Repensando o ensino público
Salézio Dagostim
Professor do Unilasalle,
Presidente da Confederação Nacional dos Contadores
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O Dep. Estadual Érico Ribeiro, no artigo “Uma senhora injustiça”, publicado nesta
coluna em 10 de maio p.p., questionou um assunto de extrema relevância: o ensino público
e gratuito.
O Deputado salientou a injustiça praticada contra aqueles que não conseguem
freqüentar uma universidade pública, gratuita e de qualidade por não ter condições de se
preparar para concorrer a uma vaga no vestibular. A muitos jovens o ingresso no ensino
superior e na qualificação profissional é vedado pela necessidade de trabalharem para
ajudar na manutenção de suas famílias.
Contudo, é necessário, também, discutir um outro aspecto da questão do ensino no
país: o fator custo de manutenção das escolas públicas. Gostaríamos de discutir não
somente as universidades (estaduais ou não) mas a escola pública enquanto instituição no
Brasil. Dentro desse âmbito, proponho uma questão: o que é melhor para a sociedade,
ensino gratuito ou escola pública?
A causa principal do baixo nível de aprendizado nas escolas públicas tem origem na
indisciplina e na insegurança que tomou conta dessas instituições, tirando o interesse e o
estímulo dos professores e alunos que freqüentam uma sala de aula.
Está provado que o Estado não tem competência para administrar prédios,
instalações, bens materiais, o que nos leva a pensar que escola pública talvez não seja o
melhor sinônimo para ensino gratuito. O Estado tem de administrar o ensino. No entanto,
precisamos começar a buscar alternativas para a manutenção do ensino gratuito. Cada
cidadão deveria ter o direito de escolher em qual escola buscar os seus conhecimentos,
independentemente de sua condição social. Seria um dever do Estado ressarcir os custos de
quem não possui condições de pagar as mensalidades.
É muito mais barato para o Estado (ou seja, para nós todos) ressarcir os custos das
mensalidades dos alunos carentes do que manter uma estrutura de prédios e instalações que,
de um modo geral, é entregue às mãos de quem não possui qualificação (ou estimulo) para
administrá-la.
Quem sabe, dessa forma, estaríamos reduzindo a injustiça. Pense nisso.
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