certos fungos do gênero Trichoderma, pois além de se possibilitarem a redução no uso de agrotóxicos, podem degradar xenobióticos, atuando dessa forma, na biorremediação de solos poluídos (ESPOSITO; SILVA, 1998). Paula Júnior et al. (2009), ao estudarem a sensibilidade de espécies de Trichoderma aos fungicidas procimidiona, fluazinam, tiofanto metílico, fluazinam+tiofanato metílico, cloreto de benzalcônio, carbendazim e fludioxonil, nas concentrações 10, 100 e 1000 ppm, utilizados na cultura do feijoeiro in vitro, verificaram que a maioria inibiu o crescimento micelial, demonstrando serem altamente tóxicos ao antagonista, com exceção dos fungicidas fludioxonil e cloreto de benzalcônio, na concentração 1000 ppm, que possibilitaram o crescimento de Trichoderma spp. Sementes de algodão submetidas aos tratamentos com T. harzianum, carboxim+thiram e carbendazim+thiram apresentaram porcentagem de germinação estatisticamente superior à testemunha (FARIA et al., 2003), evidenciando a compatibilidade do bioprotetor com estes produtos químicos. As formulações de Trichoderma testadas por Lobo Júnior et al. (2009b) apresentaram compatibilidade com o fungicida fludioxonil, usado nos tratamentos de sementes de feijão, sem a mistura de outros insumos. Alvarenga e colaboradores (2007) observaram que quatro linhagens de Trichoderma avaliadas podem possibilitar um manejo integrado com fungicidas do grupo dos benzimidazóis. Estes agem ligando-se aos microtúbulos citoplasmáticos, inibindo a mitose de fungos (DAVIDSE, 1986). A tolerância a benzimidazol pode estar relacionada à baixa afinidade entre o fungicida e a β-tubulina presente no citoplasma do fungo testado, ou ser resultante de uma capacidade de metabolização do agrotóxico (QUEIROZ, 2000), o que não pode ser observado neste trabalho com os tratamentos carbendazim e tiofanato metílico, já que apresentaram baixa seletividade aos isolados de Trichoderma avaliados. 4.4.2 Compatibilidade entre produtos biológicos e fungicidas no tratamento de sementes A interferência dos fungicidas sobre os isolados de Trichoderma spp., simulando o tratamento de sementes feito pelos produtores e submetendo as sementes já tratadas a três intervalos de tempo, foi verificada ao se comparar o efeito dos fungicidas sobre os antagonistas pelo teste de médias, onde pode-se observar na Tabela 10, que para a testemunha (0 ppm) os bioprodutos Quality (T. asperellum) e Trichodermil (T. harzianum) apresentaram os melhores resultados para os três tempos não apresentando diferença significativa, com mais 44 de 87% de germinação, seguido dos tratamentos Agrotrich (Trichoderma spp.) e Ecotrich (T. harzianum) os quais diferiram entre si. Com o fungicida Certeza (Tiofanato metílico + Fluazinam), logo após o tratamento (0 hora), o bioproduto Agrotrich (Trichoderma spp.) apresentou 15,5% de germinação dos esporos, seguido do tratamento Quality (T. asperellum) com 13%, não diferindo entre si. Decorridas as 3 horas após o tratamento das sementes, houve redução na porcentagem de germinação para todos os bioprodutos de 85% e após 16 horas mais de 90% de redução, quando comparados com a testemunha. Para o tratamento de sementes utilizando o fungicida Frowncide (Fluazinam), houve redução de mais de 87% na germinação dos esporos de todos os isolados nos três tempos analisados. Com o fungicida Cercobin (Tiofanato metílico), imediatamente após o tratamento das sementes com os bioprodutos, os tratamentos com Quality (T. asperellum) e Trichodermil (T. harzianum) apresentaram os melhores resultados: ambos com 66% de esporos germinados, não diferindo entre si. Após 3 horas, houve diferença significativa entre os tratamentos, onde o bioproduto Trichodermil (T. harzianum) apresentou 87,3% de germinação, seguido do tratamento Quality (T. asperellum) com 69,5%, Agrotrich (Trichoderma spp.) com 45,5% e Ecotrich (T. harzianum) com 11,8% de germinação dos esporos. Após 16 horas, os melhores resultados foram obtidos com os tratamentos Trichodermil (T. harzianum) e Quality (T. asperellum), apresentando 50% e 49% de germinação, respectivamente, sem diferença estatística significante. Para o tratamento utilizando o fungicida Standak Top (Fipronil + T. metílico + Piraclostrobina), o bioproduto Quality (T. asperellum) apresentou o melhor resultado no tempo 0 hora (50,8%), diferindo dos demais tratamentos. Após 3 horas, Trichodermil (T. harzianum) e Quality (T. asperellum) obtiveram a maior porcentagem de germinação dos esporos, com 63,8% e 58,3%, respectivamente. Após as 16 horas do tratamento, todos os isolados apresentaram mais de 60% de redução na germinação, comparados com a testemunha. Apenas o bioproduto Ecotrich (T. harzianum) apresentou redução na germinação abaixo de 50% com o fungicida Derosal (Carbendazim), logo após o tratamento (0 hora), no entanto não diferiu dos demais. Para 3 horas e 16 horas após o tratamento, todos os bioprodutos apresentaram redução acima de 76% e acima de 92%, respectivamente. Com o Maxim XL (Fludioxonil + Metalaxyl-M), durante os três intervalos de tempo, os isolados apresentaram redução de 55% a 90% na germinação. 45 Com o fungicida Sumilex (Procimidona), os bioprodutos Quality (T. asperellum) e Trichodermil (T. harzianum) apresentaram os melhores resultados nos 3 intervalos de tempo analisados com geminação de 50% a 64,5%. De modo geral, nas condições em que este trabalho foi conduzido, os fungicidas Cercobin (Tiofanato metílico) e Sumilex (Procimidona) apresentaram compatibilidade para tratamento de sementes com os bioprodutos Quality (T. asperellum) e Trichodermil (T. harzianum), nos três tempos analisados, e o fungicida Standak Top (Fipronil + T. metílico + Piraclostrobina) nos tempos 0 hora e 3 horas. A menor germinação dos demais tratamentos deve estar mais relacionada à qualidade dos bioprodutos, do que com a sensibilidade dos mesmos à exposição ao fungicida. TABELA 10- Porcentagem de esporos germinados (x%) e porcentagem de redução na germinação dos esporos (x‟%) em sementes de soja tratadas com fungicidas e Trichoderma spp. após 3 intervalos de tempo de contato dos produtos com as sementes. Uberlândia-MG, 2011. Fungicidas Testemunha Certeza Frowncide Cercobin Standak Top Derosal Maxim XL Sumilex CV (%) Tempo 0 hora 3 horas 16 horas 0 hora 3 horas 16 horas 0 hora 3 horas 16 horas 0 hora 3 horas 16 horas 0 hora 3 horas 16 horas 0 hora 3 horas 16 horas 0 hora 3 horas 16 horas 0 hora 3 horas 16 horas Agrotrich (Trichoderma spp.) x% x'% 64,5 0 bA 68,3 0 bA 67,8 0 bA 15,5 76 bC 4,3 94 aB 0,5 99 aA 6,5 90 bB 0,5 99 aA 0,3 100 aA 21,5 67 bB 45,5 33 bC 15,0 78 bA 7,0 89 aB 7,8 89 aB 0,8 99 aA 16,5 74 aB 15,5 76 aB 4,0 94 bA 21,8 66 bC 13,5 80 bB 8,8 87 bA 24,5 62 bA 21,0 69 bA 18,3 73 bA Ecotrich (T. harzianum) x% x'% 25,5 0 aA 47,0 0 aB 39,0 0 aB 5,3 79 aB 5,3 89 aB 0,0 100 aA 3,3 87 aB 0,0 100 aA 0,0 100 aA 7,8 69 aB 11,8 75 aC 2,5 94 aA 9,5 63 aC 5,3 89 aB 1,3 97 aA 14,3 44 aB 11,5 76 aB 0,5 99 aA 10,3 60 aC 6,5 86 aB 3,8 90 aA 10,5 59 aB 13,3 72 aB 7,0 82 aA Quality (T. asperellum) x% x'% 87,3 0 cA 89,5 0 cA 88,0 0 cA 13,0 85 bB 12,8 86 bB 8,8 90 bA 3,5 96 aA 6,5 93 bA 4,3 95 bA 66,5 24 cB 69,5 22 cB 49,0 44 cA 50,8 42 cB 58,3 35 bB 35,3 60 bA 13,3 85 aB 10,8 88 aB 5,8 93 bA 25,8 70 bA 26,3 71 cA 24,8 72 cA 64,5 26 cA 64,5 28 dA 61,0 31 dA Trichodermil (T. harzianum) x% x'% 87,0 0 cA 90,3 0 cA 88,0 0 cA 5,3 94 aA 9,0 90 bA 5,8 93 bA 2,5 97 aA 4,3 95 bA 3,5 96 bA 66,3 24 cB 87,3 03 dC 50,0 43 cA 13,5 84 bA 63,8 29 bC 35,5 60 bB 13,8 84 aB 12,0 87 aB 6,8 92 bA 19,0 78 bA 41,0 55 dC 27,0 69 cB 64,3 26 cB 53,3 41 cA 50,0 43 cA 9,77 Médias seguidas pela mesma letra minúscula na linha e maiúscula na coluna, não diferem entre si, pelo teste de Scott-Knott, a 5% de probabilidade, dados transformados em x 0,5 . Fonte: a autora. 46 Os resultados obtidos através da análise de regressão (Anexo D) não foram significativos para o modelo linear, a 0,10 de significância, e por isso não apresentam linha de tendência representada no gráfico, para os tratamentos: Testemunha x Agrotrich (Trichoderma spp.); Testemunha x Quality (T. asperellum); Testemunha x Trichodermil (T. harzianum); Frowncide (Fluazinam) x 4 produtos biológicos; Certeza (Tiofanto metílico x Fluazinam) x Quality (T. asperellum); Certeza (Tiofanto metílico x Fluazinam) x Trichodermil (T. harzianum); Maxim XL (Fludioxonil + Metalaxyl-M) x Quality (T. asperellum); Maxim XL (Fludioxonil + Metalaxyl-M) x Trichodermil (T. harzianum); Sumilex (Procimidona) x Quality (T. asperellum). Para alguns tratamentos, a análise de regressão foi significativa, entretanto a equação gerada a partir do modelo linear apresentou o coeficiente de determinação (R 2) muito baixo, portanto o grau de associabilidade entre os dados observados e os estimados não foi confiável, para: Testemunha x Ecotrich (T. harzianum), R2 = 10%; Cercobin (Tiofanato metílico) x Agrotrich (Trichoderma spp.), R2 = 27%; Standak Top (Fipronil + T. metílico + Piraclostrobina) x Trichodermil (T. harzianum), R2 = 01%. Se uma equação, para uma variável independente em estudo, não é significativa até 10% (p ≥ 0,10), não quer dizer que não tenha equação; unicamente quer dizer que não foi possível, com os dados obtidos, evidenciar o efeito (ALVAREZ V.; ALVAREZ, 2003). De acordo com a Tabela 11, a taxa de diminuição da germinação dos esporos com o fungicida Certeza (T. metílico + Fluazinam) foi de 6,5% e 6,1% a cada hora para os bioprodutos Agrotrich (Trichoderma spp.) e Ecotrich (T. harzianum), respectivamente. O fungicida Maxim XL (Fludioxonil + Metalaxyl-M) proporcionou, para os tratamentos com Agrotrich (Trichoderma spp.) e Ecotrich (T. harzianum), uma taxa de diminuição da germinação de 3,5% e 3,8% por hora, respectivamente. Para Sumilex (Procimidona), a taxa de diminuição da germinação por hora foi de 1,2% para Trichodermil (T. harzianum), 1,4% para Agrotrich (Trichoderma spp.) e 2,5% para Ecotrich (T. harzianum). Já para Cercobin (Tiofanato metílico), o bioproduto Quality (T. asperellum) diminuía sua taxa de germinação a cada hora após o tratamento com este fungicida em 1,8%, semelhante ao Trichodermil (T. harzianum), com 2,0% de diminuição, enquanto o Ecotrich (T. harzianum) apresentou 4,4%. A taxa de decréscimo da germinação dos bioprodutos foi de 2,2% para o Quality (T. asperellum) e de 5,5% por hora para Agrotrich (Trichoderma spp.) e Ecotrich (T. harzianum) para Standak Top (Fipronil + T. metílico + Piraclostrobina). Já para o tratamento com o fungicida Derosal (Carbendazim), houve uma redução de 3,2% para Quality (T. asperellum) e 47 Trichodermil (T. harzianum), 4,7% para Agrotrich (Trichoderma spp.) e 6,0% para Ecotrich (T. harzianum). TABELA 11- Porcentagem da taxa de diminuição da germinação dos esporos de Trichoderma spp. por hora. Uberlândia-MG, 2011. Fungicidas Testemunha Certeza Frowncide Cercobin Standak Top Derosal Maxim XL Sumilex Agrotrich (Trichoderma spp.) ns* 6,5 ns --5,5 4,7 3,5 1,4 Ecotrich (T. harzianum) ---** 6,1 ns 4,4 5,5 6,0 3,8 2,5 Quality (T. asperellum) ns ns ns 1,8 2,2 3,2 ns ns Trichodermil (T. harzianum) ns ns ns 2,0 --3,2 ns 1,2 *ns = não significativo **--- = significativo com coeficiente de determinação (R2) muito baixo Fonte: a autora. A ordem de mistura dos produtos no tratamento de sementes é importante, sendo o produto biológico sempre o último a ser adiconado, devendo ser bem distribuído nas sementes. Após tratar as sementes com o bioproduto, estas não devem ficar expostas ao sol. É recomendável que se efetue a semeadura o mais depressa possível, visto que com o decorrer do tempo a germinação dos esporos diminui significativamente. No manejo integrado, a utilização de produtos fitossanitários seletivos, em conjunto com fungos antagonistas, pode ser uma estratégia mais segura e eficiente. Entretanto, alguns produtos podem afetar o crescimento vegetativo dos fungos antagonistas ou alterar sua composição genética (ALVES, 1998). O tratamento das sementes é economicamente viável, principalmente se essa semente for utilizada em condições ambientais desfavoráveis, predispondo-a aos fungos da semente ou do solo (ADKINS et al., 1996). Ribas e colaboradores (2009), em testes realizados em laboratório, verificaram a interferência dos princípios ativos tiofanato metílico, carbendazim, captan, iprodiona e fluazinam no crescimento vegetativo e esporulação de Trichoderma spp. Os resultados evidenciaram que tiofanto metílico demonstrou-se compatível a todos os cinco isolados testados; captan foi compatível a 3 isolados e carbendazim e fluazinam mostraram-se muito tóxicos para todos os isolados, corroborando com os resultados deste trabalho. Parte da eficiência de isolados de Trichoderma spp. no controle biológico depende também da sua capacidade de adaptação ao agroecossistema, do qual não são originários. Além disso, é necessário que o antagonista seja compatível com os diversos insumos 48 aplicados no solo, com herbicidas e inseticidas em suas dosagens recomendadas. Nesse caso, os isolados de Trichoderma spp. avaliados na Embrapa Arroz e Feijão têm sido compatíveis com inseticidas do grupo dos neonicotinóides, como Imidacloprid e Thiametoxan. Não se recomenda misturas de tanque de insumos sintéticos com Trichoderma spp. Quanto aos fungicidas para tratamento de sementes, há restrições quanto ao ingrediente ativo carbendazim, que tem matado os isolados já testados (LOBO JÚNIOR et al., 2009a), o que corrobora com os resultados obtidos neste trabalho. De acordo com Alves (1998), os estudos in vitro têm a vantagem de expor ao máximo o microrganismo à ação do produto químico, fato que não ocorre em condições de campo, onde vários fatores servem de obstáculo a essa exposição, protegendo o agente biológico. Assim, constatada a inocuidade de um agrotóxico em laboratório, não há dúvidas sobre a sua seletividade em condições de campo. 