Bruno Luiz Mattos Bruno Luiz Mattos Fagulha Talvez é o medo de errar não queremos definir, apenas entender. Falar é uma faísca para explodir na alma de quem sabe ouvir. Palavras são fagulhas Versos, o pavio uma poesia, a explosão. Um acaso de um caso uma evolução da percepção um dizer sem tradução. Seja uma fagulha em um instante ou apenas na imaginação. Você é uma faísca que se tornou um incêndio destruído o ruim ao nosso redor. 17 No Encontro de Uma Constante Perdido no tempo Não foi algo ruim não posso reclamar mas meu coração bate mais forte. Estou sem tempo estou há pouco tempo. É tudo um destino imperfeito tudo poderia ser melhor mas não sei escolher. Tudo poderia ser perfeito e agora essa ilusão vai me consumindo aos poucos. Não sei onde estava talvez perdido no tempo ou tão perto que nem pude ver ver o tempo que perdi sem olhar em seus olhos. 18 Bruno Luiz Mattos Arrependi-me mas isso não fez o tempo voltar estou aqui suplicando um perdão suplicando algo em vão. Perdido no tempo Sem noção sem poder lamentar foi tudo minha culpa. Não posso voltar apenas veja que não foi algo ruim. Não posso reclamar mas meu coração bate mais forte. Estou sem tempo estou há pouco tempo. 19 No Encontro de Uma Constante Surpreenda-me Perguntam-me do tempo e em que tempo se há um passado e se esse passado agora é o futuro perguntam-me sem perceber. Surpreenda-me leve-me daqui, mas não daqui mostre-me até onde a imaginação é tentadora se suas doces intenções suportam o amargo de minha realidade. Aproxime-se aos poucos sem demorar em perceber sem posar para o paraíso ou queimar no inferno. Um tempo para se ter um tempo e não apenas ficar parado relutando em pecados. 24 Bruno Luiz Mattos É preciso assumir por mais que se fuja dos erros foi um prazer cometê-los. Surpreenda-me e não peça sempre as mesmas coisas e muito menos mude as palavras seu olhar não engana suas intenções não mudam. E não são negativas é apenas uma negação em aceitar que possa ser capaz de me surpreender. E não há desculpas não há para onde fugir histórias de romances ou coisas. 25 No Encontro de Uma Constante Equações Quando tudo parecer perdido é o sinal que eu mais preciso de você mesmo que meus traços sejam de felicidade se você estiver longe terá algo faltando em cada segundo. Estamos brigando com nossos destinos e agora não há o que desejar apenas esperar o final um final que não terá um início porque me recuso a acreditar em destino. Quando estiver voltando para casa e meu sorriso falso encontrar seus olhos não se engane toda vez que vou embora há uma lágrima que nem eu mesmo posso ver. Tanto tempo distorcido com falsas constantes e desejos tão lineares que um olhar para o lado é tão impossível. 30 Bruno Luiz Mattos Como justificar verdades que tornei mentiras? Éramos iguais em nossas diferenças talvez eu quisesse me tornar como você e você não compreendia como era ser eu será que tudo isso foi capaz de confundir? Não é como uma equação não iremos nos tornar iguais não há convergências nem divergências não há nenhum caminho paralelo nenhum tão longo quanto o fato de não existir. Não é o oposto de intensidade que destrói é a falta de saber que algo sempre há algo oposto que é igual e sem saber cada um segue seu caminho sem acreditar sem perceber que cada vez mais o tempo acaba. 31 Bruno Luiz Mattos Realidade desses dias Uma realidade sem física outra sem quântica faltando uma química aplicada. O céu é preto o mar é verde cores são perdidas em conceitos rabiscados. O beijo é a melhor poesia sem segredos e indiretas dúvidas ou setas unindo dimensões curando até tendões. Perca uma segunda construa uma terça inesquecível na quarta, torne banal para nossa quinta fatal emendando na sexta nosso final de semana sem igual. 41 No Encontro de Uma Constante Sem você É uma história que não sei como começar ver o dia surgir sem ver o sol fora da janela seria uma boa hora para abrir as cortinas? O dia já começou e eu quero deixar minhas lágrimas caírem mesmo sem saber o que precisa ser levado. Sem você, o mundo continua mas por quanto tempo ele pode sobreviver? Sem você, o mundo pode sobreviver mas que tipo de vida irá ter? Não é como um desenho animado no episódio seguinte nada será resolvido. O dia já começou e eu preciso admirar essa bela tristeza a frieza da neutralidade a me livrar dessas preocupações banais. 