MOVIMENTO ECUMÊNICO ESPIRITUALISTA UNIVERSAL
ESTA É UMA OBRA DA CIDE - CASA DE INVESTIGAÇÕES E
DESENVOLVIMENTO ESPIRITUALISTAS EM COMEMORAÇÃO A
III FESTA DE NOSSA SENHORA
DO MOVIMENTO ECUMÊNICO ESPIRITUALISTA UNIVERSAL
PIRACICABA - SÃO PAULO - 08 E 09 DE DEZEMBRO DE 2.001
Todos os textos e fotos deste material foram colhidos no site
"Nossa Senhora de Todo Mundo"
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podendo ser comercializado.
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MARIA - MÃE DA TERRA
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MARIA - MÃE DA TERRA
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"CONVERTASE PARA O
AMOR
UNIVERSAL"
1 - TÍTULOS MARIANOS
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ABADIA, Nossa Senhora da
Também conhecida como Santa Maria do Bouro, por ser
originária do convento do Bouro,
próximo à cidade de Braga, em
Portugal. A imagem, muito antiga,
pertencia a um recolhimento
religioso chamado Mosteiro das
Montanhas, que existia naqueles
arredores por volta do ano 883.
Com a invasão dos sarracenos, os
religiosos escaparam levando
consigo a imagem da Virgem.
No tempo do Conde Dom
Henrique, um fidalgo chamado Pelágio Amado, tendo-se
enviuvado, decidiu consagrar sua vida à oração e à
penitência, abandonando a corte. Dirigindo-se a Braga, ali
encontra, mais precisamente na ermida de São Miguel, um
santo ermitão chamado Frei Lourenço.
Pelágio o procura suplicando-lhe para que o aceitasse
como discípulo. O velho eremita, a princípio, duvidou que
um homem tão débil fosse capaz de seguí-lo em sua vida
austeríssima. Frei Lourenço tirou-lhe os nobres trajes e
ofereceu-lhe o hábito de eremita. Pelágio cresceu de tal
forma na vida de santidade que causou admiração ao
próprio mestre.
Cada um vivia em sua cela. Certa noite, o novo eremita
Pelágio observou no meio do vale uma grande claridade.
Contando ao velho a respeito da estranha luminosidade, na
noite seguinte ficaram vigiando e os dois viram o resplendor
que saía de uma das pedras iluminando grande parte
daqueles vales. Ao amanhecer, trataram de constatar a
razão do fenômeno.
Para surpresa de ambos, encontraram entre as pedras
uma imagem muito antiga da Virgem Maria. Felizes por tal
descoberta, ajoelharam-se agradecendo a Deus por aquele
favor. Mudaram as celas do alto do monte para aquele local.
Fizeram uma ermida e ali depositaram reverentemente a
santa imagem.
O arcebispo de Braga teve
notícia
da
prodígio
e
foi
pessoalmente visitar o eremitério.
Vendo a pobreza com que aqueles
homens viviam, ordenou o prelado
a construção de uma igreja de
pedra lavrada digna de abrigar a
Mãe de Deus. Aos poucos foram
aparecendo homens dispostos a se
consagrarem a Deus e, unidos aos
primeiros eremitas, formaram uma
comunidade religiosa. Espalhou-se a fama de Nossa
Senhora da Abadia. Seus milagres foram-se difundindo pela
terra portuguesa. O próprio rei Dom Afonso Henriques foi
pessoalmente visitar o santuário, onde deixou uma boa
esmola para o culto divino e as necessidades daqueles
servos de Deus.
Após a descoberta do novo mundo, a imagem de Nossa
Senhora d'Abadia foi trazida ao Brasil, certamente, por
algum devoto bracarense, que a entronizou nos chapadões
do próspero "Triângulo Mineiro", onde encontramos várias
cidades que têm Santa Maria do Bouro como padroeira.
Passou depois para Goiás, localizando-se principalmente
em Muquém e na antiga capital da província, a Vila Boa,
que ainda conserva sua bela matriz, construída no século
XVIII.
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Na progressista cidade de Uberaba, Minas Gerais,
cultua-se mui piedosamente a Virgem Maria sob o título de
Santa Maria do Bouro. Sua igreja, construída em fins do
século passado, possuía em suas proximidades uma
cisterna cuja água era considerada milagrosa. Fiéis vinham
de longe em busca dessa água santa. Devido aos abusos,
certo dia, inexplicavelmente, a cisterna secou. Celebrada no
dia 15 de agosto, a festa de Nossa Senhora da Abadia
reúne centenas de devotos que se dirigem à Virgem do
Bouro para fazer seus pedidos e apresentar sua gratidão
pelas graças recebidas.
ACHIROPITA, Nossa Senhora
O culto a Nossa Senhora
Achiropita teve início na cidade de
Rossano, na região da Calábria,
Itália. Nesta vila, numa pequena
gruta, no final do século VI, morava
eremita santo Efrém, devoto da
Virgem Maria. No ano de 590, ele
conseguiu do imperador Maurício,
imperador
de
Constantinopla,
autorização para transformar a gruta
num Santuário dedicado a Nossa
Senhora.
O governador Filípico, cunhado do imperador, visando
agradar o monarca, trouxe competentes artistas de Bizâncio
a fim de pintarem uma imagem da Virgem Maria no fundo
do templo.
Infelizmente, o trabalho dos pintores resultava sempre
em fracasso. Durante o dia trabalhavam incansavelmente
em sua obra. À noite, a imagem desaparecia
misteriosamente. O governador, insatisfeito com o ocorrido,
ordenou que a gruta fosse vigiada.
Certa noite, o guarda cumpria seu dever em frente à
gruta, quando vê surgir do nada uma jovem senhora, de
rara beleza, trajando uma túnica de seda pura, muito alva,
resplandecente de luz. A senhora pediu ao guarda para que
se afastasse do local. Informado do ocorrido, na manhã
seguinte, o governador dirigiu-se à igreja e, para sua
surpresa e de todos que o acompanhavam, deparou-se com
uma bela imagem da Mãe de Deus pintada exatamente no
lugar onde os artistas, em vão, tentaram elaborar a imagem.
Nossa Senhora havia pintado a sua própria imagem! A
notícia difundiu-se por toda a vila. Os fiéis começaram a
chegar ao lugar do milagre e aclamavam entre lágrimas e
cânticos de louvor: "Achiropita! Achiropita", que quer dizer:
"imagem não pintada por mãos humanas!"
Os vários milagres ocorridos através de Nossa Senhora
aumentaram a popularidade daquele lugar. O imperador
Maurício de Constantinopla ordenou a construção de uma
basílica dedicada à Virgem Achiropita. No entanto, tudo leva
a crer que a atual imagem venerada não seja a primitiva. Os
pesquisadores crêem que a pintura de hoje possa ser uma
restauração, caso a primeira tenha realmente existido. A
opinião dos estudiosos não interessa ao povo simples que
prossegue procurando a proteção de Nossa Senhora.
Imigrantes calabreses trouxeram para São Paulo uma
cópia fiel daquela que se encontra na basílica de Rossano.
Os religiosos da Congregação de Dom Orione, com a ajuda
de muitos membros da colônia italiana em São Paulo,
construíram uma igreja no conhecido bairro Bixiga, na
capital paulista. Este templo é a igreja matriz da Paróquia da
Bela Vista, desde 1926. Ali pode-se contemplar uma
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MARIA - MÃE DA TERRA
escultura da Virgem Achiropita que foi criada a partir da
cópia fiel do quadro original.
ÁFRICA, Nossa Senhora da
Argel, com uma população de
mais de um milhão de habitantes,
ao norte da África, é a capital da
Argélia, o segundo maior país da
África. No século IV havia neste
país entre 600 e 700 bispos
católicos.
Santo Agostinho, um dos
maiores santos da Igreja, era
argelino. Os árabes aí impuseram
a religião islâmica a partir do
século VII. Hoje o Islamismo é a
religião do estado, praticada por 98% da população. Nas
quatro dioceses argelinas não há mais que cerca de 60.000
católicos.
Em Argel encontra-se um célebre santuário mariano
dedicado a Nossa Senhora da África. Duas mulheres foram
as idealizadoras deste templo:
Margarita Bergezio e Anna Cuiquien, francesas, de
origem italiana. Elas acompanharam o bispo Dom Pavy, em
1846, para dedicarem-se às obras sociais que o mesmo
bispo fundara na Argélia. Quando ali chegaram as
missionárias não encontraram nenhum santuário mariano.
Por isso colocaram uma pequena imagem da Virgem sobre
uma oliveira nas proximidades de Argel. Pouco a pouco o
lugar se transformou num centro
de peregrinação por parte de
numerosos devotos de Nossa
Senhora. As piedosas mulheres
recolheram dinheiro e construíram
uma capela provisória em 1857.
O atual santuário foi concluído
em 1872 sobre um promontório
que domina o mar e a cidade de
Argel.
Numerosos
são
os
peregrinos que o visitam. Há
milhares de ex-votos espalhados
nas paredes. Não apenas católicos, como também
muçulmanos, especialmente as mulheres, vêm de todas as
partes para rezar ante a imagem da Santíssima Virgem,
chamada em árabe de "Lalla Mariam".
AGONIA, Nossa Senhora da
Foi nas vésperas do Natal de 1994 que a imagem de
Nossa Senhora da Agonia chegou ao nosso país, como um
grande presente para o Brasil.
Sua entrada solene na Igreja Matriz de Nossa Senhora
da Soledade emocionou os que lá estavam e também os
ouvintes da Rádio Itajubá, que participavam da missa das
19 horas de domingo. Tudo começou quando um rico
português radicado no Brasil, Sr. Antônio de Lima Costa,
nascido em Lanheses - cidade próxima a Viana do Castelo,
onde existe um Santuário dedicado a Nossa Senhora da
Agonia - foi inspirado a trazer para o Brasil uma imagem,
réplica da imagem de Portugal, para ser venerada numa
igreja, cujo terreno, no alto de um monte, ele próprio faria
doação à Diocese.
Tão logo se tomou conhecimento da existência desse
terreno (mesmo sem a imagem ter chegado a Itajubá), as
pessoas começaram a fazer "vias-sacras", saindo da
porteira da fazenda do Sr. Costa, seguindo as "estações"
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por uma estradinha de terra que contorna o monte, sendo
rezada a "última estação", no local do futuro Santuário.
Só mais tarde, no Brasil, se soube que também em
Portugal, tudo começou com uma "via-sacra" que, partindo
do Convento Franciscano de Santo Antônio, terminava no
"Morro da Forca", onde se rezava a "décima-quarta
estação" no local que, mais tarde, se construiu a Igreja. A
devoção a Nossa Senhora da Agonia em Viana do Castelo
é tão grande que, durante três dias, toda a cidade trabalha
dia e noite, para cobrir de tapetes de flores o trajeto que a
Senhora faz indo em direção ao mar, onde acontece uma
linda procissão de barcos.
Nossa Senhora da Agonia em
Portugal,
é
protetora
dos
pescadores, que a ela confiam as
suas "agonias" (lutas) travadas
com o mar bravio daquela região
e, por isso, não medem esforços
para realizar essa maravilhosa
festa que recebe, todos os anos,
cerca de duzentos e cinqüenta mil
romeiros nos três dias de festa:
18, 19 e 20 de agosto (dia de
Nossa Senhora da Agonia). Mas, voltemos ao Brasil, onde a
imagem da Senhora da Agonia acabara de chegar após um
ano e meio de espera e, ainda, a construção de seu
Santuário nem começara. Ao lado da imagem da Padroeira
do Brasil, ela fica então, por mais de ano, na Igreja Matriz
Nossa Senhora da Soledade, onde é venerada por muitas
pessoas que começam a alcançar graças e mais graças,
pela sua intercessão.
Começa-se, então um "sem fim de passeios" com a
imagem, que vai, em um andor, para as praças e garagens
de casas, onde são realizadas várias Celebrações
Eucarísticas; aliás, a imagem não chega nem a ter um altar,
mas é fixada permanentemente no andor, o que facilita a
sua locomoção.
Enquanto isso, a Comunidade da qual ela é padroeira
começa a crescer e a se fortalecer com suas catequeses
em garagens, terços nas casas, novenas na praça e viassacras nas ruas e no Monte do futuro Santuário. Sentiu-se,
então, a necessidade de um lugar, onde a Comunidade
pudesse se encontrar e concentrar seus trabalhos, pastorais
e movimentos, que foram sendo criados paulatinamente.
A "Igreja-viva" (a mais importante) estava sendo
construída rapidamente a olhos vistos, mas a "Igreja-depedras" ainda continuava no papel. Foi então que no dia 19
de maio de 1996, a imagem de Nossa Senhora da Agonia
foi entronizada numa cerimônia de Primeira Comunhão,
numa pequena capela provisória situada à Rua Prefeito
Tigre Maia, em um terreno emprestado por um gentil
morador de um dos bairros que rodeiam o Monte onde será
construído o Santuário.
Um ano depois acontece, também numa Celebração de
Primeira Eucaristia, a entronização do Santíssimo
Sacramento nesta Capelinha, o que veio a fermentar ainda
mais a vida em comunidade e as devoções eucarística e
mariana.
Uma oração a Nossa Senhora da Agonia, composta por
uma carmelita de Pouso Alegre, recebeu aprovação
eclesiástica, por ocasião de sua primeira festa aqui no
Brasil; a partir de então, milhares de estampas da Virgem,
contendo essa oração, estão sendo distribuídas por todo o
território nacional e até mesmo fora dele.
Dentre alguns fatos que mostram o poder da Mãe de
Deus, sob a invocação de Nossa Senhora da Agonia,
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MARIA - MÃE DA TERRA
destacamos um particular, o ocorrido quando de sua
chegada ao Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro. A
comitiva designada para trazer a imagem para Itajubá
encontrou grandes embaraços para retirá-la do aeroporto.
Além de uma quantia em dinheiro que não se dispunha na
ocasião, foram exigidos documentos que não tinham vindos
de Portugal e, por isso, não era possível liberar a imagem.
Rezava-se e invocava-se a intervenção de Nossa
Senhora da Agonia, quando o principal encarregado pela
liberação da preciosa encomenda na alfândega aparece e
pergunta ao Sr. Azevedo (português amigo do Sr. Costa,
que recebeu a procuração do nosso pároco para
representá-lo na retirada da imagem):
O senhor é o Padre Tarcísio?
Não, eu sou o seu procurador, respondeu o Sr.
Azevedo, com sotaque português
Ainda bem, pois eu não gosto de padres! Mas para o
senhor vou contar o que me aconteceu. Eu sou ateu, não
acredito em nada, mas, ao abrir a caixa da mercadoria de
vocês, logo que retirei sua tampa e afastei com as mãos as
palhas que protegiam a imagem, apareceu o rosto de Nossa
Senhora com aquelas lágrimas... Bem, alguma coisa
aconteceu dentro de mim. Quer saber de uma coisa?
Podem levá-la e que ela nos proteja! E as pessoas da
comitiva, alegres, festejaram e agradeceram a Senhora da
Agonia pelo seu primeiro "milagre" em terras do Brasil, feito
no coração daquele que se dizia ateu.
AKITA, Nossa Senhora de
Em 28 de junho de 1973 uma
ferida em forma de cruz apareceu
na palma da mão esquerda da
Irmã Agnes. A ferida sangrou
abundantemente e causou-lhe
muita dor. Em 6 de julho a Irmã
Agnes ouviu uma voz vinda da
estátua
da
Bem-aventurada
Virgem Maria na capela onde ela
estava rezando. A estátua foi
esculpida de um único bloco de
madeira de uma árvore Katsura e
tem um metro de altura. Nossa Senhora falou com a Irmã
Agnes e lhe deu uma mensagem.
No mesmo dia, algumas das irmãs notaram gotas de
sangue fluindo da mão direita da estátua. Em quatro
ocasiões este ato de escorrimento de sangue se repetiu. A
ferida na mão da estátua permaneceu até 29 de setembro,
quando desapareceu. Em 29 de setembro, o dia em que a
ferida na estátua desapareceu, as irmãs perceberam que a
estátua agora tinha começado a "suar", especialmente na
testa e pescoço
Em 3 de agosto, a Irmã Agnes recebeu uma segunda
mensagem. Em 13 de outubro, ela recebeu a terceira e
última mensagem.
Dois anos depois, em 4 de janeiro de 1975, a estátua da
Bem-aventurada Virgem começou a chorar. Ela continuou a
chorar, com intervalos, pelos próximos 6 anos e oito meses.
Ela chorou 101 vezes.
Uma religiosa, Agnes Katsuko Sasagawa recebeu os
estigmas e também recebeu mensagens de Nossa Senhora.
Junho de 1988, Cidade do Vaticano: Joseph Cardeal
Ratzinger, Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé,
proferiu julgamento definitivo sobre os eventos e
mensagens de Akita como confiáveis e dignos de fé.
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A Igreja aprovou as mensagens e as lacrimações da
estátua como sobrenaturais.
Abril de 1984: O Reverendíssimo John Shojiro Ito, Bispo
de Niigata, Japão, após anos de extensas investigações,
declarou que os eventos de Akita, Japão são de origem
sobrenatural, e autorizou para toda a diocese a veneração
da Santíssima Mãe de Akita.
Em 22 de abril de 1984, após oito anos de
investigações, após consulta com a Santa Sé, as
mensagens de Nossa Senhora de Akita foram aprovadas
pelo Bispo da diocese.
Na vila japonesa de Akita, uma estátua da Mãe, de
acordo com o testemunho de mais de 500 cristãos e nãocristãos, incluindo o prefeito da cidade, budista, exalou
sangue, suor e lágrimas.
(VER MENSAGENS - AKITA)
ALEGRIA, Nossa Senhora da
Gianna Talone Sullivan é a
vidente de Emmitsburg, estado de
Maryland. Ela recebe mensagens
de Nossa Senhora.
Mensagem
principal:
Conversão, humildade diante de
Deus.
Nota: Ainda não recebeu um
parecer oficial da Sé Apostólica.
VER MENSAGENS (EMMITSBURG)
ALMUDENA, Nossa Senhora da
Padroeira de Madri - Espanha
Como se sabe, a bela capital
espanhola é antiquíssima. Roma
ainda nem fora fundada e Madri já
se orgulhava de sua antigüidade. Foi
ela uma das primeiras vilas da
Península Ibérica a se cristianizar.
Reza a tradição, São Tiago aí
pregou o evangelho, construindo um
pequeno templo, com a ajuda de
seus discípulos, dedicado à Maria
Santíssima, onde teria deixado uma
imagem
de
Nossa
Senhora
esculpida em madeira. A perseguição romana levou a Igreja
local a possuir muitos mártires. Os invasores godos,
contudo, após vencerem os romanos, abraçaram a fé cristã
e uma outra igreja foi construída no lugar da primitiva capela
de São Tiago.
O conde D. Julián, cujo nome permanece execrado nos
anais da história espanhola como traidor, facilitou a entrada
dos árabes do norte da África na península.
Transcorria o ano 714 e os invasores se aproximavam
da capital. O povo cristão, desesperado, reuniu-se em torno
da Virgem para suplicarem auxílio. Entretanto, a vila não
dispunha de recursos suficientes para resistir. Surge, então,
um problema: o que se faria com a tão venerada imagem
para preservá-la da destruição? Decidiram escondê-la num
vão da muralha da cidade. Confiantes de que poderiam
resgatá-la mais tarde, assim fizeram.
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MARIA - MÃE DA TERRA
Os vitoriosos, certos de que permaneceriam para
sempre na vila, transformaram a capela em mesquita.
Trezentos e sessenta e nove anos depois, D. Alfonso VI, rei
de Castela, auxiliado pelo célebre D. Rodrigo Díaz de Bivar,
El Cid Campeador, derrotou os mouros em Toledo, tornando
viável a reconquista de Madri, o que aconteceu pouco
depois.
Dessa forma, em 1083, a antiga igreja foi reconsagrada
e novamente dedicada à Virgem. Os habitantes ainda se
recordavam, meio vagamente, de que uma imagem da
Virgem ficara escondida na muralha por ocasião da
conquista da vila. O próprio Rei se dispôs a achá-la. Por um
pregão, ordenou que toda a população, por meio de jejuns,
orações e penitências, suplicassem à Nossa Senhora que
se dignasse mostrar o lugar onde fora guardada a sua
escultura. No dia 9 de novembro de 1083, nono dia, os
citadinos em massa dirigiram-se em procissão até a igreja.
Em meio à nobreza, eclesiásticos e cavaleiros, destacavase El Cid, herói nacional, vencedor de sete reis mouros.
Após a celebração da missa, o cortejo começou a
percorrer a vila, em piedosa investigação. Mas ninguém
encontrou nada. O desânimo tomou conta de todos.
Mas a tristeza não duraria muito tempo. Durante essa
mesma noite, a muralha partiu-se, deixando aparecer em
um nicho a milagrosa imagem, tão bem conservada como
se tivesse sido ali depositada na noite anterior. E ainda
puderam ser acesas as velas que ali tinham sido colocadas
há quase quatro séculos. Foi feita uma nova procissão,
ainda mais solene, que conduziu a Virgem ao seu antigo
altar.
D. Alfonso VI quis que ela passasse a se chamar Santa
Maria la Real de la Almudena, por haver permanecido
tantos séculos escondida em um local da muralha perto do
almudin (mercado ou armazém) que os mouros ali haviam
instalado. A Santíssima Virgem foi ainda proclamada
Padroeira de Madri.
Pouco depois da morte de Alfonso VI, Madri foi mais
uma vez atacada pelos mouros, comandados por Alí-Abenjucet. Mais uma vez a cidade estava despreparada para a
defesa. Alí Jucet determinou manter o cerco à cidade, até
que a fome obrigasse o povo a se render. Os sitiados
recorreram à Virgem, que os atendeu. Uma peste terrível
assolou o campo inimigo. Os que não foram atingidos pela
peste foram obrigados a fugir desesperados.
Novo assalto ocorreu vinte anos depois. Os sarracenos
usaram a mesma tática: sitiaram a cidade esperando a sua
rendição por causa da fome. Quando já não havia o que
comer, uns meninos que brincavam junto à igreja, abriram
um pequeno buraco num de seus pilares. Por ele começou
a escorrer um pó branco que se verificou ser farinha de trigo
de excelente qualidade. Derrubaram então uma parte da
parede lateral da igreja, onde o pilar se encostava e
descobriu-se aí um silo desconhecido. O trigo era tão
abundante que os espanhóis jogaram parte dele sobre os
mouros, exibindo fartura, para que perdessem a esperança
de vencê-los pela fome.
Os mouros, uma vez mais, bateram em retirada.
A esta imagem recorreu Santo Isidro, o Lavrador,
quando seu filho caiu em um poço. Assim que suplicou à
Virgem, as águas do poço começaram a subir suavemente
até que o pai pôde resgatar seu filho são e salvo.
A milagrosa imagem é esculpida em madeira odorífica,
que lembra os cedros do Líbano. A pintura é tão consistente
que mesmo os desgastes naturais do tempo não
conseguiram deteriorá-la. Uma particularidade surpreende,
comprovada historicamente: é impossível conseguir-se fazer
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uma cópia idêntica ao original. Muitos artistas tentaram
reproduzi-la, mas confessaram seu fracasso.
No dia 29 de agosto de 1640, instituiu-se na igreja de
Santa Maria a "Esclavitud de la Virgen de la Almudena",
constituindo-se seu primeiro escravo o próprio Rei, D. Felipe
IV, no que foi seguido por seus sucessores. Nossa Senhora
da Almudena é uma das nove imagens objeto de devoção
das Rainhas da Espanha. Estas, quando estão para dar a
luz, costumam visitar tais imagens quando suplicam a Maria
Santíssima a graça de um bom parto.
ALTAGRACIA, Nossa Senhora de
Há mais de três séculos, um
colonizador espanhol, muito rico,
residente na região de Duey, São
Domingos, fez uma viagem à cidade
de Ozam para vender gado, no
começo de Janeiro. Possuía duas
filhas: a mais velha, mais vaidosa,
pediu-lhe que trouxesse de presente
vestidos e colares. A outra, com
apenas 14 anos, mais voltada à
piedade, pediu uma imagem da
Virgem de Altagracia. O pai
estranhou tal pedido, já que nunca ouvira falar dessa Nossa
Senhora. De qualquer modo, a menina garantiu-lhe que a
encontraria.
De retorno, levava os presentes da filha mais velha e, no
coração, um profundo pesar por não ter encontrado a
Virgem de Altagracia para a menina. Procurara a imagem
por todos os lugares onde passara, chegando a consultar os
Cônegos do Cabido e ao próprio Arcebispo, que não
conheciam tal invocação mariana. Ao passar por Los Dos
Rios, pernoitou em casa de um velho amigo. Nessa
passagem, ao anoitecer, enquanto ceavam, o hóspede falou
sobre sua tristeza em chegar em casa sem o presente que
prometera à sua filha predileta. Oportunamente, um senhor
idoso, que havia pedido para lhe deixarem passar ali aquela
noite, levantou-se do lugar afastado onde se encontrava,
aproximou-se à mesa e disse: "Como não existe a Virgem
de Altagracia? Eu a trago comigo". E enfiou a mão em seu
alforge, e mostrou uma pintura de Maria adorando a um
menino. O pai, vendo realizado o sonho de sua filha,
convidou o ancião que passasse em sua casa para receber
um donativo em retribuição à sua generosidade.
No dia seguinte, ao se levantar, a família procurou e não
encontrou aquele senhor idoso.
Eis, em linhas gerais, a história do aparecimento deste
primeiro quadro de Nossa Senhora de Altagracia. Ele possui
33 centímetros de largura e 45 de altura. Segundo a opinião
dos especialistas, trata-se de uma obra primitiva da escola
espanhola pintada nos finais do século XV. A tela, que
mostra uma cena da natividade, foi restaurada com
sucesso, na Espanha, em 1978. Agora é possível apreciarse toda sua beleza e cores originais. Sobre a tela aparece a
cena do nascimento de Jesus. A Virgem, formosa e serena
ocupa o centro do quadro.
Conta a tradição que, a menina, acompanhada de várias
pessoas, foi receber seu pai no mesmo local onde hoje se
situa o Santuário de Higüey. Ela, aos pés de uma laranjeira
que ainda se conserva, apesar dos anos, mostrou às
pessoas, naquele dia 21 de janeiro, sua tão desejada
imagem. A partir desse dia, ficou estabelecido o culto à
Virgem de Altagracia, que foi também chamada de Virgem
da Menina.
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A devoção à Virgem de Altagracia tornou-se muito
popular. Ao seu santuário, todos os anos, acorrem milhares
de romeiros. A moderna basílica, em Higüey, capital da
Província de Altagracia, construída entre 1974 e 1978, é o
monumento religioso mais importante de Santo Domingo e
centro religioso que atrai a atenção de todos os povos
latino-americanos. É o lugar onde o povo dominicano
encontra sua padroeira, a Virgem de Altagracia.
AMEIJOEIRA, Nossa Senhora da
Em Portugal, no final do século XIII, Nossa Senhora foi
venerada com este título num grandioso templo. Ao redor do
templo havia uma casa para abrigar os romeiros e na qual
residia o ermitão. Do lado esquerdo da construção se vêem
vestígios de uma piscina, na qual, segundo a tradição, se
operaram vários milagres.
A origem desta devoção data do ano de 1217, quando
frei Soeiro, depois de fundar o primeiro Convento da sua
Ordem dos Pregadores, no alto da serra da Neve, viu brilhar
ao longe uma luz e, seguindo sua direção, foi encontrar uma
imagem de Nossa Senhora com o Menino nos braços, num
lugar chamado a Ameijoeira. Daí o nome que se dá a Maria
Santíssima nessa região.
O terremoto de 1755 destruiu totalmente o templo. A
imagem de Nossa Senhora foi removida para a igreja
paroquial de Abrigada, para onde os romeiros começaram a
se dirigir. Outro terremoto, o do ano de 1908, destruiu a
igreja paroquial de Abrigada, sendo então a imagem
colocada na capela de São Roque da mesma freguesia,
onde ainda se encontra.
AMOR DIVINO, Nossa Senhora do
Na localidade de Correias, próxima à cidade de
Petrópolis, Rio de Janeiro, Brasil, encontrase uma capela histórica dedicada à
Senhora do Amor Divino, talvez a
primeira do Brasil sob este orago.
Este culto, de origem portuguesa,
teria sido praticado anteriormente na
fazenda "Rio da Cidade", em oratório
particular, onde foi construído um
templo consagrado em meados do
século XVIII
Dom Pedro I várias vezes se
prosternou ante a imagem para implorar o restabelecimento
da saúde de sua filha Paula Mariana, hospedada na
fazenda do Padre Correia durante muito tempo por
indicação médica. O Imperador assistiu ali, quando voltava
de sua viagem a Minas, à primeira missa do ano 1831,
último de sua estadia no Brasil.
Na década de 1930, o santuário deixou de celebrar o
culto público, que foi transferido para a atual matriz de
Correias, mais moderna. Porém, o artístico altar assim como
a imagem da Virgem do Amor Divino foram levados para o
novo templo.
A matriz de Correias é sede da única paróquia brasileira
dedicada a este título mariano. Há um santuário de Nossa
Senhora do Amor Divino em Roma.
O Seminário Diocesano de Petrópolis tem Nossa
Senhora do Amor Divino como patrona.
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AMPARO, Nossa Senhora do
Nos primeiros trezentos anos da História da Igreja, os
cristãos se preocuparam com a própria existência, por força
das perseguições romanas. Realizavam os cultos às
escondidas, nas Catacumbas. Por isso, era impossível
aprofundar as belezas contidas nas palavras dos
evangelistas.
Constantino I, denominado,
também, de "o Grande" nasceu
em Naissus no ano 274. Na
véspera da batalha, na luta de
sucessão, ele teve um sonho, no
qual lhe pareceu ver um escudo
com uma cruz, e ouviu uma voz
que dizia "com este sinal,
vencerás". Ele mandou, então,
pintar nos escudos dos seus
soldados o símbolo da salvação.
Realmente, venceu. Tornou-se
imperador no ano 306. Foi consagrado protetor da nova
religião, com sua vitória sobre Maxêncio, junto às muralhas
de Roma.
Em 313, decidiu, definitivamente que o Cristianismo
seria a religião do Império. Pelo edito de Milão, os adeptos
da nova fé, ficavam livres para praticar a sua religião
livremente.
Essa liberdade trouxe a grande vantagem de poderem
meditar mais sobre o conteúdo das palavras de Cristo. Entre
elas, foi a doação de Sua Mãe Maria, como nossa mãe
espiritual, quando, pregado na cruz, olhando para São João,
que nos representava, lhe disse: "Eis tua mãe".
Conforme narra a lenda, os cristãos quiseram
representar essa incumbência, para sempre. A pedido de
Nicodemos, São Lucas pintou e esculpiu Maria ao pé da
cruz, recebendo o mandato de ser mãe de todos,
representados por São João. Ao evangelizar a Península
Ibérica, São Tiago levou consigo a pintura para homenagear
a Mãe de Deus e nossa. Daí se explica a grande devoção
popular à Mãe de Deus em toda aquela região. Muitos
santuários foram construídos para veneração daquela que
Jesus nos deixou por mãe.
A devoção do povo não demorou em perpetuar a grande
bondade de Cristo em dar Maria como protetora. Referindose aos seus cuidados maternos, todos queriam colocar-se
sob seu "amparo". Assim é que pessoas, vilas, cidades
foram postas sob o manto de Maria, representando a
proteção celestial da mãe do Salvador e nossa. No Brasil,
há três Municípios com nome de Amparo, um, no Estado de
São Paulo, outro no Estado de
Sergipe:
Amparo
de
São
Francisco e no Estado do Minas
Gerais: Amparo da Serra.
Um dos primeiros templos
brasileiros dedicados à Nossa
Senhora do Amparo foi o de
Olinda, que já existia em 1617 e
foi reconstruído trinta anos
depois. A cidade de Januária, no
estado de Minas Gerais, à beira
do Rio São Francisco, a tem como padroeira.
No decorrer dos séculos, esse amparo foi simbolizado
de diferentes maneiras: Maria cobrindo com seu manto aos
seus devotos; Maria sentada, segurando com sua mão
esquerda o Menino Jesus de pé sobre os joelhos e com a
mão direita em sinal de bênção aos que a invocam; Maria
em pé com Jesus deitado no braço esquerdo e com a mão
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
direita afagando o menino que, por sua vez, nu, quer
significar nossa extrema pobreza necessitando da proteção
materna.
ANGELINA, Nossa Senhora de
A Colônia de Angelina foi fundada ao 10 de dezembro
de 1860, pelo Presidente da Província Francisco Carlos de
Araújo Brusque, também encarregado de criar, na mesma
época, as colônias de Teresópolis e Brusque.
Logo no início da fundação, foi erigida uma Capela, sob
a invocação de São Carlos Borromeu, feita de barro, às
margens do rio Mondeo. Em 1863, Pe. Roberto Bucher ali
celebrou a primeira Missa.
Até 1891 a Capela pertencia à Paróquia de São Pedro
de Alcântara. Desta época em diante, até a sua ereção em
Paróquia, pertenceu ao Curato de Teresópolis e,
posteriormente, à Paróquia de Santo Amaro, sendo
atendida pelos Padres Franciscanos.
Em 1897 iniciou-se a restauração total da antiga Capela,
sendo que, a 08 de janeiro de 1899, Frei Burchardo Sasse
OFM, nela celebrou Santa Missa, benzendo as novas
instalações.
Em 1899 foi iniciada a construção de uma Gruta, em
honra de Nossa Senhora de Lourdes. A iniciativa foi de Frei
Zeno Wallbroehl OFM, para cumprir promessa feita em
1897, durante uma enfermidade, em que havia sido
desenganado pelos médicos. Nesta gruta foi colocada uma
estátua de Nossa Senhora de Lourdes, medindo 1,90 m.,
doada por Frei Zeno e benta por Dom José de Camargo
Barros, Bispo de Curitiba, no dia 14 de agosto de 1902.
Os trabalhos de acesso à gruta, que duraram cerca de 5
anos, estiveram a cargo dos Freis Josaphat Immenkoeter e
Burchardo Sasse OFM, sendo que somente a 15 de agosto
de 1907 foi a imagem colocada em seu nicho, após uma
solene Missa e grandiosa procissão comemorativa.
A 10 de junho de 1910 foi fundado o Apostolado da
Oração na Capela.
Em 1920, no definitório dos Padres Franciscanos, foi
decidida a instalação de uma Comunidade em Angelina.
Após estudos, optou-se por adquirir uma casa já construída,
para nela se instalar a nova Comunidade.
A 8 de abril de 1921, pelo Decreto nº 6, assinado por
Dom Joaquim Domingues de Oliveira, foi criada a Paróquia
de Angelina, sob a denominação de Imaculada Conceição
de Angelina, com território totalmente desmembrado da
Paróquia de Santo Amaro. A cerimônia de instalação e
posse do primeiro Vigário, Frei Gervásio Kraemer OFM, foi
presidida pelo Côn. Francisco Giesberts, então Pároco de
São Pedro de Alcântara, pelas 9 horas do dia 17 de abril de
1921.
No dia 26 de fevereiro de 1927, para grande alegria da
Comunidade, chegaram as Irmãs Franciscanas de São
José, em número de 3 (Irmãs Pelágia, Emanuela e
Simplicia).
Ali fundaram, com a devida licença do Arcebispo
Metropolitano, um Colégio e um Noviciado de Irmãs, este
instalado já a 4 de outubro de 1927, com 5 moças
aspirantes à vida religiosa.
O Colégio, que denominado Nossa Senhora de
Angelina, foi inaugurado a 4 de agosto de 1929, iniciando
suas atividades a 6 de agosto do mesmo ano, com 30
alunos.
A 17 de fevereiro de 1963 fundou-se uma Sociedade
Civil sem fins lucrativos, com o objetivo de construir um
hospital para a Comunidade. Após a construção, previam os
estatutos sociais, a obra deveria ser entregue à
Página 9
administração da Congregação das Irmãs Franciscanas de
São José. Concluída a obra, a própria Sociedade passou a
administrá-la, entregando-a àquelas Irmãs somente em
julho de 1983, estando o Hospital funcionando, plenamente,
até hoje.
A 8 de outubro de 1946 foi iniciada a construção da nova
Igreja Matriz, que veio a ser inaugurada a 23 de maio de
1948.
Pela Lei Estadual nº 781, de 7 de dezembro de 1961,
Angelina foi elevada à categoria de Município.
Por Decreto Episcopal de Dom Afonso Niehues, datado
de 06 de fevereiro de 1988 foi criado o Santuário
Arquidiocesano de Nossa Senhora de Angelina, instalado
na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Imaculada Conceição
e na Gruta anexa. As cerimônias de instalação foram
presididas pelo então Bispo Auxilar de Florianópolis, Dom
Murilo Sebastião Ramos Krieger, SCJ, no dia 11 de
fevereiro do mesmo ano. O mesmo Decreto determinou
que, "o Reverendíssimo Pároco de Nossa Senhora da
Imaculada
Conceição,
de
Angelina,
assume,
cumulativamente, o título e ofício de Reitor do Santuário. "
Em consequência desta determinação, foi nomeado
primeiro Reitor do dito Santuário Frei Ceciliano Meurer
OFM.
ANGÜERA, Nossa Senhora de
Em 29 de setembro de 1987,
três meses após completar 18
anos, ele demaiou quando voltava
do colégio em companhia de um
colega chamado Celestino Cruz.
Pedro caiu sobre um formigueiro a
cerca de 500 metros de sua casa
O companheiro Celestino correu
para a casa de Pedro a fim de
chamar os pais dele. Enquanto o
colega estava ausente, Pedro viu
uma moça vestida de branco,
parecendo uma freira.
Essa jovem o segurou pelos braços, levantando-o ao
mesmo tempo que dizia: "Vou tirar-te das formigas".
Quando os familiares de Pedro chegaram ao local o
encontraram ainda sem sentidos, na varanda da Escola
Capitão Domingos Marques, situada a poucos metros do
local onde caíra.
Os livros que se espalharam sobre o formigueiro quando
ele caiu, estavam arrumados ao seu lado. Levado para
casa, Pedro ainda permaneceu inconsciente durante mais
duas horas.
Ao acordar perguntou pela freira que o havia tirado de
cima do formigueiro (ele pensava que tinha sido a filha de
uma vizinha, uma freira que morava em Feira de Santana).
No dia seguinte, Pedro foi submetido a exames
cardiológicos, neurológicos e psiquiátricos que nada
revelaram de anormal.
A segunda aparição ocorreu em 1º de outubro. Pedro
estava em um dos quartos de sua casa, conversando com
duas de suas irmãs quando desmaiou.
Ao acordar viu a jovem que o ajudara dois dias antes.
Ele a apresentou às irmãs, como elas nada viam retiraramse do quarto deixando Pedro a sós.
Por uma fresta da porta as irmãs de Pedro ficaram
observando-o "conversar" com alguém invisível. Notaram
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
que não havia qualquer som, apenas os lábios de Pedro
mexiam-se como se estivesse dialogando com alguém.
De acordo com Pedro, a jovem não se identificou mas o
aconselhou a procurar o primeiro padre cujo nome lhe
ocorresse dizendo-lhe que esse sacerdote iria ajudá-lo.
Pediu-lhe também que passasse a rezar o terço todos os
dias juntamente com seus pais, irmãos e irmãs.
Depois disso, "a moça prometeu que voltaria e
desapareceu".
Alguns dias depois Pedro procurou o padre
Hermenegildo de Castorano, do município de São Gonçalo
narrando-lhe suas visões e diálogos com a Santa.
Após refletir por algum tempo depois que Pedro concluiu
sua narrativa, o Pe. Castorano bateu no ombro dele dizendo
"Meu filho, eu vou te ajudar", tornando-se desde então o
diretor espiritual do jovem. No dia 3 de outubro, por volta
das 18 horas, a família de Pedro rezava o terço quando ele
ouviu uma voz que o chamava para fora da casa.
Ele pediu que uma de suas irmãs fosse ver quem era.
Ela saiu e não ouviu nem viu nada, entretanto, Pedro
continuava a ouvir o chamado, reconhecendo nele a voz da
jovem que havia lhe aparecido anteriormente. Pedro
resolveu atender ao chamado, saindo para o terreiro da
casa onde ainda não havia luz elétrica. A cerca de 200
metros, perto do tanque de água da fazenda ele viu um arco
de luz para onde se dirigiu incontinenti.
Seus pais e irmãos pensavam que Pedro estivesse
ficando louco e tentaram detê-lo, no pressuposto que ele iria
se atirar na água.
Juntamente com uma irmã, Pedro caminhou em direção
à luz que via sobre uma pequena elevação de barro
proveniente da construção do tanque.
Ao chegar perto da luz, caiu de uma só vez com os dois
joelhos no chão, fixando o olhar em ponto no alto.
Ele viu, então, envolta naquela luz a mesma moça que
lhe aparecera antes.
Ela insistia com ele para que todos continuassem
orando e disse-lhe que a partir daquele dia ele estaria
curado dos desmaios que vinha sofrendo, segundo ela uma
preparação para as aparições. Textualmente a visão
afirmou: "Não tenhais medo, pois Eu sou a Mãe de Jesus.
Estou aqui porque preciso de ti para ajudar Meus pobres
filhos que precisam do Meu auxílio." Logo em seguida a
jovem desapareceu.
Essa foi a terceira aparição de Nossa Senhora a Pedro
Régis.
A partir de então as aparições vem ocorrendo nesse
mesmo lugar, onde Ela pediu que fosse erguida uma cruz.
As aparições tornaram-se uma rotina na vida de Pedro.
Por volta das 20:30 horas, normalmente às terças-feiras e
sábados, após rezar o terço juntamente com as pessoas
presentes, Pedro dá dois passos para frente e cai de
joelhos, com o terço em uma das mãos e o olhar fixo no
ponto mais alto da cruz.
Segundo ele, Nossa Senhora se apresenta como uma
jovem de mais ou menos 20 anos de cabelos pretos e olhos
azuis da cor do céu. Ela aparece quase sempre vestida de
branco, às vezes usando também um manto azul, sempre
descalça e de mãos postas, pairando uns 30 cm acima do
chão, em frente à cruz.
Em português ela fala com Pedro, transmitindo-lhe uma
mensagem que é rapidamente anotada em folhas soltas de
papel oficio sobre uma prancheta portátil.
Página 10
Ao término da mensagem, Pedro conversa com a Santa
durante uns poucos minutos e a visão desaparece logo em
seguida, instantaneamente.
Nesse momento Pedro levanta-se e começa a ler a
mensagem que recebeu, grafada em garranchos que só ele
compreende.
Nota: Ainda não recebeu um parecer oficial da Sé
Apostólica
VER MENSAGENS - ANGÜERA
ANGÚSTIAS, Nossa Senhora das
Nos primeiros tempos após a reconquista de Granada
pelos reis católicos, vários devotos cristãos, membros de
uma irmandade, mandaram construir nas imediações da
cidade uma ermida que, não se sabe por que motivo,
puseram sob a proteção das angústias de Nossa Senhora;
mas é de crer que a idéia partisse de algum confrade devoto
das dores da Santíssima Virgem.
O caso é que com este nome foi conhecida desde logo a
ermida, e que os que haviam mandado edificá-la resolveram
colocar nela uma imagem de Nossa Senhora que
justificasse, com sua figura e aspecto, o seu nome.
Com esse intento começaram a tomar as necessárias
providências para encontrar um artífice que fizesse a
imagem conforme a idealizavam os confrades, e eis que
certa tarde entram na ermida dois belos rapazes conduzindo
uma senhora coberta com um manto preto. Chegados os
três ao pé do altar, aí permaneceram em oração durante
muito tempo. Ao escurecer retiraram-se os dois moços,
ficando a senhora a orar; segundo Ihes parecia. Os
confrades, apesar de estar quase na hora de fechar a
ermida, não quiseram perturbar a devoção da enlutada
senhora e decidiram esperar que acabasse suas orações.
Mas o tempo passava, já era noite cerrada e a
necessidade de fechar a ermida impôs-se aos confrades,
acima de toda a consideração... Um deles, portanto,
aproximou-se discretamente da senhora, anunciando-lhe
que iam fechar a ermida, mas não obteve resposta,
continuando a senhora na mesma imobilidade.
O confrade foi então dar conta aos companheiros da
singularidade do caso e, passado mais algum tempo,
decidiram ir todos manifestar à misteriosa senhora a
necessidade de sair da capela.
Assim o fizeram. Porém, não tendo sido atendidas as
suas corteses observações, um dos confrades se adiantou
para chamar-lhe a atenção e, ao olhar para seu rosto, ficou
estupefato, e sem poder proferir uma palavra: a misteriosa
senhora tinha no rosto a mesma imobilidade que se notava
em seu corpo! Em uma palavra: o que os confrades tinham
tomado por um ser humano era uma perfeitíssima escultura!
Seu assombro não teve limites diante de tão
extraordinária descoberta! Tinham em sua presença a mais
exata representação das angústias da Santíssima Virgem
ao ver e sentir os martírios da paixão e morte de seu Divino
Filho.
Era a imagem que tinham em sua mente concebido para
ser colocada no altar de sua ermida. O prodígio os deixou
extáticos! Prodígio, sim, porque se via claramente, em tudo
aquilo, a intervenção milagrosa da providência de Deus.
Uns vulgares escultores estavam em trato com a
irmandade, que esperava sua resposta estipulando as
condições de seu trabalho e, uma vez realizado o contrato,
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
apressar-se-iam a executar a encomenda. Em vez disso,
porém, dois moços desconhecidos trazem a imagem,
colocam-na de modo que possa confundir-se com uma
piedosa senhora em oração, enquanto desaparecem
despercebidamente, evitando chamar a atenção dos
devotos que estão na ermida.
Não é isso mais que suficiente para os confrades
entenderem que a santa imagem que tinham diante dos
olhos era um presente do céu? Prostrados ante a sagrada
imagem, permaneceram longo tempo a orar. Uma vez
satisfeito esse primeiro impulso de sua devoção, partiram
para a cidade, para dar notícia da prodigiosa aparição.
Desde aquela hora não cessaram os fiéis de acorrer então
para ver e admirar a formosa imagem da Virgem
angustiada, com o corpo perfeitíssimo de seu Filho no
regaço. Foi tal a concorrência que não foi possível entrarem
todos de uma vez naquele reduzido espaço, tendo sido
preciso dividir os fiéis em turnos para que pudessem todos
contemplar as sagradas imagens.
Estabeleceu-se rapidamente em Granada e em novos
povos dos arredores o culto de Nossa Senhora das
Angústias na ermida construída para esse fim, e logo os
milagres que nela se operaram deram testemunho da
procedência divina da sagrada imagem. Por esse motivo
tornou-se logo insuficiente a modesta capela; a primitiva
irmandade, composta então de um número reduzido de
humildes devotos, aumentou logo em número e qualidade
de confrades, a ponto de tornar-se urna das mais
importantes de Granada.
Com os novos elementos era fácil dotar a santa imagem
com um templo suntuoso, e era este o objetivo da
irmandade. No entanto, uma piedosa concorrência se
estabeleceu entre os confrades e várias ordens religiosas,
que desejavam tomar a seu cargo o culto da milagrosa
imagem. Interveio então o arcebispo de Granada, o qual,
inspirado por luzes do céu, determinou erigir a capela em
igreja paroquial, comprando para isso o terreno necessário.
Seu desejo foi realizado em 16O9, ano em que começou a
funcionar a nova paróquia.
O número dos paroquianos foi em princípio reduzido;
mas o desejo de se porem tanto quanto possível sob a
proteção da santa imagem fez com que em pouco tempo se
povoassem os arredores. Em breve a paróquia de Nossa
Senhora das Angústias ficou sendo uma das mais
numerosas de Granada, e sua demarcação uma das mais
formosas pela largura de suas ruas e beleza de seus
edifícios.
Construída a igreja paroquial, foi a santa imagem
conduzida, em solene procissão, de sua capela para a nova
igreja e colocada no altar-mor. Desde então o Santuário de
Nossa Senhora das Angústias é o predileto dos piedosos
granadinos, a tal ponto que teve de ser estabelecido o
costume de fechá-lo, à noite, muito mais tarde que os
demais, para dar-se maior desafogo a devoção dos fiéis.
A Igreja, associando-se às manifestações do fiéis em
honra de Nossa Senhora das Angústias, enriqueceu com
muitas indulgências a visita à sua igreja, e ultimamente
outorgou à santa imagem as honras da coroação, a qual foi
realizada em 20 de setembro de 1913.
Nossa Senhora das Angústias continua a ser objeto de
veneração dos fiéis, atendendo a suas súplicas e velando
pelo bem espiritual e material dos granadinos, que sentem
por sua excelsa patrona a mesma ardente devoção que os
demais habitantes da Espanha têm à Santíssima Virgem
sob outros títulos.
Página 11
Bibliografia: Edésia Aducci, "Maria e seus títulos
gloriosos", Ed. Loyola, 1998, pp. 208-211
ANJOS, Nossa Senhora dos
Patrona da Ordem dos Frades Menores
(Franciscanos)
Este belo título mariano tem
origens franciscanas. A Ordem dos
Frades Menores mantém em uma
planície próxima à cidade de Assis,
na Itália, a majestosa basílica de
Santa Maria dos Anjos, que abriga
em seu interior a capela da
Porciúncula, onde deu-se a morte
de São Francisco. Considera-se ali
o local da fundação da Ordem
Franciscana.
O nome de Santa Maria dos Anjos provém do fato de
que naquela ermida, fundada por quatro peregrinos de
retorno da Terra Santa, era venerado um fragmento do
túmulo da Madona e que sempre se ouvia no local o canto
dos espíritos celestes.
Frei Tomás de Celano, primeiro biógrafo de São
Francisco, narra o amor do santo para com aquele local
dedicado à Nossa Senhora chamado "Porciúncula", que
quer dizer "Pedacinho": "O santo teve uma preferência
especial por esse lugar, quis que os frades o venerassem
de maneira toda particular e quis que fosse conservado
como espelho de toda a sua Ordem na humildade e na
altíssima pobreza, deixando sua propriedade para outros e
reservando para si e para os seus apenas o uso... O bemaventurado pai dizia que lhe tinha sido revelado por Deus
que Nossa Senhora tinha uma predileção por aquele lugar,
entre todas as igrejas construídas no mundo em sua honra.
E era por isso que o santo gostava mais dela que das
outras". (Tomás de Celano, Vida II, Primeiro Livro, cap. 12).
Foi naquela capela que Francisco recebeu a célebre
indulgência do "Dia do Perdão", celebrado anualmente a 2
de agosto. A festa do Perdão é ainda hoje uma da mais
importantes da Ordem Franciscana. Esta indulgência foi
estendida à toda Igreja Católica pelo Papa Pio XII.
No Brasil existem seis paróquias dedicadas a esta
invocação. Belos conventos e templos existem em Penedo
(Alagoas), Cabo Frio (RJ) e Ouro Preto (MG).
ANJOS DA COSTA RICA, Nossa Senhora dos
Padroeira da Costa Rica
Em Cartago, cidade da Costa
Rica, encontra-se um dos mais
importantes santuários da América
Central, no qual se venera a imagem
de Nossa Senhora dos Anjos. A
imagem, feita de pedra é bem
pequena. Carrega o Menino Jesus
em seus braços e está vestida à
moda espanhola.
Sobre a origem de seu culto,
conta a tradição que no dia 2 de
agosto de 1635, uma índia saiu para
recolher lenha seca num monte, quando viu sobre um
rochedo uma imagem de Maria com o Menino Jesus nos
braços.
Surpresa com este achado, pegou a imagem com
cuidado e a escondeu em sua casa. Voltando ao mesmo
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
monte no dia seguinte, ficou espantada ao ver a imagem no
mesmo lugar de onde a havia retirado no dia anterior.
Pensou que se tratasse de alguma brincadeira. Mesmo
assim decidiu apanhá-la de novo, levou-a para casa e a
guardou. No outro dia aconteceu a mesma coisa. Cheia de
temor, a índia foi procurar o sacerdote no povoado para
narrar-lhe o ocorrido. O padre pediu à índia que lhe
trouxesse a imagem. Assim ela fez, mas a imagem
desapareceu novamente da casa do sacerdote e voltou a
ser achada no monte.
Rapidamente se difundiu a notícia do miraculoso
acontecimento e resolveu-se trasladar a imagem para a
paróquia. A população acorreu para venerar a imagem que
começou a ser chamada "dos Anjos" por ter aparecido no
dia em que a Virgem era celebrada com este título.
Poucos dias depois a imagem desapareceu do lugar em
que fora colocada e novamente foi encontrada na rocha da
primeira aparição. Compreenderam então que o desejo da
Virgem era que se erguesse um templo naquele local.
À primeira vista, a imagem de Nossa Senhora dos Anjos
parece uma custódia ou um desses antigos e riquíssimos
relicários das catedrais européias. Sobre um pedestal de
prata se ergue uma açucena, também de prata, que tem em
suas pétalas pequenos anjos de ouro. Sobre a açucena
repousa uma meia-lua e frente a ela um serafim de ouro
com as mãos levantadas segurando o manto de ouro.
A imagem é de pedra. Parece granito ou jade. Um
manto de ouro, repleto de valiosas jóias, cobre todo o corpo
da Virgem e do Menino Jesus. O rico manto se arremata
com uma pequena coroa de ouro, cercada de raios também
de ouro. Sobre tais raios encontra-se a valiosa coroa de
ouro e pedras preciosas, com a qual a imagem foi
solenemente coroada como padroeira da Costa Rica. Da
coroa ao pedestal há aproximadamente um metro de altura.
Em si, a imagem é pequeníssima. Pequena é a imagem,
como pequena é a Costa Rica. A "Negrita", como a chamam
carinhosamente
os
costarriquenhos,
foi
coroada
solenemente no dia 25 de abril de 1926.
ANUNCIADA, Nossa Senhora
Em Setúbal, Portugal, surgiu a devoção a Maria com o
título de Anunciada. Este nome, segundo a tradição, nasceu
a partir do "anúncio" que uma senhora fez ao deparar com
pequena imagem representando a Mãe de Deus.
Uma pobre mulher costumava ir à praia procurar lenha
para cozinhar ou para se esquentar. Numa das vezes, ao
acender o fogo, quando colocava os gravetos para alimentar
as chamas, um deles saltou dali para o meio da casa. Sem
nada suspeitar, a anciã recolocou-o no fogão. Novamente o
graveto saltou longe, jogado por uma força invisível. Isto
aconteceu por umas três vezes, o que despertou a
curiosidade daquela senhora. Ela pegou o graveto, para
examinar de perto o que o forçava saltar. Observou tratar-se
não de um cavaco qualquer, mas, de uma pequena imagem
da Mãe de Deus. Estava incrustada naquele pau miúdo,
medindo, aproximadamente, "um terço de palmo" conforme
relato de José Custódio Vieira da Silva, em Setúbal, 1990.
Espantada, a senhora gritou: "Virgem Anunciada"! Saiu às
pressas, "anunciar" às vizinhas o fato prodigioso. Daí a
origem do nome. As piedosas companheiras foram ver a
Senhora Anunciada. Todo o povo de Setúbal e alguns
padres foram conferir o acontecido. Os eclesiásticos
deliberaram que se colocasse a santa imagem em lugar
conveniente.
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Esta tradição que vem de pais para filhos, encontra-se
registrada no "Cartório" da Confraria de Nossa Senhora da
Anunciada. Ocorreu no tempo dos reis Dom Sancho II ou
Dom Afonso III, por volta dos anos 1235 a 1250.
Entre os acontecimentos mais notórios ocorridos por
intercessão de Nossa Senhora da Anunciada, foi a chuva
abundante que caiu, imediatamente quando terminou uma
procissão de penitência. A seca vinha a dois anos
sacrificando toda a região, reduzindo as terras em seixos,
secando os poços, fontes e rios, causando muito incômodo
a todos os seres vivos. Tanta repercussão causou esse
"milagre" que muitas celebridades solicitaram o ingresso na
Irmandade. Entre elas D. João III e Dom Sebastião. A
imagem recebeu outros nomes: "Senhora da Água; Senhora
Pequenina; Senhora Angelical". O mais conhecido é
Anunciada. Em dias determinados, a imagem era exposta à
veneração dos fiéis, em agradecimento pelo generoso
amparo com a chuva abundante.
Celebra-se em 25 de março.
APARECIDA, Nossa Senhora
Padroeira do Brasil
No ano de 1717, Dom Pedro de
Almeida e Portugal, Conde de
Assumar, passou na Vila de
Guaratinguetá, no Vale do Paraíba,
estado de São Paulo, com destino a
Minas Gerais. A Câmara local,
empenhada em receber tão grande
autoridade, cuidou de preparar um
banquete à altura da importante
visita. Para tanto, pescadores locais
foram convocados a trazerem muito
peixe para o senhor conde e sua comitiva. A ordem foi
prontamente atendida pelos pescadores Domingos Garcia,
João Alves e Filipe Pedroso que lançaram suas redes no
porto de Itaguaçu (no rio Paraíba). Seus esforços
revelaram-se inúteis. Fizeram uma segunda tentativa,
próximo a Guaratinguetá. Dessa vez, para surpresa dos
homens, a rede trouxe uma imagem de Nossa Senhora da
Conceição, sem a cabeça.
Após mais alguns lançamentos da rede conseguiram a
parte que faltava à escultura. Lavaram cuidadosamente a
imagem e envolveram-na em panos, prosseguindo a pesca.
Tantos peixes vieram à rede que tiveram que finalizar seus
trabalhos.
Filipe Pedroso, homem piedoso, guardando as redes,
levou a imagem para casa. Era de fato uma imagem de
Nossa Senhora da Conceição, feita de terra-cota, de cor
escura. O pescador ficou com esta imagem em seu poder
durante 15 anos.
Quando mudou-se para Itaguaçu, deixou-a com seu filho
Atanásio, que construiu um singelo oratório/capela onde
amigos e vizinhos se encontravam para rezar o terço.
Têm início os prodígios. Certa noite, durante a oração do
terço, as velas que iluminavam a imagem se apagaram
subitamente, sem que houvesse nenhuma corrente de ar
que justificasse tal acontecimento. Silvana Rocha dirigiu-se
ao altar para acender as velas novamente. Foi então que
tudo se aclarou, as velas se acenderam novamente, sem
intervenção de ninguém.
Outro acontecimento que mereceu registro: um escravo,
de nome Zacarias, veio suplicar à Virgem que o libertasse
do jugo de um senhor cruel. Grande milagre sucede: caemlhe das mãos os ferros, sinal de sua condição de escravo.
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
Nossa Senhora atendera seus rogos. Agora, Zacarias era
um homem livre e feliz. As correntes do escravo Zacarias
começaram a enriquecer o acervo dos milagres.
Foram aumentando as graças concedidas por Nossa
Senhora. Era imperioso construir-se uma capela maior num
local mais adequado. O vigário de Guaratinguetá pediu
licença ao bispo do Rio de Janeiro e, uma vez escolhido o
Morro dos Coqueiros como lugar mais apropriado, em 1743
se iniciou a construção de uma espaçosa capela, que ficou
concluída em 1745. No dia 26 de julho, na Festa de
Santana, foi benta e celebrou-se a primeira missa. E
multiplicaram-se as romarias. A capela foi diversas vezes
reformada e aumentada, até que em 1846 começou a ser
substituída pela atual. A 8 de dezembro de 1888 foi o novo
santuário bento e inaugurado pelo bispo D. Lino Rodrigues
de Carvalho.
Em 1894, chegam os Missionários Redentoristas, que
iniciaram um admirável trabalho de evangelização e
acolhida dos peregrinos. Eles difundiram por todo o país a
devoção à Senhora Aparecida.
No dia 8 de setembro de 1904, Dom José de Camargo
Barros colocou sobre a imagem da Virgem uma coroa de
º
ouro e pedras preciosas doada pela Princesa Isabel. O 25
aniversário da coroação da imagem, em setembro de 1929,
foi de um brilho inigualável. Grandes romarias, belas
celebrações e um Congresso Mariano demonstraram o
afeto que o país inteiro devotava à Virgem Aparecida. Nas
sessões deste congresso o povo apresentou o desejo de
que Nossa Senhora Aparecida fosse declarada padroeira do
Brasil. O Papa Pio XI, sensível aos anseios do povo
brasileiro, assinou a 16 de julho de 1930 o decreto em que
proclamou Nossa Senhora Aparecida Padroeira da Nação
Brasileira. Diz o decreto: "Declaramos e constituímos a
Beatíssima Virgem Maria concebida sem mancha, sob o
título de Aparecida, Padroeira de todo o Brasil."
Em 1931, a imagem visitou a então capital federal, a
cidade do Rio de Janeiro, pela iniciativa do cardeal D.
Sebastião Leme. Mais de um milhão de fiéis, aclamaram
Nossa Senhora Aparecida Padroeira do Brasil.
Com o passar do tempo, a devoção a Nossa Senhora
Aparecida foi aumentando cada vez mais. A primeira
Basílica tornou-se pequena. Era necessária a construção de
outro templo, bem maior, que pudesse acomodar tantos
romeiros. Por iniciativa dos Missionários Redentoristas e
dos Senhores Bispos, teve início a 11 de novembro de 1955
a construção de uma outra igreja, atual Basílica Nova, o
maior Santuário Mariano do mundo.
Em 1980, ainda em construção, foi consagrada pelo
Papa João Paulo II e recebeu o título de Basílica Menor. Em
1984, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)
declarou oficialmente a Basílica de Aparecida Santuário
Nacional.
APRESENTAÇÃO, Nossa Senhora da
A memória da apresentação da
Virgem Maria é celebrada no dia 21
de novembro, quando se comemora
um dos momentos sagrados da vida
da Mãe de Deus, sua apresentação
no Templo por seus pais Joaquim e
Ana. Nenhum livro da Sagrada
Escritura relata este acontecimento,
sendo fartamente tratado nas
escrituras apócrifas, que não são
reconhecidas
como
inspiradas.
Segundo
esses
apócrifos,
a
Página 13
apresentação de Maria foi muito solene. Tanto no momento
de sua oferta como durante o tempo de sua permanência no
Templo verificaram-se alguns fatos prodigiosos: Maria,
conforme a promessa feita pelos seus pais, foi conduzida ao
Templo aos três anos, acompanhada por um grande
número de meninas hebréias que seguravam tochas
acesas, com a presença de autoridades de Jerusalém e
entre cantos angélicos.
Para subir ao Templo havia 15 degraus, que Maria subiu
sozinha, embora fosse tão pequena. Os apócrifos dizem
ainda que Maria no Templo se alimentava com uma comida
extraordinária trazida diretamente pelos anjos e que ela não
residia com as outras meninas. Segundo a mesma tradição
apócrifa ela teria ali permanecido doze anos, saindo apenas
para desposar São José, pois durante este período havia
perdido seus pais.
Na realidade a apresentação de Maria deve ter sido
muito modesta e ao mesmo temo mais gloriosa. Foi de fato
através deste serviço ao Senhor no Templo, que Maria
preparou o seu corpo, mas sobretudo a sua alma, para
receber o Filho de Deus, realizando em si mesma a palavra
de Cristo.
"Mais felizes são os que
ouvem a palavra de Deus e a
põem em prática".
Na Igreja Oriental, a festa da
Apresentação é celebrada desde o
século VII, no dia 21 de novembro,
aniversário da Dedicação da Igreja
de Santa Maria Nova, em
Jerusalém. Contudo , ela só foi
estabelecida na Igreja Ocidental no
século XIV pelo papa Gregório XI, a pedido do embaixador
de Chipre junto à Santa Sé. A cidade de Avinhão, na
França, residência dos papas naquela época, teve a glória
de ser a primeira do Ocidente a celebrar a nova festividade
em 1732.
Desde então este episódio da vida de Maria Santíssima
começou a despertar o interesse dos cristãos e dos artistas,
surgindo belíssimas pinturas sobre o tema da Apresentação.
A primeira paróquia dedicada a esta invocação mariana
no Brasil ocorreu em 1599, na cidade de Natal, Rio Grande
do Norte. A cidade de Porto Calvo, em Alagoas, palco de
diversas batalhas entre brasileiros e tropas invasoras,
durante a guerra holandesa, tem também como padroeira a
Senhora da Apresentação.
No Rio de Janeiro, o bairro do Irajá, era antigamente um
vasto campo público, destinado à pastagem e descanso do
gado que descia para o consumo da cidade. Em 1644 ali foi
erigida uma pequena e humilde capela sob o patrocínio de
Nossa Senhora da Apresentação pelo Pe. Gaspar da Costa,
que foi mais tarde o seu primeiro Vigário e cujo pai possuía
propriedades nos arredores. A igrejinha foi reformada,
ampliada e transformada em paróquia, uma das mais
antigas do Rio de Janeiro.
ÁRVORE, Nossa Senhora da
No departamento francês da Alta Sabóia, havia uma vila
chamada Chanonat. Esse aglomerado de casas foi elevado
à categoria de cidade com o nome de Chamonix, chegando
aproximadamente a três mil habitantes no começo do
século XX. Localizava-se perto do Monte Branco, no Vale
do Arve. São famosas suas geleiras.
Narra a tradição que próximo àquela cidade, num local
ameno e ornado de frondosas árvores, havia uma delas, até
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
bem nova, que apresentava certa cavidade. Nesse nicho,
feito pela natureza, fora encontrada uma pequena, mas bela
imagem de Nossa Senhora, sem que houvesse uma
explicação de como ela foi parar ali. O povo, simples,
sempre ávido do sobrenatural, o que não deixa de ser uma
demonstração viva da chamada, hoje, saudade de Deus,
logo batizou a imagem da Mãe de Jesus, com o sugestivo
título de Nossa Senhora da Árvore. Por muitos anos a efígie
de Maria, permaneceu ali mesmo, onde foi encontrada, até
que seus devotos resolveram construir uma capela para
melhor proteger o seu tesouro espiritual. Era, também,
como agradecimento pelos favores que já podiam ser
contados às centenas. Em 1703, em lugar da simples
ermida, ergueu-se um santuário onde se abriga a linda
imagem.
Não faltaram as visitas periódicas, principalmente no
último domingo do mês de setembro. Podemos imaginar o
calor piedoso das pessoas humildes que confiantes se
dirigem a Deus por meio da Mãe Imaculada, que não cessa
de se desdobrar pelo bem espiritual da humanidade. São
Bernardo, na oração a ele atribuída, "Lembrai-vos ó
piíssima Virgem Maria", nos autoriza acreditar "que jamais
se ouviu dizer, que algum daqueles que têm recorrido" à
proteção de Maria, "implorado sua assistência e reclamado
o seu auxílio, tenha sido por ela desamparado". Também os
devotos de Nossa Senhora da Árvore tiveram a mesma
felicidade.
O que mais falta a Maria fazer para atrair nossa
confiança? Cheios de gratidão seja nossa resposta imitar o
cantor da Virgem celeste, o Abade de Claraval que nos
entusiasma; "animado, eu com igual confiança, a Vós
recorro, ó Virgem sem igual, e como Mãe me acolho,
gemendo sob o peso dos meus pecados, me prostro aos
vossos pés".
ASSUNÇÃO, Nossa Senhora da
Concebida sem pecado, Maria
recebeu a recompensa por todo o
bem que fez neste mundo! Ela, a
serva fiel, que se entregou a Deus
de corpo e alma para gerar o
Salvador; ela que, no silêncio tudo
guardou no coração sem jamais
questionar a vontade do Pai,
mereceu um privilégio que não foi
concedido a nenhum ser humano: foi
elevada aos céus pelos anjos, em
corpo e alma. Cremos com a Igreja nessa verdade que foi
proclamada como dogma de fé pelo Papa Pio XII, durante o
ano santo de 1950: Maria não precisou aguardar, como as
outras criaturas, o fim dos tempos para obter também a
ressurreição corpórea.
A elevação gloriosa de Maria aos céus é celebrada em
toda a Igreja no dia 15 de agosto. Ela foi totalmente
assumida por Deus e colocada na glória celeste.
Deus realiza grandes coisas na vida de Nossa Senhora,
fazendo-a acompanhar o Filho nos caminhos da
ressurreição. É sempre bom lembrar: Maria Santíssima,
Assunta ao céu, é a mesma
mulher humilde e servidora, que
viveu em total sintonia com o
projeto do Reino.
A proclamação do dogma da
Assunção não é tão antigo. No
entanto,
desde
os
tempos
apostólicos essa verdade já era
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aceita pelos cristãos. Em Portugal, no século XIV, um
grande acontecimento veio aumentar a devoção popular a
Nossa Senhora da Assunção.
Na véspera da festa da Assunção de 1385, os
castelhanos, dispostos a tomar o poder, invadiram Portugal
para não permitir que o Mestre de Avis, o futuro D. João I,
sucedesse ao rei Dom Fernando, que morrera
prematuramente sem deixar herdeiro masculino direto. O
poderoso reino de Castela, disposto a arrebatar a coroa
lusa, já havia atravessado a fronteira, quando Dom João I,
com o apoio de todos os portugueses, recorreu à proteção
da Virgem Maria, prometendo construir um grande templo
se os lusitanos fossem vitoriosos. Os rogos foram
atendidos. Portugal foi salva. Dom João I, num gesto de
gratidão, ordenou que todas as catedrais do reino fossem
consagradas à Senhora da Assunção, mandando também
construir o famoso convento da Batalha.
O culto da Virgem da Assunção transpôs os mares e foi
implantado no Brasil, onde inúmeras paróquias adotaram-na
como patrona, especialmente a matriz de Cabo Frio e a
catedral de Mariana.
A igreja de Nossa Senhora da Assunção de Cabo Frio
está situada em frente à atual Praça Porto Rocha, no centro
da cidade. Construída em 1615, em estilo jesuítico, possui
altares barrocos. No altar-mor está a imagem da padroeira,
esculpida em madeira, e na mesma data da construção da
Igreja. Possui duas capelas: uma com a imagem de Nosso
Senhor Morto e outra com a imagem de Nossa Senhora de
Assunção. Esta imagem substituiu a Virgem Aparecida,
considerada milagrosa e roubada há alguns anos.
Destacam-se ainda as telas dos evangelistas João, Marcos,
Mateus e Lucas, no teto sobre o altar-mor. Foi reformada
em 1731.
A catedral de Mariana foi dedicada à Virgem da
Assunção logo após a criação do bispado, em 1745, pelo
papa Bento XIV. Em estilo barroco jesuítico é uma das mais
ricas e importantes igrejas mineiras. Nela trabalharam
Manuel Francisco Lisboa, pai do Aleijadinho, e Manuel da
Costa Ataíde, famoso pintor, ao qual se atribui o painel da
padroeira.
A capital do Ceará, a bela Fortaleza, tem também sua
antiga igreja de Nossa Senhora da Assunção. Sobre o altarmor da Matriz aparece uma pintura de Maria elevada ao
céu, cercada de anjos. Nossa Senhora da Assunção é a
mesma Nossa Senhora da Glória. A iconografia, porém, é
diferente.
ATOCHA, Nossa Senhora da
Na região de Jônia, Ásia Menor,
imigrantes
gregos
construíram
muitas cidades como Éfeso que
existe ainda hoje. Famosa por causa
do Concílio nela realizado de 22 de
junho a 2 de julho de 431 (século V)
pelo Papa Celestino I, que
proclamou Maria como Mãe de Deus
contra a heresia de Nestório que lhe
negava essa prerrogativa. Na
Espanha, para festejar este fato, um
artista espanhol esculpiu uma
imagem de Maria com o Menino Jesus nos braços. No
pedestal estava escrito: Teotocos (Mãe de Deus). Era uma
demonstração da grande alegria causada no povo espanhol
pela declaração da maternidade divina, feita pelo Concílio
de Éfeso. A Espanha sempre foi célebre pela devoção a
Maria Mãe de Deus. Principalmente ao tempo da invasão
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
dos Árabes, na batalha de Guadalete em 711, que
dominaram a península Ibérica. No princípio permitiam que
os espanhóis praticassem a religião, mas só dentro das
igrejas. Entre os devotos de Maria, Mãe de Deus, havia um
chamado Gracian Ramíres.
Certo dia, quando Gracian cumpria sua devoção
costumeira, notou que a imagem não se encontrava no
altar. Seu primeiro julgamento foi de que alguma outra
pessoa teria escondido a imagem, para evitar que fosse
profanada, mas ninguém sabia do paradeiro.
Gracian imaginou que teria chegado a hora em que os
muçulmanos desencadeariam uma perseguição mais
violenta aos cristãos e levaram a imagem para fins
sacrílegos. Baseado em outras perseguições brutais contra
o povo, resolveu matar a mulher e a filha, para livrá-las da
selvageria dos invasores, sem antes pedir às duas que se
encomendassem a Deus e à Virgem Maria. Ramíres
pressionado pela situação de desespero e inconformado
com o desaparecimento da imagem da Mãe de Deus, com
outros fiéis, pôs-se a vasculhar todos os recantos onde
alguém a poderia ter escondido. Confiando na mesma
Senhora, excelsa, amável e poderosa, a cada passo
renovava a intenção de proclamá-la rainha da Espanha se a
encontrasse. Depois de muita procura encontraram a
imagem no meio de uma plantação de "atochas" que em
português significa "esparto" — gramínea medicinal e
também muito utilizada no fabrico de cestas, esteiras e
cordas. Encontrar a imagem provocou grande alegria no
pessoal da região que foi se aglomerando em volta.
Quiseram recolocá-la no altar da igreja de onde saiu, mas
não houve como nem quem pudesse removê-la daquele
lugar. Entenderam então que Maria desejava ficar no
mesmo "atochal" e fosse construída uma nova igreja.
O chefe militar muçulmano, vendo aquela aglomeração,
imaginou que haveria alguma revolta do povo e determinou
que os soldados atacassem. Mas fracassou e foram
rechaçados e vencidos. Gracian Ramírez e os demais
entraram gloriosamente em Madri.
O povo não falava de outra coisa a não ser da
espetacular vitória que, desde já, eles atribuíram a Nossa
Senhora da Atocha — A Mãe de Deus, um novo título que
Nossa Senhora recebia
Se por um lado Marcian Ramírez também podia se
alegrar por ter contribuído para a derrota dos mouros, por
outro, amargurava-lhe a alma lembrar que sua esposa e
filha tinham sido degoladas por ele mesmo!... Chorando,
dirige-se ao local do encontro da imagem, onde já se
começava a construção da igreja em louvor à Mãe de Deus.
Qual não foi seu espanto e alegria encontrar vivas sua
esposa e filha, ambas de joelhos diante da imagem,
rezando. Ramírez não podia crer no que via. Julgou ser
ilusão. Foi necessário que as duas lhe falassem,
agradecendo à Mãe de Deus o milagre que Jesus operava
por intercessão de Maria! A devoção a N. Senhora da
Atocha, se espalhou. Os reis da Espanha a escolheram por
padroeira da nação depois que o rei Afonso VI reconquistou
Madrid definitivamente.
AUXILIADORA, Nossa Senhora
Esta invocação mariana encontra suas raízes no ano
1571, quando Selim I, imperador dos turcos, após
conquistar várias ilhas do Mediterrâneo, lança seu olhar de
cobiça sobre toda a Europa. O Papa Pio V, diante da inércia
das nações cristãs, resolveu organizar uma poderosa
esquadra para salvar os cristãos da escravidão muçulmana.
Para tanto, invocou o auxílio da Virgem Maria para este
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combate católico. A vitória aconteceu no dia 7 de outubro de
1571. Afastada a perseguição maometana, o Santo Padre
demonstrou sua gratidão à Virgem acrescentando nas
ladainhas loretanas a invocação: Auxiliadora dos Cristãos.
No entanto, a festa de Nossa Senhora Auxiliadora só foi
instituída em 1816, pelo Papa Pio VII, a fim de perpetuar
mais um fato que atesta a intercessão da Santa Mãe de
Deus: Napoleão I, empenhado em dominar os estados
pontifícios, foi excomungado pelo Sumo Pontífice. Em
resposta, o imperador francês seqüestrou o Vigário de
Cristo, levando-o para a França.
Movido por ardente fé na vitória, o
Papa recorreu à intercessão de
Maria
Santíssima,
prometendo
coroar solenemente a imagem de
Nossa Senhora de Savona logo que
fosse liberto. O Santo Padre ficou
cativo por cinco anos, sofrendo toda
espécie de humilhações. Uma vez
fracassado, Napoleão cedeu à
opinião pública e libertou o Papa,
que voltou a Savona para cumprir
sua promessa. No dia 24 de maio de 1814, Pio VII entrou
solenemente em Roma, recuperando seu poder pastoral. Os
bens eclesiásticos foram restituídos. Napoleão viu-se
obrigado a assinar a abdicação no mesmo palácio onde
aprisionara o velho pontífice.
Para marcar seu agradecimento à Santa Mãe de Deus,
o Papa Pio VII criou a festa de Nossa Senhora Auxiliadora,
fixando-a no dia de sua entrada triunfal em Roma.
O grande apóstolo da juventude, Dom Bosco, adotou
esta invocação para sua Congregação Salesiana porque ele
viveu numa época de luta entre o poder civil e o
eclesiástico. A fundação de sua família religiosa, que
difunde pelo mundo o amor a Nossa Senhora Auxiliadora,
deu-se sob o ministério do Conde Cavour, no auge dos
ódios políticos e religiosos que culminaram na queda de
Roma e destruição do poder temporal da Igreja. Nossa
Senhora foi colocada à frente da obra educacional de Dom
Bosco para defendê-la em todas as dificuldades.
No ano de 1862, as aparições de Maria Auxiliadora na
cidade de Spoleto marcam um despertar mariano na
piedade popular italiana. Nesse mesmo ano, São João
Bosco iniciou a construção, em Turim, de um santuário, que
foi dedicado a Nossa Senhora, Auxílio dos Cristãos.
A partir dessa data, Dom Bosco, que desde pequeno
aprendeu com sua mãe Margarida, a confiar inteiramente
em Nossa Senhora, ao falar da Mãe de Deus, lhe unirá
sempre o título Auxiliadora dos Cristãos. Para perpetuar o
seu amor e a sua gratidão para com Nossa Senhora e para
que ficasse conhecido por todos e para sempre que foi "Ela
(Maria) quem tudo fez", quis Dom Bosco que as Filhas de
Maria Auxiliadora, congregação por ele fundada juntamente
com Santa Maria Domingas Mazzarello, fossem um
monumento vivo dessa sua gratidão.
Dom Bosco ensinou aos membros da família Salesiana
a amarem Nossa Senhora, invocando-a com o título de
AUXILIADORA. Pode-se afirmar que a invocação de Maria
como título de Auxiliadora teve um impulso enorme com
Dom Bosco. Ficou tão conhecido o amor do Santo pela
Virgem Auxiliadora a ponto de Ela ser conhecida também
como a "Virgem de Dom Bosco".
Escreveu Dom Bosco: "A festa de Maria Auxiliadora
deve ser o prelúdio da festa eterna que deveremos
celebrar todos juntos um dia no Paraíso".
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
AZAMBUJA, Nossa Senhora de
As famílias vindas do distrito de Treviglio (Itália), no dia
22 de outubro de 1875, para emigrarem para o Brasil,
depois de embarcarem em Le Havre (França), combinaram
entre si que ficariam sempre unidas. Para isso levantariam
uma igrejinha ou capela em honra da "Madonna de
Caravaggio". A promessa de permanecerem sempre juntos
não se concretizou, fixando-se no vale de Azambuja (valata
Azambuja), situado a três quilômetros de Brusque, apenas 9
colonos. Inicialmente chamado de "Caminho do Ribeirão" ou
"Caminho do Meio", tomou o nome de Azambuja,
possivelmente em homenagem ao Diretor do Departamento
de Terras, Conselheiro Dr. Bernardo Augusto Nascentes
d’Azambuja.
Já em 1876, apenas tinham chegado os primeiros
colonos ao Vale de Azambuja, começaram a pensar em
construir uma Capela em honra de Nossa Senhora de
Caravaggio. Após algumas discussões de como fazê-la, no
primeiro domingo de novembro de 1884, chegaram a uma
conclusão: decidiram construí-la de tijolos, para que ficasse
mais segura e mais barata, pois tudo se faria alí mesmo. No
final deste mês era iniciada a fabricação dos tijolos e das
telhas para o futuro templo. Foi erguida uma pequena igreja,
medindo 6 metros de comprimento por 3 de largura. Com a
sacristia totalizava 36 metros quadrados. O terreno foi
doado por Pietro Colzani, possuidor do lote nº 16. Sobre o
altar, um quadro de Nossa Senhora de Caravaggio, vindo
diretamente da Itália. Este quadro ainda hoje pode ser
admirado na gruta anexa ao Santuário. Aqui não se invoca
Nossa Senhora de Caravaggio, mas Nossa Senhora de
"Azambuja".