4.5 Teste de sanidade de sementes de soja tratadas com Trichoderma spp. Os microrganismos encontrados no teste de sanidade de sementes de soja foram Trichoderma, Sclerotinia, Fusarium, Penicillium, Aspergillus, Rhizopus, Phomopsis, Nigrospora, Cladosporium, Periconia e Colletotrichum (Tabela 12). De acordo com a Tabela 12, as sementes sem inoculação de S. sclerotiorum e tratadas com os bioprodutos apresentaram 97% de colonização do Trichoderma para os produtos Agrotrich (Trichoderma spp.) e Ecotrich (T. harzianum) e 100% de colonização para Quality (T. asperellum) e Trichodermil (T. harzianum), além de reduzir os patógenos encontrados na testemunha, com exceção de Nigrospora para Agrotrich (Trichoderma spp.), Quality (T. asperellum) e Trichodermil (T. harzianum) e Fusarium para o tratamento com Agrotrich (Trichoderma spp.) e Quality (T. asperellum). Todos os tratamentos diferiram significativamente da testemunha com relação à incidência de Penicillium, Aspergillus, Rhizopus, Phomopsis, Cladosporium e Periconia. No entanto, não houve diferença entre os tratamentos para Colletotrichum, mesmo estando presente apenas no Agrotrich (Trichoderma spp.) e Ecotrich (T. harzianum). Para as sementes de soja inoculadas com S. sclerotiorum, houve uma supressão no desenvolvimento dos outros microrganismos, inclusive do Trichoderma para os tratamentos com Agrotrich (Trichoderma spp.) e Ecotrich (T. harzianum), os quais apresentaram 4% das sementes com o antagonista. Os tratamentos Quality (T. asperellum) e Trichodermil (T. harzianum) não diferiram entre si, com 45% e 52%, respectivamente, e todos os tratamentos 49 diferiram da testemunha. Com relação à presença de S. sclerotiorum, apenas o Trichodermil (T. harzianum) diferiu dos demais tratamentos, apresentando 40% de redução da incidência deste patógeno, quando comparado à testemunha (Tabela 12). O nível de contaminação dos bioprodutos com outros fungos é um fator de extrema importância, pelo difícil controle de determinados patógenos, por isso a necessidade de se garantir a qualidade destes produtos biológicos. 50 TABELA 12- Porcentagem de sementes de soja contaminadas após tratamento com Trichoderma spp., com e sem inoculação de S. sclerotiorum. Uberlândia-MG, 2011. Microrg. Trichoderma COM SEM 0 aA 0 aA 0 aA 100 bB 97 bB 4 bA 0 aA Ecotrich (T. harzianum) 97 bB 4 bA Quality (T. asperellum) 100 bB 45 cA 0 aA Trichodermil (T. harzianum) 100 bB 52 cA 0 aA Tratamentos Testemunha Agrotrich (Trichoderma spp.) SEM Sclerotinia COM Penicillium SEM COM SEM 3 aA 1 aA 15 bB 98 bB 31 cB 1 aA 0 aA 100 bB 2 aA 96 bB 60 aB 9,52 CV (%) Fusarium Rhizopus SEM COM 0 aA 19 cB 0 aA 6 bB 0 aA 2 aA 1 aA 5 bA 1 aA 3 aA 1 aA 9 bB 1 aA 2 aA 1 aA 6 bB 0 aA 0 aA 14 bB 3 aA 0 aA 0 aA 5 bA 6 bA 1 aA 1 aA 0 aA 1 aA 0 aA 1 aA 0 aA 0 aA 0 aA 0 aA 3,65 47,46 COM Aspergillus 23,69 38,87 SEM COM 30,39 ...Continua... TABELA 12, Cont. Microrg. Tratamentos Testemunha Agrotrich (Trichoderma spp.) Phomopsis SEM Nigrospora COM Cladosporium SEM COM SEM COM Periconia SEM Colletotrichum COM SEM COM 2 bB 0 aA 9 bB 0 aA 12 bB 0 aA 1 bB 0 aA 0 aA 0 aA 0 aA 1 aA 12 bB 0 aA 2 aA 1 aA 0 aA 0 aA 1 aA 0 aA Ecotrich (T. harzianum) 0 aA 1 aA 1 aA 3 aA 1 aA 0 aA 0 aA 0 aA 1 aA 1 aA Quality (T. asperellum) 0 aA 1 aA 13 bB 2 aA 1 aA 0 aA 0 aA 0 aA 0 aA 1 aA Trichodermil (T. harzianum) 0 aA 0 aA 15 bB 0 aA 0 aA 0 aA 0 aA 0 aA 0 aA 0 aA CV (%) 20,75 38,23 21,14 10,52 15,67 Médias seguidas pela mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha, não diferem entre si, pelo teste de Scott-Knott, a 5% de probabilidade, dados transformados em x 0,5 . Fonte: a autora. 51 No tratamento de sementes, o produto funciona como um protetor, ou seja, um fungicida contra Sclerotinia sclerotiorum, Fusarium spp. e Rhizoctonia spp., que são patógenos causadores de tombamento em diversas culturas. É recomendada também a aplicação do Trichoderma por pulverização, para que ocorra uma lavagem biológica do solo, já que não se sabe exatamente onde estão os escleródios. Em trabalho realizado por Lohmann et al. (2007), isolados de Trichoderma spp. reduziram em, aproximadamente, 73% a ocorrência de damping-off (Sclerotium rolfsii) em plântulas de soja, em comparação com à testemunha. Manzoni et al. (2006), em estudos com sementes de aveia-preta e utilizando fungicida e o bioprotetor Agrotrich (Trichoderma spp.), obtiveram a erradicação de Rhizopus sp. e Penicillium sp. Ainda em estudos com o Agrotrich (Trichoderma spp.), Brand e colaboradores (2009), reduziram a incidência em mais de 60% dos fungos identificados na avaliação da sanidade de sementes de soja, como Rhizopus spp., Aspergillus spp., Fusarium spp., Cladosporium spp., Rhizoctonia spp., Penicillium spp. e Trichoderma spp. No teste de sanidade de sementes tratadas com produtos biológicos e fungicidas, Mertz et al. (2009) encontraram Fusarium spp. e Phomopsis sp. Segundo Henning e França-Neto (1980), estudando a viabilidade de sementes de soja com alta incidência de Phomopsis sp., a presença do fungo no tegumento das sementes foi o principal fator responsável por baixos índices de germinação das sementes de soja quando avaliadas em laboratório. Com relação ao Fusarium, várias espécies podem estar associadas às sementes de soja, predominando a espécie F. semitectum. Esses fungos podem causar a morte da semente, mesmo antes da emissão da radícula (FRANÇA-NETO; HENNING, 1984). A importância da sanidade de sementes está no fato de que, aproximandamente, 90% das culturas utilizadas para a alimentação, tanto humana como animal, são propagadas por sementes (HENNING, 2005) e o inóculo presente nelas pode resultar em aumento das doenças no campo e sua introdução em áreas livres de patógenos. A microbiolização de sementes constitui em um método útil e promissor para o controle de patógenos das sementes e dos que sobrevivem no solo, sendo considerado um importante método de aplicação de biocontroladores, tendo em vista a pequena quantidade de material biológico requerido em relação àquela necessária para aplicação no solo (LUZ, 1991). Uma manta de micélio ao redor da semente microbiolizada foi observada sob microscópio, após a germinação dos esporos, fornecendo eficiente 52 proteção contra o ataque de patógenos externos (POMELLA; RIBEIRO, 2009). Tal fato pode ser confirmado quando se faz o tratamento de sementes de forma homogeneizada e utilizando bioprodutos de qualidade. O aumento da demanda por produtos biológicos pode vir a gerar alguns produtos sem validação científica, sem parcerias com universidades e com baixa qualidade, podendo comprometer a qualidade dos biocontroladores (MORANDI; BETTIOL, 2009). Para utilizar o biocontrolador, é recomendável que obtenha-se informações das empresas que comercializam produtos biológicos, como concentração, viabilidade e nível de contaminação do produto. Trichodermil (T. harzianum) foi o primeiro produto a base de Trichoderma registrado no Brasil para o controle de Fusarium solani e Rhizoctonia solani na cultura do feijão. Ressaltando que existem solicitações de diversas empresas sendo analisadas pelos órgãos competentes (MORANDI; BETTIOL, 2009). 4.6 Teste de germinação de sementes de soja tratadas com Trichoderma spp. O vigor das sementes não foi afetado quando tratadas com os bioprodutos, tanto para as sementes inoculadas e não inoculadas, não diferindo da testemunha (Tabela 13). As sementes de soja inoculadas com S. sclerotiorum apresentaram maior vigor (90% a 97%) do que as não inoculadas e tratadas com diferentes bioprotetores, diferindo estatisticamente, com exceção da testemunha. O mesmo resultado foi observado na segunda avaliação que variou de 95% a 98% de germinação para as sementes inoculadas e 83% a 90% de germinação para as sementes não inoculadas, não diferindo da testemunha. A menor porcentagem de plântulas anormais foi observada para o tratamento com Ecotrich (T. harzianum) (4%), seguido pela testemunha (6%) e Trichodermil (T. harzianum) (6%). Nas sementes inoculadas com S. sclerotiorum, apenas os tratamentos Quality (T. asperellum) e Trichodermil (T. harzianum) diferiram da testemunha, embora apresentando 97% e 98%, respectivamente, de sementes contaminadas com mofo branco, já que o patógeno foi inoculado antes do tratamento com os bioprodutos, o que favoreceu seu crescimento. O tratamento de sementes com o bioprotetor é eficiente em 53 condições normais, em que a exposição da semente ao Trichoderma é feita antes do contato com o patógeno. A porcentagem de Trichoderma spp. presente nas sementes não inoculadas foi entre 0,0 e 62,3%, correspondendo à testemunha e Trichodermil (T. harzianum), sendo que todos os tratamentos com os produtos biológicos diferiram da testemunha e não diferiram entre si. Os resultados obtidos nas sementes inoculadas diferiram das sementes sem inoculação, com exceção da testemunha, apresentando as menores médias, as quais variaram de 0,0 a 12,5%. Os tratamentos Quality (T. asperellum) e Trichodermil (T. harzianum) apresentaram as maiores médias, diferindo dos demais tratamentos. Vale destacar que a grande redução do crescimento de Trichoderma nas sementes inoculadas deve-se ao fato do patógeno já estar estabelecido nas sementes. A presença do patógeno favoreceu a germinação das sementes de soja, corroborando com os resultados obtidos por Martelleto (2009) em sementes de tomate infectadas com Rhizoctonia solani e tratadas com Trichoderma spp. Martins-Corder e Melo (1997) demonstraram o potencial de agentes de controle biológico como Trichoderma spp. na elevação da germinação de sementes, emergência e vigor de plântulas de berinjela. Cassiolato e Souza (2000) relataram que alguns microrganismos podem liberar produtos da degradação da pectina da parede celular das plantas e enzimas pectinolíticas, evento que poderia favorecer o processo de embebição e, consequentemente, acelerado o processo de germinação das sementes. O estímulo à germinação também pode ter sido ocasionado pelo método utilizado para inoculação do patógeno, colocando as sementes em contato com o meio de cultura, no qual o fungo se desenvolvia, tendo cofatores como micronutrientes, compostos orgânicos e absorção de água do meio influenciando a germinação das mesmas. Brand et al. (2009) observaram que os tratamentos com Agrotrich (Trichoderma spp.), em diferentes doses, apresentaram maior porcentagem de germinação das sementes de soja em relação à testemunha, sendo que o percentual de plântulas anormais e de sementes mortas não diferiu entre os tratamentos. 54 TABELA 13- Porcentagem de germinação de sementes de soja, plântulas anormais, sementes com mofo branco e com Trichoderma spp., com e sem inoculação de S. sclerotiorum, após tratamento com os bioprodutos. Uberlândia-MG, 2011. Sementes Germinadas COM SEM Tratamentos SEM 1ª Av. COM Plântulas Anormais SEM COM 2ª Av. Sementes com Mofo Branco SEM COM 2ª Av. 2ª Av. Sementes com Trichoderma SEM COM 2ª Av. Testemunha Agrotrich (Trichoderma spp.) 89 aA 90 aA 90 bA 95 aA 0 aA 6 aB 0 aA 100 bB 0,0 aA 0,0 aA 88 aA 97 aB 89 bA 98 aB 0 aA 16 bB 0 aA 99 bB 59,3 bB 2,3 bA Ecotrich (T. harzianum) 82 aA 93 aB 83 aA 98 aB 0 aA 4 aA 0 aA 100 bB 59,8 bB 1,5 bA Quality (T. asperellum) 88 aA 97 aB 90 bA 98 aB 0 aA 22 bB 0 aA 97 aB 61,5 bB 12,5 cA Trichodermil (T. harzianum) 87 aA 97 aB 89 bA 98 aB 0 aA 6 aB 0 aA 98 aB 62,3 bB 11,8 cA CV (%) 3,28 2,10 42,34 1,18 8,31 Médias seguidas pela mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha, não diferem entre si, pelo teste de Scott-Knott, a 5% de probabilidade, dados transformados em x 0,5 . Fonte: a autora. 55 Este efeito sobre a germinação da semente parece ser muito dependente da espécie vegetal, do isolado utilizado na inoculação, da forma com que Trichoderma é introduzido no sistema e do ambiente que se apresenta. Kleifeld e Chet (1992), utilizando diferentes métodos de aplicação de T. harzianum T-203, observaram maior percentual final de germinação de sementes de feijão, rabanete, tomate, pimentão e abóbora quando estas foram tratadas com T. harzianum em preparado de farelo de trigo, comparado à aplicação do fungo em suspensão conidial, tratamento de semente e testemunha. Um aspecto a ser considerado no tratamento de sementes com agentes de controle biológico é a introdução do antagonista na área de plantio, podendo existir um efeito a médio/longo prazo com o aumento de sua concentração, tornando o solo supressivo a diversos patógenos (LAZZARETTI; BETTIOL, 1997). 4.7 Emergência em substrato e índice de velocidade de emergência O tratamento de sementes com Trichoderma não prejudicou a emergência, visto que o índice de velocidade de emergência (IVE) como os bioprotetores foi superior à testemunha, tanto para as sementes com inoculação, como para as não inoculadas (Anexo E). De acordo com a Figura 5, com relação à inoculação das sementes com S. sclerotiorum, não houve diferença entre os tratamentos com e sem inoculação, exceto para o Agrotrich (Trichoderma spp.), o qual, para as sementes não inoculadas, apresentou a maior velocidade de emergência (IVE=116), seguido pelo Quality (T. asperellum) (IVE=115) e Trichodermil (T. harzianum) (IVE=102), todos os tratamentos diferiram da testemunha (IVE=57). Para as sementes inoculadas com S. sclerotiorum, apenas os tratamentos Quality (T. asperellum) (IVE=109) e Trichodermil (T. harzianum) (IVE=100) diferiram significativamente da testemunha (IVE=61). 