7º Unidade I Português Cida Bispo Pontuação Orientações: ♦ ♦ ♦ ♦ ♦ Atividades: Não será aceita a utilização de corretivo. Não será permitido o empréstimo de material durante a avaliação. Use somente caneta esferográfica azul ou preta. Questões objetivas ou similares rasuradas serão anuladas. Avaliação escrita: valor: 6,0. Prova: Micro: Total: O diamante Um dia, Maria chegou em casa da escola muito triste. - O que foi? - perguntou a mãe de Maria. Mas Maria nem quis conversa. Foi direto para o seu quarto, pegou o seu Snoopy e se atirou na cama, onde ficou deitada, emburrada. A mãe de Maria foi ver se Maria estava com febre. Não estava. Perguntou se Maria estava sentindo alguma coisa. Não estava. Perguntou se estava com fome. Não estava. Perguntou o que era, então. - Nada - disse Maria. A mãe resolveu não insistir. Deixou Maria deitada na cama, abraçada com o seu Snoopy, emburrada. Quando o pai de Maria chegou em casa do trabalho, a mãe de Maria avisou: - Melhor nem falar com ela... Maria estava com cara de poucos amigos. Pior. Estava com cara de amigo nenhum. Na mesa do jantar, Maria de repente falou: - Eu não valo nada. O pai de Maria disse: - Em primeiro lugar, não se diz “eu não valo nada”. É “eu não valho nada”. Em segundo lugar, não é verdade. Você valhe muito. Quer dizer, vale muito. - Não valho. - Mas o que é isso? - disse a mãe de Maria. - Você é a nossa filha querida. Todos gostam de você. A mamãe, o papai, a vovó, os tios, as tias. Para nós, você é uma preciosidade. Mas Maria não se convenceu. Disse que era igual a mil outras pessoas. A milhões de outras pessoas. - Só na minha aula tem sete Marias! - Querida... - começou a dizer a mãe. Mas o pai interrompeu. - Maria - disse o pai -, você sabe por que um diamante vale tanto dinheiro? - Porque é bonito. - Porque é raro. Um pedaço de vidro também é bonito. Mas o vidro se encontra em toda parte. Um diamante é difícil de encontrar. Quanto mais rara é uma coisa, mais ela vale. Você sabe por que o ouro vale tanto? - Por quê? - Porque tem pouquíssimo ouro no mundo. Se o ouro fosse como areia, a gente ia caminhar no ouro, ia rolar no ouro, depois ia chegar em casa e lavar o ouro do corpo para não ficar suja. Agora, imagina se em todo o mundo só existisse uma pepita de ouro. - Ia ser a coisa mais valiosa do mundo. - Pois é. E em todo o mundo só existe uma Maria. - Só na minha aula são sete. - Mas são outras Marias. - São iguais a mim. Dois olhos, um nariz... - Mas esta pintinha aqui nenhuma delas tem. - É... - Você já se deu conta de que em todo o mundo só existe uma você? - Mas, pai... - Só uma. Você é uma raridade. Podem existir outras parecidas. Mas você, você mesma, só existe uma. Se algum dia aparecer outra você na sua frente, você pode dizer: é falsa. - Então eu sou a coisa mais valiosa do mundo. - Olha, você deve estar valendo aí uns três trilhões... Naquela noite, a mãe de Maria passou perto do quarto dela e ouviu Maria falando com o Snoopy: - Sabe um diamante? Luís Fernando Veríssimo. O santinho 3ª ed Porto Alegre. 1991 dar-se conta: notar, perceber. convencer-se: adquirir certeza, persuadir-se. raro: que poucas vezes se encontra, pouco numeroso. Snoopy: cachorrinho de pelúcia. 01. Maria chega da escola triste. (0,2) a) Qual é o verdadeiro motivo da tristeza de Maria? Maria acha que não vale nada. 02. A menina conversa com os pais na hora do jantar. Pai e mãe se utilizam de argumentos diferentes para convencê-la de que ela tem muito valor. Compare os argumentos do pai com os da mãe e responda: (0,2) a) O que afirma o pai? O pai afirma que ela vale muito. b) Diante da insistência da menina, que tipo de argumento a mãe utiliza? A mãe apela para o argumento sentimental, dizendo que ela é uma filha muito querida, que todos, a mãe, o pai, a avó, os tios e as tias gostam dela, que ela é uma preciosidade. 