No dia 24 de abril de 1887 a Capela foi benta pelo Padre
Marcello Ronchi SJ, estando presente também o Pe. João
Fritzen SJ, Vigário de Brusque.
Azambuja logo torna-se um centro de peregrinações.
Crescendo o número de romeiros e vendo a importância
espiritual que alcançava, Pe. Antônio Eising inicia a
construção de uma nova Igreja, no mesmo ano em que
chega a Brusque, 1892. A nova Igreja, que mede 10 metros
de largura por 12 de comprimento, fora o Presbitério, está
concluída em 1894. A antiga ermida, que ficava um pouco
abaixo do atual Santuário, conservou o quadro de Nossa
Senhora. Encomendaram na Itália as imagens de Nossa
Senhora e de Joanita, as mesmas que ainda hoje se
encontram no altar-mor do Santuário.
A partir de 1892 é comemorada a tradicional festa de 26
de maio, dia da aparição. Em 15 de agosto de 1900 é
celebrada pela primeira vez a festa da Assunção de Nossa
Senhora .
Cada vez mais afluíam devotos para as festas. Consta
que na festa de 1900 contaram-se 2.000 romeiros.
Crescendo a importância, o Bispo Diocesano de Curitiba
Dom Duarte Leopoldo e Silva, a 1º de setembro de 1905,
eleva a Capela de Azambuja à dignidade de Santuário
Episcopal, com o título de Santuário de Nossa Senhora de
Azambuja, desmembrando-o da jurisdição do Vigário de
Brusque. Na mesma oportunidade é nomeado Pe. Gabriel
Lux, SCJ, "Fabriqueiro-Administrador do Santuário e
Delegado da Autoridade Diocesana, com plenos poderes"
A finalidade desta criação, basicamente, foi de, através
das esmolas dos romeiros, se propiciar condições de
subsistência à Santa Casa de Misericórdia de Nossa
Senhora de Azambuja, que havia sido criada três anos
antes, a 29 de junho de 1902.
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Em abril de 1927 é transferido para Azambuja o
Seminário Menor da Aquidiocese de Florianópolis. Pe.
Jaime de Barros Câmara, que mais tarde viria a ser Cardeal
Arcebispo do Rio de Janeiro, foi seu primeiro Reitor. Desde
então os sacerdotes professores do Seminário, assumem
também a pastoral do Santuário.
No dia 2 de novembro de 1927 são retirados da antiga
Capelinha os quadros, bancos e ex-votos. No dia seguinte é
feita a demolição da mesma. Alí junto à fonte, cujas águas
são tidas como miraculosas, dá-se início à construção de
uma gruta. Um ano depois, a 9 de dezembro de 1928, Pe.
Jaime abençoava e inaugurava o novo monumento de
piedade. Na gruta são entronizadas as imagens de nossa
Senhora de Lourdes e Bernadete. Sobre a gruta, que está
dois metros abaixo do nível do terreno, uma capela, onde
estão o quadro de Nossa Senhora de Caravaggio e os exvotos dos romeiros.
No dia 8 de dezembro de 1939 era lançada a pedra
fundamental do novo e majestoso Santuário, o terceiro a ser
edificado. Suas paredes foram erguidas em redor do
Santuário anterior. O projeto, idealizado pelo renomado
arquiteto Simão Gramlich, prevê uma torre com 40 metros
de altura e uma nave central medindo 45 metros de
comprimento por 16 metros de largura com uma altura de
20 metros. Entre junho e setembro de 1941 se destrói o
antigo Santuário.
Embora já estivesse sendo usado desde 1943, somente
em 26 de maio de 1956 Dom Joaquim Domingues de
Oliveira oficia a consagração do Templo.
A partir de 1950 se constroe o "Morro do Rosário":
consta dos 15 Mistérios do Rosário, distribuídos ao longo do
caminho de acesso ao cume do morro que fica atrás do
Santuário. No topo o último dos Mistérios Gloriosos: a
coroação da Virgem Maria pela Santíssima Trindade. Cada
um dos mistérios consta de estátua ou grupos de estátuas
feitas de cimento, em tamanho natural.
BEAURAING, Nossa Senhora de
Em 1932, 15 anos depois de
Fátima, Nossa Senhora aparece 33
vezes a cinco crianças em Beauring
(Bela Ramagem), povoado da
Bélgica, próximo à França.
A primeira aparição deu-se
quando as crianças saiam da escola,
do lado poente: uma senhora vestida
de branco, cercada de luz,
passeando pelo ar como por sobre
uma nuvem; depois a viram várias
vezes no "jardim", quer era o local de recreio da escola.
O cinco videntes puderam observar que a Virgem
possuía um "coração de ouro".
Ela se identificou como a "Mãe de Deus, a Rainha do
Céu" e lhes disse: "Orem sempre. Vocês me amam? Pois
sacrifiquem-se por mim".
Uma aparição muito singela, que conquistou a alma da
Bélgica para o Coração de Maria. A seu santuário, no
"jardim", peregrinam cerca de 200.000 pessoas anualmente.
Nos tempos difíceis da Segunda Guerra Mundial, sob a
ameaça de Hitler, a Virgem foi refúgio seguro para os
belgas. As cinco crianças se casaram, quatro meninas e um
menino. Quatro deles ainda vivem.
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
BELÉM, Nossa Senhora de
(BETHLÉEM)
Ploeren França
Belléan é uma aldeia que fica perto do santuário de
Nossa Senhora de Belém (Bethléem em francês); supõese por isso que a pronúncia popular de "Belém" influísse no
título que deram a Nossa Senhora , de Belém, em vez de
Belléan, pois outra explicação não conhecem.
O costume tradicional conservou uma regra severa para
os dias de peregrinação: exige que as moças que desejam
casar-se no decurso do ano acompanhem a pé, sem rir nem
falar, o trajeto de Vannes a Belléan.
Uma lenda local refere a história do cativeiro de Garo,
proprietário do castelo vizinho de
Ploeren.
Em
Lembrança
do
cativeiro,
invoca-se
Nossa
Senhora de Belém a favor dos
prisioneiros.
Durante a última guerra, as
famílias que estavam sem
notícias dos seus deviam mandar
tocar o sino do santuário.
Realizam-se peregrinações em
15 de agosto e 08 de setembro.
BELLEVILLE, Nossa Senhora em
A partir de fevereiro de 1993, Ray Doiron recebeu
mensagens de Nossa Senhora em Belleville. As mensagens
são as mesmas dadas sob a invocação de Rainha da Paz.
Mensagem principal: Conversão, oração contínua (reza
diária do Rosário completo), leitura diária da Bíblia, jejum,
penitência, confissão e comunhão freqüentes. Rezar com o
coração, com amor a Deus. Rezar pelo Papa, bispos e todo
o clero. Dar testemunho de fé, evangelizar.
Muitas das profecias dizem respeito ao castigo que paira
sobre os Estados Unidos em particular; foram revelados
alguns detalhes sobre o fim dos tempos, com muitas
exortações à oração e à confiança em Deus. As frases
abaixo foram tiradas de mensagens recebidas por Ray
Doiron de 1993 a 1994:
Orações: Nossa Senhora pediu que recordemos esta
invocação ao rezar o rosário:
Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que
recorremos a vós.
Observação: Trata-se de uma aparição que não obteve
ainda aprovação oficial da nossa Igreja Católica Apostólica
Romana.
VER MENSAGENS (BELLEVILLE)
Fonte:
Colaboração
([email protected])
de
Maria
Beatriz
BELO RAMO, Nossa Senhora do
Antes mesmo do descobrimento do Brasil, Nossa
Senhora tinha um santuário no Sul da Franca, denominado
BÉTHARRAM, vocábulo hebreu que significa "Belo Ramo".
Era naquele tempo um dos mais famosos do País dos
Francos. A tradição conta que a primitiva imagem teria sido
encontrada num espinheiro ardente, que atraiu a atenção
dos pastores.
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O nome de Belo Ramo, no entanto, é justificado pela
lenda de uma menina salva das águas. Colhendo flores nas
encostas do rio Gave, ela escorregou e foi arrastada pela
correnteza. Desesperada, pediu socorro a Nossa Senhora e
imediatamente viu perto de sua mão um galho, com o
auxílio do qual pôde chegar à margem, salvando-se. Para
testemunhar sua gratidão a jovem mandou fazer um ramo
de ouro, que colocou na mão de sua Protetora
As discórdias religiosas do século XVI, época das
sistemáticas destruições dos templos católicos pelos
protestantes, repercutiram no sul da Franca e em 1589 o
santuário foi destruído pelo fogo. A imagem da Virgem,
porém, foi levada pelos devotos para a Espanha, onde é
venerada com o nome de Nossa Senhora à Francesa, ou
Nossa Senhora à Gasconha. A tradição conta que na noite
do incêndio um fulgor emanava das ruínas do templo,
impressionando a população, que se empenhou em
reerguer a Casa de Maria Santíssima. Em 1616 ela foi
reedificada e entregue aos Missionários de Garaison. Luís
XIII mandou anexar urna capela em honra de São Luís e
Luís XIV concedeu ao santuário uma boa renda, com a qual
os missionários o reconstruíram inteiramente, ficando o
templo de Bétharram concluído em 1661.
No século XVII o doutor da Sorbonne Hubert
Charpentier ali colocou um calvário
e assim grande número de romeiros
vinham cultuar a Virgem Maria e a
Cruz, num santuário completamente
renovado. Conta-se que certa vez a
Cruz das Alturas, como que atacada
pelas forças infernais, inclinou-se e
caiu,
levantando-se
sozinha
momentos depois. Os padres
capelães resolveram então erguer
ali uma Via-Sacra monumental.
Durante a Revolução Francesa, em
1789, o edifício foi poupado, mas as capelas da Via-Sacra
foram entregues à sanha dos destruidores.
A 14 km de Bétharram, um berço dos altaneiros Montes
Pireneus, Nossa Senhora apareceu a Santa Bernadete.
Diziam que o santuário de Lourdes iria apagar o do Belo
Ramo, mas aconteceu o contrário, o velho templo e mais do
que nunca visitado por pessoas que desejam se recolher,
receber os sacramentos e agradecer as graças recebidas,
comprovadas por inúmeras placas de mármore com
inscrição de gratidão. O tesouro Betharramita possui
numerosas lembranças históricas.
No decorrer de sua longa historia, Betharram foi
residência de capelães para atender os romeiros; Seminário
Maior do bispado de Bayonne e posteriormente Casa-Mãe
da Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus,
fundada por São Miguel Garricoits, em 1841.
O padre Garricoits, diretor do Seminário desde 1831,
preocupado em dar nova vida ao cristianismo, enfraquecido
com as teorias da Revolução Francesa, resolveu iniciar o
seu apostolado pela juventude, fundando ali, em 1837, uma
escola primária. Dez anos depois criou cursos secundários,
tornando uma realidade o Colégio de Betharram, que
continua florescente até hoje.
Quando o bispo de Bayonne transferiu o Seminário
Maior para aquela cidade, Pe. Garricoits sentiu o chamado
de Deus para estabelecer ali, naquele local privilegiado pela
natureza e pela fé, uma comunidade religiosa, iniciada com
pequeno número de sacerdotes, e que rapidamente se
desenvolveu com a adesão de muitas pessoas desejosas
de se dedicar ao serviço do Sagrado Coração de Jesus.
Mais tarde foi organizada também uma sociedade de irmãos
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
leigos, para os quais o Padre comprou sítios, construiu
casas, criou oficinas de alfaiates, padeiros, encadernadores,
sapateiros, carpinteiros, lançando vários deles como
professores primários. Ele sonhava com um orfanato
agrícola e industrial.
O antigo prédio do mosteiro ameaçava cair,
acontecendo mesmo um início de incêndio na noite de 22
para 23 de julho de 1939, mas o padre Miguel conseguiu
impedir que ele se alastrasse. Mandou então restaurar o
antigo edifício e o Santuário de Nossa Senhora. Reergueu o
Calvário e entregou o trabalho da Via-Sacra a um jovem
artista, Alexandre Renoir. Este deixou oito grupos de
imagens, cujos baixos-relevos se impõem pela majestade
soberana do Cristo. Antes de retirar-se, Renoir ofereceu ao
Pe. Garricoits a escultura da "Madona Branca", que desde
então reina no centro do magnifico retábulo do altar-mor.
No século XIX noventa mil bascos, em busca de
trabalho, tinham emigrado para a América Latina. Isolados
pela língua, a fé deles definhava. As autoridades civis e o
Arcebispo de Buenos Aires pediram ajuda ao bispo de
Bayonne, que se dirigiu ao Pe. Garricoits, de origem basca.
Atendendo novamente ao chamado de Deus, os religiosos
atravessaram o oceano e iniciaram sua obra em Buenos
Aires, dando início na América Latina a uma epopéia de fé,
que continua até hoje na Argentina, no Uruguai, Paraguai e
Brasil.
Os Betharramitas chegaram ao nosso pais em 1935,
instalando sua Casa-Mãe em Passa Quatro (MG). Em 1942
Os padres do Sagrado Coração de Jesus de Bétharram
foram para Conceição do Rio Verde, no Sul de Minas, onde
fundaram uma escola primária-internato. Aos poucos eles
abriram outras casas sob a proteção de Nossa Senhora,
como a do bairro de Vila Matilde, em São Paulo, onde existe
a paróquia de Nossa Senhora do Belo Ramo, cuja igreja foi
construída em 1979. Ela é ainda Padroeira do bairro
Jacqueline, em Belo Horizonte, e em Brumadinho (MG)
existem dois santuários consagrados à Madona de
Bétharram.
BETÂNIA, Nossa Senhora em
Venezuela
Se há alguém para quem o miraculoso faz parte do diaa-dia, é Maria Esperanza Bianchini. Desde criancinha, Maria
Esperanza relatava a ocorrência de numerosas experiências
místicas e extraordinárias. Hoje, aos 67 anos de idade, ela é
casada e tem sete filhos.
Ela é também uma estigmatista, cujos estigmas se
manifestam na Sexta-Feira Santa. Já foi vista levitando
durante a Missa, e relata ter freqüentes conversas com a
Virgem Maria. Seus estigmas foram já examinados por
dúzias de médicos; alguns de seus parentes testemunham
episódios de bilocação (aparecer em dois lugares ao
mesmo tempo) por parte de Maria Esperanza; seus filhos
viram-na, à noite, cercada de luz, imersa em profunda
oração.
Em 1976, dois anos após Maria Esperanza haver
adquirido uma fazenda em Finca Betânia, na Venezuela, ela
foi agraciada com uma visão da Virgem Maria, na qual esta
lhe disse: "Você me verá na terra que comprou". A 25 de
Março, festa da Anunciação, Maria Esperanza e cerca de 30
de seus familiares e amigos meditavam a vida de Jesus
Cristo diante duma pequena gruta que eles haviam
descoberto na propriedade, quando Maria manifestou-se,
dizendo: "Minha filha, eu estou lhe dando um pedacinho
do Céu. Lourdes...Betânia na Venezuela. Este lugar é
para todos, não somente para os Católicos".
Página 18
À medida que as aparições se sucederam, mais e mais
pessoas relatavam também ver Nossa Senhora em Betânia.
A avaliação de parte da Igreja Católica dessas
aparições, profecias, luzes místicas, deliciosos aromas
insólitos e curas que tiveram lugar em Betânia foi expressa
em 1987, após mais de dez anos de investigações. O Bispo
Pio Bello Ricardo declarou:
"Após haver estudado repetidamente as aparições
da SS. Virgem Maria em Betânia, e tendo suplicado ao
Senhor por discernimento espiritual, declaro que
segundo o meu julgamento as ditas aparições são
autênticas e têm caráter sobrenatural. Eu, portanto,
aprovo oficialmente que o local onde as aparições
ocorreram seja considerado sagrado...".
Como que a confirmar as conclusões do Bispo, um
evento muito incomum teve lugar na vigília da Imaculada
Conceição (8 de Dezembro), em 1991. O Pe. Otty Ossa,
diretor espiritual de Maria Esperanza e capelão de Betânia,
estava rezando Missa na capela a céu aberto junto à gruta,
quando a Hóstia começou a sangrar em sua mão. O Pe.
Otty explicou:
"Eu parti Hóstia em quatro pedaços. Quando olhei
para a patena, não pude acreditar em meus olhos: eu vi
um risco vermelho formar-se na Hóstia e sair dele uma
substância vermelha, semelhante ao sangue que sai
dum ferimento. Após a Missa, eu peguei a Hóstia e a
protegi no Sacrário. No dia seguinte, às seis da manhã,
observei que o sangue era fluido e havia começado a
secar. Entretanto, até hoje ele ainda parece fresco.
Surpreendentemente, o sangramento ocorre apenas de
um lado, não atingido o outro lado da finíssima Hóstia".
Um milagre Eucarístico ocorreu,pois, em Betânia: um
episódio sobrenatural que parece indicar a anuência divina
com relação às ocorrências dali, como também confirmar
mais uma vez a presença real de Jesus na Hóstia
Eucarística. A imagem de vídeo digitalizada abaixo mostra o
sangue, do qual uma amostra foi encaminhada para análise,
que concluiu tratar-se de sangue humano, distilado do
centro da Hóstia partida.
Um fato similar ocorreu em Stich, Alemanha, em 1970.
Nesta ocorrência, o sangue saído duma Hóstia tingiu as
vestes do altar da capela bávara local. Os sacerdotes não
conseguiram determinar a origem das manchas; por isso,
enviaram os panos do altar para análise química no Instituto
Policlínico da Universidade de Zurique. Na Universidade,
ninguém conhecia a procedência dos panos, e muito menos
das manchas. As manchas foram submetidas a quatro
diferentes métodos de análise química e, em todos os
casos, a conclusão foi sempre a mesma: as manchas eram
de sangue humano.
VER MENSAGENS (BETÂNIA)
Fonte:
Colaboração
([email protected])
de
Maria
Beatriz:
BISTRICA, Nossa Senhora de
Croácia
Aparecem referências ao lugar chamado "Bistrica" na
Croácia, em documentos escritos no ano de 1209. Trata-se
de um pitoresco vale situado em Hrvatsko Zagorje, a norte
de Zagreb. A paróquia e a igreja de "Marija Bistrica" já eram
citados no ano 1334.
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
A imagem de Nossa Senhora remonta ao século XV.
Antes esteve na igreja de Visinski. Por volta do ano 1545,
devido à ameaça dos otomanos, ela foi transferida para
Bistrica. Em 1650 foi escondida na parede da igreja e logo
depois foi esquecida.
Em 1684, sob a supervisão do bispo Martin Borkovic a
imagem foi novamente encontrada e colocada num altar.
Desde então tiveram início as numerosas peregrinações dos
devotos de Nossa Senhora. Em 1880, terrível incêndio
destruiu a igreja mas a imagem foi milagrosamente
preservada.
Em seguida o arquiteto Herman Bole cuida da
restauração do templo.
A imagem de Nossa Senhora de Bistrica é negra.
Segundo a história, ela tornou-se preta por causa do
incêndio ocorrido em 1880. Há historiadores da arte que
reinvidicam que as "madonas" negras eram assim feitas de
propósito no século XII. Os artistas teriam-nas esculpido
com a tez escura inspirados no Antigo Testamento, no qual
o rei Salomão elogia a beleza morena das mulheres de
Jerusalém.
Em 1715 o parlamento da Croácia presenteou o templo
com o principal em honra da "Bistricka Gospa".
Anteriormente dedicada a São Pedro e São Paulo, a igreja é
colocada sob o patrocínio de "Snijezna Gospa" (Nossa
Senhora das Neves). A denominação atual é "Majka Bozja
Bistricka" (Mãe de Deus de Bistrica).
O Papa Bento XIV (1750-1758) concedeu uma
indulgência plenária a todos os peregrinos que naquele
santuário confessarem os seus pecados e participarem da
Eucaristia.
Em 1923 o Papa Pio XI concedeu ao Santuário o
honroso título de Basílica Menor. Em 1935 o Arcebispo de
Zagreb solenemente coroou a imagem, proclamando-a
Rainha de todo o povo da Croácia. Em 1971, a Conferência
dos Bispos nomeou o templo como Santuário Nacional. Em
1984 ali se realizou o Congresso Eucarístico Nacional com
a presença de centena de milhares de croatas.
No dia 3 de outubro de 1998, num sábado, o papa João
Paulo II beatificou em Bistrica o Cardel Aloísio Stepinac,
conhecido por seu amor e reverência para com a Virgem
durante toda sua vida. Mais de 500 mil pessoas
participaram da missa solene de beatificação.
BOA MORTE, Nossa Senhora da
Pode-nos parecer estranha esta
associação entre Maria e a morte,
quando a veneramos assunta ao
céu, em corpo e alma. A tradição
católica evita afirmar que Nossa
Senhora tenha morrido. Os Padres
da
Igreja,
antigos
escritores
eclesiásticos, falam em "dormitio"
(dormição) de Maria, não em morte.
No entanto, a definição dogmática
do Papa Pio XII, em 1950, é
bastante cautelosa na análise dessa
questão: "... a Imaculada Mãe de Deus, a sempre Virgem
Maria, terminado o curso de sua vida terrestre, foi assunta
em corpo e alma à glória celeste". (DS 3903).
Antigas tradições esclarecem que Nossa Senhora teria
partido deste mundo no ano 42 da nossa Era, quando Maria
deveria ter cerca de 60 anos. Seu corpo imaculado teria
sido levado ao Getsêmani e colocado num sepulcro novo,
sobre o qual mais tarde foi construída uma pequena igreja.
Página 19
Três dias depois, os apóstolos foram visitar o sepulcro e, tal
como aconteceu com Jesus, encontraram o túmulo vazio.
Podia-se sentir um perfume de flores exalando do local
onde se colocara o corpo da Virgem Maria.
Como tantas outras devocões marianas, o culto de
Nossa Senhora da Boa Morte chegou ao Brasil por meio
dos portugueses. Encontramo-lo presente, em primeiro
lugar, na cidade de São Salvador da Bahia. A imagem de
Nossa Senhora da Boa Morte pode ser venerada na igreja
da Glória e Saúde. Ainda hoje, na véspera da festa da
Assunção, a imagem é depositada num esquife e exposta à
visita dos fiéis.
Tudo indica que, de Salvador, a devoção tenha se
deslocado para a cidade de Cachoeira, no Recôncavo
baiano. Nesta cidade, anualmente, a Irmandade da Boa
Morte presta homenagens a sua patrona. A Irmandade de
Nossa Senhora da Boa Morte é a única no Brasil e talvez no
mundo com as suas características. Apenas mulheres com
mais de 40 anos são admitidas na confraria que existe há
mais de dois séculos. O culto a Nossa Senhora da Boa
Morte é uma tradição da Igreja Católica e que na Bahia
incorporou elementos da cultura afro-brasileira. A cada ano,
os rituais promovidos pela irmandade atraem mais turistas e
pesquisadores de vários países, principalmente dos Estados
Unidos.
A Festa de Nossa Senhora da Boa Morte tem início com
a da procissão das integrantes da irmandade que tem o
nome da santa. Nesta procissão, as irmãs, vestidas de bata
redonda e saia branca comprida, iniciam os rituais que
duram três dias, conduzindo a imagem de Nossa Senhora
no esquife pelas principais ruas do centro histórico. Após o
percurso, elas levam a imagem até a sede da irmandade,
onde rezam pela memória das irmãs falecidas. Encerrando
o culto religioso, participam da ceia branca, quando são
servidos pratos à base de frutos do mar, acompanhados de
pão e vinho.
No segundo dia da programação, as integrantes da
irmandade retornam às ruas de Cachoeira, para o ritual da
procissão do sepultamento. Vestidas com suas becas
pretas, elas carregam a imagem de Nossa Senhora, em
silêncio, seguidas pelos músicos da filarmônica, que tocam
marchas fúnebres. De volta à capela, com a imagem,
participam da celebração que simboliza uma celebração de
exéquias.
No domingo, quando os festejos atingem o auge da
programação, as irmãs comemoram a Assunção de Nossa
Senhora da Glória. Neste dia, saem em procissão, em clima
de muita alegria.
Nas mãos, carregam flores e enfeitam suas becas com
colares de contas coloridas e dourados. Ao final da
procissão, retornam para a sede da irmandade e trocam as
becas por saias batas coloridas. Vestidas assim, recebem
todos os convidados para o tradicional banquete da
Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte, dando início a
três dias de samba-de-roda.
Sob o mesmo título, Nossa Senhora é cultuada em
Olinda. Graças à sua proteção, o Convento do Carmo, onde
ela se encontra há mais de três séculos, escapou à
destruição efetuada pelos holandeses em 1630.
Uma Irmandade da Boa Morte foi criada em São Paulo
no século XVII. A princípio estabelecidos na igreja do
Carmo, os irmãos inauguraram um templo próprio em 1810.
Esta igreja possui peças de grande valor histórico, como
uma Santa Úrsula do século XVIII e a imagem do Senhor
Bom Jesus, vinda da igreja do Pátio do Colégio. Voltada
para o antigo caminho da corte (Várzea do Carmo, atual
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
bairro do Brás), era utilizada como mirante durante o II
Reinado, para avistar figuras ilustres que chegassem a São
Paulo.
O Rio de Janeiro também conta com sua Irmandade da
Boa Morte. Infelizmente, que funcionava inicialmente na
igreja do Carmo.
Em Portugal, temos notícia da localidade chamada
Lombo do Atouquia, pertencente à freguesia de Calheta,
onde existiu uma capela da invocação de Nossa Senhora da
Boa Morte, fundada por Francisco Homem de Couto, no ano
de 1661, e ainda ali se encontra a capela de São Pedro de
Alcantara, conhecida também em outro tempo por São João
Baptista, mandada edificar em 1783 por João Baptista.
BOA VIAGEM, Nossa Senhora da
Os
portugueses,
grandes
desbravadores dos oceanos, em
sua devoção à Virgem não
poderiam deixar de invocá-la em
suas arriscadas viagens. Assim,
deram-lhe o título de "Nossa
Senhora da Boa Viagem", desde
tempos imemoriais. Entretanto, a
primeira igreja erigida em terras
lusitanas sob esta invocação deu-se
no ano de 1618, perto de Lisboa.
No Brasil o culto a Nossa
Senhora da Boa Viagem passou primeiramente pela Bahia,
onde foi construída uma pequena igreja junto à praia. Em
Pernambuco, por volta de 1707, o Pe. Leandro Carmelo
construiu uma capela, também junto à praia. Providenciou a
confecção de uma imagem da Mãe de Deus que foi
colocada sobre o altar-mor do templo, em torno do qual
surgiu o famoso bairro da Boa Viagem, ponto turístico da
capital pernambucana.
Ainda no século XVIII, foi construída, na baía de
Guanabara, uma capela no alto da península junto a Niterói.
Para custear as despesas do culto instituiu-se uma
irmandade de pescadores e homens do mar. Todas as
embarcações que aportavam ao Rio de Janeiro pagavam de
boa vontade uma quantia para a manutenção do templo.
Esta capela foi destruída por um incêndio em 1860 e
reconstruída pela Sociedade Protetora dos Homens do Mar.
A devoção também aportou em locais afastados do
litoral brasileiro. Por algo que só mesmo a Providência
Divina pode explicar, a padroeira de Belo Horizonte, capital
de Minas Gerais, é Nossa Senhora da Boa Viagem. O
historiador Augusto de Lima Jr. conta que, como era
costume, em meio a uma esquadra lusitana que chegou ao
Rio de Janeiro em 1709 encontrava-se a nau Nossa
Senhora da Boa Viagem. Seu comandante, não tendo
condições de prosseguir viagem, pediu dispensa da Marinha
Real e com alguns companheiros embrenhou-se nos
sertões de Cataguás em busca de ouro. Entre os seus
sequazes estava o piloto Francisco Homem del-Rei, que
antes de arriscar-se no interior de Minas Gerais, retirou do
navio abandonado o nicho com a imagem da Virgem da Boa
Viagem e a levou como sua protetora.
Os aventureiros encontraram bastante ouro e se
enriqueceram. Francisco del-Rei adquiriu terras no cerro de
Congonhas, águas vertentes de um curral, isto é, fazenda
de gado, que abastecia os mineradores da região. O antigo
piloto aí construiu uma ermida em honra da Senhora da Boa
Viagem, sua padroeira.
Página 20
Essa capela foi destruída e em seu lugar, em 1905
ergueram a mais igreja antiga da cidade de Belo Horizonte,
capital de Minas Gerais. Em estilo neogótico, abriga vitrais
de grande beleza. O altar-mor é trabalhado em mármore
carrara.
A propósito dessa Catedral, circula ainda uma lenda,
que foi recolhida pelo estudioso do folclore Saul Martins. A
lenda, se não desmente a história que se conta como
verdadeira, serve para completá-la: "no começo do séc.
XVII um português, acompanhado pôr três escravos de
confiança, levava no lombo de dois burros, 15 arrobas (
aproximadamente 200 Kg ) de ouro em barras moedas e
jóias. Ele foi perseguido por ladrões, quando passava pelo
povoado de Curral d’El Rey. Para escapar do bando, ele
resolveu enterrar a fortuna num tacho de cobre a 81 passos,
em linha reta, contados da entrada principal da capela, em
direção ao pico mais alto, à vista, da serra que deu o nome
ao arraial. Vendo que não teria como escapar dos ladrões, o
português mandou que um dos escravos levasse um mapa
do tesouro para sua esposa em Caeté. Segundo a lenda, o
português e os dois escravos foram mortos e o tesouro
continua até hoje pôr lá. A antiga capela é hoje a Catedral
de Boa Viagem!"
Nossa Senhora da Boa Viagem é também venerada na
cidade de São Bernardo do Campo (SP), na pároquia com o
mesmo nome, criada no dia 21 de outubro de 1812, quando
desmembrou-se da freguesia da Sé. Em 1813, o governo
adquiriu terras de um certo Sr.
Manoel Rodrigues de Barros para
criação do novo povoado e
edificação do novo templo. Havia
naquela época, na freguesia, 1.423
habitantes e 218 habitações, mas
ainda não havia sido construída a
igreja. Apesar das tentativas do Pe.
José Basílio, somente em agosto de
1814 é enviado à freguesia o
Tenente Coronel Engenheiro da
Corte, Pedro Muller. Ele constatou
que tanto a capela estava sem condições, como o local era
impróprio para fundar um povoado. Escolheram um local
mais aprazível, distante dali por uns 600 pés, cortado pela
estrada geral, atual Avenida Marechal Deodoro.
Possivelmente o ínicio da construção tenha ocorrido entre
1815 e 1818. Presume-se que sua conclusão só tenha
ocorrido por volta de 1848. Segundo consta, desde de sua
criação, ela já recebeu a denominação de Paróquia Nossa
Senhora da Boa Viagem.
Em Portugal, mais precisamente na vila de Ericeira,
todos os anos, nos dias 15 a 18 de agosto, desde 1947, a
Senhora da Boa Viagem é homenageada com bailes,
espetáculos, fanfarras, procissões, missa campal. É uma
festa dos pescadores que todos os anos conta com uma
comissão organizadora. Todos os anos o mar e a praia são
abençoados.
BOAS
NOVAS,
Senhora das
Nossa
Este título foi dado a Nossa
Senhora na ocasião em que se
anunciaram
as
boas
notícias
referentes à ação heróica de Joana
d’Arc pelo livramento da França.
"La Pucelle" tinha pedido que
dissessem ao rei que mandasse
construir em seu reino algumas
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
Página 21
capelas em que se rezasse pela salvação das almas dos
soldados, quer ingleses, quer franceses, mortos na guerra.
Assim se fez em Chateau-l’Eveque, dando a Nossa
Senhora o título de "das Boas Novas".
Nossa Senhora do Bom Conselho é a padroeira da
Província Jesuíta do Brasil Central.
A graça de uma feliz escolha de estado é a graça por
excelência de Nossa Senhora do Bom Conselho.
BOM CONSELHO, Nossa Senhora do
BOM DESPACHO, Nossa Senhora do
Não tendo conseguido, com grande pesar, a origem do
título Nossa Senhora do Bom Conselho, trasladarei para
esta coleção o que diz a história sobre o quadro
milagrosamente transportado para a cidade de Genazzano.
Com o advento dos imperadores cristãos, Genazzano foi
doada aos papas, e Sixto III fez logo edificar, ao lado do
convento dos padres agostinianos, uma igreja dedicada a
Nossa Senhora do Bom Conselho. Desde então os dias
25 e 26 de abril não eram mais profanados por festas nas
quais se ofendia a Deus e pervertia a mocidade. Eram dias
alegres, como outrora, com seus folguedos ao ar livre,
segundo o costume do povo, mas ao mesmo tempo
santificados pela devoção a padroeira da cidade.
Com o correr do tempo, a velha igreja ficou em ruínas,
mas os habitantes de Genazzano, por falta de recursos, não
podiam construir templo, nem mesmo reformar o antigo
Porém uma viúva rica, chamada Pedrina, muito devota
de Nossa Senhora do Bom Conselho, toma coragem e
empreende a construção da nova igreja, confiando
unicamente na Providência Divina e na proteção da Rainha
do Céu. Aos que zombavam de sua confiança, tentando
dissuadi-la da arriscada empresa, a valorsa senhora
respondia: "Não tenham cuidado, pois a Santíssima Virgem
e o santo padre Agostinho (de cuja ordem ela era irmã
terceira) hão de levar a cabo os meus trabalhos, e dão-me a
doce confiança de ver em breve coroados felizmente os
meus esforços".
No ano de 1467, no pontificado de Paulo II (1464-1471),
por vários motivos estavam suspensas as obras do templo,
e eis que justamente no dia 25 de abril, dia em que em
Genazzano se celebrava a feira pública que substituiu a
festa das flores dos pagãos, feira essa festejada sempre
com grande afluência de povo, repentinamente uma nuvem
em forma de coluna apareceu no ar e, baixando docemente,
encostou-se a uma das paredes mais elevadas da
construção, e dissipou-se, aparecendo então, pintada a
fresco, uma imagem de Nossa Senhora do Bom
Conselho. Os sinos por si sós repicavam festivamente,
como que anunciando o extraordinário acontecimento.
Todos perguntavam, admirados, de onde teria vindo
aquele quadro, cuja aparição atraiu logo a Genazzano
enorme multidão de forasteiros, entre os quais apareceram
dois albaneses, Solavis e Georgi, que, chegando ao lugar
do milagre, manifestaram grande alegria, o que chamou a
atenção dos circunstantes.
Foram por isso interrogados e então contaram, sob
juramento, que já tinham venerado aquela imagem em uma
igreja da Albânia. Acrescentaram que, ao saírem de sua
terra, então dominada pelos turcos, viram-na destacar-se da
parede e, rodeada por uma nuvem, tomar o rumo da Itália.
Impelidos a acompanhá-la, entraram confiadamente no mar,
atravessando-o por sobre as ondas, a pé enxuto, e, sempre
guiados pela nuvem, chegaram às vizinhanças de Roma,
onde a perderam de vista.
Logo que desvendaram a misteriosa aparição,
redobraram as demonstrações de devoção e alegria, de tal
modo que, pouco meses depois, foi continuado e concluído
o templo iniciado por Pedrina, o qual se tornou um centro de
peregrinações para o povo católico.
A devoção a Nossa Senhora do Bom Despacho iniciouse em Portugal no século XVII, quando se tem notícia das
primeiras festas e romarias em Cervães (1644), em Maia
(1670) e em Campanário (1672).
Por ser muito pitoresca a devoção à Virgem do Bom
Despacho em terras lusitanas, copiamos alguns dados
colhidos na internet, na página de Nossa Senhora do Bom
Despacho:
A capela de Nossa Senhora do Bom Despacho, em
Maia, no Porto, foi fundada em 1670.
Recentemente foi restaurada e é ali que se realizam as
Festas da Cidade da Maia e da Paróquia no segundo
Domingo de Julho de cada ano. A imagem de Nsª Srª do
Bom Despacho é a imagem mais venerada nestas regiões.
Esta capela foi construída por emigrantes brasileiros," é
muito freqüentada ... pela gente marítima que reconheceu
dever à sua poderosa intervenção o livrá-lo de inumeráveis
perigos a que estão sujeitos". Na procissão é costume
antigo a representação de todas as freguesias do conselho
da Maia, com figuras alegóricas e estandartes. No passado
ano (1997), nas festas da cidade da Maia, houve uma
grande procissão solene na qual participaram 21 andores
(19 de Nossa Senhora, um de São Miguel e outro do
Menino Jesus de Praga). É sem dúvida a imagem mais
venerada no conselho. As romarias a esta festa são
freqüentes, principalmente pelos pescadores e gentes dos
mares do Norte. Há dezenas de anos atrás, era costume
agruparem-se várias pessoas no lugar da Amorosa,
freguesia de Leça da Palmeira, e irem a pé, em
cumprimento de promessas, às principais romarias da
região, nomeadamente à Senhora do Bom Despacho, na
Maia, entre outras. Ao som de cavaquinhos, violas, ferrinhos
e bombo, lá iam, estrada fora, cantando e dançando, para
amenizarem as distâncias.
Existe na localidade de Cervães (Vila Verde-Braga) um
Santuário a Nossa Senhora do Bom Despacho, fundado em
1644, situado no Mosteiro do Bom Despacho, no Lugar do
mesmo nome, freguesia de Cervães, conselho de Vila
Verde (Braga) O altar fica situado entre duas grandes
rochas que lhe dão o aspecto de gruta.
O Santuário foi fundado por iniciativa de João da Cruz,
natural de Monção, em cumprimento de um voto que fizera
à Virgem por Deus lhe haver restituído a saúde sériamente
comprometida. Ali é especialmente atribuída a devoção de
graças da saúde (que esteve na sua origem do Santuário),
graças relativas à fertilidade, bem como à proteção da
produtividade agrícola.
Realiza-se também na ilha de Santa Maria dos Açores
uma festa de Nossa Sra. do Bom Despacho, a 25 de Julho,
numa pitoresca povoação chamada Almagreira (cujo nome
evoca a exploração do almagre, terra avermelhada rica em
chumbo utilizada no vidrado do barro).
Na festa de Nossa Sra. do Bom Despacho, no
Campanário, a procissão habitualmente sai da Capela até
ao Tornadouro, Porta Nova, Volta do Pico, novamente ao
Tornadouro e regressa à Capela. Não atinge a magnitude
da procissão da Maia (com 21 andores !...). Mas a devoção
do povo não se mede pelo tamanho das procissões. As
confrarias, os andores, os cumpridores de promessas, a
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
banda de música, e os meros acompanhantes, fazem da
procissão um dos pontos altos e mais sentidos da festa de
Nossa Sra. do Bom Despacho no Campanário. As principais
promessas constituem em ofertas em dinheiro, cordões ou
anéis de ouro, círios ou velas na procissão, ou
simplesmente acompanhar a procissão. Em Maia (Porto),
além das tradicionais velas, mortalhas, objetos em ouro,
também eram oferecidos quadros de navios, em
cumprimento de votos dos pescadores.
Segundo o historiador agostiniano Frei Agostinho de
Santa Maria, este título foi dado à Nossa Senhora porque foi
no "despacho" da Encarnação que se viu o prestígio de
Maria perante Deus. Foi a Encarnação do Verbo Divino um
dos grandes despachos que os pecadores alcançaram. Em
sua narrativa de 1707, Frei Agostinho, citado pelo escritor
mineiro Augusto de Lima Júnior, afirma: "Na intercessão da
Senhora do Bom Despacho, de que agora tratamos, se tem
visto o como os alcança felizes aos seus devotos. No bairro
da Mouraria (Lisboa), para a parte do Oriente, fica um
monte em que está situado o Castelo de Lisboa que vai
quebrar ao postigo que chama de Santo André; nas raízes
deste monte, para a parte do Noroeste, se vê situado o
Convento do meu Patriarca Santo Agostinho, de que já
falamos acima, no título da Senhora da Encarnação ou da
Anunciada, porque todas as imagens de Nossa Senhora
que se veneram naquela Casa são milagrosas. Nela é muito
venerada uma antiga imagem da Rainha dos Anjos com o
título de Bom Despacho, porque já no tempo em que os
padres da Companhia ali entraram, era muito venerada e
servida de uma grande e devota Irmandade e se lhe faziam
grandes festas... Com esta Santa Imagem teve particular
devoção o glorioso padre São Francisco Xavier; diante dela
orava e com ela se recreava todo o tempo em que se
deteve em Lisboa e enquanto não fez viagem para o
Oriente".
Sob este título, Nossa Senhora é a padroeira dos
pecadores rebeldes e dos gentios chamados à fé cristã. No
Brasil, o culto localizou-se principalmente na Paragem do
Picão, atual cidade de Bom Despacho, no estado de Minas
Gerais, cuja matriz foi erguida em 1771. Em Cachoeira do
Campo, distrito de Ouro Preto, encontra-se também uma
capela em honra da Virgem do Bom Despacho, que se
tornou histórica devido à realização de um dos mais
curiosos episódios da guerra entre paulistas e emboabas: a
sagração do reino Nunes Viana.
BOM PARTO, Nossa Senhora do
Logo após a fundação da
cidade do Rio de Janeiro,
construiu-se uma capela dedicada
a Nossa Senhora do Ó, também
chamada da Expectação ou do
Parto. Anos depois o templo ruiu e
os frades carmelitas edificaram no
local uma igreja em homenagem a
Nossa Senhora do Carmo.
A Virgem do Parto teria caído
no esquecimento se não fosse a
piedade de um certo João
Fernandes, mulato, da Ilha da Madeira, que resolveu
levantar uma capela para alojar a imagem que trouxera de
sua terra natal.
Frei Agostinho de Santa Maria marca o ano de 1653
como o da fundação da igreja do Parto, mas parece que ela
já existia em 1649. No início do século XVIII, a Irmandade
dos Clérigos de São Pedro ali se estabeleceu e reedificou o
Página 22
santuário. Décadas depois o bispo D. Frei Antonio do
Desterro ergueu, no terreno contíguo ao templo, um asilo
para "mulheres desonestas" que estivessem arrependidas e
fundou então o chamado Recolhimento do Parto, de triste
memória por ser uma arma terrível na mão dos maridos que
queriam desfazer-se de suas esposas. Tornou-se um
espectro ameaçador para muitas senhoras e uma arma de
prepotência e de disciplina doméstica para os maridos.
Uma das mais famosas esculturas brasileiras de Nossa
Senhora do Parto é a da matriz de Vila Boa de Goiás,
executada pelo escultor e dourador José Joaquim da Veiga
Vale, natural de Pirenópolis, que viveu no século passado.
Atualmente ela se encontra no Museu de Arte Sacra da
capital goiana.
Nossa Senhora do Parto teve inúmeros devotos em
vários países e em todas as épocas, especialmente entre as
mulheres grávidas, pois o parto sempre foi um ponto de
interrogação na vida de uma mulher, principalmente no
tempo em que a medicina não possuía as condições atuais
de proteger a mãe e a criança. Muitos homens casados
também a invocavam para que suas esposas fossem bem
sucedidas na hora de dar à luz.
BOM SUCESSO, Nossa Senhora do
Este título teve início em Portugal, no século XVI, onde
havia uma irmandade, cuja protetora era "Nossa Senhora
do Bom Sucesso dos Agonizantes". Por volta de 1637, veio
para o Rio de Janeiro o Padre Miguel Costa, muito devoto
da Senhora do Bom Sucesso, que trouxe uma cópia de sua
imagem. Dois anos depois, com a ajuda de alguns fiéis, ele
providenciou a construção de um templo. Na festa de
inauguração, no dia 11 de setembro, estando o Santíssimo
Sacramento exposto, três sacerdotes afirmaram ter visto na
Hóstia Sagrada a imagem de Maria Santíssima.
No final do século XVII havia em Pindamonhagaba, no
atual Estado de São Paulo, uma pequena matriz dedicada à
Senhora do Bom Sucesso. Entre seus devotos estava o
Padre João de Faria Fialho, que reedificou e enriqueceu o
templo
Alguns anos mais tarde, esse Padre Faria participou em
uma das primeiras bandeiras de desbravamento nos sertões
dos Cataguás (Minas Gerais antigamente era conhecida
como "Campo dos Cataguás" devido à tribo de índios que
habitava o seu sertão). Ele descobriu ricas jazidas de ouro
no sopé do Itacolomi, no local onde se encontra o bairro da
cidade de Ouro Preto, que tomou o seu nome. Confiando na
proteção da Virgem do Bom Sucesso, o vigário bandeirante
levou uma imagem da Santa em sua ousada expedição e,
após o êxito alcançado, ergueu em agradecimento à Mãe de
Deus uma pequena capela sob este orago, junto aos veios
auríferos.
Após a retirada do Pe. Faria de Vila Rica, grande
escândalo abalou a ermida, que foi interditada devido ao
assassinato de um sacerdote dentro da igreja, quando
celebrava a Missa. Os fiéis construíram um outro templo
dedicado à sua Padroeira, conhecido atualmente como a
"Capela do Padre Faria". Devido ao êxito da "bandeira" do
Padre Faria, a Senhora do Bom Sucesso passou a ser
invocada também como Protetora dos bens terrenos, não
perdendo entretanto seu antigo caráter protetor. O culto
espalhou-se pelo Vale do Paraíba e na região das Minas
Gerais, onde os santuários mais famosos encontram-se nas
cidades de Caeté, Bom Sucesso e Minas Novas.
Em 1740 era pároco na Matriz de Vila Nova da Rainha
(hoje Caeté) o Pe. Henrique Pereira, homem bom e zeloso
do bem de suas ovelhas. Naquela época era costume as
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
famílias se apresentarem na igreja para se confessarem e
depois recebiam um bilhetinho do padre. Este bilhete era
denominado "escrito de desobriga", com o qual poderiam
receber os sacramentos.
Certa vez, um chefe de família muito rígido levou uma
de suas filhas à Matriz a fim de ser desobrigada pelo
pároco. Tendo ela confessado um pecado que o padre se
negou a absolver, a moça, temendo o castigo que o pai lhe
infligiria, se não a visse na mesa da comunhão, começou a
gritar dizendo: "O Sr. Vigário está me solicitando no
confessionário! Meu pai, acuda-me!" O povo amotinou-se
dentro da igreja e o sacerdote foi preso, algemado e
enviado a Lisboa, pois seu suposto crime era da alçada do
Santo Ofício.
Atendendo a sugestão de um amigo, o padre Henrique
recorreu à proteção da Virgem do Bom Sucesso,
prometendo erguer-lhe um magnífico templo em Vila Nova
da Rainha, se a verdade fosse descoberta sem que ele
tivesse de revelar o segredo da confissão. Por admirável
coincidência, no mesmo dia a moça caiu doente e resolveu
confessar a outro padre a verdade dos fatos. O sacerdote
obrigou a jovem a fazer uma confissão pública diante das
autoridades e pouco depois ela morria. Enviada a
declaração à rainha D. Maria, o Padre Pereira foi libertado e
recebeu trinta mil cruzados para iniciar a construção da
igreja dedicada à Senhora do Bom Sucesso.
Esta lenda não corresponde à verdade histórica, pois D.
Maria I só se tornou rainha em 1777. Segundo o cônego
Raimundo Trindade, o padre Henrique foi julgado e
reconheceu sua culpa, tendo partido para Portugal a fim de
perder de vista a tentação que o ia perdendo. O historiador
conta ainda que o vigário de Caeté regenerou-se e morreu
chorado pelo povo e com a reputação de um santo.
Outra lenda se narra a respeito da chegada da imagem
da Senhora do Bom Sucesso a Caeté. Conta-se que o Pe.
Pereira, tendo que partir para sua paróquia, ajustou com um
tropeiro a condução da estátua da Virgem, adquirida com o
donativo de devotos ricos de Lisboa. Certa tarde, enquanto
jantava em sua residência, ouviu o tropel de animais à sua
porta. Um escravo foi ver quem era e voltou, gritando: É a
Santa, meu Senhor!" O sacerdote acudiu logo e, vendo a
padiola que carregava a imagem, procurou debalde pelo
tropeiro e seus ajudantes. O povo, admirado, exclamou:
"Milagre!" Com efeito, o milagre parecia convincente, porque
várias horas depois o tropeiro e os tocadores das bestas de
carga ainda estavam longe dali, procurando a padiola. A
caravana havia sido dispersada por uma nuvem de
marimbondos e somente os animais que carregavam a
Santa haviam sido poupados e foram parar, sem guia, nas
portas do Vigário.
Não se sabe ao certo quando foi iniciada a construção
da magnífica igreja de Caeté, toda em cantaria azul e
branca, um dos mais belos templos de Minas Gerais,
atribuído ao arquiteto Bracarena. Diogo de Vasconcelos
afirma ser ela uma obra-prima da época e situa a sua
inauguração em 1765; todavia no frontispício da igreja figura
a data de 1757.
BONÁRIA, Nossa Senhora de
Sardenha - Itália
Ao sudoeste da cidade de Cagliari, em uma colina, fica a
cidade de Bonária (Bons Ares), muito conhecida como lugar
de peregrinações.
Aí fundaram os Irmãos da Misericórdia, em 1330, seu
primeiro convento na Sardenha. Foi seu fundador, um
Página 23
distinto morador de Cagliari, frei Carlo Catalon, que um dia,
durante a oração, tendo sido arrebatado em êxtase, teve
uma visão profética, uma cena singular: depois de uma
grande tempestade, aproximar-se-ia do porto de Bonária um
hóspede misterioso, que traria à cidade grandes benefícios
espirituais e também notáveis benefícios materiais
O profético acontecimento teve lugar em 25 de março de
1370: um navio mercante viajava da Espanha para a Itália, e
eis que repentinamente, quando já se avistava a ilha de
Sardenha, desaba um tão grande temporal que o naufrágio
parecia iminente, pelo que resolveu o comandante lançar a
carga ao mar, para aliviar o navio.
Entre a carga havia um pesado caixão, do qual ninguém
sabia o conteúdo, e que também foi lançado ao mar.
Mas, ó prodígio: mal caiu na água o referido caixão,
acalmaram-se as ondas como por encanto!
Quiseram então salvar o caixote, para ver o que
continha, mas foram baldados os esforços da tripulação,
pois ele se esquivou teimosamente e foi como que nadando
em direção à praia, até parar defronte da igreja de Bonária.
Dois Irmãos da Misericórdia acudiram logo e pegaramno sem nenhuma dificuldade, transportando-o para a igreja.
Ao abri-lo, viram diante de si, com grande surpresa, uma
imagem de Nossa Senhora com o Menino Jesus!
A imagem tinha 56 cm de altura. O semblante da mãe
de Deus era meio escuro e muito expressivo; o vestido,
carmesim, e o manto, azul escuro; a mão direita estava na
posição de quem segurasse uma vela, que de fato mais
tarde lhe puseram na mão; no braço esquerdo sustentava o
Menino, que tinha na mão esquerda a figura do globo
terrestre, estando a direita na posição de abençoar.
Como a imagem foi dar na praia defronte da igreja de
Bonária, deram-lhe o título de Nossa Senhora de Bonária,
e assim Maria Santíssima granjeou um novo título.
Nossa Senhora de Bonária é venerada como a
padroeira da Sardenha e de Cagliari.
Em sua honra fazem muitas festas nas cidades e nas
aldeias, e as mães sardenhenses dão a suas filhas, com
muito gosto, o nome de Bonária.
Como a antiga igreja se tornou pequena para a grande
multidão de peregrinos, começaram no princípio do século
XX uma grandiosa construção: a nova igreja em estilo
barroco, a qual foi consagrada em 22 de abril de 1926.
BONATE, Nossa Senhora de
Em 1944, na cidade de Bonate,
diocese de Bérgamo, Itália, no dia
13 de maio, várias crianças colhiam
flores para depositarem aos pés da
Virgem Maria. Num dado momento,
as meninas que acompanhavam a
colega, de nome Adelaide Roncali,
dez anos, viram que ela estava
imóvel, olhando para o alto, como
que alheia a tudo. Não respondendo
aos chamados, as amigas foram
correndo dizer à mãe de Adelaide que "ela tinha morrido em
pé.
Acreditou-se, porém, que Nossa Senhora aparecera, a
Adelaide. Estava vestida de branco. Espargia muita luz e
que Maria a tranqüilizou dizendo: "Não tema, eu sou Maria.
Seja boazinha e eu voltarei até você". 0 êxtase se repetiu
mais 13 vezes, em duas etapas: de 13 a 21 e de 28 a 31 de
maio. Assim como em Lourdes, Fátima, Salete e outros
lugares, Nossa Senhora aconselhou a oração, sobretudo a
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
reza do terço meditado nos mistérios da vida de Jesus.
Insistia na penitência. Que acabassem com a impureza e
blasfêmia.
Como sempre, a notícia logo correu. Muita gente queria
se beneficiar das aparições, implorando curas. Conta-se
que mais de um milhão de peregrinos se concentrou no
local. Umas duzentas pessoas proclamaram-se curadas. 0
Bispo de Bérgamo constituiu uma comissão de médicos
para estudar o caso. Dentre os 70 milagres indicados,
apenas um cego, vítima de combate na guerra, ficou curado
repentinamente.
O povo, empolgado por mais essa manifestação,
proclamou Maria com mais um título: Nossa Senhora de
Bonate.
Obs.: O texto acima, de autoria do Pe. Roque Vicente
Beraldi, foi transcrito da Revista "Ave Maria", do mês de
fevereiro de 1999, à página 15. A imagem foi copiada da
mesma página.
Na internet, a página da citada revista é a seguinte:
http://www.cmf.br/revista/index.html
BRASIL, Nossa Senhora do
Entre as flores muito apreciadas pelo povo em geral,
estão as rosas. De variados matizes de cores, aveludadas
umas, lisas outras, todas são formadas de muitas pétalas.
Assim os títulos que adornam a Mãe de Deus, nas mais
variadas partes do orbe terrestre. Eis mais um glorioso
nome que certamente deve agradar muito a Maria: Nossa
Senhora do Brasil. Na cidade de Nápoles, na Itália, havia
uma igreja dedicada a santo Efrém. Conservava-se aí, uma
imagem de Maria Mãe de Jesus, que os frades
capuchinhos, de Caravelas (BA), enviaram para lá, por volta
de 1829
Um grande incêndio destruiu completamente aquele
templo. Todavia, a imagem enviada do Brasil, ficou intata. O
povo fiel freqüentador do culto que, diariamente, se
praticava naquela casa de oração, passou a chamar ao
ícone milagroso, de Nossa Senhora do Brasil.
Em 1841, a imagem foi coroada, em meio a grandes
festividades. As graças insignes e numerosas recebidas
como resposta às preces devotas, comprovam ser muito
agradável à Virgem de Nazaré, a veneração com mais um
glorioso epíteto nascido do profundo amor a ela
consagrado.
No Brasil, veneramos a Mãe veneramos a Mãe de Deus
com o saudável nome de Aparecida. Em Nápoles, como
Nossa Senhora do Brasil. O importante, não é o nome, mas
a devoção. Que ela nos mostre em que falhamos no amor a
Jesus, para merecermos o amparo celeste. Os antigos
israelitas, porque não foram fiéis a Deus, foram deixados
por ele na sua dureza de coração. Abramos-nos à devoção
verdadeira para merecermos extirpar os males que nos
afligem que, por certo, são fruto de falta ou de devoção
imperfeita!
BOURO, Santa Maria do
Ver ABADIA, Nossa Senhora
da
BUGLOSE, Nossa Senhora
de
À margem direita do rio Adour, a
12 km de Dax, foi erigida a antiga
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capela de Nossa Senhora de Buglose, porém Nossa
Senhora não tinha ainda este título.
Tendo Joana d’Albret ordenado a destruição dos
oratórios das zonas rurais, alegando que só serviam para
tolas superstições, a imagem de Nossa Senhora venerada
nessa capela só pôde ser salva do incêndio e escondida;
mas só muito tempo depois foi encontrada em uma fonte,
informa a lenda, por um boi.
Deste pormenor se originou o título dado à imagem,
formado de duas palavras gregas significando "langue de
boeuf" (língua de boi), daí Buglose. O lugar também tomou
este nome.
Luís XIII mandou reparar a capela incendiada, mais
tarde substituída por uma igreja de três naves, que possui
atualmente um carrilhão de 64 sinos.
Os Padres Lazaristas assumiram o encargo da
conservação da igreja e da organização das peregrinações
durante 87 anos.
Buglose foi um centro de regeneração cristã.
Os milagres se multiplicaram aí durante anos, tendo um
grande número de enfermos recuperado a saúde nesse
lugar bendito, como atestam numerosos processos verbais.
Há, perto do santuário, uma fonte milagrosa, na qual
esteve escondida a imagem, dizem, durante 50 anos.
Nossa Senhora de Buglose foi coroada em 1866.
As peregrinações a este santuário são realizadas em
maio e de 8 a 15 de setembro, oitava da Natividade.
CAACUPÉ, Nossa Senhora de
Padroeira do Paraguai
Segundo a lenda, no final do
século XVI, no Paraguai, um índio
convertido, escultor por ofício,
andava sobre uma montanha
quando foi atacado pelos Mbayaes,
dos quais escapou escondendo-se
atrás de um grosso tronco. Nos
angustiantes momentos em que
ficou escondido, pediu a Nossa
Senhora que o livrasse da morte.
Quando se viu livre da ameaça,
começou a construir uma imagem da Virgem com um
pedaço do tronco que o havia acolhido.
No ano de 1603, o lago Tapaicuá transbordou e inundou
todo o vale de Pirayú, arrastando tudo que estava à sua
volta, inclusive a imagem de Nossa Senhora. Quando as
águas baixaram, milagrosamente apareceu a imagem que o
índio esculpira.
Os fiéis começaram a difundir sua devoção e a invocá-la
com o nome de "Virgem dos Milagres". Um devoto chamado
José, carpinteiro, construiu uma modesta ermida e nela
começou a ser cultuada a Virgem de Caacupé.
A imagem de Nossa Senhora de Caacupé é bem
pequena, medindo pouco mais de cinqüenta centímetros.
Ela é a Imaculada Conceição. Seus pés se apóiam sobre
uma pequena esfera e suas vestes trazem uma faixa branca
de seda.
A palavra Caacupé significa "detrás dos montes". O
Santuário de Caacupé é um centro nacional de
peregrinações. A festa é celebrada anualmente no dia 8 de
dezembro. Os peregrinos chegam aos milhares ao
Santuário para demonstrar seu amor e gratidão à Mãe de
todos, a "Virgem Azul do Paraguai".
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
Página 25
CABEÇA, Nossa Senhora da
CABEÇA INCLINADA, Nossa Senhora da
Esta devoção mariana, de origem espanhola, teve início
na Andaluzia, mais precisamente na Serra Morena, onde se
encontra o Pico da Cabeça.
O pastor Juan de Rivas, depois de participar das guerras
entre os mouros e os reis de Castela, mutilado e sem poder
carregar armas, retirou-se à Serra Morena para apascentar
um pequeno rebanho de sua propriedade. No dia doze de
agosto de 1227, por volta da meia-noite, ouviu, em meio a
fortes luzes que iluminavam o monte da Cabeça, o som
aprazível de uma campainha.
Vencido o temor, aproximou-se do monte e viu, no meio
de uma fogueira, a Virgem Maria. A esplendorosa Senhora
lhe pediu para ir à cidade de Andújar dizer a todos que era
vontade de Deus que ali se construísse um templo. Juan
prometeu cumprir o que era pedido, mas manifestou sua
insegurança: não acreditariam nele. Adivinhando seus
pensamentos, a Virgem restituiu-lhe o braço perdido. Tal
prodígio serviria de prova contra aqueles que duvidassem
da veracidade de suas palavras.
Sem conter sua alegria, Juan dirigiu-se ao povoado para
contar o prodígio. A população
delirante foi ao monte para ver a
imagem. Nossa Senhora da
Cabeça foi proclamada padroeira
da vila. Com a ajuda de cidades
vizinhas construíram um belo
santuário no lugar da aparição.
Maria Santíssima será invocada
sob este título em outros locais da
Espanha. Conta a tradição que
alguns soldados procedentes de
Andújar levavam sob sua proteção
uma imagem da Virgem da Cabeça. Quando passaram na
vila de Casas Ibáñez, os soldados pediram abrigo para si e
para a imagem. A população os acolheu. Uma vez
restabelecidos prosseguiram viagem. Com o objetivo de
agradecer a hospitalidade, deixaram a imagem na casa de
alguma daquelas famílias que foram tão receptivas. Os
ibañeses, sensibilizados com o presente e agradecidos
pelos favores que começaram a ser concedidos pela
Virgem, resolveram construir-lhe uma ermida. A imagem
passou a ser propriedade de todos e seu culto se espalhou
pelas redondezas.
No Rio de Janeiro, em sua ex-catedral, ainda hoje se
venera uma imagem de Nossa Senhora da Cabeça, à qual
os devotos oferecem ex-votos em forma de cabeças de cera
de todos os tamanhos. Tal devoção data dos tempos da
fundação da cidade.
Quando de seu surgimento na Espanha, a devoção a
Nossa Senhora da Cabeça não era associada à parte do
corpo humano a qual este título mariano nos remete.
"Cabeça" era apenas o nome do monte onde Maria
Santíssima foi vista. Aqui no Brasil, ela costuma ser
invocada para males que atacam o cérebro.
Os fiéis que padecem de cefaléia e as mães de filhos
com problemas escolares a ela recorrem para a solução de
seus males.
As imagens espanholas de Nossa Senhora da Cabeça
não trazem a cabeça de cera masculina que encontramos
na imagem que se encontra na ex-catedral do Rio de
Janeiro.
Por volta de 1610, o quadro da Mãe da Graça foi
encontrado em um montão de caliça pelo Revmo. Padre
Domingos de Jesus-Maria, mais tarde geral dos carmelitas
descalços.
Estando ele um dia a rezar com todo fervor diante do
quadro, vivificou-se repentinamente o semblante da Mãe de
Deus; sorriu para Domingos e agradeceu-lhe, inclinando a
cabeça (daí o título Nossa Senhora da Cabeça Inclinada) e
depois lhe disse que se dirigisse a ela, com toda a
confiança, em todas as suas necessidades.
Posteriormente, a Rainha do Céu estimulou novamente
o servo de Deus a que lhe pedisse graças. Humildemente
ele fez um pedido: que Maria se dignasse ouvir os pedidos
de todos aqueles que fossem render-lhe homenagem diante
daquele quadro. Maria, então, prometeu-lhe: "Eu ouvirei os
pedidos e concederei muitas graças a todos aqueles que
recorrerem à minha proteção, honrando-me devotamente
por meio deste quadro; mas atenderei principalmente as
orações pelo alívio e salvação das almas do Purgatório".
Depois desta promessa Domingos não quis conservar
por mais tempo só para si o milagroso quadro, por isso
levou-o para a igreja dos carmelitas – Maria della Scala, em
Roma, onde começou a ser
venerado com todo o fervor.
Inumeráveis e surpreendentes
foram os favores com que Maria
recompensou tal veneração. Frei
Domingos fez várias cópias do
precioso quadro e conseguiu que
outras pessoas os expusessem, de
modo que em pouco tempo era
venerado em muitos lugares. O
quadro foi levado para a Áustria um
ano depois da morte do Servo de
Deus.
Atualmente se acha na igreja do carmelitas em VienaDoebling, onde foi solenemente coroado no dia 27 de
setembro de 1931, durante o pontificado do papa Pio XI.
Nesse dia fazia 300 anos que o quadro tinha chegado a
Viena.
A Mãe de Deus tem cumprido suas promessas em todos
os lugares em que o quadro da Graça é piedosamente
venerado, mas as graças são dispensadas na medida da
confiança e do amor com que se recorre à sua bondade.
CANDEIAS, Nossa Senhora das
A invocação de Nossa Senhora das
Candeias ou Nossa Senhora da
Purificação remonta aos primórdios
do cristianismo. Segundo o preceito
da lei mosaica, todo filho varão
deveria ser apresentado no Templo
quarenta dias após seu nascimento.
A mãe, considerada impura após o
parto, deveria ser purificada em uma
cerimônia especial. Nossa Senhora,
submetendo-se a esta determinação,
apresentou-se com o Menino Jesus
no recinto sagrado dos judeus.
Esta festividade dos luzeiros foi denominada "das
candeias", porque comemorava-se o trajeto de Maria ao
templo, com uma procissão, na qual acompanhantes
levavam na mão velas acesas.
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
A procissão dos luzeiros provém de um antigo costume
romano, pelo qual o povo recordava a angústia da deusa
Ceres, quando sua filha Prosérpina foi raptada por Plutão,
deus dos infernos, para tomá-la como companheira do
Império dos Mortos. Esta tradição estava tão arragaida, que
continuou mesmo entre os convertidos ao cristianismo. Os
primeiros padres da Igreja tentaram eliminá-la, mas não
conseguiram. Como aquela festa sempre caia no dia 2 de
fevereiro, data em que os cristãos celebravam a Purificação
de Maria, o papa Gelásio (492-496) resolveu instituir um
solene cortejo noturno, em homenagem à Maria Santíssima,
convidando o povo a comparecer com círios e velas acesas
e cantar hinos em louvor de Nossa Senhora.
Esta celebração propagou-se por toda a Igreja Romana
e, em 542, Justiniano I instituiu-a no Império do Oriente,
após ter cessado uma peste. Na liturgia atual a solenidade
denomina-se "Apresentação do Senhor", mantendo-se
antes da missa a tradicional bênção de velas com
procissão.
Em Portugal, a devoção à Virgem das Candeias ou da
Purificação já existe desde o século XIII, quando uma
imagem era venerada em Lisboa, na paróquia de São
Julião. De lá veio para o Brasil, onde são inúmeras as
igrejas dedicadas a esta invocação, merecendo destaque as
da Bahia.
Na ilha Madre de Deus, situada na Bahia de Todos os
Santos, existe um templo lendário, cuja imagem foi
encontrada por pescadores num rochedo junto ao mar. No
dia 2 de fevereiro, grande multidão proveniente da capital
baiana e das ilhas circunvizinhas acorre para assistir à festa
das Candeias. Desde o amanhecer o mar se cobre de
canoas, que cortam as águas da Baía e trazem milhares de
devotos para as cerimônias da Purificação de Maria.
O culto de Nossa Senhora das Candeias é muito
desenvolvido na Bahia devido a sua sincretização com os
cultos afro-brasileiros. Uma das festividades mais
concorridas acontece na cidade de Santo Amaro da
Purificação, no Recôncavo Baiano, que já era celebrada em
1720.
Nossa Senhora das Candeias é a padroeira dos
alfaiates e costureiras. Na Sé de Lisboa, no altar da
Senhora das Candeias, esteve também a do alfaiate São
Bom Homem, modelo da classe.
Em Ouro Preto, na Capela dos Terceiros de São
Francisco, existe também uma imagem desse santo, com o
nome de Santo Homobono. Além da localidade "Senhora
das Candeias", no oeste de Minas, tem essa invocação uma
imagem e um altar no arraial de São Bartolomeu, próximo
de Ouro Preto.
CANDELÁRIA, Nossa Senhora da
Padroeira das Ilhas Canárias
A imagem da Virgem da
Candelária já estava na ilha de
Tenerife antes de sua conquista.
Segundo o Padre Espinosa, foram
dois pastores de Güimar que a
acharam sobre uma rocha, na praia
de Chimisay.
A pesquisadora Nilza Botelho
Megale em seu livro "Invocações da
Virgem Maria no Brasil", apresenta
um excelente resumo da história da
chegada desta devoção ao Rio de
Página 26
Janeiro e também sobre o aparecimento da imagem da
Candelária em Tenerife:
"Contam que, por volta de 1400, dois pastores
guardavam seus animais perto de uma caverna na ilha de
Tenerife, nas Canárias, e observaram certo dia que o gado
se recusava a entrar na lapa, apesar de todos os seus
esforços. Penetraram, então, na gruta e descobriram a
imagem de uma Senhora com o filho ao colo. Estranhando o
ocorrido, foram notificar o seu povo. Acudindo a população,
inclusive o rei do país, ao local, observaram maravilhados a
existência de numerosas candeias (velas) sustentadas por
seres invisíveis, que com seus cânticos 'ensinavam a
maneira de render culto a Deus e à Virgem Maria.
Começaram os nativos a honrar Aquela que amavam sem
conhecer, até que um cristão espanhol casualmente ali
desembarcou nos fins do século XV e explicou-lhes o
mistério".
A imagem original desapareceu no dia 17 de novembro
de 1826 devido a uma inundação provocada por uma forte
chuva que carregou um barranco que circundava o
Santuário. Era entalhada em madeira dourada e
policromada. Sua altura era de um metro.
O Menino se encontrava em seu braço direito e o
esquerdo trazia uma candeia de cor verde. Várias
representações em quadros permitem conhecer suas
formas antes de seu desaparecimento.
É provável que a imagem tenha chegado à Ilha na
metade do século XV, trazida por missionários franciscanos.
A imagem atualmente venerada é obra do artista Fernando
Estévez, que a esculpiu em 1827.
O primeiro Santuário, cuja construção foi concluída em
1672, foi atendida pela Ordem Dominicana. Possuía um
belo retabábulo, infelizmente destruído por um incêndio em
fevereiro de 1789.
Na metade do século XIX tiveram início as obras do
atual templo, que se deram de forma muito lenta. Recebem
um novo impulso em 1930 com o projeto de Eladio Laredo,
que foi sucedido pelo arquiteto Marrero Regalado. Hoje
contempla-se uma bela igreja de planta clássica com três
naves, um cruzeiro e um campanário.
A festa de Nossa Senhora da Candelária é celebrada
anualmente no dia 15 de agosto. Nesse dia acorrem ao
santuário peregrinos de todas as ilhas, que vêm prestar
homenagem à sua padroeira.
Em 1867, a pedido do bispo das Canárias, Lluch y
Garriga, o papa Pio IX declarou Nossa Senhora da
Candelária como padroeira de todo o arquipélago. A
coroação da Virgem e seu Filho ocorreu no dia 13 de
outubro
de
1889
pelo
bispo
Dom
Ramón Torrijos Gómez, privilégio concedido pelo papa Leão
XIII através de decreto assinado no dia 14 de julho de 1889.
A imagem de Nossa Senhora da Candelária é igual à de
Nossa Senhora das Candeias, da qual é variante.
CARAVAGGIO, Nossa Senhora de
No princípio do século XV vivia
em Caravaggio, lugarejo a 38 km de
Milão, na Itália, uma jovem muito
piedosa chamada Giannetta Vacchi,
muito devota de Nossa Senhora.
Não deixava passar um só dia sem
se recomendar à Mãe de Deus.
Contra sua vontade, casou-se
com Francisco Varoli, que se
transformou em verdadeiro carrasco.
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
Ela suportava as calúnias, insultos e espancamentos.
No dia 26 de maio de 1432, o marido agrediu-a de forma
ainda mais brutal. Ao vê-la ferida, ordenou-lhe que fosse
sozinha catar feno.
Sem se revoltar, Giannetta obedece. Confia em Deus e
na intercessão da Virgem Maria. Dirige-se ao campo
chamado "Mazzolengo", distante cerca de uma légua de
Caravaggio. Quando o dia chega ao fim, contempla o feno
recolhido e vê que não terá forças para levá-lo. Temendo
mais castigos por parte do marido, ergue os olhos
lacrimosos para o céu e exclama: "Oh, Senhora caríssima,
ajudai-me. Só de vós espera socorro a vossa pobre serva".
De repente aparece-lhe uma Senhora esplendorosa
tendo nos ombros um manto azul e um véu branco sobre a
cabeça. É Maria Santíssima que toca-lhe suavamente os
ombros, fazendo-a ajoelhar-se e diz: "Ouve atentamente,
minha filha: o mundo, com suas iniquidades, havia excitado
a cólera do céu.... Mas eu intercedi pelos míseros
pecadores... Vai comunicar a todos que devem jejuar numa
sexta-feira a pão e água, e, em minha honra, festejar o
sábado desde a véspera... Vai, filha, e manifesta a todos a
minha vontade".
Giannetta, a princípio, não se acha digna desta missão
por ser pobre e desconhecida. A Senhora a encoraja e a
abençoa, desaparecendo em seguida. Deixa no solo os
sinais de seus pés. A jovem beija as santas pegadas e
depois afasta-se contra a sua vontade, retornando à aldeia.
Por onde passa vai narrando a quem encontra tudo o que
tinha visto e ouvido. Todos crêem em sua palavra. Uma
fonte começou a brotar no local da aparição e os milagres
tiveram início. A fama dos prodígios espalhou-se pelas
cidades vizinhas até alcançar toda a Europa.
Foi necessário construir-se uma igreja no local. A
primeira pedra do templo foi lançada no dia 31 de julho de
1432, mas só foi concluída 19 anos depois. Depois de um
século ameaçava ruir, pelo que foi preciso ser escorada.
Depois, tornando-se pequena para acolher os peregrinos,
foi ampliada por iniciativa de São Carlos Borromeu.
Posteriormente, ameaçando novamente ruir, foi preciso
demoli-la.
Foi então que o arquiteto Pellegrini construiu o
majestoso santuário, que é hoje uma das glórias da arte e
da fé do povo italiano.
No Brasil há dois santuários dedicados à Nossa
Senhiora de Caravaggio: um no estado de Santa Catarina,
no vale de Azambuja (Brusque), para onde a devoção foi
trazida por colonos italianos e outro no Rio Grande do Sul,
na localidade de Caravaggio, na diocese de Caxias.
Fonte: Edésia Aducci, "Maria e seus títulos gloriosos",
Ed. Loyola, pp. 176-179.
Observação: A imagem foi copiada da página Galeria
de Nossa Senhora.
CARMO, Nossa Senhora do
No tempo das cruzadas, o
calabrês Bertoldo, para cumprir um
voto feito durante uma batalha
contra os infiéis, retirou-se ao monte
Carmelo, na Samaria, fundando aí a
Ordem dos Carmelitas.
Aos pés do monte Carmelo
existe hoje a cidade de Haifa. Possui
700 m de altitude. Mas como se
ergue abrupta e perpendicularmente
Página 27
direto do mar, parece mais alto do que realmente é. Coberto
de densos bosques, seu acesso não é muito fác
O Antigo Testamento alude freqüentemente às florestas
que cobriam os monte. No livro dos Cânticos dos Cânticos,
a cabeça da amada é comparada ao Carmelo (Ct 7,6). Em
Jr 5,9, o Carmelo é chamado de
"terra rica". Nesse monte ocorreu o
desafio entre Elias e os sacerdores
de Baal (1Rs 18). A escolha do
local para o desafio sugere que
talvez houvesse um santuário de
Baal sobre o monte. Parece que o
Carmelo também foi morada de
Eliseu,
pelo
menos
ocasionalmente. Talvez tenha sido
também um centro de associação
de profetas.
Bertoldo e sua nova comunidade religiosa recebeu em
1209 uma regra muito rigorosa, aprovada pelo Patriarca de
Jerusalém, Alberto. As Cruzadas levaram a fama desta
Ordem para a Europa. Dois nobres fidalgos da Inglaterra
convidaram alguns frades para acompanhá-los e fundar
conventos na Inglaterra, o que fizeram. Pela mesma época,
vivia no Condado de Kent, um eremita que há vinte anos
escolhera o recolhimento e a solidão, tendo por habitação o
tronco de uma árvore. O nome desse eremita era Simão
Stock. Atraído pelo exemplo de piedade dos carmelitas
recém-chegados, como também pela devoção mariana que
aquela Ordem cultivava, pediu admissão como noviço na
Ordem da Senhora do Carmo. Em 1125 foi eleito Superior
Geral da Ordem.
A Ordem começou a ser perseguida e Simão viajou a
Roma. O papa Honório III avisado por uma misteriosa visão,
recebeu cordialmente os religiosos carmelitas e aprovou
novamente a regra da Ordem. Simão Stock foi depois visitar
os Irmãos da Ordem no monte Carmelo, e demorou-se com
ele seis anos.
Um Capítulo Geral da Ordem, realizado em 1237,
determinou a transferência para a Europa de quase todos
os religiosos. Para escapar à perseguição dos sarracenos,
procuraram a Inglaterra, onde a Ordem já possuía 40
conventos. O grande desenvolvimento da Ordem deve-se
em grande parte à instituição do Escapulário.
Ao "Santo do Escapulário", como o chamou o Papa João
Paulo II, em 1983, apareceu a Virgem do Carmo, cercada
de anjos, no dia 16 de julho de 1251, mostrando-lhe o
Escapulário da Ordem e dizendo-lhe: "Este será o privilégio
para ti e todos os carmelitas; quem com ele morrer não
padecerá o fogo eterno. Quem
morrer com ele se salvará".
O "Amado de Maria" muito amou
a sua Ordem. Por ela orou, lutou e
trabalhou com muita coragem.
Transformou a Ordem de eremítica
em cenobítica e
mendicante.
Expandiu o Carmelo na Europa.
Convidou a todos a viver as virtudes
simbolizadas no Escapulário. Este
sinal mariano, aprovado pela Igreja e
difundido pela Ordem Carmelita
como manifestação de amor a Maria, de confiança filial em
sua pessoa, deve ser um compromisso em viver as virtudes
marianas.
Podemos contemplar no escapulário de Nossa Senhora
do Carmo uma síntese do espírito carmelitano de amor a
Maria Santíssima que conduz ao Cristo
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
A Ordem foi sendo introduzida em vários países da
Europa, passando da Europa a Portugal, onde se fundaram
numerosos conventos de carmelitas calçados e descalços
em que já se subdividia a Ordem. À Ordem Carmelita
pertenceram muitos reis e rainhas de Portugal.
O povo brasileiro tem a Virgem do Carmo no coração
desde o ano de 1586, quando foi fundado o primeiro
convento do Carmo em nosso país, em Olinda.
Evidentemente, este amor nos foi transmitido pelos
primeiros Carmelitas que pisaram nossas terras. Seis anos
mais tarde os carmelitas se estabeleceram em Salvador.
Sob a proteção de Nossa Senhora do Carmo nasceu a
primeira vila do estado de Minas Gerais, a futura Mariana.
Existem no Brasil 106 paróquias dedicadas à Virgem do
Carmo.
CARMO DA LÉGUA, Nossa Senhora do
Transcorria o ano de 1606 e da
Espanha,
pela
primeira
vez,
enviaram para o Peru uma imagem
de Nossa Senhora do Carmo. Não
se sabe com precisão o dia de sua
chegada ao porto do Callao, para
logo ser instalada em sua capela da
Légua, no meio do caminho entre o
citado porto e Lima, a capital.
Reza a tradição que um
comerciante chamado Domingos
Gomes da Silva, invocou a Virgem do Carmo quando sofreu
um naufrágio, prometendo construir uma capela e mandar
trazer da Espanha a imagem de Nossa Senhora do Carmo,
caso fosse salvo.
Conta-se também que a mula sobre a qual era
transportada a imagem, ao chegar no lugar conhecido como
La Légua, empacou e nada a fez andar um passo sequer.
Assim esse lugar foi escolhido para se construir a capela da
promessa.
Sobre a fundação da capela, escreve o Padre Antônio
Vázquez de Espinoza, Carmelita da Antiga Observância,
que residiu na cidade entre 1617 e 1619: "Há no meio do
caminho entre Callao e a cidade de Lima ricas chácaras e
suntuosos casarios. A uma légua encontra-se uma casa e
convento de Nossa Senhora do Carmo com suas armas,
edificada por Domingo Gomes de Silva, varão virtuoso e
bem de vida, que dedicou e consagrou este lugar a Nossa
Senhora do Carmo, onde havia algumas jovens vestidas
com o hábito de Nossa Senhora, que com grande
observância e clausura, guardavam a regra e, com fervor,
recitavam o ofício divino, pelo qual Nosso Senhor era
louvado e servido, e os fiéis edificados com tão grande
exemplo".
Conta-se que num terremoto ocorrido em 1746, as
ondas do Callao chegaram a uma légua e bem próximo a
esta casa de jovens, que por se achar a essa distância do
Callao se denominou Ermida da Légua. Os Religiosos de
São João de Deus vindos de Lima, se encarregaram do
Hospital de Callao e mais tarde se estabeleceram na Ermida
da Légua, onde instalaram uma espécie de hospedaria.
"Em seu recinto se venera, há muito tempo, desde que
se fundou o mencionado Convento, uma imagem da Virgem
do Carmo, cujo culto jamais foi interrompido. A capela, com
suas duas torrezinhas pontiagudas, se destacam em meio
aos verdejantes campos circunvizinhos. É de dimensões
regulares encontrando-se ainda em bom estado de
Página 28
conservação, graças ao cuidado dos devotos da imagem
que são muitos.