42 Bruno Luiz Mattos Sem você, é um tipo de vida que não posso aceitar. Quando meu corpo levantar você estará em todas as mágoas que o mundo me deu em todos os sorrisos que ganhei ou talvez você não exista mas o que pode ser imaginado pode existir por aí. São multidões de pessoas e ninguém assume o que fez vai me deixar sem você? Existe uma inquietação um sentimento que não posso suportar e quando eu penso em desistir sinto suas lágrimas ao perceber que nunca irá ter. Não me engane em sua doçura sem você talvez eu aprenda a viver mas no fundo ambos precisamos nos entender. Sem você tudo é nada e com você nada é suficiente. 43 No Encontro de Uma Constante Mundo perturbado Palavras que não querem sair faces apenas pintadas na imaginação abraços e compaixão negados. Vamos brincar de acreditar no destino sentir o vento e seguir seu fluxo? Os beijos vistos trazem os nossos que não estão existindo. E esse descompasso na dança maluca causa uma pequena dor sem importância que um dia vai crescer até se tornar um motivo mortal de uma partida sem ida. Mundo perturbado que absorve uma energia que não lhe pertence que não conta suas regras apenas ensina por rasteiras e enganos. Mundo perturbado que passou a existir quando amar passou a ser meu objetivo de acordar. 50 Bruno Luiz Mattos Mundo perturbado que acerta mesmo errando ou é uma forma de tornar tudo justo? Mundo perturbado que daria de tudo um pouco para descobrir um pouquinho e sair do meu normal. Vou fugir um pouco e acreditar na dor acreditar nas poucas regras que conheço partir espalhando minhas palavras até que o vento leve aos seus ouvidos remetendo-nos àquele local que gostaria de levá-la um dos poucos lugares onde posso me esconder sem me preocupar. Estou seguindo a maré mas estou contra sua corrente alguém me disse que seria diferente, mas é tão igual. Mundo perturbado vamos brincar de acreditar no destino e viver aqueles momentos idealizados? 51 Bruno Luiz Mattos Folhas brancas Aquelas folhas quietas e paradas brancas entre uma página e outra perguntando-se por que não foram usadas esperando para serem úteis. Aquelas folhas brancas querem algo esperam ser algo são algo esperam ser o que não eram ter o que não tinham. Aqueles trechos em branco esperam ser aqueles que estão sendo guardados especiais ou não querem ser mais do que brancos. Aquelas folhas brancas não querem qualquer tinta não querem qualquer palavra. 53 No Encontro de Uma Constante Aquelas folhas brancas não querem escolher o conteúdo querem um conteúdo que não seja apenas mais um. Aquelas folhas brancas sabem que não serão as primeiras não serão as últimas mas querem ser o meio de algo. Aquelas folhas brancas não terão importância se você não souber o que escrever. 54 No Encontro de Uma Constante Somos todos bons História perdida por um passo em vão e essa presença misteriosa? Somos todos bons em esconder o que ninguém deveria saber. A mentira vai me consumindo até que tudo vire cinzas mascarando esse mundo em que estou me iludindo aquecendo-me com mentiras. Somos todos bons em mostrar a indiferença Alguém se atreveu a ser ruim? Onde estão os sentimentos? Todos são bons em julgar mas quem irá se condenar? Um pouco de amor uma dose do veneno todos são bons em mentir para mim. 86 Bruno Luiz Mattos Eu sei sei mais do que deveria saber. O que adianta ficar longe se o que me machuca está aqui perto? Como sorrisos de lágrimas felicidade inventada realidade alterada todos nós somos bons? Preto e branco o colorido já não existe não enquanto olho por essa máscara sem saber o que realmente existiu por que todos são bons em serem ruins? Em qual parte da história me perdi? 87 No Encontro de Uma Constante Entretanto Procuramos uma paixão naqueles bytes, espaços, vírgulas, pontos e enters torcendo que a notificação seja a tão esperada pré-alguma-coisa que antecede o momento mágico. Faz um ano ou doze meses? E quantos são os segundos? O que é contato quando algo verdadeiro é contado? De idas e vindas nunca sabemos o que é “para sempre”. De tanto simular achamos que algo está existindo enquanto, na verdade, uma fotografia de retalhos é o que conta a verdadeira história. A experiência única que é você é o que busco naqueles beijos a importância que somos nós é o que dou de importante de forma recíproca e sem condicionais. 