56 FIGURA 5- Índice de velocidade média de emergência de sementes com e sem inoculação de S. sclerotiorum, tratadas com Trichoderma spp. Uberlândia-MG, 2011. Médias seguidas pela mesma letra minúscula, para bioprodutos, e letra maiúscula, para inoculação, não diferem entre si, pelo teste de Scott-Knott, a 5% de probabilidade, dados transformados em x 0,5 . Fonte: a autora. Muitos patógenos de sementes e que sobrevivem no solo requerem nutrientes exógenos para germinação, para penetração e para infecção, sendo muitas vezes supridos por nutrientes originados da exudação das sementes e das raízes (LUZ, 1993). Maiores percentuais de emergência de plântulas de arroz foram obtidos proporcionalmente ao aumento de concentração de inóculo, quando as sementes foram tratadas com T. harzianum desenvolvido em pó de substrato de sorgo (MISHRA; SINHA, 2000). A maior velocidade de emergência promovida por isolados de Trichoderma também foi observada por outros autores em tomate (WINDHAM; ELAD, 1986; TSAHOURIDOU; THANASSOULOPOULOS, 2002) e em pimentão (CHANG et al., 1986; KLEIFELD; CHET, 1992). Raju et al. (1999), em teste feito com sementes de cinco cultivares diferentes de sorgo infectadas por Fusarium moniliforme e tratadas com T. harzianum, observaram redução significativa na incidência da doença, assim como verificaram aumentos na porcentagem de germinação das sementes, no vigor das plântulas e na emergência no campo. O efeito protetor dos tratamentos ocorre nas fases iniciais do processo de germinação, período no qual se observa rápida colonização da 57 espermosfera por Trichoderma (SUDO-MARTELLETO, 2005; CHAO et al., 1986; PAPAVIZAS, 1985). O efeito dos isolados de Trichoderma sobre a emergência de plântulas pode estar associado ao fato de que o fungo pode induzir a produção de fatores reguladores de crescimento, como auxinas, giberelinas, citocininas e etileno (HINOJOSA, 2005), que aumentam a velocidade da germinação das sementes e o acúmulo de massa seca de parte aérea das plantas (WINDHAM; ELAD, 1986), através também da mineralização da matéria orgânica no solo (ALTOMARE et al., 1999) e aumento de retirada e translocação de minerais menos disponíveis com liberação de nutriente do solo ou matéria orgânica (KLEIFELD; CHET, 1992; INBAR et al., 1994). De acordo com a Tabela 14, a emergência de plântulas anormais não foi influenciada pelo tratamento das sementes com os bioprodutos analisados, visto que não houve diferença entre os tratamentos e a testemunha, nas duas avaliações realizadas, tanto nas sementes inoculadas como nas sementes sem inoculação. O número de cotilédones necrosados também foi maior nas sementes sem inoculação, nas duas avaliações, no entanto não houve diferença significativa si (Tabela 14). Plântulas infectadas com mofo branco só ocorreram nas sementes inoculadas com o patógeno, no entanto, não houve diferença entre os tratamentos e a testemunha. Na segunda avaliação, as médias variaram de 2% (Quality (T. asperellum) e Trichodermil (T. harzianum)) a 5% (Testemunha e Ecotrich (T. harzianum)) (Tabela 14). A competência de Trichoderma em se estabelecer na rizosfera é contraditória, pois alguns estudos apontam que ele pode não ser muito competente nesta zona radicular (AHMAD; BAKER, 1987; CHAO et al., 1986; PAPAVIZAS, 1981, 1985), e outros estudos contradizem esta afirmação (TSAHOURIDOU; THANASSOULOPOULOS, 2002). Alvarenga et al. (2007), avaliando os níveis de controle de linhagens de Trichoderma contra S. sclerotiorum, observaram que as linhagens CEN219, CEN235, CEN236 e CEN239 apresentaram maiores valores médios de plantas vivas, tanto de feijão como de soja, significando percentuais de biocontrole de S. sclerotiorum superiores a 80%. 58 Há uma grande complexidade no relacionamento da planta com os microorganismos que habitam a rizosfera (HANDELSMAN; STABB, 1996), daí essa variabilidade na supressão de patógeno por um mesmo antagonista. Pomella e Ribeiro (2009) afirmam que o sucesso do programa de controle biológico é creditado ao aumento do estande de plantas, devido a redução de tombamento ocasionado por patógenos de solo como Fusarium sp. e Rhizoctonia solani, ao efeito fitotônico, que promove um maior vigor às plantas e também a redução na incidência e severidade de Sclerotinia sclerotiorum, o que permitiu reduzir a utilização de fungicidas químicos e diminuição do custo de produção, tanto pelo aumento da produtividade, quanto pela diminuição na utilização de agrotóxicos. 59 TABELA 14- Número de plântulas anormais, com cotilédones necrosados e com mofo branco, provenientes de sementes com e sem inoculação de S. sclerotiorum e tratadas com Trichoderma spp. Uberlândia-MG, 2011. Tratamentos Plântulas Anormais SEM COM Cotilédones Necrosados SEM COM Plântulas Com Mofo SEM COM 1ª Avaliação (14 Dias Após Semeadura) Testemunha Agrotrich (Trichoderma spp.) 18 aB 9 aA 26 aB 12 aA 0 aA 2 aB 15 aB 7 aA 23 aA 16 aA 0 aA 1 aA Ecotrich (T. harzianum) 21 aB 7 aA 23 aB 11 aA 0 aA 2 aB Quality (T. asperellum) 21 aB 12 aA 27 aB 16 aA 0 aA 1 aA Trichodermil (T. harzianum) 14 aA 11 aA 22 aA 19 aA 0 aA 1 aB 19,82 CV (%) 15,13 33,56 2ª Avaliação (20 Dias Após Semeadura) Testemunha Agrotrich (Trichoderma spp.) 22 aB 6 aA 27 aB 13 aA 0 aA 5 bB 21 aB 5 aA 23 aB 9 aA 0 aA 3 aB Ecotrich (T. harzianum) 22 aB 5 aA 25 aB 11 aA 0 aA 5 bB Quality (T. asperellum) 21 aB 13 bA 27 aA 20 aA 0 aA 2 aB Trichodermil (T. harzianum) 17 aB 9 bA 27 aB 13 aA 0 aA 2 aB CV (%) 16,29 15,61 34,40 Médias seguidas pela mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha, não diferem entre si, pelo teste de Scott-Knott, a 5% de probabilidade, dados transformados em x 0,5 . Fonte: a autora. 60 De acordo com a Tabela 15, não houve diferença entre os tratamentos em relação ao comprimento da parte aérea, com médias entre 5,76cm e 7,88cm, apenas a testemunha e o bioproduto Quality não apresentaram diferença em relação à inoculação, enquanto os demais tratamentos obtiveram médias maiores com as sementes inoculadas com S. sclerotiorium. Para o comprimento da raiz das plântulas originadas das sementes sem inoculação, não houve diferença entre os tratamentos, já para as sementes inoculadas, o Trichodermil (T. harzianum) apresentou o maior comprimento radicular (8,26cm), diferindo da testemunha (7,02cm) e dos demais tratamentos. O peso fresco da parte aérea das plântulas de sementes sem inoculação variou entre 5,60g e 6,98g, não diferindo em relação aos bioprotetores. Para as sementes inoculadas, os tratamentos Quality (T. asperellum) e Trichodermil (T. harzianum) apresentaram as maiores médias, 8,96g e 8,63g, respectivamente, diferindo da testemunha com 6,56g. Para o peso fresco da raiz, não houve diferença significativa entre os bioprotetores, e as sementes inoculadas e não inoculadas tiveram as médias variando entre 3,06g e 4,56g. O peso seco da parte aérea foi maior para as plântulas das sementes com inoculação, onde as médias variaram de 1,24g (testemunha) a 1,48g (Quality (T. asperellum) e Trichodermil (T. harzianum)). Para as sementes sem inoculação, as médias variaram entre 1,04g e 1,14g, correspondendo aos tratamentos Ecotrich (T. harzianum) e Quality (T. asperellum), respectivamente. No entanto, não houve diferença entre os bioprotetores e a testemunha. Analisando o peso seco do sistema radicular, não houve diferença entre os tratamentos tanto para as sementes com e sem inoculação. Apenas o tratamento com Trichodermil (T. harzianum) diferiu em relação à inoculação, obtendo médias de 0,46g e 0,61g para as sementes sem e com inoculação, respectivamente. 61 TABELA 15- Comprimento, Peso Fresco e Peso Seco de plântulas provenientes de sementes tratadas com Trichoderma spp., com e sem inoculação de S. sclerotiorum. Uberlândia-MG, 2011. Comprimento (cm) Tratamentos Parte Aérea SEM COM Peso Fresco (g) Raiz SEM Peso Seco (g) Parte Aérea COM SEM COM Raiz SEM COM Parte Aérea SEM COM Raiz SEM COM 6,76 aA 7,32 aA Testemunha Agrotrich (Trichoderma spp.) 6,09 aA 7,48 aB Ecotrich (T. harzianum) 6,26 aA 7,23 aB Quality (T. asperellum) 6,76 aA 7,55 aA 8,07 aB 7,02 aA 6,12 aA 6,56 aA 4,09 aA 3,95 aA 1,07 aA 1,24 aA 0,47 aA 0,58 aA 8,84 aB 7,25 aA 5,60 aA 7,76 bB 3,06 aA 3,93 aA 1,04 aA 1,37 aB 0,44 aA 0,52 aA 8,51 aB 6,83 aA 6,13 aA 7,98 bB 4,03 aA 3,87 aA 1,12 aA 1,40 aB 0,51 aA 0,55 aA 8,35 aB 7,27 aA 6,98 aA 8,96 bB 4,56 aA 4,48 aA 1,14 aA 1,48 aB 0,51 aA 0,54 aA Trichodermil (T. harzianum) 5,76 aA 7,88 aB 8,31 aA 8,26 bA 6,83 aA 8,63 bB 3,71 aA 4,38 aA 1,11 aA 1,48 aB 0,46 aA 0,61 aB CV (%) 3,94 3,25 6,22 10,66 4,20 4,31 Médias seguidas pela mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha, não diferem entre si, pelo teste de Scott-Knott, a 5% de probabilidade, dados transformados em x 0,5 . Fonte: a autora. 62 Muitos estudos têm sido realizados demonstrando efetividade de Trichoderma spp. no controle de tombamento, não só em soja, como também em outras culturas como tomate, pimentão, pepino, cenoura, trigo, milho e várias outras. Trabalhos também demonstram efeitos de Trichoderma spp. na qualidade das plântulas, principalmente no aumento da massa fresca, massa seca, comprimento de raízes e parte aérea (WINDHAM; ELAD, 1986; INBAR et al., 1994; ALTOMARE et al., 1999; YEDIDIA et al., 1999, 2001). Vale ressaltar que a promoção do crescimento de plantas depende da concentração, idade do inóculo e do vigor das sementes utilizadas, bem como das condições climáticas, fisiológicas e edáficas (HARMAN, 2000). 4.8 Influência da aplicação de Trichoderma spp. na germinação e colonização de escleródios Os bioprodutos Trichodermil (T. harzianum) e Quality (T. asperellum) apresentaram a menor porcentagem de germinação dos escleródios, 44,4% e 49,4%, respectivamente, diferindo significativamente apenas da testemunha (88,3%), seguido dos tratamentos com Ecotrich (T. harzianum) (54,4%) e Agrotrich (Trichoderma spp.) (54,9%) (Tabela 16). Com relação à porcentagem de escleródios colonizados com Trichoderma, o tratamento com Trichodermil (T. harzianum) apresentou o melhor resultado, com 71%, seguido pelos tratamentos Quality (T. asperellum), Ecotrich (T. harzianum), não diferindo entre si, e Agrotrich (Trichoderma spp.), o qual não diferiu da testemunha. TABELA 16- Porcentagem de escleródios germinados e colonizados com Trichoderma spp. Uberlândia-MG, 2011. Tratamentos Testemunha Agrotrich (Trichoderma spp.) Ecotrich (T. harzianum) Quality (T. asperellum) Trichodermil (T. harzianum) CV (%) Escleródios Germinados(%) 88,3 b 54,9 ab 54,4 ab 49,4 a 44,4 a 29,14 Escleródios Colonizados(%) 0,0 c 26,3 bc 43,6 ab 44,8 ab 71,3 a 44,28 Médias seguidas pela mesma letra, não diferem entre si, pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade. Fonte: a autora. 63 A colonização de escleródios por Trichoderma spp. também foi observada por Görgen et al. (2008) em 97% dos escleródios recuperados na camada de 0-5cm do solo com palhada de Brachiaria ruziziensis, além da redução de apotécios m-2 formados no campo. Lehner et al. (2009), avaliando o parasitismo de isolados de Trichoderma spp. sobre apotécios e escleródios de Sclerotinia sclerotiorum, não observaram relação entre a capacidade de reduzir a formação de estirpes e apotécios e a capacidade de parasitálos. Santos e colaboradores (2011) testaram a atividade hiperparasítica de 20 isolados de Trichoderma spp. sobre escleródios de S. sclerotiorum em solo. Destes, 6 isolados destacaram-se e foram significativamente superiores à testemunha em, pelo menos, dois critérios de avaliação. Morandi e colaboradores (2007) observaram que dois isolados de Trichoderma spp. inibiram a germinação e parasitaram mais de 80% dos escleródios. Além destes, mais quatro isolados também se destacaram, e um isolado inibiu a germinação dos escleródios, porém não foi capaz de parasitá-los, o que sugere a ocorrência de outros mecanismos de ação, como antibiose. Não deve-se esperar que o jato dirigido ou mesmo o tratamento de sementes sejam eficientes para controlar S. sclerotiorum, pois a área de contato do antagonista com o solo é muito pequena, não ocorrendo a proliferação do antagonista, formando um manto sobre o solo. Um elemento-chave para um melhor parasitismo dos escleródios é a aplicação do produto biológico sob condições ambientais ideais, como alta umidade relativa e temperatura, evitando-se os dias de sol pleno, pois a luz ultra-violeta (UV) mata ou prejudica o desenvolvimento do antagonista. Outro ponto fundamental é a eficiência do isolado e a quantidade de esporos viáveis da formulação (LOBO JÚNIOR et al., 2009a). 