Anualmente a imagem é conduzida em procissão até
Callao, carregada pelos confrades e acompanhada de
numerosa multidão. Ela permanece bastante tempo no porto
e ali se celebra a novena. É devolvida à sua capela em
meados de outubro, em devota procissão, que seria melhor
chamada de romaria, devido aos milhares de pessoas que
acompanham seu andor. (...) Os inumeráveis ex-votos de
ouro e prata que colocam em seu manto, que em certas
ocasiões se renovam, demonstram que não sem razão é
invocada com fervor pelo povo".
Esta imagem é chamada de Nossa Senhora do Carmo
da Légua, Patrona do Callao. Foi coroada solenemente no
dia 7 de outubro de 1951, pelo Cardeal Arcebispo de Lima e
Primaz do Peru, Dom Juan Gualberto Guevara, Delegado
Papal para a coroação da Virgem do Carmo da Légua.
Este Santuário foi parcialmente destruído em maio de
1992, devido à detonação de um carro-bomba. A
restauração do Santuário devolveu-lhe a primitiva dignidade,
e renovou em sua raiz a profunda piedade Mariana do
Callao.
No dia em que tomou posse como bispo titular da
Diocese de Callao, Dom Miguel Irízar anunciou que a Igreja
do Carmo da Légua se transformaria em Santuário, e
também que ali se fundaria um Mosterio de Monjas
Carmelitas Contemplativas que "serão as melhores guardiãs
do Santuário de Nossa Senhora do Carmo da Légua".
CARIDADE DO COBRE, Nossa Senhora da
Patrona de Cuba
A presença de Maria na história
de Cuba remonta ao surgimento da
primeira comunidade cristã de raiz
indígena, nascida pela pregação de
um soldado anônimo de Sebastião
de Ocampo, que em 1509, enfermo,
chegou
àquelas
paragens,
recomendado aos cuidados dos
índios da região de Macaca.
Os cuidados foram tão eficazes
que o soldado em breve se
recuperou.
Este, por sua vez, ofereceu aos seus samaritanos o
Dom da mensagem do Evangelho, pois, uma vez
restabelecido, aprendeu a língua deles e lhes serviu de
catequista. Por inspiração do anônimo soldado cubano, os
indígenas construíram o primeiro templo cubano. Nele
começaram a elevar suas preces a Deus e colocaram uma
imagem da Virgem. Aqueles índios, primícias da
evangelização em Cuba, aprenderam, junto com as
primeiras noções da fé, a devoção à Virgem, expressa na
oração da Ave Maria.
Contudo, foi em 1612 que a Santíssima Virgem quis
manifestar seu especial pelos cubanos. Graças à aparição
no arquivo das Índias do manuscrito que em 1738, a pedido
do Rei, se enviara à Corte para prover de um capelão o
Santuário da Virgem do Cobre, sabemos através de
testemunhos antigos e diretos, a história da descoberta da
imagem. Os relatos se remontam ao ano de 1687 e
impressionam por sua simplicidade e beleza.
Este é um doa mais importantes documentos da história
cubana. Talvez seja a primeira vez que, na história da Ilha
de Cuba, em um documento oficial se apresenta a
declaração solene de um negro escravo, dando força legal
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
ao testemunho de um daqueles homens que, por causa da
escravidão, haviam perdido todos os seus direitos e que
eram apenas tratados como pessoas. O declarante é o
escravo negro Juan Moreno, garoto de dez anos, que
acompanhou aos irmãos Juan e Rodrigo de Hoyos, "índios
naturais do país", em sua viagem a Nipe para buscar sal,
quando deu-se a descoberta da imagem da Virgem. Juan
Moreno, ancião de 85 anos e único sobrevivente daquele
acontecimento, relata as recordações de sua infância com a
voz simples e poética dos humildes.
"...Estando numa manhã o mar muito calmo, saíram do
dito recife francês para a dita saída antes de raiar o sol, os
ditos Juan e Rodrigo Hoyos e este declarante. Embarcados
em uma canoa e apartados do dito recife francês viram uma
coisa branca sobre a espuma da água, que não puderam
distinguir o que poderia ser, e aproximando-se mais
pareceu-lhes ser um pássaro e galhos secos. Disseram os
referidos índios, parece uma menina, e mal acabaram de
falar, reconheceram e viram a imagem de Nossa Senhora, a
Santíssima Virgem com um Menino Jesus nos braços sobre
uma tabuleta, e na dita tabuleta umas letras grandes, as
quais leu o dito Rodrigo de Hoyos e diziam: "Eu sou a
Virgem da Caridade". Vendo suas vestimentas admiraramse de que não estivessem molhadas, e nisto, cheios de
gozo e alegria, colheram apenas três terços de sal e vieram
para a Fazenda de Barajagua".
Maria da Caridade aparece a três representantes das
classes mais pobres e exploradas: dois índios e um negro
escravo, aos quais enche de alegria com sua presença. Os
humildes puderam sentí-la próxima e solidária porque Maria
trazia com ela aquele que "realiza prof[igios com seu braço,
dispersa aos soberbos de coração, aquele que derruba do
trono os poderosos e eleva os humildes, aquele que aos
famintos enche de bens e aos ricos despede de mãos
vazias".
Pouco tempo depois, a imagem da Virgem foi trasladada
para o povoado de El Cobre.
Era como se a Virgem, desde sua aparição e
descoberta, trouxesse para o povo oprimido e sofredor, uma
mensagem de libertação e de justiça, porque foi El Cobre o
primeiro povoado de Cuba a promover a liberdade dos
escravos. Não é de se admirar que Céspedes, 68 anos
depois, quando visitou a cidade, apresentou suas armas à
Senhora e pôs debaixo de seus pés a luta justa que ele
liderara para o bem do povo. O mesmo Céspedes hasteou a
bandeira libertária confeccionada com a tela do dossel que
continha a imagem familiar da Virgem em seu lugar de
Bayamo.
Em 1915, quando os veteranos mambises, encabeçados
por Jesús Rabí, enviam uma carta ao Papa Benedito XV
pedindo que proclame como Patrona de Cuba à Virgem da
Caridade do Cobre, não fez mais que manifestar a devoção
de todo o povo cubano, proclamar sua fé em Jesus Cristo e
seu amor de Mãe, reconhecendo publicamente o que havia
manifestado nos anos de luta e sofrimento: a proteção de
Maria, seu constante auxílio em favor do povo cubano.
Ela, a Virgem Morena, a Virgem Fiel, que acompanhou o
povo cubano em todos os momentos de sua história e temse comprometido a seguí-la com seu Amor, convida todos
os povos uma vez mais a crescer nesse Amor.
No dia 8 de setembro de 1927 foi inaugurado o atual
Santuário, na cidade de El Cobre. Dali a Virgem continua
protegendo, com olhar e coração maternal, a todos os seus
filhos que, nela, descobrem um dos melhores meios para se
achegar a Jesus, fonte de toda esperança.
Página 29
CARVALHO, Nossa Senhora do
(ou "Du Chêne")
Segundo a lenda, em 1494, James Buret, guardador de
gado, descobriu uma pequena imagem da Virgem na
cavidade de um carvalho num bosque de Vion, na França.
Rapidamente espalhou-se a notícia da descoberta e o lugar
tornou-se alvo de peregrinações. O Santuário, em estilo
neo-gótico, que foi construído entre 1869 e 1876 pelo
arquiteto Lemesle, tornou-se basílica no final do século
passado. A peregrinação anual é realizada no dia 8 de
setembro
CASALBORDINO, Nossa Senhora de
Itália
Esta devoção a Nossa Senhora encontra-se envolta
numa bonita lenda: Alexandre Mutii, um camponês devoto
de Pollutri, no dia 11 de junho de 1526, caminhava rezando
o rosário em direção a seu campo.
Ia constatar os danos causados por
um violento granizo que pouco
antes assolara a região. Quando
ouviu o repicar dos sinos que
anunciavam o início da missa na
aldeia, ajoelhou-se.
Naquele momento, perto de
uma plantação de carvalhos,
apareceu-lhe a Virgem que lhe
disse que a tempestade do dia
anterior ocorrera em conseqüência do desagrado de Deus
"pelos pecados dos moradores da cidade" e admoestou-o a
induzir-lhes a respeitar o preceito das festas "para evitar o
castigo do granizo" da tempestade e dos ventos que
causam destruição. Naquele lugar construiu-se uma
pequena capela rural que foi ampliada até chegar à forma
atual, que é resultado da restauração feita em 1824. Todo
dia 11 de junho vêm a igreja numerosos peregrinos vindos
de Abruzos, Molise e Pulla. Alguns peregrinos deixam ainda
hoje no santuário objetos votivos e outros ainda praticam a
"incubatio", palavra que designa o ato de dormirem no
Santuário para receber, em sonho, alguma revelação divina.
CASALUCE, Nossa Senhora de
Segundo antiga tradição, a
imagem da Virgem Maria pintada por
São Lucas teria sido encontrada na
Terra Santa pelo Vice-Rei de
Jerusalém, Rogério Sanseverino, em
meados do século XIII, o qual a
mandou de presente a Carlos II, rei
da Sicília. Este, por sua vez, legou a
sagrada relíquia a seu filho, São
Ludovico, que, devendo partir para a
Espanha, a confiou ao seu padrinho
Raimundo del Balzo, Conde de
Spoleto e Barão de Casaluce, para que ele colocasse a
preciosa pintura na igreja de seu castelo.
Aconteceu que São Raimundo, nomeado bispo de
Tolosa, faleceu prematuramente e Raimundo del Balzo, em
1295, confiou a guarda da veneranda imagem aos padres
Celestinos, com os quais tinha vínculos de amizade,
cedendo-lhes a propriedade do castelo de Casaluce, assim
como de todos os objetos que ali se encontravam.
Como esta localidade, situada no sul da Itália, durante o
verão era atacada pela malária, os padres deixavam
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
Casaluce e iam para Aversa, levando consigo a pintura da
Mãe de Deus, que colocavam no templo anexo ao seu
convento.
Com o passar do tempo, desenvolveu-se o hábito de
levar a imagem para Aversa em ocasiões especiais, como
por exemplo nas calamidades públicas. Este costume foi a
causa de constantes atritos entre Casaluce e Aversa, que
não chegaram a um acordo sobre as transladações
extraordinárias da Sagrada Efígie. Os distúrbios chegaram a
tal ponto que foi necessária a intervenção das autoridades
públicas.
Em 1744, um decreto do rei Carlos III de Nápoles
confirmou a presença da Santa Imagem em Aversa para os
tradicionais dois meses e fixou também as ocasiões
especiais para o seu traslado.
Durante o domínio napoleônico em 1807, a Ordem dos
Celestinos foi abolida por decreto imperial e seus bens
foram confiscados. Assim as sedes paroquiais de Casaluce
e Aversa foram transferidas para antigas igrejas dos padres
Celestinos. O mesmo decreto confiava aos respectivos
vigários a perpetuação do culto à Madona de pele morena.
O primeiro ato desta troca de guarda da custódia da
Imagem foi o acordo entre os dois Párocos em ter exposta a
imagem nas respectivas igrejas paroquiais por igual espaço
de tempo: seis meses em cada uma. Tal acordo durou 46
anos.
As questões recomeçaram em 1852 por causa da
confecção do primeiro andor de prata, no qual se
transportava a imagem. Cinco anos depois, nova resolução
determinava que a Santa permaneceria em Aversa de 15 de
junho a 15 de outubro, ficando o resto do ano em Casaluce,
mas com a condição de que Aversa construísse um novo
andor de prata mais bonito e suntuoso que o primeiro. Este
segundo andor ficou pronto em 1858. Serenados os ânimos,
desta data em diante a imagem de Maria Santíssima de
Casaluce passa e repassa entre os dois povos.
A imagem foi coroada duas vezes. A primeira, em 1801,
pelo bispo diocesano Dom Francesco del Tufo, auxiliado
pelos padres celestinos. A segunda coroação ocorreu em
1901, celebrando a data centenária da primeira coroação.
Ofereceu-se à Virgem uma nova coroa, mais bonita e mais
artística, executada pelos ourives napolitanos Sodo e coube
a Dom Francesco Vento o privilégio de coroá-la.
No final do século XIX, os imigrantes italianos,
concentraram-se no bairro do Brás em São Paulo. Os
Napolitanos instalaram-se preferencialmente na rua
Caetano Pinto e aí revelaram a devoção à Casaluce. Eles
trouxeram uma réplica do quadro, cuja a cópia fiel da
imagem da santa se encontra na Itália. Fundaram então, a
igreja em 1900 e continuaram ligados assim, mais
fortemente à terra natal; até hoje, no mundo inteiro, só
existem duas igrejas dedicadas à N.Sra. de Casaluce, a de
Nápoles e a de São Paulo. Através desse sentimento
religioso, nasceu a primeira festa italiana de São Paulo, com
comidas típicas, muita música e alegria. Inúmeros são os
milagres de N.Sra. de Casaluce. O povo vem agradecer a
intercessão da Mãe de Jesus pelas graças recebidas e pedir
sempre. "Peça à Mãe de Deus que o Filho atende".
A Página da Paróquia Nossa Senhora de Casaluce, da
qual copiamos a imagem, a oração e algumas informações.
Traz outra versão para o surgimento desta invocação. Vale
a pena conferir.
Fonte: Nilza Botelho Megale, "Invocações da Virgem
Maria no Brasil", Ed. Vozes, 1998, pp. 140-143
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CHARTRES, Nossa Senhora de
Este título mariano francês remonta ao lugar chamado
"Carnatum", nome céltico que designava uma gruta sagrada
onde era venerada uma divindade céltica. No tempo dos
romanos, por ordem de César, os druidas aí concentravam
suas atividades religiosas.
Quando o cristianismo aí penetrou, nos primórdios de
sua existência, os cristãos aproveitaram do antigo culto o
que puderam. Deixaram até ficar em seu trono a antiga
imagem dos celtas, que representava uma mulher com uma
criança ao colo, adaptando-a à fé cristã sob o título de
"Notre Dame sous Terre", isto é, "Nossa Senhora sob a
terra". à qual depois denominaram Nossa Senhora de
Chartres, pois é muito comum, para diferenciar as imagens
milagrosas umas das outras, dar-lhes como título o nome do
lugar em que foram encontradas, ou mesmo do lugar em
que simplesmente se celebrizaram por seus milagres
Era uma imagem de madeira, de 80cm de altura,
enegrecida pelo tempo, representando uma mulher sentada
numa rústica cadeira de braços, com uma criança ao colo; a
criança tinha a mão direita levantada em ato de abençoar e
apoiava na esquerda uma bola. A mãe tinha a cabeça
cingida por uma coroa de folhas de carvalho.
Um caminho subterrâneo para os peregrinos, conduzia a
essa divindade, e uma fonte, cuja existência denotava sua
origem galo-romana, corria paralela
ao caminho.
Na
época
da
Revolução
Francesa
essa
imagem
foi
queimada, e no século XIX a
substituíram por uma nova imagem
de Maria, até hoje muito venerada.
Na subterrânea e enegrecida
abóbada ardem constantemente
numerosas lâmpadas, e as paredes
laterais do altar estão cobertas de
ex-votos.
O culto cristão adaptou-se facilmente ao culto
subterrâneo dos celtas, porque também os cristãos, nos
primeiros séculos, prestavam culto a Deus escondidos em
catacumbas e a Gália foi um dos primeiros países em que o
cristianismo penetrou.
Isso contribuiu para a origem da lenda segundo a qual
os sacerdotes celtas de Carnutum, no tempo em que a Mãe
de Deus vivia aqui na terra, tinham-lhe enviado uma
mensagem e lhe rendiam homenagem sob o título de Nossa
Senhora de Chartres, adotado depois também pelos
cristãos; reza também a lenda que dois discípulos do
apóstolo Pedro - Sabiniano e Potenciano - foram os
primeiros cristãos a ir de Roma para Chartres.
Por causa desta lenda ou tradição, a igreja de Chartres
(hoje catedral) é considerada a mais antiga da França. por
ter sido fundada antes do nascimento de Cristo.
Ela foi consagrada em 1260 e é considerada a catedral
mais suntuosa da França, o mais antigo e venerável
santuário daquele país, célebre não só como lugar de
peregrinação, mas também como obra de arte.
Fonte: "Maria e seus títulos gloriosos", Edésia
Aducci, Ed. Loyola, pp. 39-40
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
Página 31
CHINA, Nossa Senhora da
CONCEIÇÃO, Nossa Senhora da
Há dois santuários marianos nacionalmente famosos na
China, Dong Lu em Boading e Sheshan em Shangai. O
Santuário de Nossa Senhora de Sheshan em Shangai está
sob o controle da Associação Patriótica (a Igreja católica
nacional infiel ao Papa), o Santuário a Dong Lu permanece
firmemente com Igreja Católica Romana, chamada "Igreja
Subterrânea". Católicos, desde 1924, viajaram todos os
maio de todas as áreas de China para Dong Lu rezar antes
da Mãe Santificada de Cristo, exceto durante a Revolução
Cultural.
Trata-se de um título litúrgico, celebrado no dia 8 de
dezembro, pelo qual os católicos professam a prerrogativa
concedida unicamente a Nossa Senhora: Maria foi
concebida sem a mancha do pecado original, e nasceu,
portanto, sem o pecado original. Vale dizer: ela é toda
santa, a cheia de graça, desde o momento de sua
concepção.
O dogma da Imaculada Conceição de Nossa Senhora foi
proclamado pelo papa Pio IX, em 1854, com a bula
Ineffabilis Deus. Esta solene definição pontifícia foi resultado
de um desenvolvimento da
devoção
popular
aliada
a
intervenções papais e infindáveis
debates teológicos. O calendário
romano já incluira a festa em
1476. Contudo, no sétimo século
esta celebração já existia no
Oriente. Em 1570, Pio V publicou
o novo Ofício e em 1708
Clemente XI estendeu a festa,
tornando-a obrigatória a toda
cristandade. Quatro anos após a
proclamação do dogma por Pio IX, Maria Santíssima
apareceu a Bernadette Soubirous dizendo: "Eu sou a
Imaculada Conceição".
Em Portugal, o culto foi oficializado por Dom João IV,
º
primeiro rei da dinastia de Bragança, que fora aclamado a 1
de dezembro de 1640, quando se iniciava a oitava da festa
da Imaculada Conceição. Seis anos depois, com a
aprovação das Cortes de Lisboa, o rei dedicou à Virgem
Imaculada o reino português. O solar da padroeira é Vila
Viçosa, que deu seu nome a uma ordem honorífica
instituída por Dom João VI em 1818, com a denominação de
Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa.
No Brasil existem cerca de 533 paróquias dedicadas à
Virgem Imaculada. A primeira imagem chegou em uma das
naus de Pedro Álvares Cabral. Os Frades Menores
Franciscanos foram os propagadores dessa devoção.
O culto teve início na Bahia em 1549, quando Tomé de
Souza chegou a Salvador trazendo uma escultura da santa.
Ela foi a protetora de nosso país no período colonial e foi
proclamada Padroeira do Império Brasileiro por Dom Pedro
I. Já no despontar do século XX, com o advento da
República, o título cedeu lugar a Nossa Senhora Aparecida,
que é uma antiga imagem da Imaculada Conceição
encontrada nas águas do rio Paraíba do Sul.
Este título recorda que Deus, em sua Providência, quis
formar de modo extraordinário a arca que conteria seu
Divino Filho, poupando-a de todo e qualquer traço de
pecado. Para Deus nada é impossível.
Amemos Maria Santíssima em sua imaculada
conceição, na totalidade de seu amor e entrega nas mãos
de Seu Salvador. Ele, que olhou para a humildade de Sua
serva, a cumulou de graças imperecíveis.
Ver: Dong Lu, Nossa Senhora da
Sheshan, Nossa Senhora da
CHIQUINQUIRÁ, Nossa Senhora de
Padroeira da Colômbia
Segundo reza a tradição, entre
os primeiros conquistadores do
Novo Reino de Granada encontravase Antonio de Santana, grande
devoto da Virgem do Rosário e
administrador dos povoados de Suta
e Chiquinquirá.
Conforme a legislação da época,
um dos primeiros deveres dos
"encomederos" era a de construir
uma
casa
com
múltiplas
dependências para acolher a própria
família e também a administração dos colonos, dos
escravos e dos índios das circunvizinhanças. Tal
propriedade foi construída e evidentemente nela havia uma
capela para os ofícios religiosos.
Desejando colocar ali uma imagem da Mãe de Deus,
mandou pintar uma imagem de Nossa Senhora do Rosário
em uma manta de algodão. A manta era mais larga que
comprida. Para que não ficassem vazios os lados da Mãe
de Deus, mandou pintar Santo André, o Apóstolo, e Santo
Antônio de Pádua, um de cada lado.
Logo que recebeu a imagem, colocou-a numa moldura e
a expôs no altar da capela. Os anos se passaram e a falta
de cuidados e a umidade deterioraram a manta, que se
rasgou em várias partes. A pintura estava quase apagada.
Quando Dom Antonio faleceu, sua viúva se transferiu
para Chiquinquirá, levando consigo o quadro, que foi
colocado em uma capela. Dez anos depois veio àquele
lugar uma piedosa mulher chamada Maria Ramos, cunhada
do falecido Santana, que limpou o quadro e o colocou num
lugar de melhor destaque na capela.
Numa sexta-feira, dia 26 de dezembro de 1586, Maria
Ramos se preparava para sair da capela, quando uma índia
cristã despertou sua atenção para a imagem, que aparecia
cercada de brilhantes resplendores. Maria Ramos prestou
atenção à ocorrência e foi grande seu assombro ao se dar
conta da grande transformação que se dera na pintura,
cujas cores, antes tão manchadas, agora apareciam vivas e
claras, tão fortemente que resplandeciam por toda a capela.
Maria Ramos e a índia começaram a clamar jubilosas até
que chega Juana de Santana. As três mulheres se
ajoelharam e louvaram a Deus por tão grande maravilha. E
o prodígio se espalhou, tendo início os milagres.
Pio VII a declarou patrona da Colômbia em 1829. A
imagem foi canonicamente coroada em 1919.
CONCEIÇÃO
Senhora da
DA
NICARÁGUA,
Nossa
Na Nicarágua, no departamento de Chinandega,
encontra-se a paróquia de se El Viejo, na qual se venera, há
muito tempo, a imagem da Imaculada Conceição de Maria.
Segundo a tradição a imagem de Nossa Senhora de "El
Viejo" foi trazida da Espanha por Pedro Ahumada, irmão
caçula de Santa Teresa de Ávila, que fora nomeado
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
governador da província da
Nicarágua. À Reformadora do
Carmelo teria pertencido a
imagem que a entregou a seu
irmão antes que ele viajasse às
Índias.
Desde o momento em que a
imagem chegou à cidade a
população começou a render-lhe
culto
porque
o
governador
instalou um oratório em sua casa.
Quando expirou seu cargo
como governador e foi promovido, apesar das súplicas do
povo, Pedro decidiu levar a imagem consigo. No dia em que
ele se dirigia ao porto para embarcar, precisou retornar a
sua casa devido ao mal tempo. Este fato se repetiu por duas
vezes, induzindo-o a pensar que o plano de Deus era que a
imagem permanecesse na Nicarágua. A partir de então, o
culto ampliou-se cada vez mais e deram-lhe o nome de
Nossa Senhora de "El Viejo".
CONFIANÇA, Nossa Senhora da
Este título mariano, de origem brasileira, deve-se à Irmã
Alice Marie Senise, do colégio Notre
Dame, no bairro do Sumaré na
capital paulista. Foi ela quem
observou a imagem de Nossa
Senhora quando passava de ônibus
pelo cemitério protestante chamado
"Cemitério do Redentor". Irmã Alice
vivia intrigada com a presença desta
estátua de pedra maciça da Virgem
nesse local. Numa de suas
passagens notou que a imagem já
não estava em seu pedestal.
Muito aflita, em saber o que haviam feito dela, saltou
para indagar. A porta do cemitério encontrava-se fechada.
Mesmo assim, através das frestas e pequenos ângulos,
pôde ver a imagem atirada ao lixo. Irmã Alice Marie, com
seu jeito carinhoso e aflito, fez compreender ao zelador do
cemitério que a Nossa Senhora deveria ser recolhida a sua
casa. Um mês após, mais exatamente no dia 20 de Abril de
1959, a religiosa conseguiu que a estátua fosse transferida
ao Colégio Notre Dame. De 21 de Abril a 2 de Maio do
mesmo ano a Virgem ficou em reparação. Irma Alice Marie
recebeu instrução para que Nossa Senhora fosse venerada
com algum nome. E assim aconteceu no dia 3 de Maio,
durante a missa, na hora da Comunhão.
Dia 20 de maio de 1959, a Imagem retorna ao Colégio,
não mais humilhada e indigente, mas como Rainha,
revestida de ouro, trazendo sobre o peito o emblema da
Confiança: Fé, Esperança e Caridade. Na mão direita os
raios da graça. Na fronte a coroa soberana, adornada com
trinta e três pedrinhas, azuis. verdes. vermelhas, como
símbolo dos anos que seu filho passou sobre a terra.
Em 30 de Maio, último sábado do mês, houve a bênção
da Imagem, que recebeu o nome de Nossa Senhora da
Confiança. As alunas do Colégio Notre Dame a coroaram.
Essa
grande
cerimônia
foi
presidida
pelo
Reverendíssimo Padre Dutra do Colégio São Luiz de São
Paulo.
Em 30 de Agosto de 1959, entoou-se, pela primeira vez,
o hino escrito e composto em seu louvor.
Página 32
CONSOLATA, Nossa Senhora
A devoção a Nossa Senhora Consolata, cujo santuário
mais famoso situa-se em Turim, na Itália, teve início de
acordo com a seguinte tradição: Santo Eusébio trouxe o
ícone do Egito para a Itália no século IV e o deixou em
Turim. São Máximo, bispo de Turim de 380 a 420, o colocou
num pequeno santuário mariano da cidade.
São Máximo promoveu a devoção até que os
iconoclastas começaram a destruir crucifixos, imagens e
relíquias dos santos. O ícone da Consolata, entretanto, não
foi destruído. Alguém o escondeu numa cripta da Capela de
Santo André, em Turim, até o século XI.
Em 1014, Arduíno, Marquês de Ivrea, estava seriamente
enfermo. Teve uma visão da Virgem Santíssima que pediulhe a construção de uma capela sob o título de Nossa
Senhora da Consolata, na igreja de Santo André,
prometendo-lhe a recuperação da saúde. Tocado
profundamente pelos favores da Virgem Maria, Arduíno
empreendeu seriamente a construção da capela. Durante os
trabalhos da escavação, o ícone da Consolata foi
reencontrado para a alegria da população. O santuário
transformou-se um lugar de muitas graças e bênçãos.
No século seguinte, uma terrível guerra civil quase
destruiu completamente a cidade de Turim, e a capela que o
Marquês tinha construído para o ícone da Consolata ficou
esquecida no meio das ruínas.
Em 1104, John Ravais, um homem cego de Briançon,
França, teve um estranho sonho: enterrado sob as ruínas de
uma velha igreja velha, viu uma pintura de Nossa Senhora.
A Virgem revelou-lhe que aquela capela localizava-se em
Turim, na Itália. Maria queria ser honrada novamente
naquele lugar. Se fizesse alguma coisa para recuperar
aquela igreja, ele seria curado da cegueira. O homem
dirigiu-se a Turim. Iniciados os trabalhos de escavação,
foram encontrados os restos da igreja e o ícone intacto no
dia 20 de junho de 1104.
Comovidos
pelo
milagre
ocorrido, os cidadãos de Turim
transformaram a pequena capela
em um grande Santuário onde
vem sendo venerada pelos
séculos a Virgem Santíssima
sobre o título "Consolata".
Encarregou-se de espalhar a
devoção a
Nossa
Senhora
Consolata o Pe. José Allamano,
que foi reitor do Santuário de
Nossa Senhora Consolata em Turim, por 46 longos anos e o
transformou num centro de Espiritualidade Mariana e de
irradiação missionária. Fundou duas congregações
religiosas, a dos Missionários da Consolata e das
Missionárias da Consolata. "Consolata" quer dizer
"Consoladora". A missão destes religiosos e anunciar ao
mundo todo a Verdadeira Consolação: JESUS CRISTO.
Eles têm como lema que lhes deixou o Fundador:
"Anunciarão a minha glória aos povos" ( Is 66,19).
Contemplando a imagem da Consolata, vemos Nossa
Senhora que reclina docemente a cabeça para Jesus.
Símbolo desse gesto: ela dirige seu pensamento à fonte e
causa de todas as suas grandezas: seu divino filho. Parecenos ouvir ainda de seus lábios o "Magnificat"- solene cântico
de gratidão - que há vinte séculos ecoa pelas montanhas da
Judéia e pelas encostas do mundo: "O Poderoso fez em
mim maravilhas... Sua misericórdia se estende de geração
em geração"(Lucas 1, 49-50).
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
Ao mesmo tempo, Nossa Senhora volve para nós seu
olhar, como para infundir-nos os mesmos pensamentos e
afetos. A fonte das misericórdias e das consolações é Jesus
Cristo. Maria recebe dele as graças que derrama sobre os
homens. Em sua missão materna, ela quer conduzir a Jesus
as almas consoladas por seu amor. Suas consolações não
visam tornar a vida menos triste, mas purificar mais a mais a
consciência; não tendem apenas a livrar o coração das
preocupações, mas enriquecê-lo de virtudes; não a subtrair
o cristão, mas enriquecê-lo de virtudes; não a subtrair o
cristão da dor, e sim aproximá-lo de Jesus Cristo.
Nossa Senhora Consolata estreita ao coração o Menino
Jesus... Símbolo do mais belo amor que une o Coração de
Deus a um coração de criatura. Jesus e Maria estão
indissoluvelmente unidos pelo amor. Nossa Senhora é a
criatura que Deus mais amou; é a criatura que mais amou a
Deus! Em força do amor de Jesus, ela é Imaculada, a
virgem Mãe do Redentor, a Rainha do céu, perfeitíssimo
exemplar da santidade, poderosa Medianeira entre o céu e
a terra, a Consoladora dos aflitos. Em suma: o amor de
Jesus é a razão de toda a sua felicidade, a chama divina
que ela quer atear na ala dos seus devotos. Se Nossa
Senhora usa tão generosamente do seu poder para
consolar, é para que nós, libertos da dor, nos elevemos com
mais generosidade e presteza ao amor de Jesus.
Contemplando a imagem de Nossa Senhora Consolata,
vemos Jesus com a mão direita elevada, em atitude de
abençoar. Simboliza o admirável desígnio realizado em
Maria: como por intermédio de Eva se abateu sobre a terra
uma torrente de sofrimento, assim, por intermédio de Maria,
a divina misericórdia fez jorrar a fonte de todos os bens.
Jesus salva o mundo, passando através das entranhas
imaculadas da maternidade de Maria. Ele nutre e mata a
sede das almas com o corpo e o sangue que recebeu de
Maria.
Vemos, por fim, duas coroas cingindo a fronte de Jesus
e de Maria: símbolo glorioso dum império celeste que
abrange o céu e a terra. Nos dois diademas, os católicos
reconhecem e proclamam a régia majestade de Jesus
Cristo e de Maria.
COPACABANA, Nossa Senhora de
Padroeira da Bolívia
Copacabana é uma cidade e porto da Bolívia, capital da
província de Manco Cápac. Está situada às margens do
Lago Sagrado Titicaca, na península com o mesmo nome.
O grandioso cenário que o rodeia é formado pelo maciço
andino da Cordilheira Real.
Desde os primeiros tempos da conquista pelos irmãos
Pizarro, a partir de 1538, aí se pregou o Evangelho. Esta
missão era executada, à época, pelos religiosos da Ordem
de São Domingos.
Francisco Tito Yupanqui, de sangue real, era
descendente direto dos Reis Incas. Nasceu em Copacabana
e no escudo de armas que o imperador Carlos V concedeu
a seus antepassados constava o lema "Ave Maria".
Desde menino demostrou profundo amor à Santíssima
Virgem Maria. Em nome desse amor lutou pelo desejo de
seu povo Hanansaya de que a imagem da Virgem da
Candelária ocupasse um lugar de destaque no altar-mor da
humilde capela de Copacabana. Também se empenhou em
formar uma Confraria para honrar a Santíssima Virgem.
Tinha inclinação natural para a pintura e escultura. Carecia,
contudo, de conhecimentos elementares das técnicas
destas nobres artes.
Página 33
Contudo, ajudado por seu irmão Felipe, esculpiu uma
imagem da Virgem em argila. O resultado não foi grande
coisa. Foi feita apenas de boa vontade e amor a Nossa
Senhora. O padre Antonio de Almeida, o pároco, colocou-a
a um lado do altar. Seu sucessor, Dom Antonio Montoro, ao
ver essa imagem desajeitada, tosca e desproporcional,
mandou tirá-la do altar e a colocou com desprezo num canto
qualquer da sacristia.
Humilhado Francisco Tito por este contratempo e
aconselhado pelos seus, dirigiu-se a Potosí, que contava
com destacados mestres em escultura de imagens sacras.
O sincero e profundo amor que sentia pela Virgem
Santíssima Virgen era bem maior que sua inclinação para a
arte. Com ardentes orações e jejuns, invocou a bondade de
Maria para proporcionar a seu povo uma imagem digna de
veneração. Com esta santa preocupação, procurou, o pobre
escultor, em todas as igrejas de Potosí uma imagem da
Virgem que pudesse lhe servir de modelo. Indicaram-lhe
uma em Santo Domingo.
Tito Yupanqui, o humilde enamorado da Virgem Maria,
chegou a adquirir no atelier do mestre Diego Ortiz, certo
domínio na arte da escultura e na preparação da madeira.
Com esses conhecimentos se pôs a construir a imagem
definitiva da Candelária. Antes de começar seu trabalho,
mandou celebrar uma Missa em honra da Santíssima
Trindade, para obter sobre sua obra a bênção divina. Era
indizível a alegria que Francisco transmitia quando dava os
últimos retoques em sua bendita e amada Virgem da
Candelária.
A preciosa imagem chegou a Copacabana em meio a
emoção do povo que a acompanhou em concorrida
procissão. A chegada da Virgem ao seu trono de glória foi
um verdadeiro triunfo. Desde então começou a sua maternal
misericórdia, derramando milagres e graças incontáveis. Os
milagres concedidos por intercessão da Virgem de
Copacabana a todos que a invocam com fé e esperança
são inumeráveis.
O santuário de Copacabana é um dos mais antigos da
América. O templo atual foi construído em 1805 e a imagem
foi coroada durante o Pontificado de Pio XI. Com o passar
dos anos, os fiéis doaram grande quantidade de jóias
valiosíssimas e o templo se encheu de tesouros. Essa
riqueza foi posteriormente saqueada por presidentes,
generais e ditadores.
A imagem original nunca sai do Santuário. Paras as
procissões usa-se uma cópia. Um costume bem original
desse Santuário, basílica desde 1949: os fiéis que o visitam
saem sempre caminhando para trás, com a intenção de
nunca dar as costas a sua querida padroeira, cuja festa
originalmente era celebrada no dia 2 de fevereiro. Foi
transferida para 5 de agosto, com liturgia própria e grande
festa popular.
COROMOTO, Nossa Senhora de
Padroeira da Venezuela
No ano de 1652, Nossa
Senhora de Coromoto apareceu
aos índios do mesmo nome. Foi
declarada Padroeira da Venezuela
pelo Episcopado venezuelano no
dia primeiro de maio de 1942. O
papa Pio XII a declarou "Celeste e
Principal Padroeira de toda a
República da Venezuela" no dia 7
de outubro de 1944. O Santuário
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
Nacional está construído no local da aparição, perto da
cidade de Guanaguanare. O Papa João Paulo II, em
fevereiro de 1996, abençoou pessoalmente este Santuário.
Entre os índios que habitavam a região de
Guanaguanare, havia um grupo conhecido como
"Coromotos". Quando chegaram os colonizadores
espanhóis, os Coromotos se embrenharam na selva,
montanhas e vales situados a noroeste da cidade de
Guanare, nas fontes e margens dos rios Tucupido e Anos.
Os Coromotos moraram muito tempo nesses lugares
distantes e sua memória foi sendo perdida, até que chegou
o momento de sua conversão, graças a poderosa mediação
da Santíssima Virgem.
Um espanhol honrado e bom cristão, chamado Juan
Sánchez, possuía as férteis terras de Soropo, situadas a
quatro ou cinco léguas de Ganare. A ele se uniram para
trabalhar a terra e tratar do gado dois colonizadores: Juan
Sibrián e Bartolomé ánchez.
Descansando de uma longa viagem em certo dia, do
ano de 1651, o Cacique dos Coromotos, acompanhado de
sua mulher e filhos, eis que lhes aparece uma formosíssima
Senhora de incomparável beleza, que trazia em seus braços
um preciosíssimo Menino, caminhando sobre as cristalinas
águas da corrente. Maravilhados, contemplam a majestosa
Dama; esta lhes sorri amorosamente e fala ao Cacique em
sua própria língua, dizendo-lhe que ali fora procurar água
para colocar sobre a cabeça e assim poder subir aos céus.
Estas palavras foram ditas com tal unção e força que
comoveram o coração do Cacique. Ele se dispôs a cumprir
os desejos de tão encantadora Senhora...
No mês de novembro do citado ano, Juan Sánchez
passava perto daquela região seguindo a estrada
denominada "Cauro", quando ia em viagem para El Tocuyo.
A certa altura, encontra o chefe dos Coromotos, que lhe
conta que uma belíssima Mulher, com uma criancinha
formosa havia-lhe aparecido pedindo-lhe que fosse ao local
onde moravam os brancos para buscar água para molhar
sua cabeça, antes de ir para o céu. E acrescentou o
Cacique que tanto ele como todos os de sua tribo estavam
dispostos a atender os desejos de tão excelsa senhora.
Juan Sánchez, gratamente surpreendido pelo relato do
índio, disse-lhe que estava indo de viagem para um
povoado chamado El Tocuyo. A oito dias estaria de volta.
Quando retornou, Juan Sánchez juntou-se aos Coromotos.
Toda tribo partiu com o espanhol.
Seguindo as indicações de Juan Sánchez, a caravana
se deteve no ângulo formado pela confluência dos rios
Tucupido e Guanaguanare, num lugar que foi chamado de
Coromoto. Juan Sánchez foi imediatamente à vila do
Espírito Santo de Guanaguanare e avisou as autoridades
sobre o ocorrido.
Os alcaides Dom Baltazar Rivero De Losada e Dom
Salvador Serrada Centeno, que governavam a Vila,
dispuseram que os índios permanecessem em Coromoto e
ofereceram-lhes Juan Sánchez para demarcar terras para
seus trabalhos e para doutriná-los nos rudimentos da
religião cristã. O abnegado espanhol cumpriu sua missão
cuidadosamente, fazendo de tudo para tornar feliz a
permanência dos índios naquela região.
Os indígenas construíram seus ranchos, receberam as
terras e, contentes, ouviam as explicações doutrinárias que
lhes dava o espanhol, ajudado por sua esposa e os outros
dois companheiros. Este trabalho apostólico foi sendo
coroado de êxito. Pouco a pouco os índios iam sendo
batizados.
Página 34
O Cacique, a princípio, assistia com gosto às instruções,
mas começou a se desgostar e a sentir falta de seus
bosques. Não mais freqüentou as reuniões promovidas por
Juan, não quis mais aprender a doutrina cristã e se recusou
a ser batizado.
No dia 8 de setembro de 1652, Juan Sánchez convidou
os índios que trabalhavam em Soropo para assistirem a
alguns atos religiosos que haviam sido preparados. O
Cacique Coromoto recusou este convite. Ainda assim, seus
companheiros honraram com humildes preces a Virgem.
Isso deixou o Cacique enraivecido que fugiu para Coromoto.
A cabana do Cacique era a maior entre todas as choças
indígenas, mas era pequena e pobre em comparação às
casas dos espanhóis. Naquela noite se encontravam na
cabana uma irmã do Cacique, chamada Isabel e seu filho,
de doze anos e outras duas índias. O Cacique Coromoto
chegou muito triste e calado. Imediatamente deitou-se na
esteira.
Vendo o seu estado, ninguém lhe dirigiu a palavra.
Passou-se um longo tempo de silêncio. O Cacique tentava
dormir, mas dentro de sua memória não saía aquela
Senhora. Ouvia sua doce, contudo, outros pensamentos
turvavam seu triste e melancólico caráter: seu orgulho
humilhado pela obediência e sua desenfreada liberdade,
clamava por uma completa emancipação; certa raiva interna
e inexplicável lhe pintava o batismo e a vida dos branco
como insuportáveis.
Em poucos minutos, a Virgem Santíssima apareceu na
cabana do Cacique, em meio a invisíveis legiões de anjos
que formavam seu cortejo. Dela saíam raios de luz que
inundaram a choça. Segundo o testemunho da índia Isabel
a luz era tão potente que parecia a luz do sol ao meio-dia.
Mas não cansava a visão daqueles que a contemplavam tão
grande maravilha.
O Cacique reconheceu a mesma bela mulher que,
meses antes, contemplara sobre as águas. O índio
pensava, provavelmente, que a Senhora viera reprovar seu
comportamento. Passados alguns segundos, o Cacique
rompeu o silêncio e dirigindo-se à Senhora disse enfurecido:
Até quando irás me perseguir?" Estas palavras impensadas
e desrespeitosas mortificaram a esposa do Cacique, que o
consolou: "Não fales assim com a bela mulher. Não tenhas
tanto mal em teu coração". O Cacique, encolerizou-se e não
pôde mais suportar a presença da Divina Senhora que
permanecia à porta dirigindo-lhe um olhar tão terno e
carinhoso, capaz de comover o coração mais duro.
Desesperado, o Cacique saca de um arco com uma flecha e
chegando ao auge de sua loucura ameaça matá-la. Nesse
instante, a Excelsa Senhora entra na choça, sorridente e
serena, aproxima-se dele que lança o arco contra o chão. O
Cacique tenta abraçar a Senhora que desaparece, deixando
a cabana iluminada apenas pela luz do fogão.
Fora de si e mudo de terror, ele ficou alguns minutos
imóvel, com os braços estendidos e entrelaçados, na
mesma posição em que estavam quando tentara agarrar a
Virgem. Ele tinha uma mão aberta e a outra fechada, que
apertava o máximo. Ele sentia que a bela mulher a havia
fechado.
Cheio de temor, o índio disse à sua mulher: "Aqui a
tenho!". As mulheres disseram em coro: "Mostre-nos". O
Cacique abriu a sua mão e os quatro indígenas
reconheceram ser aquela uma imagem e acreditaram que
era a "Bela Mulher". Quando o índio abriu a mão, a pequena
imagem lançou raios luminosos que causaram grande
esplendor. O Cacique começou a suar frio. Com a mesma
fúria de antes, envolve a milagrosa imagem em uma folha e
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
a esconde no teto de palha de sua casa dizendo: "Aí tu te
queimarás, para que me deixes".
O indiozinho, que interiormente desaprovava a torpe
conduta do tio, prestou bem atenção no esconderijo da
imagem e resolveu avisar Juan Sánchez sobre o que
ocorrera. Escapou da casa por volta da meia-noite em
direção a Soropo, enfrentando com coragem todos os
riscos. Ao chegar, todos dormiam. Ele sentou-se à beira da
porta e esperou o amanhecer.
A esposa de Juan Sánchez, ao abrir a porta de sua casa
na madrugada do domingo, surpreendeu-se ao ver o
menino. Ele contou-lhe tudo que havia acontecido. A mulher
chamou o marido. Juan sorriu e não deu crédito ao relato do
indiozinho, que repetiu sua história veementemente:
"Podem ir a Coromoto agora mesmo e vocês irão
comprovar o que digo".
Bartolomé Sánchez, Juan Sibrián, Juan Sánchez e o
indiozinho se puseram sem demora a caminho de
Coromoto. Quando chegaram perto do povoado os três
espanhóis se esconderam a três quadras da casa. O
menino se encarregou de ir à choça do tio apanhar a
imagem. Felizmente, o Cacique e as duas mulheres
estavam fora da casa. Sem que ninguém o visse, o menino
entrou na casa. Com o coração em júbilo pegou a imagem e
a levou para Juan que, ao recebê-la, sentiu profunda
emoção. Na imagem reconhecera a efígie de Maria
Santíssima, a Mãe de Deus. Com muito respeito a colocou
em um relicário de prata que costumava carregar.
Retornando à sua casa em Soropo, Juan Sánchez
colocou a pequena imagem, que já começava a ser
chamada de Nossa Senhora de Coromoto, em um
altarzinho, alumiando-a com uma vela de cera escura. Esta
humilde luminária ardeu dia e noite, sem consumir-se desde
as doze horas da noite de domingo até à tarde de terçafeira. Este fato foi declarado milagroso, pois o pedaço de
vela deveria arder, no máximo, uma meia hora.
Terça-feira, à tarde, Juan Sánchez foi à Vila de
Guanaguanare (Guanare) onde revelou ao Padre Dom
Diego Lozano, tudo quanto sabia sobre a imagem. Mas este
não lhe deu crédito, dizendo que aquela estampa deveria
ser obra de algum viajante. Juan Sánchez, sem se lastimar
por isso, regressou feliz a Soropo, pois comprara o
necessário para manter uma lamparina acesa diante da
imagem, que ficou em sua casa até primeiro de fevereiro de
164, isto é, um ano e quatro meses.
No dia 9 de setembro, domingo, o Cacique resolveu ir
aos montes com alguns índios. Mal entrou no bosque foi
mordido por uma cobra. Vendo-se mortalmente ferido e
reconhecendo no acontecimento um castigo do céu pela
sua péssima conduta com relação à Senhora, começou a se
arrepender, pedindo em altos gritos que lhe administrassem
o Batismo.
A casa de Juan Sánchez se transformou num pequeno
santuário. Para aí acorreu toda a população de Guanare
atraída pelos milagres, graças e favores que eram
alcançados por intercessão de Nossa Senhora de
Coromoto.
No dia primero de fevereiro de 1654 a imagem foi
trasladada solenemente para a igreja de Guanare por ordem
do pároco Diego de Lozano. A devoção popular foi
crescendo espantosamente até a coroação pontifícia em
1952.
A força histórica do fato coromotano repousa
principalmente no testemunho do povo. Uma tradição jamais
interrompida. Na década dos anos 20, houve um evidente
ressurgir do movimento coromotano, mas não se pode dizer
Página 35
que tenha sido o ressurgir de algo morto, pois desde sua
aparição até os nossos dias, o povo da Venezuela jamais
deixou de peregrinar a Guanare para honrar sua padroeira.
Atualmente pode-se afirmar que não existe um só
templo católico venezuelano que não possua uma imagem
de Nossa Senhora de Coromoto, sempre amada e
homenageada pelos fiéis.
COTOCA, Nossa Senhora de
Trata-se de uma devoção boliviana.
Em fins do século XVIII, na Bolívia, três humildes
camponeses foram acusados injustamente de um
assassinato. Fugiram, então, desesperados rumo ao Rio
Grande. Depois de andarem algumas léguas chegou a noite
trazendo muito frio e uma atroz ventania. Decidiram
descansar numa pequena clareira do monte de Asusaquí.
Logo procuraram acender um fogo para se aquecer. Com o
auxílio de um machado, um dos rapazes deu vigorosos
golpes numa grande árvore que encontrou. Para sua
surpresa, a árvore parecia oca. O que estaria escondido
naquele estranho tronco? Começaram a golpeá-lo mais
fortemente e, espantados, viram dentro do tronco uma
pequena imagem da Virgem Maria.
Emocionados, os fugitivos resolveram levar a imagem
para seu patrão, desistindo da fuga. A fama do milagroso
achado rapidamente se espalhou. Foi crescendo o número
dos que iam render culto à Virgem e pedir graças. Uma
devota construiu em Cotoca a primeira e bem humilde
capelinha que foi abençoada no dia 15 de dezembro de
1799.
A aldeia de Cotoca localiza-se a
20 quilômetros de Santa Cruz, na
Bolívia, sobre a rodovia que corta o
Rio Grande na entrada de
Chiquitanía.
O
povoado
é
conhecido por seus excelentes
trabalhos em cerâmica e por um
prato típico feito de queijo, o
"Sonso". Mais ainda é famosa pela
presença da "Mamita de Cotoca",
como é carinhosamente venerada a
Virgem Maria no Santuário que
atualmente tem os cuidados pastorais dos Frades
Dominicanos. A Paróquia do Santuário tem como nome a
"Purísima Concepción de la Virgen" e possui numerosas
comunidades rurais.
A festa de Cotoca, celebrada com grande devoção nos
dias 7 e 8 de dezembro, atrai milhares de devotos de toda a
Bolívia.
CZESTOCHOWSKA, Nossa Senhora de
Patrona da Polônia
Em
1430,
os
hussitas
assaltaram o convento e o
santuário
onde
estava
o
milagroso quadro de Nossa
Senhora de Czestochowska, de
modo que se perdeu o arquivo do
convento, e por isso não há mais
documentos escritos sobre a
primitiva história desse quadro
mi1agroso.
A Santa Sé reconhece,
porém, o dia 7 de setembro de 1382 como o dia da
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
instalação do milagroso quadro na montanha Jasna Gora, e
existe ainda uma detalhada re1ação das festividades que se
realizaram para celebrar esse acontecimento.
Desde os primórdios do Santuário foram os Eremitas de
São Paulo os seus guardiães.
As cópias do quadro milagroso espalharam-se
brevemente por toda a cristandade, e em muitas igrejas de
outros países ficaram expostas ou foram veneradas.
Apesar da destruição dos hussitas, durante a qual o
quadro foi danificado, nunca cessou o movimento de
peregrinos, e o santuário foi dentro em pouco restaurado.
Os peregrinos eram numerosíssimos principalmente nos
festejos dos centenários, estando presentes em 1782 cerca
de 600 mil fiéis.
º
0 500 jubileu foi celebrado em meio aos mais difíceis
acontecimentos políticos: a Polônia tinha sido dividida, e
suas províncias anexadas aos três países limítrofes;
contudo, apesar das dificuldades das fronteiras,
compareceram aos festejos milhares de fiéis.
0 quadro milagroso de Czestochowska é uma das
imagens antigas (de Nossa Senhora) que ainda hoje são
veneradas por um culto constante e fervoroso.
Segundo uma lenda, o quadro foi pintado por São
Lucas, já no tempo de Maria Santíssima, no tampo de uma
mesa feita por São José.
Na Santa Casa de Loreto há uma exposição dos objetos
que nela havia quando foi trasladada, com a seguinte nota:
"A mesa da Santíssima Virgem acha-se na Polônia, na
cidade de Czestochowska".
Os historiadores dos séculos XIV e XV falam a respeito
desta lenda. Segundo um deles, esse quadro foi primeiro
levado para Jerusalém. Santa Helena o achou e presenteou
com ele o imperador Constantino, que o colocou numa das
salas do palácio, onde ficou até o ano de 431, quando foi
levado com outras preciosidades de Jerusalém para uma
igreja não-mencionada, ficando escondido até o século IX.
Novamente exposto, atraiu logo numerosos peregrinos.
Alguns séculos mais tarde mudou várias vezes de dono
e de lugar, até que Nossa Senhora manifestou o desejo de
ficar em Czestochowska, da seguinte maneira: quando o
príncipe Wiadislavo, o último possuidor do quadro, ia levá-lo
do castelo de Belz para Olsztyn, os animais que puxavam o
carro pararam perto de Czestochowska, e não houve força
humana que os fizesse caminhar; porém, assim que tiraram
o quadro do carro, por terem resolvido deixá-lo naquele
lugar; puderam os animais, no mesmo instante, por-se em
movimento.
Ficando, portanto, o quadro em Czestochowska, por
vontade de Maria Santíssima, deram-lhe um novo título:
Nossa Senhora de Czestochowska.
Nossa Senhora de Czestochowska é a Padroeira da
Polônia, anualmente afluem ao santuário nacional mais de
um milhão de peregrinos.
O Papa João Paulo II, fiel às suas origens, tem
demonstrado freqüentemente sua devoção à Virgem de
Czestochowska, a quem aprendeu a amar desde menino.
D'OROPA, Nossa Senhora
Ao nordeste de Biella, província do Piemonte, Itália, à
altura de 200 metros, localiza-se o santuário onde se venera
a imagem de uma Nossa Senhora de cor negra que,
segundo uma antiga tradição, foi levada por Santo Eusébio
da Terra Santa para o vale d'Oropa. Trata-se de um dos
mais antigos locais de peregrinação do ocidente. Numa
Página 36
pedra que se encontra na basílica está afixada uma data:
ano de 369.
Após fundar um mosteiro em
Vercelli, Santo Eusébio retornou ao
vale d' Oropa e reuniu discípulos em
torno de si, que depois viveram
como eremitas seguindo a Regra de
São Bento. Esses eremitas cuidaram
do santuário até o século XV,
suportando as aflições provocadas
pelas invasões dos bárbaros. Só no
século XI a paz voltar a reinar
naquele lugar sagrado. No século
XVII foram chamados para administrar o santuário padres
seculares. Em 1918 ali chegaram os Padres Redentoristas.
Há uma lenda que diz o seguinte: tinham resolvido
transportar a imagem milagrosa para Biella. Mal começaram
a viagem, a imagem tornou-se tão pesada que era
impossível conduzi-la. Quando decidiram retorná-la ao seu
lugar, ela recuperou seu peso normal. No lugar onde a
imagem se recusou a ser transportada construíram uma
capela conhecida como "capela do Transporte", na subida
do monte.
Em 1599, ameaçada pela peste, a cidade de Biella
invocou a proteção da Virgem, fazendo-lhe a promessa de
tomar sobre si uma parte dos encargos para a manutenção
do santuário e ajudar na aceleração da construção da
basílica.
A primeira missa foi celebrada na basílica em 1600. Em
1620 a imagem foi coroada pela primeira vez, na presença
de 25 mil pessoas, quando foram presenciados sete
milagres. Uma segunda coroação foi realizada em 1720.
Os peregrinos puderam contemplar, na ocasião, uma
coroa de estrelas sobre a imagem, bem como um cometa
que parecia querer cair sobre o local. Outra coroação, em
1820, reuniu 100 mil fiéis no vale. A quarta coroação
ocorreu nos primeiros anos após a Guerra Mundial. A festa
foi presidida pelo Cardeal Isidoro Valfré, como legado do
Papa.
São incontáveis os milagres operados por intercessão
de Nossa Senhora d'Oropa no decorrer dos séculos. No
livrinho "Santuário di Oropa, o Pe. Mário Trompetto informa
que o rosto e as mãos da imagem jamais são atingidos pelo
pó, apesar de nunca serem espanados. Este milagre pode
ser observado por qualquer peregrino.
As peregrinações realizam-se durante todo o ano
litúrgico, especialmente nos dias 21 de novembro, 15 de
agosto e 8 de setembro. Uma grande procissão conhecida
como "procissão da peste", organizada pelos habitantes de
º
Biella, acontece anualmente no dia 1 . de maio.
DESATADORA DOS NÓS, Nossa Senhora
O quadro de Nossa Senhora
Desatadora dos Nós foi pintado por
um artista desconhecido por volta do
ano 1700 e é venerado em Ausburg,
na Bavária, Alemanha, na igreja de
St. Peter Am Perlach. Uma cópia
desta pintura é venerada em Buenos
Aires, Argentina, para onde foi
levada pelo bispo Dom Bergoglio.
Maria é representada como a
Imaculada Conceição. Percebe-se
que ela está situada entre o céu e a terra. Sobre a Virgem o
Espírito Santo derrama suas luzes. Sua cabeça encontra-se
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
adornada de doze estrelas, que remetem às doze tribos de
Israel e aos doze apóstolos.
Um dos anjos entrega-lhe uma faixa com nós maiores e
menores, separados e juntos. Estes nós simbolizam o
pecado original, nossos pecados cotidianos e suas
conseqüências que impedem à graça frutificar livremente
em nossa vida.
Na parte inferior do quadro vemos que a faixa cai
livremente. Um nó foi desatado. Há um anjo e um homem e
entre eles um cachorro. Dirigem-se a uma igreja. Pode-se
ver aí uma referência ao livro de Tobias (6,13), onde o
jovem Tobias empreende uma longa e penosa viagem na
qual conhece Sara. Sara já se casara sete vezes devido a
um demônio que dela se enamorara. Todos os seus
maridos morreram na noite das núpcias. Tobias consegue
casar-se com ela e voltar à casa de seu pai. Isto significa
que para dois corações realmente se encontrarem, há que
se desatar primeiro muitos nós.
Nossa Senhora Desatadora dos Nós é invocada como
aquela que nos ajuda a desatar todos os nossos males e
aflições, todo o mal que nos escraviza e nos torna infelizes
e pessimistas. Livres de todas as cadeias que nos prendem
ao egoísmo, abrimo-nos nosso coração a Seu Filho Jesus
para finalmente saber em que consiste a verdadeira
liberdade dos filhos de Deus.
DESTERRO, Nossa Senhora do
Este título de Nossa Senhora
tem fundamento bíblico. Afirma o
evangelista Mateus que, após a
partida dos Reis Magos, um anjo
do Senhor apareceu em sonhos a
São José e disse: "Levanta, toma
o menino, a sua Mãe e foge para o
Egito; permanece lá até que eu te
avise, porque Herodes procura o
menino para o matar. Levantandose de noite, ele tomou o menino e
a mãe, e partiu para o Egito". (Mt
2,13-14).
Não foi uma viagem fácil. Belém dista do delta do Nilo
cerca de duzentos e cinqüenta quilômetros. Uma tradição
fixa em Macarié, nas proximidades de Heliópolis, o local da
permanência da Sagrada Família. Antigamente calculava-se
em sete anos a duração deste exílio. Os autores modernos,
porém, acreditam ter sido bem menor.
Após a morte de Herodes, São José, avisado pelo anjo,
voltou à terra de Israel. Entretanto, receoso das trapaças de
Arquelau, filho de Herodes, fixou-se em Nazaré, na Galiléia.
Muitas lendas se relacionam ao desterro da Virgem
Santíssima no Egito, como a da tamareira, junto à qual
Maria se sentara para repousar, que se inclinou para que as
tâmaras ficassem ao alcance de suas mãos. Outra estória
conta que a Sagrada Família foi atacada por salteadores,
mas eles não lhe fizeram mal nenhum, em atenção ao
pedido de um de seus companheiros, que seria mais tarde o
Bom Ladrão, morto na cruz ao lado de Cristo e hoje
venerado com o nome de São
Dimas.
No
folclore
brasileiro
encontramos também várias lendas
sobre a viagem da Sagrada
Família, o que demonstra o carinho
do povo simples para com a Mãe
Santíssima. Talvez elas tenham
Página 37
sido inspiradas pelos jesuítas, os quais por meio de estórias
conseguiram gravar melhor na inteligência dos indígenas os
mistérios da vida de Cristo.
Em nosso pais a devoção a Senhora do Desterro foi
intensa durante o período colonial, talvez porque os
portugueses,
deixando
a
pátria,
provisória
ou
definitivamente, para servirem na colônia de além-mar,
encontrassem consolo na devoção a Virgem Exilada. Entre
os templos mais antigos do Brasil temos o de Nossa
Senhora do Desterro da Bahia, junto ao qual foi erguido um
convento para senhoras que desejavam se afastar do
mundo e dedicar-se a vida religiosa, célebre atualmente
pelas suas riquíssimas alfaias; e a ermida do Rio de
Janeiro, construída nos primeiros tempos da fundação da
cidade. Conta-se que o historiador Padre Simão de
Vasconcelos deveu a Virgem Desterrada a sua milagrosa
cura. Foi aí também, junto a pequena capela carioca, na
subida do morro do Desterro, que um grupo de bravos
estudantes enfrentou os soldados franceses comandados
por Duclerc, conseguindo derrotar os invasores. Mais tarde,
no local da ermida, foi edificado o convento de Santa
Teresa, das monjas carmelitas, porém sua igreja conservou
a antiga devoção.
A cidade de Florianópolis, capital de Santa Catarina,
chamou-se durante mais de dois séculos Vila do Desterro,
pois nasceu em torno da capela construída em 1673 por
Francisco Bias Velho, que morreu alguns anos depois na
própria igreja que fundara, defendendo seu povo contra um
ataque de piratas. Somente após a Revolta da Armada, em
1894, a cidade recebeu seu atual nome em homenagem ao
Marechal Floriano Peixoto. Na moderna matriz catarinense,
que substituiu a velha capela da Virgem, encontra-se
maravilhosa escultura em madeira de tília, em tamanho
natural, de autoria dos escultores Dernetz, representando a
Sagrada Família em fuga para o Egito.
Em Casa Branca, cidade paulista, existe um santuário
dedicado a Virgem do Desterro, famosa pelos numerosos
milagres alcançados por seu intermédio. Todos os anos
grande número de devotos, provenientes de vários estados,
acompanham piedosamente e em silêncio a procissão que
se realiza à luz de velas, levando o andor com a bonita
imagem de São José puxando o burrinho que carrega a
Virgem com seu Filho ao colo
Nossa Senhora do Desterro é muito venerada na Itália
como a "Madonna degli Emigrati", sendo padroeira daqueles
que foram obrigados a deixar sua pátria para se refugiarem
ou a fim de procurar trabalho no estrangeiro. Ela tem sido a
Mãe Amorosa para todos os que, saudosos de sua terra
natal, imploram cheios de fé e de amor o auxílio da Virgem
do Desterro a fim de encontrarem compreensão e simpatia
na terra adotiva.
Bibliografia: Nilza Botelho Megale, "Invocações da
Virgem Maria no Brasil", Ed. Vozes, 1998, pp. 180-183
DIVINA PROVIDÊNCIA, Nossa Senhora da
O título Nossa Senhora da
Divina Providência não é novo, pois
já era usado em vários santuários
da Itália desde o século XII, tendo
sempre por objeto quadros e
afrescos representando a Virgem
Santíssima com o Menino nos
braços. Mas só em 1732 se inicia o
movimento religioso oficialmente
reconhecido pela Santa Sé, o qual
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
se espalhou em todo o mundo, atraindo multidões.
Um contratempo deu ocasião à inauguração do quadro
célebre exposto à veneração pública em Roma. Em 1659 0
papa Alexandre VII, da família Chigi, resolveu engrandecer
a praça Colonna, e, quando os clérigos de São Paulo
entregaram seu convento aos demolidores, cortaram uma
parte da parede na qual um artista desconhecido pintara
uma imagem de Maria, milagrosa, para levá-la consigo.
Mas, quando se tratou de colocá-la no lugar que lhe
destinaram, o precioso afresco caiu e fez-se em mil
pedaços.
O arquiteto, sentindo vivamente a perda do afresco, quis
indenizar os religiosos, e a grande custo adquiriu um quadro
da Virgem, obra-prima de Scipione Puizone. A pintura, que
tem 54 cm de altura por 42 de largura, foi colocada no altar
do oratório situado no primeiro andar do convento de São
Carlos, por ser o local em que os religiosos se reuniam para
os exercícios de piedade.
Descrição da imagem (pintura) que representa Nossa
Senhora da Divina Providencia: a Virgem Maria esta
revestida de uma túnica purpúrea e de um manto azul; um
véu transparente lhe cobre a cabeça, recaindo
elegantemente sobre os ombros; ela aperta amorosamente
ao seio virginal a criança que segura nos braços e dirige
suave olhar para o rosto adorável do mais belo dentre os
filhos dos homens. 0 Menino não tem auréola, o que indica,
na opinião de um cônego distinto, que Ele, além de ser o
Filho de Deus, representa também os filhos dos homens. A
mãozinha de Jesus, agarrada a mão da Virgem, indica a
confiança, o abandono, a fé inquebrantável com que o
coração humano deve, na hora do perigo, recorrer aquela
que é o Refúgio dos atribulados.
Um dia, revolvendo com a alma cheia de amor os papéis
do arquivo, descobriu o jovem Pe. Januário Maffetti um
manuscrito da lavra do Pe. Palma, o qual conseguira, a
custa de mil angústias, edificar o convento e a igreja de São
Carlos.
A cada página o Pe. Palma proclamava que Maria fora
sua única Providência.
A relação jazia, havia mais de um século, oculta no
fundo da biblioteca.
Movido por celestial inspiração, o jovem religioso
mandou tirar uma cópia do quadro original e, não achando
na igreja um lugar apropriado para a pintura, suspendeu-a
no corredor entre a igreja e o
convento. Abaixo do quadro colocou
a seguinte inscrição, ditada por seu
amor: "Mater Divinae Providentiae".
Era o dia 13 de julho de 1732,
sexto
domingo
depois
de
Pentecostes
Desde então cresceu e se
expandiu por toda a parte,
autorizada pelos sumos pontífices, a
devoção a Nossa Senhora da Divina
Providencia, a qual começou a ser
divulgada no Brasil com a chegada dos padres barnabitas,
em agosto de 1903.
Fonte: Transcrito da obra "Maria e seus títulos
gloriosos", Edésia Aducci, Ed. Loyola, 1998, p. 303-304.
Página 38
DIVINO AMOR, Nossa Senhora do
Existe em Roma o famoso Santuário de Nossa Senhora
do Divino Amor, localizado à via Ardeatina, km 12.
Tem-se notícia da devoção à Virgem sob este título já no
século XIII, quando naquela região da planície romana foi
construída uma espécie de fortaleza da família SavelliOrsini, chamada Castel di Leva
Sobre uma torre do castelo havia uma imagem da
Virgem assentada no trono, tendo ao colo o Menino Jesus.
Uma pomba desce sobre a Virgem como símbolo do
Espírito Santo, que é mesmo o Divino Amor. A imagem,
naquela época, era muito venerada pelos pastores da
região.
Na primavera de 1740, um viandante que se dirigia a
Roma, chegando perto da torre, foi assaltado por uma
multidão de cães e estava para ser devorado; o pobrezinho
levantou os olhos, viu a sagrada imagem e pediu ajuda à
mãe de Deus; o milagre se realizou: os cães dispersaram-se
de repente, fugindo pelos campos.
Em 1944, Roma corria o perigo de ser destruída por
causa da guerra. No dia 24 de janeiro o quadro da Virgem
foi tranferido para a cidade. Esteve em várias igrejas até
chegar na igreja de Santo Inácio, onde, no dia 4 de junho de
1944, o povo de Roma, para obter a libertação da cidade fez
três promessas à Virgem: de mudar a própria vida, de erigir
um novo Santuário e de realizar uma obra de caridade, em
sua honra.
Nossa Senhora realiza o milagre e Roma é salva. O
Papa Pio XII, no dia 11 de junho de 1944, foi rezar com os
romanos e deu a Nossa Senhora do Divino Amor o título de
"Salvadora de Roma".
Todos os sábados, desde a Páscoa até o fim de
outubro, tem lugar uma peregrinação noturna a pé, que
parte à meia-noite, saindo de Roma, da Praça de Porta
Capena, chegando ao Santuário às 5 horas de Domingo.
Uma romaria noturna acontece no dia 7 de dezembro,
véspera da Imaculada Conceição. Os romeiros noturnos
percorrem a famosa Via Ápia Antiga até à igreja do Quo
Vadis, depois tomam a famosa Via Ardeatina, passam por
cima das catacumbas de S. Calisto, e à frente do Mausoléu
das Forças Ardeatinas. Eles levam aos pés da Virgem as
intenções da Igreja de Roma, as intenções dos cidadãos de
Roma e também apresentam suas próprias necessidades.
DIVINO PRANTO, Nossa
Senhora do
Na comunidade das Irmãs
Marcelinas, em Cernusco, na Itália,
berço da Congregação, o médico
Dr. Bino, no dia 6 de janeiro de
1924, apresenta seu diagnóstico a
respeito de uma jovem religiosa
enferma, Irmã Elizabeth: "Nada
mais posso fazer por ela. A
medicina já não tem recursos neste
caso...". Muito querida por todos, a irmã está cega,
debilitada, prostrada por tremendas dores. Muitas vezes,
fica, durante horas e horas, inconsciente. Imersa em dores,
o sorriso permanece em seus lábios.
Às dez e trinta da noite, na casa religiosa todas dormem.
Na enfermaria, Irmã Elizabeth respira com muita dificuldade.
De repente, a religiosa começa a falar. As irmãs presentes
escutam atônitas o que ela diz:
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
"Oh! Como a Senhora é boa! Mas eu tenho uma dor tão
grande que nem sei oferecer direito a Deus... Reze a
Senhora que é tão boa!".
As religiosas estão atentas, mas não podem ouvir a
resposta da 'Senhora' que, no entanto, fala: "REZA!
CONFIA! ESPERA! Voltarei de 22 para 23". Em meio ao
seu sofrimento, a enferma pensa na dor das outras irmãs
enfermas: "Vá falar com Irmã Teresa, Irmã Amália e com
Irmã Elisa Antoniani, que há tantos anos está doente!". A
boa 'Senhora' sorri e desaparece.
Na manhã seguinte, as companheiras de quarto
comentam: "Ontem, à noite, Irmã Elizabeth não parava de
falar, sonhando". Prontamente ela respondeu: "Não sonhei,
falei com aquela 'Senhora'". As religiosas sorriem
penalizadas. A enfermeira, bondosa e enérgica, repreende a
Irmã Elizabeth, dizendo: "Que pode ter visto, você, que está
cega há um ano? Você sonhou e não invente tolices!..." A
Superiora, Irmã Ermínia Bussola, também tenta convencêla: "... Quero-lhe muito bem e não a engano. Repito que,
aqui em casa não veio ninguém de fora. Você sonhou." A
pobre Superiora por toda a sua vida teve que lamentar-se
de sua incredulidade. Foi, ao invés, no plano de Deus, uma
das tantas provas que autenticaram a aparição.
Irmã Elizabeth prossegue tranqüila carregando sua cruz.
Chega fevereiro, trazendo neve e frio intenso. A enferma
aguarda um novo encontro com a 'Senhora' para o dia 2.
Não dorme, ouvindo as batidas do relógio e conta as horas.
A noite passa sem nenhuma novidade. Vem a manhã do dia
3 e Irmã Elizabeth mal disfarça o choro. A Superiora
pergunta-lhe a razão da tristeza. A enferma responde: "Ela
não veio... tinha dito de 2 para 3... A Superiora fica
preocupada com as faculdades mentais de Irmã Elizabeth
que piora a cada dia. Novamente o médico é chamado. Sua
opinião: "Desta vez é o fim. Não há nada mais a fazer. A
Irmã tem poucas horas de vida".
No dia 22 de fevereiro, na enfermaria, Irmã Gariboldi
vela pela agonizante acompanhada de outra religiosa. São
vinte e três horas e quarenta e cinco minutos. As duas Irmãs
rezam em voz baixa. Pedem misericódria para a co-irmã
que sofre tanto. Neste momento, Irmã Elizabeth tem um
sobressalto. As Irmãs acodem, pensando que chegou o
momento final. Mas, aquela que há quinze dias não fala,
grita, agora: "Oh! a 'senhora'! a 'senhora'"! Trêmula, a Irmã
Gariboldi convida a outra Irmã a ajoelhar-se e murmura: "Se
for a Senhora, levá-la-á consigo!" Sem nada entender, as
duas espectadoras ouvem atentamente: "Oh! a 'senhora'!
De 22 para 23? Pois eu havia entendido de 2 para 3. E era
de 22 para 23!..."
De repente, a Irmã Elizabeth se ergue um pouco mais e
sua atitude é de espanto quando diz: "Mas, 'senhora'... é
Nossa Senhora! É Nossa Senhora!" Ela vê que a Virgem
traz o Menino Jesus nos braços e ele está chorando. "Chora
por meus pecados? Chora porque não o amei bastante?..."
As religiosas presentes nada ouvem mas pressentem que
algo extraordinário está ocorrendo. A Senhora responde: "...
O Menino chora porque não é bastante AMADO,
PROCURADO, DESEJADO, também pelas pessoas que
Lhe são consagradas... Tu deves dizer isto!"
Irmã Elizabeth ainda não percebe a missão que a
Senhora lhe confia. Ela julga que a Virgem viera levá-la ao
paraíso, no que se equivoca. Maria quer dar-lhe uma
missão e para tanto lhe dá um sinal: devolve-lhe a saúde e
desaparece com seu Menino. Alguém se lembra de chamar
a Superiora que se levanta, achando que vai encontrar a
enferma dando seu último suspiro. Ao invés disso, vê a
doente luminosa, de olhos radiantes. Irmã Elizabeth corre a
abraçar a Superiora, exclamando: "Nossa Senhora curou-
Página 39
me e mandou-me dizer que Jesus chora porque não é
bastante AMADO, PROCURADO, DESEJADO, também
pelas pessoas que lhe são consagradas!"
O médico que a acompanhou sempre afirmou: "A cura
de Irmã Elizabeth não pode ser explicada pela ciência".
Antes, ateu, converteu-se e tornou-se um cristão fervoroso.
Mais tarde, conseguida a aprovação da Igreja para este
culto de Nossa Senhora, foi modelada uma imagem, de
acordo com a descrição feita por Irmã Elizabeth.
Ainda hoje, em Cernusco e em vários países, as Irmãs
Marcelinas espalham esta devoção à Virgem Santíssima. A
afluência de peregrinações ao local da aparição é grande. A
capela já não é suficiente para conter todos aqueles que,
cheios de fé, diante da Virgem do Divino Pranto, REZAM,
CONFIAM e ESPERAM.
Jaculatória: Querido Menino Jesus, amar-Vos-ei muito
para enxugar as lágrimas que Vos faz derramar a ingratidão
dos homens.
Fonte: Nossa Senhora do Divino Pranto", material
vocacional publicado pelas Irmãs Marcelinas, São
Paulo, 1984".
DOCE BEIJO, Nossa Senhora do
Ver Ternura, Nossa Senhora da
DOLOROSA DO COLÉGIO , Nossa Senhora
Equador
No dia 20 de abril de 1906, às oito horas da noite, os
alunos internos do Colégio dos Jesuítas de Quito, capital do
Equador, tinham acabado de cear.
Os
rapazes
conversavam
animadamente enquanto esperavam
o momento de se dirigir à Capela
onde fariam as últimas orações do
dia. Três dentre os mais jovens
alunos, os meninos Jaime Chaves,
Carlos Herman e Pedro Donoso, que
há oito dias tinham feito a primeira
comunhão,
aproximam-se
repentinamente espantados com a
notícia de que uma imagem de
Nossa Senhora das Dores, que ficava numa parede próxima
ao refeitório, estava abrindo e fechando suavemente os
olhos.
Um dos meninos dirigiu-se ao Prefeito do Colégio Pe.
Andrés Roesch, chamando sua atenção para o
acontecimento. O padre, que conversava com outros alunos
achou que o garoto estava brincando e o repreendeu. A
testemunha insistia e os outros alunos tomaram
conhecimento do que sucedera. O padre dirige seus olhos
ao objeto de tanta admiração e acredita ser aquilo uma
ilusão de ótica. Troca de lugar, observa a posição das
lâmpadas elétricas, pesquisa se há algum objeto que
produza efeito tão extraordinário, mas nada encontra que
possa oferecer uma explicação satisfatória.
Os meninos agrupados em volta do Prefeito e do
Inspetor, tomados de espanto e temor reverencial, seguem
todos os movimentos dos olhos da imagem e, sem poder
duvidar daquilo que presenciam, mantêm os olhos fixos na
pintura que representa Nossa Senhora das Dores.
Observam atentos o rosto aflito, a profunda palidez e o
movimento de seus olhos que apresentavam uma espécie
de animação das lágrimas que ela derramou por seu Divino
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
Filho e por nossos pecados. Repetem a meia-voz,
simultaneamente: "Agora abriu... fechou os olhos... agora
abriu o olho direito... agora o esquerdo". Várias pessoas que
trabalhavam na cozinha saem para presenciar como os
demais o acontecimento que se repete durante quinze
minutos.
A notícia espalha-se pela cidade com incrível rapidez.
Todo tipo de pessoas procuram o local, uns por curiosidade,
outros por devoção. Todos desejam vislumbrar o humilde
quadro, retirado do local do prodígio. E o acontecimento
milagroso se espalha pela capital, depois por todo o país e
até fora dele.
O arcebispo foi forçado a intervir. Ordenou que se
tomassem informações concretas sobre o acontecimento e
submeteu-as ao exame e consideração de uma junta
teológica. Diferentes comissões, compostas de pessoas
competentes na matéria, concluíram que o fato era
realmente prodigioso e de ordem sobrenatural. Assim
sendo, o prelado autorizou o culto à Santa Imagem, dandolhe o título de "Dolorosa do Colégio".
DONG LU, Nossa Senhora de
Relato de uma peregrinação em maio de 1994
A devoção à Nossa Senhora começou na aldeia de
Dong Lu em 1900. Todos os anos, centenas de milhares de
peregrinos vêm rezar diante de Nossa Senhora de Dong Lu.
Durante o mês de maio de 1994 todas as estradas que
conduzem a Dong Lu foram fechadas pelo governo. Não
apenas isto. Em todas as vias de acesso para Dong Lu e
cidades vizinhas foram colocadas barreiras. Ali só podiam
passar quem era identificado pelas autoridades como "nãocatólico". Assim mesmo vieram pessoas de todas as partes
do país. Vieram a pé ou de bicicletas, em automóveis e
caminhões, através de caminhos pouco conhecidos para
evitar a repressão do governo.
Vieram à " Colina da Mãe " para rezar. Nos lados da
estátua escreveram dois versos. Em um lado lê-se: "A
cabeça da serpente é esmagada. Debaixo de que pés foi
derrotada "? No outro lado: " Meu filho, por que você está
amedrontado? Sua mãe está a seu lado".
Em outra parede, havia um enorme aviso anunciando o
atentado sofrido pelo Papa na praça São Pedro, em Roma,
e pedindo orações e sacrifícios pela recuperação dele.
Dezenas de milhares de pessoas ajoelharam-se diante
da imagem com as mãos colocadas sobre o peito. Depois
de uma longa repressão do governo comunista, os católicos
não puderam controlar a emoção, seu amor a Maria
Santíssima. Muitos choraram copiosamente porque
finalmente podiam ajoelhar-se aos pés da Mãe Santíssima,
após quarenta anos de perseguições. E suplicaram: Querida
Mãe, conceda-nos coragem para prosseguir nossa luta. Nós
te pedimos: cuida da Igreja na China e salva-nos".
Muitos tocaram a imagem com seus rosários e quadros
de santos. Estes objetos religiosos se transformaram em
algo de valor inestimável. Jovens, anciãos, inválidos, fracos
e fortes, todos unidos no amor à Mãe de Jesus. Havia
pessoas de todas as idades. Era possível ver-se um mar de
gente ajoelhada e rezando, ninguém distraído ou
conversando. Uma senhora e uma criança ajoelham-se
diante da imagem. Abraçada a seu filho, a mulher chora.
Próximo dela um senhor de meia idade. Ele também rezava
e chorava. Depois de tanta perseguição eles encontravam
consolo em Maria. Ofereciam seus sacrifícios para o futuro
da Igreja Católica Romana na China, pelo Santo Padre e
pela Igreja Universal. Eles estavam muito felizes por ter
Página 40
chegado à Colina de Maria mesmo com tantos riscos
pessoais e sacrifícios financeiros
O dia 24 de maio é o dia da festa mariana mais
importante da China. O céu estava nublado. Começou a
chuviscar. A Igreja subterrânea não tem nenhuma igreja em
Dong Lu. A Missa era ao ar livre. Por volta das oito horas da
manhã, a procissão para a Missa Santa estava começando.
Quatro bispos e aproximadamente 120 padres que chegam
das dioceses subterrâneas da China concelebraram a
Missa, que teve como celebrante principal Dom Su Chi-Min,
bispo auxiliar de Baoding. A procissão também incluiu mais
de 100 seminaristas, 200 freiras, muitos diáconos e
seminaristas do curso secundário. Os chuviscos se tornam
uma chuva pesada. A procissão continuou. Nada poderia
parar a devoção deste povo para com sua santa Mãe.
Imagine a cena. Havia mais de cinqüenta mil peregrinos.
Poucos traziam guarda-chuvas. A maioria cobre-se com um
pedaço de folha de vinil. Quando viram os padres,
seminaristas e freiras no meio da chuva sem nada para
cobri-los eles se empurraram tentando oferecer para
qualquer proteção que seus guarda-chuvas ou vinil
pudessem trazer. Em poucos minutos todos estavam
molhados e empapados. Mas, com o seu espírito elevado,
andavam e cantavam na chuva. Eles estavam empapados
no amor de Nossa Senhora e na graça de Deus. Esta chuva
limpou-lhes a alma. Com vigor renovado e determinação,
unidos como Igreja clandestina e leal, eles marchavam
contra a tempestade de perseguição. Nenhuma tempestade
poderia detê-los na marcha. Nenhuma perseguição poderia
esmagá-los. Após a tempestade virão dias ensolarados.
