Folhas Informativas
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InfoRed SIDA Nuevo México
REAÇÕES EMOCIONAIS APÓS
O DIAGNÓSTICO DE HIV+
As reações emocionais após o recebimento do diagnóstico de HIV
positivo são muitas e diferentes.
É absolutamente previsível sentir
medo, ansiedade, sensação de não
saber o que fazer, entre outras coisas. Saber identificar o que se passa conosco é o primeiro passo para
nos sentirmos melhor. Aqui, vão
algumas sugestões úteis para você
enfrentar e superar qualquer
reação inicial negativa.
Ansiedade e medo
É comum na maioria das pessoas a
sensação de tensão, de perda de
esperança, de fatalismo (pensar que
ter HIV é morte na certa e que não
há mais nada a fazer), de ansiedade
insuportável, podendo até chegar ao
pânico. É comum, também, pensar
que o futuro simplesmente não existe e o temor de ser rejeitado e discriminado, como um “bicho raro”, é
causa freqüente de ansiedade.
O que você pode fazer?
•
•
•
•
Procure aprender alguma
técnica de relaxamento.
Isso pode ajudar muito.
Se você tem a sensação de
que está, pela primeira vez,
diante de uma situação
crítica, de que está tendo
que lutar pela sua vida,
procure ter calma. A idéia
da morte é um pensamento
que todos os seres humanos
evitam e negam, mas que
sempre está presente na
vida de todos nós. Lembrese de que sua vida, agora
positiva, poderá lhe impor
limites, mas mesmo assim
vale a pena vivê-la.
Permitir que os mitos e os
preconceitos sobre uma
doença o dominem só pode
trazer danos a você. Não
permita isso.
Não fuja da sua nova realidade, enfrente-a. Localize
o ponto que mais lhe provoca ansiedade e procure
resolvê-lo (se puder ter
acesso à psicoterapia, é uma
•
ótima opção). A vida segue
adiante e você segue com
ela. Há muitas coisas a serem
feitas e muitas conquistas
a serem obtidas.
Conversando com outras
pessoas, você verá que
muitas de suas preocupações podem simplesmente desaparecer. Não as
valorize tanto.
Negação
Você pode se sentir aliviado no início ao negar pensamentos, sentimentos e preocupações sobre a sua
nova situação de vida. Porém, esse
alívio é enganoso e impede que você
planeje com segurança e autoconfiança o seu futuro. Algumas pessoas utilizam diversas maneiras para
tentar negar a sua soropositividade,
como, por exemplo, ficando passivas
diante da nova realidade. Isso apenas
prejudica. O que realmente ajuda é
você lutar para alcançar suas metas.
A princípio, você pode não acreditar
que tenha contraído o HIV, pode
pensar que foi um erro do laboratório. Refaça o teste. Caso dê novamente positivo, procure aceitar o
fato, conviver com ele e procurar
o máximo de informações possíveis.
O que você pode fazer?
•
•
Informe-se sobre o HIV: há
muitas organizações nãogovernamentais (ONGs) e
outras instituições que
possuem materiais explicativos, oficinas e serviços de
apoio. Outra opção, caso
você não veja problemas em
revelar a sua soropositividade, é conversar com
outras pessoas HIV +. Ter
conhecimento é ter possibilidade de fazer a melhor
escolha.
Aceitando a sua soropositividade, você poderá se
fortificar para lutar por
novas metas de vida. Novos
projetos, novos planos.
1
Série B
Mau humor e irritação
A situação inesperada e o significado
do diagnóstico podem gerar um
grande mau humor contra você mesmo e contra os demais. É possível,
também, que você se torne um pouco agressivo e irritadiço, ignorando
recomendações médicas, fazendo
coisas não habituais e provocando
reações nos outros.
O que você pode fazer?
•
•
•
Tente falar com as pessoas
que você está de mau
humor ou irritado. Pode não
parecer, mas ajuda. Isso
pode, inclusive, evitar que
você fique deprimido.
Como você sabe, mau
humor e irritação consomem muita energia da gente. Que tal tentar transformar esses pensamentos e
sentimentos em ações construtivas para você e para os
outros?