4.9 Avaliação da eficiência dos produtos biológicos no controle de Sclerotinia sclerotiorum, in vivo Os dados climatológicos durante o período de condução do experimento encontram-se na Figura 6. Percebe-se que ocorreu uma distribuição uniforme das chuvas com faixas térmicas e UR (%) com ampla favorabilidade para o desenvolvimento da cultura e da epidemia do mofo branco, o qual se desenvolve bem à temperatura de 11ºC a 25ºC, porém pode se desenvolver numa ampla faixa, de 5ºC a 64 30ºC, sob alta umidade relativa e do solo (PRADO; ARAUJO, 2010). Nota-se que as chuvas foram de baixa intensidade, permitindo a disseminação do patógeno no dossel de plantas, tanto por autoinfecção quanto por aloinfecção. A lâmina de água máxima foi de 60 mm no dia 28/02/2010. FIGURA 6- Temperatura mínima – linha azul (oC), temperatura máxima – linha vermelha (oC), temperatura média – linha amarela (oC), UR (%) – linha verde e precipitação pluviométrica- linha roxa (mm). Fonte: a autora. Apesar de haver produtos que, comprovadamente, reduzem a intensidade da doença, o controle químico torna-se mais oneroso e os riscos de contaminação do ambiente são altos. Ademais, como medida isolada, o controle químico pode ter eficiência baixa, o que torna obrigatória a utilização de outras medidas, inclusive para aumentar a sua eficiência. Existem várias práticas culturais, como a adoção do controle biológico, que contribuem para a redução do inóculo do patógeno e da doença (PAULA JÚNIOR. et al., 2006). A área na qual foi instalado o ensaio apresentava uma distribuição média de 10 escleródios por metro quadrado, que permitiram uma germinação de 2 apotécios pela mesma área. 65 Na Tabela 17, encontram-se os dados referentes à incidência do mofo branco. Na primeira avaliação (19/02/10), as médias variaram entre 5,0% e 17,0%. Não houve diferença entre os tratamentos e a testemunha. Na segunda avaliação (06/03/10), as médias de incidência de mofo branco variaram de 5,0% a 20,5%, correspondendo aos tratamentos Frowncide (Fluazinam) e testemunha, respectivamente, diferindo significativamente entre si. Os demais tratamentos apresentaram resultados intermediários. Na última avaliação (20/03/10), as médias de incidência de mofo branco variaram de 7,5% a 25,5%, correspondendo aos tratamentos Frowncide (Fluazinam) e testemunha, respectivamente, diferindo significativamente entre si. Os tratamentos Quality (T. asperellum) e Frowncide (Fluazinam) diferiram significativamente da testemunha, no entanto não diferiram dos demais tratamentos. TABELA 17- Porcentagem de incidência de mofo branco em plantas de soja, para os diferentes tratamentos, em condições de campo. Uberlândia-MG, 2010. Tratamentos Testemunha Agrotrich (Trichoderma spp.) Ecotrich (T. harzianum) Quality (T. asperellum) Trichodermil (T. harzianum) Trichodermil (T. harzianum) + Cercobin (T. metílico) Cercobin (T. metílico) Frowncide (Fluazinam) Data CV (%) 1ª AV (R4) 17,0 a 6,5 a 10,8 a 5,5 a 6,5 a 8,0 a 8,0 a 5,0 a 19/02/10 37,15 Incidência (%) 2ª AV (R5.2) 3ª AV (R5.5) 20,5 b 25,5 b 8,8 ab 12,3 ab 7,5 ab 10,8 ab 6,8 ab 9,3 a 7,0 ab 9,8 ab 6,3 ab 10,5 ab 9,0 ab 12,8 ab 5,0 a 7,5 a 06/03/10 20/03/10 31,70 23,69 Médias seguidas pela mesma letra na coluna, não diferem entre si, pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade. Fonte: a autora. Os dados referentes à severidade do mofo branco, encontram-se na Tabela 18. Na primeira avaliação, as médias de severidade de mofo branco variaram entre 8,8% e 18,8%. Não houve diferença estatística entre os tratamentos e a testemunha. Na segunda avaliação, as médias de severidade de mofo branco variaram de 15,0% a 35,0%. Os tratamentos Frowncide (Fluazinam) e Trichodermil (T. harzianum) + Cercobin (Tiofanato metílico) apresentaram as menores médias de severidade, diferindo da testemunha, mas não dos demais tratamentos. 66 Na última avaliação, as médias variaram de 22,5% a 40,0%. Os tratamentos Frowncide (Fluazinam) e Trichodermil (T. harzianum) apresentaram as menores médias de severidade, diferindo da testemunha, no entanto não diferiram dos demais tratamentos, os quais apresentaram resultados intermediários. TABELA 18- Porcentagem de severidade de mofo branco em plantas de soja, para os diferentes tratamentos, em condições de campo. Uberlândia-MG, 2010. Tratamentos Testemunha Agrotrich (Trichoderma spp.) Ecotrich (T. harzianum) Quality (T. asperellum) Trichodermil (T. harzianum) Trichodermil (T. harzianum) + Cercobin (T. metílico) Cercobin (T. metílico) Frowncide (Fluazinam) Data CV (%) 1ª AV (R4) 16,3 a 11,3 a 18,8 a 12,5 a 17,5 a 15,0 a 15,0 a 8,8 a 19/02/10 24,48 Severidade (%) 2ª AV (R5.2) 3ª AV (R5.5) 35,0 b 40,0 b 25,0 ab 27,5 ab 27,5 ab 32,5 ab 27,5 ab 27,5 ab 25,0 ab 22,5 a 17,5 a 23,8 ab 23,8 ab 28,8 ab 15,0 a 22,5 a 06/03/10 20/03/10 13,98 12,21 Médias seguidas pela mesma letra na coluna, não diferem entre si, pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade. Fonte: a autora. Jaccoud Filho e colaboradores (2010) avaliaram a eficácia de fungicidas e Trichoderma no controle do mofo branco e observaram, na testemunha, a incidência final de 16,3% e severidade de 67,5%, nos demais tratamentos. A incidência situou-se entre 1,3% e 11,6% e a severidade de 9,5% a 55,4%. Somente o tratamento com fluazinam diferiu estatisticamente da testemunha, apesar dos demais tratamentos a base de Trichoderma e ou associados ao fungicida tiofanto metílico apresentarem redução nos níveis de incidência e severidade. Lobo Júnior et al. (2009a) avaliaram a severidade de mofo branco em feijão, que foi proporcional ao número de apotécios. Para os tratamentos com isolados de Trichoderma, a severidade da doença foi menor em comparação à testemunha. Na Tabela 19, encontram-se os dados referentes ao índice de doença e o percentual de eficiência dos tratamentos. Na primeira avaliação de índice de doença, as médias variaram entre 46,3, correspondendo a 84% de eficiência, e 292,5. Não houve diferença entre os tratamentos e a testemunha. Na segunda avaliação, as médias variaram de 67,5 a 732,5, correspondendo aos tratamentos Frowncide (Fluazinam), com 91% de eficiência, e testemunha, respectivamente. Todos os tratamentos diferiram da 67 testemunha. E na última avaliação, as médias variaram de 185,0 a 1045,0 correspondendo aos tratamentos Frowncide (Fluazinam) e testemunha, respectivamente. Todos os tratamentos diferiram da testemunha. O tratamento Frowncide (Fluazinam), na terceira avaliação, apresentou 82% de eficiência no controle do mofo branco em relação à testemunha, seguido dos tratamentos Trichodermil (T. harzianum), Trichodermil (T. harzianum) + Cercobin (Tiofanato metílico) e Quality (T. asperellum), com 79%, 78% e 76%, respectivamente. TABELA 19- Índice de doença (ID) de mofo branco em plantas de soja e eficiência (E) dos diferentes tratamentos, em condições de campo. Uberlândia-MG, 2010. Tratamentos Testemunha Agrotrich (Trichoderma spp.) Ecotrich (T. harzianum) Quality (T. asperellum) Trichodermil (T. harzianum) Trichodermil + Cercobin Cercobin (T. metílico) Frowncide (Fluazinam) Data CV (%) 1ª AV (R4) ID E(%) 292,5 a 0 85,0 a 71 236,3 a 19 91,3 a 69 125,0 a 57 123,8 a 58 155,0 a 47 46,3 a 84 20/01/10 56,94 2ª AV (R5.2) ID E(%) 732,5 b 0 207,5 a 72 210,0 a 71 195,0 a 73 172,5 a 76 116,3 a 84 223,8 a 69 67,5 a 91 20/02/10 37,14 3ª AV (R5.5) ID E(%) 1045,0 b 0 318,8 a 69 357,5 a 66 255,0 a 76 223,8 a 79 235,0 a 78 326,3 a 69 185,0 a 82 04/03/10 28,71 Médias seguidas pela mesma letra na coluna, não diferem entre si, pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade. Fonte: a autora. Os valores da Área Abaixo da Curva de Progresso da Doença (AACPD) para a incidência (Tabela 20) variaram de 163,0 a 603,0, referindo-se aos tratamentos Frowncide (Fluazinam) e testemunha, respectivamente. O tratamento Frowncide (Fluazinam) apresentou maior redução da AACPD, 73%, seguido dos tratamentos Quality (T. asperellum), Trichodermil (T. harzianum) e Trichodermil (T. harzianum) + Cercobin (Tiofanato metílico) com mais de 60% de redução. O tratamento Frowncide (Fluazinam) diferiu da testemunha, enquanto os demais tratamentos apresentaram resultados intermediários. Em relação aos valores da AACPD para a severidade (Tabela 20), houve variação de 440,0 a 909,0, referindo-se aos tratamentos Frowncide (Fluazinam) e testemunha, respectivamente, os quais diferiram entre si. O tratamento Frowncide (Fluazinam) apresentou maior redução da AACPD, 52%, seguido do tratamento Trichodermil (T. harzianum) + Cercobin (Tiofanato metílico), com 41% de redução. Os 68 tratamentos Agrotrich (Trichoderma spp.), Quality (T. asperellum), Trichodermil (T. harzianum) e Trichodermil (T. harzianum) + Cercobin (Tiofanato metílico) e Frowncide (Fluazinam) não diferiram entre si. Na Tabela 20, também se encontram os valores da AACPD para o índice de doença, que variaram de 2621,0 a 20130,0, referindo-se ao Frowncide (Fluazinam) e testemunha, respectivamente. Todos os tratamentos diferiram da testemunha, exceto o Ecotrich (T. harzianum), o qual apresentou resultado intermediário. O tratamento Frowncide (Fluazinam) apresentou maior redução da AACPD, 87%, seguido dos tratamentos Trichodermil (T. harzianum) + Cercobin (Tiofanato metílico), Trichodermil (T. harzianum), Quality (T. asperellum) e Agrotrich (Trichoderma spp.), com mais de 70% de redução. TABELA 20- Área abaixo da curva de progresso (AACPD) para incidência, severidade e índice de doença (ID) de mofo branco na soja, para os diferentes tratamentos, em condições de campo. Uberlândia-MG, 2010. Médias AACPD Incidência Severidade ID 603 b 909 c 20130 b Testemunha 261 ab 657 abc 5878 a Agrotrich (Trichoderma spp.) 265 ab 767 bc 7319 ab Ecotrich (T. harzianum) 204 ab 685 abc 5297 a Quality (T. asperellum) 219 ab 651 abc 5005 a Trichodermil (T. harzianum) 224 ab 532 ab 4259 a Trichodermil (T. harzianum) + Cercobin 280 ab 658 abc 6691 a Cercobin (T. metílico) 163 a 440 a 2621 a Frowncide (Fluazinam) 30,88 10,38 33,45 CV (%) Tratamentos Redução da AACPD (%) Incid. Severid. ID 0 0 0 57 28 71 56 16 64 66 25 74 64 28 75 63 41 79 54 28 67 73 52 87 Médias seguidas pela mesma letra na coluna, não diferem entre si, pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade. Fonte: a autora. Em relação à análise de peso de escleródios (Tabela 21), não houve diferença entre os tratamentos e a testemunha, a qual acrescentou, aproximadamente, 5,5 kg ha -1 de escleródios na área. O fungicida Frowncide (Fluazinam) apresentou menor peso de escleródios, com 71% de redução dos escleródios formados em relação à testemunha, seguido dos tratamentos Trichodermil (T. harzianum), Quality (T. asperellum) e Trichodermil (T. harzianum) + Cercobin (Tiofanato metílico), todos com redução acima de 60%. 69 TABELA 21- Peso de escleródios por parcela (gramas) e por hectare (kg ha-1) e porcentagem de redução do peso de escleródios (%), para os diferentes tratamentos, em condições de campo. Uberlândia-MG, 2010. Peso Escleródios Gramas/parcela kg ha-1 6,55 a Testemunha 5,46 4,64 a Agrotrich (Trichoderma spp.) 3,87 5,85 a Ecotrich (T. harzianum) 4,88 2,42 a Quality (T. asperellum) 2,02 2,25 a Trichodermil (T. harzianum) 1,88 2,50 a Trichodermil (T. harzianum) + Cercobin (T. metílico) 2,08 3,41 a Cercobin (T. metílico) 2,84 1,91 a Frowncide (Fluazinam) 1,59 01/06/10 Data 32,57 CV (%) Tratamentos Porcentagem de Redução 0 29 11 63 66 62 48 71 Médias seguidas pela mesma letra na coluna, não diferem entre si, pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade. Fonte: a autora. Resultados semelhantes foram obtidos por Jaccoud Filho et al. (2010) em relação ao peso de escleródios. O tratamento com fluazinam, com menos de 0,5 kg ha-1, diferiu da testemunha, a qual produziu 3,0 kg ha -1 de escleródios, e apesar dos demais tratamentos não diferirem, apresentaram redução no número de escleródios por hectare de aproximadamente 2,0 kg ha-1, para o tratamento com Quality (T. asperellum), e 1,0 kg ha-1, para Trichodermil (T. harzianum). Na Tabela 22, encontram-se os dados de peso de mil grãos. Os tratamentos Frowncide (Fluazinam) (152g) e Quality (T. asperellum) (147g) apresentaram as maiores médias, diferindo da testemunha (128g). Quanto à produtividade (Tabela 22), as médias variaram de 1943 a 3015 kg ha-1, correspondendo aos tratamentos testemunha e Frowncide (Fluazinam). Todos os tratamentos diferiram da testemunha, exceto os tratamentos Agrotrich (Trichoderma spp.) e Ecotrich (T. harzianum) que apresentaram resultados intermediários. Pelos valores numéricos, percebe-se que o tratamento Frowncide (Fluazinam) chegou a incrementar a produtividade em 18 sacas ha -1, seguido dos tratamentos Cercobin (Tiofanato metílico), Quality (T. asperellum), Trichodermil (T. harzianum) e Trichodermil (T. harzianum) + Cercobin (Tiofanato metílico). 70 TABELA 22- Peso de Mil Grãos e Produtividade para os diferentes tratamentos, em condições de campo, após a trilha da soja. Uberlândia-MG, 2010. Peso Mil Grãos gramas 128 a Testemunha 145 ab Agrotrich (Trichoderma spp.) 136 ab Ecotrich (T. harzianum) 147 b Quality (T. asperellum) 146 ab Trichodermil (T. harzianum) 146 ab Trichodermil (T. harzianum) + Cercobin (T. metílico) 143 ab Cercobin (T. metílico) 152 b Frowncide (Fluazinam) 01/06/10 Data 2,96 CV (%) Tratamentos Produtividade kg ha-1 sc ha-1 1943 32 (00) 2453 41 (+09) 2523 42 (+10) 2890 48 (+16) 2898 48 (+16) 2765 46 (+14) 2945 49 (+17) 3015 50 (+18) 01/06/10 5,79 a ab ab b b b b b Médias seguidas pela mesma letra na coluna, não diferem entre si, pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade. Fonte: a autora. Jaccoud Filho e colaboradores (2010) avaliaram a eficácia de fungicidas e Trichoderma no controle do mofo branco. No que se refere à produção, os tratamentos com fluazinam e com Trichodermil (T. harzianum), intercalados com tiofanato metílico, foram estatisticamente superiores a testemunha, e os demais tratamentos, embora não tenham detectado diferenças estatísticas em relação à testemunha, proporcionaram ganhos de produção. Em Luziânia (GO), sob condições de sequeiro na safra 2005/2006, Lobo Júnior et al. (2009a) observaram que a produtividade do feijoeiro obtida com tratamento de sementes com 1,0 kg de T. harzianum „1306‟ em formulação pó molhável (108 conídios viáveis g-1) + 100 mL de fludioxonil 100 kg-1 de sementes resultou em cerca de 400 kg a mais do que somente com o tratamento químico, devido ao melhor controle de F. solani e R. solani em raízes. Ao avaliar a produtividade de feijão em plantio de sequeiro, em função da dose dos tratamentos aplicados, a aplicação de T. asperellum (Turfal Ind. e Com. de Prod. Biológicos e Agronômicos) gerou um aumento de até 807 kg ha -1, em relação à testemunha, na dosagem de 800 mL ha -1, enquanto após aplicação de 1000 mL ha -1 de T. harzianum foi superior à testemunha, em 957 kg ha-1 (LOBO JÚNIOR et al., 2009b). Harman et al. (2004) consideraram que o aumento da produtividade proporcionado por isolados selecionados de Trichoderma spp. é mais evidente sob condições estressantes às plantas, em termos de presença de patógenos. Sob condições próximas ao ideal, os benefícios às plantas são menos evidentes. 