A Missa começou. Todos se ajoelharam na lama, mais
de cinqüenta mil fiéis, ao som de hinos e orações. Comecei
a pensar na história da Igreja na China: da perseguição da
Igreja na dinastia de Qing para o regime comunista atual, a
Associação Patriótica cismática, o encarceramento e tortura
de bispos, padres, freiras, e fiéis, os milhares dos mártires,
a destruição e confisco das propriedades de Igreja, a
proibição
para
atividades
religiosas!
Todos
ali
testemunhavam que a Igreja católica romana está gemendo
debaixo da perseguição do governo comunista, suplicando a
misericórdia de Deus.
Aquela missa do dia 24 de maio de 1994 continua. A
história da luta da Igreja na China é como uma Missa
oferecida à Senhora de China e aceita pelo Deus
misericordioso. Depois da tempestade da perseguição, com
as sementes de martírio, a Igreja na China rebrotará com
nova vitalidade.
DORES, Nossa Senhora das
Referindo-se frei Agostinho de
Santa Maria, aos motivos iniciais do
culto aos sofrimentos de Nossa
Senhora, que se distribuem por
variadas invocações, da "Piedade",
da "Soledade", do "Pranto", e, por
fim, mais recentemente, das
"Dores", escreve que "ainda que
todos os mistérios que celebra a
piedade cristã de Maria Santíssima,
se devem ter mui presentes para a
veneração e para a contemplação,
este do seu pranto e as lagrimas que esta soberana
Senhora chorou na morte do seu amado Filho, devemos
fixar na nossa memória e estampar na nossa imaginação."
Explica ainda, que esse culto se inspira no Eclesiastes,
que nos ensina que não devemos esquecer os suspiros e as
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
lágrimas de nossa mãe: GEMITUS MATRIS TUAE NE
OBLIVIFICARIS.
O Apóstolo São Paulo, em uma das suas cartas, adverte
também que "quem se compadecer do que padece, reinará
com o mesmo que padecer."
Santa Isabel, Rainha da Hungria, teve uma aparição na
qual São João Evangelista lhe revelou que, depois da
Assunção da Virgem, lhe fora dada a visão do primeiro
encontro da Mãe com o Filho, fora da terra. Segundo o autor
que narrou a visão de Santa Isabel, "via o Discípulo Amado,
em espírito, que a Mãe de Deus com seu amoroso Filho,
falava das dores que alternadamente padecerem entre
ambos no Calvário; o Filho na Cruz e a Mãe em seu
coração e em sua alma. E que acabada a prática, pediu a
Senhora ao Santíssimo Filho, àqueles que de suas dores,
lágrimas e suspiros se compadecem e o tivessem na sua
memória, lhes concedesse singulares privilégios e graças :
e condescendendo o Senhor Jesus Cristo com a petição de
sua Santíssima Ame, lhe concedeu quatro prerrogativas
singulares que foram as seguintes : 1) O que invocar a
Virgem Maria por suas dores e prantos, alcançará a dita de
fazer penitência verdadeira dos seus pecados antes de
morrer. 2) Em todas as suas adversidades e trabalhos, e
com singularidade na hora da morte, terá a proteção e o
amparo de Nossa Senhora das Dores. 3) O que por
memória na das dores e prantos de Nossa Senhora, incluir
em seu entendimento as da Paixão, gozará, no Céu, de
prêmio especial e particular. 4) Quanto pedir a esta
Soberana Senhora em ordem à sua salvação e utilidade
espiritual lhe concederá." Foi por isso que desde remotos
tempos, muitas fervorosas devoções se dirigiram as dores
de Maria, criando-se imagens históricas de seus
sofrimentos. "A Piedade", representa a Senhora tendo seu
Filho morto nos braços. Da Soledade, é Maria isolada,
levantando os olhos ao Céu ou então para a Cruz tendo nos
braços o Santo Sudário.
Somente nos começos do século dezoito a invocação de
"Dores", começou a ter culto singular, sendo de notar que
antes eram muito raras as invocações de Nossa Senhora
das "Dores", em contraste com as demais que lhe
relembram os seus sofrimentos de Mãe.
Segundo Senna Freitas em seu livro "Memórias de
Braga", a invocação da Dores começou a ser pública e
específica, desde que o Papa Benedito XIII em 22 de agosto
de 1727 mandou que se rezasse sobre as "Dores de Nossa
Senhora", determinando que nos Breviários, por adição
fosse inscrita. O Papa Benedito XIV "notando a razão da
festa, satisfaz as dúvidas que se poderiam opor." E sustenta
o parecer de que Nossa Senhora não chorara estando junto
da Cruz, e procura confirmar a razão do hino STABAT
MATER de que assevera não ser composição nem de São
Gregório Magno nem de São Boaventura, como disseram e
afirmaram alguns autores, mas sim do Sumo Pontífice
Inocêncio III. De qualquer modo, os artistas interpretaram a
Senhora das Dores em pranto, tendo no peito atravessadas,
ora uma, ora sete espadas, mas todos eles dando ao rosto
da Mãe de Jesus uma expressão de "Angústia", o que fez
com que durante muito tempo, antes da definição especifica
de "Dores", denominava, o povo, a imagem da Senhora.
Coube a' Congregação do Oratório, em sua Casa de
Braga, organizar em Portugal o culto de tão grata
invocação, estabelecendo os oratorianos uma Confraria de
"Servos de Nossa Senhora das Dores", que logo passaram
a ser denominados de "Servitas", e que se transformou em
Irmandade de Nossa Senhora das Dores e Calvário, pois
que a imagem das Dores estava colocada junto de uma
Página 41
Cruz, onde estava crucificado o seu Filho. Era a tradução
em arte, dos versos de Inocêncio III
:
STABAT MATER DOLOROSA
JUSTA CRUCEM LACRIMOSA
DUM PENDEBAT FILIUS.
O padre mestre Martinho
Pereira
da
Congregação
do
Oratório,
deu
enorme
desenvolvimento a essa confraria
que logo se espalhando por
Portugal, atravessava o Oceano,
sendo Minas Gerais em Vila Rica, Minas Gerais, o primeiro
lugar em que se firmou com enorme alegria dos fiéis. Os
numerosos arraiais que se formaram em torno de pequenas
ermidas de Nossa Senhora das Dores, e o avultado numero
de filiados a Confraria, demonstra que as promessas de
Nossa Senhora, anunciadas no sonho de Santa Isabel,
eram conhecidas de nossos avós que por elas dedicaram
fervor ao culto da Senhora das Dores. Começada em Braga
em 17ó1, não só pelo número de sacerdotes que de lá nos
vieram no período de nossa formação, como pela enorme
porcentagem de imigrantes das regiões portuguesas do
Minho, não tardou em aparecer em Vila Rica, a irmandade
de Nossa Senhora das Dores e Calvário, introduzindo a
pratica da Via Sacra, procissão dos Passos e a do Enterro,
que é apenas um final da Via Sacra. Como é sabido, não
existe em nenhuma dessas pequenas capelas que se
denominam de "Passos", nem a cena do descimento da
cruz, nem a deposição do sepulcro, pois que isso se prática
na Sexta-feira da Paixão, em lugar amplo seguindo-se o
cortejo do Senhor Morto.
Filiada à Congregação do Oratório de Braga, fundou-se
em Vila Rica, em 17ó7, a Irmandade das Dores e Calvário,
que logo obteve do Prior Geral a Carta de Confirmação em
17ó8. Por essa Carta, autorizava o Prior Geral, a qualquer
sacerdote regular ou secular, a conferir aos irmãos de Vila
Rica o Escapulário e Coroa das Dores. A primeira vez que
se realizaram essas cerimônias foi em só de abril de 1770,
com grande solenidade, tendo, para ela, sido colocado no
altar de São João Batista, da matriz de Antônio Dias, um
painel representando a Senhora das Dores, que foi bento
pelo vigário colado da paróquia, padre João de Oliveira
Magalhães, sendo, nesse dia, eleita a Mesa definitiva, da
qual foi Provedor Manuel Luís Saldanha. A essa festa de
primeira imposição do Escapulário das Dores, aos filiados à
nova Irmandade, estiveram presentes o Conde de
Valadares, Governador e Capitão General de Minas; o
Corregedor da Comarca, Doutor José da Costa Fonseca; o
Intendente da Real Casa de Fundição, Doutor João José
Teixeira Coelho; Provedor da Fazenda Real, Doutor João
Caetano Soares Barreto alem de numerosos membros da
nobreza civil e militar e grande concurso de povo.
Desenvolveu-se rapidamente a devoção da Senhora das
Dores, tendo já em 1775 cerca de cinco mil associados em
toda a Capitania. Cuidou logo a Mesa da Irmandade das
Dores e Calvário, de construir uma capela e de adquirir
imagens para o culto. A primeira foi de dois palmos, feita em
Braga, pelo padre Manuel Martinho Pereira, que durante
algum tempo continuou no altar de São João Batista, na
matriz de Antônio Dias. Entrando em entendimento com os
mesários da Irmandade da Nossa Senhora da Conceição,
obtiveram os das Dores, mediante indenização que foi
arbitrada, o terreno onde atualmente se ergue a Capela das
Dores, local em que estava o Cemitério da Matriz. Em 1774
inauguraram, com grandes festas, a capela que logo, em
1775, obtinha para seu altar-mor um breve Pontifício com
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
privilégios perpétuos, sendo também benta e nele colocada
a nova imagem de seis palmos da Senhora das Dores
vinda, também de Braga. Tudo isso, decorria não somente
das contribuições dos fiéis, como do esforço de Dona
Leonor Luisa de Portugal, casada com o Coronel José Luís
Saião, que era Secretário do Governo da Capitania e que
não poupava recursos para a disseminação do culto à
Senhora das Dores. A nova Capela obteve, ainda, mais 5
Breves Pontifícios com indulgências plenárias e não
plenárias, inclusive um que isentava a Irmandade das Dores
da jurisdição paroquial.
Em 1775 realizou-se em Vila Rica, a primeira procissão
das Dores e logo a do Senhor Morto, que o povo denominou
de "Enterro", espalhando-se o uso dessas cerimônias por
toda a Capitania. A Irmandade do Senhor dos Passos foi
criada em 1774 pelo pároco João de Oliveira Magalhães
que deu altar à primeira imagem que chegou a Vila Rica na
própria Matriz de Antônio Dias e era de dois palmos, obra
de Braga.
DU CHÊNE, Nossa Senhora
Ver CARVALHO, Nossa Senhora do
ESCORIAL , Nossa Senhora do
Luz Amparo Cuevas Arteseros, nasceu em 13 de março
de 1931 num casario chamado El Pesebre (O Presépio), do
povoado de Peñascosa, na província de Albacete, Espanha.
Era a segunda filha de um casal pobre de pastores e
lavradores, Jacinto Cuevas Ruiz e María Dolores Arteseros.
A fortuna não a acompanha, pois segundo seu diretor
espiritual, o frade carmelita Alfonso Maria Lopez Sendín,
Luz Amparo perdeu a mãe quando tinha um ano e quatro
meses. Ao se defrontar com a desgraça, sem saber o que
fazer, o pai de Amparo e de sua irmã mais velha, Carmem,
leva as duas meninas à Casa Cuna Provincial de albacete.
ali elas ficam durante um tempo, enquanto ele se casa com
Virginia, a nova mãe, morre por sua vez no parto de seu
primeiro filho, criança que, nesta torrente de desditas, falece
aos nove meses de idade na casa de uma tia paterna. No
êxtase que Amparo experimentou , muitos anos depois, em
16 de abril de 1982 na pradaria, quando ouviu a voz do
arcanjo São Miguel - a última vez, segundo lhe disse, que
falava aos homens -, viu seu irmão no céu transformado em
anjo. Aos seis anos, Amparo é adotada por uma família sem
filhos de Tomelloso, a qual menos de um ano depois, tendo
conseguido descendência própria, a devolve ao pai Jacinto.
No casario do Presépio, onde a estreiteza continua, Carmen
e Luz Amparo passam mais dois anos cuidando do avô
pastor e de uma prima da mãe. O pai, na época, ganha o
pão trabalhando fora.
E chega o terceiro casamento de Jacinto. Bárbara, que
além de sua pessoa entra na família com mais dois filhos do
casamento anterior e a forçosa mudança para La Hoz, outro
lugarejo de Albacete onde ela vivia, seria, de agora em
diante, a nova mãe das duas meninas. A vida de ambas, já
em si amarga, conflui agora no relato duro de um conto de
fadas. Começa as saídas à floresta para pegar lenha ou
ervas para comer; dedica-se também à venda ambulante
por esses caminhos e povoados, e não volta para casa até
ter vendido tudo. às vezes, por isso, acaba dormindo ou
descansando ao relento da tempestade, do verão ou da
geada, embaixo de uma árvore ou outro abrigo. As duas
irmãs mal comem. De vez em quando, fogem de La Hoz até
o presépio, onde encontram refúgio na casa da tia Josefina.
Página 42
A felicidade dura pouco. Durante uma dessas escapadelas,
Luz Amparo cai, desacordada, sobre a neve gelada, em
tempo de morrer congelada se não fosse achada e
reanimada por uns arrieiros. Ela tinha nove anos. É
duramente castigada, trancada num quartinho escuro,
mantida a pouca farinha e pouca água. Seu pai, Jacinto,
sofre com a situação que padece suas filhas. Consegue
colocar Carmen no serviço de uma fazenda, e leva a caçula
consigo para um povoado de Cuenca, onde arranjou
emprego como vigia e apontador de obras.
Durante as noites, a pequena Amparo chora a solidão e
o infortúnio. Lembra-se a toda hora da mãe. daquela que
teve na terra mas não conheceu, embora saiba que está no
céu, e roga à Virgem que tenha a bondade de levá-la
também. A Virgem ouve, mas não faz o que lhe pede.
Acaba aquele emprego do pai. O casal torna a reunir-se,
indo morar com Luz Amparo e seu novo irmão pequeno em
outro campo de Albacete, onde continuam a existência entre
apertos e dificuldades. Nessa casa, Amparo precisa
compartilhar com o irmãozinho uma despensa que serve a
ambos de cama e quarto, onde Amparo sequer consegue
esticar as pernas. Pouco depois, a vemos mais uma vez
adotada por uma família de Valência, que também a
devolve, e depois, interna numa instituição gratuita de
Alicante que acolhe crianças desamparadas. aqui aprende a
costurar. Após um ano de ausência, volta ao convívio com
os pais, mas logo depois a vemos em Madri, na casa da tia
Antônia, na rua Ayala. Trabalha como doméstica diarista até
que, prestes a completar 26 anos de idade, em 28 de
fevereiro de 1957, casa com Nicásio Barderas Bravo, na
Igreja de São Lourenço do Escorial, onde o novo casal
passa a residir e viverá até bem avançado o auge das
aparições... Terão sete filhos.
Com o nascimento de seu primeiro filho, Gabriel,
Amparo adoece do coração. A doença agrava-se; precisa
repousar o quanto possível, mas deve continuar trabalhando
em seu próprio lar e para outras pessoas, pois apanha
roupas em outras casas para lavá-las na sua. Parece piada,
mas seu marido, Nicasio, também se queixa de dor no peito,
a doença também se abate sobre ele. A economia
doméstica vai completamente à falência. Os Cursilhos de
Cristandade ajudam, pagando o aluguel durante alguns
meses; o pároco, dom antônio, lhe fornece o leite e o pão;
até onde é possível, compram fiado na mercearia Las
Casillas, e vários vizinhos e amigos, Marcelina, antônia,
Matilde, Davi... prontificam-se a ajudá-los. Nicásio recuperase aos poucos, embora alguns anos depois tenha uma
recaída, sendo internado no hospital do tórax, do Escorial.
Naqueles anos, a prefeitura do município lhes cede em
usufruto um pequena área, perto da fazenda, chamado
Prado Novo, de frexeiros e prados, que eles passam a
cultivar como "família necessitada", como outras de
tamanho e condição similar. Em maio de 1970, Amparo é
operada de apendicite no Hospital Clínico de Madri, onde
fora internada sofrendo de úlcera e mais alguma coisa. E é
nesse estado que segundo ela se lembra, tudo vai começar.
Após a cirurgia, de noite, vê perto da cabeceira da cama
alguém que parece um médico; tem barba e cabelo grande,
olhos verdes, é algo moreno. Não lhe diz nada. De manhã,
comenta com uns estudantes de medicina a fisionomia
desse doutor, e eles lhe perguntam que a operou.
Estranham a resposta dela; pedem que decline o nome do
médico. ela não sabe mas acrescenta: "Foi aquele do
avental branco que esteve aqui, esta noite." As outras
companheira de quarto ficam intrigadas com a resposta;
elas não tinham visto ninguém. Todos concluem que essa
visão foi provocada pelos efeitos da anestesia.
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
Continuam as hemorragias no estômago, a doença no
coração; não respira bem e precisam fornecer-lhes balão de
oxigênio; sofre freqüentes tonturas, em decorrência das
quais caí várias vezes; fratura os braços, a clavícula. vários
médicos a atendem. Nesse ponto, resolve viajar para
Lourdes, no trem da esperança, XVI Peregrinação presidida
pelo Cardeal Tarancón, que se deu entre 18 e 22 de Junho
de 1973. No trajeto de ida ela piora; no santuário se sente
morrer... e reza. Mas no último instante, e apesar de ter ido
lá para pedir sua cura, reza pelos demais. Sente a presença
da Virgem e chora; ainda não a viu. Ao regressar, no trem,
olha para trás, como se despedindo. Não houve milagre de
cura, mas em sua casa no Escorial começa a sentir-se
melhor dia após dia. Não mais vomita, não precisa de
oxigênio, não fica tonta, nem cai no chão. Agora pode
trabalhar normalmente; entretanto suas doenças persistem,
dão fé disso os médicos Herrero robles e Dom Salvador,
bem como a dona de casa onde então servia, dona Matilde,
todos tendo visto Amparo quase morrer na ocasião. eles
receiam o pior. ela invoca a virgem do seu jeito, e contempla
um fulgor bem em cima dos pés da cama. E melhora
inexplicavelmente...
EVANGELIZAÇÃO, Nossa Senhora da
PERU
De acordo com uma sólida tradição sustentadas nas
crônicas mais antigas, a imagem de Nossa Senhora da
Evangelização foi presenteada à recém-criada diocese de
Lima pelo imperador Carlos V da Espanha por volta de
1540.
Trata-se, portanto, de uma das imagens mais antigas da
região a receber culto.
A imagem se conserva na Catedral Metropolitana de
Lima, no retábulo maior. Foi cultuada pelos grandes santos
peruanos e presenciou os célebres concílios limenses, de
modo particular o terceiro, de tão grande importância para o
aprofundamento da primeira evangelização de uma
importante parte da América Latina. Diante dela foi
depositada em meio a grande festa a primeira rosa
florescida na cidade pelo primeiro bispo diocesano, Frei
Jerônimo de Loayza.
A venerada imagem presidiu a vida da igreja
arquidiocesana de Lima, que teve tanta importância na
difusão do Evangelho, desde a Nicarágua até o Cabo de
Hornos.
Quando a independência nacional foi declarada pelo
general San Martín, em 1821, o solene Te Deum foi entoado
diante dela.
Recentemente, a imagem mereceu uma esmerada
restauração, que lhe devolveu o esplendor original. Foi
colocada no altar do Santíssimo Sacramento na Catedral de
Lima, de onde recebe o culto de amor dos fiéis.
Considerando o profundo vínculo da Virgem com a
história da cidade, Sua Santidade o papa João Paulo II, em
sua primeira viagem apostólica ao Peru, em 1985, a coroou
solenemente, consagrando-lhe a nação. Três anos depois,
por ocasião do Congresso Eucaristíco e Mariano dos países
Bolaviarianos, o Santo Padre a
presenteou com uma rosa de ouro,
que atualmente ela ostenta em seus
dedos.
Com o braço esquerdo ela
sustenta o Menino Jesus e
contempla
com
olhos
de
benevolência a esfera do mundo
Página 43
enfeitada com uma cruz que o Menino sustém com a mão
esquerda, abençoando-a com a direita.
O título "da Evangelização" é recente. Foi dado à Virgem
quando foram comemorados os 450 anos da criação do
bispado de Lima.
O cabido metropolitano honra diariamente a Nossa
Senhora da Evangelização com uma Missa celebrada em
sua capela, onde os fiéis recebem a Eucaristia, rezando-se
a seguir o santo Rosário e as ladainhas marianas do III
Concílio Limense, atribuídas a Santo Toríbio de Mogrovejo,
padroeiro do episcopado latino-americano.
"Que Nossa Senhora da Evangelização nos acompanhe
e guie no caminho da nova evangelização. Ajude-nos a
sermos sempre testemunhas do Evangelho da salvação".
(João Paulo II).
FÁTIMA, Nossa Senhora de
Uma semana e um dia após a sagração episcopal, em
Roma, do Monsenhor Eugênio Pacelli, futuro papa Pio XII,
uma garotinha de um longínquo e desconhecido lugarejo de
Portugal transmitia uma notícia que haveria de correr
mundo: "Ó mãe, eu hoje vi Nossa Senhora na Cova da Iria".
Esta exclamação foi transmitida de boca em boca, mas não
se tornou sensação nos meios de comunicação social de
um dia para o outro. Nem mesmo nas aldeias vizinhas
causara grande impressão. Numa paróquia vizinha, numa
festa do Sagrado Coração de Jesus, um orador sagrado
fazia correr lágrimas abundantes aos seus paroquianos,
"quando se dirigiu às crianças, pedindo à Virgem do Céu
pela paz do mundo e pela vitória das nossas armas".
Nenhuma referência aos fatos de Fátima. Era o dia 25 de
Junho, quase mês e meio depois da primeira aparição e
poucos dias depois da segunda, em que se tinha juntado
aos videntes cerca de meia centena de pessoas.
São do dia 13 de Julho de 1917 os primeiros
documentos conhecidos: umas fotografias tiradas aos
videntes junto da igreja paroquial. Do dia seguinte, há uma
carta particular escrita do Pedrogão, Conselho de Torres
Novas, em que se diz dos acontecimentos da véspera: "Não
calculas como aqui se fala naquela aparição. F. foi lá ontem
e diz que viu as pequenas e que estavam lá umas senhoras
de Santarém que lhes tinham tirado o retrato".
Só nove dias depois desta carta, o jornal "O Século" de
Lisboa, através da correspondência de uma aldeia vizinha
de Fátima, se fazia eco daquilo que era já objeto da
curiosidade pública: corria "com insistência o boato de que,
em determinado ponto da serra de Aire, apareceria, no dia
13 do corrente, a mãe de Jesus Cristo a duas criancinhas, a
quem já por diversas vezes tinha aparecido e no mesmo
local". No dia 13, efetivamente, despovoara-se para Fátima
grande multidão. Haviam-se juntado na Cova da Iria
"milhares de pessoas", "vindo de longínquas povoações
algumas delas". Segundo o depoimento de uma testemunha
recolhido pelo correspondente, uma das videntes dissera
que "via uma espécie de boneca muito bonita que lhe
falava. Tinha, dizia, um resplendor em torno da cabeça e
chamava-a para junto de si, numa voz muito fina e
melodiosa. Entre muitas coisas que lhe disse, a principal foi
anunciar a sua reaparição do dia 13 a um mês e no mesmo
sítio, aparecendo ainda mais outra, para declarar o motivo
por que tinha vindo ao mundo". Apesar de confessar que
acreditava na sinceridade e verdade da pessoa interrogada,
o correspondente acrescentava a sua opinião pessoal: "É
minha opinião que se trata de uma premeditada
especulação financeira, cuja fonte de receita existe nas
entranhas da serra, em qualquer manancial de águas
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
minerais que recentemente tenha descoberto algum
indivíduo astucioso que, à sombra da religião, quer
transformar a serra de Aire numa estância miraculosa como
a velha Lourdes".
Esta notícia foi transcrita, no dia 25, pelo jornal leiriense
O Mensageiro, sem qualquer comentário. Um relato mais
circunstanciado e já indiciador de uma outra perspectiva,
surgia em O Ouriense, boletim semanal do Conselho de Vila
Nova de Ourém, em artigo intitulado "Real aparição ou
suposta ... ilusão".
Nele se falava das três crianças, da presença, "segundo
os mais diversos cálculos", "de 800, de 1.000, de muito mais
de 1.000, e de mais de 2.000 pessoas", "que, no mais
admirável dos silêncios, ora rezavam, ora suplicavam, ora
choravam; por último, foi necessário que almas piedosas,
para livrarem as crianças dos confusos interrogatórios e de
graves incômodos, que poderiam ter no meio de tão grande
multidão, pegassem nelas e as metessem em automóvel e
as afastassem à distância de dois e meio quilômetros para
junto da igreja, onde foram fotografadas. Foi simplesmente
admirável".
Foi a partir desta aparição de 13 de Julho, que os
videntes falaram num segredo que a Senhora lhes tinha dito
e na promessa de um milagre para o último dia, em 13 de
Outubro. Entretanto, a 13 de Agosto, já se reuniram na
Cova da Iria cerca de 10.000 pessoas, não se tendo porém
verificado a aparição porque as crianças tinham sido
levadas, nesse mesmo dia, para Vila Nova de Ourém. A
aparição verificou-se no dia 19, no sítio dos Valinhos. Em 13
de Setembro, a multidão foi calculada em 30.000 pessoas.
Atraídas pelo anúncio do milagre prometido para o
último dia, as estradas e os caminhos de Fátima encheramse de curiosos e verdadeiros peregrinos. Os cálculos
numéricos variam muito (entre 50.000 e 120.000 pessoas,
aceitando-se comumente o número
de 70.000).
Segundo a declaração dos
videntes,
Nossa
Senhora
identificou-se finalmente como a
"Senhora do Rosário" e exortou a
todos a mudarem de vida e a
rezarem o terço todos os dias.
Mas o mais extraordinário foi a
verificação do milagre prometido: a
imensa multidão teve ocasião de
presenciar o fenômeno solar que
até os mais incrédulos testemunharam através da imprensa.
A forte impressão causada por estes fatos e por aquilo
que se foi conhecendo do conteúdo da mensagem da
aparição, nomeadamente o anúncio do fim da guerra que
ensangüentava nessa época o mundo, provocou uma
afluência contínua de pessoas àquele lugar.
Entretanto, a situação mundial foi sendo convulsionada
com acontecimentos de extraordinário alcance: a revolução
bolchevista russa, o agudizar do conflito mundial e depois o
caminhar lento para a paz; em Portugal, o advento fugaz do
sidonismo, nos finais daquele ano de 1917, também
determinava uma modificação política no percurso histórico
de Portugal, iniciado em 1910.
A nível local, era restaurada a diocese de Leiria, nos
princípios do ano de 1918, aspiração de todos os antigos
diocesanos leirienses logo desde o ano de 1882, nela sendo
integrada de novo a paróquia de Fátima. Nos fins desse
ano, finalmente, o estabelecimento da paz com o armistício
de 11 de Novembro.
Página 44
De algum modo, nessa data, os acontecimentos de
Fátima pareciam estar esquecidos. Mas, uma série de fatos
veio novamente chamar para eles a atenção da opinião
pública: em 1919, a morte do vidente Francisco, a 4 de Abril
o início da construção da Capelinha das Aparições e a
conclusão e envio do relatório do pároco sobre as
aparições, a 28 de Abril; a conclusão da Capelinha em 15
de Junho; a morte da Jacinta, a 20 de Fevereiro de 1920.
Em 13 de Maio de 1920, chegava a Fátima a primeira
imagem de Nossa Senhora, feita sob a orientação da
vidente Lúcia, sendo entronizada em 13 de Junho seguinte,
na capelinha das aparições.
Entretanto, a 15 de Maio do mesmo ano, foi nomeado
primeiro bispo da diocese restaurada de Leiria, D. José
Alves Correia da Silva, que entrou na diocese em 5 de
Agosto. O novo bispo visitou a Cova da Iria, pela primeira
vez, em 12 de Setembro de 1921. Inicia-se então a
aquisição de terrenos na Cova da Iria para o ordenamento
de espaço para o futuro Santuário. Em 13 de Outubro do
mesmo ano de 1921, quatro anos depois da última aparição,
celebrava-se a primeira missa na Capelinha das Aparições,
e, em princípios de Novembro, abria-se uma cisterna
defronte da mesma Capelinha.
A 6 de Março de 1922, a dinamitação da Capelinha das
Aparições determinou finalmente o arranque decisivo para a
investigação oficial canônica sobre os acontecimentos de
1917, com a nomeação, por parte do bispo de Leiria, de
uma comissão de inquérito, no dia 3 de Maio.
Entretanto, o fenômeno de Fátima ia-se tornando
conhecido no mundo, ao mesmo tempo que se dava corpo a
um verdadeiro Santuário: início da publicação do mensário
Voz da Fátima, em 13 de Outubro de 1922; criação de uma
associação de servos (mais tarde chamados servitas), em
1924; construção de um pavilhão de doentes, em 1925;
inauguração de um posto de verificações médicas e de um
albergue de doentes, em 1926.
Em 28 de Maio de 1926, terminava em Portugal a
Primeira República, iniciando-se um novo período da
história política (o "Estado Novo"), numa época em que se
verificava já um certo desanuviamento nas relações entre a
Igreja e o Estado.
Em 26 de Junho de 1927, era inaugurada uma via-sacra
na estrada do Reguengo à Cova da Iria, com a presidência
oficial do bispo de Leiria. Em 13 do mês seguinte, foi
nomeado o primeiro capelão, começando a existir o
Santuário propriamente dito.
A bênção da primeira pedra da grande igreja verificouse em 13 de Maio de 1928. Foi a partir desse ano, que se
iniciou também o movimento organizado de peregrinações,
e que a Santa Sé começou a dar indicações concretas de
aprovação em relação aos acontecimentos de Fátima e ao
Santuário: em 1927, a Sagrada Congregação dos Ritos já
concedera para Fátima a missa votiva de Nossa Senhora do
Rosário; L'Osservatore Romano, diário oficioso da Santa
Sé, publicava, a 3 de Junho de 1928, uma crônica da
peregrinação de 13 de Maio anterior; em 1 de Outubro de
1928, o Núncio Apostólico em Lisboa, Mons. Beda
Cardinale, visitou pela primeira vez oficialmente o santuário;
em 9 de Janeiro de 1929, Pio XI ofereceu estampas de
Nossa Senhora de Fátima aos alunos do Colégio Português
em Roma e, em 6 de Dezembro do mesmo ano, benzeu um
imagem dessa invocação destinada ao mesmo Colégio.
O movimento de expansão do culto de Nossa Senhora
de Fátima no mundo incrementou-se extraordinariamente a
partir do documento oficial do bispo de Leiria, de 13 de
Outubro de 1930, declarando dignas de crédito as aparições
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
e autorizando oficialmente o culto a Nossa Senhora de
Fátima.
A investigação canônica sobre os fatos atribuídos à
vidente Jacinta, em 1934, e a transferência dos seus restos
mortais, de Vila Nova de Ourém para o cemitério paroquial
de Fátima, em 12 de Setembro de 1935, deram também
uma dimensão extraordinária à mensagem de Fátima. A
vidente sobrevivente, Lúcia de Jesus, ausentara-se de
Fátima em 1921, para o colégio educacional de Vilar, no
Porto, das religiosas dorotéias; ingressara nessa
congregação em 1925, em Espanha, recebendo em Tuy e
Pontevedra algumas revelações complementares da
mensagem de 1917: a insistência na devoção dos primeiros
sábados e a consagração do mundo e da Rússia ao
Imaculado Coração de Maria. Fortemente impressionada
com as fotografias do rosto de sua prima Jacinta no caixão,
que lhe foram enviadas pelo bispo de Leiria, a Irmã Lúcia
deixou transparecer algumas recordações sobre a vida dos
seus primos e sobre os próprios acontecimentos de 1917.
Instada a pôr por escrito essas lembranças, daí resultaram
as chamadas quatro Memórias, redigidas entre 1935 e
1941, com algumas precisões sobre a sua própria infância e
dos outros videntes, antes e depois das aparições de Nossa
Senhora, e a revelação de parte do segredo de Julho de
1917 e das aparições de um Anjo - o Anjo de Portugal - nos
anos de 1915 e 1916.
Da divulgação progressiva destes escritos surgiu o
extraordinário incremento da mensagem de Fátima no
mundo.
Também a situação de guerra que, entretanto, veio a
verificar-se, de 1936 a 1939, na Espanha, onde a Irmã Lúcia
continuava a residir, e, na Europa, de 1939 a 1945, trouxe,
uma vez mais, a uma luz mais intensa, os acontecimentos
de Fátima. Neste contexto, a dimensão verdadeiramente
internacional e eclesial de Fátima intensificou-se ainda mais
quando o Papa Pio XII, atento às solicitações da própria
vidente Lúcia, consagrou o mundo ao Imaculado Coração
de Maria, em 31 de Outubro de 1942, ano do 25º
aniversário da aparição de Nossa Senhora e da sua
ordenação episcopal.
Em 13 de Maio de 1946, o mesmo Papa coroou
solenemente, através do seu Legado, a imagem da
Capelinha das Aparições. Dias depois, a Irmã Lúcia visitava
Fátima e Aljustrel, visita essa que determinou uma
clarificação sobre a verdadeira Loca do Cabeço, lugar das
aparições do Anjo. Desejosa de ingressar numa
congregação religiosa de maior recolhimento, entrou, em 25
de Março de 1948, no Carmelo de Santa Teresa de
Coimbra, onde atualmente vive.
Em 1942, iniciara-se o costume de levar a imagem da
Capelinha das Aparições a vários locais de Portugal e da
Espanha. A partir de 1947, uma outra imagem que se
designou precisamente com o nome de "Virgem Peregrina",
percorreu quase todos os países do mundo até 1954 e entre
1959 e 1982; novamente retomou as viagens em 1984.
Estas viagens congregaram milhões de pessoas de todas
as raças, línguas e credos e alargaram extraordinariamente
o âmbito do conhecimento da história e da mensagem da
Cova da Iria.
O encerramento do Ano Santo para o estrangeiro,
marcado pelo Papa Pio XII para Fátima, em 13 de Outubro
de 1951, ainda tornou mais conhecido este Santuário,
desde então tornado meta de muitos milhares e até milhões
de peregrinos de todas as nações, entre os quais se
contaram grandes figuras da Igreja e dos Estados. Um
desses primeiros grandes peregrinos foi o Cardeal Roncalli,
patriarca de Veneza, que visitou o Santuário em 13 de Maio
Página 45
de 1956, e foi eleito Papa em 28 de Outubro de 1958, com o
nome de João XXIII, que anunciou, em Janeiro seguinte, o II
Concílio Ecumênico do Vaticano e o abriu em 11 de Outubro
de 1962.
Abria-se, entretanto, uma nova era na história de
Portugal. Em princípios de 1961, davam-se os primeiros
atos de revolta contra o domínio colonial português, com a
ocupação do Estado da Índia pela União Indiana, e com os
atos de violência em Angola contra Portugal, que iniciavam
um longo período de guerra colonial, com profundos
reflexos na própria interpretação da mensagem de Fátima e
na afluência de peregrinos ao mesmo Santuário.
Em 1963 reiniciava-se o Concílio já com um novo Papa,
Paulo VI (desde 21 de Junho), o qual, no encerramento da
3ª sessão, em 21 de Novembro de 1964, ao mesmo tempo
que declarou Nossa Senhora "Mãe da Igreja", renovou a
consagração ao Imaculado Coração de Maria, feita por Pio
XII, e decidiu conceder "a Rosa de Ouro ao Santuário de
Nossa Senhora de Fátima, tão querido, não somente do
povo da nobre nação portuguesa (...), mas também
conhecido e venerado pelos fiéis do mundo católico inteiro".
Tal declaração soleníssima teve um coroamento na
peregrinação do próprio Papa Paulo VI a Fátima, em 13 de
Maio de 1967, 50º aniversário da primeira aparição, "para
rezar, uma vez mais, e com a maior humildade e devoção,
pela paz".
Os anos seguintes foram os do
pós-concílio:
a
Igreja
foi-se
readaptando,
nem
sempre
serenamente, às novas exigências
doutrinais e pastorais, ao mesmo
tempo que a sociedade humana foi
vivendo
entre
a
perspectiva
angustiante de nova conflagração
mundial e a esperança num futuro
de paz.
Também Portugal vive então os
últimos anos da sua experiência de regime autoritário que
se vai esgotando inexoravelmente.
A 25 de Abril de 1974, instaura-se um regime
democrático em Portugal, com conseqüências ainda difíceis
de definir, mas algumas das quais já visíveis: a
descolonização, a subsequente reaproximação da Europa e
a instauração lenta das estruturas democráticas ocidentais.
Isto não se fez sem ter havido algumas situações de
radicalização que chegaram a admitir a possibilidade de
instauração de regimes totalitários de sinal diferente.
Processo semelhante se verificou também na Espanha,
a qual seguiu caminhos mais ou menos paralelos em
direção à Europa comunitária.
Na Igreja, termina o pontificado de Paulo VI (falecido em
6 de Agosto de 1978). Seguiu-se o meteórico pontificado de
João Paulo I (33 dias, de 26 de Agosto a 28 de Setembro de
1978), o qual, como Patriarca de Veneza, também visitara
Fátima, em 10 de Julho do ano anterior.
A ele sucedeu o primeiro Papa não italiano depois de
1523, o cardeal polaco Karol Wojtyla, que tomou o nome de
João Paulo II. Foi uma lufada de ar fresco que percorreu o
mundo inteiro, dando garantia de fundadas esperanças para
a unidade e para a paz.
Um inesperado acontecimento veio, porém, perturbar
este optimismo e trazer, uma vez mais, Fátima e a sua
mensagem ao primeiro plano da opinião pública mundial: no
dia 13 de Maio de 1981, um atentado na Praça de São
Pedro em Roma punha em perigo a vida de João Paulo II.
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
A coincidência da data com mais uma aniversário da
primeira aparição de Nossa Senhora de Fátima, e o fato de
não ter sucumbido, levaram o Papa a considerar-se salvo
por Nossa Senhora e a fazer uma peregrinação a Fátima.
Um ano depois, o Papa fez a sua peregrinação de
agradecimento a Nossa Senhora de Fátima, querendo estar
em oração silenciosa, por largo tempo, junto da sua
imagem, na hora exata do atentado, e aproveitando a
ocasião para fazer uma visita pastoral a Portugal, visita que
deixou imensos frutos espirituais.
Por desejo expresso do Papa João Paulo II, a imagem
de Nossa Senhora de Fátima da Capelinha das Aparições
foi a Roma, renovando o Papa, diante dela, na Praça de
S.Pedro, a consagração do mundo ao Imaculado Coração
de Maria, no dia 25 de Março de 1984.
Em 13 de Maio desse mesmo ano, o Papa João Paulo II
deu novo título à diocese de Leiria, acrescentando-lhe o
nome de Fátima, dada a importância que este lugar adquiriu
para a Igreja e para o mundo.
Todos os fatos, relacionados com as aparições de 1917
e a sua mensagem levaram, a partir da década de 1950, à
designação do Santuário da Cova da Iria como "Altar do
Mundo" e ao incremento, cada vez maior, deste lugar de
peregrinação, que cresceu também no desenvolvimento
populacional, sócio-econômico e cultural, de tal modo que,
em Agosto de 1977, foi elevada à categoria de vila a
povoação de Fátima com os lugares de Aljustrel, Cova da
Iria, Lomba d'Égua e Moita.
Fontes: Todas as informações deste tópico foram
extraídas do site do Santuário de Fátima, em Portugal,
com mudanças efetuadas para a ortografia brasileira.
FOURVIÈRE, Nossa Senhora de
Lyon, França
A cidade de Lyon foi fundada pelo cônsul Lucius
Muniatus Plancus no ano de 41 a.C., e, pouco depois de
sua fundação, a nova cidade tornou-se a capital da Gália
céltica, desenvolvendo-se rapidamente.
Trajano fez construir aí um
monumento magnífico - o "Forum
trajani", denominado mais tarde
"Forum vetus", nome transformado,
com o tempo, em "Fortvieil" e,
depois, em "Fourvière".
Em meados do século II são
Pothin foi da Grécia para Lyon, para
implantar aí a nova fé, que fez
rápidos progressos.
As perseguições contra os cristãos começaram em Lyon
sob Marco Aurélio, tendo sido martirizado são Pothin,
primeiro bispo de Lyon e apóstolo das Gálias, com a idade
de 90 anos, juntamente com muitos outros cristãos, entre os
quais santo Irineu e santa Blandina. Mas a fé dos neófitos
tornou-se, depois dessas dolorosas provações, mais firme e
mais forte.
No século IX, em uma capela dedicada a Nossa
Senhora, tem sua origem o título Nossa Senhora de
Fourvière, por ter sido a capela construída, em parte, com
materiais provenientes do fórum construído por Trajano,
cujo nome, no decorrer dos séculos, tinha-se transformado
em "Fourvière".
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A atual basílica de Fourvière, construída no lugar da
primitiva capela, numa colina a 340 km de altitude, é um dos
santuários mais venerados da cristandade.
Por ocasião da peste de 1643, fizeram os habitantes de
Lyon o voto de ir em peregrinação,
anualmente, no dia 8 de setembro,
ao santuário de Fourvière, "para
conseguir de Nossa Senhora uma
proteção especial para sua cidade".
As peregrinações a Nossa
Senhora de Fourvière datam dessa
época. A nova basílica data de
1872; foi idealizada pelo arquiteto
Pedro Bossan.
Nossa Senhora de Fourvière é
festejada principalmente em 8 de setembro e 8 de
dezembro.
Em 8 de dezembro, festa da Imaculada Conceição, a
colina de Fourvière é ornamentada e iluminada, e a própria
cidade fica toda em festa, manifestando assim sua fé
profunda e sua devoção a Nossa Senhora, protetora da
cidade.
Fonte: Edésia Aducci, "Maria e
gloriosos", Ed. Loyola, 1998, pp. 85-86.
seus
títulos
GIETRZWALD, Nossa Senhora de
Polônia
Gietrzwald é uma pequena aldeia da Polônia, localizada
a 200 km ao norte de Varsóvia. Aí existe uma igreja que
data do século 14. Declarada Basílica Menor em 1970 pelo
Papa Paulo VI, contém preciosas relíquias, mas seu maior
tesouro é um ícone de Nossa Senhora de Gietrzwald.
A primeira referência ao citado ícone aparece em 1568.
No dia 8 de setembro de 1967 esta pintura milagrosa da
Santíssima Virgem foi coroada solenemente pelo Arcebispo
Primaz da Polônia, Stefan Wyszynski auxiliado por muitos
bispos poloneses, incluindo-se entre estes o futuro Papa
João Paulo II.
Em 1877, durante quase três meses, de 27 de junho a
16 de setembro, Nossa Senhora apareceu a duas meninas
da aldeia: Justina Szafrynska, com 13 anos e Barbara
Samulowska com 12.
Justina estava se preparando
para a Primeira Eucaristia. Ela e
sua mãe, mal saíram da igreja,
soou o sino para a hora de Ângelus.
Justina iniciou suas orações.
Repentinamente a menina viu
acender-se um clarão numa árvore
próxima e entrou em êxtase.
Considerando que aquela oração
estava se prolongado em demasia,
a mãe chamou-a para casa. Justina
responde-lhe que estava vendo Nossa Senhora assentada
num trono cercada de anjos. A Virgem pede-lhe para voltar
ao mesmo lugar no dia seguinte. Justina obedece e traz,
desta vez, consigo, sua amiga Barbara Samulowska.
Começaram a rezar o rosário. Mais uma vez Nossa Senhora
aparece e as duas meninas podem vê-la.
As aparições prosseguiram e muitas pessoas puderam
testemunhá-las. Foram feitas perguntas muito específicas a
respeito de alguns padres que estavam presos e sobre o
futuro da Polônia. A todas as perguntas a Virgem respondia:
"Rezem o Rosário".
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
Os padres seriam libertados e a Polônia ganharia sua
independência pelo poder da oração do Rosário. Maria pede
às pessoas para construir um Santuário e nele colocarem
uma imagem da Imaculada Conceição. A mensagem de
Nossa Senhora de Gietrzwald espalha-se rapidamente pela
Polônia dividida, alcança a Europa e chega aos Estados
Unidos da América.
Tais prodígios foram estudados pela Igreja. O bispo
diocesano Dom Filip Krementz constituiu uma comissão
teológica especial e um comitê médico que foram a
Gietrzwald no dia 20 de agosto, quando ainda se sucediam
as aparições. O comitê examinou atentamente a
personalidade das crianças, que foram inquiridas
individualmente. O relatório final afirmou que as meninas
eram sadias e dignas de crédito. O pároco local, Pe.
Weichsel acreditara na sinceridade das videntes desde o
início.
O comitê médico examinou as videntes durante seus
êxtases. Eles controlaram todos os movimentos e reações
das meninas e nada perceberam que pudesse ser
caracterizado como simulação. O relatório indicou que as
pulsações cardíacas estavam abaixo do normal e que a
expressão facial de ambas se congelara. Cem anos depois
da aparição o bispo local declarou a autenticidade das
mesmas. Como em Lourdes e Fátima as aparições
receberam aprovação da Santa Sé. Da mesma forma as
videntes foram perseguidas pelo governo.
Mais tarde, as jovens manifestaram desejo de ingressar
na Vida Religiosa. Foram para Paris onde fizeram o
noviciado. Não se teve mais notícia de Justina. Bárbara foi
enviada à Guatemala como missionária. Irradiava ternura e
santidade. Morreu aos 85 anos de idade em 1950.
Os Cônegos Regulares Lateranenses são os atuais
responsáveis pelo Santuário de Nossa Senhora de
Gietrzwald.
GRAÇAS, Nossa Senhora das
Na tarde de um sábado, dia 27
de novembro de 1830, véspera do
1.o Domingo do Advento, em Paris,
na capela das Irmãs Filhas da
Caridade de São Vicente de Paulo,
a noviça Irmã Catarina Labouré,
teve uma visão de Nossa Senhora.
A Virgem Santíssima estava de pé
sobre um globo, segurando com as
duas mãos um outro globo menor,
sobre o qual aparecia uma cruzinha
de ouro. Dos dedos das suas mãos,
que de repente encheram-se de anéis com pedras
preciosas, partiam raios luminosos em todas as direções,
num gesto de súplica, Nossa Senhora oferecia o globo ao
Senhor.
"A Virgem Santíssima - disse Irmã Catarina - baixou
para mim os olhos e me disse no íntimo de meu coração:
'Este globo que vês representa o mundo inteiro (...) e cada
pessoa em particular... Eis o símbolo das graças que
derramo sobre as pessoas que as pedem'. Desapareceu,
então, o globo que tinha nas mãos e, como se estas não
pudessem já com o peso das graças, inclinaram-se para a
terra em atitude amorosa. Formou-se em volta da
Santíssima Virgem um quadro oval, no qual em letras de
ouro se liam estas palavras que cercavam a mesma
Senhora: Ó MARIA CONCEBIDA SEM PECADO, ROGAI
POR NÓS QUE RECORREMOS A VÓS. Ouvi, então, uma
voz que me dizia: "Faça cunhar uma medalha por este
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modelo; todas as pessoas que a trouxerem receberão
grandes graças, sobretudo se a trouxerem no pescoço;
as graças serão abundantes, especialmente para
aqueles que a usarem com confiança".
Então o quadro se virou, e no verso apareceu a letra M,
monograma de Maria, com uma cruz em cima, tendo um
terço na base; por baixo do M, os dois Corações, de Jesus e
de Maria; o de Jesus, com uma coroa de espinhos e o de
Maria atravessado por uma espada; contornava o quadro
uma coroa de doze estrelas.
Irmã Catarina disse ainda que a Santíssima Virgem
calcava aos pés uma serpente, alusão clara à palavra de
Deus a Eva, depois do pecado: "Porei inimizade entre ti e a
Mulher, entre a tua descendência e a dela. Ela te esmagará
a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar" (Gn 3,15)
A mesma visão se repetiu várias vezes, sobre o sacrário
do altar-mor; ali aparecia Nossa Senhora, sempre com as
mãos cheias de graças, estendidas para a terra, e a
invocação já referida a envolvê-la.
O Arcebispo de Paris, Dom
Quelen, autorizou a cunhagem da
medalha e instaurou um inquérito
oficial sobre a origem e os efeitos
da medalha, a que a piedade do
povo deu o nome de "Medalha
Milagrosa", ou "Medalha de Nossa
Senhora das Graças". A conclusão
do inquérito foi a seguinte: "A rápida
propagação, o grande número de
medalhas cunhadas e distribuídas,
os admiráveis benefícios e graças singulares obtidos,
parecem sinais do céu que confirmam a realidade das
aparições, a verdade das narrativas da vidente e a difusão
da Medalha". A primeira medalha foi entregue à Irmã
Catarina. Em 1836, só o gravador já havia cunhado mais de
2 milhões de peças.
Nossa Senhora da Medalha Milagrosa é a mesma
Nossa Senhora das Graças, por ter Irmã Catarina ouvido,
no princípio da visão, as palavras: "Estes raios são o
símbolo das ‘Graças’ que Maria Santíssima alcança para os
homens".
GUARDA, Nossa Senhora da
Em Marselha, França, em 1214,
um sacerdote erigiu no morro da
Guarda uma capela em honra de
Nossa Senhora. A Virgem adquiria
um novo título. O culto desenvolveuse rapidamente.
Em 1477, estando a primitiva
capela em ruínas, iniciaram a
construção de outra capela que
existiu até o século XIX. A imagem
mais antiga que era venerada na
antiga capela tinha o nome de
Nossa Senhora Morena, por ser de cor escura. Esta
imagem e outra, venerada como "A Virgem do Ostensório",
desapareceu na revolução de 1794.
Após a Revolução, a antiga capela foi reaberta em 1807.
A nova imagem foi levada em solene procissão do convento
de Picpus até o morro da Guarda. Todos os devotos
acompanharam o cortejo com os pés descalços.
Este local mariano, que é motivo de santo orgulho para
os marselheses, em 1837, foi entregue à cura dos padres
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
oblatos, que construíram a grande basílica em estilo
romano-bizantino, consagrada em 1864.
Sobre a torre da basílica uma enorme estátua da Virgem
guarda o porto e a cidade de Marselha. Cerca de um milhão
e meio de peregrinos visitam anualmente a citada igreja.
Muitas visitas de navegantes podem ser constatadas
pelas miniaturas de navios e barcos oferecidos à Virgem
com um pedido de proteção.
Até o século XVIII, os navios que regressavam à França,
assim como todos os que estavam no porto, costumavam
saudar Nossa Senhora com um tiro de canhão, enquanto os
marinheiros se ajoelhavam no convés em oração.
Elevado em cima de uma rocha, o santuário sobressaise na belíssima paisagem da baía de Marselha. Do alto,
Nossa Senhora contempla seus filhos aguardando a visita
dos citadinos, turistas e peregrinos que confiam na
intercessão da Santa Mãe de Deus.
Fonte:
Edésia Aducci, "Maria e seus títulos
gloriosos", Edições Loyola.
HORTO, Nossa Senhora do
A origem da devoção e do culto a Nossa Senhora do
Horto provém de longa data, precisamente, do final de 1400.
Primavera de 1493. Urna
calamitosa epidemia atinge a cidade
de Gênova. Chiavari, singela
cidadezinha situada numa encosta
voltada ao nascer do sol, mantinha
comunicações diárias com Gênova
e, portanto, não fica imune. Urna
piedosa senhora dos subúrbios de
Rupinaro, Maria, da família dos
Quercio,
chamada
Turchina,
iluminada por uma profunda fé,
recorre à mãe de Deus. Promete-lhe
um sinal de reconhecimento público, caso restasse imune
do tremendo flagelo. Sua esperança não foi vã: restou
imune à doença. Em sinal de gratidão à Maria Santíssima,
mandou pintar sua imagem entre os dois santos protetores
dos atingidos por doenças contagiosas: São Sebastião e
São Roque.
E, a fim de que os que por ali passassem pudessem ter
uma ocasião mais fácil para louvar e invocar a Virgem
Santíssima, pensou em mandar pintar um imagem, não em
uma igreja, mas sim num lugar ainda mais público: num dos
muros do horto que então se estendia da casa do capitão
até a praia. Confiou o encargo a Benedetto Borzone. Isto
parece ter sido pelo ano de 1493.
Seguindo as indicações da Turchina, o pintor conseguiu
exprimir de modo admirável a idéia da bondade e do poder
de Maria. De fato, representa a Virgem Santíssima no gesto
de, com a mão esquerda, estreitar ao colo o Menino Jesus
que, por sua vez, se enlaça em seu pescoço, ao mesmo
tempo em que, com a mão direita, segura a mão do Filho no
gesto de abençoar a cidade e todo aquele que tivesse a dita
de passar diante desta imagem.
Ao redor da cabeça da Virgem lê-se as palavras da
saudação angélica: "Ave, gratia plena"; e, mais para o alto,
a frase bíblica: "Hortus conclusus".
"A imagem, em seu conjunto, é uma admirável
representação pictórica das inspiradas palavras do salmista:
"Seguraste minha mão direita e me conduziste segundo a
tua vontade".
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"A obra de Benedetto Borzone atingiu uma incomparável
beleza, seja pela profunda verdade teol6gica que encarna,
seja pela feliz disposição das figuras e pela pureza e
naturalidade do colorido.
Era comum no século XV a imagem de Maria que, do
Filho, segura levantada a mão que abençoa. Mas, nas
reproduções daqueles tempos, a bênção de Jesus dirigia-se
somente ao pequeno João Batista. Benedetto Borzone
substitui o pequeno filho de Isabel por uma numerosa
família de almas que implora a benção do Filho de Maria e,
assim fazendo, alarga o horizonte do restrito circulo de um
episódio familiar à vida de um inteiro povo, ou melhor ainda,
a toda a humanidade. Assim, afirma o poder e a bondade da
Mãe Divina, atenta e solícita às necessidades de todos Os
homens redimidos pelo sangue de seu Filho.
Poder e bondade: nunca, até então, estas duas excelsas
prerrogativas da Virgem Santíssima tinham sido
representadas plasticamente de maneira tão eficaz e
perfeita".
A nova imagem suscitou logo grande devoção e, por
causa do lugar onde tinha sido pintada, isto é, no muro de
um horto, propriedade do Capitão de Chiavari, foi chamada:
"MADONNA DELL'ORTO"
Dirigido o rosto ao poente e o olhar a Chiavari, a
imagem dava para a praça. E, uma vez que se situava no
ângulo da estrada, caía logo na vista de quantos, cidadãos
ou forasteiros, deviam entrar naquela praça, a mais
freqüentada e a mais cômoda para as comunicações com
os vales. A Turchina escolhera, pois, o lugar mais
apropriado para colocar a Virgem Mãe: na estrada dos
quiavareses e dos forasteiros. Escolhera a exata posição
para provocar o encontro entre a Mãe e os filhos.
Todos aqueles que passavam em frente ao nicho eram
estimulados a venerar a Virgem Mãe. 0 culto a Maria do
Horto, contudo, permanecia sempre um fato de caráter
privado.
Em 1528, a peste se fez novamente presente na Liguria
e, portanto, também em Chiavari. 0 perigo despertou ainda
mais a devoção e a atenção para com a sagrada imagem.
Foi justamente nesta ocasião que foi erigido um altar, aos
pés do nicho, a fim de possibilitar ao público a assistência
ao santo sacrifício. Houve um despertar de devoção,
também incentivada pela urgência do momento. Passado o
perigo da epidemia, o povo continuou freqüentando a
imagem bendita. Eram os primeiros albores daquele culto
ternamente filial que deveria estender-se onde quer que um
quiavarese tivesse ido e que deveria culminar, um século
depois, com a construção de um grande santuário.
No entanto, é de observar-se o seguinte: apesar de
estar exposto à chuva, ao sol e as influências da brisa
marítima, o quadro tinha conservado a tonalidade original de
suas cores.
Aos 7 de marco de 1643, por deliberação do Conselho
de Chiavari, a Senhora do Horto é declarada padroeira da
cidade e do distrito quiavarese. No dia 8 de setembro de
1769 a sagrada imagem é solenemente coroada.
Com acerto, Santo Antonio Maria Gianelli foi
denominando o glorificador de Nossa Senhora do Horto.
Celebrou-lhe as gl6rias com sua eloqüência. Mas foi
sobretudo com a santidade de sua vida e com o zelo de
suas obras que contribuiu para seu culto.
0 nome de Gianelli liga-se intimamente à história do
culto de Nossa Senhora do Horto, ou melhor ainda, à sua
difusão no mundo, através das fundações de suas
congregações religiosas.
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
Em 1826, assim que inicia em Chiavari sua atividade
como arcipreste, Gianelli consagra seu povo e ele mesmo à
Senhora do Horto.
Fora chamado a Chiavari, pela primeira vez, em 1822,
ocasião em que proferira o panegírico do dia 2 de julho.
Estudando a vida e as obras de Gianelli, pode-se dizer
que a devoção a Maria Santíssima, sempre ardentíssima
nele, encontrou a mais férvida e perfeita expressão no culto
filial a Nossa Senhora do Horto. A paróquia de San Giovanni
e o santuário eram os dois pólos entre os quais se expandia
livremente seu zelo. E ele foi ardente promotor desta
devoção, bem como da do Santíssimo Crucifixo negro que
se venera na igreja de Chiavari, em San Giovanni.
Nos momentos mais difíceis da vida de seu povo,
Gianelli soube fazer destas duas devoções o fulcro de sua
obra de pastor e de pai. Neste culto filial à Senhora do Horto
e que se inspiram as instituições que levam seu nome e
espelham sua fecunda iniciativa: 0 seminário de Chiavari, a
Congregação dos Missionários de S. Alfonso, o Instituto das
Filhas de Maria Santíssima do Horto.
O SEMINÁRIO
Sendo Gianelli o responsável pelos estudos, valeu-se
deste seu encargo para cultivar nos jovens clérigos o amor
a Nossa Senhora do Horto. Mediante uma clara
compreensão da história da sagrada imagem e uma fiel
imitação das virtudes de Maria, fez com que os seminaristas
se tornassem outros tantos apóstolos do culto da Senhora
do Horto.
Em suas conferencias morais aos clérigos, falava
freqüentemente da Senhora do Horto. Incentivava-os a
tomar parte em todas as principais funções litúrgicas do
santuário e parece que ele introduziu o belíssimo costume
de conduzir os seminaristas aos pés da Senhora do Horto
para prestar a Maria a primeira homenagem dos clérigos,
por ocasião da abertura das solenidades, no dia primeiro de
julho, de manhã cedo.
Assim, o seminário de Chiavari, qual perfumado jardim
junto ao santuário de Maria, florescia na piedade, no estudo
e na disciplina.
OS MISSIONÁRIOS DE SANTO ALFONSO
A fundação desta congregação remonta ao final de
1827. 0 objetivo era duplo: favorecer a santificação do clero
secular, mediante retiros anuais, e promover missões
populares. Gianelli quis confiar também esta obra ao
patrocínio de Nossa Senhora do Horto. A seus missionários
recomendou o culto a Nossa Senhora do Horto a fim de que
o difundissem nas paróquias em que fossem solicitados. E é
justamente aos missionários de S. Alfonso que se deve a
difusão do culto de Maria do Horto em tantos povoados da
Riviera e do interior quiavarese.
O INSTITUTO DAS FILHAS DE MARIA SANTÍSSIMA
DO HORTO
Desde seu nascimento, os episódios referentes a este
instituto se entrelaçam com a história de Santa Maria do
Horto, uma vez que tal instituto, difundindo-se em muitas
localidades da Itália e do ultramar, contribuiu e prossegue
contribuindo muitíssimo ao desenvolvimento do culto da
Padroeira de Chiavari.
Gianelli acalentava, talvez há anos, o projeto de criar
uma congregação religiosa de piedosas senhoras que se
dedicassem à obra de apostolado religioso e de caridade
social. Mas este projeto tomou forma concreta em seu
coração e em sua mente depois de sua chegada em
Chiavari, quando foi chamado a integrar o conselho de
administração do Hospício de Caridade e Trabalho, fundado
em 1819. Gianelli percebe logo a necessidade de
Página 49
providenciar boas educadoras para aquelas adolescentes e,
para isso, pensa na fundação de uma congregação
religiosa. Com orações, com penitências, com jejuns, pede
auxílio ao Senhor e à Virgem Santa.
Nos processos lê-se que obteve o impulso para esta
fundação no dia 2 de julho, enquanto celebrava a santa
missa cantada. Parece ter sido o dia 2 de julho de 1828.
Uma vez que dirigia espiritualmente muitas jovens
desejosas de viver a perfeição religiosa, tinha já com quem
contar.
Algumas dentre elas aceitaram a proposta e, dentre
aquelas que lhe pareciam melhor dispostas ao difícil passo,
selecionou doze e as reuniu no dia 12 de janeiro de 1829, à
noite. À nova congregação deu o nome de sua Senhora:
Filhas de Maria Santíssima do Horto.
A nova instituição abraçava logo o apostolado e o
serviço ao próximo. No dia 15 de janeiro do mesmo ano de
fundação, as filhas espirituais de Gianelli abriam uma escola
externa para meninas-moças de certa condição econômica
e uma outra para meninas-moças pobres. Primeira escola
feminina em Chiavari, tornou-se, em seguida, escola
municipal, mas sempre entregue aos cuidados das irmãs.
No dia 18 de maio de 1830, as Filhas de Maria abriam
na própria casa da rua S. Antônio, onde residia a jovem
congregação, um educandário para meninas adolescentes
de certa condição econômica que foi consagrado à Senhora
do Horto.
Aos 28 de dezembro de 1831, as irmãs entram a serviço
do hospital de Chiavari. Aos 18 de agosto, assumem a
direção e o serviço do Hospício de Caridade e Trabalho,
para o qual tinham sido instituídas.
Há seis anos de fundação o instituto dirigia quatro
complexos educacionais de evidente responsabilidade. A
Providência, porem, aguardava as Filhas de Maria alhures.
No dia 1 de julho de 1835, véspera da festa de Nossa
Senhora do Horto, a instituição assume o serviço no hospital
civil de La Spezia. Assim, através das filhas espirituais de
Gianelli, o culto da Senhora do Horto chega aos extremos
confins orientais da Liguria.
As Irmãs do Horto (Gianelinas) encontram-se em muitas
partes do mundo, espalhando o amor à Virgem Santíssima.
Elas estão presentes na Itália, Espanha, Uruguai, Palestina,
Estados Unidos, Chile, Argentina, Paraguai, Índia e Brasil.
Fonte: Informações generosamente enviadas por
nossa colaborada Irmã Leonilda Altoé
IMACULADO CORAÇÃO, Nossa Senhora do
O culto ao Puríssimo Coração de Maria remonta a São
João Evangelista, que já o mencionava. Arnoldo de Chartres
dizia que "Jesus não recebia
nenhum golpe em seu corpo sem
que produzisse triste eco no
Coração de Maria".
Vários escritores sacros se
referem ao Coração de Maria: Santo
Éfrem,
São
Jerônimo,
Santo
Agostinho, Santo Anselmo, Santo
Tomás de Aquino, São Boaventura,
São Francisco de Sales e tantos
outros. Na Companhia de Jesus se
encontram diversos sacerdotes abalizados que foram
apóstolos desta devoção, seguindo o exemplo de Santo
Inácio de Loiola. O Beato José de Anchieta, "Apóstolo do
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
Brasil", com seu poema "De Beata Virgine", foi o autor do
primeiro cântico ao Coração de Maria, nas Américas.
Após o século XVII este culto torna-se público. Cabe a
São João Eudes a glória de ser o principal arauto, apóstolo
e teólogo, legando-nos sua obra clássica:
"O Coração Admirável da Santíssima Mãe de Deus",
onde estuda os fundamentos desta invocação.
Surgiram em seguida várias ordens religiosas,
masculinas e femininas, sob a proteção Cordimariana, entre
elas a dos Filhos do Imaculado Coração de Maria, fundados
por Santo Antonio Maria Claret, em 1849.
Em conseqüência do grande incremento do culto ao
Puríssimo Coração de Maria, no século XIX, Pio VII e,
depois, Pio IX, concederam uma festa e Ele dedicada, em
diversas igrejas particulares. Em 1887 a Companhia de
Jesus também se consagrou ao Imaculado Coração da Mãe
de Deus.
Modernamente a própria Virgem Santíssima se dignou
fazer revelações importantes neste sentido, quando
apareceu aos pastorinhos de Fátima, em 1917. Maria
Santíssima confessou-lhes que Deus queria estabelecer no
mundo a devoção ao seu Imaculado Coração e pediu a
consagração da Rússia ao mesmo. Para corresponder ao
desejo de Nossa Senhora, expresso em Fátima, Pio XII, em
plena guerra, a 31 de outubro de 1942, consagrou o gênero
humano ao Puríssimo Coração de Maria e decretou, em
1944, que todos os anos se celebrasse uma festa especial
em honra do Imaculado Coração da Mãe de Deus no dia 22
de agosto, oitava da Assunção. O Concílio Vaticano II,
porém, na reforma litúrgica reservou para esta festividade o
sábado após a celebração do Sagrado Coração de Jesus.
Um dos principais centros de divulgação do culto ao
Imaculado Coração é a antiga casa das Dorotéias, em
Pontevedra, Espanha, onde Lúcia, a vidente de Fátima, fez
o seu postulado, e onde a Virgem Santíssima lhe pediu a
Comunhão Reparadora nos primeiros sábados, durante 5
meses, seguida da reza do terço e de 15 minutos de
meditação.
No Brasil, o culto ao Imaculado Coração de Maria,
divulgado inicialmente pelos jesuítas e depois por outros
religiosos, está difundido em todos os Estados. Existem 36
pároquias a ele dedicado.
Na capital paulista a devoção Cordimariana está ligada à
primitiva igreja do Colégio, que assistiu ao nascimento de
São Paulo. Em 1896, o então bispo D. Joaquim Arcoverde,
em comum acordo com o governo estadual, permitiu a
demolição do velho templo. No ano seguinte resolveu fundar
a igreja do Imaculado Coração de Maria , lançando a pedra
fundamental durante as comemorações do Centenário
Anchietano, a 13 de março de 1897. A igreja, à rua Guaribe,
entregue aos cuidados dos Padres Claretianos, foi
construída na forma tradicional dos templos católicos, em
formato de cruz, cujo corpo central é ocupado pela nave
maior e os braços, por capelas. Ela foi aberta ao público em
1899. Do antigo Colégio herdou o altar-mor de talha, que se
encontra na capela do Santíssimo Sacramento. A imagem
de Nossa Senhora do Imaculado Coração é muito
semelhante à de Nossa Senhora do Divino Amor.
Bibliografia: Nilza Botelho Megale, "Invocações da
Virgem Maria no Brasil", Ed. Vozes, 1998, pp. 240-243
Página 50
LÁGRIMAS DE SIRACUSA , Nossa Senhora
das
Sicília, Itália
Em Siracusa, Sicília, nos dias 29
o
de agosto a 1 . de setembro de
1953, uma imagenzinha de Nossa
Senhora derramou abundantes
lágrimas, fenômeno que pôde ser
observado por muitas pessoas, por
autoridades civis e eclesiásticas.
Edésia
Aducci
narra
o
acontecimento da seguinte forma:
Antonina Iannuzo, após rezar
diante da imagem de Nossa
Senhora, percebeu em seus olhos
abundantes lágrimas. Pensou ser uma ilusão, mas depois
parentes e o próprio marido constataram o fato.
A imagem chorava a ponto de as lágrimas correrem pela
face. A notícia pouco a pouco espalhou-se. Começaram a
surgir peregrinos de toda a Sicília, da Itália e da Europa. Os
doentes eram colocados numa praça de 100m2 à vista da
imagem exposta em um nicho.
Durante dezoito horas por dia padres e religiosos se
revezavam tocando objetos na imagem. Na própria casa
dos Iannuzo formou-se logo um "Comitê da Virgem que
chora" para exame dos miraculados. Em princípio os
interrogatórios eram exigentes e severos; depois os
médicos cansaram. Trezentos casos extraordinários
puderam ser examinados desde o início pelas autoridades
civis e eclesiásticas.
O arcebispo de Siracusa, Dom Baranzini, acompanhado
de muitos sacerdotes, celebrou a santa missa em plena rua.
Os químicos Leopoldo La Rosa e Francisco Cotzia
analisaram 1cm3 das lágrimas e concluíram: "O líquido
revela a mesma composição e a mesma densidade das
lágrimas humanas". Entre os casos tidos como milagrosos,
conta-se o de Núnzio Vinci, operário de 49 anos, que sofria
de uma artrite deformante e voltou para casa
completamente curado.
A humilde capela deu lugar a um suntuoso templo,
erguido para acolher os milhares de peregrinos que acorrem
àquele santo lugar. A paisagem de Siracusa é dominada por
um imponente santuário em forma cônica, que mede 74m
de altura. Cabem nele cerca de 11.000 pessoas. O moderno
templo foi sagrado pelo Papa João Paulo II em sua visita a
Siracusa em novembro de 1994.
Fonte:
Edésia Aducci, "Maria e seus Títulos
Gloriosos", Ed. Loyola, pp. 360361.
LEITE, Nossa Senhora do
A
Virgem
Santíssima
foi
homenageada pelos seus devotos
em todas as fases de sua
maternidade divina. Temos assim as
invocações de Nossa Senhora da
Anunciação, da Encarnação, da
Expectação ou do Ó, do Parto, além
de diversas representações de Maria com o Menino Jesus
no presépio ou no colo. Evidentemente deveria surgir o titulo
de Senhora da Lactação, pois foi com o seu leite que o Filho
de Deus se alimentou nos primeiros meses de vida
humanaQual não deve ter sido a emoção de Maria ao ver o
seu Senhor, o Cristo, receber dela, simples criatura, o leite
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
que iria desenvolver o Corpo, que Ele se dignou tomar,
permitindo-lhe viver, crescer e tornar-se um homem...
As mais antigas imagens da Virgem amamentando o
seu Divino Filho datam do final da Idade Média, quando se
observa na arte a humanização dos temas religiosos e a
tendência cada vez maior de ver em Maria mais a Mãe do
que a Rainha do Céu em majestade, como acontecera nos
períodos românico e bizantino. Geralmente, na época do
gótico tardio, as figuras da Mãe de Deus, dando de mamar a
Jesus, se enquadram nas cenas de descanso da fuga para
o Egito, como se pode observar no retábulo da igreja de
São Pedro, em Hamburgo, obra do mestre Bertram, da
escola renana. Como o estilo ogival não deixava espaço nos
templos para as pinturas murais, começaram a aparecer os
quadros de cavalete, sendo um dos primeiros deste tipo o
que representa a Virgem Maria entre São Pedro e São
Paulo, alimentando seu filho ao seio.
A partir do Renascimento este assunto e abordado
também na pintura italiana e temos como exemplos: a
Madona Litta, que se encontra no museu de Leningrado,
atribuída ao grande Leonardo da Vinci; e a Madona da
Almofada Verde, de Andrea solario (século XV), que
representa o Menino Deus sendo alimentado por sua Mãe,
deitado sobre uma almofada daquela cor.
Em Portugal existem várias obras artísticas, sobre este
tema, destacando-se a Virgem do Leite, da autoria de Frei
Carlos, monge flamengo que viveu e morreu em Évora, o
qual transmitiu à sua obra um enorme sentido de carinho e
delicadeza; e o quadro da pintora Josefa de Óbidos no
convento de Bussaco. Este último é muito cultuado pela
população, pois as mães que não têm leite costumam
oferecer, como ex-votos, retratos de seus filhos e seios de
cera, que podem ser vistos em grande número na sacristia
do mosteiro.
Este culto continuou no Brasil, havendo diversas
imagens, tanto em pintura como escultura, de Maria
amamentando o Divino Infante. A mais bela, contudo, é a
efígie barroca de Nossa Senhora da Lactação existente na
igreja do Carmo, em Belém do Pará. Ela representa a Mãe
Puríssima, sem véu nem coroa, com os longos cabelos
caindo sobre os ombros, tendo no braço esquerdo o Menino
Jesus e apertando o seio com a mão direita, num admirável
gesto de ternura e amor maternal.
A devoção à Virgem do Leite parece ter tido início na
Palestina, onde Jesus Cristo passou a sua vida terrena até
morrer numa cruz para salvar a humanidade. Perto de
Belém, onde Ele nasceu, encontra-se uma gruta muito
venerada pelo povo do lugar e visitada por inúmeros
devotos e turistas, dentro da qual se pode ver uma pedra
muito alva, já gasta de tanto ter sido raspada. As mães que
estão amamentando usam o pó desta rocha misturado com
água, para aumentar o seu leite ou para conservá-lo enquan
to suas crianças necessitam de alimentação materna. Diz a
tradição que, quando a Sagrada Família se retirou para o
Egito, parou junto à lapa para descansar, Maria aproveitou
então para amamentar seu Divino Filho e um pouco de leite
espirrou sobre a pedra, que se tornou toda branca. Daí a
origem da devoção popular.
O tema da amamentação de Jesus aparece também no
lendário brasileiro. Contam que Nossa Senhora estava à
beira-mar, cansada sob o sol causticante de verão, e
precisava voltar para o seu rancho, onde o Menino Deus a
esperava para mamar. Como ela não sabia as horas e com
certeza Ele estava chorando de fome, perguntou a um
linguado, que se aproximava da terra para fazer a sesta:
"Linguado, podes me dizer que horas são?"
Página 51
O peixinho, aborrecido por ela vir perturbar a sua
digestão, cheio de maldade arremedou-a entortando a boca.
A Virgem, então, diante daquela ruindade, amaldiçoou-o
dizendo que ficasse como estava ao
imitá-la. E desde aquela ocasião o
linguado ficou com a boca torta...
Tanto as lendas como as obras
de arte mostram o carinho da
população para com a Mãe de Deus
e a crença de que, assim como o seu
leite desenvolveu o corpo físico de
Jesus, a sua graça fortalecerá a
nossa fé para que possamos cumprir
neste mundo a nossa missão de
filhos de Deus.
Fonte: Transcrito do livro "Invocações da Virgem
Maria no Brasil", de Nilza Botelho Megale, Ed. Vozes,
1998, pp. 252-255.
LÍBANO, Nossa Senhora do
A devoção dos libaneses a Nossa Senhora é antiga.
Remonta aos primeiros séculos da Igreja, pois seus
ancestrais conheceram Maria pessoalmente. A proteção da
Virgem aliada à de São Maron salvou o Líbano de muitos
perigos, conservando a sua autonomia no decorrer dos
séculos e confirmando seus habitantes na fé católica.
Em princípios deste século, no ano de 1904, o patriarca
maronita Elias Hoayeck resolveu construir no cume do
Haruça, no Monte Líbano, defronte à Baía de Djuniche, num
dos lugares mais belos do país, entre o mar azul e o cimo
das lendárias cordilheiras, um templo para comemorar o
cinqüentenário da proclamação do dogma da Imaculada
Conceição.
A construção, iniciada naquele ano, foi inaugurada em
1908.
O belo monumento é composto por
uma capela circular, com o formato de
uma torre, rodeada por longa rampa
em espiral. Sobre o santuário
encontra-se
uma
imagem
da
Imaculada Conceição, mandada fazer
na França e pesando cerca de 14
toneladas.
Este
templo
é
continuamente visitado por milhares de
fiéis procedentes de todo o Oriente e
também da Europa, que vêm agradecer a
Nossa Senhora do Líbano os inúmeros milagres e graças
alcançadas em seu intermédio.
Para melhor transportar os peregrinos, foram
construídos quarenta teleféricos, que partem da cidade de
Djuniche, situada à beira-mar, e se dirigem à montanha do
santuário, descortinando aos olhos dos transeuntes um
esplêndido panorama.
Em 1954, o papa João XXIII, então Cardeal, coroou
solemente a estátua de Nossa Senhora do Líbano, por
ocasião do cinquentenário de sua construção e do
centésimo aniversário da proclamação do dogma da
Imaculada Conceição.
Nossa Senhora do Líbano possui muitos devotos no
Brasil, principalmente entre os membros da colônia síriolibanesa. Existem templos dedicados à Nossa Senhora do
Líbano em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo
Horizonte e Juiz de Fora.
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
Fonte: Nilza Botelho Megale, "Invocações da Virgem
Maria no Brasil", Ed. Vozes, 1998, pp. 256-258
LIVRAMENTO, Nossa Senhora do
Título de origem portuguesa. Com a morte de Dom
Sebastião, as tropas do Rei Filipe II da Espanha invadiram o
território português. Todos os fidalgos que se negaram a
aceitar a soberania espanhola foram presos. Entre estes
encontrava-se Rodrigo Homem de Azevedo. Sua esposa
recorreu a Nossa Senhora, que lhe apareceu durante nove
noites, dizendo:
"Não te agastes, eu, que tudo posso, o livrarei. Se
puderes, em algum tempo, edificar-me-ás uma casa". Ao
final da novena, Rodrigo Homem recebeu ordem de voltar
para casa. Em agradecimento, o fidalgo mandou fazer uma
imagem de Nossa Senhora do tamanho e forma da visão
que sua esposa tivera em sonhos.
Devido às palavras da Virgem: "Eu o livrarei", deu-lhe o
título de Senhora do Livramento. A primeira mulher de
Rodrigo faleceu. Sua segunda esposa, ao saber do
ocorrido, animou-o a construir a Ermida do Livramento.
Esta nova devoção foi trazida para o Brasil pelos
portugueses, sendo encontrada em Minas Gerais, no
Maranhão e em Mato Grosso.
LOURDES, Nossa Senhora de
No dia 11 de fevereiro de 1858,
uma menina de quatorze anos,
Bernadette Soubirous, ingênua,
humilde e analfabeta, saiu com uma
irmã e uma amiga para catar
gravetos em um lugar chamado
Massabielle, próximo ao povoado de
Lourdes. Para aí chegar, as meninas
precisaram atravessar um córrego
com os pés descalços. Bernadette,
que era asmática, vacilou em
colocar os pés na água e por isso se
atrasou um pouco na caminhada. Um estalido entre as
árvores chamou a atenção da menina. Seus olhos
contemplaram uma gruta na qual lhe apareceu uma
Senhora com o rosto resplandecente, vestida de branco,
com uma cinta azul.
A Senhora misteriosa sorria e
convidou Bernadette a rezarem
juntas o terceiro mistério do Rosário.
A irmã de Bernadette contou aos
pais o ocorrido e estes, num
primeiro
momento,
proibiram
Bernadette de retornar à gruta. Mas
tiveram que ceder frente a suas
lágrimas.
A aparição da Virgem se repetiu
no dia 18 de fevereiro. Desta vez, a
Senhora disse: "Vocês podem ter a bondade de vir aqui no
espaço de quinze dias? Não prometo fazê-las felizes neste
mundo, mas no outro". Ao longo das sucessivas aparições,
a Senhora convidou Bernadette a rezar pelos pecadores e
exortou os fiéis à penitência.
No dia 25 de fevereiro, a Senhora pediu que elas
bebessem da água de uma fonte que se encontrava em
determinado lugar. Bernadette raspou a superfície do
terreno com as unhas. A princípio brotou apenas um fio de
água meio escura. Bernadette bebeu um pouco e se lavou.
Era o milagroso manancial de Lourdes.
Página 52
No dia 2 de março a Senhora disse à menina que
manifestasse aos sacerdotes seu desejo de que se
realizasse uma procissão e se construísse ali uma capela. O
pároco de Lourdes, o Pe. Peyramale não acreditou nas
palavras da menina e a tratou muito duramente, ordenando:
"Diga a essa Senhora para falar seu nome". Na manhã do
dia 25 de março, a Virgem Santíssima deu sua resposta:
"Eu sou a Imaculada Conceição".
Quatro anos antes, no dia 8 de dezembro de 1854, o
Papa Pio IX, na Basílica de São Pedro, em Roma,
proclamara
que
a
Imaculada
Conceição de Nossa Senhora é
dogma de fé, quer dizer, todos os
católicos devem firmemente crer que
Nossa Senhora foi preservada da
mancha do pecado original. Com a
aparição de Lourdes a Virgem
confirmava a proclamação do
dogma.