Descarregue a sua energia
negativa, mas sem prejudicar a você mesmo ou a
alguém. Tem gente que manda a negatividade embora
soltando bons gritos em
locais vazios...
Culpabilidade
Uma situação bastante comum é, ao
receber o diagnóstico de HIV+, você
começar a julgar o seu próprio
passado, fazendo “um filme” sobre
a sua vida sexual. Infidelidade, instabilidade e homossexualidade são
assuntos que, muitas vezes, podem
levá-lo a um autojulgamento negativo. E aí, você pode se sentir culpado, envergonhado, diminuído
perante si mesmo e se culpando por,
mesmo sem saber, talvez ter infectado outras pessoas. Tudo isso se
chama culpabilidade, um estado
autodestrutivo que só serve para
limitar nossas ações.
Folhas Informativas
O que você pode fazer?
•
•
•
A primeira dica é fazer uma
análise sobre a sua vida no
sentido de ver se é possível
reorganizá-la, e descobrir
formas mais saudáveis de
viver. Não se trata de abandonar tudo, mas de você
se ajustar a uma nova realidade.
Procure não se autocriticar com dureza por seus
atos passados. O que passou, passou. Preocupe-se
em buscar novas formas de
valorizar a sua vida de agora
em diante.
A possibilidade de ter
infectado alguém antes de
conhecer o seu diagnóstico não deve ser fonte de
culpa.
Lembre-se:
você não sabia que era HIV+.
De qualquer maneira, talvez
você se sinta melhor comunicando a sua soropositividade a seus ex-parceiros
sexuais, dando a eles a oportunidade de fazerem o teste
anti-AIDS e, caso estejam
infectados, se cuidarem da
maneira adequada.
1
Série B
Sensação de falta de
controle
Você pode sentir que está com a
sensação de falta de controle sobre
a sua vida em razão da soropositividade e que é impossível fazer
alguma coisa para modificar essa
situação e colocar o trem novamente
nos trilhos. Calma. Você pode sim.
Lembre-se:
para enfrentar essas reações
iniciais, uma dica é procurar
algum grupo de auto-ajuda,
uma ONG, ou mesmo apoio
de um profissional. Se você
quiser, entre em, contato
com a gente, na ABIA, que
podemos dar algumas informações e indicações.
O que você pode fazer?
•
•
•
Como diz o ditado popular,
existe solução para tudo.
Que tal começar fazendo
um esforço para aceitar
uma situação que não pode
ser modificada? Aceitá-la é
dar início a novas possibilidades.
Entrar em contato com
outras pessoas HIV+ pode
ser útil, principalmente com
pessoas que já superaram
o trauma inicial e já se
adaptaram à nova vida.
Para refletir: você vai deixar
que a sua vida se transforme
numa contagem regressiva
para a morte ou vai tornála algo vibrante e cheia de
possibilidades e conquistas?
Importante:
Não deixe que essas reações
iniciais mudem a sua vida e
o levem a um isolamento.
Procure continuar freqüentando normalmente a sua
comunidade, as associações
e o grupo religioso a que pertence, se divertindo com as
pessoas que você curte e nos
lugares que gosta, como
escola de samba, pagode,
cinema, teatro. Pode acreditar: conviver com as pessoas naturalmente, falando
ou não sobre a sua condição
soropositiva, ajuda muito.
Projeto original: InfoRed SIDA Nuevo México (www.aidsinfonet.org/infored.html). Adaptação: Associação Brasileira
Interdisciplinar de AIDS (www.abiaids.org.br) . ABIA – Coordenação-Geral: Cristina Pimenta Coordenação das Folhas
Informativas: Juan Carlos Raxach Assessoria Técnica: Debora Fontenelle Tradução: Marclei Guimarães. Financiado por EED Evangelischer Entwicklungsdienst e V. Tiragem: 4 mil exemplares/setembro de 2003
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OUTRAS REAÇÕES EMOCIONAIS APÓS
O DIAGNÓSTICO DE HIV+
As reações emocionais após o
recebimento do diagnóstico de HIV
positivo são muitas e diferentes.