71 De acordo com Paula Júnior et al. (2007), na cultura do feijoeiro, o fungicida fluazinam destacou-se no controle do mofo branco e ao reduzir a massa de escleródios aderidos às vagens e misturados às sementes; também proporcionou ganhos na produtividade, em comparação com os outros tratamentos. Segundo os autores, a aplicação de Trichoderma não foi eficiente no controle da doença, provavelmente devido às temperaturas amenas durante os experimentos e ao elevado potencial de inóculo de S. sclerotiorum na área. Na Tabela 23, pode-se verificar que a correlação entre todas as variáveis analisadas foi significativa. O menor valor encontrado foi de 0,755 para incidência e peso de escleródios, caracterizando uma forte correlação (CORREA, 2003). Para incidência, severidade, índice de doença e peso de escleródios, a correlação foi positiva, ou seja, quando uma destas variáveis tende a aumentar a outra também tende a aumentar. A correlação entre peso de mil grãos e produtividade também foi positiva. Em contrapartida, a correlação foi negativa para peso de mil grãos e produtividade, quando correlacionadas com as demais variáveis, ou seja, o peso de mil grãos e a produtividade tendem a diminuir com o aumento da incidência, severidade, índice de doença e peso de escleródios. TABELA 23- Correlação das variáveis analisadas para a eficiência do controle de S. sclerotiorum. Uberlândia-MG, 2011. Tratamentos Incidência Severidade Índice de Doença Peso de Escleródios Peso de Mil Grãos Produtividade Incidência1 Severidade1 1,000 - 0,873* 1,000 - Índice de Peso de Peso de Produtividade3 Doença Escleródios2 Mil Grãos2 0,983* 0,755* -0,873* -0,877* 0,908* 0,909* -0,947* -0,860* 1,000 0,780* -0,894* -0,890* 1,000 -0,913* -0,900* 1,000 0,875* 1,000 1 Incidência e Severidade (%). 2Peso de Escleródios e Peso de Mil Grãos (gramas). 3 Produtividade (kg ha1). * Significativo, a 5% de probabilidade (t de Student = 2,447). Fonte: a autora. Embora houvesse variação na concentração dos produtos biológicos em relação ao teste de viabilidade da germinação, esta aparentemente não influenciou no desempenho em campo, nas condições do presente trabalho, pois a maioria dos bioprodutos funcionou e foi superior à testemunha. Com estes resultados, infere-se que após a pulverização das folhas de soja o Trichoderma já inicia sua atividade no solo, 72 impedindo a ejeção dos ascocarpos e ascósporos, como foi demonstrado no teste de germinação e colonização de escleródios, reduzindo assim a taxa de infecção da doença e a infecção nas hastes. Consequentemente, reduz o progresso da doença com benefícios na produtividade. Doses excessivas de Trichoderma não forneceram aumento da produção, nenhuma redução do inóculo ou controle de doenças, em comparação com as testemunhas. É provável que em doses muito altas ocorra algum tipo de autoinibição ou competição, afetando o desenvolvimento do antagonista (LOBO JÚNIOR et al., 2009a). É essencial aplicar o antagonista na dose e número de esporos (conídios) viáveis recomendados. Para não comprometer a viabilidade dos esporos, a embalagem do produto deve ser mantida sob condições adequadas, de preferência em geladeira. Após a data de vencimento, que deve constar nas embalagens, a viabilidade de esporos diminui para abaixo do necessário, para reduzir o inóculo de patógenos no solo. Em relação ao custo-benefício, é importante ressaltar que o agricultor deve estar atento a informações sobre empresas que atuam no mercado e seus produtos, dando preferência a produtos registrados de empresas do setor (MORANDI; BETTIOL, 2009). É relevante lembrar que com controle biológico não se deve esperar o controle total ou erradicação de fitopatógenos, mas sim a manutenção da população em níveis suficientes para não provocar danos econômicos à cultura. Sendo assim, infere-se que o controle biológico pode ser visto como um dos componentes do sistema integrado de controle de doenças radiculares em soja (TEDESCO, 2009). 73 5 CONCLUSÕES 1- Os bioprotetores Agrotrich (Trichoderma spp.), Ecotrich (T. harzianum), Quality (T. asperellum) e Trichodermil (T. harzianum) demonstraram eficiência antagônica e hiperparasitismo sobre Sclerotinia sclerotiorum. 2- Apenas os fungicidas Frowncide (Fluazinam) e Sumilex (Procimidona) apresentaram seletividade regular aos bioprodutos Quality (T. asperellum) e Trichodermil (T. harzianum). 3- Após o tratamento de sementes, a porcentagem de germinação dos esporos de Trichoderma foi melhor com os fungicidas Cercobin (Tiofanato metílico) e Sumilex (Procimidona) para Quality (T. asperellum) e Trichodermil (T. harzianum), nos três tempos analisados. 4- Os produtos biológicos reduziram a incidência de patógenos nas sementes e não afetaram o vigor e a porcentagem de germinação das sementes de soja. O bioproduto Quality (T. asperellum) apresentou maior velocidade média de emergência, independente da inoculação. 5- A germinação dos escleródios foi menor em relação à testemunha. O tratamento com Trichodermil (T. harzianum) apresentou os melhores resultados. 6- Os bioprotetores Quality (T. asperellum) e Trichodermil (T. harzianum) tiveram eficiência semelhante aos tratamentos químicos, em condições de campo, e incrementaram a produtividade. 74 REFERÊNCIAS ABOTT, W.S. A method of computing the effectiveness of an insecticide. Journal of Economic Entomology, Lanham, v. 18, p. 265-267, 1925. ADAMS, P.B.; AYRES, W.A. Ecology of Sclerotinia species. Phytopathology, Saint Paul, v. 69, p. 896–899, 1979. ADKINS, S.W.; BOERSMA, M.; LAW, M. Relationship between vigour tests and emergence of soybean when grown under a range of seedbed moisture conditions. Australian Journal of Experimental Agriculture, v. 36, p. 93-97, 1996. AGRIOS, G.N. Plant Pathology. Elsevier academic press. 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Frowncide Ingrediente ativo: Fluazinam Concentração: 500 g.L-1 Formulação: SC – Suspensão concentrada Classe: Acaricida e fungicida Modo de ação: Contato Grupo químico: Fenilpiridinilamina Classe toxicológica: II – Altamente tóxico 7. Sumilex Ingrediente ativo: Procimidona Concentração: 500 g.kg-1 Formulação: WP – Pó Molhável Classe: Fungicida Modo de ação: Sistêmico Grupo químico: Dicarboximida Classe toxicológica: II – Altamente tóxico 8. Certeza Ingrediente ativo: Tiofanato metílico + Fluazinam Concentração: 350 g.L-1 + 52,5 g.L-1 Formulação: SC – Suspensão concentrada Classe: Fungicida Modo de ação: Sistêmico e Contato Grupo químico: Benzimidazol + Fenilpiridinilamina Classe toxicológica: I – Extremamente tóxico 9. Maxim XL Ingrediente ativo: Fludioxonil + Metalaxyl-M Concentração: 25 g.L-1 + 10 g.L-1 Formulação: SC – Suspensão concentrada Classe: Fungicida Modo de ação: Sistêmico de contato Grupo químico: Fenilpirrol + Acilalaninato Classe toxicológica: III – Medianamente tóxico 10. Derosal Ingrediente ativo: Carbendazim Concentração: 500 g.L-1 Formulação: SC – Suspensão concentrada Classe: Fungicida Modo de ação: Sistêmico Grupo químico: Benzimidazol Classe toxicológica: II – Altamente tóxico 11. Standak Top Ingrediente ativo: Piraclostrobina + T. metílico + Fipronil Concentração: 25 g.L-1 + 225 g.L-1 + 250 g.L-1 Formulação: SC – Suspensão concentrada Classe: Fungicida/Inseticida Modo de ação: Sistêmico, Contato e Ingestão Grupo químico: Estrobilurinas + Benzimidazol + Pirazol Classe toxicológica: III – Medianamente tóxico 91 ANEXO B Fungicida x Bioproduto x Concentração (PPM). 1B- Diâmetro (cm) das colônias dos isolados de Trichoderma plaqueados em meio de cultura contendo fungicidas. Uberlândia-MG, 2011. Fungicidas Testemunha Certeza Frowncide Cercobin Standak Top Derosal Maxim XL Sumilex 1 PPM 0,0 0,1 1 10 100 1000 0,1 1 10 100 1000 0,1 1 10 100 1000 0,1 1 10 100 1000 0,1 1 10 100 1000 0,1 1 10 100 1000 0,1 1 10 100 1000 DAP – dias após o plaqueamento 1 DAP1 2,02 1,3 1,1 0,0 0,0 0,0 1,0 0,7 0,0 0,0 0,0 1,9 1,8 0,0 0,0 0,0 1,4 1,1 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 1,4 1,2 0,0 0,0 0,0 2 DAP 3,0 1,9 1,2 0,0 0,0 0,0 1,3 1,2 1,0 0,8 0,0 3,9 3,4 1,1 0,2 0,0 2,4 1,8 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,6 0,6 0,0 0,0 0,0 3,0 2,1 0,9 1,1 1,2 Agrotrich (Trichoderma spp.) 3 DAP 4 DAP 5 DAP 4,9 9,0 9,0 3,0 4,7 5,5 1,7 1,8 2,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 1,8 2,7 3,2 1,6 2,2 2,5 1,5 1,9 2,1 1,3 1,5 1,8 0,3 0,0 1,0 6,9 9,0 9,0 6,2 8,0 8,9 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 3,8 5,5 6,3 2,6 3,3 3,5 0,2 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 1,2 1,7 1,5 0,4 1,1 1,1 0,0 0,4 0,0 0,0 0,4 0,0 0,0 0,0 0,0 0,9 2,6 4,0 0,7 1,8 2,6 0,0 1,2 2,2 0,0 1,0 1,4 0,0 0,0 0,2 5,4 8,8 9,0 4,0 6,8 8,4 1,1 1,3 1,4 1,5 2,3 2,7 1,4 2,2 2,7 6 DAP 9,0 6,8 2,1 0,6 0,0 0,0 3,8 2,9 2,2 2,0 1,2 9,0 9,0 1,1 0,0 0,0 7,2 3,7 0,9 0,0 0,0 1,7 1,1 0,0 0,0 0,0 5,7 3,8 3,6 1,7 1,0 9,0 9,0 1,6 2,9 2,9 7 DAP 9,0 8,3 2,2 0,9 0,6 0,0 4,6 3,7 2,7 2,4 1,2 9,0 9,0 1,2 1,0 0,0 8,4 4,2 1,0 0,9 0,0 2,1 1,1 0,6 0,4 0,0 6,1 4,3 4,3 1,9 1,0 9,0 9,0 2,2 4,0 3,8 1 DAP 2,2 1,4 1,0 0,0 0,0 0,0 0,6 0,6 0,0 0,0 0,0 2,0 2,1 0,8 0,0 0,0 1,3 1,1 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 1,2 1,0 0,0 0,0 0,0 2 DAP 3,6 2,1 1,3 0,0 0,0 0,0 1,0 1,0 0,8 0,3 0,0 3,5 3,5 0,9 0,0 0,0 2,3 1,8 0,2 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,6 0,0 0,0 0,0 0,0 2,7 2,1 1,0 1,1 1,0 Ecotrich (T. harzianum) 3 DAP 4 DAP 5 DAP 6,0 9,0 9,0 3,1 5,4 6,3 1,5 2,2 2,4 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 1,3 1,6 2,0 1,3 2,0 2,3 1,1 1,6 1,8 0,7 1,1 1,4 0,0 0,0 0,8 6,0 9,0 9,0 5,4 7,8 8,6 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 4,3 6,4 7,2 2,8 3,9 3,6 0,2 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 1,0 1,1 1,2 0,6 1,0 1,1 0,0 0,0 0,6 0,0 0,0 0,8 0,0 0,0 0,9 0,7 1,2 1,6 0,0 1,7 2,7 0,0 1,6 2,5 0,0 0,0 1,9 0,0 0,0 0,6 4,7 8,4 8,9 3,7 6,3 8,6 1,2 1,3 1,6 1,4 1,7 2,6 1,3 1,3 2,2 ...Continua... 6 DAP 9,0 7,9 2,7 0,8 0,0 0,0 2,4 2,5 1,9 1,7 1,0 9,0 9,0 1,0 0,0 0,0 8,5 4,7 0,9 0,0 0,0 1,1 1,0 0,5 1,1 0,8 2,6 4,0 4,3 2,2 0,9 9,0 9,0 2,1 3,0 2,1 7 DAP 9,0 9,0 2,9 0,9 0,0 0,0 2,9 3,3 2,4 2,3 1,4 9,0 9,0 1,1 0,9 0,0 9,0 5,0 1,0 0,6 0,0 1,3 1,0 0,7 0,8 0,0 3,1 4,8 5,1 2,6 1,4 9,0 9,0 2,5 3,9 2,7 92 1B, Cont. Fungicidas Testemunha Certeza Frowncide Cercobin Standak Top Derosal Maxim XL Sumilex 1 PPM 0,0 0,1 1 10 100 1000 0,1 1 10 100 1000 0,1 1 10 100 1000 0,1 1 10 100 1000 0,1 1 10 100 1000 0,1 1 10 100 1000 0,1 1 10 100 1000 1 DAP1 2,5 2,1 1,4 0,0 0,0 0,0 0,5 0,8 0,6 0,0 0,0 2,0 1,7 0,0 0,0 0,0 1,8 1,6 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 1,4 2,1 0,4 0,9 0,8 DAP – dias após o plaqueamento Fonte: a autora. 2 DAP 4,3 3,6 2,0 0,0 0,0 0,0 1,5 1,4 1,3 1,3 0,8 4,1 2,6 0,0 0,0 0,0 3,0 2,3 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,8 0,4 0,0 0,0 0,0 2,4 3,7 0,8 1,1 1,4 Quality (T. asperellum) 3 DAP 4 DAP 5 DAP 8,0 9,0 9,0 5,4 7,6 8,6 2,4 2,7 2,8 0,9 0,5 0,8 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 2,2 2,6 3,5 2,0 2,8 3,5 2,0 2,7 3,7 1,9 2,5 3,0 1,3 1,4 1,6 5,9 7,3 7,9 3,3 3,3 3,6 0,0 0,3 0,3 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 3,8 4,5 5,1 2,8 2,3 2,3 0,8 0,0 0,0 0,0 0,4 0,5 0,0 0,0 0,0 1,0 1,2 1,3 0,4 0,6 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 1,1 1,2 1,3 0,8 1,0 1,0 0,0 1,0 2,1 0,0 0,8 1,4 0,0 0,0 0,5 3,5 4,6 5,9 5,6 7,8 8,6 1,0 1,1 1,2 1,4 1,8 2,3 1,8 1,9 2,4 6 DAP 9,0 9,0 2,9 0,7 0,0 0,0 3,9 3,5 4,0 3,3 2,0 8,3 3,6 0,4 0,0 0,0 5,7 2,3 0,2 0,0 0,0 1,4 0,0 0,0 0,0 0,0 2,0 1,3 3,4 1,7 0,7 6,3 8,9 1,3 2,6 2,6 7 DAP 9,0 9,0 3,0 1,0 0,5 0,0 4,7 4,4 4,9 3,9 2,2 8,4 3,8 0,9 0,8 0,0 6,3 2,6 0,8 1,1 0,0 1,6 0,6 0,0 0,8 0,0 1,9 1,6 4,0 2,1 1,0 6,9 9,0 1,5 3,4 2,9 1 DAP 2,1 1,2 1,0 0,3 0,0 0,0 1,1 0,8 0,4 0,0 0,0 2,1 2,1 0,9 0,0 0,0 1,4 0,9 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 1,5 1,2 0,4 0,8 0,8 2 DAP 4,2 1,5 1,3 0,0 0,0 0,0 1,3 1,0 0,7 0,6 0,0 3,5 3,3 1,0 0,0 0,0 1,9 1,6 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 1,0 0,4 0,0 0,0 0,0 2,7 2,1 0,9 1,1 0,9 Trichodermil (T. harzianum) 3 DAP 4 DAP 5 DAP 7,8 9,0 9,0 2,4 3,4 4,0 1,6 1,7 1,9 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 1,7 2,4 2,7 1,6 2,2 2,5 1,3 1,7 1,9 1,2 1,7 1,9 0,0 0,6 1,0 5,9 9,0 9,0 4,7 6,0 6,4 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 3,0 4,4 5,0 2,2 2,8 3,0 0,2 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,9 1,0 1,1 0,4 0,8 0,0 0,0 0,0 0,2 0,0 0,0 0,5 0,0 0,0 0,0 1,1 1,5 1,7 0,8 1,5 2,1 0,0 1,3 2,0 0,0 0,0 1,6 0,0 0,0 0,7 5,0 8,4 9,0 3,4 6,0 7,5 1,0 2,0 3,3 1,2 1,7 2,3 1,4 2,0 2,4 6 DAP 9,0 4,2 1,9 0,7 0,0 0,0 3,0 2,8 2,2 2,2 1,4 9,0 6,6 1,0 0,0 0,0 5,5 3,1 0,9 0,7 0,0 1,0 0,2 0,5 0,0 0,0 2,1 3,6 3,5 2,2 1,0 9,0 8,8 3,6 2,9 2,4 7 DAP 9,0 5,0 2,0 0,8 0,7 0,0 3,5 3,5 2,7 2,7 1,6 9,0 6,6 1,1 0,9 0,0 7,1 3,4 0,9 0,9 0,8 1,3 0,9 0,8 0,8 0,7 2,6 4,6 4,3 2,5 1,2 9,0 9,0 4,4 3,6 3,4 93 2B- Representação gráfica, ajuste das equações de regressão logarítmica (p < 0,10) e coeficientes de determinação (R2) de índice de velocidade média de crescimento dos isolados de Trichoderma spp. plaqueados em meio de cultura contendo o fungicida Cercobin (T. metílico) nas concentrações de 0,1; 1; 10; 100 e 1000 ppm. UberlândiaMG, 2011. 3B- Representação gráfica, ajuste das equações de regressão logarítmica (p < 0,10) e coeficientes de determinação (R2) da velocidade média de crescimento dos isolados de Trichoderma spp. plaqueados em meio de cultura contendo o fungicida Certeza (T. metílico + Fluazinam) nas concentrações de 0,1; 1; 10; 100 e 1000 ppm. UberlândiaMG, 2011. 94 4B- Representação gráfica, ajuste das equações de regressão logarítmica (p < 0,10) e coeficientes de determinação (R2) da velocidade média de crescimento dos isolados de Trichoderma spp. plaqueados em meio de cultura contendo o fungicida Derosal (Carbendazim) nas concentrações de 0,1; 1; 10; 100 e 1000 ppm. Uberlândia-MG, 2011. 