Apesar
da
proibição
das
autoridades civis que interrogaram e
ameaçaram Bernadette, os peregrinos começaram a acorrer
em massa à gruta de Massabielle, onde se realizaram
muitos milagres. O acesso à gruta foi proibido. Mais tarde,
por ordem do imperador Napoleão III, o lugar foi aberto ao
público.
O Santuário de Nossa Senhora de Lourdes, na França,
recebe anualmente milhões de peregrinos crentes e
também não crentes, para experimentar o milagre que
ininterruptamente se repete: para alguns a cura dos males
do corpo e para todos a serenidade do espírito. Em Lourdes
a Virgem prossegue sorrindo ao mundo. Sua festa é
celebrada a 11 de fevereiro.
No dia 2 de junho de 1925, na Sala do Consistório, o
papa Pio XI declarou Bernadette Bem-aventurada. A festa
da beatificação ocorreu na Basílica de São Pedro no dia 14
de junho do mesmo ano. No dia 8 de dezembro de 1933, o
mesmo papa inscreveu Bernadette Soubirous no catálogo
dos santos.
LUZ, Nossa Senhora da
Padroeira de Curitiba
Pedro Martins, português de origem
humilde, nascido em Carnide, possuía
no Algarve algumas terras herdadas
por sua mulher, senhora de alguns
haveres. Certa vez, quando para lá se
dirigia a fim de cuidar de sua
propriedade, foi aprisionado pelos
mouros numa das incursões feitas
pelos infiéis em território cristão e
levado para o norte da África.
Naquela ocasião, por volta de 1453, sobre a fonte do
Machado, em Carnide, começou a aparecer uma luz
misteriosa, cuja origem ninguém conseguia descobrir.
Andava o povo alarmado e de Lisboa e dos arredores
chegava muita gente para ver o fenômeno, começando o
lugar a ser chamado: "A Luz".
Pedro Martins, no seu cativeiro, desanimado da
intercessão dos homens para libertá-lo, recorreu àquela que
é o Socorro dos Aflitos e a Esperança dos Desesperados.
Suas orações foram ouvidas pela Virgem Maria que lhe
apareceu trinta noites seguidas em sonho, procurando
consolá-lo. Na ultima noite Ela prometeu-lhe que ao acordar
se encontraria em Carnide, mas que aí deveria procurar
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
uma imagem sua escondida perto da fonte do Machado, em
sítio que lhe seria indicado por estranha luz. Quando a
encontrasse, deveria erguer no local uma ermida em sua
homenagem.
No dia seguinte, como a Virgem Maria lhe havia
anunciado Pedro Martins amanheceu em sua querida
cidade natal. Em agradecimento por tão milagrosa
libertação, o ex-cativo procurou logo realizar o desejo da
Mãe Santíssima. Em companhia de um parente, saiu certa
noite à procura da imagem. A luz cintilava sobre a fonte.
Caminharam por entre o arvoredo e notaram que ela ia se
deslocando até que em determinado momento parou.
Limparam o local e ao removerem algumas pedras
encontraram a efígie da Rainha do Céu.
Assim que se espalhou a notícia do feliz achado, grande
foi a afluência do povo ao lugar, e a Virgem Maria aí
começou a ser invocada com o título de Nossa Senhora da
Luz.
Logo que pôde, Pedro Martins iniciou a construção da
ermida com a permissão do bispo de Lisboa, que se
prontificou a lançar a primeira pedra em solene cerimônia
religiosa. Mais tarde esta capela foi substituída por suntuoso
templo, inaugurado em 1596.
A festa de Nossa Senhora da Luz começou a ser
celebrada todos os anos e as casas nobres portuguesas
disputavam entre Si a honra de se encarregarem das
despesas. Este grandioso santuário, entretanto, foi quase
totalmente destruído pelo terremoto que assolou Lisboa em
1755, catástrofe que, segundo piedosa lenda, deu origem à
construção de Nossa Senhora da Luz de Diamantina.
Contam que a distinta dama D. Teresa de Jesus Corte
Real, durante a imensa tragédia que destruiu Lisboa,
suplicou a proteção da Senhora da Luz e conseguiu
refugiar-se com seu esposo e empregados domésticos em
uma capela dedicada à Mãe de Deus. Seu marido havia
sido designado para o posto de funcionário do "Contrato de
Diamantes" em Minas Geras e ela prometeu então que, se
conseguisse chegar ao Brasil sã e salva, faria erigir na
colônia uma capela à Virgem da Luz.
Aqui chegando, fixou residência no Arraial do Tejuco e
alguns anos depois mandou construir nos arredores da vila
urna pequena igreja. Diz a tradição que ao lado do templo,
em cumprimento a outra promessa feita por seu pai à
Senhora da Luz durante o terrível terremoto, fez erguer um
recolhimento para a educação de órfãs, preparando-as para
a vida. Cada moça que se casava, após esmerada
educação, recebia um faqueiro de prata e três mil cruzados,
quantia que dava para construir uma boa casa.
D. Teresa Corte Real faleceu em 1826 e seu corpo foi
sepultado debaixo do coro da igreja que fundara, na qual
também foi colocado um seu retrato a óleo feito pelo pintor
Manuel Pereira.
Nos fins do século passado, a igrejinha estava prestes a
ruir, porém o seu vigário conseguiu angariar fundos para
reconstrui-la. No dia 20 de maio de 1900 ela foi
solenemente reaberta aos fiéis e a imagem da Padroeira
recolocada em seu antigo altar após solene procissão
acompanhada de uma chuva de flores atiradas das sacadas
pela senhoras de Diamantina. Todas as ruas estavam
profusamente
ornarmentadas
e
iluminadas
para
homenagear aquela que, tendo gerado a Luz do Mundo,
bem mereceu o título de Nossa Senhora da Luz.
Contudo, esta devoção em terras brasileiras não nasceu
em Minas Gerais, pois a mais antiga igreja dedicada a
Senhora da Luz em nosso pais foi a de São Paulo, fundada
primeiramente no Ipiranga, por volta de 1580, e depois
Página 53
transferida para o atual bairro da Luz, em 1603. Foi na
primeira capela, citada pelo Padre Anchieta em urna de
suas cartas, que um frade franciscano, capelão da armada
de Diogo Flores Valdez, foi assassinado por um soldado ao
pedir esmolas para os pobres.
O segundo templo da Virgem da Luz acompanhou toda
a história da cidade de São Paulo, tendo sido instalado ao
lado da Capela o famoso Recolhimento da Luz fundado por
um grupo de religiosas. Atualmente, depois de reformados,
tanto o templo como o convento deram lugar ao Museu de
Arte Sacra da capital paulista, onde se encontram
preciosidades históricas e artísticas do Estado bandeirante.
0 culto a Nossa Senhora da Luz, difundido pelos jesuítas
e beneditinos, deu origem a diversos santuários no Rio de
Janeiro e nos Estados do Sul do Brasil, principalmente
Paraná e Rio Grande.
A cidade de Curitiba se iniciou em torno de uma capela,
onde a Mãe da Luz era venerada pelos seus inúmeros
milagres. Sobre a sua fundação existe interessante lenda,
que passaremos a narrar:
Na segunda metade do século XVII, Gabriel de Lara,
seguindo os faiscadores de ouro, cruzou a serra do Mar e
encontrou uma pequena povoação no sítio dos Pinhais,
onde em 1659 seria fundada a vila de Nossa Senhora da
Luz. Dizem que seus primeiros habitantes foram membros
da bandeira de Antônio Domingues, que em 1648 se dirigia
ao sul do país. No entanto, segundo a lenda, os
bandeirantes se haviam estabelecido um pouco além, nas
margens do rio Atuba, onde ergueram uma ermida à
Senhora da Luz.
Com o andar do tempo, os rudes penetradores do sertão
notaram que a imagem da Virgem tinha sempre os olhos
voltados para os campos aos quais os índios denominavam
Curitiba (Pinhais). Aquela região era dominada pelos
ferozes cainguangues, ciosos de seus bosques de
pinheiros. Contudo, Nossa Senhora insistia em mirá-la, pois
todas as manhãs aparecia com os olhos luminosos voltados
para o poente.
Tal foi a insistência da Virgem, que os sertanejos
resolveram sondar a possibilidade da conquista do sítio
indicado pela Padroeira. Com seus aprestos de guerra
seguiram para a esplanada dominada pelos bárbaros
caingangues, prontos para o combate.
Em vez da luta prevista como certa, o que ocorreu foi a
acolhida generosa e cordial. Do chefe indígena para o chefe
branco partiu apenas um aceno acolhedor. Os arcos foram
jogados no chão em sinal de paz e a cuia de mate, símbolo
da hospitalidade, foi oferecida ao chefe índio, rodando
depois pelos guerreiros brancos.
A Cidade de Luz, no Oeste de Minas Gerais, iniciada em
1790 em torno de uma capelinha dedicada a Nossa
Senhora da Luz e desde 1918 sede da Diocese, recebeu no
dia 2 de fevereiro de 1995 preciosa escultura de sua
Padroeira, que lhe foi doada pela câmara Municipal de
Lisboa. Esta imagem, abençoada no santuário de Carnide,
em Portugal, construído junto à fonte do Machado, onde em
1453 0 humilde Pedro Martins obteve da Mãe Santíssima
um estupendo milagre, é toda em mármore branco e foi
recebida com grandes festejos populares e comemorações
cívicas na progressista cidade mineira e entronizada na
bonita catedral.
Existe ainda na Cidade de Luz interessante monumento
º
erguido em 1993 para comemorar o 75 aniversário da
criação do Bispado, no qual foi colocada uma efígie de
bronze de Nossa Senhora da Luz, cópia daquela trazida
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
pelos portugueses em 1503, que se encontra em exposição
no Museu de Arte Sacra de São Paulo.
A invocação de Nossa Senhora da Luz é bastante
difundida no Brasil, pois existem 21 paróquias a Ela
dedicadas.
Fonte: "Invocações da Virgem Maria no Brasil", de
a
Nilza Botelho Megale, Ed. Vozes, 4 . ed., pp. 274-279.
MÃE DA
Senhora
DIVINA
PROVIDÊNCIA,
Nossa
Patrona de Porto Rico
Na metade do século XIX, Monsenhor Gil Esteve y
Tomás foi nomeado bispo de Porto Rico. Ele era espanhol,
da catalunha, e levou consigo para Porto Rico a devoção a
Nossa Senhora da Divina Providência, invocação mariana
originária da Itália e surgida no século XIII, tempos depois
chegando à Catalunha, onde se construiu um santuário em
Tarragona.
O bispo Gil Esteve teve grande empenho em fomentar a
devoção à Virgem, reconstruiu a Catedral e, em pouco
tempo, conseguiu, com a ajuda dos fiéis, recursos para
adquirir em Barcelona a sagrada imagem da Virgem.
Ergueu-lhe um altar e estabeleceu seu culto para o dia 2 de
janeiro, data que ficou marcada oficialmente para a festa
anual.
A imagem, feita em Barcelona, foi colocada em seu altar
na Catedral de São João, no dia 2 de janeiro de 1853.
Representa a Virgem assentada em atitude de Mãe
dulcíssima, carregando o Filho que dorme serenamente em
seu regaço. As mãos de Maria se unem em oração, mesmo
assim sustentando a mãozinha esquerda de Jesus. Esteve
exposta ao culto da na Catedral até 1920, quando foi
substituída por outra imagem, que é a de Nossa Senhora da
Divina Providência, mais conhecida pelo povo portoriquenho. A imagem original venerada pelos Servos de
Maria (Padres Barnabitas) e outras ordens religiosas
italianas é um óleo no qual também aparece a Virgem com
o Menino dormindo placidamente em seus braços.
O terno conjunto da Virgem Maria, em cujo regaço
dorme, em confiante abandono, o Menino Deus, e o título
"Mãe da Divina Providência" despertam profunda simpatia e
ternura na alma porto-riquenha.
A Ilha de Porto Rico, chamada de "Borinquén" pelos
indígenas, foi descoberta no dia 19 de novembro de 1493,
quando Colombo ali desembarcou em sua segunda viagem.
O Papa Paulo VI, por um decreto, declarou Nossa Senhora
Mãe da Divina Providência como patrona principal de Porto
Rico e indicou que a data da festa deveria ser transferida de
2 de janeiro para 19 de novembro, unindo dessa forma a
veneração à Virgem à festa do descobrimento da Ilha.
No dia 12 de outubro de 1984, assim afirmou o Papa
João Paulo II: "Confiamos e desejamos que esta imagem
assim honrada, se converta em sinal de renovada piedade
mariana, cume e fonte dos constantes auxílios da Mãe de
Deus".
MÃE DA EUCARISTIA, Nossa Senhora
"Falem sobre a Mãe da Eucaristia, porque a Mãe da
Eucaristia encerra a História".
Por muito tempo Nossa Senhora vem aparecendo em
particular a Marisa Rossi em Roma. Em junho de 1993 Ela
Página 54
pediu, em nome de Deus, que Suas mensagens sobre a
Eucaristia se tornassem públicas.
VER MENSAGENS
Nota: Ainda não recebeu um parecer oficial da Sé
Apostólica
Colaboração de Maria Beatriz de Castro Batista.
MÃE DA IGREJA, Nossa Senhora
Este título foi proclamado à Santíssima Virgem no dia 21
de novembro de 1964 pelo Papa Paulo VI, no encerramento
da 3a. sessão do Concílio Vaticano II.
Em seu discurso, o Santo Padre dizia: "Para a glória da
Virgem e para nosso conforto, proclamamos Maria MÃE DA
IGREJA, isto é, de todo o povo de Deus, tanto dos fiéis
quanto dos Pastores que lhe chamam de Mãe
Amorosíssima; e queremos que com esse título suavíssimo
seja a Virgem doravante honrada e invocada por todo o
povo cristão".
Continuando sua oração, Paulo VI afirmava que o título
não era novo para a piedade dos cristãos porque é
justamente com este nome de Mãe que os fiéis e a Igreja
costumam dirigir-se a Maria.
Ela é ao mesmo tempo Mãe e modelo da Igreja. Foi mãe
no passado porque cooperou com o Altíssimo na obra da
salvação da humanidade, dando o seu "Fiat" ao anúncio do
anjo, colaborando também no ministério público de Jesus,
imolando-se junto com seu Divino Filho durante o sangrento
episódio do Gólgota. Antes de morrer
na cruz, o Cristo apresentou-se ao
discípulo
querido
que
ali
representava toda a humanidade,
dizendo: - "Eis a tua mãe".
É o modelo da Igreja porque
depois da Ascensão do Senhor
permaneceu em oração com as
mulheres e apóstolos até a vinda do
Espírito Santo em Pentecostes. Filha
de Adão como nós, e portanto nossa
irmã por laços da natureza, foi entretanto uma criatura
privilegiada devido à sua Imaculada Conceição e sua
Maternidade Divina. Levando uma vida igual à de todos,
cheia de preocupações e trabalho, ela exerceu importante
apostolado, realizando em sua vida terrena a perfeita figura
do discípulo de Cristo. Santo Agostinho dizia que Maria
cooperou pela caridade para o nascimento dos fiéis, que
são os membros da Igreja.
A primeira afirmação expressa em documentos sobre o
magistério e a Maternidade de Maria Santíssima em relação
à Igreja foi uma bula do Papa Bento XIV, em 1748, cujas
declarações foram retomadas na proclamação do Concílio
Vaticano II. Dizia que, assim como descobrimos em uma
mãe os traços do rosto ou os caracteres de sua
descendência, assim devemos descobrir em Maria a
prefiguração da Igreja. Pela geração a mãe imprime sua
semelhança aios filhos; a Igreja traz a semelhança de Maria,
pois foi gerada em seu concurso.
Graças a fé e ao consentimento livre, ela tornou-se
realmente mãe de Cristo e de todos os que nele são
batizados. Pela pregação e pelo batismo ela gera para a
vida nova e imortal dos filhos nascidos de Deus que formam
a Igreja Universal.
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
Podemos reconhecer em Maria a intermediária que
concorre para a concessão das graças divinas, porém é
mais verdadeiro ainda encontrar nela a Mãe que vela pelo
desenvolvimento espiritual de seus filhos. A prova disso é
que Ela nunca abandonou a Igreja, ajudando-a não só no
início de sua história, como nos momentos cruciais de sua
existência.
Maria permanece no presente Mãe da Igreja,
contribuindo para tornar a Igreja Mãe dos cristãos; imprime
nela a imagem como sua maternidade e se apresenta aos
olhos dos homens como a expressão mais acessível e mais
concreta de uma Igreja Materna.
A primeira paróquia dedicada à Maria Mãe da Igreja, que
se tem notícia, em nosso país, foi aquela criada por D.
Agnelo Rossi a 17 de abril de 1966, sob os cuidados
pastorais dos Padres Oblatos de Maria, localizada na cidade
de São Paulo (SP), no bairro Jardim Paulista.
A dinâmica Paróquia Nossa Senhora, Mãe da Igreja, de
Belo Horizonte (MG), foi criada no dia 5 de novembro de
1968, na Vila Paris.
Bibliografia: Nilza Botelho Megale, in "Invocações da
Virgem Maria no Brasil", Ed. Vozes, 1998, pp. 285-287
MÃE DE DEUS, Nossa Senhora
A
solenidade
de
Maria
Santíssima, Mãe de Deus, é a
primeira festa mariana que apareceu
na Igreja ocidental. Originariamente
a festa nasceu para substituir o
costume pagão das "strenae"
(dádivas), cujos ritos não condiziam
com a santidade das celebrações
cristãs. 0 Natal de Santa Maria
começou a ser festejado em Roma
no século quarto, provavelmente
junto com a dedicação de uma das
primeiras igrejas marianas de Roma: a de Santa Maria
Antiga no Foro romano, ao sul do templo dos Castores. Sua
liturgia estava ligada à do Natal. 0 dia primeiro de janeiro foi
chamado de oitava do Senhor
Lembrando o rito que se cumpriu oito dias após o
nascimento de Jesus, proclamava-se o evangelho da
circuncisão. A circuncisão dava nome também à festa que
inaugurava o ano novo. A última reforma do calendário
trouxe ao dia primeiro de janeiro a festa da maternidade
divina. Desde 1931 essa festa era celebrada no dia onze de
outubro, lembrando o Concílio de Éfeso (431) que
proclamou solenemente uma das verdades mais queridas
do povo cristão: Maria é verdadeira Mãe de Cristo, que é
verdadeiro Filho de Deus.
Nestório teve a ousadia de declarar: "Porventura pode
Deus ter uma mãe? Nesse caso não podemos condenar a
mitologia grega, que atribui uma mãe aos deuses." São
Cirilo de Alexandria, porém, havia replicado: "Dir-se-á: a
virgem é mãe da divindade? Ao que respondemos: 0 Verbo
vivo, subsistente, ~ gerado pela própria substância de Deus
Pai, existe desde toda a eternidade. . . Mas ele se encarnou
no tempo e por isso pode-se dizer que nasceu da mulher."
Jesus, Filho de Deus, nasceu de Maria.
É desse sublime e exclusivo privilégio que derivam à
Virgem todos os títulos que lhe atribuímos. Também
podemos fazer, entre a santidade individual de Maria e sua
maternidade divina, uma distinção sugerida pelo próprio
Jesus Cristo: "Uma mulher levantou a voz do meio da
Página 55
multidão e lhe disse: bem-aventurado o ventre que te trouxe
e os peitos que te amamentaram. Mas Jesus replicou: ‘Mais
bem-aventurados são os que ouvem a palavra de Deus e a
praticam". (Lc 11,27)
Na realidade, Maria, filha de Adão, consentindo na
palavra divina, se fez Mãe de Jesus. E abraçando a vontade
salvífica de Deus com todo o coração, não retida por
nenhum pecado, consagrou-se totalmente como serva do
Senhor a pessoa e obra do seu Filho, servindo sob ele e
com ele, por graça de Deus onipotente, ao mistério da
redenção". (Lumen Gentium, 56).
Deus se fez carne por meio de Maria, começou a fazer
parte de um povo, constituiu o centro da história. Ela é o
ponto de união entre o céu e a terra. Sem Maria
desencarna-se o Evangelho, desfigura-se e transforma-se
em ideologia, em racionalismo espiritualista.
Paulo VI assinala a amplidão do serviço de Maria com
palavras que têm um eco muito atual em nosso Continente:
Ela é a mulher forte que conheceu a pobreza e o sofrimento,
a fuga e o exílio (Cf. Mt 2,13-23); situações estas que não
podem escapar à atenção de quem quiser dar apoio, com
espírito evangélico, às energias libertadoras do homem e da
sociedade. Apresentar-se-á Maria como a mulher que com
sua ação favoreceu a fé da comunidade apostólica em
Cristo e cuja função materna se dilatou, vindo a assumir, no
Calvário, dimensões universais". (Puebla, 301 e 302).
Em Portugal, a invocação de Nossa Senhora Madre
(Mãe) de Deus data do reinado de Dom João II. Desejando
a rainha D. Leonor construir um convento em honra da
Santíssima Virgem, estava preocupada com o título que
deveria dar a esta casa religiosa, quando apareceram dois
jovens de impressionante beleza, trazendo à rainha uma
estátua de Nossa Senhora para ver se lhe agradava.
Todavia, pediram à soberana um preço tão elevado, que a
compra não se realizou. Disseram então os mancebos, que
se supõe serem anjos, que voltariam para buscar a imagem,
porém nunca mais apareceram.
Reconhecendo D. Leonor neste fato extraordinário um
favor do céu, tomou a imagem e a colocou no convento,
dando-lhe o título de Madre de Deus, porque ela
representava Nossa Senhora e São José adorando o
Menino Jesus recém-nascido, deitado num berço de prata.
Existem no Brasil, em Minas
Gerais e principalmente no
Nordeste,
algumas
igrejas
dedicadas à Madre de Deus,
entre as quais merece destaque o
belo templo de Recife, construído
pela extinta Congregação do
Oratório de São Filipe Neri, que
tão assinalados serviços prestou
à cultura brasileira. Iniciada em
1700 graças ao auxílio de cinco
mil cruzados concedidos pelo rei D. João V, esta igreja foi
recentemente remodelada e é hoje a catedral.
É famoso também o santuário da Mãe de Deus da
antiga ilha de Cururupeba (hoje Madre de Deus), no
Recôncavo Baiano, conhecida na ocasião pelo grande
número de ostras perlíferas existentes nas pedras de seu
litoral. A igreja está situada no cume de um morro e foi
fundada por volta de 1679 pelo padre Manuel Rodrigues, o
qual desejava dedicar à Rainha do Céu um santuário
semelhante ao que serve de morada à milagrosa imagem
de Lisboa. Este templo possuía três alpendres, um na
entrada e dois laterais, detalhe arquitetônico encontrado
somente nas igrejas mais antigas do Brasil, e seu interior
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
está coberto de rica talha dourada e alguns painéis
pintados. No retábulo da capela-mor vê-se dentro de uma
lapa a perfeitíssima imagem de madeira representando
Maria Santíssima e São José de joelhos, adorando o
Menino Jesus.
A devoção à Senhora Madre de Deus é intensa
naquelas paragens, o que se pode observar pelos inúmeros
ex-votos que cobrem as paredes da capela. 0 povo e a
igreja festejam a Mãe de Deus no dia 1 de janeiro, a oitava
do Natal, ocasião em que os romeiros acorrem à pitoresca
ilha para verem e admirarem a Soberana do Céu, que está
sempre atraindo para Si o culto e o afeto da população
baiana.
Bibliografia: Mario Sgarbossa e Luigi Giovanninni,
"Um Santo para cada dia", Ed. Paulinas, 1983, pp. 7-8
Nilza Botelho Megale, "Invocações da Virgem Maria
no Brasil", Ed. Vozes, 1998, pp. 281-284
MÃE DO INFINITO AMOR, Nossa Senhora
Tudo começou numa manhã nublada do dia 24 de maio
de 1995 quando Rodrigo ia para o trabalho de bicicleta. Em
locução interior (sem ele saber o que era), ouviu algo que
lhe afirmava (não era intuição):
"Hoje o Sol irá raiar".
Seguiu para a loja, sem saber
ao certo o que estava acontecendo.
Começou a trabalhar e percebeu
que estava sentindo frio.
Achou que era febre. Falou com
seu pai que lhe afirmou que não
era. A carne de seu corpo tremia
por dentro. Novamente veio a voz
interior que então se apresentou como sendo Maria Mãe de
Deus. Ela pediu para que Rodrigo e sua família se
reunissem naquele dia para rezar por sua prima Luciana, de
seis anos, que no momento estava com forte depressão que
preocupava muito a todos os familiares.
Maria também pediu que se rezasse essa jaculatória:
"Ave, cheia de graça!" durante todo aquele dia.
Ao se reunirem para rezar por Luciana, logo foram
tomados de grande emoção, pois durante as orações
puderam sentir odor de rosas e um vento forte que soprava
nos pés das pessoas (com a casa toda fechada). Era o dia
de Nossa Senhora Auxiliadora (24/05/95).
Ana Paula teve visão de Nossa Senhora de uma forma
simples - como se fosse uma estampa vinda da janela da
sala, onde estavam reunidos. Ela manteve um breve diálogo
com Maria.
Nossa Senhora falou com Rodrigo que a cura de
Luciana aconteceria de forma gradativa e que os pais da
menina teriam uma contribuição importante neste processo
de cura. Eles deveriam confessar, participar da missa
durante sete dias consecutivos e rezar muito pela filha. Com
o passar dos dias, Luciana foi melhorando e voltando à sua
vida normal.
Maria pediu que Rodrigo e Ana Paula entrassem em
jejum (só água) durante 3 dias e disse que eles não
sentiriam fome. A partir daí, a cada dia Ela indicava nomes
de pessoas que formaram um Grupo de Oração, hoje
denominado "Corações Unidos".
Página 56
A princípio, durante uns 20 dias, Rodrigo recebia
mensagens e recados particulares e tinha visões rápidas e
estáticas, como se fosse uma imagem ou estampa.
A partir daí, semanalmente o grupo se reunia para rezar
o terço e a mensagem era transmitida e copiada.
Só em 24/08/95 Jesus começou também a dar Suas
mensagens através de Ana Paula, que tinha visões de
Jesus de forma plana, como se fosse uma estampa. As
mensagens eram também semanais.
Rodrigo e Ana Paula durante todo o tempo foram
acompanhados pela Igreja e encaminhados a um psicólogo
e a um psiquiatra que atestaram a sanidade mental dos
dois.
Posição da Igreja: Dom Roberto Gomes Guimarães,
Bispo Diocesano de Campos-RJ, permitiu a divulgação dos
eventos, mensagens, orações e a realização de encontros
no local:
"São de conhecimento público as manifestações
ocorridas em Itaperuna, atribuindo-se a Jesus e a Nossa
Senhora as mensagens, então, divulgadas. (...)
Recentemente a Santa Sé pronunciou-se sobre
Medjugorje, e o critério na análise dos acontecimentos será
o mesmo a ser também adotado relativamente às
revelações em Itaperuna:
Até o momento presente não existe, ainda, aprovação
oficial por parte da autoridade eclesiástica.
Já que muitos fiéis continuam dirigindo-se ao local dos
acontecimentos, testemunhando, inclusive, a obtenção de
graças diversas, nada impede que assim se faça, contando
que se proceda em perfeita conformidade com a fé e a
moral católica, em autêntica devoção mariana e acatamento
às orientações do pároco local.
Quanto ao conteúdo das mensagens, é fundamental que
se destaquem, com ênfase, os valores espirituais da
conversão, do afervoramento da vivência cristã e da prática
sacramental regular, verdades estas sempre lembradas pela
Santa Igreja, e de total consonância com o Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo.
Rezemos para que as Luzes do Divino Espírito Santo
nos levem ao discernimento sobre a autenticidade dos fatos,
e que a solicitude maternal da Santa Mãe de Jesus nos faça
corresponder com profunda gratidão ao Amor Infinito de
Deus para com suas criaturas."
mensagem principal: A proteção materna de Nossa
Senhora para o Brasil; prática da fé, oração constante
(Rosário, Terço da Misericórdia), testemunho, jejum. sinais
e eventos: Uma fonte de água milagrosa brotou na Fazenda
Nova Esperança, local de aparições.
profecias: A Igreja Católica passará por um grande
período de provação. O tempo é de conversão e deve ser
aproveitado, pois é próximo o tempo do Triunfo.
Colaboração de Maria Beatriz de Castro Batista.
MEDALHA MILAGROSA, Nossa Senhora da
Ver: Graças, Nossa Senhora da
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
MEDIANEIRA DE TODAS AS GRAÇAS, Nossa
Senhora
Trata-se de um título litúrgico, celebrado a 31 de maio.
Sabemos que Jesus Cristo é o nosso único Salvador e o
nosso único mediador principal e necessário. Contudo,
Maria Santíssima, em sua missão materna, é "membro
supereminente e absolutamente único da Igreja" (LG 53) e
sua missão "em favor dos homens de modo algum
obscurece nem diminui a mediação única de Cristo; pelo
contrário, até ostenta sua potência, pois todo salutar influxo
da bem-aventurada Virgem (...) deriva dos superabundantes
méritos de Cristo, estriba-se na sua mediação, dela
depende inteiramente e dela aufere toda a sua força" (LG
60).
Consumando Jesus Cristo, com
sua morte, o mistério de nossa
Redenção, abriram-se para todos os
homens as portas do céu; faltava,
porém,
a
aplicação
dos
merecimentos da vida, paixão e
morte do Salvador às necessidades
de todas as almas e de cada alma
em particular, para que pudéssemos
de fato entrar na pátria celeste.
Essa aplicação da Redenção
seria feita pelo próprio Jesus Cristo,
que, indo para o Pai, estaria sempre a interceder por nós.
Sim, Jesus Cristo é mediador entre Deus e os homens,
conseguindo-nos, do Eterno Pai, os frutos da Redenção.
Contudo, mediador único, Jesus Cristo estabeleceu que
outros cooperassem com ele na obtenção e distribuição dos
dons sobrenaturais; assim o justo, já mesmo neste mundo,
vem a ser um desses mediadores e, uma vez no céu, com
maior eficácia intercederá por nós, diante do trono de Deus;
são, pois, muitos os mediadores a interceder por nossa
salvação.
Portanto, se todo cristão pode e deve cooperar, por suas
orações, à salvação dos homens, por que Maria, a mais
perfeita das criaturas e a mais unida a Nosso Senhor, não
será a mediadora por excelência na obra da Redenção?
"Era desígnio de Deus", diz Leão XIII, que, após ter
Maria servido de intermediária no mistério da Redenção,
"continuasse igualmente a ser intermediária das graças que
esse mistério faria correr em todos os tempos".
Sim, convinha que aquela que fora nossa co-redentora,
merecendo-nos, com a graça da Redenção, todas as
demais graças, interviesse na dispensação e distribuição de
todas as graças e méritos.
Somente assim é que a Imaculada Maria teria sobre o
demônio perfeita e completa vitória, como se esperava
fosse a vitória sua, completa e perfeita, segundo o justo
entendimento daquele texto marial e messiânico: "Porei
inimizade entre ti e a mulher"...
"De fato, na cooperação com o novo Adão, Jesus Cristo,
é que estava a razão da vitória da nova Eva, Maria. Que
Maria, portanto, cooperasse também com ele, dignamente,
plenamente, na obra da distribuição dos frutos da Redenção
depois de haver com ele cooperado na aquisição do nosso
resgate."
Mas é especialmente da maternidade espiritual da
Santíssima Virgem Maria que decorre essa verdade de sua
mediação universal, verdade já admitida nos primeiros
séculos do cristianismo, pois sempre entenderam os
Página 57
cristãos que, se Maria estava sempre com Jesus como, por
exemplo, em Nazaré, em Caná, no Calvário, e, depois da
morte de seu Divino Filho, com os apóstolos e discípulos, a
aconselhá-los e a dirigi-los, e sempre a interceder pelos
homens era porque Jesus Cristo a queria corno medianeira
de todas as suas graças.
E, portanto, porque de fato Maria coopera na salvação
das almas, obtendo-lhes as graças necessárias para
perseverarem no bem ou para restaurar-lhes a vida da
graça, quando perdida pelo pecado, é por isso que Maria
granjeou o título tão consolador para nós pobres mortais:
Nossa Senhora Medianeira de Todas as Graças.
A devoção a Nossa Senhora Medianeira de todas as
Graças é muito presente em Santa Maria, no estado do Rio
Grande do Sul, iniciada com a chegada de um santinho
vindo da Bélgica. O então Pe. Inácio Valle S.J. introduziu
esta devoção entre os seminaristas, no Seminário São José,
em 1928. A devoção adquiriu novo impulso em 1930,
quando a cidade de Santa Maria foi preservada de um
iminente confronto armado entre as unidades militares
locais. Um grupo de pessoas dirigiu-se até a Capela do
Seminário São José para agradecer a Nossa Senhora, por
ter evitado o confronto e ter preservado incólume a cidade.
Assim, tivemos início as Romarias. A Romaria Estadual da
Medianeira que se realiza anualmente no segundo domingo
do mês de Novembro é a mais tradicional Romaria do
Estado do Rio Grande do Sul, sendo também a mais antiga
e a que reúne maior número de participantes.
Bibliografia: Edésia Aducci, "Maria e seus títulos
gloriosos", Ed. Loyola, 1998, pp. 27-28
MEDJUGORGE, Nossa Senhora de
Desde 24 de junho de 1981,
Nossa Senhora vem aparecendo
diariamente,
em
Medjugorge
(Bósnia-Herzegóvina), às 17h40
(13h40, em Brasília). Ela se
apresenta como Rainha da Paz e faz
ao mundo um último apelo à
conversão, através de 6 jovens:
Jakov (Iákov), Ivanka, Ivan (ívan),
Marija (Mariia), Mirjana (Miriana) e
Vicka (Vítiska). São as mais longas
e mais intensas aparições da nossa
história e Nossa Senhora diz que estas são as últimas.
A Virgem Maria aparece como uma lindíssima jovem.
Sua voz é harmoniosa, parece uma canção; tem cabelos
longos e escuros, olhos azuis e face rosada. Usa,
normalmente, um vestido de cor cinza e véu branco. Sobre
a cabeça, uma coroa de 12 estrelas. Os pés estão apoiados
em nuvem que não toca o chão.
Certo dia, Ela apareceu na
Igreja e foi vista por paroquianos,
peregrinos e um sacerdote. Outra
vez, apareceu na Montanha da
Cruz, permanecendo ali durante 35
minutos, sendo admirada por várias
pessoas presentes.
A jovem estudante, Jelena
(pronuncia-se Iélena), foi visitada
algumas vezes por um anjo que lhe
falava dos planos de Nossa
Senhora.
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
Ela e Mariana vêem e ouvem a Virgem Maria,
diariamente, com o coração, quando estão em oração
profunda (Locução Interior).
Grandes chamas foram vistas na Colina das Aparições,
mas nada ficou queimado. No céu, apareceu a palavra MIR
(paz), em letras douradas, vinda da Montanha da Cruz em
direção à Igreja. Quase todos os peregrinos que vão a
Medjugorge afirmam ver sinais no sol, na lua e nas estrelas.
Centenas de curas milagrosas estão documentadas no
escritório paroquial. As curas espirituais e as conversões
ocorrem de forma constante e torrencial
No início das aparições, o governo - comunista, na
época - determinou a prisão do vigário, Padre Iozo. As
fechaduras das celas em que ficava, mesmo sendo trocadas
várias vezes, não fechavam. As luzes acendiam sozinhas
em sua cela. Os policiais desligavam o interruptor, mas a luz
permanecia acesa ou voltava a acender.
Nossa Senhora confiou aos
jovens
10
segredos,
sobre
acontecimentos que sobrevirão,
em breve, à humanidade. Por
escolha de Miriana e com o
consentimento de Nossa Senhora,
o Padre Petar (49 anos) divulgará
para todo o mundo cada segredo,
3 dias antes de ocorrer. O 3o.
segredo será um grande Sinal
visível, palpável e permanente, a
ser deixado na Colina das
Aparições. Os jovens já o contemplaram, em visão. Depois
dele, os incrédulos sentirão grande sofrimento interior, um
terrível remorso. Eles acreditarão, mas não haverá mais
tempo para a conversão. Após a realização do 10o.
segredo, o poder de satanás será destruído e um Novo
Pentecostes marcará o início de um Novo Tempo. Estes
segredos constam do documento entregue por Nossa
Senhora a Miriana. Só Miriana consegue ler ali os segredos.
As outras pessoas vêem um trecho da Bíblia, um cântico,
uma mensagem, etc . Fragmento deste documento foi
examinado por cientistas que afirmam ser sua composição
dc origem desconhecida na Terra. Este período que
antecede os acontecimentos é um tempo de graça que
Deus está concedendo para a nossa conversão.
Físicos nucleares foram a Medjugorge. Seus sofisticados
aparelhos de medir energia radioativa acusaram uma taxa
tão elevada na hora da aparição que, se fosse
radioatividade, seria mortal para todos. Foi registrada,
também, na sala das aparições, uma inexplicável e altíssima
concentração
iônica.
A Santa Sé vem acompanhando
o
desenvolvimento
das
aparições
em
Medjugorge
inclusive mediante Comissões
de
Bispos
especialmente
designadas.
As mensagens dadas por
Nossa Senhora em Medjugorge
são um urgente apelo à paz,
conversão, oração jejum e vida sacramental. Em abril de
1985, Ela disse que daria mensagens como jamais ocorreu
em qualquer lugar, em toda a história, desde o início do
mundo. Atualmente, as mensagens são dadas no dia 25 de
cada mês e publicadas em todo o mundo em diversos
boletins e jornais, inclusive no Brasil.
VER MENSAGENS (MEDJUGORE)
Página 58
MENINA, Nossa Senhora
Pouca coisa sabemos sobre a infância de nossa querida
Mãe do Céu, assim como de seus pais Joaquim e Ana. O
que veio até nós foi registrado nos evangelhos apócrifos.
Contam eles que Joaquim, pai de Maria, muito rico e
temente a Deus, oferecia constantemente sacrifícios ao
Senhor, mas era sempre humilhado pelos companheiros
porque não tinha filhos. Sua mulher Ana era estéril.
Certa vez, cansado de ser recriminado pelos amigos e
sacerdotes, sem nada dizer à esposa, reuniu seus pastores,
levou os rebanhos para o deserto, armando ali sua tenda,
longe de todos e de tudo. Ninguém dava notícias dele e Ana
achou que o marido havia falecido.
Lamentava-se pela viuvez e esterilidade. Apesar de
abatida com o rude golpe, tentou reagir, apegando-se ao
Senhor, a quem orava com grande confiança. Certo dia em
que rezava em seu jardim, apareceu-lhe um anjo de Deus,
dizendo: "Ana, Ana, o Senhor escutou a tua súplica.
Conceberás e darás à luz e de tua prole falar-se-á em todo
o mundo". Ana então prometeu a Deus que oferecia seu
filho ou filha ao Senhor, para que permanecesse ao seu
serviço a vida inteira.
Na mesma ocasião outro mensageiro celestial apareceu
a Joaquim, dizendo: "Joaquim, Joaquim, o Senhor ouviu
teus rogos. Volta para tua casa pois Ana, tua mulher, dar-teá descendência". Joaquim obedeceu, reuniu os pastores e
os rebanhos e se pôs a caminho, enviando dois
mensageiros a Ana para anunciar sua volta.
Passados os meses nasceu-lhes uma menina, que
recebeu o nome de Maria. Ana arrumou em seus aposentos
um oratório e não consentiu que alguma coisa impura
chegasse às mãos da filha. Quando Maria completou 3
anos, apresentou-a no Templo para que ela se dedicasse
ao serviço do Altíssimo.
Ali ficou a Virgem cerca de 10 a 12 anos, saindo para
desposar São José. Assídua no trabalho, aplicada nos
estudos dos Livros Sagrados, continuamente absorta em
Deus, servia de exemplo a suas companheiras.
Nossa Senhora Menina era muito venerada na França.
Uma de suas imagens mais conhecidas é a de Montaigut,
que representa a Virgem Maria adolescente, de pé, sorrindo
e com as mãos unidas em oração. No século passado, em
1832, foi fundada em Louvère, pelas santas Bartoloméia
Capitânio e Vicência Gerosa, a congregação feminina das
Irmãs de Maria Menina, que se estabeleceu no Brasil em
1947.
Existem, no Brasil, várias imagens desta invocação.
Geralmente Maria aparece ao lado de sua mãe, que a
ensina ler. Algumas vezes ela se apresenta com São
Joaquim e Sant’Anna, mas raras são as esculturas de Maria
ao colo de sua mãe. Em Porto Seguro, Bahia, existe uma
antiga imagem de Nossa Senhora Menina, na igreja da
Pena, que dizem estar ali desde o século XVII, quando o
templo foi construído.
O principal santuário de Nossa Senhora Menina está
situado em Aracaju, Sergipe, e é muito freqüentado pela
população local como por grande número de devotos
provenientes de estados vizinhos.
A imagem que ilustra este título de Nossa Senhora,
ainda bebê, foi copiada de um santinho muito antigo, que
traz no verso um apelo aos brasileiros para ajudarem no
sustento do "Pontifício Collegio Pio Brasileiro", em Roma.
Pelas informações contidas no santinho, este santinho foi
espalhado quando era pontífice o papa Pio XI. O texto é
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
assinado pelo Pe. Dr. Francisco de Paula Salgado, na
ocasião membro da "Commissão Nacional Pró Collegio Pio
Brasileiro".
MERCÊS, Nossa Senhora das
No início do século XII quase toda a Península Ibérica
gemia sob o jugo muçulmano. Grande número de espanhóis
estava escravizado pelos mouros e sujeito aos piores tratos.
A Santíssima Virgem - Auxiliadora dos Cristãos condoendo-se do sofrimento de seus filhos, quis ser a
principal fundadora de uma Ordem Religiosa destinada a
prestar socorro a estes infelizes. Para isso apareceu em
sonhos, na mesma noite, a três homens dedicados, a fim de
que se consagrassem a causa dos oprimidos.
Um dos escolhidos foi o militar
francês de origem fidalga São Pedro
Nolasco, que há muito tempo se
dedicava a esta causa, resgatando
seus irmãos de crença a peso de
ouro.
Quando já lhe escasseavam os
recursos, a Virgem Maria apareceulhe em sonho e disse-lhe: - "Deus
quer
que
estabeleça
uma
Congregação Religiosa para o
resgate dos cativos". Pedro não era um homem crédulo e
por isso consultou o seu confessor São Raimundo de
Penaforte, um dos mais notáveis teólogos de sua época.
Qual não foi a surpresa de Pedro Nolasco ao saber que o
Santo Doutor tivera o mesmo sonho e recebera ordem de
animar os seus desígnios. Foram os dois pedir o apoio de
D. Jaime I de Aragão e ficaram assombrados quando o
piedoso monarca lhes anunciou que tivera o mesmo sonho
e recebera a mesma ordem.
Certos de que esta era a vontade de Deus, puseram
mãos a obra. 0 magnânimo soberano mandou construir um
convento, enquanto São Raimundo elaborava os estatutos
da Ordem. São Pedro Nolasco foi o primeiro Comandante
Geral da Milícia, e a ele, em pouco tempo, juntaram-se
muitos cavaleiros da Espanha.
Estava fundada a Ordem Real e Militar de Nossa
Senhora das Mercês da Redenção dos Cativos. Alem dos
votos de pobreza, obediência e castidade, eles faziam o de
tornar-se escravos, se fosse necessário, para salvar os
prisioneiros.
A Ordem de Nossa Senhora
das Mercês, após a aprovação do
Santo Padre, espalhou-se pela
Europa.
Quando
Cristóvão
Colombo descobriu a América,
despertou
a
atenção
dos
Mercedários para o enorme campo
de atividades que se lhes deparava
no Novo Mundo. A Milícia de São
Pedro Nolasco logo aceitou o
encargo de catequizar o selvagem
americano do Mundo Espanhol. Os primeiros milicianos
estabelecidos no Brasil vieram de Quito com Pedro Teixeira
em 1639, quando o nosso país ainda se achava sob o
domínio da Espanha, e se localizaram em Belém do Pará.
Com a Restauração de Portugal, os governantes de
Lisboa suspeitaram dos Mercedários, mas a Câmara e o
povo fizeram requerimentos pedindo a sua permanência
naquela cidade, devido a grande obra social e de catequese
que estavam empreendendo.
Página 59
No início construíram uma pequena capela anexa ao
convento, mas no século XVIII edificaram, de acordo com o
projeto do arquiteto italiano radicado em Belém, José Landi,
o seu templo definitivo, o único da cidade que possui a
frontaria em perfil convexo. Seus púlpitos em estilo rococó e
as talhas magnificas de seus frontões fazem desta igreja um
dos mais bonitos monumentos religiosos da capital do Norte
Brasileiro.
No século citado, a Irmandade de Nossa Senhora das
Mercê estabeleceu-se em Ouro Preto, com o intuito de
libertar os escravos pretos e crioulos que trabalhavam nas
minas. Após muito tempo a confraria conseguiu se
transformar em Ordem Terceira, com o direito de usar
hábitos, capas, correias e também construir o seu templo.
Entretanto, não se sabe por que, a irmandade cindiu-se
ficando urna parte com a risonha igrejinha que é a Mercês
de Cima, enquanto a outra estabeleceu-se na ermida do
Bom Jesus dos Perdões, denominada atualmente Mercês
de Baixo.
A luta entre as duas facções durou perto de cem anos,
acreditando-se que a política imperial tenha influído na
contenda, pois os conservadores eram filiados à Mercês de
Baixo, enquanto os liberais somente se inscreviam na
Mercês de Cima.
O culto da Virgem das Mercês desenvolveu-se mais
entre os pardos cativos, por isso ele se espalhou
principalmente nas vilas do ouro como Diamantina, São
João del Rei, Mariana, Sabará, etc., onde são encontrados
vários templos a ela dedicados.
Em Diamantina, sua festa se realiza a 17 de agosto com
espetáculos de fogos de artifício, luminárias e foguetes, pois
os negros acham que foi ela quem inspirou a Princesa
Isabel a libertar os escravos. Esta é uma das mais antigas
festas daquela cidade e é feita com procissão e
levantamento de mastro com bandeirinhas.
MILAGRE DE SALTA, Nossa Senhora do
As imagens do Senhor e da
Virgem do Milagre são veneradas
em Salta, Argentina, na Catedral
Basílica. A origem das imagens
remonta ao ano de 1592, quando o
bispo Dom Francisco de Victoria
doara à população a imagem de
Cristo Crucificado, cujo destino
seria a igreja matriz de Salta.
Segundo testemunhos, a chegada
da imagem às terras americanas foi
um autêntico milagre.
Em junho de 1592, no porto de Callao, Peru, foram
vistas duas arcas flutuando, parecendo restos de um
naufrágio. Uma das arcas trazia gravado a fogo:
"Uma Virgem do Rosário para o Convento dos
Pregadores da cidade de Córdoba"; na outra, lia-se: "Um
Cristo Crucificado para a igreja matriz da cidade de Salta".
Jamais se soube que embarcação as trouxe da Espanha.
Partindo de Lima, as imagens empreenderam viagem no
lombo de burros e nos ombros de peruanos e altoperuanos.
Uma vez em Salta, a imagem do Senhor do Milagre não foi
objeto especial de cuidado nem veneração no espaço de
quase cem anos. Em 1692, por ocasião dos fortes
terremotos que durante o mês de setembro daquele ano
destruíram a cidade de Esteco e foram intensamente
percebidos na cidade de Salta, o Senhor do Milagre foi
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
resgatado de seu esquecimento pelos saltenhos,
atemorizados pela fúria implacável da terra.
A imagem foi carregada em procissão pelos fiéis que
suplicaram o fim dos tremores, o que realmente aconteceu.
Como testemunho de gratidão pelos milagrres realizados, a
festividade do Senhor e da Virgem do Milagre se soleniza a
partir daí. Em 1902, por iniciativa do bispo Linares, as
imagens foram coroadas na presença de altas autoridades
da Igreja, vindas de Roma.
Os cultos em honra do Senhor e da Virgem do Milagre
se celebram em Salta, entre os dias 6 e 15 de setembro.
Reza-se até os nossos dias uma novena que foi escrita em
1760 por Dom Francisco Javier Fernández. No dia 15 de
setembro as imagens saem em procissão pelas ruas da
cidade, acompanhadas de centenas de milhares de fiéis, em
uma das expressões de fé mais populares e importantes da
Argentina.
O atual templo foi construído a partir de 1858, sobre as
ruínas da antiga Catedral destruída por um incêndio. A
fachada denota o estilo italiano clássico, com frisas e
cornijas bem trabalhadas, sobre as quais se situam dois
campanários com arcos arrematados numa cruz de ferro.
Possui três naves e uma decoração exuberante em
policromias. É um dos locais religiosos de maior fausto e
beleza em toda a Argentina.
Ali se conservam as imagens do Senhor e da Virgem do
Milagre, patronos da cidade desde 1692, expoentes
magníficos da escultura religiosa do século XVI, como
também belas esculturas e pinturas americanas de grande
valor, destacando-se entre estas últimas, duas de nível
excepcional: a Assunção de Maria Santíssima e Nossa
Senhora das Dores.
O altar-mor da Catedral, concebido como uma
gigantesca custódia cujo centro tem as mesmas proporções
da nave central, é uma manifestação do barroco tardio do
arquiteto franciscano Luis Giorgi.
No templo foi erguido o Panteão das glórias do Norte,
declarado Monumento Histórico Nacional em 1942, onde
repousam os restos de grandes figuras ilustres da história
argentina. A Basílica foi declarada Monumento Histórico
Nacional em 1947.
MISERICÓRDIA DE FONTANAROSA, Nossa
Senhora da
Caracas, Venezuela
Certo dia, um grupo de amigos
italianos, reuniram-se para um festa
na qual recordaram com emoção a
festa de Nossa Senhora da
Misericórdia,
celebrada
em
Fontanarosa, província de Avellino,
na Itália. Decidiram promover este
culto
mariano
na
Venezuela,
dispondo-se a celebrar uma festa
em honra de Nossa Senhora da
Misericórdia,
para
a
qual
a colônia fontanarosense radicada
convidariam toda
naquele país.
Assim sendo, no dia 15 de agosto de 1992, celebrou-se
em Caracas a primeira festa em honra de Nossa Señora da
Misericórdia, realizada com um quadro da Virgem, já que
ainda não possuíam uma imagem dela. Fizeram logo uma
campanha para arrecadar fundos para a construção da
imagem, da qual se encarregou o artista Giovanni Cogliano.
Página 60
Já no ano seguinte a imagem da Virgem da Misericórdia
foi abençoada, na presença de todos os amigos
fontanorosenses, na igreja de Nossa Senhora de Pompéia,
em Caracas.
No dia 11 de Novembro de 1999, foi criada a página da
Virgem de Fotanarosa, de autoria de Luis Barbiero. O
endereço é o seguinte:
http://www.geocities.com/virgendefontanarosa/index.
html
MONTSERRAT, Nossa Senhora de
Patrona da Catalunha
Podemos conhecer de maneira sucinta, mas não menos
rica, a maravilhosa história do Santuário da Virgem
"morena" de Monserrat, conforme a narrativa do Santo
Padre , o papa João Paulo II, que a proferiu numa
meditação mariana do "Ângelus".
Assim disse o papa:
"Ao povo cristão apraz invocar a
Virgem com o título de "Stella
Matutina", "Estrela da Manhã",
porque Maria apareceu na história
humana
como
precursora
e
anunciadora da salvação em Cristo
Com uma invocação semelhante,
a de "Stella Orientis", costumam os
fiéis dirigir-se a Nossa Senhora no
famoso santuário de Monserrat, nas
montanhas da Catalunha, próxima à cidade de Barcelona.
Ali, ante a Virgem, tive a alegria de rezar no dia 7 de
novembro há seis anos, durante minha viagem apostólica à
Espanha.
As primeiras notícias que se têm sobre a existência
naquele lugar de uma capela dedicada à Virgem remonta ao
século IX; a imagem da Virgem ali venerada chama-se
popularmente "Moreneta", devido à sua cor escura,
característica da iconografia mariana do século XII, à qual
se atribui a esse ícone.
O santuário recebeu um grande impulso quando o
mosteiro anexo foi elevado à categoria de abadia. Durante
séculos, a abadia tem sido e prossegue sendo um centro
eminente de evangelização, de renovação litúrgica, de
estudo da Sagrada Escritura e, sobretudo, um farol para a fé
do povo de Deus, que busca refúgio e proteção na Virgem.
Mas o acontecimento decisivo que deu ao santuário seu
atual relevo foi a proclamação da Virgem de Montserrat pelo
Papa Leão XIII, como patrona da Catalunha.
Entre os cristãos daquela região existe o costume da
"vida espiritual" que consiste em dirigir o pensamento à
Virgem, durante a jornada ao santuário, recolhendo-se
espiritualmente em breve oração.
Gostaria de convidá-los a que se unissem a mim neste
momento, para realizar uma visita espiritual à Virgem de
Monserrat, à "Mare de Déu", e , na linguagem daquela
região, rezar confiadamente a oração: "Seu de la saviesa...
aconseguiu nos aquella fe que enfonsa les muntanyes,
omple les valls, i fa planer el camí de la vida".
Peçamos à "Moreneta" a fortaleza da fé, a honestidade
na vida pública e privada, a fraternidade de os corações, a
unidade entre os povos, a paz e o bem de todos os homens
de boa vontade. Que os fiéis e as famílias cristãs invoquemna com assiduidade e fervor, especialmente através da bela
oração do rosário! Maria obterá do Senhor a graça de uma
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
nova primavera para a Igreja no já próximo amanhecer do
terceiro milênio da era cristã".
Aproveitemos agora uma explicação mais completa que
nos faz a pesquisadora Edésia Aducci, em seu livro "Maria e
seus títulos gloriosos":
"Há pouca distância de Barcelona (Espanha), encontrase Montserrat cujo nome provém da forma dessa montanha,
que se assemelha a um serrote de agudos dentes.
A história de Nossa Senhora de Montserrat perde-se na
escuridão dos tempos. Urna piedosa tradição refere que a
santa imagem foi levada para Barcelona pelo apóstolo são
Pedro. O que se pode afirmar com certeza é ter sido
venerada na dita cidade já no século VI. Nessa época os
mouros, atravessando o estreito de Gibraltar; invadiram a
Espanha, e os cristãos, receando a profanação de suas
imagens mais veneradas, esconderam-nas embaixo da terra
ou em antros ma acessíveis das montanhas, entre as quais
Montserrat oferecia grandes cursos. A imagem de que
falamos foi levada para lá pelos piedosos fiéis de Barcelona
e escondida numa de suas cavernas.
Decorreram quase dois séculos, e, perdida a lembrança
tesouro, quis o céu manifestá-lo.
De fato, nos sábados de um belo mês de abril, quando
alguns pastorinhos apascentavam seus rebanhos à margem
do rio Llobregat aparece de repente um grupo de estrelas
mais brilhantes que o sol, ouvindo Os pastorinhos
simultaneamente um coro de vozes angélicas que os deixa
extasiados.
Não compreendendo o prodígio, referiram o caso aos
patrões que por sua vez o relataram ao vigário de Olesa.
Repetindo-se a visão Sábado após Sábado, foram ter com o
bispo na cidade de Manresa, e este, acompanhado do
prefeito de Barcelona, subiu
à montanha com grande dificuldade, para ver se
descobria algo que o esclarecesse. Não foram vãos os seus
esforços; pois, encontrando no morro uma caverna, deparase-lhes belíssima imagem preta (isto é, enegrecida pelo
tempo) da Virgem Maria, tendo no regaço o Divino Menino
em ato de abençoar.
Organizou-se então devota romaria, para levar a santa
imagem para Manresa, onde seria mais venerada.
Mas, ó prodígio! Ao chegarem ao lugar onde hoje se
ergue o célebre santuário, a Imagem, que até então se
deixara levar, ficou irremovível, isto é, não houve quem
pudesse removê-la do lugar em que parara, de modo que o
prelado teve de renunciar à sua resolução, pois era evidente
que Nossa Senhora queria estabelecer a seu trono.
Colocaram então a imagem numa
capela daquelas paragens, onde uma série
de maravilhas começaram a atrair gente
de toda parte. Os milagres sucediam-se
com profusão: os cegos recuperavam a
vista, os mudos falavam, os pecadores
se convertiam.
O nome de Montserrat voou por
todos os lados, porque se tornou um
novo título de Nossa Senhora.
Os filhos de são Bento, guardas do
sagrado tesouro, foram os primeiros a propagar a devoção a
Nossa Senhora de Montserrat em terras americanas.
Resta-nos apenas acrescentar que no lugar onde parou
a imagem de Nossa Senhora existe hoje um santuário, que
se celebrizou pelas graças extraordinárias que a Mãe de
Deus tem concedido aos seus devotos".
Página 61
O santuário de Nossa Senhora de Montserrat da cidade
de Santos, no Brasil, foi fundado em 61O e doado aos
monges de são Bento. Também nesse santuário tem Nossa
Senhora derramado a mãos-cheias as suas graças, como
testemunham os inúmeros ex-votos que pendem das
paredes da capela.
NAVEGANTES, Nossa Senhora dos
Primitivamente a localidade de Navegantes, assim como
toda a Itajaí, era habitada por índios carijós. Em 1795, José
Ferreira de Mendonça, piloto demarcador da Real Fazenda,
veio, por ordem do Conde de Resende, Vice-Rei do Estado,
demarcar uma sesmaria na praia de Itajaí.
A Comunidade de Navegantes, canonicamente,
pertencia à Paróquia do Santíssimo Sacramento de Itajaí .
Atendendo a uma solicitação do Pe. Antonio Eising, Vigário
Interino da Paróquia de Itajaí, a "Camara Episcopal de
Corytiba" concedia, a 23 de janeiro de 1896, "licença para
que no lado esquerdo do Rio grande de Itajahy se possa
erigir uma capela sob a invocação de Nª Sª dos
Navegantes, de S. Sebastião e de S. Amaro". A referida
Capela ficou pronta em 1907 sendo sua inauguração
comemorada com três dias de festas: 7, 8 e 9 de setembro.
Até o ano de 1912, Navegantes, um bairro de Itajaí, não
tinha denominação, era conhecido apenas como "outro
lado". A partir daí começou-se a discutir a necessidade de
dar-lhe um nome. Diversas sugestões apareceram, até que,
em 17 de dezembro de 1912, o
Conselho Municipal deu-lhe o nome
de Navegantes, tendo em vista o
arraial ser habitado, em sua
maioria, por navegadores e já ter
como Padroeira Nossa Senhora dos
Navegantes.
Em 1961, ao assumir a
Prefeitura Municipal de Itajaí o Sr.
Eduardo Solon Cabral Canziani,
pela Lei nº 369, de 28 de fevereiro,
desapropria uma área de terras, em
Navegantes, para nela ser construído o novo aeroporto da
Cidade, que hoje lá está, atendendo a todo o Vale do Itajaí.
Em 2 de fevereiro de 1962, por Decreto da Cúria
Metropolitana, assinado por Dom Joaquim Domingues de
Oliveira, era criada a Paróquia de Nossa Senhora dos
Navegantes. Seu primeiro Vigário, Pe. Gilberto Luís
Gonzaga, foi nomeado por Provisão de 8 de maio, sendo
que a solene instalação da Paróquia e posse do primeiro
Pároco aconteceram somente a 26 de agosto daquele ano.
Em 14 de maio de 1962, a Resolução nº 2 da Câmara
Municipal de Itajaí autoriza o desmembramento da
localidade de Navegantes. A Lei Estadual Nº 828, de 30 de
maio de 1962, eleva Navegantes à categoria de Município.
Em 1987, a 19 de julho, fazendo parte dos festejos
comemorativos dos 25 anos de criação da Paróquia, em
cerimônia coordenada pelo então Pároco, Pe. Hélio da
Cunha, presidida por Dom Murilo Sebastião Ramos Krieger,
Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Florianópolis, do Pároco,
e concelebrada por diversos Sacerdotes, foi, solenemente,
feita a dedicação do Altar e da Igreja Matriz.
Anualmente, a 2 de fevereiro, celebra-se a festa da
Padroeira, Nossa Senhora dos Navegantes, com uma
grandiosa procissão fluvial, para a qual afluem fiéis desta e
de Paróquias vizinhas.
Um Decreto da Cúria Metropolitana de Florianópolis,
datado de 23 de julho de 1996, com vigência a partir de 18
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
de agosto de 1996, cria na igreja matriz de Nossa Senhora
dos Navegantes o Santuário Arquidioceseano sob a
invocação de Santuário de Nossa Senhora dos Navegantes.
A solene instalação e possse do primeiro Reitor deu-se às
18 horas do dia 18 de agosto do mesmo ano, sendo
presidida pelo Sr. Arcebispo Metropolitano.
NAZARÉ, Nossa Senhora de
A devoção a Nossa Senhora de Nazaré, a mais
importante do estado do Pará, no Brasil, tem suas origens
em Portugal. Seu caráter lendário não lhe seqüestra a
beleza. Antes de sabermos algo sobre o surgimento da
devoção no Brasil, recorramos às informações que
encontramos num artigo do autor português Pedro
Penteado, " A construção da memória nos centros de
peregrinação", publicado na revista Communio, n. 4, 1997.
O articulista apresenta a devoção a partir de uma visão
crítica. Mantemos a grafia lusa:
"Durante séculos acreditou-se que o santuário da
Senhora de Nazaré tinha sido um dos mais antigos do país,
fundado na sequência do milagre da Virgem ao cavaleiro D.
Fuas Roupinho, em 1182. A narrativa que suportava esta
convicção de milhares de peregrinos fornecia todos os
pormenores: a imagem da Senhora tinha sido esculpida no
Oriente por São José, na presença da Mãe de Cristo.
Depois passou por várias vicissitudes até chegar ao
Mosteiro de Cauliniana, em Mérida. Com a derrota dos
cristãos em Guadalete, o rei godo D. Rodrigo refugiou-se no
mosteiro. Perante o avanço islâmico, o rei e Fr. Romano,
um dos monges ali residentes, decidiram partir para lugar
seguro, levando consigo a pequena imagem mariana e um
cofre com caixa com relíquias e um relato das
circunstâncias da fuga. Chegaram em Novembro de 714 ao
monte de São Bartolomeu, nas proximidades da actual
Nazaré. O monarca e o monge separaram-se, tendo o
primeiro permanecido no local e o segundo levado o ícone e
as relíquias para um monte vizinho. Aí, Fr. Romano, para se
abrigar, construiu um pequeno nicho entre os rochedos.
Com a sua morte e a partida de D. Rodrigo para norte, a
imagem ficou esquecida na pequena lapa construída pelo
monge, no actual promontório do Sítio (Nazaré).
Apenas no século XII, seria descoberta por D. Fuas
Roupinho, que a venerava sempre que ali se dirigia para os
prazeres da caça. Em, 8 de Setembro de 1182, um dia de
névoa, o cavaleiro teria sido atraído por um veado em
direcção ao abismo do promontório
No momento em que o cavalo chegava ao extremo do
rochedo, prestes a lançar-se no precipício, D. Fuas teria
evocado a Virgem, lembrando a sua Imagem, depositada ali
próximo. Imediatamente o cavalo
estacou a sua marcha e, por
milagre, D. Fuas salvou-se.
Em sinal de agradecimento, o
cavaleiro, alcaide de Porto de Mós e
almirante de D. Afonso Henriques,
doou aquele território à Senhora de
Nazaré e mandou ali edificar uma
ermida. Atraídos pela fama do
milagre
vieram
os
primeiros
romeiros, entre os quais o primeiro
rei português e os principais nobres
da sua corte.
Esta versão do passado do santuário foi contada a
primeira vez nos finais do século XVI, pelo cronista Fr.
Bernardo de Brito, monge bernardo de Alcobaça. O relato
assentava na carta de doação do Sítio por D. Fuas
Página 62
Roupinho, que o cronista teria descoberto no seu Mosteiro e
viria a publicar na obra Monarquia Lusitana. Mas a
intervenção de Fr. Bernardo de Brito não se ficou por aqui.
Cerca de 1600, na sequência de um voto pessoal, deslocouse ao santuário e, com a ajuda de alguns devotos da
Senhora, mandou desentulhar a gruta subterrânea para ali
fazer uma capela. Por fim, colocou nela um letreiro em que
registava toda a "estória" da Sagrada Imagem. Desta forma,
o cronista não só alargava o espaço de culto como procedia
a alterações da memória histórica, pois pela primeira vez a
Virgem de Nazaré era associada a D. Fuas Roupinho.
A divulgação da narrativa do milagre trouxe um aumento
de peregrinos ao pequeno templo do Sítio, contribuiu para o
crescimento do povoado e para a multiplicação do número
de milagres atribuídos à Virgem de Nazaré, com o
conseqüente acréscimo da quantidade de oferendas dos
fiéis.
Por outro lado, esteve na origem de novas práticas
devocionais, pois cada vez mais romeiros procuravam ver a
marca da pata do cavalo gravada na rocha do promontório.
Outros levavam consigo pedaços de terra da gruta onde a
imagem da Senhora estivera escondida durante séculos.
Vários factores contribuíram para a rápida aceitação da
narrativa por parte dos devotos. Entre eles, contam-se o
prestígio do mosteiro de Alcobaça enquanto guardião de
alguns dos mais antigos manuscritos do Reino, a
possibilidade de comprovar as afirmações do monge
através de vestígios concretos, a cor escura da imagem,
que só por si confirmava a antiguidade da mesma, o
enquadramento da lenda dentro
dos esquemas das narrativas
cavaleirescas e de origem dos
santuários, ou ainda o facto da
lenda vir ao encontro das
necessidades de maravilhoso
sentidas
pelos
devotos
e
transportar consigo uma carga
simbólica apreciável (cf. dicotomia
fiel/infiel,
bem/mal,
salvação/perdição, cosmos/caos,
etc).
Existem, contudo, outros factores que devem ser tidos
em linha de conta para compreender a incorporação desta
narrativa na memória colectiva dos portugueses. Em
primeiro lugar, a sua transmissão por meios diversificados e
de grande capacidade difusora.
Assim, ao sucesso da oralidade dos primeiros anos, que
comportou alterações da versão monástica, correspondeu
uma extraordinária divulgação por meios impressos a partir
da década de 1620.
No final do século XVII, a lenda da Senhora de Nazaré
tinha já sido publicada em mais de uma dezena de obras,
em língua portuguesa e espanhola. Não esqueçamos ainda
a sua divulação por meios iconográficos. A Senhora, que
até aí era vista como uma Virgem do Leite, passou a ser
constantemente representada na cena do milagre do
cavaleiro. Esta imagética foi levada ao extremo através da
sua permanente inclusão em retábulos, bandeiras, círios,
medalhas, medidas e registos e outros objectos de grande
capacidade evocativa.
A estratégia resultou em pleno, sobretudo a partir de
meados do século XVII, quando os registos iconográficos
foram legitimados pela associação da heráldica da Casa
Real portuguesa. Um outro aspecto propiciatório foi,
obviamente, o conjunto das peregrinações ao santuário, que
serviu como factor de actualização, comemoração e
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
evocação cíclica do milagre. Por último, talvez o factor mais
interessante tenha sido a capacidade de silenciamento das
memórias concorrentes do santuário. Logo na primeira
metade do século XVII se começou a desenhar uma certa
contestação à sua memória histórica, por parte do Mosteiro
de Alcobaça, uma vez que esta anulava os direitos
senhoriais dos bernardos sobre o Sítio. Contudo, a
intervenção da Coroa, salvaguardando os direitos
jurisdicionais da Confraria da Senhora e do rei sobre o local,
veio reforçar a autenticidade atribuída à pressuposta doação
de D. Fuas e ao seu conteúdo.
Hoje, sabe-se que o documento da doação de D. Fuas,
que nunca foi encontrado, não tem qualquer fundamento
histórico.
Não existe nenhum manuscrito coevo que confirme a
existência daquele cavaleiro. A imagem da Senhora,
trabalho de oficina regional datado dos séculos XIV-XV,
também não permite aceitar, sem reservas, a historicidade
duma das mais belas lendas portuguesas
No Pará a devoção à Virgem é também envolvida em
lenda. Plácido, o precursor do culto teria encontrado a
pequena imagem em madeira de Nossa Senhora de Nazaré
às margem do Igarapé Murutucu, que corria pela atual
travessa 14 de Março onde hoje ficam os fundos da Basílica
de Nossa Senhora de Nazaré. Imaginando que algum
devoto da cidade de Vigia havia esquecido a imagem ali,
levou-a para casa. No dia seguinte não a encontrou. Ela
havia retornado ao igarapé. Nova tentativa, novo retorno da
imagem ao nicho que havia escolhido. A imagem então teria
sido levada para a capela do Palácio do Governo da
Província, onde ficou guardada por escolta. De manhã, não
havia nada na capela, a imagem havia retornado ao
igarapé. Obedecendo os desejos da Virgem, à beira do
igarapé foi construída uma ermida, que deu início à romaria
e à devoção do povo paraense à Virgem de Nazaré.
A primeira procissão do Círio de Nossa Senhora de
Nazaré saiu na tarde do dia 8 de setembro de 1793. Na
noite anterior, a imagem da Santa havia sido transferida de
sua ermida na Estrada do Utinga para o Palácio do
Governo. Tempo mais tarde, a procissão passou a sair no
segundo domingo do mes de outubro e, duzentos anos
depois a procissão faz o mesmo percurso, de cerca de cinco
quilômetros, saindo do Palácio do Governo, hoje Palácio
Lauro Sodré, levando a Santa para o mesmo lugar onde
havia a ermida e hoje ergue-se a imponente Basílica de
Nossa Senhora de Nazaré. A primeira procissão foi
acompanhada por toda a tropa aquartelada na cidade, os
cavalheiros montados em seus melhores cavalos, as damas
carregadas em seges, o povo a pé em torno do carro que
transportava a Santa. A imagem ia no colo do padre capelão
e o próprio governador da Província, Dom Francisco de
Souza Coutinho, acompanhava o cortejo trajado com
uniforme de gala. Dom Francisco Coutinho, que havia
organizado a homenagem à Santa, estruturou também
aquela que iria ser a maior manifestação religiosa do Pará e
uma das mais impressionantes demonstrações de fé
religiosa dos católicos. Com o tempo a procissão sofreu
algumas modificações, como a inclusão do Carro dos
Milagres, que lembrava a salvação do fidalgo português
Dom Fuas Roupinho, o barco que lembrava a salvação dos
náufragos do brigue São João Batista, a corda que
substituiu a junta de bois que puxava o carro da Santa, e o
carro dos fogos, que com muito barulho precedia o cortejo
religioso. Já neste século, o poeta maranhense Euclides
Farias compôs o hino " Vós Sois o Lírio Mimoso", que se
consagraria como o Hino do Círio, e hoje identifica a
procissão sempre que é cantado. O primeiro Círio mobilizou
Página 63
gente de toda a redondeza de Belém, principalmente em
função da feira que o governador determinou que fosse
instalada no terreno que circulava a ermida, para a venda
de produtos regionais. Nos duzentos anos em que o Círio
de Nazaré vem sendo realizado, é a cada ano maior o
movimento de romeiros. Hoje calcula-se em mais de um
milhão o número de pessoas que saem às ruas para
celebrar a Virgem de Nazaré.
A corda foi uma das primeiras modificações sofridas
pela procissão do Círio de Nazaré. Nos primeiros círios, a
imagem da santa era carregada no colo do bispo, num carro
puxado por juntas de bois. Em 1866 o carro com a Santa
atolou, sendo necessária a intervenção do povo, que tirou o
carro do atoleiro com uma corda. Desde 1868 a corda foi
incorporada à procissão. Depois a corda passou a separar a
berlinda da multidão. Este é o sacrifício maior para o fiel que
acompanha o Círio: segurar a corda. Mulheres numa corda,
homens em outra, todos descalços, vão se empurrando,
pisando, esmagando ao longo de todo o trajeto. Ao final,
cheios de calos, pisaduras e feridas nos pés, são os fiéis
mais realizados, por terem cumprido o sacrifício prometido.
A corda sempre foi motivo de polêmica, havendo aqueles
que procuram eliminá-la da procissão, pela enormidade do
sacrifício exigido. Em 1926, o arcebispo de Belém, dom
Irineu Joffily, baixou uma bula proibindo o uso da corda e
determinando outras alterações na procissão. Foi o Círio
mais tumultuado da história, tendo sido necessária a
intervenção da polícia para cumprir as ordens do arcebispo.
Até 1931 prevaleceu a vontade de dom Irineu, apesar das
reações populares e dos protestos da imprensa. Neste ano,
assumiu o governo do Pará o interventor Magalhães Barata,
que apelou para o Ministério das Relações Exteriores do
Brasil e para o Núncio Apostólico da Igreja Católica, para
que fosse permitido o retorno da corda. Magalhães Barata
conseguiu o que queria, para a enorme satisfação do povo.
Desde então, sempre há alguém querendo eliminar a corda,
sem nunca obter sucesso.
O carro dos milagres foi introduzido no ano de 1805, por
pedido da Rainha de Portugal, dona Maria I, para lembrar o
primeiro milagre relatado da Virgem de Nazaré, que salvou
o fidalgo dom Fuas Roupinho da morte num abismo. O carro
dos milagres é o depositário das ofertas feitas à Virgem
pelos fiéis, em reconhecimento pelas graças alcançadas.
Réplicas de casas que o romeiro conseguiu, de
embarcações salvas do naufrágio, de partes do corpo
humano em cera, curadas por intervenção da santa.
NECESSIDADES, Nossa Senhora das
Nossa
Senhora
das
Necessidades é venerada na
localidade
de
Soalheira,
em
Portugal, onde existe uma capela
com
quadros
votivos
que
testemunham milagres atribuídos à
Senhora das Necessidades já em
1685.
Nos momentos de grande
aflição, é a Nossa Senhora das
Necessidades que o povo da
Soalheira recorre, como foi em 1808, quando os invasores
franceses passaram pela região devastando tudo, a
Soalheira foi poupada, atribuindo-se isso a milagre da
Senhora que encobriu o povo com denso nevoeiro, e eles
passaram ao lado e não entraram nele.
Também Nossa Senhora foi e continua a ser, de grande
auxílio para os soalheirenses ausentes, sobretudo quando
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
esta terra tinha muitas pessoas na África, e mais
recentemente emigrantes na Europa, principalmente na
França.
A festa em honra de Nossa Senhora das Necessidades
tem lugar, no domingo de Pascoela, sendo bastante
participada. Já na véspera à noite se juntam muitas pessoas
na igreja, para no fim da missa se realizar a procissão com
a imagem de S. José para a capela de Nossa Senhora das
Necessidades. No dia da festa, celebra-se a missa campal
seguindo-se a procissão com a imagem de Nossa Senhora
e S. José, pelas ruas da Soalheira, consistindo um momento
de grande devoção e fé por parte dos seus devotos.
No final da procissão, muitas são as pessoas que se
juntam à banda filarmônica, para cantar as "alvíssaras" a
Nossa Senhora, dando voltas à sua capela. Na segunda
feira da festa, celebra-se missa, seguida de procissão, pela
parte norte da vila, chegando à capela, canta-se o adeus à
Virgem, seguindo a imagem de S. José, em procissão para
a igreja matriz.
O afluxo de peregrinos que vêm visitar a sua capela e
rezar à veneranda imagem, cresceu bastante depois de em
22 de Abril de 1979, sob um sol radioso, a imagem de nossa
Senhora verter lágrimas, durante a procissão pelas ruas da
Soalheira, continuando o episódio a verificar-se também
durante a tarde e noite desse dia.
Esse fato extraordinário foi presenciado por inúmeras
pessoas, chegando essas lágrimas a serem limpas das
faces da imagem, por testemunhas oculares que nessa
noite se encontravam na capela. Existem ainda slides, que
um peregrino oriundo da Soalheira realizou, onde se
presenciam, com elevada nitidez as lágrimas que se
formavam nos olhos e corriam pela face da imagem.
O Bispo da Diocese da Guarda, D. Antônio dos Santos,
resolveu reabrir o processo referente à lacrimação, no final
de 1997, pois encontrava-se arquivado, esperando todos os
devotos de Nossa Senhora que tal fato venha a alcançar o
veredictum diocesano.
Neves, Nossa Senhor das
ou Santa Maria Maior
Depois da proclamação do dogma da Maternidade
divina de Maria no Concílio de Éfeso (ano 431), o Papa
Sixto III consagrou em Roma uma Basílica em honra da
Virgem, chamada posteriormente Santa Maria Maior. É a
mais antiga igreja dedicada a Nossa Senhora.
Santa Maria Maior é também invocada como Nossa
Senhora das Neves, devido a uma antiga lenda segundo a
qual um casal romano, que pedia à Virgem luzes para saber
como empregar a sua fortuna, recebeu em sonhos a
mensagem de que Santa Maria desejava que lhe fosse
erigido um templo precisamente num lugar do monte
Esquilino que aparecesse coberto de neve.
Isto aconteceu na noite de 4 para 5 de agosto, em pleno
verão: no dia seguinte, o terreno onde hoje se ergue a
Basílica amanheceu inteiramente nevado.
A Basílica de Santa Maria Maior de Roma, a mais antiga
igreja do Ocidente consagrada à Virgem Maria, onde se
deram tantos acontecimentos relacionados com a história
da Igreja; especialmente, relaciona-se com essa igreja a
definição dogmática da Maternidade divina de Maria,
proclamada pelo Concílio de Éfeso. O templo foi construído
sob essa invocação no século IV, sobre outro já existente,
pouco tempo depois de encerrado o Concílio. O povo da
cidade de Éfeso celebrou com grande entusiasmo a
declaração dogmática dessa verdade, na qual, aliás,
Página 64
acreditava desde sempre. Essa alegria estendeu-se por
toda a Igreja, e foi então que se construiu em Roma a
grandiosa Basílica. Esse júbilo chega-nos hoje através
desta festa em que louvamos Maria como Mãe de Deus.
Segundo uma piedosa lenda, certo patrício romano
chamado João, de comum acordo com a sua esposa,
resolveu dedicar os seus bens a honrar a Mãe de Deus,
mas não sabia ao certo como fazê-lo. No meio da sua
perplexidade, teve um sonho – como também o teve o Papa
– pelo qual soube que a Virgem desejava que se
construísse um templo em sua honra no monte Esquilino,
que apareceu coberto de neve – coisa insólita – no dia 5 de
agosto.
Embora a lenda seja posterior à edificação da Basílica,
deu lugar a que a festa de hoje seja conhecida em muitos
lugares como de Nossa Senhora das Neves e a que os
alpinistas a tenham por Padroeira.
Em Roma, desde tempos imemoriais, o povo fiel honra a
nossa Mãe nesse templo sob a invocação de Salus Populi
Romani. Todos acorrem ali para pedir favores e graças, na
certeza de estarem num lugar onde sempre são ouvidos.
João Paulo II também visitou Nossa Senhora nesse templo
romano, pouco depois de ter sido eleito Papa. "Maria –
disse o Sumo Pontífice nessa ocasião – tem por missão
levar todos os homens ao Redentor e dar testemunho dEle,
mesmo sem palavras, apenas mediante o amor, com o qual
manifesta a sua índole de mãe. É chamada a aproximar de
Deus mesmo os que lhe opõem mais resistência, aqueles
para quem é mais difícil crer no amor (...). É chamada a
aproximar todos – quer dizer, cada um – do seu Filho". E
aos seus pés fez a dedicação de toda a sua vida e de todos
os seus anseios à Mãe de Deus, com palavras que nós
podemos repetir, imitando-o filialmente: "Totus tuus ego
sum et omnia mea tua sunt. Accipio Te in me omnia; sou
todo teu, e todas as minhas coisas são tuas. Sê o meu guia
em tudo" (João Paulo II, Homilia em Santa Maria Maior, 8XII-1978). Com a proteção da Virgem, caminhamos bem
seguros.
São Bernardo afirma que Santa Maria é para nós o
aqueduto por onde nos chegam todas as graças de que
necessitamos diariamente.
Devemos procurar constantemente o seu auxílio,
"porque esta é a vontade do Senhor, que quis que
recebêssemos tudo por Maria", especialmente quando nos
sentimos mais fracos, nas dificuldades, nas tentações..., e
tanto nas necessidades da alma como nas do corpo.
No Calvário, junto do seu Filho, a maternidade espiritual
de Maria atingiu o seu cume. Quando todos desertaram, a
Virgem permaneceu junto à cruz de Jesus (Jo 19,25), em
perfeita união com a vontade divina, sofrendo e padecendo
com o seu Filho, corredimindo. "Deus não se serviu de
Maria como de um instrumento meramente passivo.