É absolutamente normal sentir
medo, ansiedade, sensação de não
saber o que fazer, entre outras
coisas. Saber identificar o que se
passa conosco é o primeiro passo
para nos sentirmos melhor. Aqui,
vão algumas sugestões úteis para
você enfrentar e superar qualquer
reação inicial negativa.
O que você pode fazer?
•
•
Isolamento
Por ignorância de algumas pessoas,
a infecção por HIV ainda é uma
enfermidade cercada de estigmas e
preconceitos, o que faz com que os
soropositivos tendam a se afastar das
pessoas. Essa é uma reação bastante
freqüente e normal.
Mas o que faz com que a gente acabe
se isolando? Há vários motivos: entre
eles, o fato lamentável de algumas
pessoas HIV+ acreditarem nesses
estigmas, reforçando elas mesmas o
preconceito. No fundo, por não se
aceitarem, “dão força” aos
preconceitos alheios.
Outro fator de isolamento é o
pensamento de que assim
procedendo, estamos evitando
preocupações para as pessoas que
amamos. Mas vale a pena lembrar
que, muitas vezes, essas pessoas são
mais fortes do que conseguimos
imaginar e podem ajudar muito. Uma
coisa é fato: quando a gente se isola
por muito tempo das pessoas
queridas, a gente acaba se sentindo
muito mal pela falta de afeto e,
certamente, faz com que os outros
também sintam falta da nossa
presença, da nossa participação em
suas vidas. Pense nisso antes de
querer “sair de cena”.
Mas é preciso, também, dar tempo
ao tempo. Cada um tem o seu
“relógio” particular, e você vai
descobrir o seu, vendo que o
isolamento é uma postura negativa
e nada produtiva.
•
Antes de mais nada, reserve
um tempo do seu dia para
você mesmo, e procure
fazer coisas que lhe dêem
prazer.
Escolha uma pessoa de sua
confiança para desabafar.
Pode ser um parente ou um
amigo. A voz e a opinião de
uma pessoa querida são
sempre bem-vindas e reconfortantes: não tenha
pudor de contar com a
solidariedade alheia. Quando alguém gosta da gente,
gosta daquilo que a gente
é. Confie na sua capacidade de se fazer gostar e
de ser importante para a
sua família e para o seu
grupo de amigos.
Se você preferir, pode
contar, também, com os
serviços de ONGs e instituições de apoio às pessoas
vivendo com HIV/AIDS. Lá,
você encontrará pessoas
solidárias e que estão
capacitadas a lhe dar
conforto e orientação.
Alterações nos padrões
sexuais
A tensão, a ansiedade, a depressão,
o isolamento e a negação podem
afetar o seu desejo e desempenho
sexual. Nada de preocupação. Isso
acontece.
Para cuidar de sua saúde e proteger
o seu parceiro ou parceira, o uso
da camisinha é imprescindível. Se
você está acostumado a transar sem
preservativos, terá que fazer mudanças na sua prática sexual. No início,
você poderá achar estranho, mas
acaba se adaptando. A camisinha não
impede o prazer e pode ser, também, objeto de sedução.
Algumas pessoas preferem deixar de
fazer sexo por um determinado
período, até que os pensamentos e
os desejos encontrem o seu lugar
2
Série B
na cabeça e no corpo. Isso não é
necessariamente um problema. Pode
ser uma questão de opção.
O que você pode fazer?
•
•
•
Não tenha medo de lamentar o fato de não poder mais
praticar sexo não seguro.
No fundo, todo mundo
lamenta. Mas a realidade é
que, com o advento da AIDS,
as pessoas hoje em dia já
estão começando a ter
consciência da importância
de praticar sexo seguro,
independentemente do
parceiro ou parceira ser
soropositivo ou não.
Procure ler e se orientar
sobre sexo e sexualidade.
É sempre legal conhecer
outras opiniões e práticas.
Explore e desfrute novas
formas de expressar a sua
sexualidade. O sexo protegido (com camisinha) oferece alternativas que talvez
até agora você não tenha
dado a menor bola.