5B- Representação gráfica, ajuste das equações de regressão logarítmica (p < 0,10) e coeficientes de determinação (R2) da velocidade média de crescimento dos isolados de Trichoderma spp. plaqueados em meio de cultura contendo o fungicida Frowncide (Fluazinam) nas concentrações de 0,1; 1; 10; 100 e 1000 ppm. Uberlândia-MG, 2011. 95 6B- Representação gráfica, ajuste das equações de regressão logarítmica (p < 0,10) e coeficientes de determinação (R2) da velocidade média de crescimento dos isolados de Trichoderma spp. plaqueados em meio de cultura contendo o fungicida Maxim XL (Fludioxonil + Metalaxyl-M) nas concentrações de 0,1; 1; 10; 100 e 1000 ppm. Uberlândia-MG, 2011. 7B- Representação gráfica, ajuste das equações de regressão logarítmica (p < 0,10) e coeficientes de determinação (R2) da velocidade média de crescimento dos isolados de Trichoderma spp. plaqueados em meio de cultura contendo o fungicida Standak Top (Fipronil + T. metílico + Piraclostrobina) nas concentrações de 0,1; 1; 10; 100 e 1000 ppm. Uberlândia-MG, 2011. 96 8B- Representação gráfica, ajuste das equações de regressão logarítmica (p < 0,10) e coeficientes de determinação (R2) da velocidade média de crescimento dos isolados de Trichoderma spp. plaqueados em meio de cultura contendo o fungicida Sumilex (Procimidona) nas concentrações de 0,1; 1; 10; 100 e 1000 ppm. Uberlândia-MG, 2011. 97 ANEXO C Compatibilidade Bioprodutos x Insumos. 1C- Trichodermil (Trichoderma harzianum) Teste de Compatibilidade* Trichodermil (T. harzianum) X Insumos Isolado: 1306 Avaliação: Germinação de Esporos * Dados fornecidos pela empresa Itaforte Bioprodutos (www.itarfortebioprodutos.com.br) HERBICIDAS Produto Herburon500BR Dose 2L/100L % Germinação 51,11 Compatibilidade MD - moderadamente tóxico Dose 200g/100L 100ml/100kg 100g/100L 240g/100L 100mL/100L 450mL/100kg semente % Germinação 7,02 8,18 125,23 2,92 0,89 0,82 7,34 Compatibilidade MT - muito tóxico MT - muito tóxico C - compatível MT - muito tóxico MT - muito tóxico MT - muito tóxico MT - muito tóxico Dose 150mL/100L % Germinação 8,63 Compatibilidade MT - muito tóxico Dose 1% 1% 0,33% 0,33% 0,167% 1% 10L/100L 1% 1L/100L 35mL/L p/100kg sem. % Germinação 97,09 84,76 3,02 63,57 57,41 39,8 0,74 25,57 5,46 26,77 Compatibilidade C - compatível C - compatível MT - muito tóxico C - compatível MD - moderadamente tóxico T - tóxico MT - muito tóxico MT - muito tóxico MT - muito tóxico MT - muito tóxico FUNGICIDAS Produto Isatalonil PM Maxim XL Monceren PM Orthocide 500 Rovral SC Terraclor 750PM VitavaxThiram 200SC INSETICIDAS Produto Astro ADUBOS/ADITIVOS Produto BioPiro BioPiro + Pimenta + Alho StubAid CompostAid Agromos Humisolv Humitec Rocksil Trafós K Corante Laborsan verm. 98 2C- Quality (Trichoderma asperellum) Teste de Compatibilidade* Quality (T. asperellum) X Insumos Isolado: Sf 04 Avaliação: Germinação de Esporos Dosagens seguem a máxima recomendação do Compêndio de Defensivos Agrícolas * Dados fornecidos pelo Laboratório de Biocontrole Farroupilha (www.grupofarroupilha.com) TRATAMENTO DE SEMENTES Produtos Comol Captan Atento Derosal Plus Furadan Protreat Vitavax Thiran TMS Thiodan Thiran Sumilex 200 g Derosal 500 SC Crospstar 700 mL Apron Sumilex 200 g/ 100 kg Acorda Biozyne TF Monceren Standak Top Standak Booster Agrichem Cercobin 200 g Certeza Cobalto EDTA Cropstar Cruiser Gaucho Inoculantes de soja e feijão Máster Fix Gramínea Maxin XL Maxin Advanced Molibdato de Sódio Molibidêmio + Gallop Nicomo Permite Pirâmide Spectro Resultados Incompatível (compatível apenas com produtos “quelatizados”) Incompatível Incompatível Incompatível Incompatível Incompatível Incompatível Incompatível Incompatível Incompatível Incompatível Incompatível Incompatível Incompatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível HERBICIDAS Produtos 24-D Aminol Amplo Aurora Chart Classic Clorimuron Nortox Cobra Diuron Dual Gold Envoke Resultados Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível 99 Flex Fusilade Gallant Gamit Gramoxil MSMA Naja Pivot Podium S Primoleo Round-Up Sencor Staple Verdict Gesagard Basagrand Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível FUNGICIDAS Produtos Aproach Artea Cantus Carbendazin Comet Domark Fegatex Folicur 200 CE dose de 1000 mL/200L de calda Frowncide 500 SC Zignal Manzate Mertin Nativo Opera Salute Skip Derosal 500 SC Priori Score Alto 100 Amistar Aureo Battle Cabrio Top Cercobin Cobre Folicur dose de 500 mL/200L de calda Forum Kocide Monceren Porteiro Priori Xtra Provence Ridomil (até 2 L/ ha) Ronilan Rovral Sialex Starky Sumilex Supera Resultados Incompatível Incompatível Incompatível Incompatível Incompatível Incompatível Incompatível Incompatível Incompatível Incompatível Incompatível Incompatível Incompatível Incompatível Incompatível Incompatível Incompatível Incompatível Incompatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível FERTILIZANTES Produtos Ácido Bórico Brisk Resultados Incompatível Incompatível 100 Biogain Max Rigrantec Biogain Fúlvico Rigrantec Nyon Boro Solo MAP Purificado (aplicado via pivo na mesma caixa) Agnus 200 Agrocolt Biogain Alga Rigrantec Biogain Húmico Rigrantec Broadacre Mn Agrichem Cal Super Cloreto de Manganês Cloreto de Potássio Fereiacty Leg Compostation MAG FLO MOP Molibidato de Sódio NP 10 Nitrato de Potássio Octaborato de Sódio 20,5% PD Sulfato de Amônio Sulfato de Cobalto Sulfato de Cobre Sulfato de Manganês Sulfato de Zinco Supra Bor TA 35 Ureia Incompatível Incompatível Incompatível Incompatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível (uso imediato) Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível (uso imediato) Compatível Compatível ANTIBIÓTICOS Produtos Kasumim Resultados Compatível INSETICIDAS Produtos Orthocide Acces Acefato Actara Alfa Ampligo Astro Beluri Calisto Cipermetrina Clorpirifos Curyon Demand Engeo Fury Imidacloprid 700 WG Karate Lanate Majesty Match CE Metafos Mospilan Pirinex Prêmio-Du Pont Polo Provado 200 SC Regente Sabre Resultados Incompatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível 101 Saurus Talstar Tracer Vertimec Compatível Compatível Compatível Compatível ESTIMULANTES VEGETAIS Produtos Green Mix (Humix) Agro Moss Compost-Aid Soil Plex Stubble-Aid Resultados Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível BIOPRODUTOS Produtos Best Biosafe Rizos Elite Resultados Compatível Compatível Compatível Compatível NEMATICIDAS Produtos Abamectina Avicta Eqnema Resultados Incompatível Compatível Compatível HORMÔNIO VEGETAL Produtos Pix HC Stimullus CS Resultados Compatível Compatïvel ADJUVANTES Produtos Avlo Antideriva Nimbus Óleos vegetais emulsionáveis Oppa Sag Tek-F Water Mix Resultados Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível Compatível CONDICIONADORES DE SOLO Produtos Ribumim Fertium Resultados Compatível Compatível 102 ANEXO D Fungicida x Bioproduto x Tempo (hora). 1D- Representação gráfica, ajuste das equações de regressão linear e coeficientes de determinação (R2) dos efeitos na germinação dos esporos dos antagonistas em sementes de soja após 0, 3 e 16 horas de exposição aos bioprodutos (Testemunha). UberlândiaMG, 2011. 2D- Representação gráfica, ajuste das equações de regressão linear e coeficientes de determinação (R2) dos efeitos na germinação dos esporos dos antagonistas em sementes de soja tratadas com o fungicida Frowncide (Fluazinam) e os bioprodutos, após 0, 3 e 16 horas de exposição. Uberlândia-MG, 2011. 103 3D- Representação gráfica, ajuste das equações de regressão linear e coeficientes de determinação (R2) dos efeitos na germinação dos esporos dos antagonistas em sementes de soja tratadas com o fungicida Certeza (Tiofanato metílico + Fluazinam) e os bioprodutos, após 0, 3 e 16 horas de exposição. Uberlândia-MG, 2011. 4D- Representação gráfica, ajuste das equações de regressão linear e coeficientes de determinação (R2) dos efeitos na germinação dos esporos dos antagonistas em sementes de soja tratadas com o fungicida Maxim XL (Fludioxonil + Metalaxyl-M) e os bioprodutos, após 0, 3 e 16 horas de exposição. Uberlândia-MG, 2011. 104 5D- Representação gráfica, ajuste das equações de regressão linear e coeficientes de determinação (R2) dos efeitos na germinação dos esporos dos antagonistas em sementes de soja tratadas com o fungicida Sumilex (Procimidona) e os bioprodutos, após 0, 3 e 16 horas de exposição. Uberlândia-MG, 2011. 6D- Representação gráfica, ajuste das equações de regressão linear e coeficientes de determinação (R2) dos efeitos na germinação dos esporos dos antagonistas em sementes de soja tratadas com o fungicida Cercobin (Tiofanato metílico) e os bioprodutos, após 0, 3 e 16 horas de exposição. Uberlândia-MG, 2011. 105 7D- Representação gráfica, ajuste das equações de regressão linear e coeficientes de determinação (R2) dos efeitos na germinação dos esporos dos antagonistas em sementes de soja tratadas com o fungicida Standak Top (Fipronil + T. metílico + Piraclostrobina) e os bioprodutos, após 0, 3 e 16 horas de exposição. Uberlândia-MG, 2011. 8D- Representação gráfica, ajuste das equações de regressão linear e coeficientes de determinação (R2) dos efeitos na germinação dos esporos dos antagonistas em sementes de soja tratadas com o fungicida Derosal (Carbendazim) e os bioprodutos, após 0, 3 e 16 horas de exposição. Uberlândia-MG, 2011. 106 ANEXO E Índice de Velocidade de emergência (IVE) 1E- Número de plântulas emergidas provenientes de sementes tratadas com Trichoderma spp., com e sem inoculação de S. sclerotiorum e velocidade média de emergência. Uberlândia-MG, 2011. Tratamentos Avaliações* 1ª Av. 2ª Av. 3ª Av. 4ª Av. 5ª Av. 6ª Av. 7ª Av. 8ª Av. 9ª Av. 10ª Av. 11ª Av. 12ª Av. 13ª Av. SEM INOCULAÇÃO Testemunha 18 34 60 71 85 93 101 106 111 114 116 116 118 Agrotrich (Trichoderma spp.) 18 44 73 85 97 108 116 118 120 126 126 127 127 Ecotrich (T. harzianum) 19 43 63 78 91 100 110 113 117 119 120 120 122 Quality (T. asperellum) 15 52 74 85 100 106 113 115 117 120 121 124 125 Trichodermil (T. harzianum) 20 47 56 67 77 92 96 102 107 110 111 113 113 COM INOCULAÇÃO Testemunha 13 32 53 61 69 73 78 79 82 83 84 84 86 Agrotrich (Trichoderma spp.) 11 31 43 48 51 54 59 60 62 62 62 62 62 Ecotrich (T. harzianum) 11 36 64 71 80 84 88 90 92 93 94 94 95 Quality (T. asperellum) 18 34 46 52 57 59 61 62 63 65 65 65 65 Trichodermil (T. harzianum) 7 28 42 45 51 53 53 54 55 56 57 57 57 CV (%) *As avaliações começaram a partir do quinto dia após a semeadura. Fonte: a autora. 107 2E- Índice de velocidade média de emergência de sementes tratadas com Trichoderma spp., com e sem inoculação de S. sclerotiorum e velocidade média de emergência. Uberlândia-MG, 2011. Tratamentos Velocidade Média de Emergência SEM COM 57 aA 61 aA 116 bB 67 aA Ecotrich (T. harzianum) 90 bA 80 aA Quality (T. asperellum) 115 bA 109 bA Trichodermil (T. harzianum) 102 bA 100 bA Testemunha Agrotrich (Trichoderma spp.) 23,84 CV (%) Médias seguidas pela mesma letra minúscula na linha e maiúscula na coluna, não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott, a 5% de probabilidade, dados transformados em x 0,5 . 108 ANEXO F- Análises de Variância 1F- Germinação dos produtos biológicos. Dados originais. -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------TRAT 3 3916.000000 1305.333333 273.209 0.0000 REP 3 17.000000 5.666667 1.186 0.3686 erro 9 43.000000 4.777778 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 15 3976.000000 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 2.53 Média geral: 86.5000000 Número de observações: 16 -------------------------------------------------------------------------------DMS: 4,82698000826528 NMS: 0,05 -------------------------------------------------------------------------------- 2F- Contaminação por bactérias dos produtos biológicos. Dados originais. -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------TRAT 3 6700.000000 2233.333333 21.730 0.0002 REP 3 875.000000 291.666667 2.838 0.0982 erro 9 925.000000 102.777778 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 15 8500.000000 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 36.87 Média geral: 27.5000000 Número de observações: 16 -------------------------------------------------------------------------------DMS: 22,3878371257014 NMS: 0,05 -------------------------------------------------------------------------------- 3F- Porcentagem média da área da superfície do meio ocupada pelo Trichoderma spp. Dados originais. -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------TRAT 3 21.752819 7.250940 0.528 0.6742 REP 3 24.339619 8.113206 0.591 0.6365 erro 9 123.638106 13.737567 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 15 169.730544 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 5.80 Média geral: 63.9431250 Número de observações: 16 -------------------------------------------------------------------------------DMS: 8,18497664497637 NMS: 0,05 -------------------------------------------------------------------------------- 4F- Velocidade média de crescimento das colônias dos isolados de Trichoderma spp. plaqueados em meio de cultura contendo fungicidas. Dados originais. -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------TRAT 3 4.335406 1.445135 6.146 0.0004 REP 3 0.104858 0.034953 0.149 0.9320 PROD 7 3168.483453 452.640493 1925.017 0.0000 PPM 5 5153.698134 1030.739627 4383.591 0.0000 TRAT*PROD 21 113.335027 5.396906 22.952 0.0000 TRAT*PPM 15 33.146236 2.209749 9.398 0.0000 PROD*PPM 23 272.156851 11.832907 50.324 0.0000 TRAT*PROD*PPM 69 175.159519 2.538544 10.796 0.0000 erro 429 100.873292 0.235136 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 575 9021.292775 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 14.55 Média geral: 3.3331250 Número de