Ela cooperou para a salvação humana com livre fé e
obediência" (Lumen gentium, 56). Esta maternidade da
Virgem perdura sem cessar, e agora, no Céu, "não
abandonou esta missão salvífica, mas pela sua múltipla
intercessão continua a obter-nos os dons da salvação
eterna" (Lumen gentium, 62).
Temos de agradecer muito a Deus que tenha querido
dar-nos uma Mãe a quem recorrer na Vida da graça; e que
essa Mãe tenha sido a Sua própria Mãe. Maria é nossa Mãe
não só porque nos ama como uma mãe ou porque faz as
suas vezes; a sua maternidade espiritual é muito superior e
mais efetiva que qualquer maternidade legal ou baseada no
afeto. É Mãe porque realmente nos gerou na ordem
sobrenatural. Se recebemos o poder de chegarmos a ser
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
filhos de Deus, de participarmos da natureza divina (cfr. 2Pe
1,4), foi graças à ação redentora de Cristo, que nos tornou
semelhantes a Ele. Mas esse influxo passa por Maria. E
assim, do mesmo modo que Deus Pai tem um só Filho
segundo a natureza, e inúmeros segundo a graça, por
Maria, Mãe de Cristo, chegamos a ser filhos de Deus. Das
mãos de Maria recebemos todo o alimento espiritual, a
defesa contra os inimigos, o consolo no meio das aflições.
Para a nossa Mãe do Céu, "jamais deixamos de ser
pequenos, porque Ela nos abre o caminho para o Reino dos
Céus, que será dado aos que se fazem crianças (cfr. Mt
19,14). De Nossa Senhora não devemos separar-nos
nunca. Como a honraremos? Procurando a sua intimidade,
falando-lhe, manifestando-lhe o nosso carinho, ponderando
no coração as cenas da sua vida na terra, contando-lhe as
nossas lutas, os nossos êxitos e os nossos fracassos.
No Brasil, Nossa Senhora das Neves é padroeira da
cidade de João Pessoa. A ermida da Ilha da Maré, no
Recôncavo Baiano, fundada em 1584, é uma preciosidade
da arquitetura colonial brasileira. A imagem da Padroeira, de
madeira estofada, é em estilo maneirista. Nossa Senhora
das Neves é também cultuada em Olinda e Igaraçu, no Rio
de Janeiro e no Espírito Santo.
Ó, Nossa Senhora do
O historiador mineiro Augusto de Lima Júnior encontrou
no livro "Flores de Maria", do padre Martinho da Silva,
sacerdote português, as seguintes informações sobre este
título mariano: "Celebrando-se em Toledo, o Concílio
Décimo, em que presidiu Santo Eugênio, arcebispo daquela
igreja, se determinou que a festa da anunciação se
celebrasse e se transferisse para o dia 18 de dezembro, oito
dias antes do Natal; depois sucedendo no Arcebispado
Santo Ildefonso, sobrinho de Santo Eugênio, e havendo
disputado e convencido os hereges que queriam macular a
virgindade puríssima da Mãe de Deus, ordenou que a
mesma festa se celebrasse nesse dia com o título de
Expectação do Parto da Beatíssima Virgem Maria, e como
nas suas vésperas se começam a dizer as Antífonas
maiores que principiam pela exclamação ou suspiro - Oh!
por isso se chama a esta solenidade de Nossa Senhora do
Ó".
Em Portugal, segundo o citado historiador, fonte de
nossas origens religiosas o culto de Nossa Senhora do Ó
teve início em Torre Vedras, conforme narra Frei Agostinho
de Santa Maria em sua obra "Santuário Mariano": "Os
egípcios para mostrarem a eternidade pintavam em seus
hieróglifos um O".
O mesmo fizeram antes deles os Caldeus; porque a
figura rotunda e circular não tem princípio nem fim e não ter
princípio nem fim é ser eterno. Esta é a mais perfeita figura
que inventou a natureza e conheceu a Arte, porque o globo
da terra é circular por isso se chama orbe... Por ser esta
figura tão excelente e misteriosa, instituiu a Igreja que a
forma da HÓSTIA consagrada fosse de figura circular.
Começou a celebrar a Igreja de Toledo a Expectação do
Parto de Nossa Senhora, desejando imitá-la nos imensos e
eternos desejos com que suspirava por ver e regalar já em
seus braços ao Divino Verbo, e aproveitando-se das
saudosas vozes com que o rogavam por tantos séculos os
Santos Patriarcas e Profetas (como vemos naquelas sete
misteriosas antífonas que começam pela letra O e de que a
Igreja usa nas vésperas dos sete dias antes do nascimento
de Cristo), concluía o Ofício Divino com umas vozes sem
concerto nem harmonia, dizendo todo o clero e todo o povo
a gritos - Ó Ó Ó...
Página 65
Destes Ó Ó, teve princípio o intitular-se esta festa a
festa do Ó, e também o dar-se este título à mesma Senhora
em suas imagens, que era o mesmo que intitularem a
Senhora em seus desejos, ou celebrar a festa dos desejos
da Senhora. E parece que o Espírito Santo inspirou aos
Prelados daquela Santa Igreja a celebração desta festa e os
grandes e eternos desejos da Senhora, porque já na
Escritura vemos estes desejos celebrados. Naquela
misteriosa carroça de Ezequiel em que ia ou era levado por
Deus, era muito para admirar o artifício de duas rodas,
porque dentro de uma roda se revolvia outra roda. E
inquirindo que rodas eram estas, uma era a roda do tempo e
a outra da eternidade, segundo explicação de Santo
Ambrósio.
A roda do tempo é pequena e breve; a roda da
eternidade é grandiosa, grandíssima e dilatadíssima, e
ainda assim a roda do tempo encerra e revolve dentro em si
a roda da eternidade porque qual for a vida temporal de
cada um, (diz Ambrósio) tal será a eterna.
De modo que a maravilha destas rodas era que sendo a
eternidade tão grande e tão imensa, a roda da eternidade se
encerrava dentro da roda do tempo. E qual era a carroça de
Deus que sobre estas rodas se movia? Não só era Maria
Santíssima, como explicam os Santos Padres, mas era a
mesma Virgem sinaladamente, no espaço dos nove meses
que teve a Deus em seu ventre, assim como o que vai, ou é
levado em alguma carroça, não dá passo nem tem outro
movimento senão o da carroça. Assim o filho enquanto está
nas entranhas da Mãe, não se move de um lugar senão
quando se move a mesma mãe. E deste modo se houve ou
andou o Cristo em todos os noves meses que se contaram
desde a sua Conceição até o seu nascimento. E como esta
carroça de Deus representava a Mãe do mesmo Deus, em
todo aquele tempo em que o trouxe dentro em Si; por isso
as rodas sobre que se movia eram fabricadas e travadas
com tal artificio que dentro da roda do tempo se revolvia a
roda da eternidade, para significar que os dias e meses que
passavam desde a Conceição até o parto, posto que
parecessem breves na duração, erarn no desejo eternos.
Esta mesma celebridade continua há muitos anos com
grande devoção o povo de Torres Novas, em obséquio da
Senhora do Ó ou da expectação do Parto.
A Vila de Torres Novas é povoação mui nobre e mui
antiga e pelas suas boas qualidades a estimavam muito
entre os mouros. Tomou-lha, El-Rei Dom Afonso Henriques
no ano de 1148. El-Rei Dom Diniz a deu à Rainha Santa
Isabel, quando em São Bartolomeu de Trancoso se avistou
com ela. Depois foi dos Infantes e deles passou ao Infante
Dom Jorge e se conservou até aqui na Casa de Aveiro, que
são os Duques de Torres Novas. Está situada na
Estremadura, distante de Santarém cinco léguas para a
parte do Norte, e pouco mais de uma légua distante do rio
Tejo. Nesta Vila é tida em grande veneração uma antiga
imagem da Rainha dos Anjos com o referido título de Ó.
Está colocada na Capela-mor da matriz ou Santa Maria do
Castelo, por ficar nela esta paróquia e não pela razão que
dá um moderno, que era por se cantarem em sua festa o
Evangelho de São Lucas: INTRAVIT JESUS IN QUODDAM
CASTELLUM, que é da festa da Assunção, a cujo mistério
são dedicadas todas as matrizes, como o são também as
Catedrais. Também se chamou Nossa Senhora de Almonda
por causa do rio Almonda, que banha aquela Vila, ou por
respeito do senhorio (como quer o mesmo moderno) por
Mercê de El-Rei Dom Afonso Henriques, da Comenda dos
Templários, dada a Dom Ricardo, Mestre da Ordem do
Templo, e a Dom Arnao, Cavaleiro da mesma Ordem, ao
tempo que Santa Maria de Alcaçova de Santarém se deu à
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
mesma Ordem, sobre que depois houve tantas demandas
com o Bispo de Lisboa Dom Aires Vasques. Chamou-se,
também, da Alcaçova, por ser achada em uma gruta aonde
a esconderam os cristãos na perda da Espanha, que eram
umas concavidades que estavam junto aos alicerces que
então se abriram por mandado Del-Rei Dom Sancho I,
quando se edificou o castelo daquela Vila pelos anos de
1187.
Com esta Santa Imagem se achou também a do Santo
Cristo, que hoje se venera ainda na paróquia de Santiago e
outra de São Braz, ao qual se lhe edificou Ermida própria no
ano de 1212, e no mesmo ano se edificou ou reedificou a
igreja em que hoje é a Senhora do Ó venerada". Frei
Agostinho assim descreve a imagem da Senhora do Ó, da
sua igreja a de Torres Novas em Portugal: "É esta santa
imagem de pedra mas de singular perfeição. Tem de
comprimento seis palmos. No avultado do ventre sagrado se
reconhecem as esperanças do parto. Está com a mão
esquerda sobre o peito e a direita tem-na estendida. Está
cingida com uma correia preta lavrada na mesma pedra e
na forma de que usam os filhos de meu padre Santo
Agostinho".
Outras imagens da Senhora do Ó existem em Portugal:
em Elvas, em Águas Santas, junto do porto, em Viseu, em
Tornar.
No Brasil, a mais antiga sede de trono da Senhora do Ó,
está em Pernambuco, em Olinda. Sobre esse vetusto
santuário da Senhora, Iê-se no SANTUÁRIO MARIANO: "A
Vila do Recife dista do sítio, em que fundou a Vila de Olinda,
hoje e sublinhada com o título de cidade uma légua. Esta é
a cabeça daquela Capitania, aonde se vai por mar, e
também por terra; porque tem uma ponta de areia como
ponte, que o mar da costa cinge e que entra pela barra ao
Leste e voltando pela outra parte, faz um rio estreito pelo
qual navegam com maré, as barcas, que levam as fazendas
para embarcar. Chama-se esta povoação Olinda, nome que
Ihe impôs um criado do Capitão Duarte Coelho, porque
buscando por aqueles matos, sítio aonde se afundasse, e
achando que era um monte e alto, disse para os
companheiros com exclamação: Ó linda! e desta palavra se
impôs e deu nome a povoação o seu nome. Aqui levantou o
Capitão-mor Duarte Coelho, uma torre ou castelo para nele
viver e a sua família e se defender das guerras dos gentios
e franceses que por mar e terra o acometeram muitos anos
e foram tão grandes os apertos em que o puseram os
gentios que não podiam ser maiores, os quais sendo antes
amigos o demônio fez que eles quebrassem a paz em que
os nossos não tinharn culpa, mas merecimento de que eles
desconfiaram como bárbaros e faltosos de razão, porque
nunca os puderam capacitar e assim fizeram ao Capitão
uma dura guerra.
Por algumas vezes, lhe puseram os índios cerco a sua
fortaleza e o puseram em tão grande aperto de fome e
sede, que era o pior inimigo, porque contra este não valham
balas e ainda que os de dentro espalhavam muitas nos de
fora, de que morriam muitos gentios e franceses que
estavam unidos com os índios. Deus que excitou o ânimo
de Raab, para que escondesse as espias de seu povo, e
fosse o instrumento da vitória que alcançou contra os de
Jericó e excitou também no de uma filha de um principal
destes gentios que se havia afeiçoado a um Vasco
Fernandes de Lucena, para que fosse entre os seus,
gabando os brancos a outras e as trouxesse todas
carregadas de cabaços de água e mantimentos, com que os
nossos passavam com mais alívio e isto faziam muitas
vezes e com muito segredo. Este Vasco Fernandes, era tão
temido e estimado entre os gentios, que o principal se tinha
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por honrado de o ter por genro, porque o tinham por
feiticeiro. E assim que o cerco era mais apertado e os de
dentro estavam receosos de os entrarem, saiu o Vasco fora
e lhes começou a pregar na sua língua brasílica que a
falava muito bem, que fossem amigos dos portugueses,
como eles o eram seus e não dos franceses que os
enganavam e traziam ali para que fossem mortos. E logo
fez uma risca no chão com o bordão que levava, dizendolhes que se avisassem que nenhum passasse daquela risca
para a fortaleza, porque todos os que passassem haviam de
morrer ao que o gentio deu uma grande risada, fazendo
zombaria do dito. Sete ou oito se foram indignados a ele
para o matarem, mas em passando a risca caíram mortos
todos. 0 que visto pelos mais, levantaram o cerco e se
puseram em fuga. 0 autor desta história que o padre frei
Vicente do Salvador diz: Eu não crera este sucesso, ainda
que o li escrito por pessoa que o afirmava, senão soubera
que naquele próprio lugar aonde se fez a risca, defronte da
fortaleza, se edificou depois, um suntuoso templo, dedicado
ao Salvador que é a matriz das mais igrejas de Olinda,
aonde se celebram os Ofícios Divinos com muita
solenidade. E assim não se há de atribuir a feitiços senão a
Divina Providência, que quis com esse milagre assinalar o
sítio e imunidade do seu templo e acudir os pobres
cercados.
Com estas e outras vitórias alcançadas, mais por
milagres divinos que por forças humanas, cobrou Duarte
CoeIho tanto ânimo e valor que se não contentou com ficar
na sua povoação pacífico, mas ir-se nas suas embarcações
pela costa abaixo até o rio de São Francisco, entrando em
todos os portos de sua Capitania, aonde achou franceses
que resgatavam o pau brasil e os fez despejar, tomandolhes algumas lanchas e franceses. Nesta cidade de Olinda
há uma igreja dedicada a São João Batista, da qual são
administradores os soldados. Nesta igreja é tida em muito
grande veneração uma milagrosa imagem da Rainha dos
Anjos a quem invocam com o título do Ó ou da Expectação,
a qual está continuamente obrando muitos milagres e
prodígios. Também é imagem pequena porque não passa
de dois palmos e de escultura de madeira e estofada. De
sua origem ou de quem a colocou naquela igreja não
tivemos mais que o que logo referiremos. Em 28 de julho do
ano de 1719, suou esta Santíssima Imagem muito
copiosamente, e se viam cair de seus puríssimos olhos,
grandes lágrimas, e de seu soberano rosto umas bagas
como pérolas, que muitos sacerdotes a limparam com
sanguinhos e com algodão. Esta grande maravilha se
autenticou pelo Reverendo Cabido de Olinda e se publicou
o milagre. Estes sanguinhos e o algodão molhados naquele
licor, aplicados a vários enfermos cobraram repentina
saúde. E continuamente está esta misericordiosa Senhora,
obrando muitos e grandes milagres. Aquelas lágrimas e
copiosos suores, se julgou logo serem anúncios de alguma
futura desgraça e o tempo o mostrou nos grandes trabalhos
que depois vieram àquele Estado de Pernambuco
verdadeiramente bem merecidos pelos grandes pecados
daqueles moradores. Que sente Maria Santíssima a
perdição das almas, que lhe custa derramar dos seus
misericordiosos olhos muitas lágrimas, o que os pecadores
cegos e obstinados em suas culpas não querem acabar de
conhecer senão quando vêm sobre si os castigos do Céu e
se puderam escarmentar nos trabalhos passados, em que
Deus mandou aos holandeses como ministros de sua
Justiça para os castigarem na sua cegueira e obstinação,
em que aquele Estado tanto padeceu, mas estes trabalhos
já não lembram porque passaram. Sendo Governador
daquela Capitania um homem indigno de lhe saber o nome
mandou este fazer no seu palácio da cidade de Olinda, uma
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
Comedia e puseram esta antiquíssima imagem em um altar
em que se havia de fazer uma aparência de um certo passo.
Nesta ocasião em que a Comédia se representou, mandou
o Governador, (iníquo mandado) a um soldado seu,
chocarreiro, que se mostrasse nu e descomposto feiamente
no meio daquele tablado a todo o povo, o que ele fez e que
todos censuraram e não tanto quanto merecia tão feia
galanteria que brevemente custou cara a quem a fez, e ao
Governador, autor deste e de outros grandes males, custara
bem cara a galanteria, se não fugira para a Bahia e não
tanto ao seu salvo, porque lhe atiraram um tiro que ainda
que não morreu dele levou bem que curar. Desta tão feia
farsa, julgaram todos, se ofendera tanto a Senhora, que
sendo levada para a igreja de São João, antes que
passasse um mês, se viram nela aquelas demonstrações de
sentimento. Sentindo já a perdição de tantas almas e os
trabalhos que estavam para vir aquela Capitania como se
têm experimentado, não só com tantas perdas de navios
mas nos desterros em que puseram o seu Pastor e Prelado
por desejar a saúde espiritual de todos, etc.".
Eis ai numa emocionante narrativa, a presença da
primeira imagem da Senhora do Ó em terras do Brasil. Em
muitos lugares se implantou a devoção, movida pelas
manifestações milagrosas da Imagem de Olinda. Entre elas
cita frei Agostinho a da Ilha de Itamaracá, a de Mopubú, a
de Goiana, Ipojuca, e por fim a de Nossa Senhora do Ó do
Distrito de São Paulo que ele assim descreve:
"Duas léguas distante da cidade de São Paulo há uma
aldeia de índios nas ribeiras do rio Tietê. É este rio muito
caudaloso e vai desaguar as suas correntes para a parte do
Sul no Rio da Prata, abunda de ouro e suas correntes e
suas águas são claras e puras, e suas margens em partes
adornada de frescos arvoredos. Nos mapas não põem, os
cosmógrafos, as suas cabeceiras ou nascimento no Brasil,
mas nisto estão errados, porque muitos dos moradores
daquelas Vilas, vizinhas de São Paulo que o tem navegado
nele lhas assinam. Nesta aldeia se vê o santuário da
Senhora do Ó ou da Esperança de seu felicíssimo parto .
Esta casa da Senhora fundou o ascendente de uma família
daquela cidade de São Paulo a quem chamaram os Bueno,
e os seus descendentes são hoje os seus padroeiros e eles
são os que fazem a festividade da Senhora o que fazem
com muita grandeza, e neste dia é muito grande o concurso
de devotos e de romeiros, assim da cidade de São Paulo
como dos lugares circunvizinhos".
Foi essa a origem da nossa famosa capela mineira da
Senhora do Ó em Sabará, construída junto das ricas
faisqueiras da Tapanhuacanga cujos restos ainda hoje se
reconhecem nos terrenos adjacentes. Datando a primeira
ermida muito provavelmente dos últimos anos do século
dezessete, quando por ali se fixaram os Bueno de São
Paulo, foi a ermida reconstruída em 1727 ou 29, já quando
estávamos recebendo grandes levas de portugueses que
deixavam as Índias tocados de Iá pela ocupação holandesa
no Oriente.
A Capela de Nossa Senhora do Ó de Sabará é um
magnífico exemplar estilo indo-português, que no Brasil tem
seu centro no vale do Rio das Velhas. No meio de
exuberante talha dourada sobressaem motivos pictóricos do
estilo oriental, ali executados provavelmente após a
reconstrução da ermida em 1727 ou 1729.
Esta preciosa capela conseguiu escapar à demolição
que atingiu velhas igrejas da arquidiocese de Belo Horizonte
há muitas décadas e, apesar do desaparecimento de ricas
jóias e alfaias que adornavam a Senhora do Ó, está hoje
garantida contra os atos de vandalismo pela proteção do
Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
Página 67
ORAÇÃO, Nossa Senhora da
L'Ile-Bouchard (França)
Em 1947, nos dias 8 a 14 de
dezembro,
quatro
crianças
afirmaram ter visto a Virgem Maria,
em L'Ile-Bouchard, na França. Ela
os exortou a rezar pela França que
passava por grandes aflições e
prometeu derramar muitas bênçãos
sobre as famílias. No dia 8 de
dezembro, festa da Imaculada
Conceição, a Virgem apareceu com
o anjo Gabriel à sua direita. Pelas
poucas informações colhidas, ficamos sabendo que não há
ainda um parecer oficial da Igreja acerca deste culto. A
autoridade diocesana permite o culto no local da aparição.
PAZ, Nossa Senhora da
Patrona de El Salvador
El Salvador é o menor entre todos os estados
independentes da América Central. Costuma ser chamado
de: "o país da paciência e da
esperança".
Esta formosa faixa de terra
banhada
pela
imensidão
e
imponência das águas do Pacífico
foi descoberta pelo navegante
André Niño y Cereda, em junho de
1522.
Conquistada
pelo
grande
Tonatiú, feroz guerreiro, que para
realizar seus objetivos não poupou
a vida de centenas de pessoas: o
mandatário Dom Pedro de Alavarado, audaz militar sob a
ordens de Hernán Cortez, em junho de 1524.
Luis de Moscovo, obedecendo às ordens de Alvarado,
fundou, no dia 8 de maio de 1530, a cidade de São Miguel.
Segundo a tradição, no ano de 1682, alguns mercadores
encontraram na vila do Mar do Sul salvadorenho uma caixa
abandonada; tão bem fechada que não conseguiram abri-la
com ferramentas. Certos de que continha algum objeto
valioso, levaram-na para a cidade de São Miguel, onde
encontrariam recursos para abri-la. Puseram a caixa no
lombo de um burro e iniciaram uma longa e perigosa viagem
até chegarem à cidade no dia 21 de novembro. Visando
garantir a posse do provável tesouro, dirigiram-se
primeiramente às autoridades do lugar para lhes comunicar
o achado; ao passarem diante da igreja paroquial, hoje
Catedral, o burro deitou-se por terra decidida a não mais se
levantar. Sem nenhum esforço conseguiram abrir a caixa
que continha uma formosa imagem de Nossa Senhora com
o Menino nos braços.
A origem da imagem permanece misteriosa e envolta
em lenda. Nunca se pôde descobrir qual seria o destino
daquela caixa, nem como chegou ao território salvadorenho.
Conta-se que no momento em que retiravam a imagem
ocorria uma violenta luta entre os habitantes da região. Ao
terem notícia do milagroso achado, todos depuseram as
armas e imediatamente cessaram as hostilidades; também
se relata que nas lutas fratricidas de 1883, o lado vitorioso,
em vez de promover represálias, como se esperava, fez
colocar a abençoada imagem no átrio da paróquia e, aos
pés de Maria, jurou solenemente não guardar rancores e
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
extirpar o ódio dos corações para que a paz gerasse
fraternidade e reconciliação.
Por isso deram à imagem o título de Nossa Senhora da
Paz, cuja festa é celebrada no dia 21 de novembro, para
recordar sua chegada a São Miguel.
A imagem é de tamanho regular. Talhada em madeira e
vestida de roupas brancas, tem à frente um bordado com o
escudo nacional da República de Salvador. A imagem tem
na mão uma palma de ouro, como lembrança da erupção do
vulcão Chaparrastique, que ameaçou transformar a cidade
num mar de lava ardente. Os atemorizados habitantes de
São Miguel colocaram a imagem de Nossa Senhora da Paz
na porta principal da Catedral e no mesmo instante a forte
corrente de lava mudou de direção, afastando-se da cidade.
No ponto exato onde a lava mudou seu rumo há um
povoado chamado "Milagro de la Paz". Isto ocorreu no dia
21 de setembro de 1787. Neste dia todos testemunharam
que a fumaça que saia do vulcão formava uma palma.
Vendo nisto um sinal da proteção da Virgem, o povo
resolveu colocar em sua mão uma palma de ouro,
semelhante a que contemplaram no céu.
A coroação canônica da imagem
ocorreu no dia 21 de novembro de
1921. O ourives que confeccionou a
coroa da Virgem empregou 650
gramas de ouro e muitas pedras
preciosas, entre as quais se destaca
uma grande esmeralda cercada de
brilhantes. O novo templo dedicado
a Nossa Senhora da Paz foi
concluído em 1953.
PENHA, Nossa Senhora da
Existia no norte da Espanha, uma serra muito alta e
íngreme chamada Penha de França, na qual o rei Carlos
Magno teria lutado contra os mouros desbaratando-os.
Por volta de 1434, certo monge francês sonhou com
uma imagem de Nossa Senhora que lhe apareceu no topo
de uma escarpada montanha, cercada de luz e acenando
para que ele fosse procurá-la.
Simão Vela, assim se chamava o monge, durante cinco
anos andou procurando a mencionada serra, até que um dia
teve indicação de sua localização e para lá se dirigiu. Após
três dias de intensa caminhada e escalando penhas
íngremes, o monge parou para descansar, quando viu
sentada perto dele uma formosa senhora com o filho ao colo
que lhe indicou o lugar onde encontraria o que procurava.
Auxiliado por alguns pastores da região, conseguiu achar a
imagem que avistaram em sonho.
Construiu Simão Vela uma tosca ermida nesse local,
que logo se tornou célebre pelo grande número de milagres
alcançados por intermédio da Senhora da Penha, e mais
tarde ali foi construído um dos mais ricos e grandiosos
santuários da cristandade.
Em Portugal, o culto de Nossa Senhora da Penha
iniciou-se após a batalha de Alcácer-Quibir, de tão triste
memória, na qual perdeu a vida o rei D. Sebastião. Entre os
portugueses que conseguiram escapar da escravidão
muçulmana encontrava-se um escultor chamado Antônio
Simões, o qual, no mais aceso da peleja, prometeu à
Virgem Santíssima fazer-lhe sete imagens se Ela o
conduzisse novamente à sua Pátria. Fiel ao seu voto, iniciou
logo o trabalho, esculpindo seis figuras com os respectivos
títulos. Ao chegar à sétima e não sabendo que invocação
dar-lhe, foi aconselhado por um padre jesuíta a fazer a
Página 68
imagem de Nossa Senhora da Penha, cujos milagres eram
muito comentados em Castela.
Aceitando a sugestão, o escultor luso executou a obra e
colocou-a na ermida da vitória, mas algum tempo depois
resolveu edificar-lhe uma igreja em local próximo a Lisboa e
que mais tarde se tornou conhecido como Penha de França.
Naquela época, uma peste assolou o país e como a
Espanha se livraria do flagelo graças à intervenção de
Nossa Senhora da Penha, o Senado da Câmara de Lisboa
prometeu à Mãe de Deus construir-lhe um grandioso
templo, se Ela livrasse a cidade da moléstia. Extinguiu-se a
epidemia quase subitamente, a Câmara mandou edificar
magnífico santuário naquele local.
Este tempo passou a atrair milhares de peregrinos e em
certa ocasião um devoto, tendo subido ao alto da penedia,
vencido pelo cansaço adormeceu. Uma grande cobra
aproximou-se para picá-lo quando um enorme lagarto saltou
sobre ele despertando-o a tempo de matar a serpente com
seu bastão. Essa é a razão pela qual a imagem de Nossa
Senhora da Penha tem aos pés um peregrino, a cobra e o
lagarto.
Como quase todos os títulos da Virgem Maria
registrados no Brasil no período colonial, o culto de Nossa
Senhora da Penha foi trazido por marujos portugueses e
aqui tomou grande impulso, devido à devoção dos lusitanos
emigrados que transpuseram para nossa pátria os seus
costumes e devoções.
Um dos mais famosos templos brasileiros dedicados a
esta invocação é o de São Paulo. Segundo os antigos
cronistas, um viajante francês seguia de Piratininga para o
Norte, levando em sua bagagem uma imagem de Nossa
Senhora da Penha de França. Ao passar pelo morro
chamado então Aricanduva, parou para descansar. Ao
continuar o trajeto no dia seguinte, notou a falta da santa.
Voltou para procurá-la e foi encontrá-la no lado do morro de
Aricanduva. Guardou a imagem no baú e prosseguiu
viagem, mas, ao chegar no pouso seguinte, notou a falta da
efígie, que foi encontrada novamente no local onde pousara.
Este fato repetiu-se várias vezes e ele, vendo nisso a
vontade do céu, ali plantou uma pequena ermida.
O padre Jacinto Nunes, filho de um dos primeiros
habitantes de São Paulo de Piratininga, transferiu a imagem
e a capela para o alto do morro onde se encontra a secular
matriz da Penha. Não sabemos exatamente a data da
fundação deste templo, mas é certo que em 1667 ela já
existia e era cercado de alpendres
como as mais antigas igrejas do
Brasil. Em 1687 o bispo D. José de
Barros alarcão quis transferir a
imagem de Nossa Senhora da
Penha para um recolhimento, mas
as mulheres do bairro se revoltaram
e a Padroeira ali permaneceu.
Ela é atualmente a Protetora da
cidade de São Paulo e sua igreja
está coberta de promessas e exvotos.
A ermida da Penha, no Rio de Janeiro, foi fundada no
início do século XVII pelo capitão-mor Baltasar Cardoso,
senhor de um engenho de açúcar naquela localidade, tendo
sido substituída pelo atual templo construído no século XIX,
que se avista de todo o litoral da Guanabara.
A festa de Nossa Senhora da Penha realiza-se no Rio
de Janeiro em outubro e é a solenidade religiosa mais
popular da bela metrópole guanabarina. Centenas de
peregrinos vindos de várias partes da Cidade Maravilhosa e
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
de outros Estados sobem devotamente os 365 degraus
cavados na rocha, a fim de agradecerem à Virgem Maria
alguma graça alcançada, ou para rogarem pela saúde de
seus entes queridos. Esta festividade, que se celebra desde
1713, é sempre acompanhada de folguedos populares e
animada pelas músicas e danças em homenagem à Santa
Padroeira. Atualmente, entretanto, ela tomou nova feição e
ganhou maior colorido e afluência, devido às obras de
reforma e melhoramento do parque da Penha,
empreendidas pelo governo do antigo Estado da
Guanabara.
A história e a lenda de Nossa Senhora da Penha de
Vitória, no Espírito Santo são ainda mais antigas que as da
ermida paulista.
Num belo dia de maio do ano de 1535, em terras
goitacás no meio da mata, onde se podia ouvir o grito dos
papagaios, e o farfalhar das folhas das árvores gigantescas,
um ruído estranho ecoou pelos ares. Era um tiro de canhão,
talvez o primeiro a ser ouvido em plagas capixabas. A
caravela "Glória" acabava de fundear na enseada da futura
Vila Velha, trazendo o donatário Vasco Fernandes Coutinho,
fidalgo português que havia deixado sua abastada Quinta
no Alenquer para tomar posse da capitania, à qual deu o
nome de Espírito Santo.
A esperança que o dominava ao desembarcar nas
praias do Novo Mundo foi aos poucos se apagando devido
às lutas entre colonos e naturais da terra e Vasco Coutinho
mandou vir do Reino alguns padres a fim de pacificá-los.
Entre os missionários que ali chegaram durante o governo
do inditoso donatário, estava o Frei Pedro Palácios,
franciscano espanhol, que trazia em sua bagagem um
belíssimo painel de Nossa Senhora, o mesmo que ainda
existe no convento da Penha de Vitória. Na azáfama do
desembarque, não notaram os companheiros o
desaparecimento do santo frade e somente após dois dias
acharam-no numa gruta ao pé da montanha, onde havia
exposto o painel da Virgem, convidando os fiéis à prece e à
meditação.
Certo dia os devotos não encontraram Frei Pedro e nem
o painel. Pelo latido do cãozinho que sempre o
acompanhava, descobriram-no na escarpa do morro que
domina a bela baía de Vitória. Contou então que o painel
havia desaparecido e ele estava a procurá-lo. Após ingentes
esforços, um grupo de pessoas conseguiu atingir o cume do
monte e ali, entre duas palmeiras, encontraram a pintura.
Religiosamente foi a tela reconduzida à gruta, mas diante do
ocorrido, Frei Pedro iniciou a construção da Igreja dedicada
a São Francisco, na chapada, junto ao cume da montanha e
para lá levou o painel de Maria.
A imagem de São Francisco lá ficou, mas o quadro da
Virgem novamente desapareceu sendo encontrado ainda
uma vez no píncaro, entre as duas palmeiras. Resolveu
então o frade construir uma ermida no cume de penhasco, e
ele mesmo, velho e alquebrado, carregou os primeiros
materiais até o lugar da capela. Realizado o seu grande
º
sonho, a igreja foi solenemente inaugurada a 1 de maio de
1570, e, enquanto se elevavam os foguetes e as
manifestações de alegria dos que ali se encontravam, subiu
ao céu a alma de Frei Pedro Palácios ao som dos sinos da
ermida da Penha.
Após a morte de Frei Palácios, a ermida ficou a cargo de
alguns devotos e amigos, que a conservaram. Esta situação
perdurou até 1591, quando as autoridades de Vila Velha e
de Vitória decidiram entregar a Capela da Penha aos
Frades Franciscanos. Desde então, os filhos de São
Francisco aumentaram a capela, e a transformaram no
célebre Santuário. Em fins de 1651 teria sido lançada a
Página 69
pedra fundamental do Convento de Nossa Senhora da
Penha. O Conventinho teve sua construção rematada em
1660 necessitando, a partir de então, de constantes
melhorias e reparos.
A Festa da Penha, com romarias e afluência de devotos
de todo o Brasil, acontece na primeira segunda-feira após a
Páscoa. Um grande incentivador da festa foi Frei João
Nepomuceno Valadares, natural de Vitória, que destacou-se
como restaurador do Santuário do Convento, realizando
obras de grande vulto nos anos de 1853 a 1862. Faleceu
em 1865 e foi enterrado numa parede interna do Convento
de São Francisco de Vitória, bem em frente à porta da
sacristia.
Fontes: Nilza Botelho Megale, "Invocações da
Virgem Maria no Brasil"
PERPÉTUO SOCORRO, Nossa Senhora do
Na ilha de Creta havia um quadro da Virgem Maria muito
venerado devido aos estupendos milagres que operava.
Certo dia, porém, um rico negociante, pensando no bom
preço que poderia obter por ele, roubou-o e levou-o para
Roma.
Durante a travessia do Mediterrâneo, o navio que
transportava a preciosa carga foi atingido por terrível
tempestade, que ameaçava submergi-lo. Os tripulantes,
sem saber da presença do quadro,
recorreram a Virgem Maria. Logo a
tormenta amainou, permitindo que a
embarcação ancorasse, sendo salva
num porto italiano.
Algum tempo depois o ladrão
faleceu e a Santíssima Virgem
apareceu a uma menina, filha da
mulher que guardava a pintura em
sua casa, avisando que a imagem
de Santa Maria do Perpétuo Socorro
deveria ser colocada numa igreja. O milagroso quadro foi
então solenemente entronizado na capela de São Mateus,
em Roma, no ano de 1499, e aí permaneceu recebendo a
homenagem dos fiéis durante três séculos, até que o templo
foi criminosamente destruído. Os religiosos se dispersaram
e a santa caiu no esquecimento.
Em meados do s6culo XIX, o papa Pio IX chamou a
Roma os padres Redentoristas, que se estabeleceram no
antigo convento dos Agostinianos, no local onde existira a
igreja de São Mateus. Foi então que um dos religiosos
encontrou documentos relativos a uma imagem da Virgem
Maria, famosa pelos grandes milagres que realizava. Após
muita procura o quadro foi encontrado por uma revelação
especial de Nossa Senhora.
Finalmente em 1866 a milagrosa efígie foi conduzida
triunfalmente ao seu atual santuário por ordem do Santo
Padre, que recomendou aos filhos de Santo Afonso de
Ligório: - "Fazei que todo o mundo conheça o Perpétuo
Socorro". De seu trono no Monte Esquilino a devoção se
irradiou por todo o planeta. No Brasil esta invocação de
Maria chegou no final do século passado com os padres da
Congregação do Santíssimo Redentor que aqui se
estabeleceram em 1893.
A ilha de Creta esteve durante muitos séculos dominada
pelos muçulmanos, que destruíram muitos documentos
cristãos, por isso nada se descobriu sobre a origem do
milagroso ícone, nem mesmo na igreja onde ele era
venerado antigamente. É uma pintura sobre madeira, em
estilo bizantino, onde se enlaçam a arte e a piedade, a
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
elegância e a simplicidade. Dizem os entendidos que deve
ser uma das diversas cópias do retrato da Virgem
Santíssima feito por São Lucas e que o pintor era grego,
porque são helênicas as letras das inscrições.
Quanto ao titulo de Nossa Senhora do Perpétuo
Socorro, foi a própria Virgem que o usou, falando à menina
a quem apareceu; ou porque fosse esse o título da imagem
invocada em Creta, ou porque desejasse ser venerada com
este nome daí por diante.
A interessante história da imagem da Senhora do
Perpétuo Socorro está magnificamente apresentada no
interior da igreja paroquial do bairro do Grajau, no Rio de
Janeiro, em pintura do artista Antônio Maria Nardi. Este
templo, construído em estilo romano-bizantino para
combinar com o famoso quadro, é muito visitado pelos
jovens estudantes de arquitetura interessados em apreciá-lo
de perto. 0 altar-mor foi executado em um único bloco de
mármore de Carrara, sem emendas, e sobre ele pode-se
admirar um enorme painel de 100 metros quadrados,
representando a Virgem do Perpétuo Socorro.
Também conhecida como Igreja do Cuscuz, pelo seu
formato cônico, a Igreja de Nossa Senhora do Perpétuo
Socorro, em Garanhuns, Pernambuco, foi construída pelos
padres redentoristas holandeses na década de 50 e logo
transformou-se num dos templos religiosos mais exóticos do
interior do Nordeste.
A festa de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro é
celebrada no dia 27 de junho.
PILAR, Nossa Senhora do
Patrona da Espanha
Segundo uma antiga tradição,
desde os primórdios de sua
conversão, os cristãos primitivos
ergueram uma ermida em honra da
Virgem Maria, às margens do rio
Ebro, na cidade de Zaragoza, na
região de Aragon, na Espanha. A
capelinha
primitiva
foi
sendo
reconstruída e ampliada com o
correr
dos séculos, até
se
transformar na grandiosa basílica
que acolhe, como centro vivo e
permanente de peregrinações a numerosos fiéis que, de
todas as partes do mundo, vêm rezar à Virgem e venerar
seu Pilar.
Outra venerável tradição afirma que a Virgem apareceu
sobre um pilar junto ao Ebro, ao apóstolo São Tiago, que
chegara à Espanha para anunciar o Evangelho quando
estava desanimado pelos insucessos, já disposto a retornar
a Jerusalém.
Trata-se de uma invocação que
tem sido objeto de particular
devoção
dos
espanhóis.
Dificilmente poder-se-á encontrar
na nação espanhola um povoado
que não guarde com amor a
pequena imagem sobre a santa
coluna.
Muito para além dos milagres
espetaculares, a Virgem do Pilar é
invocada
como
refúgio
dos
pecadores, consoladora dos aflitos,
Mãe da Espanha. Sua ação é sobretudo espiritual. A
devoção ao Pilar tem uma enorme penetração na Ibero-
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américa, cujos países celebram o dia do descobrimento de
seu continente a 12 de outubro, isto é, no dia do Pilar.
A Basílica fica aberta o dia inteiro, mas nunca faltam os
fiéis que chegam ao Pilar em busca de reconciliação, graça
e diálogo com Deus.
É popular na Espanha, especialmente a região de
Aragon, a jaculatória: "Bendita seja a hora em que a Virgem
veio em carne mortal a Zaragoza". Outra tradição chega a
afirmar que a visita da Virgem à Espanha tenha ocorrido
durante sua vida terrena.
O Papa João Paulo II, por duas vezes escolheu este
santuário como primeiro passo de suas viagens à América
Latina: em 1979, para assistir à Conferência de Puebla e em
1984 para inaugurar as comemorações do V Centenário do
descobrimento e o início da evangelização na América.
O Papa dizia nessa basílica, citando Puebla: "Ela (Maria)
tem que ser cada vez mais a pedagoga do Evangelho na
América Latina" (Puebla, 290). "Sim, continua dizendo o
Papa, a pedagoga, a que nos conduz pela mão, que nos
ensina a cumprir o mandato missionário de seu Filho e a
guardar tudo o que Ele nos ensinou. O amor à Virgem
Maria, Mãe e Modelo da Igreja, é garantia da autenticidade
e da eficácia redentora de nossa fé cristã".
PINDAMONHANGABA, Nossa Senhora em
São Paulo
VER MENSAGENS (PINDAMONHANGABA)
Nota: Ainda não recebeu um parecer oficial da Sé
Apostólica
POBRES, Nossa Senhora dos
Banneux, Bélgica
A aldeia de Banneux, na Bélgica, encontra-se a 25 km
da cidade de Lieja. O local não possui nenhuma atração
turística. Na rodovia que vai de Louveigné a Pepinster, a um
quilômetro da igreja paroquial, encontra-se uma modesta
casa de operários onde vive a família Becó. Úmido e
pantanoso, o lugar é conhecido como "La Fange". Diante da
casa há uma pequena horta.
Em 1933, a família compunhase dos pais e sete filhos. A mais
velha, Mariazinha, nascera a 25 de
março de 1921. No dia 15 de
janeiro de 1933, um domingo de
inverno
repleto
de
neve,
Mariazinha, por volta das sete
horas da noite, olha pela vidraça da
janela da cozinha seu irmão Juliano
que retorna após ter saído com
seus companheiros.
Repentinamente a menina vê uma formosa Senhora,
toda resplandecente. É a Santíssima Virgem que a convida
a aproximar-se. A mãe a proíbe e a Senhora desaparece.
Três dias depois, novamente às sete horas da noite,
Mariazinha sai de sua casa e a Virgem lhe aparece pela
segunda vez.
A aparição retorna outras seis vezes, a partir de 15 de
janeiro até o dia 2 de março. Revela-se como a Virgem dos
Pobres e manifesta a Mariazinha o desejo de que se
construa uma capela e se reze muito.
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
Também afirma que uma fonte de água está à
disposição de todos, especialmente dos enfermos.
Finalmente revela-se como a Mãe de Deus.
Em 1949 o bispo de Lieja, Dom Kerkhofs, reconhece
oficialmente a verdade das aparições de Banneux, onde se
constrói um santuário muito freqüentado não somente por
fiéis belgas como de outros países da Europa. Numeros
templos surgiram depois em diferentes partes em honra da
"Virgem dos Pobres".
PONTMAIN, Nossa Senhora de
Pontmain é uma pequena aldeia difícil de ser encontrada
nos mapas. Escondida no Bas-Maine, em torno de uma
fortaleza hoje em ruínas, e localizada entre a Bretanha e o
resto da França, sempre teve bons prados delimitados por
enormes faias. Mal dá para ver suas casas, tão escondidas
estão entre suas terras. São os anos da guerra francoprussiana de 1870-1871, que terminaria com a vitória dos
prussianos, a queda do imperador Napoleão III e a Comuna
de Paris.
Trinta e oito moços da aldeia
tinham saído para a batalha, mas
antes o pároco do lugar, como
especial proteção, os consagrara à
Virgem Maria. E, claro, todos
voltaram, sem sofrer baixas, depois
da rendição francesa.
Devia ser por volta das seis da
tarde daquele 17 de janeiro de 1871.
Anoitecia. Às portas do celeiro do
pai, Eugênio Barbedette, 12 anos
de idade, e seu irmão mais novo ajudavam a "esmagar os
talos de tojo para a ração do cavalo", escreve o monge
carmelita Rafael-M.López Melus. Eugênio foi o primeiro a
ver, ao dar uma olhada no céu, uma jovem e bela Senhora
suspensa que olhava para ele sorridente. Era de grande
dimensões. Chamou a atenção de seu irmão José, de seu
pai e de uma mulher que ia passando casualmente.
Somente o irmão pequeno de Eugênio viu a mesma coisa
que ele vira. "Oh, sim!", respondeu José, "Vejo uma
Senhora bela e grande, vestida com uma túnica azul
brilhante, como as bolas de anil que usam para a roupa."
O vestido dela está coberto de estrelas; seu rosto,
branco como a neve, voltado para a Bretanha, para o oeste,
terra que deseja proteger da invasão. ela exibe, com
majestade, um diadema simples de rainha. Acorrem outras
crianças, e algumas também vêem a aparição, que ficou no
ar daquele jeito durante umas três horas. Também chegou o
sacerdote, mas como os pais, não viu nada. Rezaram... E
apareceu no céu, sucinta, esta mensagem:
"Meus filhos, rezai. Deus vos ouvirá muito breve. O
meu Filho deixa-se comover."
Mas, ao que parece, nem só as
crianças viram a aparição. algo
afastado do local da visão de
Pontmain achava-se o general
prussiano von Shimidt com suas
tropas. Muitos soldados ouviramno comentar na manhã do dia 18
de janeiro:
"Isso
acabou!
Não
avançaremos mais; Lá embaixo,
Página 71
no lado da Bretanha, uma Senhora invisível barra-nos o
caminho."
E foi assim que o oeste foi salvo...
Por acaso a Prússia fora um instrumento das profecias
que castigava a infiel França? Conta René Laurentin em seu
Livro, estando as tropas prussianas perto do convento das
freira de Nevers, Bernadette Soubirous comentou:
"Eu temo apenas os maus católicos(...); eu bem que
preferia não ver os prussianos, mas não os temo. Deus
está em toda parte, inclusive entre os prussianos."
E Melaine, anos antes, escrevera em um quadro-negro
"prussianos 1870."
O bispo de Laval, monsenhor Wicart, nomeou
imediatamente uma comissão para pronunciar-se sobre a
aparição. Um ano depois, em 2 de Fevereiro de 1872,
mandava imprimir uma pastoral aprovando o episódio e o
culto à Virgem da Esperança de Pontmain.
PRAZERES, Nossa Senhora dos
Bem antes da última peste que houve em Lisboa, em
1599, uma imagem da Mãe de Deus apareceu sobre uma
fonte em Alcântara, na quinta dos Condes da Ilha. Essa
fonte começou a ser chamada de "santa" porque sua água
passou a curar várias enfermidades. Os condes levaram a
imagem para sua casa, colocando-a em seu oratório. No
entanto, certo dia a mesma imagem desapareceu do seu
lugar para ser encontrada sobre um poço. Nossa Senhora
manifesta-se, então, a uma menina, dando-lhe a missão de
pedir aos vizinhos e familiares para ali construirem uma
capela onde ela fosse venerada sob o título de Senhora dos
Prazeres. As pessoas não duvidaram da criança e em
pouco tempo a ermida foi erguida. A imagem foi ali
depositada e os prodígios começaram a ocorrer.
Nossa Senhora dos Prazeres é a mesma Nossa
Senhora das Sete Alegrias, devoção de
origem franciscana.
As maiores alegrias ou os maiores
prazeres de Maria Santíssima , que
foram enumerados por um noviço
franciscano, são os seguintes: a
anunciação do anjo, a saudação de
Isabel, o nascimento de Jesus, a visita
dos Reis Magos, o encontro com o
Menino no templo, a primeira aparição
do Ressuscitado e a sua coroação no
céu.
Portugal foi a primeira nação católica a festejar as
alegrias de Maria.
No Brasil, Nossa Senhora dos Prazeres é padroeira da
catedral e da diocese de Lages (SC), onde sua festa é
celebrada em 15 de agosto. Na arquidiocese de Maceió, da
qual também é padroeira, a festa é em 27 de agosto. No
estado do Espírito Santo, no Santuário de Nossa Senhora
da Penha, em Vila Velha, as sete alegrias de Nossa
Senhora são comemoradas no domingo da Pascoela.
Existem igrejas dedicadas a esta invocação também em
Minas Gerais (Diamantina e Lavras Novas) e em São Paulo,
na cidade de Piracicaba. O templo mais famoso é o que se
situa nos Montes Guararapes, perto de Recife, que foi
reformado e embelezado pelos Monges Beneditinos em
1782.
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
PURIFICAÇÃO, Nossa Senhora da
Ver CANDEIAS, Nossa Senhora da
RAINHA DO ROSÁRIO, Nossa Senhora
Manaus - Amazonas - Brasil
A primeira pessoa que viu Nossa Senhora, foi Maria do
Carmo. Este fato aconteceu no dia 02 de maio, do ano
1994.
Edson Glauber, já havia escutado por primeiro a voz da
Virgem Maria, quando rezava o terço em sua casa, num dia
de sábado, com alguns amigos. Edson Glauber escutou
uma voz suave como se fosse um eco, uma melodia
celestial, que lhe disse:
" Reze com o coração! "...
Logo em seguida, Edson escutou novamente a mesma
voz, que continuou dizendo:
" Reze o rosário todos os dias. Eu estou para chegar.
Aguarde! "
Na segunda feira, às 4:00hs, sua mãe Maria do Carmo,
acordou com o desejo muito grande de rezar o rosário e se
dirigiu para sala de sua casa onde existe até hoje um altar
destinado a Nossa Senhora. Quando Maria do Carmo
estava por finalizar o ultimo terço do rosário, faltando três
Ave-Marias do último mistério glorioso, foi surpreendida por
uma luz muito radiante, da qual apareceu uma linda jovem
toda vestida de branco, que tinha os pés delicados apoiados
numa nuvem, e com as duas mãos segurava à sua frente,
um terço de contas azul-celeste bem suave que mostrava
para Maria do Carmo. Nossa Senhora, neste dia disse a
seguinte mensagem: " Reze, reze! ".
Esta foi a primeira aparição. Pelo
final do mês de maio depois de ter
escutado Nossa Senhora por várias
vezes que lhe transmitia pequenas
mensagens, foi que Edson Glauber
a viu pela primeira vez.
Viu-a semelhante a Rosa Mística
toda de branco com três rosas:
branca,
vermelha
e
amarelo
dourado, que enfeitavam o manto
fechado abaixo do pescoço. Esta
aparição durou apenas alguns
segundos. Foi rápida, mas deixou uma profunda alegria no
coração de Edson Glauber. Nos dias seguintes, Nossa
Senhora começou a vir toda vestida de branco ou quando
não, com o véu branco e um vestido azul-cinza. Às vezes
traz sobre a sua cabeça uma coroa dourada muito linda,
com pedras preciosas e às vezes, pequenas estrelas
douradas, em número de 12, que formam um belo círculo.
Quando Interrogada por Edson Glauber:
- Quem está aparecendo para minha mãe e falando
comigo?
Ela respondeu:
- "Eu sou a bem-aventurada Virgem Maria, a mãe de
Jesus!"
Nossa Senhora quer ser conhecida em Manaus, como
Rainha do Rosário e em Itapiranga como Rainha da Paz.
Ela mesma explicou o motivo pelo qual apareceu com dois
títulos:
"Porque eu quero mostrar a vocês, que é com a reza do
rosário que o mundo vai encontrar a paz!"
Página 72
Sempre inicia seu diálogo com os seus confidentes
dizendo por primeiro a seguinte saudação: "A paz esteja
com vocês!"
Ela veio ao nosso meio, justamente para nos transmitir a
mensagem da Paz e do Amor de Deus.
As aparições estão sendo acompanhadas pela Igreja
local. Edson mantém informado o Arcebispo D. Luiz,
entregando-lhe as mensagens da Virgem.
Foi designado por D. Luiz, um sacerdote para
acompanhá-lo, Padre Danilo, do PIME.
Todas as mensagens são analisadas por eles, antes de
serem passadas ao público.
Nos dias marcados para as aparições numerosos fiéis
se deslocam de vários lugares para cidade de Itapiranga
onde se realiza uma grande procissão, até os locais
indicados onde Jesus e a Virgem Maria aparecem.
Nota: Ainda não recebeu um parecer oficial da Sé
Apostólica
Colaboração de Maria Beatriz de Castro Batista.
RAINHA DOS APÓSTOLOS , Nossa Senhora
Pe. Tiago Alberione fundou em
1914 um conjunto de instituições
religiosas
conhecidas
como
"Família Paulina", que hoje conta
com mais mais de dez mil membros
espaIhados pelo mundo inteiro.
Inspirando-se na vida de São
Paulo, o maior divulgador da
mensagem de Jesus Cristo nos
primórdios do cristianismo, instituiu
a Pia Sociedade de São Paulo e a
Pia Sociedade das Filhas de São
Paulo, para se dedicarem ao apostolado da imprensa falada
e escrita
Em sua ação missionária o Padre Alberione sentiu, de
maneira especial, a presença da Mãe de Deus, e quis que
seus discípulos a venerassem sob o título de Rainha dos
Apóstolos. Desejando uma imagem significativa para sua
Padroeira, mandou fazer um grande painel da Virgem pelo
artista romano J.B. Conti, para a igreja matriz das
congregações, edificada em agradecimento à proteção de
Nossa Senhora aos filhos e flihas espirituais durante a
Primeira Grande Guerra. 0 pintor representou a Mãe
Santíssima de pé entre os apóstolos, oferecendo ao mundo
o seu filho Jesus.
Durante a última guerra mundial uma bomba caiu entre
o Seminário e a Casa dos Irmãos e não atingiu nenhum
deles, mostrando assim a benção de Maria ao trabalho
Paulino.
Contudo, esta invocação não é recente, pois já existia
nas Ladainhas Loretanas, instituídas por São Gregório
Magno no século VII (apesar de alguns acréscimos
posteriores). É também bastante conhecido nos meios
artísticos um mosaico bizantino do século XII, na igreja do
Torcello (Itália), no qual a Mãe de Deus aparece de pé com
o Menino Jesus ao colo, rodeada pelos doze apóstolos.
Quase um século antes de Tiago Alberione, o fundador
da Sociedade do Apostolado Católico, S. Vicente Pallotti, já
havia colocado a sua obra missionária sob a tutela da
Rainha dos Apóstolos, a fim de que os seus filhos, unidos
em sincera e profunda devoção a Maria, com Ela e por Ela
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
alcançassem as luzes e graças do Espírito Santo para
tornarem-se destemidos propagadores do Reino de Cristo.
A sua Sociedade, composta de 3 grupos: ospadres
palotinos, as irmãs educadoras e os colaboradores leigos,
lutou a principio com a incompreensão da comunidade de
sua época, só obtendo maior apoio em nosso século devido
a transformação da mentalidade católica, voltada
atualmente para o campo social.
0 primeiro grande incentivo ao seu trabalho lhe foi dado
pelo Papa Gregório XVI que, olhando com bons olhos os
ideais de S. Vicente Pallotti e a nascente organização
religiosa, ofereceu-lhes a igreja de S. Salvador in Onda,
assim como o convento anexo,
para
sede
da
congregação.
Procedendo
as
reformas
necessárias, o Santo aproveitou a
primeira oportunidade para ornar o
presbitério com magnífica tela
representando a descida do Espirito
Santo sobre Maria e os Apóstolos,
reunidos no Cenáculo.
Após a morte de seu fundador,
ocorrida em 1850, a Pia Sociedade
passou
por
uma
fase
de
estagnação, porém, abençoada por Deus, logo se reanimou,
espalhando-se por todos os continentes.
Os colonos italianos radicados em 1878 na aldeia de
Vale Veneto, Rio Grande do Sul, deplorando a falta de
sacerdotes, resolveram enviar à Itália uma pessoa de
confiança em busca de Padres, que atendessem as
necessidades espirituais de suas famílias. 0 mensageiro
dirigiu-se ao Superior Geral dos Palotinos em Roma e a 25
de julho de 1886 chegaram os dois primeiros padres,
recebidos com manifestações de júbilo pela Colônia. Esta
foi a residência inicial da Congregação na Terra de Santa
Cruz.
A pequena semente cresceu e a obra dos missionários
se espalhou, não só no Rio Grande, como nos Estados do
Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais,
divulgando em suas igrejas o culto à Rainha dos Apóstolos.
Através da história das congregações Palotinas e
Paulinas, a Santíssima Virgem tem-se manifestado como
Mãe, Mestra e rainha dos apóstolos do século XX,
atendendo solícita às súplicas de todos aqueles que de
qualquer maneira trabalham para a salvação das almas e a
expansão do Reino de Deus.
REMÉDIOS, Nossa Senhora dos
Esta devoção foi introduzida em
Portugal por religiosos franceses da
Ordem Hospitalar da Santíssima
Trindade, que estiveram em Lisboa
no início do século XIII. A finalidade
desta Ordem era a Redenção dos
cativos no oriente e sua padroeira
era Nossa Senhora dos Remédios.
Esta confraria se espalhou pela
Europa, especialmente na Península
Ibérica. Até o século XVIII já havia
libertado 900.000 prisioneiros.
Os irmãos da Santíssima Trindade trouxeram para o
Brasil a mesma devoção, erguendo capelas em sua honra
em várias províncias do Nordeste e nas regiões barrocas de
Minas Gerais. No entanto, os santuários mais famosos se
encontram em Paraty, São Paulo e Fernando de Noronha
Página 73
Em Paraty, a primitiva igreja de Nossa Senhora dos
Remédios foi construída em 1646 num terreno doado por
Maria Jácome de Melo. O atual templo teve sua construção
iniciada em 1787, com a finalidade de substituir uma outra
igreja de pedra e cal, de 1712, e considerada pequena para
atender a toda a população de Paraty. A obra foi por
diversas vezes paralisada por falta de verbas. Finalmente,
graças à ajuda de D.Geralda Maria da Silva., em 1873, foi
entregue ao culto público. De estilo neoclássico, sobressai
por sua imponência e, ao mesmo tempo, pela sobriedade e
despojamento, característicos desse estilo. Sua planta tem
traçado característico do século XVIII; nave única e dois
corredores laterais compartimentados e ligados à nave
central. Entre as imagens destacam-se a de N. S. dos
Remédios, provavelmente adquirida na Espanha no século
XIX, e as imagens da Via Sacra , todas em tamanho natural.
A Matriz era a igreja freqüentada pela burguesia branca de
Paraty. As irmandades do Santíssimo Sacramento, de
Nossa Senhora dos Remédios de São Roque e de São
Miguel das Almas já funcionaram ao lado da Confraria do
Terço, mas hoje, de todas, apenas resta a Irmandade do
Santíssimo. Atualmente em suas galerias superiores
funciona a pinacoteca Antônio Marino Gouveia, com obras
de Anita Malfatti, Djanira, Di Cavalcanti, Armando Viana,
Franck Sheaffer, J.Graz, integrantes da "Semana de 22" e
outros.
Em São Paulo, a igreja dos Remédios, com seu
frontispício de azulejos e sua história recheada de lendas,
estava situada na praça João Mendes. Era o refúgio dos
escravos perseguidos e, nos últimos tempos do Império, o
reduto preferido dos abolicionistas. Em 1941 ela foi
demolida para o alargamento da praça, conhecida
antigamente como Largo dos Remédios.
A única igreja existente na ilha de Fernando de Noronha
é consagrada à Senhora dos Remédios, construída em
estilo colonial português em 1737, logo depois da expulsão
dos franceses. Fica próxima à sede do governo da Vila dos
Remédios, sob a proteção, hoje simbólica, do forte do
mesmo nome.
A festa de Nossa Senhora dos Remédios é uma festa
secular que se realiza anualmente, no domingo anterior à
Ascensão, na cidade de Tortosendo, em Portugal. Por ser
uma celebração bem peculiar, com um histórico pitoresco,
deter-nos-emos sobre a mesma, apresentando informações
conseguidas na internet.
Os Tortosendenses continuam a ser ardorosos devotos,
acorrendo em grande número à sua festa que se realiza,
anualmente, no domingo anterior à Ascensão, situada num
local bem aprazível e de onde se pode desfrutar um dos
mais belos panoramas da região. Mas muitos são ainda
aqueles que lembram, com saudade, o tempo em que a
Festa de Nossa Senhora dos Remédios se realizava em
quinta-feira da Ascensão, juntando a essa saudade uma
certa mágoa pelo fato da festa ter mudado de dia, ainda
antes da Ascensão ter deixado de ser dia santo de guarda,
não encontrando assim justificação aceitável.
Todavia, a celebração da Festa nesta data era uma
situação excepcionalíssima no país, não era um direito
adquirido pelos tortosendenses, já que um dia destinado no
calendário litúrgico cristão a uma celebração tão importante
como a subida de Cristo ao Céu, não deveria ser partilhada
com qualquer outra "para que não perdesse de forma
alguma o seu brilho". Assim sendo, todos os anos algum
tempo antes da Festa, ia o Prior de então, reverendo Padre
Ardérius, com elementos da comissão das Festas, pedir
uma autorização especial ao Senhor Bispo da Guarda, "com
o argumento de que era tradição a realização da festa
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
nesse dia" e, ano a ano, acedia o digníssimo Prelado,
correspondendo, desta forma, ao desejo do povo do
Tortosendo.
Mas num determinado ano o senhor Prior, invocando
"que a lei deveria ser cumprida que em algum ano havia
que começar", resolveu não ir à Guarda e decidiu que a
festa passasse para o domingo seguinte. Não aceitou bem a
Comissão de Festas tal decisão e demitiu-se, não obstando,
no entanto, a que a mesma se celebrasse, por iniciativa do
Pároco. Estranhou o povo tal mudança e estranhou, mais
ainda, o fato de, contrariamente ao que acontecera, os
campos e pinhais à volta da Capela estarem vedados,
argumentando os proprietários que "era dos usos e
costumes da região que as sementeiras se iniciassem logo
após a Ascensão", pelo que os trabalhos já haviam sido
iniciados, nesse ano. Facilmente esta dificuldade foi
ultrapassada nos anos seguintes, pois passou, então, a
Festa a ocorrer, no domingo anterior à Ascensão, para que
os romeiros pudessem merendar livremente nos campos e
pinhais circundantes.
Para dar "mais pompa e luzimento" à Festa de Nossa
Senhora dos Remédios constituiu-se, cerca de 1940, uma
Comissão que se compunha de um Juiz, um Tesoureiro,
Gerentes e outros colaboradores e durante vários anos não
sofreu grandes alterações.
Tinha a comissão a seu cargo, toda a organização da
Festa e ainda um trabalho muito cuidadoso, o da
"atualização automática do Caderno dos Mordomos e
Mordomas de Nossa Senhora": havia a preocupação de
inscrever imediatamente as crianças que nasciam ou
aquelas outras pessoas que vinham de novo para o
Tortosendo, sendo assim nomeados mordomos ou
mordomas, chegando-se a 231 e 188 respectivamente, num
total de 419, número bastante representativo.
Entretanto já perto da Festa, a Comissão enviava-lhes
uma carta-circular, apelando à sua generosidade, de modo
a angariar mais fundos.
Alguns dias antes, era Nossa Senhora trazida da sua
ermida, sem procissão, até à Igreja Paroquial, onde o andor
era então, enfeitado com flores artificiais, sedas e cetins nas
cores branca e azul, os quais haviam sido cuidadosamente
guardados de um ano para outro. E era imediatamente a
seguir à celebração da Missa da Hora que se dava início à
única Procissão, com as imagens de Nossa Senhora e de S.
José. Abriam-na dois altos e pesados estandartes, um de
Nossa Senhora dos Remédios e outro do Santíssimo, cada
um deles levado por um homem bem possante, codjuvado
por mais dois companheiros que, segurando em cordas que
pendiam lateralmente do alto, os ajudavam a equilibrar,
todos eles envergando as opas pertencentes à Comissão,
que ficavam ao longo do ano à guarda do Juiz.
Os Anjos espalhavam-se pela Procissão, mas sempre à
frente da Nossa Senhora. Atrás deste andor seguiam
pessoas com suas ofertas de: galinhas, coelhos, pombos,
pães-de-ló que "eram dadas pelas pessoas que viviam bem
e por todas as que faziam promessas por doenças, quando
os filhos iam para a tropa ou por qualquer afronta". Também
já se cumpriam promessas indo descalço ou levando velas
da altura respectiva. "A procissão do dia era assim
imponente". Na Capela havia missa cantada com três
padres e sermão, e fazia-se a leitura dos nomes dos
mordomos e mordomas.
Somente em plena segunda Guerra, e com a intenção
muito especial de se pedir pela paz, é que se resolveu fazer
uma Procissão das Velas, à noite, na véspera da festa,
tendo vindo Nossa Senhora em procissão o que aconteceu
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pela primeira vez, mas veio afinal a tornar-se na expressão
máxima da devoção a Nossa Senhora. Nessa ocasião, e
pela primeira vez, "o andor foi enfeitado com flores naturais
(exclusivamente novelos)" que se pediram em várias casas.
Nesta Procissão as senhoras vinham em duas filas, com
velas e terminava com o andor de Nossa Senhora e os
homens, em grande número seguiam atrás cantando.
ROCAMADOUR, Nossa Senhora de
França
As
peregrinações
a
Rocamadour, na França, são
célebres desde a Idade Média.
Segundo a tradição, o santuário foi
fundado
nos
primórdios
do
cristianismo, por meio de um altar
erigido em honra de Nossa Senhora
pelo aduaneiro Zaqueu de Jericó,
que foi para a Gália após a morte de
Cristo. Reza a lenda que a imagem
de Nossa Senhora sentada num
trono com o Menino ao colo, se
esculpiu a si mesma do tronco de uma árvore.
Mais tarde Zaqueu mudou seu nome para Amador, de
onde provém o título de Nossa Senhora: Nossa Senhora de
Rocamadour, isto é, Nossa Senhora da Penha ou Rocha
(Roc) de Amador.
Para alcançar o cume do rochedo, onde está situado o
santuário, há 217 degraus que o peregrino devia outrora
subir de joelhos. O santuário é composto de três capelas e a
igreja de São Salvador; esta, que data do século XIII, foi
construída por cima da cripta de santo Amador, cavada em
1160, e foi elevada à categoria de Basílica Menor.
Uma segunda escada conduz à capela de Nossa
Senhora de Rocamadour, edificada no século XVII, no lugar
do oratório primitivo, que tinha sido destruído pela queda de
uma pedra.
A imagem antiga, restaurada, está no altar-mor desta
capela, rodeada de lâmpadas continuamente acesas.
Antigamente vestiam suntuosamente esta imagem; mas,
faz poucos anos, retiraram os ricos vestidos, para que se
possa admirar a beleza da antiqüíssima imagem de
madeira.
Rocamadour teve de suportar duras provações no
decorrer do tempo: alternadamente, normandos, ingleses,
albingenses, huguenotes e revolucionários obstinaram-se
em devastar esse santo lugar de
peregrinações;
porém,
houve
sempre, em todas as épocas, fiéis
generosos que se prontificaram a
levantar novamente o santuário, de
modo que de geração em geração
chegou até nós a devoção a Nossa
Senhora de Rocamadour, que tantos
milagres tem operado em favor dos
que a ela recorrem.
Personagens ilustres e mesmo
reis da França e de Castela iam
rezar em Rocamadour, que era um dos grandes santuários
de peregrinações de penitência.
Sua origem se confunde com a implantação do
cristianismo na Gália.
A peregrinação principal é em 8 de setembro.
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
ROSA MÍSTICA, Nossa Senhora
Em 1947, em Montechiari, situada a alguns quilômetros
de Bréscia, norte da Itália, uma enfermeira chamada Pierina
Gilli, nascida no dia 3 de agosto de 1911, encontrava-se
num quarto do hospital onde trabalhava, quando teve uma
visão de uma belíssima Senhora vestida com uma túnica
púrpura e com um véu branco cobrindo-lhe a cabeça. Em
seu peito estavam encravadas três espadas e seu celestial
rosto tinha feições muito tristes. A Virgem chorava e disse
em sua primeira aparição disse: "Oração, Penitência e
Expiação".
VER MENSAGENS (BRÉSCIA)
ROSÁRIO, Nossa Senhora do
O Rosário nasceu do amor dos cristãos por Maria na
época medieval, talvez no tempo das cruzadas da Terra
Santa. 0 objeto da recitação desta oração, o terço, é de
origem muito antiga. Os anacoretas orientais usavam
pedrinhas para contar o número das orações vocais. Nos
conventos medievais os irmãos leigos, dispensados da
recitação do Saltério, pela pouca familiaridade com o latim,
completavam as suas práticas de piedade com a recitação
dos pai-nossos, e para a contagem, São Beda, o Venerável,
havia sugerido a adoção de vários grãos enfiados num
barbante. Depois, narra uma lenda, a própria Nossa
Senhora, aparecendo a São Domingos, indicou-lhe a
recitação do Rosário como arma eficaz para debelar os
hereges albigenses.
Nasceu assim a devoção do
Rosário, que tem o significado de
uma grinalda de rosas oferecida a
Nossa Senhora. Os promotores
desta
devoção
foram
os
dominicanos, que também criaram
as confrarias do Rosário. Foi o papa
dominicano, São Pio V, o primeiro a
encorajar
e
a
recomendar
oficialmente a recitação do Rosário,
que em breve se tornou a oração
popular por excelência, uma espécie
de breviário do povo, para ser recitado à noite em família.
Aquelas ave-marias recitadas em família estão
animadas de autêntico espírito de oração: "Enquanto se
prossegue na doce e monótona cadência das ave-marias, o
pai ou mãe de família pensam nas preocupações familiares,
no menino que atendem, ou nos problemas provocados
pelos filhos mais velhos. Este emaranhado de aspectos da
vida familiar sofre então a iluminação dos mistérios
salvíficos de Cristo, e é espontâneo confiar tudo à Mãe do
milagre de Caná e de toda a redenção" (Schillebeeckx).
A festividade hodierna foi instituída por São Pio V para
comemorar a vitória de 1571 em Lepanto contra a frota
turca (inicialmente dizia-se: Santa
Maria da Vitória). A festividade do
dia 7 de outubro, que naquele
ano caía no Domingo, foi
estendida em 1716 à toda Igreja
Católica e fixada definitivamente
por são Pio X em 1913. A festa
do Santíssimo Rosário, como era
chamada antes da reforma do
calendário de 1960, resume, em
certo sentido, todas as festas de
Nossa Senhora.
Página 75
ROSÁRIO DA GUATEMALA, Nossa Senhora
do
A bela e vulcânica Guatemala
tem a honra de ter sido a primeira
nação do mundo católico a celebrar
a festa de Nossa Senhora, Rainha
do Universo.
Sendo bispo Dom Gómez
Fernandez de Córdova (1574-1598),
ficou estabelecida a festa da
"Ressurreição e Coroação da
Virgem, Rainha do Universo", para o
dia 18 de agosto, segundo consta
em todos os missais da época.
O Rosário chegou a Guatemala em 1539, com os
primeiros frades dominicanos que o propagaram como meio
eficaz de evangelização.
Com o bispo Marroquín, em 1559, iniciam-se as
Confrarias do Rosário. O mesmo bispo figurará como
primeiro confrade no livro da Associação.
A devoção ao Rosário penetrou rapidamente em todo o
país. Fruto desta poderosa corrente espiritual será a
imagem da Virgem do Rosário, com seu vestido e pedestal
todo de prata. A rica e bela imagem é obra dos artistas
Nicolás Almonina, Lorenzo de Medina e Pedro Bozarraes. O
trabalho foi realizado em oficinas de Antigua.
O Pe. Remesal, primeiro historiador da Guatemala,
afirma que "a imagem era a melhor que existia", em seu
tempo, "nas Índias".
A belíssima estátua da Virgem do Rosário, colocada em
uma suntuosa capela, transformou-se no centro mariano
mais importante da piedade guatemalteca.
Após o terremoto de 1651, a imagem foi colocada na
Praça do Convento de São Domingos e custodiada por uma
guarda perpétua, formada por cidadãos que se revezavam,
dia e noite, rezando o Rosário para "implorar a divina
clemência, ajuda e consolo".
No dia 9 de fevereiro do mesmo ano, a Virgem do
Rosário foi proclamada Patrona da cidade contra os
terremotos, e teve anualmente uma festa solene, o domingo
mais próximo a 18 de fevereiro.
Em 1773, o terremoto de "Santa Marta" destruiu a antiga
cidade de Guatemala. Houve perdas totais no templo e
convento de São Domingos. A imagem ficou seriamente
prejudicada, mas rapidamente a restauraram, ficando,
segundo os cronistas, ainda mais bela.
No dia 1 de outubro de 1843, o Presidente da República
reafirma que "a Virgem do Rosário é Patrona oficial de
todas as almas do Estado e Rainha de toda a jurisdição da
Guatemala" e ordena "uma grande salva de artilharia",
pedindo ao Vigário geral do Arcebispado que "proceda a um
repique solene na Santa Igreja Catedral".
"A influência que tem, na piedade popular, a Virgem do
Rosário, com o Menino Jesus nos braços, tem sido decisiva
na formação da piedade popular do guatemalteco. Inclusive
nos tempos dolorosos de escassez do Clero, motivada por
perseguições religiosas, a recitação do Santo Rosário foi,
sem dúvida, a oração mais usada tanto no culto comunitário
sem sacerdote, como no culto familiar. Pode-se considerar o
Rosário o culto familiar de nossos dias".
Anualmente acorrem a seu Santuário centenas de
milhares de peregrinos de toda a América Central, para
honrá-la, agradecer-lhe e fazer-lhe súplicas.
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
O Papa João Paulo II assim rezou no dia 7 de outubro
de 1979:
"Virgem do Rosário, Rainha da Guatemala,
contempla esta imensa messe e intercede para que o
Senhor infunda fome de santidade em todo o povo de
Deus... Dá a paz, a justiça e a prosperidade a nossos
povos, já que tudo o que temos e somos colocamos sob
teu cuidado, Senhora e Mãe nossa".
ROSÁRIO DE POMPÉIA, Nossa Senhora do
No dia 24 de agosto do ano 79 de nossa era, às 11 h. da
manhã, os 25 mil habitantes da cidade de Pompéia, ao sul
de Nápoles, dedicavam-se aos seus afazeres, quando um
estrondo os levou à rua. Do Vesúvio subia uma imensa
coluna de fogo. Momentos depois sua cratera começou a
expelir pedras incandescentes. Uma chuva de cinzas,
impregnada de vapores sulfúreos e de cloro, escureceu o
céu. A população, em pânico, começou a esconder-se nas
casas ou a fugir sem direção. Era muito tarde: em pouco
tempo Pompéia e mais quatro cidades ficaram sepultadas
sob 10 metros de cinzas.
Aos poucos foi-se perdendo a memória da tragédia e
nos 1600 anos seguintes ninguém ouviria falar da cidade.
No início do século XVII, o arquiteto Fontana
redescobriu Pompéia. Mas só no final do século seguinte é
que começariam os trabalhos arqueológicos sistemáticos,
que continuam até hoje, para resgatá-la das cinzas.
Precisávamos dessa introdução para começar a falar de
Bartolo Longo, filho de um médico da província de Brindisi,
que tendo estudado no ginásio dos Padres Escolápios
recebera educação cristã e aprendera a rezar e a amar o
rosário.
Na Faculdade de Direito, contudo, deixou-se contaminar
pela mentalidade anti-clerical e anti-religiosa que ali reinava,
ingressando aos 20 anos no movimento revolucionário de
Garibaldi, Cavour e Vitor Emanuel, destinado a levar a cabo
a unificação italiana, com a eliminação dos Estados
Pontifícios e a supressão do poder temporal dos Papas.
No entanto, um de seus professores, deixou-se
impressionar pelas qualidades naturais daquele jovem,
vendo nele, talvez, a possibilidade de reabraçar o
catolicismo. Procurou o mestre conquistar a amizade do
aluno, encaminhando-o a um frade dominicano, sob cuja
influência Bartolo reencontrou a fé da infância. O jovem
ingressou na Ordem Terceira Dominicana, decidiu-se a
amar a Deus com todas suas forças, tomou como modelo o
Coração Sacratíssimo de Jesus e entregou-se a obras de
caridade.
Bartolo conheceu a condessa
Marianna Farnararo, viúva, de muita
fé. Essa dama o contratou com
administrador de seu patrimônio.
Assim sendo, em outubro de 1872, o
jovem dirigiu-se ao vale de Pompéia,
onde a condessa possuía terras. Aí
encontrou muitos que trabalhavam
nas escavações, afastados de
qualquer experiência de fé. Uma voz
interior lhe murmurou: "Propague o
Rosário". Bartolo tornou-se catequista e apóstolo daqueles
operários, incentivando-os a entrar na Confraria do Rosário.
Acompanhado de seu diretor espiritual, Bartolo começou
a procurar uma imagem de Nossa Senhora do Rosário para
a igreja paroquial. Certo dia uma religiosa, que soubera do
que necessitavam, apresentou ao advogado uma pintura da
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invocação desejada, mas em péssimo estado. A condessa
não se entusiasmou com a imagem ao vê-la tão danificada.
Mas, à falta de melhor, a estampa, enrolada num tecido
ordinário, foi colocada sobre uma carroça carregada de lixo
que se dirigia a Pompéia. O Bispo de Nola, do qual
dependia a região, decidiu construir uma igreja mais
próxima do local. Com o dinheiro arrecadado para iniciar a
obram mandaram restaurar e enquadrar a tela da Virgem do
Rosário, expondo-a pela primeira vez à veneração pública
no dia 13 de fevereiro de 1876, Desse dia até o 19 de março
seguinte oito grandes milagres realizaram-se diante da
modesta estampa. Os milagres tiveram ampla repercussão
em toda a Itália. Bartolo era um homem de visão. Por isso
viajou pela Europa pedindo donativos não só para o novo
santuário, mas para outras obras que planejava. Em 1884
fundou um periódico chamado "O Rosário e a nova
Pompéia", para o qual montou uma tipografia em que
empregou crianças pobres da cidade, Criou um orfanato
para os filhos e depois para as filhas dos encarcerados.
Para a formação destas, fundou a congregação das Filhas
do Santo Rosário da Ordem Terceira Dominicana.
A devoção à Senhora do Rosário cresceu tanto que, em
1887, recebeu a honra da coroação solene. A nova igreja foi
consagrada em 1891 com o título de Rainha das Vitórias e,
em 1901, foi elevada à condição de Basílica.
Vale lembrar que o título Nossa Senhora de Pompéia
não é um novo título. Ele é a forma como se venera Nossa
Senhora do Rosário na cidade italiana de Pompéia.
ROSÁRIO DE SAN NICOLÁS, Nossa Senhora
do
Argentina
San Nicolás de los Arroyos
localiza-se a 239 km de Buenos Aires
e a 70 km de Rosário (Província de
Santa Fé), na Argentina. As
maravilhas de San Nicolás tiveram
início no dia 25 de setembro de 1983,
quando a Sra. Gladys Quiroga de
Motta (nascida aos 01-07-1937),
afirma ter visto e ouvido a Santíssima
Virgem. Desde esta época esta
senhora começa a receber uma série
de mensagens, no total de 1887, no
decurso de mais de seis anos a partir de 13 de outubro de
1983 até 11 de fevereiro de 1990. Das mensagens surge
um verdadeiro chamado à consagração, à oração e à
conversão.
O maior mérito desta mulher, uma pessoa muito
simples, reside na sua conduta discreta. Jamais buscou
notoriedade, a despeito de seu extraordinário privilégio
enquanto mensageira das graças de Maria.
Começa assim o ininterrupto diálogo, no qual a Rainha
do Céu apresenta suas mensagens enriquecida com
inumeráveis citações bíblicas, cuja concordância seria
impossível explicar sem a intervenção divina, já que a
receptora não possuía conhecimentos bíblicos, exegéticos e
teológicos tão altos para harmonizar os textos das
mensagens com a Palavra de Deus de forma tão perfeita.
As mensagens constituem uma verdadeira catequese,
no estilo das aparições de Lourdes, Fátima e La Salette.
Temas principais: 1) A aliança entre Deus e seu povo, a
necessidade da conversão dos pecadores; 2) A
recomendação insistente de se orar pela paz no mundo; 3)
A conveniência de se difundir e praticar a devoção ao Santo
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
Rosário; 4) A importância de se fazer penitência e de se
anunciar a Palavra de Deus, tema que adquire nos lábios da
Virgem um caráter de urgência; 5) A necessidade de se
comungar freqüentemente e orar pedindo ao Espírito Santo
A Virgem comunicou à mulher que existia uma imagem
sua, benzida por um Papa. Efetivamente, havia uma
imagem que estava abandonada há muitos anos no
campanário da Catedral. Imediatamente restaurada foi
exposta para veneração dos fiéis. As atas conservadas na
paróquia informam que, àquela mesma data, há cem anos,
por motivo da inauguração da igreja paroquial, a imagem foi
enviada de Roma por Leão XIII, que a benzeu, para que
fosse honrada pelo povo de San Nicolás. Também consta
nos arquivos que a Confraria do Santíssimo Rosário,
fundada pelo então pároco Monsenhor Cecarelli, rezou pela
primeira vez a oração composta por São Domingos de
Gusmão diante da imagem no dia 25 de setembro de 1884.