Depressão e pesar
Muita gente, ao receber o diagnóstico de HIV+, tem a sensação de que
vai morrer imediatamente. A maioria
de nós pensa assim, não tem jeito. E
é normal. Esse impacto inicial pode
trazer várias sensações: é possível
que você negue veementemente o
resultado do exame, que você fique
de mau humor, muito triste, chore,
diminua a auto-estima, perca o apetite, o sono, o prazer e sinta que
está perdendo o controle sobre as
situações. Tudo isso faz parte do
processo.
Uma coisa para a qual você precisa
estar atento é se a vontade de
morrer não é algo muito maior que
a própria AIDS, que vez por outra ou
sempre esteve presente na sua vida.
Algumas pessoas possuem tendências
suicidas e precisam de orientação
profissional. Há casos em que as
pessoas chegam a agir como se
Folhas Informativas
estivessem se despedindo da vida,
preparando o seu próprio velório.
Faça uma análise sincera. Se você
apresenta esse quadro, procure
ajuda profissional. Mas se você achar
que é algo passageiro, que surgiu
mesmo em decorrência do diagnóstico positivo para o HIV, procure
ter calma. Não deixe que isso se
prolongue por muito tempo e o
impossibilite de ter uma vida legal.
O que você pode fazer?
•
•
•
Reconheça as reações
emocionais que você está
sentindo nesse momento da
sua vida.
Expresse as suas emoções.
Tem gente que faz isso
escrevendo, desenhando
ou simplesmente desabafando. Se tiver vontade, não
tenha vergonha de chorar.
Isso pode aliviar.
Evite sentir pena de si
mesmo. Você, mais do que
ninguém, precisa acreditar
que é possível ser feliz. E
nada de permitir que
outras
pessoas
o
discriminem ou o diminuam
em razão do HIV. Você é uma
pessoa que tem os mesmos
direitos das demais.
2
Série B
•
•
•
•
•
Evite abusar de bebidas
alcoólicas e drogas e tomar
remédios por conta própria. Isso pode piorar o seu
quadro depressivo.
Uma ação que comprovadamente ajuda é ser solidário, com você e com os
outros. Dedique-se a trabalhos ou atividades que tragam o bem de todos.
Lembre-se de que você tem
o poder de fazer sua vida
melhor, basta adequar-se à
nova realidade. Você merece se sentir bem.
Por mais difícil que possa
parecer, estabeleça metas.
Você chega lá.
Tenha em mente que, na
atualidade, a AIDS é tratável.
Importante:
Não deixe que essas reações
iniciais mudem a sua vida e o
levem a um isolamento.
Procure continuar freqüentando normalmente a sua
comunidade, as associações
e o grupo religioso a que
pertence, se divertindo com
as pessoas que você curte e
nos lugares que gosta, como
escola de samba, pagode,
cinema, teatro. Pode acreditar: conviver com as pessoas naturalmente, falando ou
não sobre a sua condição
soropositiva, ajuda muito.
Lembre-se:
para enfrentar essas reações
iniciais, uma dica é procurar
algum grupo de auto-ajuda,
uma ONG, ou mesmo apoio
de um profissional. Se você
quiser, entre em, contato
com a gente, na ABIA, que
podemos dar algumas informações e indicações.
Projeto original: InfoRed SIDA Nuevo México (www.aidsinfonet.org/infored.html). Adaptação: Associação Brasileira
Interdisciplinar de AIDS (www.abiaids.org.br) . ABIA – Coordenação-Geral: Cristina Pimenta Coordenação das Folhas
Informativas: Juan Carlos Raxach Assessoria Técnica: Debora Fontenelle Tradução: Marclei Guimarães. Financiado por EED Evangelischer Entwicklungsdienst e V. Tiragem: 4 mil exemplares/setembro de 2003
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DEPOIMENTO
O espaço abaixo é para você escrever todos os sintomas e sensações que possui
relativas à sua condição soropositiva. Escreva o que quiser. Vale tudo: desabafos,
dúvidas, denúncias, pedidos de conselho, enfim, o que vier à sua cabeça. Depois,
envie para a ABIA no endereço Rua da Candelária, 79/10º andar – Centro – Rio de
Janeiro/RJ – CEP: 20091-020 ou via fax (21) 2253-8495. Quem sabe a gente pode
dar alguma informação ou dica útil para lhe ajudar?
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Série B
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Série B
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