observações: 576 -------------------------------------------------------------------------------- 109 5F- Porcentagem de esporos germinados em sementes de soja tratadas com os bioprodutos após 0, 3 e 16 horas do tratamento com fungicidas. Dados originais. -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------TRAT 3 57503.708333 19167.902778 1039.557 0.0000 PROD 7 167869.791667 23981.398810 1300.614 0.0000 TEMPO 2 4344.395833 2172.197917 117.808 0.0000 TRAT*PROD 21 39226.666667 1867.936508 101.306 0.0000 TRAT*TEMPO 6 1342.666667 223.777778 12.136 0.0000 PROD*TEMPO 14 5097.770833 364.126488 19.748 0.0000 TRAT*PROD*TEMPO 42 6554.333333 156.055556 8.464 0.0000 REP 3 53.020833 17.673611 0.959 0.4126 erro 285 5254.979167 18.438523 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 383 287247.333333 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 16.18 Média geral: 26.5416667 Número de observações: 384 -------------------------------------------------------------------------------- 6F- Porcentagem de sementes de soja infectadas após tratamento com Trichoderma spp. Dados originais. - Trichoderma spp. -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------TRATAMENTO 4 58914.800000 14728.700000 436.539 0.0000 INOCUL 1 67280.000000 67280.000000 1994.091 0.0000 TRATAMENTO*INOCUL 4 23974.000000 5993.500000 177.639 0.0000 erro 63 2125.600000 33.739683 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 79 152892.800000 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 11.66 Média geral: 49.8000000 Número de observações: 80 -------------------------------------------------------------------------------- Sclerotinia sclerotiorum -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------TRATAMENTO 4 4846.000000 1211.500000 114.843 0.0000 INOCUL 1 163805.000000 163805.000000 15527.708 0.0000 TRATAMENTO*INOCUL 4 4846.000000 1211.500000 114.843 0.0000 erro 63 664.600000 10.549206 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 79 174227.000000 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 7.18 Média geral: 45.2500000 Número de observações: 80 -------------------------------------------------------------------------------- Fusarium spp. -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------TRATAMENTO 4 2357.200000 589.300000 6.117 0.0003 INOCUL 1 1008.200000 1008.200000 10.465 0.0019 TRATAMENTO*INOCUL 4 3254.800000 813.700000 8.446 0.0000 erro 63 6069.400000 96.339683 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 79 12830.200000 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 159.60 Média geral: 6.1500000 Número de observações: 80 -------------------------------------------------------------------------------- 110 - Penicillium spp. -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------TRATAMENTO 4 585.200000 146.300000 22.071 0.0000 INOCUL 1 156.800000 156.800000 23.655 0.0000 TRATAMENTO*INOCUL 4 693.200000 173.300000 26.144 0.0000 erro 63 417.600000 6.628571 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 79 1919.200000 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 135.51 Média geral: 1.9000000 Número de observações: 80 -------------------------------------------------------------------------------- Aspergillus spp. -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------TRATAMENTO 4 737.200000 184.300000 4.397 0.0034 INOCUL 1 231.200000 231.200000 5.516 0.0220 TRATAMENTO*INOCUL 4 1286.800000 321.700000 7.675 0.0000 erro 63 2640.800000 41.917460 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 79 5087.200000 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 157.91 Média geral: 4.1000000 Número de observações: 80 -------------------------------------------------------------------------------- Rhizopus spp. -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------TRATAMENTO 4 88.800000 22.200000 3.364 0.0147 INOCUL 1 45.000000 45.000000 6.818 0.0113 TRATAMENTO*INOCUL 4 92.000000 23.000000 3.485 0.0124 erro 63 415.800000 6.600000 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 79 711.800000 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 270.43 Média geral: 0.9500000 Número de observações: 80 -------------------------------------------------------------------------------- Phomopsis spp. -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------TRATAMENTO 4 5.200000 1.300000 0.781 0.5414 INOCUL 1 0.800000 0.800000 0.481 0.4906 TRATAMENTO*INOCUL 4 17.200000 4.300000 2.585 0.0454 erro 63 104.800000 1.663492 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 79 147.200000 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 322.44 Média geral: 0.4000000 Número de observações: 80 -------------------------------------------------------------------------------- Nigrospora spp. -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------TRATAMENTO 4 390.000000 97.500000 2.764 0.0350 INOCUL 1 1584.200000 1584.200000 44.913 0.0000 TRATAMENTO*INOCUL 4 678.800000 169.700000 4.811 0.0019 erro 63 2222.200000 35.273016 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 79 5491.000000 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 113.13 Média geral: 5.2500000 Número de observações: 80 -------------------------------------------------------------------------------- 111 - Cladosporium spp. -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------TRATAMENTO 4 360.800000 90.200000 25.854 0.0000 INOCUL 1 168.200000 168.200000 48.210 0.0000 TRATAMENTO*INOCUL 4 372.800000 93.200000 26.713 0.0000 erro 63 219.800000 3.488889 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 79 1135.800000 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 120.51 Média geral: 1.5500000 Número de observações: 80 -------------------------------------------------------------------------------- Periconia spp. -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------TRATAMENTO 4 3.200000 0.800000 2.333 0.0653 INOCUL 1 0.800000 0.800000 2.333 0.1316 TRATAMENTO*INOCUL 4 3.200000 0.800000 2.333 0.0653 erro 63 21.600000 0.342857 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 79 31.200000 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 585.54 Média geral: 0.1000000 Número de observações: 80 -------------------------------------------------------------------------------- Colletotrichum spp. -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------TRATAMENTO 4 2.800000 0.700000 0.889 0.4758 INOCUL 1 0.000000000E+0000 0.00000000E+0000 0.000 0.9975 TRATAMENTO*INOCUL 4 2.000000 0.500000 0.635 0.6394 erro 63 49.600000 0.787302 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 79 60.800000 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 443.65 Média geral: 0.2000000 Número de observações: 80 -------------------------------------------------------------------------------- 7F- Porcentagem de sementes de soja germinadas, plântulas anormais, sementes com mofo branco e com Trichoderma spp., após tratamento com os bioprodutos, com e sem inoculação de S. sclerotiorum. Dados originais. -1ª avaliação: Sementes Germinadas -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------TRAT 4 165.400000 41.350000 1.186 0.3394 INOCUL 1 624.100000 624.100000 17.898 0.0002 TRAT*INOCUL 4 109.400000 27.350000 0.784 0.5454 REP 3 75.500000 25.166667 0.722 0.5478 erro 27 941.500000 34.870370 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 39 1915.900000 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 6.53 Média geral: 90.4500000 Número de observações: 40 -------------------------------------------------------------------------------- 112 -2ª avaliação: Sementes Germinadas -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------TRAT 4 64.600000 16.150000 1.075 0.3881 INOCUL 1 864.900000 864.900000 57.589 0.0000 TRAT*INOCUL 4 92.600000 23.150000 1.541 0.2185 REP 3 15.500000 5.166667 0.344 0.7937 erro 27 405.500000 15.018519 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 39 1443.100000 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 4.18 Média geral: 92.6500000 Número de observações: 40 --------------------------------------------------------------------------------1ª avaliação: Plântulas Anormais -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------TRAT 4 513.400000 128.350000 4.555 0.0061 INOCUL 1 1123.600000 1123.600000 39.875 0.0000 TRAT*INOCUL 4 513.400000 128.350000 4.555 0.0061 REP 3 37.200000 12.400000 0.440 0.7262 erro 27 760.800000 28.177778 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 39 2948.400000 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 100.16 Média geral: 5.3000000 Número de observações: 40 --------------------------------------------------------------------------------1ª avaliação: Sementes com Mofo -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------TRAT 4 16.400000 4.100000 2.661 0.0542 INOCUL 1 96825.600000 96825.600000 62843.538 0.0000 TRAT*INOCUL 4 16.400000 4.100000 2.661 0.0542 REP 3 2.400000 0.800000 0.519 0.6726 erro 27 41.600000 1.540741 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 39 96902.400000 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 2.52 Média geral: 49.2000000 Número de observações: 40 --------------------------------------------------------------------------------1ª avaliação: Sementes com Trichoderma -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------TRAT 4 7649.400000 1912.350000 137.004 0.0000 INOCUL 1 18447.025000 18447.025000 1321.578 0.0000 TRAT*INOCUL 4 4739.600000 1184.900000 84.888 0.0000 REP 3 25.875000 8.625000 0.618 0.6094 erro 27 376.875000 13.958333 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 39 31238.775000 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 13.80 Média geral: 27.0750000 Número de observações: 40 -------------------------------------------------------------------------------- 113 8F- Velocidade média de emergência. Dados originais. -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------TRAT 4 12795.802285 3198.950571 6.988 0.0005 REP 3 13185.283947 4395.094649 9.601 0.0002 INOCUL 1 1549.900502 1549.900502 3.386 0.0768 TRAT*INOCUL 4 3566.445485 891.611371 1.948 0.1313 erro 27 12359.818477 457.771055 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 39 43457.250697 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 23.84 Média geral: 89.7322500 Número de observações: 40 -------------------------------------------------------------------------------- 9F- Número de plântulas anormais, com cotilédones necrosados e com mofo. Dados originais. -1ª avaliação: Plântulas Anormais -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------TRAT 4 154.400000 38.600000 1.287 0.2999 INOCUL 1 774.400000 774.400000 25.813 0.0000 REP 3 804.000000 268.000000 8.933 0.0003 TRAT*INOCUL 4 111.600000 27.900000 0.930 0.4613 erro 27 810.000000 30.000000 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 39 2654.400000 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 41.18 Média geral: 13.3000000 Número de observações: 40 --------------------------------------------------------------------------------1ª avaliação: Cotilédones Necrosados -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------TRAT 4 88.850000 22.212500 0.517 0.7238 INOCUL 1 912.025000 912.025000 21.232 0.0001 REP 3 484.475000 161.491667 3.760 0.0224 TRAT*INOCUL 4 158.850000 39.712500 0.925 0.4643 erro 27 1159.775000 42.954630 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 39 2803.975000 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 33.65 Média geral: 19.4750000 Número de observações: 40 --------------------------------------------------------------------------------1ª avaliação: Plântulas com Mofo -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------TRAT 4 2.000000 0.500000 0.679 0.6123 INOCUL 1 15.625000 15.625000 21.226 0.0001 REP 3 3.875000 1.291667 1.755 0.1796 TRAT*INOCUL 4 2.000000 0.500000 0.679 0.6123 erro 27 19.875000 0.736111 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 39 43.375000 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 137.28 Média geral: 0.6250000 Número de observações: 40 -------------------------------------------------------------------------------- 114 -2ª avaliação: Plântulas Anormais -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------TRAT 4 114.000000 28.500000 1.397 0.2615 INOCUL 1 1703.025000 1703.025000 83.501 0.0000 REP 3 331.075000 110.358333 5.411 0.0048 TRAT*INOCUL 4 189.600000 47.400000 2.324 0.0821 erro 27 550.675000 20.395370 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 39 2888.375000 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 32.55 Média geral: 13.8750000 Número de observações: 40 --------------------------------------------------------------------------------2ª avaliação: Cotilédones Necrosados -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------TRAT 4 228.650000 57.162500 1.542 0.2183 INOCUL 1 1677.025000 1677.025000 45.245 0.0000 REP 3 802.475000 267.491667 7.217 0.0010 TRAT*INOCUL 4 81.850000 20.462500 0.552 0.6992 erro 27 1000.775000 37.065741 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 39 3790.775000 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 31.50 Média geral: 19.3250000 Número de observações: 40 --------------------------------------------------------------------------------2ª avaliação: Plântulas com Mofo -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------TRAT 4 21.650000 5.412500 1.505 0.2286 INOCUL 1 115.600000 115.600000 32.144 0.0000 REP 3 40.400000 13.466667 3.745 0.0227 TRAT*INOCUL 4 21.650000 5.412500 1.505 0.2286 erro 27 97.100000 3.596296 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 39 296.400000 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 111.55 Média geral: 1.7000000 Número de observações: 40 -------------------------------------------------------------------------------- 10F- Comprimento e peso das plântulas tratadas com Trichoderma spp. Dados originais. -Comprimento Parte Aérea -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------TRAT 4 1.027900 0.256975 0.763 0.5585 INOCUL 1 13.595560 13.595560 40.367 0.0000 REP 3 2.896400 0.965467 2.867 0.0551 TRAT*INOCUL 4 3.026740 0.756685 2.247 0.0904 erro 27 9.093600 0.336800 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 39 29.640200 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 8.40 Média geral: 6.9100000 Número de observações: 40 -------------------------------------------------------------------------------- 115 -Comprimento Raiz -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------TRAT 4 2.794300 0.698575 2.270 0.0878 INOCUL 1 11.859210 11.859210 38.537 0.0000 REP 3 19.480410 6.493470 21.101 0.0000 TRAT*INOCUL 4 3.381940 0.845485 2.747 0.0488 erro 27 8.308890 0.307737 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 39 45.824750 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 7.05 Média geral: 7.8725000 Número de observações: 40 --------------------------------------------------------------------------------Peso Fresco Parte Aérea -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------TRAT 4 15.106060 3.776515 4.012 0.0111 INOCUL 1 27.076702 27.076702 28.767 0.0000 REP 3 56.947447 18.982482 20.168 0.0000 TRAT*INOCUL 4 3.830260 0.957565 1.017 0.4160 erro 27 25.413227 0.941231 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 39 128.373697 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 13.55 Média geral: 7.1597500 Número de observações: 40 --------------------------------------------------------------------------------Peso Fresco Raiz -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------TRAT 4 4.291015 1.072754 1.076 0.3878 INOCUL 1 0.545222 0.545222 0.547 0.4660 REP 3 46.229288 15.409763 15.456 0.0000 TRAT*INOCUL 4 2.000115 0.500029 0.502 0.7348 erro 27 26.918438 0.996979 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 39 79.984078 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 24.90 Média geral: 4.0092500 Número de observações: 40 --------------------------------------------------------------------------------Peso Seco Parte Aérea -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------TRAT 4 0.132390 0.033098 1.486 0.2343 INOCUL 1 0.873203 0.873203 39.194 0.0000 REP 3 1.104588 0.368196 16.526 0.0000 TRAT*INOCUL 4 0.052160 0.013040 0.585 0.6760 erro 27 0.601538 0.022279 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 39 2.763878 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 11.93 Média geral: 1.2507500 Número de observações: 40 -------------------------------------------------------------------------------- 116 -Peso Seco Raiz -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------TRAT 4 0.013140 0.003285 0.407 0.8021 INOCUL 1 0.066422 0.066422 8.226 0.0079 REP 3 0.844767 0.281589 34.875 0.0000 TRAT*INOCUL 4 0.020940 0.005235 0.648 0.6329 erro 27 0.218008 0.008074 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 39 1.163277 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 17.17 Média geral: 0.5232500 Número de observações: 40 -------------------------------------------------------------------------------- 11F- Porcentagem de escleródios germinados. Dados originais. -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------TRAT 4 4796.758550 1199.189637 4.154 0.0244 REP 3 741.366495 247.122165 0.856 0.4901 erro 12 3464.340330 288.695027 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 19 9002.465375 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 29.14 Média geral: 58.3025000 Número de observações: 20 -------------------------------------------------------------------------------DMS: 38,3079473042491 NMS: 0,05 -------------------------------------------------------------------------------- 12F- Porcentagem de escleródios colonizados com Trichoderma spp. Dados originais. -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------TRAT 4 11046.178130 2761.544532 10.189 0.0008 REP 3 450.351760 150.117253 0.554 0.6553 erro 12 3252.321590 271.026799 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 19 14748.851480 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 44.28 Média geral: 37.1760000 Número de observações: 20 -------------------------------------------------------------------------------DMS: 37,1172120115679 NMS: 0,05 -------------------------------------------------------------------------------- 13F- Nível de incidência de mofo branco em plantas de soja. Dados originais. -1ª avaliação -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------TRAT 7 427.968750 61.138393 1.617 0.1852 REP 3 31.843750 10.614583 0.281 0.8387 erro 21 793.906250 37.805060 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 31 1253.718750 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 73.14 Média geral: 8.4062500 Número de observações: 32 -------------------------------------------------------------------------------DMS: 14,5874788108397 NMS: 0,05 -------------------------------------------------------------------------------- 117 -2ª avaliação -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------TRAT 7 667.968750 95.424107 3.453 0.0128 REP 3 113.843750 37.947917 1.373 0.2784 erro 21 580.406250 27.638393 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 31 1362.218750 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 59.45 Média geral: 8.8437500 Número de observações: 32 -------------------------------------------------------------------------------DMS: 12,4727342155728 NMS: 0,05 --------------------------------------------------------------------------------3ª avaliação -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------TRAT 7 875.718750 125.102679 3.986 0.0064 REP 3 83.593750 27.864583 0.888 0.4636 erro 21 659.156250 31.388393 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 31 1618.468750 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 45.62 Média geral: 12.2812500 Número de observações: 32 -------------------------------------------------------------------------------DMS: 13,2919841557196 NMS: 0,05 -------------------------------------------------------------------------------- 14F- Nível de severidade de mofo branco em plantas de soja. Dados originais. -1ª avaliação -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------TRAT 7 312.500000 44.642857 0.898 0.5259 REP 3 131.250000 43.750000 0.880 0.4672 erro 21 1043.750000 49.702381 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 31 1487.500000 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 49.04 Média geral: 14.3750000 Número de observações: 32 -------------------------------------------------------------------------------DMS: 16,726068536009 NMS: 0,05 --------------------------------------------------------------------------------2ª avaliação -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------TRAT 7 1074.218750 153.459821 3.423 0.0133 REP 3 102.343750 34.114583 0.761 0.5285 erro 21 941.406250 44.828869 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 31 2117.968750 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 27.29 Média geral: 24.5312500 Número de observações: 32 -------------------------------------------------------------------------------DMS: 15,8848883402276 NMS: 0,05 -------------------------------------------------------------------------------- 118 -3ª avaliação -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------TRAT 7 975.000000 139.285714 3.184 0.0185 REP 3 293.750000 97.916667 2.238 0.1136 erro 21 918.750000 43.750000 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 31 2187.500000 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 23.52 Média geral: 28.1250000 Número de observações: 32 -------------------------------------------------------------------------------DMS: 15,6925782821618 NMS: 0,05 -------------------------------------------------------------------------------- 15F- Nível de índice de doença (ID) de mofo branco em plantas de soja. Dados originais. -1ª avaliação -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------TRAT 7 189087.500000 27012.500000 1.164 0.3641 REP 3 42375.000000 14125.000000 0.608 0.6169 erro 21 487525.000000 23215.476190 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 31 718987.500000 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 105.54 Média geral: 144.3750000 Número de observações: 32 -------------------------------------------------------------------------------DMS: 361,488156702444 NMS: 0,05 --------------------------------------------------------------------------------2ª avaliação -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------TRAT 7 1185700.000000 169385.714286 6.914 0.0002 REP 3 75256.250000 25085.416667 1.024 0.4021 erro 21 514481.250000 24499.107143 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 31 1775437.500000 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 65.05 Média geral: 240.6250000 Número de observações: 32 -------------------------------------------------------------------------------DMS: 371,347413759765 NMS: 0,05 --------------------------------------------------------------------------------3ª avaliação -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------TRAT 7 2189449.218750 312778.459821 6.861 0.0003 REP 3 26752.343750 8917.447917 0.196 0.8983 erro 21 957378.906250 45589.471726 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 31 3173580.468750 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 57.98 Média geral: 368.2812500 Número de observações: 32 -------------------------------------------------------------------------------DMS: 506,567770403429 NMS: 0,05 -------------------------------------------------------------------------------- 119 16F- Área abaixo da curva de progresso (AACPD) de mofo branco em plantas de soja. Dados originais. -AACPD Incidência -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------TRAT 7 526075.750000 75153.678571 3.199 0.0181 REP 3 26466.062500 8822.020833 0.376 0.7715 erro 21 493300.187500 23490.485119 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 31 1045842.000000 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 55.28 Média geral: 277.2500000 Número de observações: 32 -------------------------------------------------------------------------------DMS: 363,622935082658 NMS: 0,05 --------------------------------------------------------------------------------AACPD Severidade -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------TRAT 7 554613.867188 79230.552455 4.369 0.0040 REP 3 53958.398438 17986.132813 0.992 0.4159 erro 21 380846.289063 18135.537574 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 31 989418.554688 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 20.32 Média geral: 662.5781250 Número de observações: 32 -------------------------------------------------------------------------------DMS: 319,499727334322 NMS: 0,05 --------------------------------------------------------------------------------AACPD Índice de Doença -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------TRAT 7 828996124.218750 118428017.745536 6.248 0.0005 REP 3 15292988.281250 5097662.760417 0.269 0.8471 erro 21 398075811.718750 18955991.034226 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 31 1.242364924E+0009 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 60.89 Média geral: 7149.8437500 Número de observações: 32 -------------------------------------------------------------------------------DMS: 10329,4815062584 NMS: 0,05 -------------------------------------------------------------------------------- 17F- Peso de escleródios, Peso de Mil Grãos e Produtividade após a trilha da soja. Dados originais. -Peso de escleródios -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------TRAT 7 88.518687 12.645527 1.938 0.1137 REP 3 3.203138 1.067713 0.164 0.9197 erro 21 137.005363 6.524065 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 31 228.727188 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 69.23 Média geral: 3.6893750 Número de observações: 32 -------------------------------------------------------------------------------DMS: 6,059885394723 NMS: 0,05 -------------------------------------------------------------------------------- 120 -Peso de Mil Grãos -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------TRAT 7 1566.575000 223.796429 3.266 0.0165 REP 3 97.957500 32.652500 0.476 0.7020 erro 21 1439.082500 68.527738 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 31 3103.615000 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 5.80 Média geral: 142.7875000 Número de observações: 32 -------------------------------------------------------------------------------DMS: 19,6398638928629 NMS: 0,05 --------------------------------------------------------------------------------Produtividade -------------------------------------------------------------------------------FV GL SQ QM Fc Pr>Fc -------------------------------------------------------------------------------TRAT 7 3605108.690287 515015.527184 5.062 0.0017 REP 3 262726.595838 87575.531946 0.861 0.4768 erro 21 2136465.070863 101736.431946 -------------------------------------------------------------------------------Total corrigido 31 6004300.356987 -------------------------------------------------------------------------------CV (%) = 11.91 Média geral: 2678.8543750 Número de observações: 32 -------------------------------------------------------------------------------DMS: 756,734486120577 NMS: 0,05 --------------------------------------------------------------------------------