Nossa Senhora disse à Sra. Gladys: "Tinham-me
esquecido, mas eu ressurgi. Coloquem-me ali para me
verdes como realmente sou". A celeste aparição manifestase à vidente como a "Virgem do Rosário" e comunica-lhe
sua aceitação de que seja chamada pela invocação "Maria
do Rosário de San Nicolás" para distingui-la das aparições
em outros locais.
Também afirma a Virgem: "Eu sou a padroeira desta
região. Fazei valer meus direitos". De fato, muito antes da
criação do Curato de Arroyos, já a partir do ano 1700, foi
construída na desembocadura do Arroio do Meio um
oratório em honra à Santíssima Virgem do Rosário onde
periodicamente eram celebrados ofícios religiosos, pois era
a única capela da então pequena população de San
Nicolás.
Em 1730 cria-se o Curato de Arroyos com sede na atual
cidade de Rosário. A citada jurisdição se estendia desde
Arroyo de la Hermanas até o Rio Carcarañá, pertencendo a
mesma ao povoado de San Nicolás.
Após a criação, Rafael de Aguiar, que projetara a capela
em honra de São Nicolau, reconstruiu o oratório do Rosário
( de Arroyo del Medio). Na segunda metade do século XIX,
quando explode um paiol próximo ao velho templo de São
Nicolau, recupera-se entre os escombros da igreja destruída
a única imagem da Virgem do Rosário.
Cumpre destacar que, numa de suas primeiras
mensagens, a Virgem ensinou uma jaculatória para ser
rezada após cada mistério do Santo Rosário: "Pai, livrai-nos
de todo mal. Com vossa santa sabedoria, salvai-nos de todo
pecado e levai-nos pelo caminho do bem. Amém".
Do contexto da mensagens depreende-se que Maria
quer-nos levar a Seu Filho para sermos conduzir-nos pelo
Filho ao Pai. A Virgem insiste para que se ore pedindo a
vinda do Espírito Santo. A maioria das mensagens
prometem cumular os fiéis de bênçãos, de paz e de alegria
e aproximar-nos de Deus, Nosso Senhor.
O tom das mensagens é quase sempre consolador, mas
há também uma forte conotação profética e escatológica.
As mensagens foram analisadas por teólogos que
asseguraram não ter encontrado nada que seja contrário à
fé católica. Mais: em que pese a simplicidade, as
mensagens são de uma profundidade surpreendente,
podendo ser entendidas e aproveitadas tanto pelos sábios
como pelas pessoas simples. Todos aí encontrarão o
frescor da Palavra de Deus, eterna e imutável.
Visitem a página de Nossa Senhora de San Nicolás, em
espanhol, da qual extraímos as fotos e conteúdo deste
título.
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ROSAS, Nossa Senhora das
Na cidade de Bérgamo, na Itália,
há um santuário dedicado a Maria
sob o título de Nossa Senhora das
Rosas.
A origem deste título: dois
comerciantes abastados dirigiam-se
a Bérgamo a negócio quando foram
surpreendidos pela escuridão de
forte tempestade e pela noite que se
aproximava.
Por
cúmulo
de
infortúnio, perderam a estrada, ao
atravessar um extenso bosque muito
espesso e infestado de salteadores e de animais ferozes.
Conhecendo o grande perigo em que se achavam, não
se entregaram ao desespero: prostraram-se de joelhos e,
com todo o fervor, imploraram o auxílio de Maria
Santíssima, fazendo a promessa de construir em Bérgamo
uma igreja em sua honra, se conseguissem sair daquele
grande perigo
Eis que um suave clarão ilumina as trevas em seu
derredor, o que os convenceu de que suas súplicas tinham
sido atendidas. De fato, distinguiram logo uma faixa branca
como a neblina matinal, que se estendia pela densa floresta
adentro, parecendo dizer-lhes: Eis a direção: ponde-vos a
caminho e segui-me.
Não tardando a aceder ao celeste convite, bem
depressa acharam-se na estrada, onde terminava a faixa.
Logo depois chegaram à vila de Albano. Podemos bem
imaginar os sentimentos que este fato tão extraordinário
despertou nos dois viajantes, que chegaram alta noite a
Bérgamo.
Estando todas as casas fechadas, viram-se obrigados a
refugiar-se numa velha torre, arruinada pelo tempo e pelas
guerras.
Mal tinham entrado, foram surpreendidos por vivíssima
luz, no meio da qual lhes apareceu maravilhosa visão: a
Imaculada Mãe de Deus achava-se ali sentada sobre florida
roseira e a fronte cingida com as mesmas flores. Em seus
braços estava o Divino Infante, tendo na mão direita um
ramalhete de rosas púrpuras, oferecendo-as a sua querida
Mãe. Ambos olhavam com grande doçura para os viajantes
que, por sua vez, ofereceram, comovidos, seus fervorosos
afetos de amor, agradecimento e louvor.
Ao romper do dia, os dois comerciantes, ainda atônitos
pela celeste visão, foram entender-se com o bispo de
Bérgamo,
narrando-lhe
os
dois
maravilhosos
acontecimentos.
Logo
apresentaram-lhe
os
dois
maravilhosos acontecimentos. Logo apresentaram-lhe a
importância necessária para a construção da igreja e, não
os satisfazendo só esta homenagem à Virgem Santíssima,
construíram também uma capela no lugar onde a faixa
luminosa lhes aparecera.
O novo santuário foi dedicado pelo papa Martinho V, a
Nossa Senhora das Rosas.
A Igreja aprovou o ofício próprio, que Leão XIII estendeu
a toda a diocese de Bérgamo, fixando a festa no terceiro
domingo de Pentecostes.
SAGRADO CORAÇÃO, Nossa Senhora do
Quando em 1854, o Pe. Chevalier estava pensando em
fundar uma sociedade de homens cuja missão seria de
remediar os males do seu tempo, levando as pessoas à
descoberta do Coração de Cristo como a fonte salvadora de
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
vida, ele pediu a ajuda de Nossa
Senhora. Várias vezes, ele sentiu
sua ajuda poderosa e pensou que,
como sinal de gratidão, sua
Congregação deveria honrá-la de
um modo especial. Começou
portanto a invocá-la com o título
de "Nossa Senhora do Sagrado
Coração", e rapidamente, a
devoção a Nossa Senhora com
este título se espalhou em todos
os continentes. Uma Confraria
com este nome foi fundada e alcançou em 1891 o número
de 18 milhões de membros. A Congregação de religiosas
fundada por Pe. Chevalier é chamada "Filhas de Nossa
Senhora do Sagrado Coração". A festa de NSSC é
celebrada hoje em dia no último sábado de maio.
O objetivo da devoção, segundo o Pe. Chevalier, é de
honrar Maria "na sua relação de amor inefável que existe
entre ela e o Coração do seu Filho".
Este é um mistério muito rico,
com muitos aspectos, pois Maria
era a Mãe de Jesus, mas também
sua colaboradora na obra da
Redenção. No Calvário, Jesus a
deu como mãe ao discípulo
amado, ou seja: a todos nós, e
Maria viu como o coração do seu
Filho foi traspassado e como
sangue e água brotaram dele. No
evangelho de João 7,37, Jesus
refere-se ao seu Coração como
fonte de água viva, ou seja, do Espírito. Esta fonte foi aberta
no Calvário. Quando Maria rezava junto com os discípulos
no Cenáculo, o Espírito foi derramado sobre eles e
começaram a pregar: a Igreja nasceu. Como Mãe da Igreja,
Nossa Senhora continua a obter a vida para todos nós.
A devoção à Nossa Senhora do Sagrado Coração
localizou-se no Brasil em várias cidades, como em Niterói
(RJ), Contagem (MG), Campinas (SP), Lages (SC) e no
bairro de Vila Formosa, em São Paulo.
SETE ALEGRIAS, Nossa Senhora das
VER PRAZERES, Nossa Senhora dos
SHESHAN, Nossa Senhora de
A 50 km de Sanghai, na China, encontra-se Sheshan.
Graças à beleza da paisagem e a seu clima temperado, a
colina de Sheshan é um lugar de grande atração turística.
No século XVIII, dois imperadores saíram de Pequim
especialmente para visitar esta localidade. Um deles, o
famoso Kangxi, deu-lhe o nome de "Montanha do bambu
verde". Título muito apropriado, pois a colina vive coberta
desta vegetação. A pintura chinesa de todas as épocas a
reproduz tão graciosamente e os brotos do bambu são
particularmente apreciados neste antigo povoado.
A evangelização chegou a Sheshan em 1844. Os
primeiros missionários aí construíram uma casa com cinco
cômodos, reservando um deles como capela e os outros
como locais de descanso. Em 1864 um religioso chinês
construiu sobre a colina um quiosque hexagonal, no qual
depositou uma imagem da Virgem Maria pintada por ele e
venerada como "Auxiliadora dos Cristãos". A devoção à
Virgem de Sheshan, "Auxiliadora dos Cristãos", difundiu-se
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então por toda a região sendo celebrada anualmente no dia
24 de maio.
Atualmente há em Sheshan duas igrejas: uma, no meio
da colina e outra, no alto. Esta última foi construída em 1873
e reconstruída em 1925. Possui uma torre de 33 metros de
altura, em cuja parte superior havia uma estátua da Virgem
que segurava o Menino Jesus. O Filho, com os braços
abertos em atitude de bênção formava no conjunto a idéia
de uma grande cruz elevada sobre a China.
A igreja situada na metade da colina foi construída em
1894. Nas laterais da entrada há duas inscrições. Uma diz:
"A capelinha encontra-se à metade da colina; façamos uma
parada para acrescentar nosso afeto filial à Virgem". A outra
inscrição reza: "A igreja maior encontra-se no alto da colina;
subamos para implorar a bênção da Mãe afetuosa".
Há muitos canais na região de Sheshan. Os numerosos
pescadores que vivem em suas embarcações são em sua
maioria piedosos católicos. Anualmente, no mês de maio
vão em peregrinação ao santuário e a eles se unem outros
peregrinos de diversas partes da China.
A propósito, a revista "Ave Maria" publicou em sua
edição de 15 de setembro de 1981 uma matéria anônima
intitulada "China - depois de trinta anos, grandiosa Romaria
Mariana", traduzida da revista italiana "Madre di Dio", que
reproduzimos abaixo. No texto, Nossa Senhora de Sheshan
é chamada de "Nossa Senhora de Zozé". Nossa ignorância
a respeito do idioma chinês impede-nos de explicar porque
o articulista emprega este outro nome. Mas, pela descrição,
trata-se do mesmo título mariano.
"Os protagonistas deste acontecimento, que provocou
muito barulho, não somente na China, mas em todo mundo,
foram os pescadores da região de Shangai que, com uma
pitoresca marcha sobre barcas, deram vida novamente ao
Santuário de Zozé.
Na imensa planície de Shangai, cheia de canais e
barcas de pescadores, desponta uma colina. No século
passado, os missionários jesuítas edificaram uma capela.
Posteriormente, pelos anos trinta foi construído um grande
Santuário Mariano sobre o ponto mais alto da colina: a
Basílica de Nossa Senhora de Zozé. Construíram também
um observatório que, confiscado pelo governo, funciona
ainda hoje.
Os católicos chineses, servindo-se de centenas de
barcas, costumavam subir em romaria ao santuário de
Nossa Senhora. Mas desde 1949 tudo desapareceu; as
duas igrejas foram esvaziadas e trancadas; a via-sacra, que
serpenteava desde a planície até o alto, fora destruída a
picareta, e o mato cobre o que era um caminho. Mas eis
que no mês de março (1980) aconteceu alguma coisa de
incrível, tanto que se falava até em milagre.
Já no ano passado corria a notícia de que foram vistas
luzes estranhas sobre o monte e que reapareceram no dia
15 de março. E também em outras partes da China
acontecera
o
aparecimento
de
Nossa
Senhora
recomendando o Rosário. Os próprios jornais do Estado,
para desmentir as notícias, contribuíram para com a sua
difusão, e tanto que na ocasião fora organizada uma
romaria espontaneamente, durante três dias. A notícia
chegou ao Ocidente por acaso, por meio de um homem de
negócios que participara da mesma romaria. E logo depois
outras fontes de informação vieram confirmar os fatos.
Desde o dia 11 de março, mais de 140 barcas de
pescadores já tinham chegado aos pés da colina, e vieram
de longe. Eu cheguei no dia 15, partindo muito cedo,
temendo não encontrar lugar no ônibus; de fato já havia
uma longa fila esperando. Chegando ao lugar, calculei umas
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
10.000 pessoas já reunidas, vindas em barcas, ônibus, a pé,
de bicicleta. O que imediatamente me chamou a atenção foi
o fervor religioso do pescadores e o clima geral de alegria.
Muitos levavam velas, rosários, imagens sagradas, ou
ostentavam medalhas penduradas ao pescoço. Não
faltavam os rojões, sinal de alegria em todas as festas
chinesas.
Creio que os rosários tinham sido adquiridos em
Wenchow, cidade distante uns 360 km e que é famosa
pelos "cabeças-duras". isto é, pela indomabilidade dos seus
cristãos.
Já faz alguns dias que chove a cântaros; os rios e os
canais cheios facilitaram a chegada das barcas, que ainda
continuam chegando ininterruptamente. Observo uma
numerosa família de pescadores que se aproxima com
várias barcas: é um verdadeiro clã com mais de cem
pessoas; dizem que partiram de casa no dia 9 de março.
Reconheço um moço que chegara a Shangai no dia
anterior, não sei de onde. Vêem-se peregrinos que chegam
das regiões mais variadas. Pode-se dizer que toda a China
está aqui representada.
Subindo a colina, espanto-me ao ver tanta gente. Paro
diante da igreja que está na metade da encosta; na
pequena praça estão ainda os pedestres onde antes se
erguiam as estátuas do Sagrado Coração, de Nossa
Senhora e de São José. Diante destes pedestais vazios
ardem velas, e o povo reza de joelhos. Toda a colina está
coberta de uma multidão orante.
Alguns pescadores construíram uma cruz de madeira e
a colocam diante da porta da igreja trancada. Mas, um
pouco antes do meio-dia, outros pescadores forçam a porta
e abrem a igreja. O seu interior está vazio e cheio de pó.
Trinta anos de pó. Um velho perto de mim murmura:
"Abrem-se as portas do céu". Creio que deviam estar ali
presentes de 5 a 6 mil pessoas. Estavam presentes também
a polícia, filiados do partido comunista e membros da Igreja
nacional. Olhavam, sem nenhuma interferência. Existia
oração, alegria, ordem; via-se claramente que quem
comandava eram os pescadores.
Ao meio-dia, como se fosse dado um sinal, estouraram
os foguetes, em grande quantidade, festivamente.
Relanceei o olhar ao redor e vi a colina toda brilhando com
o fogo das velas, com as explosões dos rojões, dando um ar
de festa; mas foi também uma outra coisa que me calou
profundamente. Estendendo a vista para o ponto mais alto
da colina, vi muita gente que subia pelo caminho da viasacra. Subiam de joelhos, como era costume ali. Em cada
um dos lugares, onde antigamente existiam as estações,
paravam para rezar. Depois prosseguiam, sempre de
joelhos, por grupos. Era um espetáculo impressionante: esta
multidão de homens e mulheres, jovens e velhos, formava
como que um cordão vivo que chegava ao pico da colina; e,
quanto mais passavam mais aparecia o traçado da velha via
e o caminho da cruz, e mais repontavam os restos das
estações, cobertos pela vegetação.
Chego ao topo do monte. O santuário está intacto e vejo
que as portas já tinham sido forçadas. A igreja está cheia;
alguém, com tábuas, fez um altar e o cobre com uma toalha
branca e coloca sobre ele uma estátua de Cristo e depois
uma estatueta de Nossa Senhora e uma fila de velas. Não
consigo reter as lágrimas, e vejo também outros que choram
perto de mim.
Diante do santuário, está alguém dos "católicos
nacionais" que ergue a voz para convidar o povo a ir
embora, mas chegam de repente alguns pescadores que
com gentileza e decisão mandam-no para baixo. De
Página 79
tardinha desço. Cada barca se transforma em um hotel
acolhedor, que convida a gente a passar a noite, de graça e
com calor familiar. Encontro-me entre rostos antes nunca
vistos e no entanto me sinto em casa. Muitos outros passam
a noite em oração, dentro das duas igrejas.
O dia seguinte, 16 de março, é domingo e chega ainda
mais gente. Calculo que os peregrinos devem somar uns
40.000. A jornada corre como a precedente, apesar da
chuva teimosa. É verdadeiramente um dia de oração, de
cantos sacros, de serena alegria. A polícia vê que tudo está
em ordem, observa, bate fotografias e não intervém nunca.
Passo ainda uma noite numa barca que me hospeda.
17 de março. Subo ainda até a igrejinha que está na
metade da estrada. Noto, em frente à cruz do dia anterior,
um maço de flores frescas. Sobre os pedestais e perto das
paredes foram colocadas outras estátuas diante das quais
ardem velas. Uma velhinha recita em voz alta o rosário
juntamente com um grupo de pessoas que responde. Aos
pés duma imagem está uma família de camponeses, de
joelhos, que reza em silêncio, visivelmente comovida.
Chega a hora da partida. "Amanhã não será mais assim diz um motorista de ônibus - pois a festa estará terminada".
No ônibus o povo reza ainda, os cânticos a Nossa
Senhora se intercalam com as Ave-Marias, são distribuídas
folhas mimeografadas para que todos possam acompanhar.
Olho ao redor de mim e vejo somente rostos felizes.
Desde quando os cristãos não têm podido rezar em público!
Cantar dentro de um ônibus!? Ao meu lado um velho chora
silenciosamente. Não cheguei a ver fatos extraordinários,
como luzes no céu ou mensagens, mas para mim esta
romaria foi um verdadeiro milagre".
Quem deseja maiores informações sobre a "Igreja do
Silêncio" da China, sempre fiel à Roma, visite a seguinte
página, em inglês": The Cardinal Kung Foundation
SION, Nossa Senhora de
O jovem Afonso Ratsbonne pertencia a uma rica família
israelita. Jovem e boêmio, dizia-se ateu. Certa feita,
empreende longa viagem ao Oriente e resolve passar
alguns dias em Roma, onde, ao ver a degradação dos
judeus no "ghetto" romano teve seu ódio aos cristãos
ativado.
Após visitar todos os pontos históricos e artísticos da
capital italiana decide ir à casa de
um amigo protestante que há
tempos não via. Ao entrar, porém,
em sua residência, o empregado
equivocou-se e levou-a à presença
do irmão desse amigo, o barão de
Bussières, fervoroso católico, há
pouco
convertido
do
protestantismo.
Conversam amigavelmente e
após alguns minutos travou-se
entre ambos uma forte discussão sobre religião. O barão
teve uma idéia: lançou-lhe ao pescoço a "Medalha
Milagrosa".
Ratisbonne
protestou,
mas
aceitou
educadamente o presente e concordou ainda em copiar a
famosa oração à Virgem, o "Lembrai-vos".
No dia seguinte, Ratisbonne encontrou-se por acaso
com o barão em frente à igreja de Santo André e, para
fazer-lhe companhia, penetrou no templo. Ao cabo de
alguns minutos, cansado de esperar pelo amigo que se
dirigira à sacristia, o judeu correu à igreja com os olhos para
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
ver se encontrava alguma obra de arte, mas, de repente,
uma visão deslumbrante prendeu-lhe a atenção.
Uma Senhora de porte majestoso, adornada de roupas
alvíssimas e com um manto azul sobre os ombros, mais
luminosa do que o sol e olhando-o com inefável doçura,
parecia ter os braços abertos inclinados para ele. Sem
saber como, o ateu ajoelhou-se junto à balaustrada da
capela. Procurou erguer os olhos, mas a Virgem da
Medalha levantou duas vezes a sua mão e colocou-a sobre
a cabeça de Afonso, obrigando-o a baixá-la. Neste ínterim,
o barão de Bussières, apreensivo por ter feito seu
companheiro esperar por muito tempo, procurou-o pela
igreja e viu Ratisbonne de joelhos e imóvel. Impressionado,
olhou-o de perto e percebeu que seu rosto estava pálido e
banhado em lágrimas. O barão chamou-o e Afonso
abraçou-o soluçando e pediu para falar com um sacerdote.
Após alguns dias de instrução religiosa, Afonso
Ratisbonne foi batizado solenemente e, quando o padre
perguntou-lhe o nome, respondeu humildemente: "Maria".
Este fato ocorrido em 1842 não permaneceu isolado,
pois devido à conversão de seu irmão Afonso o padre
Teodoro Ratisbonne, que há muito tempo pertencia ao redil
de Cristo, teve a idéia de fundar uma congregação religiosa
destinada a trabalhar pela conversão do povo de Israel.
Unindo seus esforços nesta instituição missionária e
movidos pelo mútuo e supremo ideal de salvar as almas, os
dois irmãos ficaram imaginando qual nome que daria à sua
ordem religiosa, fundada sob a inspiração de Maria
Santíssima. Debalde procurava o padre Teodoro imaginar
um novo título para a Rainha do Céu, quando certo dia,
após celebrar a santa missa, ao abrir um livrinho para rezar
a sua "ação de graças", a primeira palavra que viu foi: SION
(Sião). Esse nome essencialmente bíblico harmonizava-se
tão bem com a obra iniciada pelos irmãos Ratisbonne, que
logo foi adotado, criando-se assim para a nova congregação
o título de Nossa Senhora de Sion, que é representada de
pé com a vestimenta das mulheres de Israel, tendo sobre a
cabeça uma coroa de quatro pontas. Segura com as mãos o
Menino Jesus, que está sentado sobre elas, de costas para
sua mãe.
A Congreação espalhou-se pelo mundo inteiro, tendo as
religiosas chegado ao Brasil em 1889, onde instalaram uma
casa no Rio de Janeiro e em Petrópolis
SORRISO, Nossa Senhora do
Exceto pelos Carmelitas e conhecedores
da vida de Santa Teresinha do Menino
Jesus, este título é pouco conhecido fora
da França.
Sua origem liga-se a um milagre
ocorrido na infância da maior santa
dos tempos modernos. Eis um
trecho da autobiografia de Santa
Teresinha, a famosa obra "História de
uma Alma", na qual ela mesma nos
relata a intervenção materna de Nossa
Senhora em sua vida:
"Não encontrando socorro nenhum na terra, a pobre
Teresinha apelou para sua Mãe do Céu. Pedia-lhe de
todo o coração que se compadecesse dela... De repente,
a Santíssima Virgem pareceu-me bonita, tão bonita que
nunca vira algo semelhante, seu rosto exalava uma
bondade e uma ternura inefáveis, mas o que calou
fundo em minha alma foi o "sorriso encantador da
Santíssima Virgem". Todas as minhas penas se foram
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naquele momento, duas grossas lágrimas jorraram das
minhas pálpebras e rolaram pelo meu rosto, eram
lágrimas de pura alegria... Ah! pensei, a Santíssima
Virgem sorriu para mim, estou feliz... (...) Fora por causa
dela, das suas intensas orações, que eu tivera a graça
do sorriso da Rainha dos Céus..." (Manuscrito A, 30v).
O milagre ocorreu no dia 13 de maio de 1883. A imagem
que curou Santa Teresinha da grave enfermidade, para a
qual já não havia remédio neste mundo, era de Nossa
Senhora das Vitórias, uma reprodução do escultor francês
Bouchardon. Possui 87 cm de altura. Em 1894 foi doada ao
Carmelo de Lisieux.
Existe uma cópia da mesma imagem nos "Buissonnets",
casa onde Teresinha passou sua infância.
SOUFANIEH, Nossa Senhora de
Mensagens de Jesus e Maria:
"Vai e Anuncia ao mundo inteiro e diz-lhe sem sedo
que Trabalhem pela Unidade"
Respondendo ao apelo de Jesus Cristo, Myrna fez-se
peregrina e, realizando o percurso inverso ao de Saulo que,
a caminho de Damasco, sentiu a Presença de Cristo
obstando a sua perseguição aos cristãos, esta mulher, frágil
e simples, sai da mesma cidade, após ter recebido, também
ela, a extrema Graça da Presença de Cristo e do Seu
incitamento.
Traz-nos, nesta "Semana de Oração pela Unidade dos
Cristãos", a Mensagem Viva de Jesus Cristo:
"Diz aos Meus filhos que é a
eles que Eu peço a unidade".
Myrna veio até nós. Myrna está
entre nós, testemunhando o Amor
com que o Pai acolhe todos os
Seus filhos.
Foi em Novembro de 1982,
quando Myrna rezava junto de um
familiar doente, que as suas mãos
se cobriram de óleo. Alguns dias mais tarde, também uma
estampa reproduzindo o ícone de Nossa Senhora de Kazan
começou a exsudar o mesmo óleo.
Para esta jovem recém casada de 18 anos, humilde, de
educação cristã, residente em Soufanieh, (um antigo bairro
da cidade de Damasco – Síria) era demasiado
surpreendente e inexplicável o que lhe estava a acontecer.
Assim, juntamente com os pais (pai católico, mãe
ortodoxa) e o marido Nicolas, ortodoxo e bastante mais
velho do que ela, decidiu guardar segredo do que
dificilmente conseguiria explicar.
Porém, desceu até ela uma Voz Feminina que lhe disse:
"Não temas. Eu estou contigo. Abri as portas e deixai que
todos vejam". A partir desse instante as portas de sua casa
mantiveram-se abertas e foram muitas as pessoas que
começaram a orar junto do ícone.
Cinco espécies de fenômenos se observaram, desde
então em Soufanieh: - exsudações de óleo a partir de
reproduções do ícone (contam-se mais de mil reproduções)
e do corpo de Myrna (nas mãos e no rosto, em diversas
ocasiões, sobretudo no período das festas cristãs mais
significativas) - aparições da Virgem, êxtases, estigmas e
mensagens.
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
Após terem sido realizadas análises em laboratórios de
vários países, os resultados são unânimes e irrefutáveis:
trata-se de azeite 100% puro que, em circunstância alguma,
poderia ser produzido pelo corpo humano ou pelo papel.
As aparições da Virgem foram em número de cinco, nos
primeiros quatro meses, sempre no terraço da casa. A partir
de 28 de Novembro de 1983, Myrna teve trinta e três
êxtases, tendo-lhe aparecido Jesus e a Virgem.
Recebeu os estigmas pela primeira vez, no dia 25 de
Novembro de 1983, uma sexta-feira e ainda mais três vezes
nos anos de 1984, 1987 e 1990, coincidindo sempre com a
simultaneidade da Semana Santa das Igrejas Católica e
Ortodoxa.
A mensagem de Soufanieh releva a necessidade da
Unidade da Igreja e a importância da família (será pertinente
relembrar que estas manifestações se revelam no seio de
uma família cristã "mista").
O fenômeno é, desde o início, acompanhado pelos
padres católicos Elias Zahlaoui e O José Malouli (Lazarista),
este último conhecido pelo seu cepticismo em relação a
manifestações deste tipo.
O próprio Núncio local encara os acontecimentos de
forma muito positiva e, sempre que Myrna se desloca em
missão, fá-lo com o seu conhecimento, fazendo-se
acompanhar do padre Elias Zahlaoui ou do padre Paul
Fadel.
Em Dezembro de 1982, a Igreja Ortodoxa (grega)
considerou o ícone miraculoso e, no Congresso Teológico
de Munster, em 1991, foi realizado um estudo das
mensagens tendo-se concluído que estas se revelavam
consonantes com os ensinamentos da Igreja e dos Santos
Evangelhos, adaptadas ao nosso tempo e circunstâncias.
" Não escolhas o caminho porque Eu já to Tracei "
diz Cristo a 10 de Outubro de 1988.
O caminho trilhado por Myrna, desde então, é aquele
que é traçado pela Mão do Pai e, é Esse caminho que a traz
até nós, numa atitude simultânea de caminhante e de
mensageira da Unidade, do Amor e da Fé, instrumento de
Cristo Vivo entre os Seus filhos e que permanecerá em nós
para sempre.
" MEUS FILHOS, VÓS ENSINAREIS ÀS GERAÇÔES
AS PALAVRAS DE UNIDADE, DE AMOR E DE FÉ. EU
ESTOU CONVOSCO".
Quando numerosas imagens do ícone de Soufanieh,
começaram a deitar óleo, tanto em lares cristãos como
muçulmanos de Damasco e depois um pouco por todo o
mundo, tornou-se bem evidente que a Virgem começava a
visitar as nossas casas de forma tangível.
Mais tarde, durante um êxtase, a Mãe recomendou que,
à entrada exterior da casa, se colocasse um ícone. Junto do
ícone há uma pequena lâmpada acesa dia e noite.
Freqüentemente, as pessoas que passam em frente à casa,
param para rezar, e, por vezes, sobretudo à noite quando a
porta está fechada, chegam mesmo a ajoelhar no passeio.
A residência dos Nazzour é conhecida por "A casa da
Virgem".
Em árabe: Maa’lèche. Maa’lèche é uma palavra que os
árabes usam muito. Se pergunta a alguém em dificuldade: "como vai isso?" -"Maa’lèche". Quer dizer: "isto passa", "não
há de ser nada". A Virgem disse isto na véspera da
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transferência do ícone para a igreja ortodoxa de Santa Cruz
(Não há de ser nada, eu perdôo)
José é o nome próprio do Padre Malouli. As pessoas
não o sabiam. Então o Padre
Malouli, mostrando o seu Bilhete
de Identidade, confessou que
acabara de orar pedindo o Dom do
discernimento. A partir daí, o Padre
Malouli, por temperamento e por
formação alérgico a todo o tipo de
visões, tornou-se um apoiante
incondicional de Soufanieh.
Myrna é casada e começou a
pensar se deveria continuar a viver
com o marido, ou deixar a família e
entrar num convento. A Virgem deu-lhe a resposta
chamando a atenção para a santidade do casamento.
O presente foi a gravidez. Myrna teve dois filhos,
primeiro Miriam e depois João Emanuel. Toda a criança é
um presente de Deus.
Maria é o nome de batismo de Myrna
SUYAPA, Nossa Senhora de
Patrona de Honduras
A pequena imagem de Nossa Senhora da Conceição de
Suyapa foi encontrada num sábado do mês de fevereiro de
1747, por Alejandro Colindres, um jovem e humilde lavrador,
em companhia do menino Lorenzo Martínez, quando
regressavam de seus trabalhos na colheita do milho em
direção à sua casa na aldeia de Suyapa, muito cansados.
Na metade do caminho, eis que anoitece. Num povoado
chamado Piligüín encontraram um lugar para pernoitar.
Deitaram-se no chão duro. Em seguida Alejandro sentiu
que um objeto, semelhante a uma pedra, o impedia de
acomodar os ombros. Na escuridão apanhou o objeto e o
atirou longe. Curiosamente, ao deitar-se mais uma vez
sentiu o mesmo incômodo. Desta feita, não lançou fora o
objeto. Intrigado com o acontecimento, guardou a provável
pedra em sua mochila. Ao amanhecer, já à luz do dia,
descobriu estupefato que o misterioso objeto era uma
pequena e graciosa imagem de Nossa Senhora da
Conceição talhada em cedro.
Ao chegar em sua casa, mostrou a imagem a seus
familiares e a notícia do achado milagroso logo se espalhou.
Teve início a devoção à imagenzinha, começaram os
milagres e os peregrinos surgiram de diversos lugares da
região e até do país.
A imagem mede apenas seis centímetros e meio; tratase de uma escultura antiga. Seu olhar angelical reflete a
nobreza da raça indígena. Tem o rosto ovalado e tez
morena, as faces arredondadas. Seus vastos cabelos
chegam aos ombros. Suas diminutas mãos encontram-se
unidas em atitude de oração. A cor original de suas vestes é
rosa pálido, que apenas se deixa entrever por estar
totalmente cobertas por um manto escuro cravejado de
estrelas. Possui um resplendor de prata formado por dois
aros em forma do número oito dos quais saem os raios que
rodeiam a Virgem.
O aro superior traz doze estrelas de prata. O conjunto
recorda a mulher vestida de sol citada no livro do
Apocalipse. Há uma esfera de prata sólida que serve de
apoio à imagem tão venerada pelo povo hondurenho.
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
Em 1925 Pio XII declarou Nossa Senhora de Suyapa
Patrona da República de Honduras, e se escolheu o dia 3
de fevereiro como o dia da festa principal, com missa e
ofício próprios. O primeiro milagre notável, atestado
oficialmente, ocorreu em 1796.
A primeira ermida foi abençoada
em 1780. O templo atual, de
enormes proporções, tem 93
metros de comprimento. As duas
torres da fachada têm uma altura
de 43 metros. A cúpula central se
ergue a 46 metros do solo. Na torre
direita localizam-se 42 sinos de
diferentes tamanhos, trazidos da
Holanda. No país dos pobres, este
Santuário se encontra encravado
numa das zonas mais humildes da
cidade.
No dia 8 de março de 1983, o papa João Paulo II visitou
o santuário, onde, segundo suas próprias palavras, "teve a
alegria de ir também como peregrino... e ali dirigir à Virgem
uma fervorosa oração pelos povos da América, para que
conservem, como tesouro mais precioso, a fé em Jesus
Cristo, o amor a Maria e a fidelidade à Igreja".
TAGLIACOZZO, Nossa Senhora de
Itália
Sobre uma colina próxima a Tagliacozzo, desponta um
grande edifício onde encontra-se o santuário dedicado à
Virgem e o convento dos Frades Menores Franciscanos,
desde o ano de 1688.
O templo foi erigido após a perseguição dos
iconoclastas sob as ordens do imperador do Oriente Leão
III, que acreditava poder destruir a pela destruição das
imagens sagradas.
A imagem daquela que é chamada de "Virgem do
Oriente" ficou escondida e assim foi salva. O santuário foi
construído em sua honra para celebrar sua preservação.
No dia 13 de janeiro de cada ano a comunidade
organiza o dia de agradecimento por todos os que
sobreviveram ao terrível terremoto que abalou a região, o
"Marsica". Muitos se salvaram porque recorreram à
intercessão da Virgem.
TERNURA , Nossa Senhora da
ou NOSSA SENHORA DO DOCE BEIJO
A Virgem "Glykofilúsa"
Ícone da escola cretense
Trata-se de um ícone da
escola cretense do século XVII. A
Virgem da Ternura era um tipo de
ícone que tinha uma popularidade
especial nos Balcãs, nas regiões
gregas e italo-bizantinas.
Salta aos olhos as expressões
de carícias dos dois rostos.
Sensibiliza-nos, especialmente, a
disposição das mãos: a do Menino Jesus está apoiada num
confiante abandono sobre a mão direita da Mãe, enquanto
que com a sua mão esquerda Ela o segura e ao mesmo
tempo parece acariciá-lo. O vermelho é delicado e muito
claro com relação aos demais ícones: a escola cretense
acolhia elementos derivados da pintura retratística ocidental.
As vestes - feitio, coloridos, pregas - são as tradicionais: o
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"mafórion" da Santíssima Virgem cereja-escuro sobre a
veste azulada com mangas bordas. Jesus se veste como
adulto e tem os pezinhos descalços, a mãozinha direita,
apoiada sobre o joelho, aperta o rolo da Escritura, os traços
do rosto mostram ser verdadeiro menino.
A auréola em torno da cabeça da Mãe de Deus delimita
uma parte do fundo dourado escuro e vem tipicamente
trabalhada: sobre o fundo dourado escuro e vem
tipicamente trabalhada: sobre o fundo preparado com gesso
antes da pintura (sempre necessário para ser verdadeiro
ícone), foram incisos pequenos buraquinhos redondos
ligados ao desenho, os quais depois da douração de fundo,
mantêm um efeito visível.
Este ícone da Virgem da Ternura mede 49x64 cm e
pertence ao Pontifício Colégio Grego de Roma.
Que Nossa Senhora, a Mãe da Ternura, o único ser que
"abraça Aquele que todo o Universo não pode conter"
(Santo Éfrem), desperte em nossos corações sentimentos
de bondade e ternura para com todos! Amém.
Os direitos desta obra pertencem à Pia Sociedade Filhas
de São Paulo.
Endereço na internet: http://www.paulinas.org.br
TODAS AS NAÇÕES , Nossa Senhora de
Holanda
Em 1945 a Virgem apareceu a
Ida Perleman, em Amsterdam,
Holanda, sobre um globo, com uma
cruz atrás de si, como "Nossa
Senhora de todos as Nações". Ida
recebeu 56 mensagens, de 1945 a
1959
e
foi
uma
aparição
interessante devido às profecias
que estão se cumprindo, e pelas
que ainda virão. Entretanto, não é
uma devoção ainda aprovada pela
Igreja.
(Ver Perleman - Holanda)
TRÊS MÃOS, Nossa Senhora das
Este título, muito popular no
Oriente, deve-se a um belíssimo
ícone cujas origens encontram-se
num episódio transmitido pela vida
de São João Damasceno.
No Império de Constantinopla
no século VIII houve uma luta muito
forte entre os inimigos dos ícones e
seus defensores, entre os quais
João Damasceno se destava. Por
ordem do imperador Leão Isáurico,
o santo teve a sua mão direita
cortada, a qual foi exposta em público.
Conta a lenda que ao anoitecer, João fez uma fervorosa
oração diante de um ícone da Virgem, prometendo-lhe, com
o braço mutilado, usar eternamente a sua mão direita para
prestar honras à Santíssima Virgem se a sua mão fosse
recuperada. Num gesto de gratidão, mandou executar uma
mão de prata e pendurou-a ao ícone, para perpétua
memória da grande graça alcançada. Em seguida mandou
pintar o ícone com esta espécie de "ex voto", que deu
origem ao ícone da "Virgem das Três Mãos".
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
No século XIII, o superior da Laura de São Saba
ofereceu o ícone ao metropolita da Sérvia São Sava.
Quando mais tarde os turcos invadiram a Sérvia, o ícone foi
transferido para o monte Athos e, ainda hoje, ele é
particularmente venerado no Mosteiro de Kilandari. Várias
cópias desse ícone tornaram-se famosas na Rússia, Grécia,
Sérvia e em outros países do Oriente, mantendo sempre a
iconografia e o nome "das três mãos".
Existe uma interpretação alegórica para a terceira mão:
tratando-se de uma mão feminina, parecida às outras duas
da Virgem, há os que a vêem como a mão da Mãe de Deus
que nos socorre em nossas necessidades, como o fez
miraculosamente a João Damasceno.
Este ícone é festejado em 28 de junho.
TRINTA E TRÊS, Nossa Senhora dos
Padroeira do Uruguai
A
Fazenda
"Virgem
dos
Desamparados", situada ao redor
de Florida, no Uruguai, era de
propriedade dos padres Jesuítas.
Era cortada por um regato
chamado Arroyo de La Virgem e no
cume da Serra Del Pintado, havia
um oratório com a imagem de
Nossa Senhora, representando a
Virgem subindo aos céus, levada
pelos
anjos
(inspirada
na
"Assunção de Murillo").
Em 1767 os Jesuítas são expulsos da Espanha e
também de toda a América Latina. O povoado que era
próspero decaiu tanto que mais tarde, quando o novo
pároco, Padre Santiago Figueiredo tomou posse, não
restavam mais do que cinco famílias no local, em um
terreno improdutivo e estéril
O povo, porém, não esqueceu a milagrosa imagem,
construindo uma rústica capela de palha e barro.
No dia 19 de abril de 1825, desembarcaram na praia da
Agraciada, trinta e três homens comandados pelo general
Antônio Lavalleja que pretendiam libertar a pátria, levando o
lema: Liberdade ou morte. Conquistaram o Soriano,
Colonia, San José, Guadalupe e Florida. Instalaram em
junho um Governo provisório e, conforme o costume
daqueles tempos foram à Igreja para implorar o auxílio de
Deus e de Sua Santíssima Mãe para a nova pátria uruguaia.
Na mesma cidade de Florida, no dia 25 de agosto de 1825,
reuniu-se a Assembléia Nacional Constituinte da República
Oriental do Uruguai para declarar a Independência do
Uruguai. Depois de lida a ata, todos, governantes e povo, se
dirigiram à Igreja e ajoelharam-se diante da pequena
imagem da Virgem, colocando a pátria sob a sua maternal
proteção. Diante da imagem foi colocada a nova bandeira
tricolor, elaborada com as velhas cores de Artigas.
Comandantes e soldados dobraram reverentes os joelhos.
O povo, que enchia a praça maior, o exército e o novo
governo lotaram a Igreja para o solene canto do "Te Deum"
(Ação de Graças) e a benção do pároco deu aos heróis e ao
povo. Quando algo nasce da espontaneidade do povo, não
se pode definir uma data certa; mas, com toda a certeza, foi
a partir da instalação da Soberana Assembléia, ainda na
cada de D. Ana Hernandez, ao lado da Igreja, que o povo
começou a chamar aquela milagrosa imagem "A Virgem dos
Trinta e Três".
No ano de 1857, o segundo chefe dos Trinta e Três, o
general Manuel Oribe, em agradecimento à "Virgem dos
Página 83
Trinta e Três", lhe ofereceu uma preciosa coroa que até
hoje se conserva no tesouro da Catedral. O Papa João
XXIII, permitiu a coroação pontifícia da imagem, no dia 11
de novembro de 1961. O mesmo Papa, a pedido da
Conferência Episcopal do Uruguai, a proclamou "Padroeira
da República Oriental do Uruguai". Uma multidão de
peregrinos se reúne em todos os segundos domingo de
novembro para celebrar as festividades de sua Padroeira e
pedir a proteção para todos os uruguaios.
UMBE, Nossa Senhora em
Assim como Lourdes ( 1858 ) e
em Fátima ( 1917 ) , estas aparições
de Nossa Senhora em Umbe (1941 )
cada vez mais vão se tornando
conhecidas entre os católicos do
mundo .
No Alto de Umbe , por um
pequeno caminho , entramos numa
extensa propriedade florestal , em
tranqüilo e sereno bosque de
pinheiros e eucaliptos . Chega-se ao
poço que recolhe a água abençoada pela Santíssima
Virgem .
A uns 50 metros, uma vereda por onde a própria Nossa
Senhora um dia caminhou, leva-nos a uma pequena
esplanada , diante da casa de campo, em que viveu a
família da vidente, Felisia Sistiaga . A este lugar acorrem os
peregrinos de todo o mundo, para rezar o Rosário , na Casa
da Virgem. No quarto em que, pela primeira vez, apareceu
Nossa Senhora, entronizou-se, em 2 de setembro de 1978,
depois de uma procissão, a imagem da Virgem Pura
Dolorosa, magistralmente talhada em madeira e vestida
com manto de veludo preto, para cumprimento de um dos
seus desejos .
(VER MENSAGENS - UMBE)
VAILANKINNI, Nossa Senhora de
ÍndiaVailankánni é uma pequena
cidade da Índia, na diocese de Tamil
Nadu, com uma população de
apenas 5000 pessoas, às margens
da Baía de Bengala, a 150 km ao sul
de Madras. Desde o século XVI, os
católicos da Índia invocam aquela
que denominam "Vailankánni Arókia
Matha", que em português significa
"Mãe da Saúde de Vailankanni".
Tudo teve início com a simplicidade
de dois pastorzinhos que diziam ter visto a Mãe de Jesus. O
primeiro pastor contou aos vizinhos da aldeia que uma
formosa Senhora, com um Menino nos braços, pedira-lhe
um pouco da água fresca que ele carregava num cântaro.
Ao chegar a sua casa ele constatou surpreso que água
havia se transformado em leite fresco...
O outro menino afirmava ter sido curado milagrosamente
pela mesma Senhora que lhe pedira, em gratidão, para
erguer naquele lugar uma capela, à qual as pessoas
acorreriam e ela mostrar-lhes-ia sua materna benevolência.
Um rico senhor de Nagapathnam, com a ajuda de seus
vizinhos, atendeu prontamente à solicitação do menino. A
humilde capela foi erguida numa colina e os fiéis
começaram a venerar a Virgem.
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
Da primitiva construção nada mais existe. A piedade dos
católicos da Índia construiu uma igreja maior e logo outra
ainda mais espaçosa. Os arquitetos quiseram imitar o
Santuário de Lourdes e traçaram uma ampla escadaria de
dois braços onde construíram as quatorze estações da Via
Sacra.
Atendendo aos pedidos do episcopado indiano, o papa
João XXIII elevou o templo à categoria de Basílica Menor e
todos começaram a chamar o santuário da "Mãe da Saúde
de Vailankanni" como "A Lourdes da Índia".
A festa da Mãe da Saúde é celebrada anualmente no dia
8 de setembro. Mais de um milhão de peregrinos se
concentram para honrar a Mãe de Deus, vindos de todas as
partes daquele imenso país. Chegam os católicos indianos
mas também muçulmanos, hindus, jainistas, shiks, parsis,
etc.
A grande afluência de peregrinos não ocorre apenas no
dia 8 de setembro. Durante todo o ano, especialmente na
Páscoa, em maio e em agosto, as multidões aglomeram-se
no santuário.
A Igreja Católica da Índia, que conta com muitos outros
templos dedicados à Virgem, ainda não declarou o
Santuário de Vailankánni como Santuário Mariano Nacional.
Mas não há dúvidas de que este seja o principal e talvez o
mais antigo entre todos os santuários marianos da Índia,
acompanhado de perto pelo da "Virgem das Graças", em
Sardana, diocese de Meerut e pelo da "Virgem do Monte",
em Bandra, arquidiocese de Bombay.
Bem próximos ao Santuário foram construídos dois
orfanatos. Um destinado aos meninos e outro às meninas.
Funciona também ali um asilo para idosos e um prontosocorro que nunca fecha suas portas devido à extraordinária
afluência de peregrinos que dia e noite visitam o Santuário.
Os orfanatos do Santuário, como os outros 800 que a
Igreja mantém na Índia para acolher crianças órfãs e
abandonadas, são financiados, ao menos parcialmente,
pela obra da Infância Missionária.
VALFLEURY, Nossa Senhora de
França
O Santuário de Nossa Senhora
de Valfreury já existia no ano 800. A
partir de 1052, por ordem do rei
Henrique I, tornou-se um priorado
beneditino dependente da Abadia de
La-Chaise-Dieu. Em 1687 foi
entregue aos cuidados dos Padres
Lazaristas, que ali se encontram até
hoje. Os filhos de São Vicente de
Paulo só estiveram ausentes
daquele santo lugar entre 1903-1918
quando os religiosos foram expulsos
da França.
O templo atual foi erguido entre 1853-1860. A torre foi
construída em 1881, data em que também se colocou a
estátua de bronze de São Pedro do lado de fora da igreja.
Em 1901 foi instalada uma imagem da Virgem sobre a rocha
tradicionalmente chamada de "Assento da Virgem", local da
legendária aparição da primitiva imagem de Maria
encontrada por um pastor.
Na ábside encontra-se a imagem de Maria. Assentada,
traz o Menino Jesus também assentado em seu colo,
olhando de frente ao estilo bizantino. Esta imagem, do
século IX, foi restaurada no século XI. O Menino Jesus não
é o original. Todo o conjunto é talhado em madeira de faia.
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O Santuário de Valfleury é popularmente chamado "o
irmão menor de Fourvière". Ali, aos pés de Maria, o
fundador da Sociedade de Maria (Congregação dos
Maristas), São Marcelino Champagnat reencontrou a paz
interior, a confiança no futuro da sua Congregação e a
convicção de que a obra marista era vontade de Deus.
VISITAÇÃO, Nossa Senhora da
Após a anunciação do anjo,
Maria sai apressadamente, diz São
Lucas, para visitar sua prima Isabel.
Vai prestar-lhe serviços, ajuntandose
provavelmente
a
alguma
caravana de peregrinos que vão à
Jerusalém, passa a Samaria e
atinge Ain-Karem, na Judéia, onde
mora a família de Zacarias. É fácil
imaginar os sentimentos que
povoam sua alma na meditação do
mistério anunciado pelo anjo. São
sentimentos de humilde gratidão para com a grandeza e a
bondade de Deus tão bem expressos na presença da prima
com o cântico do "Magnificat".
A presença do Verbo encarnado em Maria é causa de
graça para Isabel que, inspirada, percebe os grandes
mistérios que se operam na jovem prima, a sua dignidade
de Mãe de Deus, a sua fé na palavra divina e a santificação
do precursor, que exulta de alegria no ventre da mãe. Maria
ficou com Isabel até o nascimento de João Batista,
aguardando provavelmente outros oito dias para o rito da
imposição do nome.
Aceitando esta contagem do período passado junto com
a prima Isabel, a festa da Visitação, de origem franciscana
(os Frades Menores já a celebravam em 1863), era
celebrada a 2 de julho, isto é, ao término da visita de Maria.
Teria sido mais lógico colocar a memória depois do dia 25
de março, festa da Anunciação, mas procurou-se evitar que
caísse no período quaresmal.
A festa foi depois estendida a toda a Igreja Latina pelo
papa Urbano VI para propiciar com a intercessão de Maria a
paz e a unidade dos cristãos divididos pelo grande cisma do
Ocidente. O sínodo de Basiléia, na sessão do dia 1o. de
julho de 1441, confirmou a festividade da Visitação, não
aceita, no início pelos Estados que defendiam o antipapa.
O atual calendário litúrgico, não levando em conta a
cronologia sugerida pelo episódio evangélico, abandonou a
data tradicional de 2 de julho para fixar-lhe a memória no
último dia de maio, como coroação do mês que a devoção
popular consagra ao culto particular da Virgem.
Comenta São Francisco de Sales: "Na Encarnação
Maria se humilha confessando-se a serva do Senhor...
Porém, Maria não fica só na humilhação diante de Deus,
pois sabe que a caridade e a humildade não são perfeitas
se não passam de Deus ao próximo. Não é possível amar
Deus que não vemos, se não amamos os homens que
vemos. Esta parte realiza-se na
Visitação".
Em Portugal, por ordem do rei
D. Manuel, o Venturoso, as
festividades do dia da Visitação
eram celebradas com grande
pompa, por ter sido esta invocação
escolhida como protetora da Casa
de Misericórdia de Lisboa, assim
como de todas as Misericórdias do
reino,
instituição
beneficente
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
fundada pela rainha D. Leonor, sob a inspiração de Frei
Miguel de Contreiras. Deste modo os irmãos da Misericórdia
solenizavam o dia que a Virgem Nossa Senhora, depois de
conceber o Cristo Redentor, foi visitar Santa Isabel, usando
para com ela e São João Batista, que estava em suas
entranhas, de "particular misericórdia".
A Santa Casa do Rio de Janeiro, seguindo as
ordenações da metrópole, fazia todos os anos a procissão
de Santa Isabel, que era constituída de dois cortejos, um
que saía da catedral e outro do hospital. No primeiro,
conduzida pelo ilustríssimo Cabido, ia a imagem da Virgem,
enquanto no segundo a Irmandade da Misericórdia,
precedida de sua bandeira, ia ao encontro da outra
procissão levando a efígie de Santa Isabel. A cerimônia
finalizava com a colocação das duas imagens no altar-mor
da catedral, seguida de missa solene cantada pelo capelão
da Santa Casa de Misericórdia.
Esta festa, celebrada na cidade de São Sebastião
durante mais de três séculos, além de seu cunho religioso,
possuía uma característica eminentemente patriótica, pois
comemorava também o início das grandes descobertas
marítimas. Feita às expensas da Câmara, ela era assistida
pelos governadores, pelos vice-reis e, após a vinda da
família real para o Brasil, D. João VI e toda a corte. Depois
da independência esta tradição religiosa foi conservada e os
dois imperadores sempre tomaram parte na famosa
procissão de Santa Isabel.
Após o término das cerimônias litúrgicas, a população ia
ao Hospital da Misericórdia visitar os enfermos, a fim de
confortá-los e levar uma esmola. Repetindo o gesto de
Maria Santíssima, o povo carioca cumpria o preceito da
caridade cristã e ao mesmo tempo perpetuava a comovente
tradição iniciada por Nossa Senhora ao visitar e ajudar sua
santa prima Isabel, no momento em que mais precisava do
auxílio e da amizade daquela que seria a Mãe de Deus.
VITÓRIAS, Nossa Senhora das
La Rochelle, importante
porto francês, de fundação
medieval, tornou-se, no
início da Idade Moderna,
um poderoso reduto do
protestantismo. O Rei Luís
XIII e seu ministro, o
Cardeal
Richelieu,
empreenderam, em 1627, o
cerco da cidadela, com a
finalidade de acabar com a
revolta dos huguenotes.
A empresa, porém, era bastante difícil, pois os
revoltosos estavam apoiados pela Inglaterra, e o monarca
pediu, então, à sua esposa, a Rainha Ana da Áustria, para
tomar as devidas providências, de modo que, em todas as
igrejas de Paris, fossem feitas orações públicas pelo triunfo
de suas armas.
Assim pois, todos os sábados, o Arcebispo, com o clero
à frente, a corte e numerosos fiéis, rezavam o terço, para
pedir a Deus a derrota dos protestantes. Os capelães do
exército promoveram, também, orações entre os soldados.
Assim, a certas horas da tarde ecoavam, entre a tropa
arregimentada, orações em louvor à Virgem Santíssima.
Deus atendeu ao pedido do Rei e, pouco depois, a praça
forte se rendeu.
Em testemunho da gratidão por essa vitória, Luís XIII
lançou em Paris, a pedra fundamental de uma igreja que se
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chamou
Nossa
Senhora
das
Vitórias, como recordação da
tomada de La Rochelle.
O convento dos eremitas de
Santo Agostinho, situado próximo
desse templo, recebeu, pouco
depois, um humilde camponês,
conhecido pelo nome de Irmão
Fiacre, encarregado dos mais rudes
serviços do mosteiro, porém, grande
devoto de Nossa Senhora.
A Rainha da França, Ana da Áustria, casada há mais de
23 anos, havia perdido a esperança de dar um herdeiro ao
trono francês. O humilde Irmão Fiacre, com pena da rainha,
e das conseqüências que essa situação poderia trazer à
monarquia, encarregou-se de suplicar a intercessão de
Nossa Senhora e do seu Divino Filho. Certa noite, Maria
Santíssima apareceu para o Frade,
prometendo-lhe atender às suas
preces, com a condição de que as
novenas fossem rezadas nos
santuários por Ela designados.
Após dez meses de orações,
nascia a 5 de setembro de 1638,
um menino, que seria mais tarde o
Rei Luís XIV, o grande soberano,
que emprestaria seu nome ao
século XVII, conhecido como "Rei
Sol", um dos mais importantes
monarcas da França.
Em agradecimento, publicou-se um Edito oficial
consagrando a França e a família real à Virgem Santíssima.
Foi o famoso Voto de Luís XIII, celebrado ainda hoje, nas
paróquias francesas.
A igreja de Nossa Senhora das Vitórias, construída em
estilo clássico, está coberta de ex-votose sua iluminação é
feita por lâmpadas votivas de milhares de velas, que
atestam a veneração popular à Mãe Imaculada. Em sua
fachada, foi gravada, em letras de outro, uma legenda de
gratidão, por "tantas vitórias que lhe vieram do Céu,
especialmente d'Aquela que arrasou a heresia".
No século XIX, por ocasião das aparições de Nossa
Senhora a Catarina de Labourè, o cura da Igreja de Nossa
Senhora das Vitórias fundou uma associação de orações,
que reúne adeptos de todo o mundo, mostrando a intensa
irradiação deste santuário. As principais festas são no
Domingo da Septuagésima e o 4º Domingo de Outubro. As
Missas são celebradas pela PAZ.
WALSINGHAM,
Senhora de
Nossa
Nossa Senhora é invocada sob
este título na Inglaterra, onde
Richeldis de Faverches teve uma
visão muito peculiar da Virgem. Esta
apareceu-lhe e a conduziu em
espírito à sua casa de Nazaré. Aí
recomendou que tomasse as
medidas exatas de sua casa, para
que pudesse ser edificada em
Walsingham uma casa semelhante; mas só depois que a
aparição se repetiu três vezes, Richeldis começou a
satisfazer o desejo de Maria Santíssima. Estes
acontecimentos se deram no ano de 1061.
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
Diz a tradição que, quando Richeldis tratou de iniciar a
construção da "Santa casa", viu com espanto, certa manhã,
ao olhar para um prado, dois pedaços do terreno
misteriosamente não-atingidos pelo orvalho, e esses dois
planos correspondiam exatamente às dimensõpes dos
alicerces da casa de Nazaré, que Richeldis medira em sua
visão; porém, quando ela fazia começar a construção num
daqueles lugares assinalados, que ficavam na proximidade
de duas fontes, sobrevinham singulares acontecimentos,
que estorvavam ou retardavam os trabalhos iniciados.
Tudo falhava, e ninguém acreditava que a capela fosse
alguma dia acabada.
Richeldis voltou-se aflita para a Mãe de Deus, pedindolhe auxílio e proteção para sua obra, e eis que, na
madrugada de uma noite de oração fervorosa e confiante,
seu pedido é satisfeito de modo maravilhoso: Richeldis
encontra o santuário (a "Santa Casa") muito bem construído
a 200 pés de distância do lugar em que tinham começado a
construí-lo. A esse grande milagre uniram-se muitas curas
maravilhosas e o livramento dos mais variados perigos e
necessidades.
A fama de Walsingham como lugar de graças
extraordinárias espalhou-se rapidamente, e começaram a
afluir peregrinos de toda parte.
Ao longo das estradas por onde passavam os
peregrinos foram erigidas de espaço a espaço capelas e
outros lugares de oração. Duas capelas ainda existem: uma
fica em King’s Lynn e é denominada Capela de Nossa
Senhora da Colina Vermelha; a outra, situada em Honghtonin-the-Dale, é dedicada a santa Catarina de Alexandria e
conhecida por "Capela dos Chinelos", porque aí os
peregrinos tiravam os sapatos, continuando o trajeto
descalços.
Geoffrey de Faverches, filho de Richeldis, indo em
peregrinação à Terra Santa, deixou como seu substituto o
capelão Edvoy, dando-lhe a incumbência de construir um
convento em suas terras e confiar a "Santa Casa" aos
cuidados de uma ordem religiosa. Tal ordem receberia
também o padroado da igreja de Todos os Santos
De 1146 a 1174 os cônegos agostinianos encarregaramse do convento e também da "Santa Casa" até a destruição
do convento e a proibição das peregrinações na Inglaterra.
Já muito antes da extinção deste lugar de culto católico
por ordem do Cromwell, no ano de 1538, tinha começado o
calvário de Walsingham, depois de ter o culto católico
florescido durante três séculos naquele lugar bendito.
Página 86
Mais ou menos trezentos anos depois da destruição da
imagem milagrosa de Walsingham, começou o movimento
de Oxford, que visava ao reflorescimento da fé católica na
Ilha. Com esse movimento, foi renascendo pouco a pouco a
veneração da Virgem Maria; com esse objetivo uniram-se os
veneradores de Maria em 1848; em 1880 nasceu a
Confraria das Filhas de Maria; em 1904, a Liga de Nossa
Senhora, e nos anos seguintes muitas outras organizações
semelhantes.
Em 1921, resolveram mandar fazer uma cópia da antiga
imagem, e, como a antiga capela estava ainda como a
tinham deixado depois da pilhagem, colocaram a imagem
na igreja paroquial. Assim começou a aumentar a devoção a
Nossa Senhora, começando também dentro em pouco as
romarias, depois organizadas regularmente.
Poucos anos depois a necessidade de aumentar a igreja
fez reconstruírem a "Santa Casa" segundo o modelo e o
tamanho da primitiva, encerrando-a, porém, numa
construção maior. A obra teve início em 1931, e em 1937 a
igreja foi consagrada.
A devoção foi-se tornando sempre mais intensa, e
inúmeras foram as graças concedidas pela Mãe de Deus,
tanto aos doentes como aos sãos, havendo também muitas
conversões e curas milagrosas.
Nossa Senhora de Walsingham é o título de Nossa
Senhora mais amado e invocado na Inglaterra.
ZEITUN, Nossa Senhora em
Egito
Entre 1968 e 1970, Nossa Senhora apareceu no alto de
uma igreja ortodoxa copta em Zeitun, Egito, nos arredores
da cidade do Cairo, duas a três vezes por semana. As
aparições duravam de vinte minutos a oito horas. A Virgem
estaria cercada de uma luz muito intensa e às vezes uma
pomba poderia ser vista acima dela.
Milhões de pessoas foram vê-la, inclusive o presidente
egípcio Gamal Abdel Nasser. Em todos as aparições no
Egito Nossa Senhora nunca disse uma palavra.
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
Página 87
"CONVERTASE PARA O
AMOR
UNIVERSAL"
2 - ORAÇÕES
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
Página 88
Abadia
Agonia
Senhora, mãe de Deus, que no cenáculo, após a
ascensão de Jesus ao céu,
presidistes as orações
suplicantes dos Apóstolos para a vinda do Divino Espírito
Santo; agora, que estais no paraíso à frente dos coros dos
anjos e santos, presidí, também, Senhora nossa rainha,
toda a nossa vida, orientando-nos para a pátria celeste,
onde desejamos estar convosco cantando, eternamente, as
glórias de Jesus.
Amém.
Ó Maria, Rainha dos Mártires, Senhora da Agonia, Vós
que permanecestes de pé junto à Cruz de vosso Divino
Filho Jesus, e às suas palavras: "Mulher, eis o teu filho""Filho, eis tua Mãe", - tornaste-Vos nossa Mãe; acolhei, com
bondade, nossa prece filial.
Ó Senhora da Agonia, assim como o discípulo acolheuVos em sua casa, também nós queremos abrir-Vos as
portas de nossos corações, de nossos lares,
CONSAGRANDO-VOS toda a nossa vida: passada,
presente e futura.
Exercei, pois, Vossa função de Mãe, ensinando-nos a
viver, em todos os momentos, a vontade de Deus, levandonos, assim, a imitar o Vosso SIM de Nazaré, que culminou
com o SIM do Calvário.
Vinde, ó Mãe, em socorro de nossas angústias, não
permitindo que nos desviemos do caminho do bem, da
verdade, do amor!
Conduzi nossas vidas ao porto seguro da salvação, que
é: JESUS!
Ousando somar nossas agonias às Vossas, diante desta
dificuldade... (dizer o pedido), recorremos à vossa maternal
proteção, com a confiança de que não ficaremos
decepcionados em nossas súplicas.
Amém.
Abadia
(Oração recolhida na Paróquia de Abadia dos Dourados,
Minas Gerais, Brasil, no centenário de celebração da festa
da padroeira)
Ó Senhora da Abadia, aqui estão os vossos filhos que,
cheios de gratidão, vieram vos agradecer: agradecer o Dom
da vida; agradecer o Dom da fé; agradecer a vida divina;
agradecer a vida de família e de amizades; agradecer a vida
da Igreja; agradecer os cem anos de celebração desta festa.
Estes vossos filhos, Senhora e Mãe, vieram também
pedir e suplicar:
olhai, ó Mãe, estes vossos filhos e suas famílias;
olhai, ó Mãe, esta Paróquia e seu Vigário;
olhai, ó Mãe, esta diocese e seus Bispos;
olhai, ó Mãe, a Igreja e o Santo Padre, o Papa.
Fazei, ó Mãe e Rainha, que estes vossos filhos sejam
testemunhas das verdades libertadoras anunciadas no
Evangelho de vosso filho Jesus realizando o seu reino
também na terra.
Ó Mãe, estes filhos querem gozar um dia de vossa
presença na glória do céu, onde de corpo e alma estais com
o Pai, reinais com vosso Filho Jesus e viveis com o Espírito
Santo.
Amém.
Achiropita
Virgem Santíssima, Mãe de Deus e nossa Mãe
Achiropita, volvei o vosso olhar piedoso para nós e para as
nossas famílias.
Através dos séculos, pelos milagres e pelas aparições,
mostrastes ser Medianeira perene de graças.
Tende compaixão das dificuldades em que nos
encontramos e das tristezas que amarguram a nossa vida.
Vós, coroada Rainha, à direita do Vosso Filho, cheia de
glória imortal, podeis auxiliar-nos.
Tudo o que está em nós e em volta de nós, receba as
vossas bênçãos maternais.
Ó Rainha Achiropita, prometemos dedicar-vos toda a
nossa vida para a honra do vosso culto e a serviço de
nossos irmãos.
Solicitamos de vossa maternal bondade os auxílios em
nossas necessidades e a graça de viver sob a vossa
constante proteção, consolados em nossas aflições e livres
das presentes angústias.
Com confiança podemos repetir que, não recorre a vós
inutilmente aquele que Vos invoca sob o título de
"Achiropita".
Amém.
Amparo
Ó Maria, ó Mãe pia
Salvadora do mortal
amparai-me e guiai-me
Para a pátria celestial
Quem por ti, fervente chama
Até na guerra, acha paz
Pois teu nome luz derrama
Gozo e bálsamo eficaz
Com os anjos de Maria,
As grandezas celebrai
Inundados de alegria
Seus louvores publicai.
Anunciada
Maria, Mãe de Deus!
Humildemente imploramos a vossa intercessão para
alcançarmos a graça de compreender
que, vosso Filho Jesus é a fonte de todo eterno bem,
infinitamente maior que a mais abundante chuva, símbolo
da vossa bondade.
Amém.
Nossa Senhora Anunciada, rogai por nós!
Aparecida
Ó incomparável Senhora da Conceição Aparecida, Mãe
de Deus, Rainha dos Anjos, Advogada dos pecadores,
refúgio e consolação dos aflitos e atribulados, Virgem
Santíssima, cheia de poder e de bondade, lançai sobre nós
um olhar favorável, para que sejamos socorridos por vós,
em todas as necessidades em que nos acharmos.
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
Lembrai-vos, ó clementíssima Mãe Aparecida, que
nunca se ouviu dizer que algum daqueles que têm a vós
recorrido, invocado vosso santíssimo nome e implorado
vossa singular proteção, fosse por vós abandonado.
Animados com esta confiança, a vós recorremos.
Tomamo-nos de hoje para sempre por nossa Mãe,
nossa protetora, consolação e guia, esperança e luz na hora
da morte. Livrai-nos de tudo o que possa ofender-vos e a
vosso Santíssimo Filho, Jesus.
Preservai-nos de todos os perigos da alma e do corpo;
dirigi-nos em todos os negócios espirituais e temporais
.Livrai-nos da tentação do demônio, para que, trilhando o
caminho da virtude, possamos um dia ver-vos e amar-vos
na eterna glória, por todos os séculos dos séculos.
Amém.
Apresentação
Minha boa Mãe do Céu, Nossa Senhora da
Apresentação que, aos três anos subistes as escadarias do
Templo para vos consagrardes inteiramente a Deus,
praticando assim o ato de religião o mais agradável ao
Senhor, seja-vos também agradável, a nossa homenagem,
a nossa consagração.
Consagrastes ao Senhor, ó Rainha do Céu, o vosso
espírito e vosso coração, em flor de infância, o vosso corpo
e todas as potências do vosso ser pelo sacrifício total, o
mais generoso e desinteressado, pela mais solene imolação
que o mundo já viu, antes da imolação do Calvário.
Nós, aqui na terra de exílio, unimos aos espíritos
celestes que assistiram a esta augura cerimônia que é como
prelúdio de todas as vossas festas e com eles e todos os
santos
cantamos as glórias da vossa Apresentação
benditíssima.
Amém.
Árvore
Virgem benigna, Santa Mãe de Deus, que justamente
sois comparada à árvore sagrada que nos trouxe o fruto da
salvação, Jesus, o Redentor, bendito fruto de vosso ventre.
Não desprezeis as minhas súplicas, ó Mãe do Filho de Deus
humanado, mas dignai-vos de as ouvir propícia e de me
alcançar o que vos peço. Ó clemente, ó piedosa ó doce
sempre Virgem Maria.
Amém.
Auxiliadora
Santíssima Virgem Maria a quem Deus constituiu
Auxiliadora dos Cristãos,
nós vos escolhemos como Senhora e Protetora desta
casa.
Dignai-vos mostrar aqui Vosso auxílio poderoso.
Boa Viagem
Virgem Santíssima, Senhora da Boa Viagem, esperança
infalível dos filhos da Santa Igreja, sois guia e eficaz auxílio
dos que transpõem a vida por entre os perigos do corpo e
da alma.
Refugiando-nos sob o vosso olhar materno,
empreendemos nossas viagens certos do êxito que
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obtivestes quando vos encaminhastes para visitar vossa
prima Santa Isabel.
Em ascensão crescente na prática de todas as virtudes
transcorreu a vossa vida, até o ditoso momento de subirdes
gloriosa para os céus; nós vos suplicamos pois, ó Mãe
querida: velai por nós, indignos filhos vossos, alcançandonos a graça de seguir os vossos passos, assistidos por
Jesus e José, na peregrinação desta vida e na hora
derradeira de nossa partida para a eternidade. Amém
(Esta oração foi escrita por Dom Antônio dos Santos
Cabral, Primeiro arcebispo de Belo Horizonte (MG).
Bom Parto
Ó Maria Santíssima, vós, por um privilégio especial de
Deus, fostes isenta da mancha do pecado original, e devido
a este privilégio não sofrestes os incômodos da
maternidade, nem ao tempo da gravidez e nem no parto;
mas compreendeis perfeitamente as angústias e aflições
das pobres mães que esperam um filho, especialmente nas
incertezas do sucesso ou insucesso do parto. Olhai para
mim, vossa serva, que na aproximação do parto, sofro
angústias e incertezas. Dai-me a graça de ter um parto feliz.
Fazei que meu bebê nasça com saúde, forte e perfeito. Eu
vos prometo orientar meu filho sempre pelo caminho certo,
o caminho que o vosso Filho, Jesus, traçou para todos os
homens, o caminho do bem. Virgem, Mãe do Menino Jesus,
agora me sinto mais calma e mais tranquila porque já sinto
a vossa maternal proteção.
Nossa Senhora do Bom Parto, rogai por mim!
Bonate
Senhor nosso Deus, concedei-nos sempre saúde de
alma e corpo, e fazei que, ela intercessão de Nossa
Senhora de Bonate, sejamos libertos de todo pecado e,
livres das tristezas presentes, gozemos as alegrias eternas.
Por Cristo Senhor Nosso.
Amém.
Brasil
Ó Deus de misericórdia, assim como a imagem da Mãe
e Deus ficou intata no incêndio ocorrido na igreja de santo
Efrém, em Nápoles, na Itália, apagai o ímpeto de nossas
paixões e socorrei a nossa fraqueza e concedei-nos
ressurgir de nossos pecados pela intercessão de Maria, cuja
memória celebramos.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade
do Espírito Santo.
Amém.
Carmo
Nós vos suplicamos, Senhor, que nos assistais com a
intercessão poderosa da Santíssima Virgem Maria, Mãe e
Rainha do Carmelo, para que, guiados pelo seu exemplo e
proteção, subamos o monte da perfeição que é Cristo.
Amém.
INVOCAÇÕES
Transbordo de alegria em Deus, meu Salvador,
porque me deu por Mãe, a sua Mãe, Rainha e Mãe do
Carmelo
(Ave Maria).
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
Senhora, leva-me a teu Monte Santo e alegra-me em tua
casa de oração.
Conduze-me, Virgem Maria, à Terra do Carmelo, para
que eu possa saborear seus melhores frutos.
(Ave Maria).
Mãe, que tua branca sombra invisível acompanha meus
passos, levando-me a Cristo, minha origem e meta.
(Ave Maria).
Mãe, sempre me mantenha unido a ti com laços
irrompíveis, praticando seriamente as virtudes.
(Ave Maria)
Saudação à Mãe do Carmo
Mãe do Carmelo, ao aproximar-me de ti, recordo a visita
que
fizeste
ao
lar
de
Zacarias.
Nas asas do amor voaste até à montanha.
Ao
encontraste
Isabel
a
saudaste.
E tuas palavras de cortesia fizeram João estremecer
prodigiosamente
no
seio
materno.
Tua prima, cheia do Espírito Santo, respondeu tua
saudação com uma jubilosa acolhida.
Eu, bendita Senhora e minha Mãe, repito hoje a
felicitação de Isabel:Bendita és tu entre as mulheres e
bendito é o fruto de teu ventre. Tu és feliz, porque
acreditaste que se cumpriria o que te foi dito da parte do
Senhor!
Virgem do Carmo, minha Mãe, aqui me tens, bem
próximo a ti. Meu coração, ó Mãe, repousa frente ao teu,
para que o incendeies com teu amor e o torne semelhante
ao teu.
Virgem do Carmo, sou mendigo de Deus e também teu
mendigo, por isso te peço que me socorra em minhas
necessidades (fazer a intenção) mas sobretudo a de todos
os homens e mulheres, meus irmãos.
Ó Mãe, recebe novamente minha saudação, agora com
as palavras do anjo: Alegra-te, cheia de graça, o Senhor
está contigo; bendita és tu entre as mulheres!
Amém.
(Três Ave-Marias
Casaluce
Ó Nossa Senhora de Casaluce, que sempre protegestes
este povo, volvei benigna, o vosso olhar sobre nós que
invocamos vosso auxílio.
Quantos perigos, ó Mãe, nos ameaçam! Quantas
desgraças nos amedrontam! Quantos inimigos nos assaltam
de todo o lado!
Mas Vós, que sois poderosa e piedosa, Vós que sempre
estais no meio de nós, homenageada qual Rainha, invocada
com sentimentos de ternura, como mãe, sorrí-nos e
protegei-nos .
Quando vos convocamos e não fomos por Vós,
atendidos? Virgem Santa de Casaluce, conosco, que somos
o vosso povo escolhido e favorecido, mostrai-vos sempre
Mãe; protegei todos os que estão perto de Vós, lembrai-vos
daqueles que moram longe e elevam a Vós a sua prece.
Nós colocamos em Vós toda a nossa confiança.
Socorrei-nos na vida e na morte e no tempo da eternidade.
Assim seja.
Conceição
Ó Maria, concebida sem pecado,
recorremos a vós!
rogai por nós, que
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Por vossa Conceição Imaculada, ó Maria, purificai meu
corpo e santificai minha alma!
Confiança
Ó Maria!
Em vossas mãos ponho esta súplica (pede-se):
abençoai-a e depois apresentai-a a Jesus; fazei valer o
vosso amor de Mãe e o vosso poder de Rainha.
Ó Maria!
Eu conto com o vosso auxílio. Confio em vosso poder.
Entrego-me a vossa vontade. Estou seguro (a) de vossa
misericórdia.
Ó Mãe de Deus e minha. Rogai por mim.
Cotoca
HINO À VIRGEM DE COTOCA
(em espanhol)
Virgen de Cotoca, portento de luz, con fervor te invoca
todo Santa Cruz.
1. Estrella del cielo, Madre de bondad, tu eres el
consuelo de la humanidad. Excelsa Señora, tierna y bella
flor, milagrosa aurora de piadoso amor.
2. Símbolo de puras virtudes sin par: Reino de dulzuras,
joya del altar. En ti corona que oprime tu sien: es red que
aprisiona la esencia del bien.
3. Eres Reina y Dueña de gracia y candor, y el alma
cruceña se funde en tu amor. Bendícenos, tierna Virgen
oriental y tu luz eterna nos libre del mal.
D'Oropa
Senhora Nossa, Mãe de Deus,
que vos dignastes interceder pelos moradores de Biella
livrando-os da peste, lembrai-vos de todos aqueles que
invocam o vosso nome santíssimo.
Rogai por nós junto ao vosso amantíssimo Filho, para
que sejamos beneficiados
com a saúde do corpo e da alma e livres de todos os
males que possam nos atingir.
Amém.
Desatadora dos Nós
Santa Mãe, cheia da graça de Deus, ao longo de vossa
vida nunca fostes cativa das tentações do Maligno, pois
aceitastes sem jamais duvidar a vontade do Senhor.
Intercedestes sempre por nós com nossos problemas, como
nas Bodas de Caná, ensinando-nos como desamarrar o nó
de nossas dificuldades. Jesus, na triste tarde de Sua morte,
deixou-vos como nossa Mãe e como Mãe ordenais e
facilitais nossa união com o Senhor.
Santíssima Virgem, Nossa Mãe, que desatais os nós
que dificultam nossa vida, pedimo-vos que recebais em
vossas mãos materna a ................... (diz-se o nome da
pessoa) Livrai-o das ataduras e desvios com os quais o
tenta o Maligno!
Por vossa intercessão livrai-nos o Senhor de todo mal!
Querida Mãe, desatai os nós que nos separam de Deus
para que, livres do pecado, nós O busquemos e O
encontremos em nosso semelhante, bendizendo-O sempre
como nosso Pai e Único Senhor.
Amém.
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
Desterro
Ó Bem-aventurada Virgem Maria, mãe de Nosso Senhor
Jesus Cristo Salvador do Mundo, Rainha do Céu e da Terra,
advogada dos pecadores, auxiliadora dos cristãos, protetora
dos pobres, consoladora dos tristes, amparo dos órfãos e
viúvas, alívio das almas penantes, socorro dos aflitos,
desterradora das indigências, das calamidades, dos
inimigos corporais e espirituais, da morte cruel dos
tormentos eternos, de todo bicho e animal peçonhentos, dos
maus pensamentos, dos sonhos pavorosos, das cenas
terríveis e visões espantosas, do rigor do dia do juízo, das
pragas, dos incêndios, desastres, bruxarias e maldições,
dos malfeitores, ladrões, assaltantes e assassinos. Minha
amada mãe, eu prostrado agora aos vossos pés, com
piedosíssimas lágrimas, cheio de arrependimento das
minhas pesadas culpas, por vosso intermédio imploro
perdão a Deus infinitamente bom.
Rogai ao vosso Divino Filho Jesus, por nossas famílias,
para que ele desterre de nossas vidas todos estes males,
nos dê perdão de nossos pecados e nos enriqueça com sua
divina graça e misericórdia. Cobri-nos com o vosso manto
maternal, ó divina estrela dos montes.
Desterrai de nós todos os males e maldições. Afugentai
de nós a peste e os desassossegos. Possamos, por vosso
intermédio, obter de Deus a cura de todas as doenças,
encontrar as portas do Céu abertas e convosco ser felizes
por toda a eternidade. Amém.
(Rezar 7 Pai-nossos, 7 ave-marias e 1 Credo ao
Sagrado Coração de Jesus, pelas sete dores de Maria
Santíssima).
Fátima
Santíssima Virgem, que nos montes de Fátima vos
dignastes revelar a três pastorinhos os tesouros de graças
contidos na prática do vosso santo Rosário incuti
profundamente em nossa alma o apreço em que devemos
ter esta devoção, a vós tão querida, a fim de que, meditando
os mistérios da Redenção, que neles se comemoram, nos
aproveitemos de seus preciosos frutos e alcancemos a
graça (............................) que vos pedimos, se for para a
glória de Deus e proveito de nossas almas.
Assim seja.
Pai-nosso, Ave-Maria, Glória ao Pai
Graças
Ó imaculada Virgem Mãe de Deus e nossa Mãe: ao
contemplar-vos de braços abertos derramando graças
sobre os que vos pedem cheios de confiança na Vossa
poderosa intercessão inúmeras vezes manifestada pela
Medalha Milagrosa, embora reconhecendo a nossa
indignidade por causa de nossas numerosas culpas,
acercarmo-nos de vossos pés para vos expor durante esta
Novena as nossas mais prementes necessidades...
(um instante de silêncio)
Concedei-nos, pois, ó Virgem da Medalha Milagrosa,
este favor que, confiantes, vos solicitamos para major glória
de Deus, engrandecimento do Vosso Nome, e bem de
nossas almas, e para melhor servirmos ao Vosso divino
Filho, inspirai-nos um profundo ódio ao pecado e dai-nos a
coragem de nos afirmar sempre verdadeiros cristãos.
Amém.
Ave Maria, cheia de graça ...
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Ave Maria, cheia de graça ...
Ave Maria, cheia de graça ...
Horto
Virgem Maria, que foste declarada pelo Espírito Santo
Horto Fechado e Fonte Segura, porque jamais admitiste
outro Senhor que o próprio Deus.
Por tua fidelidade constante, lança-nos um olhar
materno e alcança-nos de Jesus, que tens nos braços,
verdadeira conversão de vida, amor a Deus e ao próximo e
também a graça que pedimos.
Amém.
Esta oração encontra-se na belíssima novena que
pode ser solicitada às Irmãs do Horto, Caixa Postal 1493
– Porto Alegre (RS) CEP 9000-970.