100 Bruno Luiz Mattos O que molda a perfeição é a suficiência de cada fato sua implicância, meu deboche seu carinho, minha indiferença sua audácia, minha observação a sua certeza com minhas dúvidas o sim e o não a vontade e a necessidade. É verdadeiro quando moldamos o que queremos? Será honesto criar fatos? Será honesto se aproveitar dos fatos? Será certo conhecer antes para querer depois? Ou é preciso querer antes para merecer depois? Entretanto de tudo aquilo que importa das respostas e perguntas que podem decidir se nos manterão juntos ou não precisamos, antes de tudo destruir muros e construir estradas. 101 Bruno Luiz Mattos O nós de ontem Disseram para esperar, então esperei. Disseram para testar, então testei. Disseram para suspirar, então nada aconteceu. Quando o mundo é louco a loucura se torna normal e esse nosso amor tão especial. O nós de ontem é um espetáculo sem treino ensaio esquecido um belo improviso. Tentando fazer tentando esconder. Breves segundos nos separando em uma saudade sem motivos criando uma teoria de futilidades um universo de intensidade. 147 No Encontro de Uma Constante E muitos não vão entender algumas coisas são incríveis demais para acreditar quando não se conseguiu viver para ver. E o nós de ontem não se importa com esses falsos aplausos a aceitação é para razão e não para essa nossa emoção. Uma primeira vez sem diversas vezes. Para se acertar não precisamos testar. Para se amar só é preciso dizer o quanto se ama. Essa é a nossa teoria a que estamos provando sem precisar de aprovação. O nós de hoje é o mesmo de ontem mais uma vez por diversas vezes. 148 No Encontro de Uma Constante Negação Não simples e puro, não aqui jogado no chão. Pisado e subestimado friamente analisado. A mudança que não chega entrelinhas escondendo um sim das vontades indeterminadas. Reação em cadeia que sempre diz que não precisa mais. Um não é verdade? Um sim é verdade? Quando ambos são mentiras para esconder o que poucas palavras revelariam é o tempo que perdemos por saber muito pouco sobre perdas. 152 Bruno Luiz Mattos Aquela garota Até quando durmo eu penso o futuro é muito disperso não tenho mais dicionário para palavras difíceis é inquieto, insano e terrível pior que um pesadelo. Aquela garota é diferente? Suas juras serão inocentes ou inconsequentes? Aquela garota nunca irá olhar para mim é o que todos dizem mas o destino contradiz curvando para mim suas intenções. Aquela garota tem muitas histórias procurando em si uma cura para mim. Não sei se quero e ela me faz querer 155 No Encontro de Uma Constante um passeio com mais de um beijo. Como tudo será assim tão de repente eu não sei mais planejar. Não quero errar e é sempre difícil criar regras, cenários e situações é tão fácil perder no próprio jogo. É tão patético esse termo “amar” quase como um terno organizando para padronizar. Aquela garota espera tantas declarações quer subir as ações sem subir as especulações. Ela morre todos os dias na esperança de um dia melhor sem guerra para lutar aquela garota é uma simulação perfeita que nunca irá acontecer. 156 No Encontro de Uma Constante Brigas “Poesia elaborada em parceria com Anna Oliveira” É distante e estridente não tem sentido pensamentos para ir e vir sem nunca admitir que não sabemos o que queremos. É pouco, é muito, é aceitável mas nunca no momento certo tornando insuficiente por tudo satisfazer nada. Aborrecimentos e desmerecimentos é o que recebemos consequências das nossas atitudes nessa relação de tanto faz. Furtivo vazio em dias de brigas que aumenta a sensação do abismo já existente desgastando a ponte nas nossas mentes. 158 Bruno Luiz Mattos Não sabe Assombrosa nuvem tentando ser assustada por estacionar impedida, impedindo o que há para descobrir? Mais um tédio nuvem carregada, xingada às vezes elogiada. O tempo se aproxima a iminência se precipita curiosidades são despertadas. Os olhos de dor protegendo o que foi bloqueando de ser sem vento sem puxão estaciona nessa região entre algo e nada. 159 No Encontro de Uma Constante Olhos distraídos abaixados e conectados com muito e com nada despertos pelo branco sem cor. No dia de coisa alguma a rotina sai da rotina ameaças são feitas desistências ensaiadas mas os olhares continuam vidrados de baixo para cima de cima para baixo. O destino manda a conta para pagar é necessário voar largar as âncoras enferrujadas se dispor, sem se importar e impor. Descobrindo o insano agir enquanto é perto porque sem saber o vento pode estar levando. 160