03. O pai, vendo que os argumentos da mãe não conseguem convencer Maria, muda de estratégia e faz uma comparação. (0,3) a) A que ele compara a menina? Ela a compara a um diamante. b) O que haveria em comum entre a menina e o objeto comparado? O fato de ambos serem raros, difíceis de serem encontrados e, por isso, valerem muito. 04. Para finalizar a conversa, o pai transforma o valor da menina, como pessoa, em valor monetário. Por que, na sua opinião, ele dá a Maria um valor tão alto? (0,3) O pai dá à filha um valor muito alto porque a ama muito; ou, na tentativa de convencê-la, utiliza um valor alto para impressioná-la. 05. No início do texto, Maria, emburrada, fica em seu quarto abraçada ao Snoopy. No final do texto, ela diz ao bichinho: “Sabe um diamante?”. (0,3) a) O que o bichinho de pelúcia Snoopy significa para ela? Ele significa muito para ela, porque é o amigo ou o confidente. 06. Leia este cartum, de Maitena: (0,8) a) Na situação retratada no cartum, que tipo de linguagem as personagens estão utilizando: verbal ou não verbal? Linguagem verbal b) O humor do cartum está na resposta da personagem que segura uma xícara de café, para quem a fala não é uma forma de comunicação. O conceito de comunicação dessa personagem coincide com o que você aprendeu? Por quê? Não, pois a comunicação pode ocorrer tanto por meio de linguagem verbal oral quanto da linguagem escrita. Pode também se dar por meio de linguagem não verbal. 07. Leia a tirinha de Calvin e responda às questões: (0,9) a) Identifique, na tirinha, a fala de Calvin que apresenta uma frase nominal. Cadê minha jaqueta? b) Transforme a frase nominal indicada no item anterior numa oração. Onde está minha jaqueta? c) Transcreva da tira a fala que apresenta um período composto. Quantas orações há neste período? Quem foi que colocou nesse armário. Duas orações. 08. Observe as orações abaixo: Há flores na janela. Existem flores na janela. Há diferenças semânticas entre as orações? (0,3) Não Classifique o sujeito: (0,5) 1ª oração: Oração sem sujeito. 2ª oração: Simples (flores) 09. Leia os versos a seguir: Mas sob o peso dos séculos Amanheceu o espetáculo Como se o céu vendo as penas Morresse de pena E chovesse o perdão. (Chico Buarque) Como você sabe, os verbos que exprimem fenômenos da natureza são impessoais e, portanto, as orações em que são empregados não têm sujeito. Há casos, entretanto, em que esse princípio é desrespeitado. Observe o emprego dos verbos amanhecer e chover no texto. (0,9) a) Qual é a predicação deles? Intransitivos. b) Qual é o sujeito a que cada um deles se refere? O espetáculo / o perdão c) Por que, nesse contexto, esses verbos deixaram de ser impessoais? Porque possuem sujeitos simples. 10. Leia esta tira, de Jim Davis. No 1º balão, em “Estou cansado”: (0,4) a) Qual é o tipo de sujeito dessa oração? Sujeito oculto. (desinencial) b) Qual a função sintática do adjetivo cansado? Predicativo do sujeito. Observe, agora, o texto do 2º balão: “Não só não consigo manter meus olhos abertos...” (0,9) a) Qual é o tipo de sujeito dessa oração? Oculto (eu) b) Qual é a predicação do verbo manter? Se ele tiver objeto(s), destaque-o (s). Verbo transitivo direto – meus olhos. b) A palavra abertos desempenha nessa oração o papel de adjetivo, pois indica uma característica, o estado em que se encontra certo substantivo. Qual é esse substantivo? Olhos. Boa Sorte! MI