Lourdes
Bendita sejais, Virgem Puríssima, que por dezoito vezes
vos dignastes aparecer na gruta de Lourdes, toda imersa
nas irradiações do vosso próprio esplendor, da vossa
doçura, da vossa magnificência e ali vos revelastes à
humilde e ingênua criança, para que, no êxtase de sua
contemplação, vos ouvisse dizer: "Eu sou a Imaculada
Conceição". Bendita sejais, Senhora, na vossa Imaculada
Conceição. Bendita sejais, pelos extraordinários benefícios
que não cessais de espargir naquele lugar. E nós, ó Maria,
pelo vosso amor de Mãe e pela glória que vos tributa a
santa Igreja, nós vos conjuramos que realizeis as
esperanças
de
conversão,
de
santificação,
de
perseverança, numa palavra, as esperanças de salvação
que nasceram em nós com a proclamação do dogma da
Imaculada Conceição. Fostes Virgem Maria, Imaculada na
vossa Conceição. Rogai por nós ao Pai, cujo Filho Jesus,
concebido do Espírito Santo, destes à luz.
Amém.
Mãe do Infinito Amor
Foram ensinadas diversas jaculatórias e orações. Todas
têm aprovação eclesiástica (imprimatur).
Jaculatórias:
"Ave, cheia de graça!"
"Jesus é e sempre será o meu primeiro AMOR."
"Jesus, eu confio em Vós! Vinde em meu socorro,
Jesus!"
"Jesus, convertei os corações e iluminai nossos
caminhos."
"Jesus, eu quero Te receber como Rei e Senhor da
minha vida."
"Rei! Rei! Jesus é o Rei dos Reis"
Oração de exorcismo:
Afasta-te de mim, Satanás, pois é em nome do Pai, do
Filho e do Espírito Santo (faz-se o Sinal da Cruz) que te
expulso de mim e dos meus pensamentos e que o próprio
Deus te acorrente e te jogue para bem longe, onde a mim
nada poderás fazer.
Oração de Adoração
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
Meu Senhor, eu Te quero, Te adoro, Te anseio
infinitamente. Peço que fiques sempre em mim para me
fortalecer; sobre mim para me abençoar, e com Teu Amor
Infinito sempre, sempre me amar.
Amém!
Outras orações:
Ao Imaculado Coração de Maria
Aos Arcanjos
A São José, pelas famílias
Consagração ao Menino Jesus
Oração pela conversão
Terço do Sangue de Jesus
Medalha Milagrosa
Ó imaculada Virgem Mãe de Deus e nossa Mãe: ao
contemplar-vos de braços abertos derramando graças
sobre os que vos pedem cheios de confiança na Vossa
poderosa intercessão inúmeras vezes manifestada pela
Medalha Milagrosa, embora reconhecendo a nossa
indignidade por causa de nossas numerosas culpas,
acercarmo-nos de vossos pés para vos expor durante esta
Novena as nossas mais prementes necessidades...
(um instante de silêncio)
Concedei-nos, pois, ó Virgem da Medalha Milagrosa,
este favor que, confiantes, vos solicitamos para major glória
de Deus, engrandecimento do Vosso Nome, e bem de
nossas almas, e para melhor servirmos ao Vosso divino
Filho, inspirai-nos um profundo ódio ao pecado e dai-nos a
coragem de nos afirmar sempre verdadeiros cristãos.
Amém.
Ave Maria, cheia de graça ...
Ave Maria, cheia de graça ...
Ave Maria, cheia de graça ...
Medjugore
ORAÇÕES
OS 7 PAI-NOSSOS, AVES E GLÓRIAS
Essa oração já era uma tradição na vila de Medjugorge.
Nos primeiros dias das aparições, a avó de um dos videntes
sugeriu-lhes rezar na hora da aparição, pois, se fosse o
demônio, fugiria. Assim, quando Nossa Senhora chegava,
eles estavam rezando. Essas orações já eram rezadas
pelos idosos do lugar, em honra das 7 dores de Nossa
Senhora. Depois, Ela pediu no início, também, a reza do
Creio, sua oração preferida. Vicka diz que, quando começa
a rezar o Creio, Nossa Senhora não pára de sorrir e nunca
A vê tão feliz como quando durante essa oração. Nossa
Senhora ensinou que se rezasse os 5 primeiros Pai-Nossos,
Aves e Glórias em honra das chagas das mãos, dos pés e
do peito de Jesus. O 6º, pelo Papa e o 7º, pedindo o
Espírito Santo para nós, para nossas famílias e para o
mundo inteiro.
A oração salva, traz alegria e é ocasião de festa. A
convite de Nossa Senhora, as pessoas começaram a rezar,
gradual e humildemente. De início, com orações simples:
Creio, 7 Pai-Nossos, Aves e Glórias.
Página 92
ORAÇÃO À MÃE DE BONDADE, DE AMOR E DE
MISERICÓRDIA
(Ditada a Iélena, em 19.4.83)
Ó minha Mãe! Mãe de bondade, de amor e de
misericórdia! Amo-Vos imensamente e ofereço-me a Vós.
Por meio de Vossa bondade, Vosso amor e Vossa
misericórdia, salvai-me! Desejo ser Vosso. Amo-Vos
imensamente e desejo Vossa proteção. Do íntimo do meu
coração, peço-Vos, ó Mãe de bondade, concedei-me a
Vossa bondade, para que, por meio dela, eu alcance o Céu.
Peço-Vos, pelo Vosso imenso amor, que me concedais a
graça de poder amar a cada um como amastes a Jesus
Cristo. Peço-Vos a graça de ser-Vos grato. Ofereço-me
completamente a Vós e desejo que estejais comigo em
cada passo, porque Vós sois cheia de graça. Desejo nunca
me esquecer de Vossa graça e, se perdê-la, peço-Vos para
fazer-me encontrá-la de novo.
Amém.
CONSAGRAÇÃO AO SAGRADO
JESUS
(Ditada a Iélena, em 28.11.83)
CORAÇÃO
DE
Ó Jesus, sabemos que fostes manso e oferecestes, por
nós, o Vosso Coração. Coração coroado por espinhos e
pelos nossos pecados. Sabemos que hoje também rezais
pela nossa salvação. Jesus, lembrai-Vos de nós quando
cairmos no pecado. Fazei que, por meio do Vosso
Santíssimo Coração, todos nós, seres humanos, nos
amemos. Desapareça o ódio do seio da humanidade.
Mostrai-nos o Vosso amor. Todos nós Vos amamos e
desejamos que o Vosso Coração de Pastor nos proteja de
todo o pecado. Entrai em todos os corações, ó Jesus! Batei.
Batei à porta do nosso coração. Sede paciente e
perseverante. Nós continuamos ainda fechados, porque não
compreendemos a Vossa vontade. Batei continuamente.
Fazei, ó bom Jesus, que saibamos abrir para Vós os nossos
corações, ao menos quando nos lembrarmos da Vossa
paixão, que sofrestes por nós.
Amém.
CONSAGRAÇÃO AO IMACULADO CORAÇÃO DE
MARIA
(Ditada a Iélena, em 28.11.83)
Ó Coração Imaculado de Maria, repleto de bondade,
mostrai-nos o Vosso amor. A chama do Vosso Coração, ó
Maria, desça sobre todos os homens. Nós Vos amamos
infinitamente. Imprimi nos nossos corações o verdadeiro
amor, para que sintamos o desejo de Vos buscar
incessantemente. Ó Maria, Vós que tendes um Coração
suave e humilde, lembrai-Vos de nós quando cairmos no
pecado. Vós sabeis que todos os homens pecam. Concedei
que, por meio do Vosso Imaculado e Materno Coração,
sejamos curados de toda doença espiritual. Fazei que
possamos sempre contemplar a bondade do Vosso Materno
Coração e nos convertamos por meio da chama do Vosso
Coração.
Amém.
ROSÁRIO DE JESUS
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
O Rosário de Jesus é a recordação dos 33 anos da sua
vida. Na Herzegóvina, rezava-se freqüentemente esse
Rosário, particularmente durante a Quaresma. Antigamente,
o Rosário continha um trecho específico recitado, para cada
ano de Jesus, antes do Pai-Nosso. Mais recentemente, a
oração desse Rosário ficou limitada aos 33 Pai Nossos, ao
Creio e a pequenos acréscimos.
Em 1983, Nossa Senhora ensinou a forma e, também,
sugeriu como rezar esse Rosário:
Como rezá-lo:
Contemplar os mistérios sobre a vida de Jesus,
enriquecendo com uma breve introdução. Nossa Senhora
nos exorta a ficar em silêncio e a refletir sobre cada
mistério. O mistério da vida de Jesus deve falar ao nosso
coração;
para cada mistério é necessária uma intenção particular;
depois da intenção particular, recomenda que todos,
juntos, abram o coração à oração espontânea durante a
contemplação;
em cada mistério, depois dessa oração espontânea,
escolhe-se um cântico apropriado;
depois do cântico, rezam-se 5 Pai-Nossos, com exceção
do sétimo mistério, que se termina com 3 Pai-Nossos;
depois, reza-se: Ó Jesus, sede para nós força e
proteção!
Nossa Senhora pediu a Iélena para nada acrescentar ou
tirar aos mistérios do Rosário. Que tudo permanecesse
como foi explicado por Ela. A seguir, o texto completo:
Creio em Deus Pai...
1º Mistério:
Contemplemos: O Nascimento de Jesus.
Intenção: Rezemos pela paz!
Oração espontânea ou:
Ó Jesus, sede Vós a paz para todos nós. Eliminai os
obstáculos que nos separam uns dos outros. Fazei de nós
homens de boa vontade.
5 Pai-Nossos.
Jaculatória: Ó Jesus, sede para nós força e proteção.
2º Mistério:
Contemplemos: Jesus ajudava e dava tudo aos pobres.
Intenção: Rezemos pelo Santo Padre e por todos os
responsáveis pela Igreja e pelas Nações!
Oração espontânea ou:
Ó Jesus, amastes os pobres e os saciastes com o pão
terreno. E mais ainda, oferecestes o Pão do Céu e a Água
da Vida a todos os famintos e sedentos. Movei o coração do
nosso Papa e de todos os responsáveis pela Igreja e pelas
Nações, a fim de esforçarem-se para haver a justa
distribuição dos bens da terra e todos possam alimentar-se,
havendo, ainda, sobra.
5 Pai-Nossos.
Jaculatória: Ó Jesus, sede para nós força e proteção!
3º Mistério:
Contemplemos: Jesus abandonava-se totalmente ao Pai
e fazia a Sua Vontade.
Intenção: Rezemos pelos sacerdotes e todos aqueles
que, de modo especial e por toda a vida, são chamados a
servir a Jesus.
Oração espontânea ou:
Página 93
Ó Jesus, como Vos abandonastes à vontade do Pai, até
nas horas mais difíceis, igualmente concedei a todos os
sacerdotes e a todas as pessoas consagradas o
cumprimento constante da vontade do Pai. Eliminai deles o
medo, diante do cálice amargo da vida. Que toda amargura
da vida e da solidão tornem-se para eles um caminho
seguro para a ressurreição.
5 Pai-Nossos.
Jaculatória: Ó Jesus, sede para nós força e proteção!
4º Mistério:
Contemplemos: Jesus sabia que devia dar a vida por
nós e o fez sem objeções, porque nos amava.
Intenção: Rezemos pelas famílias.
Oração espontânea ou:
Ó Jesus, Vós nos amastes, e por isso voltastes ao Pai
com ânimo sereno e em total abandono. A Vós nada foi
pesado, porque éreis sustentado pelo amor a nós. Tornai
nossas famílias completamente disponíveis, para que haja
todo o esforço de uns em prol da felicidade dos outros.
Fazei com que todos os pais e mães santifiquem suas vidas
no amor, para poder-se santificar juntamente com os seus
filhos.
5 Pai-Nossos.
Jaculatória: Ó Jesus, sede para nós força e proteção!
5º Mistério:
Contemplemos: Jesus fez da sua vida um sacrifício por
nós.
Intenção: Rezemos para que cada um de nós possa ser
capaz de oferecer a sua vida pelo próximo.
Oração espontânea ou:
Ó Jesus, mostrastes a infinita grandeza do Vosso amor
quando oferecestes a Vossa vida por nós. Deixastes a glória
que tivestes desde o princípio, assumindo a condição de
servo. Chamastes-nos a fazer o mesmo: estar dispostos a
viver uns pelos outros, até o fim, como fizestes Vós.
Agradecemo-Vos por nos tornar capazes de amar. Destruí
em nós o egoísmo, a soberba, o ódio, a inveja e a
sensualidade.
5 Pai-Nossos.
Jaculatória: Ó Jesus, sede para nós força e proteção!
6º Mistério:
Contemplemos: A vitória de Jesus. Ele venceu Satanás.
Ressuscitou.
Intenção: Rezemos para serem eliminados todos os
pecados e Jesus possa ressuscitar em nós.
Oração espontânea ou:
Ó Jesus, Vós que vencestes a morte, vencei em mim o
pecado e a morte. Vencei o ódio em mim e nos outros, para
vir a paz. Com o poder da Vossa palavra e com a força da
palavra dos sacerdotes, afastai de nós toda a influência de
Satanás.
5 Pai-Nossos.
Jaculatória: Ó Jesus, sede para nós força e proteção!
7º Mistério:
Contemplemos: A Ascenção de Jesus ao Céu.
Intenção: Rezemos para que se cumpra e se realize a
vontade de Deus.
Oração espontânea ou:
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
Ó Jesus, concedei-nos o Espírito da oração e da alegria,
a fim de sermos vossas testemunhas com a nossa vida em
meio a todas as raças e povos. Que a Vossa Igreja seja, no
mundo, testemunho perene do Vosso infinito amor.
3 Pai-Nossos.
Jaculatória: Ó Jesus, sede para nós força e proteção!
8º Mistério:
Contemplemos: Jesus envia o Espírito Santo sobre os
Apóstolos recolhidos em oração com Maria, Mãe de Jesus e
Mãe nossa.
Intenção: Rezemos para o Espírito Santo descer, em
plenitude, sobre nós, sobre as nossas famílias, sobre a
Igreja, sobre as comunidades religiosas, sobre todos os
batizados, sobre todos os homens, particularmente sobre
aqueles que decidem a sorte do mundo. Que o Espírito
Santo lhes inspire pensamentos de justiça e decisões
sábias, guiando os seus passos para a paz.
Oração espontânea ou:
Jesus, enviai o Vosso Espírito Santo como O enviastes
aos Vossos Apóstolos e a Maria, Vossa Mãe. Que Ele, com
suas inspirações, nos guie e nos introduza na completa
verdade, ensinando-nos a amar e conservando o nosso
caminho para a paz.
7 Glórias ao Pai.
Jaculatória: Ó Jesus, sede para nós força e proteção!
ORAÇÃO FINAL
Ó Jesus, é bom para nós estar Convosco! Obrigado pela
Vossa vida, pelo Vosso amor para com o Pai e pelo Vosso
abandono à Sua vontade. Obrigado por terdes aberto para
nós a estrada da salvação. Ó Maria, ajudai-nos a
permanecer fiéis na estrada da salvação e a alcançar a
glória eterna.
Amém.
5 ARMAS CONTRA SATANÁS
O principal objetivo de Satanás é a destruição. Nossa
Senhora oferece-nos cinco armas contra ele:
ROSÁRIO - reza diária, com o coração (com amor e
alegria);
MISSA - participação diária, ou pelo menos aos
domingos, com Comunhão.
BÍBLIA - leitura diária de pequenos trechos, vivenciandoos durante o dia. Nas 5ª feiras, ler Mt. 6, 24-34.
JEJUM - praticá-lo às 4ª e 6ª feiras, a pão e água, com
mais oração e amor.
CONFISSÃO - fazê-la mensalmente e, também, logo
após ter cometido um pecado grave (mortal).
SÚPLICA A Deus
(Em 22 de junho de l 985, Nossa Senhora ditou a
Iélena esta oração para ser rezada em seu grupo de
oração)
Ó Deus, nossos corações estão em profunda escuridão,
não obstante nossa união ao Vosso Coração. Nossos
corações debatem-se entre Vós e Satanás; não o permitais
que seja assim! Em cada momento que nossos corações
estiverem divididos entre o bem e o mal, que sejam
iluminados
pela
Vossa
luz
e
se
unifiquem.
Página 94
Jamais permitais a existência, em nós, de dois amores,
duas fés. Que nunca coabitem em nós: mentira e
sinceridade, amor e ódio, honestidade e desonestidade,
humildade e orgulho.
Ajudai-nos para que, ao contrário, nossos corações se
elevem a Vós como o de uma criança. Que os nossos
corações sejam atraídos pela paz e continuem sempre a
desejá-la.
Que a Vossa santa vontade e o Vosso amor habitem em
nós; que, pelo menos algumas vezes, desejemos realmente
ser Vossos filhos e quando, Senhor, não desejarmos ser
Vossos filhos, lembrai-Vos de nossos desejos de outrora e
ajudai-nos a receber-Vos novamente.
Abrimo-Vos nossos corações para que neles habite o
Vosso santo amor. Abrimo-Vos nossas almas para que
possam ser tocadas pela Vossa santa misericórdia a nos
ajudar a ver, claramente, todos os nossos pecados,
fazendo-nos compreender que é o pecado o que nos torna
impuros.
Deus, desejamos ser Vossos filhos, humildes e devotos,
tornando-nos Vossos sinceros e queridos filhos, tal como
somente o Pai seria capaz de desejar. Ajudai-nos, Jesus,
nosso irmão, a obter do Pai o perdão e a ser bons para com
Ele.
Ajudai-nos, Jesus, a compreender bem o que Deus nos
concede, já que algumas vezes deixamos de fazer uma boa
obra, porque a julgávamos um mal.
ORAÇÃO POR UMA PESSOA DOENTE
(Em 22.6.85, Nossa Senhora ditou a Iélena a oração
seguinte, dizendo-lhe ser a mais bela oração a ser feita
por uma pessoa doente)
Ó meu Deus, vede esta pessoa doente diante de Vós.
Ela vem pedir-Vos o que deseja e o que considera como a
coisa mais importante para si. Vós, ó meu Deus, fazei com
que estas palavras penetrem em seu coração: "O que é
importante é a saúde da alma."
Senhor, faça-se nela, em tudo, a Vossa vontade. Se
desejais a cura dela, seja-lhe concedida a saúde. Mas, se
for outra a Vossa vontade, que ela continue carregando sua
cruz.
Peço-Vos também por nós, intercessores dela; purificai
nossos corações, tornando-nos dignos canais da Vossa
santa misericórdia.
Protegei-a e aliviai seus sofrimentos. Que se cumpra
nela a Vossa santa vontade. Através dela, seja revelado o
Vosso santo nome. Ajudai-a a carregar, com coragem, a
sua cruz.
(Depois desta oração, rezar 3 vezes Glória ao Pai).
PAI-NOSSO
(Através de Iélena, Nossa Senhora ensinou ao Grupo
de Oração como meditar o Pai-Nosso)
PAI - Quem é este Pai? De quem é este Pai? Onde está
este Pai?
NOSSO - este é o Pai de vocês. Por que vocês têm
medo dEle? Estendam suas mãos para Ele. (Façam uma
pequena pausa).
PAI-NOSSO significa que Ele tem-Se dado a vocês
como Pai. Ele tem dado a vocês todas as coisas. Vocês
sabem que os seus pais terrenos fazem tudo por vocês e
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
muito mais faz o seu Pai Celestial. PAI NOSSO significa: eu
dou tudo a você, tudo, meu filho.
QUE ESTAIS NO CÉU - PAI QUE ESTAIS NO CÉU
(façam uma pequena pausa). Significa: O seu pai terreno o
ama, mas seu Pai Celestial ama-o ainda mais. O seu pai
pode ficar zangado, mas Ele não; Ele oferece a você
somente amor...
SANTIFICADO SEJA O VOSSO NOME - Em troca,
você deve respeitá-Lo, porque Ele tem dado tudo a você e,
porque é o seu Pai, deve amá-Lo. Você deve glorificar e
louvar o Seu nome. Deve dizer aos pecadores: Ele é o Pai;
sim, Ele é meu Pai e eu desejo servi-Lo e glorificar somente
o Seu nome. Isto significa: "Santificado Seja o Vosso
Nome".
VENHA A NÓS O VOSSO REINO - Assim se agradece
a Jesus e se pretende dizer-Lhe: Jesus, nós nada sabemos;
sem Vosso Reino somos fracos, se não estiverdes presente
conosco. Nosso reino passa, mas o Vosso não.
Restabelecei-o!
SEJA FEITA A VOSSA VONTADE - Ó Senhor, fazei
com que nosso reino desapareça; somente o Vosso Reino
seja o verdadeiro. Fazei-nos compreender que o nosso
reino está destinado a terminar, e que é logo, AGORA; nós
permitimos que seja feita a Vossa vontade.
ASSIM NA TERRA COMO NO CÉU - Aqui, Senhor, vêse como os anjos Vos obedecem, como Vos respeitam;
fazei com que também nós possamos ser como eles;
também nossos corações se abram e que Vos respeitem
como agora o fazem os anjos. Fazei também que sobre a
terra tudo possa ser Santo como o é no Céu.
O PÃO NOSSO DE CADA DIA NOS DAI HOJE - Dainos, Senhor, pão e alimento para a nossa alma; dai-nos
agora, dai-nos hoje, dai-nos sempre; que este pão possa
tornar-se alimento para a alma, nutrindo-nos; que este pão
Vos glorifique, e torne-se eterno. Ó Senhor, pedimo-Vos
pelo nosso pão. Ó Senhor, permiti-nos recebê-lo. Ó Senhor,
ajudai-nos a compreender o que devemos fazer. Fazei-nos
compreender que o nosso pão cotidiano não nos pode ser
concedido sem a oração.
E PERDOAI-NOS AS NOSSAS OFENSAS - Perdoainos, Senhor, pelos nossos pecados. Perdoai-nos porque
não somos bons e fiéis.
ASSIM COMO NÓS PERDOAMOS A QUEM NOS TEM
OFENDIDO - Perdoai-nos para que também nós possamos
perdoar àqueles a quem até agora não éramos capazes de
perdoar. Ó Jesus, perdoai-nos pelas nossas ofensas, nós
Vos imploramos. (Vocês rezam para que seus pecados
possam ser perdoados da mesma forma como vocês
perdoam aqueles que os ofendem, sem compreender que,
se seus pecados fossem realmente perdoados assim, como
vocês perdoam aos outros, seria uma coisa muito miserável.
Isto é o que o seu Pai Celestial está dizendo a vocês com
estas palavras).
E NÃO NOS DEIXEIS CAIR EM TENTAÇÃO - Senhor,
livrai-nos das grandes provações. Senhor, nós somos
fracos. Não permitais, Senhor, que as provações nos levem
à perdição.
MAS LIVRAI-NOS DO MAL - Senhor, livrai-nos do mal.
Fazei com que, nas provações, consigamos encontrar algo
de bom, um passo adiante na VIDA.
AMÉM - Assim seja, Senhor, feita a Vossa vontade.
A BÊNÇÃO ESPECIAL DE NOSSA SENHORA
Página 95
A primeira vez que Nossa Senhora deu essa bênção foi
em 5 de agosto de 1985, através do Ivan: Queridos filhos!
Eu estou feliz em estar com vocês nesta noite e vê-los em
tão grande número. Eu os abençôo com uma bênção
especial.
Depois, em muitas ocasiões, principalmente em dias de
Festa, Ela concede essa bênção, que, em Seu nome, deve
ser transmitida às outras pessoas.
Durante uma aparição a Maria Pavlovic', às 10h 30m da
noite, em 29.11.88, disse Nossa Senhora: Abençoem (com
a Bênção Especial) mesmo aqueles que não têm fé. Vocês
podem transmitir-lhes a bênção, do coração, e ajudá-los em
sua conversão. Abençoem a todos que encontrarem. Eu
lhes dou uma graça especial. Eu desejo que vocês
ofereçam essa graça aos outros.
Naquele dia (29.11.88), Nossa Senhora falou
especificamente sobre o que Ela desejava com esta Bênção
Especial. Disse Marija Pavlovic':
Esta é uma bênção que tem o poder de converter e de
ajudar as pessoas.
Ela pode ser transmitida a fiéis e incrédulos, para ajudálos a se converterem ou progredirem em sua conversão.
Uma vez recebida de Nossa Senhora, ela permanece
por toda sua vida.
Você não precisa estar na presença de quem vai ser
abençoado.
A bênção é tão poderosa quanto a fé que você possui
nela (bênção) e na oração que você oferece. Quanto mais
você rezar com o coração, mais forte será ela.
Se alguém receber a bênção de Nossa Senhora e
abençoar outra pessoa com ela, essa pessoa a recebe no
mesmo grau de quem a recebeu de Nossa Senhora. Esta
segunda pessoa pode, assim, concedê-la a uma terceira
pessoa, e essa a uma quarta pessoa, etc. Todos receberão
o dom de abençoar os outros como se o recebessem
diretamente de Nossa Senhora. Esta bênção o
acompanhará por toda a sua vida.
Para recebê-la diretamente de Nossa Senhora, você
deve estar no local da aparição.
Para abençoar alguém, seria bom uma prece
espontânea. Você poderá dizer: "Transmito a você a bênção
de Nossa Senhora." Ao transmitir esta bênção a uma
pessoa que não tem fé, você deverá fazê-lo em silêncio, na
sua presença ou à distância. Você poderá repetir esta
bênção diariamente a fim de ajudar na conversão dessa
pessoa.
N.B. A bênção do sacerdote é a bênção de Cristo. Esta
bênção especial é a de Nossa Senhora. Seja humilde ao
transmiti-la, e estenda-a até mesmo àqueles que passam na
rua. Nossa Senhora deu-nos um grande dom e Ela deseja
que nós façamos uso dEle.
Na mensagem mensal de 25.12.88, através de Maria
Pavlovic', Nossa Senhora abençoou assim: Hoje Eu lhes
dou Minha bênção especial; levem-na a cada criatura, para
que cada um receba a Paz.
REGRAS PARA O GRUPO DE ORAÇÃO
(Ditadas por Nossa Senhora a Iélena, em 16.6.83)
Aos grupos de oração, Nossa Senhora pede a oração
individual e a oração no grupo, onde rezam, cantam e, às
vezes, rezam dois a dois. Ela pediu que rezassem um Terço
sozinhos, um Terço no grupo e um Terço dois a dois. Ela
disse que, rezando apenas no grupo, as pessoas podem
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
tornar-se um pouco impessoais, uns aos outros. Às vezes,
Ela disse: Voltem para suas casas e, diante da Cruz, rezem
sozinhos o terceiro Terço.
Em 16 de junho de 1983, Nossa Senhora ditou a Iélena
as regras para o grupo de oração, que seria totalmente
abandonado a Jesus:
Renunciem a todas as paixões e aos desejos
desordenados. Evitem a televisão, principalmente os maus
programas, esportes em excesso, satisfação irracional com
alimento, bebida, álcool, fumo, etc.
Abandonem-se a Deus sem quaisquer restrições.
Definitivamente, eliminem toda a angústia. Aquele que
se abandona a Deus não tem espaço em seu coração para
angústia. As dificuldades persistirão mas servirão para o
crescimento espiritual e renderão glória a Deus.
Amem seu inimigos. Banam de seus corações todo ódio,
inveja, julgamentos preconcebidos. Rezem pelos seus
inimigos e peçam a benção Divina para eles.
Jejuem duas vezes por semana a pão e água. Reúnam
o grupo pelo menos uma vez por semana.
Dediquem pelo menos 3 horas diariamente à oração,
das quais ao menos meia hora pela manhã e meia hora à
noite. A Santa Missa e a oração do Rosário estão incluídas
neste tempo de oração. Reservem momentos de oração no
curso do dia e, a cada vez que as circunstâncias o
permitirem, recebam a Santa Comunhão. Rezem com
grande concentração. Não olhem para o relógio o tempo
todo, mas permitam-se ser guiados pela graça de Deus.
Não se envolvam demais com as coisas deste mundo, mas
confiem tudo isso a nosso Pai Celestial através da oração.
Se alguém estiver muito preocupado, não será capaz de
rezar bem porque faltar-lhe-á a serenidade interior. Deus
contribuirá para a obtenção de um feliz resultado, na
condução das suas obrigações, quando alguém se dedica
ao
trabalho
dEle.
Aqueles que vão à escola ou ao trabalho precisam rezar por
meia hora pela manhã e à noite, e, se possível, participar da
Missa. É necessário estender o espírito de oração ao
trabalho diário, o que significa acompanhar o trabalho com a
oração.
Sejam prudentes porque o Demônio tenta todos aqueles
que tomaram a resolução de se consagrarem a Deus, muito
particularmente esses. Ele irá sugestioná-los por estarem
rezando e jejuando demais. Dirá que devem ser como os
outros jovens e irem à busca de prazeres. Não o escutem
nem obedeçam. É à voz da Virgem Santíssima que devem
prestar atenção. Quando estiverem firmes na fé, o demônio
não mais será capaz de seduzi-los.
Rezem muito pelo Bispo e por aqueles que detêm
posições na Igreja. Não menos da metade de suas orações
e sacrifícios devem ser dedicadas a esta intenção.
Milagre de Salta
Virgem do Milagre, venho cheio de confiança implorar
teu amparo de Mãe e tua proteção amorosa de Senhora e
Rainha de misericórdia. Como foste nas horas de aflição
protetora do povo de Salta, que encontrou em tua
intercessão poderosa o remédio para seus males, peço-te
que me assistas em minhas necessidades e protejas do
trono de teu poder suplicante aos que amo e para os quais
imploro teu singular patrocínio (faz-se o pedido). Aumenta
minha fé, para que a doutrina de teu Divino Filho ilumine
minha vida e ainda mais te peço, que teu coração acenda
em meu coração a chama do amor. Sê sempre minha
esperança nas lutas diárias e que, por tua carinhosa
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proteção, eu receba o prêmio de minha lealdade como filho
de Deus.
Amém.
Nazaré
Hino
"Vós sois o lírio formoso"
Euclides Farias
Vós sois o lírio mimoso/ do mais suave perfume
Que ao lado do santo esposo / a castidade resume.
Ó VIRGEM MÃE AMOROSA
FONTE DE AMOR E DE FÉ
DAI-NOS A BENÇÃO BONDOSA
SENHORA DE NAZARÉ
De vossos olhos o pranto é como a gota de orvalho
Que dá beleza e encanto / a flor pendente do galho.
Se em vossos lábios divinos / um doce riso desponta
Nos esplendores dos hinos / noss'alma ao céu se
remonta.
Vós sois a flor da inocência / que nossa vida embalsama
Com suavíssima essência / que sobre nós se derrama.
Quando na vida sofremos / a mais atroz amargura
De vossas mãos recebemos / a confortável doçura.
Vós sois a ridente aurora / de divinais esplendores
Que a luz da fé avigora / nas almas dos pecadores.
Quando em suspiros e ais / a vida sentimos morta
Nessas angústias finais / o vosso amor nos conforta.
Sede bendita, Senhora / farol de eterna bonança
Nos altos céus onde mora / a luz da nossa esperança.
E lá da celeste altura / no vosso trono de luz,
Dai-nos a paz e a ventura / do vosso amado Jesus !
Necessidades
Desde tempos imemoráveis que os soalheirenses,
louvam Nossa Senhora das Necessidades cantando alguns
desses versos:
Senhora das Necessidades
Á vossa porta me empino:
Deitai-me a vossa benção
Mai-la do vosso Menino.
Senhora das Necessidades
Quem vos varreu a capela?
Foi a vossa ermitoa
Com um raminho de marcela.
Senhora das necessidades
Estais no altar de pé:
Sois mãe de Jesus Cristo,
Esposa de S. José.
Senhora das Necessidades
Já cá vimos à ladeira
Abri a porta Senhora
Ao povo da Soalheira.
Penha
º
(Aprovada pelo 1 . bispo do Espírito Santo, Dom
João Nery, em 23 de abril de 1901).
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
Página 97
Ó Maria Santíssima, Senhora da Penha, em cujas mãos
depositou Deus todos os tesouros das sua graças,
constituindo-vos amorosa e larguíssima dispensadora, a
todos os que a vós recorrem com viva fé.
Eis-me cheio de esperança no vosso eficacíssimo
patrocínio, solicitando, humildemente, vossa proteção e
amparo.
Não negueis o vosso favor, ó cara Mãe, a este amoroso,
embora indigno filho. Recordai-vos, ó Senhora da Penha,
que nunca se ouviu dizer que algum dos que em vós tem
depositado toda a sua esperança tenha ficado iludido.
Consolai-me pois, ó amorosíssima Senhora, com vossas
graças que tão instantemente peço, a fim de continuar a
honrar-vos na terra, com meu cordial reconhecimento até
que possa, um dia, no céu, mais dignamente agradecer-vos
todos os benefícios recebidos, nos séculos dos séculos.
Assim seja.
Rezam-se três Ave-Marias.
Nossa Senhora dos Prazeres, nossa mãe querida,
lembrando-nos de vossas grandes alegrias: a Anunciação
do Senhor, a Visita à vossa prima Santa Isabel, o
Nascimento do Menino Deus, a Adoração dos Magos ao
vosso divino Filho, o Encontro de Jesus no Templo, a
Ressurreição de Cristo e a vossa gloriosa Assunção,
queremos pedir vossa intercessão por nós e pelas nossas
famílias junto a Deus. Que Ele nos livre das doenças e dos
perigos, do desemprego e da desunião. Nossa Senhora dos
Prazeres, ajudai-nos a sermos bons seguidores de vosso
adorado Filho, lendo e refletindo a Bíblia Sagrada,
alimentando-nos de Jesus na Eucaristia e participando
ativamente de nossa Comunidade. Queremos viver o
mandamento do amor para com todos e caminhar em nossa
vida dentro da justiça, colaborando para a construção da
paz e da fraternidade.
Amém.
Perpétuo Socorro
(Com aprovação eclesiástica)
Rosa Mística, Virgem Imaculada, Mãe da Graça, para
honra de Vosso Divino Filho, nos prostramos diante de Vós
implorando a misericórdia de Deus: não por nossos méritos
mas pelo amor de vosso coração maternal, nós vos
suplicamos que nos concedais proteção e graça com a
certeza de que nos haveis de atender.... Ave Maria....
Rosa Mística, Mãe de Jesus, Rainha do Santo Rosário e
Mãe da Igreja, Corpo Místico de Cristo, nós vos pedimos
que concedais ao mundo, dilacerado pela discórdia, a
unidade e a paz e todas aquelas graças que podem mudar
o coração de tantos de teus filhos... Ave Maria....
Rosa Mística, Rainha dos Apóstolos, fazei florescer à
volta da Mesa da Eucaristia muitas vocações sacerdotais e
religiosas que difundam, com a santidade de sua vida e com
o zelo apostólico pelas almas, o Reino de Vosso Filho Jesus
por todo o mundo. E derramai sobre nós também a
abundância de Vossas graças celestiais! Ave Maria...
Salve Maria...
Ó Senhora do Perpétuo Socorro, mostrai-nos que sois
verdadeiramente nossa Mãe obtendo-me o seguinte
benefício:
(faz-se o pedido)
e a graça de usar dela para a glória de Deus e a
salvação de minha alma.
Ó glorioso Santo Afonso, que por vossa confiança na
bem-aventurada Virgem conseguistes tantos favores e tão
perfeitamente provastes, em vossos admiráveis escritos,
que todas as graças nos vêm de Deus pela intercessão de
Maria, alcançai-me a mais terna confiança para com nossa
Mãe do Perpétuo Socorro e rogai-lhe, com instância, me
conceda o favor que reclamo de seu poder e bondade
maternal.
Eterno Pai, em nome de Jesus e pela intercessão de
nossa Mãe do Perpétuo Socorro e de Santo Afonso, peçovos me atendais para vossa glória e bem da minha alma.
Amém.
(Rezar, durante nove dias, nove Ave-Marias e, no final,
a oração acima.)
Pilar
Virgem Imaculada! Minha Mãe! Maria!
Eu vos renovo, hoje e para sempre a consagração de
todo o meu ser para que disponhais de mim para o bem de
todas as pessoas.
Somente vos peço, minha rainha e mãe da igreja, força
para cooperar fielmente na vossa missão de trazer o reino
de Jesus ao mundo.
Ofereço-vos, portanto, Coração Imaculado de Maria, as
orações e os sacrifícios deste dia, para que fiéis à nossa
consagração, sejamos igualmente disponíveis a colaborar
convosco na construção de um mundo novo, ó Maria
concebida sem pecado! rogai por nós que recorremos a vós
e por todos quantos recorrem a vós, de modo particular as
famílias de nossa comunidade paroquial, que vos venera
com o título de Senhora do Pilar.
Salve Rainha...
Prazeres
Composta pelo Pe. Antônio Carlos D’Elboux
Rosa Mística
Rosário de Pompéia
Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, que nos
ensinastes a recorrer a vós e com confiança chamar-vos de
"Pai Nosso que estais no Céu". Ó Senhor, infinitamente
bom, a quem é dado usar sempre de misericórdia e perdoar;
por intercessão da Imaculada Virgem Maria, ouvi-nos, a nós
que nos gloriamos do título de devotos do Rosário, aceitai
as nossas humildes orações dando-vos graças pelos
benefícios recebidos, e tornai perpétuo e cada dia mais
glorioso o trono que lhe elevastes no Santuário de Pompéia,
pelos merecimentos de Jesus Cristo, Senhor Nosso.
Amém.
Sagrado Coração
Lembrai-vos, ó Nossa Senhora do Sagrado Coração,
que sois a Mãe de Jesus, a bendita entre as mulheres.
Temos confiança em vós porque estais unida a Cristo,
vosso Filho e nosso Senhor. Sabemos de nossa fraqueza e
de nossa miséria, e por isso vimos implorar a vossa
proteção.
Ajudai-nos, ó Mãe querida. Dai-nos força e coragem.
Conservai-nos na esperança, até o dia de nosso encontro
definitivo com Deus, nosso Pai. Ó Mãe carinhos, libertai-nos
do egoísmo, alcançai para o mundo a paz e o amor.
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
Concedei-nos em especial os favores que vos
suplicamos...
Apresentai estes nossos pedidos e ações de graças ao
vosso Filho e fazei, ó Maria, que venha a nós o seu Reino,
vós que sois a Senhora do sagrado Coração.
Amém.
Walsingham
Maria, Mãe gloriosa de meu Salvador, lembre-se de mim
no término dessa minha viagem, quando me ajoelho neste
Página 98
santo lugar, onde, há séculos você tem sido objeto da
devoção e confiança dos cristãos. Neste lugar onde seu
nome é assim exaltado e sua proteção é tão segura, eu
suplico humildemente que me inclua em suas orações junto
a Deus. Ó Maria, Nossa Senhora de Walsingham!
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
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"CONVERTASE PARA O
AMOR
UNIVERSAL"
3 - MENSAGENS DE MARIA
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
PRINCIPAIS PONTOS DOS AVISOS DE NOSSA
SENHORA A DIVERSAS PESSOAS NO MUNDO.
PERGUNTAS E RESPOSTAS
O Aviso será algo visível, algo interior, ou ambos ao
mesmo tempo? •
É algo que vem diretamente de Deus e será visível
em todo o mundo, em qualquer lugar em que se esteja.
Ele revelará a cada pessoa do mundo seus próprios
pecados, inclusive a pessoas de outras religiões e até
mesmo aos ateus?
Sim, o Aviso será como uma revelação de nossos
pecados, e será visto, e passarão por ele tanto os que
crêem quanto os que não crêem, e os de qualquer
religião que seja.
É certo que o Aviso fará que muitas pessoas se
recordem dos mortos?
O Aviso virá a fim de purificar-nos para o Milagre, e é
como uma catástrofe que repercutirá em nosso interior.
."
CITAÇÕES do livro de Padre Pesquera :
"Durante muito tempo, a única vidente que falava sobre
o Aviso era Conchita. Isso fazia pensar que apenas ela
havia recebido 'comunicações' a respeito de algo tão
importante.
No entanto, em 10 de novembro de 1973, na presença
de várias pessoas, Jacinta afirmou, com toda a clareza:
•Que a ela, também, a Virgem - e mais de uma vez havia falado sobre um aviso que viria antes do castigo.
•Que ela sabe em que vai consistir, ainda que ignore a
data; e se ela, Jacinta, não revelou do que se tratava, foi
porque a Virgem mandou que ela guardasse segredo".
"Segundo declarações de Jacinta - recolhidas pela
revista novaiorquina 'Needles' (atual revista 'Garabandal'),
número de fevereiro de 1978 - o Aviso será de duração
muita curta, apenas de minutos, mas esse pouco tempo se
fará tremendamente comprido pela dor que nos causará.
Virá sobre nós como um fogo do céu, que repercutirá
profundamente no interior de cada um - à sua luz veremos,
com toda a clareza, o estado da nossa própria consciência,
'viveremos' aquilo que é perder a Deus, sentiremos a ação
purificadora de uma 'chama' abrasadora... Em poucas
palavras, será como passar pelo Juízo Particular já em vida,
dentro da intimidade de cada um.
Essa PURIFICAÇÃO do Aviso será necessária, para nos
deixar 'em forma' diante do Milagre. De outro modo, não
conseguiríamos resistir à sobre-humana e maravilhosíssima
experiência que iremos Ter no Milagre'".
Foi-me dito, em uma carta:
Página 100
'Em uma ocasião, antes que se tivesse falado no
assunto Avisou, ou seja, antes - e mais de um ano antes
- que Conchita anunciasse ao mundo tal fato, Loli me
disse, certo dia: Uma noite, receberás um impacto bem
grande (não posso assegurar que ela me tenha dito a
palavra noite, mas eu fiquei com a impressão de que iria
ser à noite). Na noite daquele dia, e também na
seguinte, eu não pude dormir, na expectativa e
atemorizada. Porém, falando novamente com Loli, ela
me disse: Mas, acreditas que vai acontecer apenas para
ti? Não! Vai ser para todo mundo! E me exigiu segredo
total. Acrescentou, então, que isso a Virgem tinha dito a
ela e a Jacinta desde o início das aparições'.
Com base no que acabamos de ler e na literatura
existente sobre o assunto, podemos concluir que, apesar
dos termos usados por Conchita para descrever o Aviso,
tais como: "horror", "castigo", "algo terrível", etc... irá tratarse de um grande ato de Misericórdia de Deus - um dos
últimos antes que venha a ser derramada sobre os homens
a Taça da Justiça.
Todos os seres humanos, quando morrem, passam pelo
seu "Juízo Particular". Naquele instante, é declarado o
destino de sua Eternidade: Salvação ou Perdição! E não há
mais retorno, porque a pessoa já está morta e suas chances
de arrependimento terminaram. O Aviso vem como um
"Juízo Particular" ainda em vida. Pensemos na bênção que
isso é! Um ato de misericórdia quase impossível de ser
aquilatado! Ali, veremos nossos pecados, saberemos o
estado de nossa alma e tudo isso ainda com todas as
chances de nos arrependermos antes da morte. Iremos Ter,
é claro, após o nosso falecimento, um outro Juízo Particular,
como todos os seres humanos o tiveram e terão. Contudo a
Misericórdia Divina já nos terá permitido uma mudança de
vida que nos garanta a Eternidade feliz.
As meninas de Garabandal dão ao Aviso adjetivos
apavorantes; mas é preciso compreendê-las. Eram
crianças, fixaram-se apenas no sofrimento íntimo que o
Aviso trará: remorso, arrependimento, sentimento de culpa...
em grau inimaginável. Elas não perceberam, porém,
naquela época, o outro lado do evento: o perdão, a tomada
de consciência dos erros, o propósito de não mais pecar, a
sensação de horror por ofender a Deus! E a oportunidade, a
imensa oportunidade de conhecer o Caminho, encontrar o
Caminho e seguir por ele.
Vassula Ryden passou pela experiência do Aviso, que
ela denomina Purificação, nos primeiros tempos de seus
encontros com o Céu.
Vejamos o que ela diz:
RELATO DE UMA PURIFICAÇÃO
( o presente relato deve ser lido com calma para se
observe os detalhes da narrativa e as implicações de
concordância com frases biblícas e outras narrativas de
visões de pessoas que temporariamente estiveram em
estado de coma e passaram por experiências dessa
natureza)
"Era com que uma purificação. Mostrou-me meus
pecados, como podem ser vistos no Purgatório. Os
menores pecados, que antes me pareciam ser um nada,
eram vistos agora com outros olhos, como imensos! E
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
tudo isso de tal modo me fazia mal que eu me odiava a
mim mesma. Como tinha eu podido proceder desse
modo? Foi uma grande purificação!".
Vassula volta a explicar:
"...vivi uma purificação. Purificação terrestre. Ele
mostrou-me todos os pecados que eu havia cometido,
como numa espécie de tela (de cinema). Isso pareciame verdadeiramente atroz, na medida em que eu via
esses meus pecados com os olhos de Deus. Quando se
julga que um determinado pecado é um pecado
pequeno, tanto pior! A purificação torna-se enorme, é
atroz! Eu sentia um tremendo desgosto ao saber que
tinha feito tudo aquilo. Passei uma semana a chorar e a
purificar-me"
E Vassula nos tranqüiliza:
"Parece-me que o anúncio desse período de
purificação corre o risco de mergulhar certas pessoas
na angústia e no pânico.
Eu penso, pelo contrário, que essa purificação é
uma graça incrível do Céu. Não se trata do fim do
mundo. É um Deus que vem para nos fazer voltar à Sua
Lei de Amor, a fim de que vivamos, santamente, uma
era nova.
Muitas almas, atualmente duras, serão salvas. Pela
primeira vez, Deus nos fará ver os nossos pecados com
os olhos da alma. É preciso, pois, rezar muito. E não por
medo ou por dever, mas por amor, num Coração a
coração com Ele. É preciso rezar por aqueles que ainda
não se converteram, para que eles recebam a mesma
graça que nós já recebemos, gratuitamente.
O pânico não é compatível com o amor. Jesus não
vem semear o pânico, mas a confiança e a esperança. É
preciso rezar com o coração, sentir a Presença de
Jesus em nós e em toda a parte, a fim de poder dialogar
com Ele".
Quando virá o Aviso, ou Purificação? Ninguém sabe.
Como já dissemos, Mari Loli conhece o ano do evento, mas
não a data.
As meninas falam muito em "trevas", relacionadas ao
momento do Aviso. Não parece que se refiram ao período
da noite, pois o acontecimento alcançará o mundo inteiro,
ao mesmo tempo, ou seja, todos os fusos horários. Terá
lugar, portanto, dependendo da região, de madrugada, de
manhã, à tarde, à noite...
Acreditamos que o Aviso está perto, muito perto. Não se
sabe se será o próximo evento entre os previstos, mas
Jesus tem dito, e repetido, que Ele já está "às portas". E
ainda há muita coisa por vir antes de Sua Chegada.
Inclusive o Aviso.
Não importa, porém, o "quando". O que precisamos
recordar agora é algo de inestimável importância para nós:
Jesus nos informou que, no Juízo Particular do Aviso, ou
Purificação, nós NÃO SEREMOS JULGADOS PELOS
PECADOS JÁ PERDOADOS EM CONFISSÃO E DOS
QUAIS
NOS
TENHAMOS
VERDADEIRAMENTE
ARREPENDIDO. Conforme disse Vassula, devemos rezar
muito, "e não por medo ou por dever, mas por amor". Assim,
também, devemos confessar-nos principalmente por amor,
para não conservarmos o nosso coração de tal forma
carregado de pecados que magoemos a Deus. No entanto,
Página 101
é bom sabermos, também, que se estivermos com o
coração livre de pecados, pelo menos de grandes pecados,
o Aviso não nos pesará tanto. Os pecados confessados e
dos quais nos tenhamos arrependido JÁ TERÃO SIDO
ESQUECIDOS POR JESUS.
Vassula nos conta que, no momento da Purificação (que
está tão próxima!), veremos a Deus. Jesus diz a nós que os
olhos de nossa alma verão:
"Aquele que em primeiro lugar vos teve nas Suas
Mãos, os Olhos que em primeiro lugar vos viram, as
Mãos d'Aquele que vos formou e abençoou... o Mais
Terno Pai, vosso Criador, inteiramente revestido de um
terrível esplendor, o Primeiro e o Ultimo, Aquele que é,
que era e que há de vir, o Onipotente, o Alfa e o Ômega:
o SOBERANO".
E é Ele, esse Deus Onipotente, que também nos diz,
por intermédio de Vassula:
"Serão estes os Meus últimos avisos; Eu te digo
solenemente:
Desperta do teu profundo sono! Caminhas para a tua
ruína; sacode o pó que te cobre e ressuscita dos
mortos;
O Fim dos Tempos está mais próximo do que
pensas".
AKITA - Japão
AKITA _ Nossa Senhora de
A seguir, as três mensagens de Nossa Senhora de Akita
à Irmã Agnes:
6 de julho de 1973
"Minha filha, minha noviça, você tem me obedecido
bem, abandonando tudo para me seguir. A doença em
seus ouvidos é dolorosa? Sua surdez será curada,
tenha certeza. A ferida em sua mão causa-lhe
sofrimento? Reze em reparação pelos pecados dos
homens. Cada pessoa nesta comunidade é minha filha
insubstituível. Você reza direito a prece das Servas da
Eucaristia? Então, vamos rezá-la juntas."
"Sacratíssimo Coração de Jesus, verdadeiramente
presente na Sagrada Eucaristia, eu consagro meu corpo
e minha alma para ser inteiramente um com Vosso
Coração, sendo sacrificado a cada instante em todos os
altares do mundo e dando louvor ao Pai implorando
pela vinda do Seu Reino.
Por favor receba este humilde oferecimento de mim
mesma. Use-me como Vós desejais para a glória do Pai
e a salvação das almas.
Santíssima Mãe de Deus, nunca me deixe ficar
separada de Vosso Divino Filho. Por favor defendei-me
e protegei-me como Vossa Especial Filha. Amém."
Quando a prece acabou, a Voz Celeste disse:
"Reze muito pelo Papa, Bispos, e Sacerdotes. Desde
o seu Batismo você tem sempre rezado fielmente por
eles. Continue a rezar muito... muito. Diga ao seu
superior todo que se passou hoje e obedeça-o em tudo
que ele lhe dirá. Ele pediu que você ore com fervor."
3 de agosto de 1973
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
"Minha filha, minha noviça, você ama o Senhor? Se
você ama o Senhor, ouça o que eu tenho a lhe dizer.
É muito importante... Você irá comunicar isso ao seu
superior.
Muitos homens neste mundo afligem o Senhor. Eu
desejo almas para consolá-lo, para aliviar a ira do
Divino Pai. Eu desejo, com meu Filho, almas que
reparem através de seu sofrimento e sua pobreza pelos
pecadores e ingratos.
De modo a que o mundo possa conhecer Sua ira, o
Pai Celeste está preparando para infligir um grande
castigo em toda a humanidade. Com meu Filho eu tenho
interferido tantas vezes para aplacar a ira do Pai. Eu
tenho evitado a vinda de calamidades oferecendo a Ele
os sofrimentos de meu Filho na Cruz, Seu Precioso
Sangue, e almas amadas que O consolem formando
uma corte de almas vítimas. Oração, penitência e
sacrifícios corajosos podem aliviar a ira do Pai. Eu
desejo isto também para a sua comunidade... que ela
ame a pobreza, que ela se santifique e reze em
reparação pelas ingratidões e ultrajes de tantos
homens.
Recitem a oração das Servas da Eucaristia com
consciência do seu significado; coloquem-na em
prática; ofereçam em reparação (o que quer que Deus
envie) pelos pecados. Deixe cada uma esforçar-se, de
acordo com sua capacidade e posição, para oferecer a
si mesma ao Senhor.
Mesmo em uma instituição secular a oração é
necessária. Almas que desejam orar já estão a caminho
de serem reunidas. Sem prender-se demasiadamente à
forma, sejam fiéis e fervorosas na oração para consolar
o Mestre."
Após um silêncio:
"O que você está pensando em seu coração é
verdade? Você está realmente decidida a tornar-se a
pedra rejeitada? Minha noviça, você que deseja
pertencer sem reserva ao Senhor, a tornar-se a esposa
digna do Esposo, faça seus votos sabendo que você
deve ser pregada à Cruz com três cravos. Estes três
cravos são a pobreza, a castidade, e a obediência. Dos
três, a obediência é o fundamento. Em total abandono,
deixe-se guiar pelo seu superior. Ele vai saber entendêla e dirigi-la."
13 de outubro de 1973
"Minha querida filha, ouça bem ao que eu tenho a lhe
dizer. Você irá informar seu superior."
Após um curto silêncio:
"Como eu lhe disse, se os homens não se
arrependerem e melhorarem, o Pai irá infligir uma
terrível punição a toda a humanidade. Será uma punição
maior do que o dilúvio, tal como nunca se viu antes.
Fogo irá cair do céu e vai eliminar uma grande parte da
humanidade, os bons assim como os maus, sem poupar
nem sacerdotes nem fiéis. Os sobreviventes irão ver-se
tão desolados que irão invejar os mortos. As únicas
armas que irão restar para vocês serão o Rosário e o
Sinal deixado pelo Meu Filho. Recitem todos os dias as
Página 102
orações do Rosário. Com o Rosário, rezem pelo Papa,
os bispos e os sacerdotes.
A obra do maligno vai infiltrar-se até mesmo dentro
da Igreja de tal modo que se verão cardeais opondo-se
a cardeais, bispos contra bispos. Os sacerdotes que me
veneram serão desprezados e combatidos pelos seus
confrades... igrejas e altares saqueados; a Igreja ficará
cheia daqueles que aceitam compromissos e o demônio
vai pressionar muitos sacerdotes e almas consagradas
a deixarem o serviço do Senhor.
O demônio vai ser especialmente implacável contra
as almas consagradas a Deus. O pensamento da perda
de tantas almas é a causa de minha tristeza. Se os
pecados aumentarem em número e gravidade, não
haverá mais perdão para eles.
Com coragem, fale ao seu superior. Ele saberá como
encorajar cada uma de vocês a rezar e fazer obras de
reparação.
É o Bispo Ito, que dirige a sua comunidade."
E Ela sorriu e então disse:
"Você ainda tem algo a perguntar? Hoje é a última
vez que eu vou falar com você em viva voz. De agora em
diante você irá obedecer aquele que foi enviado para
você e seu superior.
Reze muito as orações do Rosário. Eu sozinha ainda
sou capaz de salvar vocês das calamidades que se
aproximam. Aqueles que colocarem sua confiança em
mim serão salvos."
ANGÜERA - Brasil
ANGÜERA , Nossa Senhora de
Mensagens de Maria
"Queridos filhos. Prometo socorrer, na hora da
morte, todos aqueles que tornarem conhecidas as
Minhas mensagens. Muitas pessoas vêm aqui, levam as
mensagens para casa, mas não as põem em prática. Por
que? Sabei, Meus filhos, as graças serão em
abundância para os que puserem em prática os Meus
apelos nestas mensagens. Vos abençõo: em nome do
Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém. Ficai em Paz."
Rainha da Paz, Angüera 10/05/88
"Queridos filhos. A paz do mundo está ameaçada e
por isso venho do Céu para chamar-vos à conversão.
Não venho para ser louvada, mas meu desejo é
conduzir-vos ao Meu JESUS, que é o Caminho, a
Verdade e a Vida. quando vier o castigo do Céu, salvarse-ão somente aqueles que rezam e os que não rezam
hão de se arrepender-se da vida transcorrida sem Deus,
mas será tarde. Sou a vossa Mãe, e fico triste por aquilo
que vos espera. Rezai. Rezai. Rezai. Esta é a Mensagem
que hoje vos transmito em nome da Santíssima
Trindade. Obrigada por Me terdes permitido reunir-vos
aqui por mais uma vez. Vos abenço: em nome do Pai,
do Filho e do Espírito Santo. Amém. Ficai em Paz."
Rainha da Paz, Angüera 12/09/92
"Queridos filhos. Agora mais do que nunca é
necessário rezar. Eis que se aproxima o tempo dos
grandes acontecimentos que vos anunciei no passado.
Rezai. A IRA DE DEUS NÃO TARDARÁ EM VOS
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
GOLPEAR. Fazei penitência, pedi perdão; reconciliaivos com Deus; acreditai firmemente em Seu Evangelho
para serdes salvos. Eu sou a vossa Mãe e vos digo mais
uma vez algo: que é preciso rezar! Esta é a Mensagem
que hoje vos transmito em nome da Santíssima
Trindade. Obrigada por Me terdes permitido reunir-vos
aqui por mais uma vez. Vos abençõo: em nome do Pai,
do Filho e do Espírito Santo. Amém. Ficai em Paz."
Rainha da Paz, Angüera 10/09/92
"Queridos filhos. SOU A RAINHA DA PAZ. Nesta
noite, convido-vos a rezar pelo Brasil. Se ficardes de
braços cruzados, não sereis capazes de sentir a benção
de DEUS sobre o vosso país. Deus Pai quer abençoarvos e quer dar-vos a graça da paz para a vossa nação.
amai cada vez mais a Santíssima Trindade, porque o
Céu vai proporcionar-vos alegria. As críticas e os
xingamentos não são os meios viáveis para resolver a
situação dovosso país. Rezai agora como nunca e
vereis caí do Céu bençãos e graças sobre vós,
brasileiros. Esta é a Mensagem que hoje vos transmito
em nome da Santíssima Trindade. Obrigada por Me
terdes permitido reunir-vos aqui por mais uma vez. Vos
abençõo: em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Amém. Ficai em Paz."
Rainha da Paz, Angüera 22/09/92
"Queridos filhos. Eu sou a vossa Mãe e vossa
condutora. Não vos preocupeis com vossos problemas.
Tende confiança em minha especial proteção. Não
desanimeis, pois JESUS vos ama e quer vos salvar, por
isso como Mãe vos peço: Arrependei-vos, mudai de
vida, afastai-vos definitivamente de todo o mal.
Continuai a rezar. Rezai sobretudo o Santo Rosário.
Entregai a MIM a vossa própria vida e Eu vos farei
conhecer o Amor de Deus e Seu desejo em relação a
vós. Coragem não percais a esperança. Eu já vos disse
e repito: SOU A VOSSA MÃE e bem sabeis o quanto é
grande o amor da mãe por seu filho. Portanto alegraivos. No Céu vos espero com alegria. Esta é a
Mensagem que hoje vos transmito em nome da
Santíssima Trindade. Obrigada por Me terdes permitido
reunir-vos aqui por mais uma vez. Vos abençõo: em
nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém. Ficai
em Paz."
Rainha da Paz, Angüera 15/05/93
"Queridos filhos. Sou a vossa Mãe dolorosa. Peçovos que continueis a rezar, pois somente a oração vos
dá a verdadeira paz. Vede como o pecado se alastra
causando a morte espiritual em muitas almas. Peço-vos,
portanto, que vos afasteis de todo o mal e convertei-vos
para serdes salvos. Eu sou a vossa Mãe e vos amo.
Quero que sejais felizes, mas quero dizer-vos que a
verdadeira felicidade está em Deus. Ide, pois, ao
encontro do Senhor! Ele vos espera de braços abertos.
Segui-Me pelo caminho da oração e da humildade! Não
recueis! Não quero forçar-vos, mas o que digo deve ser
levado a sério. Esta é a Mensagem que hoje vos
transmito em nome da Santíssima Trindade. Obrigada
por Me terdes permitido reunir-vos aqui por mais uma
vez. Vos abençõo: em nome do Pai, do Filho e do
Espírito Santo. Amém. Ficai em Paz."
Rainha da Paz, Angüera 20/08/93
Página 103
"Queridos filhos. Não vos sintais sozinhos. Eu estou
ao vosso lado e por isso nada deveis temer. Tende
coragem e avançai no caminho da conversão. Deus
enviou-Me até vós para ajudar-vos. Viveis num tempo
pior que nos tempos do dilúvio e correis o risco de vos
perder eternamente. Portanto, chegou a vossa hora.
Não fiqueis de braços cruzados. Meu Jesus espera de
vós grandes coisas. Voltai. Meu Senhor vos espera de
braços abertos. vivei com alegria e testemunhai com
coragem o Evangelho do Meu Filho. Lede todos os dias
as Palavras de Deus, que nos orientam e nos mostram o
caminho da salvação. Eu sou a Rainha da Paz e desejo
oferecer a verdadeira paz. O mundo de hoje precisa
aceitar a paz, do contrário, continuará caminhando para
um grande abismo. Arrependei-vos, portanto, pois o
arrependimento é o primeiro passo a ser dado no
caminho da conversão. Abri vossos corações a Mim e
Eu vos conduzirei sempre ao Deus da salvação e da
PAZ. Esta é a Mensagem que hoje vos transmito em
nome da Santíssima Trindade. Obrigada por Me terdes
permitido reunir-vos aqui por mais uma vez. Vos
abençõo: em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Amém. Ficai em Paz."
Rainha da Paz, Angüera 24/08/93
"Queridos filhos. Eu vos amo e estou ao vosso lado,
mesmo quando vos afastai de Meu Jesus. Chamo-vos
hoje, a viver com fidelidade o Evangelho do Meu filho.
MEU FILHO é a verdade e somente Ele, que é o
caminho, a verdade e a vida, vos libertará. Meu filho
deseja a vossa salvação, por isso, enviou-Me até vós,
sei que tendes liberdade, mas como Mãe vos peço: sede
obedientes ao Meu Filho. Foi por amor a vós que Ele
entregou-se morrendo na cruz. Eis que chegou o
momento em que deveis retribuir este amor; entregaivos também vós a DEUS, para que possais ser salvos.
Esta é a Mensagem que hoje vos transmito em nome da
Santíssima Trindade. Obrigada por Me terdes permitido
reunir-vos aqui por mais uma vez. Vos abençõo: em
nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém. Ficai
em Paz."
Rainha da Paz, Angüera 24/10/92
"Queridos filhos: Rezai para que satanás não vos
engane. O demônio tem destruido a fé de muitos e
levados muitos de meus pobres e inocentes filhos à
perdição. O demônio penetrou até mesmo no interior da
Igreja do Meu filho Jesus, arrastando para o abismo do
pecado grande numero de sacerdotes. Não temais. falai
a verdade, sempre a verdade, pois somente assim
sereis salvos. sou a vossa Mãe que repete a mesma
canção: voltai, voltai, voltai. Se não vos converterdes, a
IRA de Deus cairá sobre vós. Sou a vossa Mãe e sofro
por causa de vossos pecados. Convertei-vos. Esta é a
Mensagem que hoje vos transmito em nome da
Santíssima Trindade. Obrigada por Me terdes permitido
reunir-vos aqui por mais uma vez. Vos abençõo: em
nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém. Ficai
em Paz."
Rainha da Paz, Angüera 31/10/92
"Queridos filhos: Olhai hoje para o Meu Esposo José
e imitai-O em suas virtudes para poderdes crescer no
caminho que estou a indicar-vos. Pedí a São José a
proteção para a vossa família. Não podeis imaginar o
quanto Ele pode na presença de Deus. Consagraí a
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
vossa família a São José e vereis o quanto crescereis
na vida espiritual. Rezaí a São José e Ele será o vosso
grandioso defensor. Rezai com Ele por vós e pela
salvação do mundo. A começar pela salvação das
famílias. Esta é a Mensagem que hoje vos transmito em
nome da Santíssima Trindade. Obrigada por Me terdes
permitido reunir-vos aqui por mais uma vez. Vos
abençõo: em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Amém. Ficai em Paz."
Rainha da Paz, Angüera 19/03/93
BELLEVILLE - USA
BELLEVILLE, Nossa Senhora em
Nossa Senhora apareceu a Ray sob cinco diferentes
invocações, e ele Lhe perguntou o motivo; a resposta foi
esta:
"Para mostrar que Eu sou a mesma pessoa em todas
as aparições através dos séculos. Eu sou a Imaculada
Conceição sempre Virgem, e Mãe de Deus e Nosso
Senhor Jesus Cristo, e Medianeira entre o Céu e a
Terra".
Palavras de Nossa Senhora:
"Minha mensagem para vocês é a mesma que tenho
dado pelos séculos e é a mesma que tenho dado por
todo o mundo nos dias de hoje.
Ensinem os outros a amar e servir a Deus. Espalhem
Seu amor a todos que escutarem, e através de palavras
e orações. Há muitas pessoas hoje que querem ouvir,
mas escutam coisas erradas.
Primeiro encontrem amor e paz e a total conversão
em seus próprios corações. Vivam, mostrem e ensinem
isso aos outros, e como rezar. As pessoas precisam
mostrar a todos os nossos líderes que queremos paz, e
paz com Deus, e o que Ele deseja, e então - e somente
então - a paz virá.
Através da oração, muitas catástrofes podem ser
evitadas. O grande castigo já começou. A oração é o
único caminho para amainar estes eventos que
acontecerão se o homem não aprender a encontrar
Deus em seu coração e em sua alma.
Estamos em um tempo conturbado agora. Vocês
acham que o terremoto no Japão, as grandes
enchentes, secas e o calor nos estados do leste e do sul
nos Estados Unidos são apenas um acontecimento?
Eles são sinais do Céu para mudar nosso caminhos
aqui na terra, e o único caminho é a total conversão do
coração a Deus através da oração; a oração é a única
resposta.
São Miguel Arcanjo é nosso protetor e eu lhes digo
solenemente que tenham fé e confiança nele, e o amem.
Não tenham medo. Não fiquem ansiosos ou curiosos
demais! Ao contrário, vigiem constantemente, pois não
sabem a que hora Ele virá.
Lembrem-se sempre e não se esqueçam de que meu
divino Filho está sempre com vocês. Ele está com
vocês em Seu Amor, na Eucaristia, em Suas Palavras,
em outras pessoas, e escutem aos seus próprios
corações batendo, que é Ele em vocês, permitindo que
seus corações batam!
O mundo hoje está em pior condição do que nos
dias de Noé e do grande dilúvio.
Página 104
Quem Me ataca, através de Meu nome e com
blasfêmias, ataca também a Jesus, e Ele protegerá Sua
Mãe, da mesma forma que vocês protegeriam as suas.
Não deixem que as coisas materiais os escravizem,
fazendo-os esquecer seu Pai no Céu, porque no final
elas não significam nada! Vocês só podem levar o amor
de Deus com vocês para o Paraíso.
Esta é uma de minhas promessas feitas ao mundo que vocês não estarão sozinhos na hora de sua morte,
se rezarem o rosário com fé.
Profecias:
"A única maneira de vencer estas guerras é através
de oração e amor e total conversão do coração, e não
com bombas e munição. Quando o homem encontrar
amor em seu coração por tudo o que Deus criou, então
haverá paz."
"Rezem para que Meus Bispos e sacerdotes
permaneçam leais a Mim e darei a eles abundantes
graças, e aqueles que são infiéis sofrerão muito. Rezem
por eles!"
"Estarei sempre com vocês, e sempre se lembrem de
que, no fim, Meu Coração Imaculado triunfará!"
"Rezem pelo Papa, pois ele continuará sendo Papa
por pouco tempo."
"Quando Eu não estiver mais com vocês, vários
milagres Eucarísticos serão concedidos para lembrar
aos homens a verdade sobre este sacramento de amor,
de sacrifício no Calvário. Estes milagres fortalecerão
sua fé fraca. Estes sinais serão dados a todos, nenhuma
nação será esquecida."
"Logo batalharei com o maligno, e minha armadura,
meu escudo e espada serão os muitos rosários e
orações, e com eles derrotarei Satanás! Alguns verão,
outros não. Os que virem precisam ver porque isso os
trará de volta a Deus, e os que não virem já estão nas
Graças de Deus. Os que virem contarão aos outros, e
este é o sinal que trará muitas pessoas de volta a
Deus!"
"O que foi previsto em Lourdes foi cumprido. O que
foi dito em Fátima está sendo cumprido agora, e o que
está sendo dito em Mediugórie e em todas as minhas
aparições no mundo é um aviso ao mundo de que o
homem deve retornar a Deus! Eu lhes digo estas coisas
por amor, como Mãe amorosa de todos, pois o tempo
está se esgotando!"
"Eu lhes digo, meus filhos, o mundo todo está se
colocando em posição para o arrebatamento. O
surgimento deste governo mundial, a Comunidade
Européia, a ditadura do anti-Cristo, as grandes
tribulações, Armagedon, e a segunda vinda de Cristo.
Todos estes sinais serão causa de preocupação, mas
escutem Minhas palavras. Para aquele que crê, será o
tempo de júbilo se estiver nas graças de Deus. Por isso
estou com vocês, para prepará-los para tudo isso, como
Mãe amorosa."
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
"Não escutem àqueles que dizem "tal ano, tal mês e
dia". Eu lhes digo: ninguém sabe, somente o Pai sabe a
hora em que isso tudo irá acontecer. Eu lhes digo mais
uma vez: Voltem a Deus através da oração, penitência,
conversão e reconciliação de corpo e alma. Então
estarão nas graças de Deus e não terão o que temer."
BETÂNIA - Venezuela
BETÂNIA - Nossa Senhora em
Página 105
BRÉSCIA - Itália
ROSA MÍSTICA, Nossa Senhora
Na segunda aparição a Virgem apresenta-se de branco
e em lugar das três espadas traz no peito três rosas: uma
branca, uma cor-de-rosa e outra dourada. A Virgem disse a
Pierina que o Senhor a enviara especialmente para ajudar
aos sacerdotes e às ordens religiosas.
Suas palavras foram mais ou menos assim:
Palavras de Maria
"Já te foi revelado, ó homem, o que é bom e o que o
Senhor exige de ti: nada mais do que praticar o direito,
amar a bondade e caminhar humildemente com teu
Deus!"
"Vim para reconciliá-los, para buscá-los para
infundir-lhes a fé, que tem desaparecido no barulho e
no frenesi de uma era atômica a ponto de explodir.
Minha mensagem é de fé, amor e esperança. Mais que
qualquer outra coisa, ela aponta para a reconciliação
entre povos e nações. Esta é a única coisa que pode
salvar este século da guerra e da morte eterna... Se não
ocorrer uma mudança e uma conversão de vida,
perecerão sob fogo, guerra e morte.".
Em aparições subseqüentes, Maria contou à Maria
Esperanza que a humanidade enfrentaria um momento
decisivo em meados da década de 1990. Cresceria
gravemente o perigo de uma guerra massiva, envolvendo a
Ásia e as antigas repúblicas soviéticas. No início dos anos
70 Maria Esperanza foi informada de que a Rússia agiria de
forma imprevista, quando menos se esperasse, nesse
período crítico de decisão.
Maria avisou também que um aviso estava a ponto de
abater-se sobre a humanidade:
"Está para vir o grande momento de um grande dia
de luz. As consciências deste povo amado deverão ser
violentamente sacudidas, a ponto de fazê-los "pôr a
casa em ordem" e oferecer a Jesus a justa reparação
pelas infidelidades diariamente cometidas pelos
pecadores...".
O que Maria pede aos que acreditam na autenticidade
de suas aparições em Betânia? Ela nos diz:
"Perdoem-se mutuamente. Amem-se mutuamente.
Sirvam-se mutuamente.
Rezem pela Igreja. Rezem pelos sacerdotes.
Voltem aos Sacramentos, filhinhos queridos.
Confessem os seus pecados, enquanto o sol ainda
brilha.
Sacrifiquem-se pela conversão dos pecadores e pela
paz do mundo. Todos vocês são filhos de Deus. Todos
são amados".
Poder-se-ia dizer que os Céus estão mesmo saindo do
seu caminho para conscientizar-nos da presença de Jesus
na Eucaristia e da urgência de emendarmos nossa vida,
antes que seja tarde demais.
"Sou a Mãe de Jesus e Mãe de todos vocês". "Nosso
Senhor me envia para implantar uma nova devoção
mariana em todos os institutos tanto masculinos como
femininos, nas comunidades religiosas e em todos os
sacerdotes. Eu prometo-lhes que se venerarem desta
maneira especial, gozarão particularmente de minha
proteção e haverá um florescimento de vocações
religiosas. Desejo também que o dia 31 de cada mês
seja consagrado como dia mariano e os doze dias
precedentes sirvam de preparação com orações
especiais, e o dia 13 de julho de cada ano seja dedicado
à "Rosa Mística".
A Virgem explicou também o significado das espadas e
das três rosas:
A primeira espada: representa a escassez das
vocações.
A segunda espada: representava os pecados
mortais dos sacerdotes, monges e monjas.
A terceira espada era por causa dos sacerdotes e
monges que cometem a mesma traição de Judas.
A Rosa branca: o espírito de oração.
A Rosa Vermelha: o espírito de expiação e sacrifício.
A Rosa dourada: o espírito de penitência.
A terceira aparição ocorreu na capela do hospital de
Montechiari, durante a celebração eucarística. Maria Rosa
Mística disse:
"Meu Divino Filho, cansado das incessantes
ofensas, quer dar curso à sua justiça e quer colocar-me
como intermediária entre os homens e em particular
entre as almas dos religiosos e Ele". A vidente agradece
em nome de todos os presentes e ela resoponde: "Vivei
de amor".
Na quarta aparição a Virgem suplica oração e
penitência, pedido que se repete na quinta aparição.
Na sexta aparição, Maria expressa o desejo de que em
Montechiari seja venerada sob a invocação de "Rosa
Mística", unida à veneração de seu Coração Imaculado,
especialmente nos conventos e Institutos Religiosos.
Na sétima aparição, a Virgem disse sorrindo:
"Eu sou a Imaculada Conceição, sou a Mãe da
Graça, Mãe de meu Divino Filho, Jesus Cristo, quero
que ao meio-dia de cada 8 de dezembro seja celebrada a
"hora da graça" por todo o mundo e prometo que
mediante esta devoção serão alcançadas graças para a
alma e para o corpo".
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
Depois destes acontecimentos, Pierina passou vários
anos em Bréscia como ajudante em um convento de
religiosas. Em 1966 começa a segunda etapa das
aparições. Em fevereiro desse ano Pierina volta a ver a
Virgem e lhe anuncia que aparecerá no dia 17 de abril em
Fontanelle, um bairro de Montechiari. Nesse lugar havia
uma fonte numa gruta onde ocorreram várias curas físicas e
espirituais.
A Virgem apareceu no dia anunciado e assim se
manifestou:
"Meu divino Filho Jesus é todo amor e me enviou
para dar um poder milagroso de cura a este fonte... Que
os enfermos e todos os meus filhos peçam perdão a
meu Divino Filho, beijem com muito amor a Cruz, tirem
água da fonte e bebam-na... Desejo que os enfermos e
todos meus filhos venham à fonte da graça".
Nossa Senhora manifestou mais vezes. Em Fontanelle,
disse, no dia 6 de agosto:
"Meu divino Filho Jesus me envia novamente aqui
para pedir a formação da Liga Mundial da Comunidade
Reparadora, que deve ter início no próximo 13 de
outubro e estender-se por todo o mundo todo a cada
ano".
EMMITSBURG - USA
ALEGRIA, Nossa Senhora da
Palavras de Nossa Senhora:
"É tempo, Meus pequenos, de vocês começarem a
viver na unidade.
Há pessoas demais vivendo nos caminhos da
divisão e da crueldade, pela falta de bondade. Por favor,
retornem a Deus. Rezem com o coração e Ele os guiará
para viverem na unidade através do amor.
Por favor, por favor, por favor, amem-se uns aos
outros. Como posso dar-lhes novas mensagens se
vocês não estão vivendo as que já existem?"
Lembrem-se, meus pequenos, que se vocês não
conseguem ser pacientes com suas próprias
imperfeições, como podem esperar que os outros sejam
perfeitos?
Suportem com paciência todas as tribulações, suas
e dos outros. Olhem para Jesus. Ele os ama. Há
expectativas demais nos homens, e isto resulta em
impaciência, amargura e ódio."
Mensagem de 24 de novembro de 1993, que Nossa
Senhora pediu que fosse lida a todos:
"Meus pequenos, vocês sabem que, pela atual
condição do mundo, se Eu viesse até vocês apenas
uma vez, ninguém ouviria Meus apelos? Mas, como Meu
Filho os ama tão incondicionalmente, Ele Se humilhou
permitindo- Me vir até vocês de maneira constante, para
ajudá-los e pedir-lhes seu amor incondicional.
Como Mãe de vocês, Eu lhes peço que se humilhem
para Meu FIlho. Vão diante dele no Santíssimo
Sacramento, cubram-No de amor, para que Ele atenue o
que está para vir. Não peçam que Ele satisfaça seus
desejos Ele sabe do que vocês precisam para a
felicidade eterna. Simplesmente amem-No, louvem-No,
pois Ele é o Deus de vocês. Ele é o Filho de Deus.
Página 106
Vocês todos se tornaram muito indiferentes,
falhando em descobrir quem é seu Deus. Sua maneira
mortal e humana de agir causou divisão e espalhou a
destruição, por causa de seus desejos de controle.
Agora lhes peço, nestes últimos dias em que estarei
aqui, que amem Jesus e sigam Seus caminhos, como
está nas escrituras.
Não há ninguém de vocês que ame Meu Filho sem
esperar consolação em troca?
Como posso ajudá-los se, quando Ele os testa,
vocês não Me permitem ser sua Medianeira da Graça?
Ponham de lado seus desejos humanos e olhem para o
que é divino.
Eu os abençôo, Meus pequenos. Eu os amo e
agradeço por tomarem a sério este chamado ao amor.
Paz a vocês, em nome de Jesus. Ele é o Deus de vocês,
quer o reconheçam ou não. Dia virá em que todos
saberão a verdade. Paz."
"Meu Filho deseja agraciá-los com muitas virtudes,
mas primeiro os vícios da carne precisam ser
moderados. Meu Filho deseja que todos recebam
Minhas virtudes de paciência, fé, amor, doçura,
sabedoria,
caridade,
humildade,
obediência
e
esperança, e oração."
"Descansem no Sagrado Coração de Meu Filho. Se
levantarem suas cabeças de Seu jugo, vocês serão
feridos.
Olhem para Ele! Jesus é sua proteção, amor, e
íntimo amigo. Abençoados os mansos e humildes de
coração. Simples, ainda que tão consumidos pela
chama de Seu Sagrado Coração, vocês são todos
chamados a ser santos, sendo mansos e humildes de
coração.
Olhem para Meu FIlho. Ele irá moderar seus vícios
com amor. O amor filtrará suas almas e consumirá todo
o seu ser."
"Eu os amo, Meus filhinhos, e lhes dou Meu maior
tesouro, Meu Filho, Meu Coração."
FÁTIMA - Portugal
FÁTIMA - Nossa Senhora de
1. AS APARIÇÕES DO ANJO
O anjo de Fátima, como os anjos bíblicos, preparou os
caminhos do Senhor. A primeira aparição deu-se durante a
primavera de 1916, no lugar chamado "Cabeço". Lúcia,
Francisco e Jacinta viram "uma luz mais branca que a neve,
com a forma de jovem transparente, mais brilhante que um
cristal, atravessado pelos raios do sol".
- Não temais. Sou o Anjo da Paz. Orai comigo.
Ajoelhando-se, mandou repetir às crianças três vezes:
- Meu Deus, eu creio, adoro, espero e amo-Vos.
Peço-Vos perdão para os que não crêem, não adoram,
não esperam e não Vos amam.
Depois, ergueu-se e disse:
- Orai assim. Os corações de Jesus e Maria estão
atentos à voz das vossas súplicas.
A segunda aparição teve lugar durante o Verão, junto do
poço do quintal da casa de Lúcia.
- Que fazeis? Orai! Orai muito! Os corações de Jesus
e Maria têm sobre vós desígnios de misericórdia.
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
Oferecei constantemente ao Altíssimo orações e
sacrifícios.
- Como nos havemos de sacrificar?
- De tudo que puderdes, oferecei um sacrifício em
ato de reparação pelos pecados com que ele é ofendido
e de súplica pela conversão dos pecadores. Atraí,
assim, sobre a vossa Pátria, a paz. Eu sou o Anjo da sua
guarda, o Anjo de Portugal. Sobretudo, aceitai e
suportai com submissão o sofrimento que o Senhor vos
enviar.
A terceira aparição deu-se no Outono, de novo na Loca
do Cabeço. As crianças começaram a rezar "Meu Deus, eu
creio, ..." quando deram conta que sobre elas brilhava uma
luz desconhecida.
Viram, então, o Anjo, que segurava na mão esquerda
um cálice, sobre o qual estava suspensa uma hóstia. Desta
caíam dentro do cálice algumas gotas de sangue. O Anjo
ajoelhou diante delas e convidou-as a repetir por três vezes
a seguinte oração:
- "Santíssima Trindade, pai, Filho, Espírito Santo,
adoro-Vos
profundamente,
e
ofereço-Vos
o
preciosíssimo Corpo, Sangue, Alma e Divindade de
Jesus Cristo, presente em todos os sacrários da terra,
em reparação dos ultrajes, sacrilégios e indiferenças
com que Ele mesmo é ofendido. E, pelos méritos
infinitos do Seu Santíssimo Coração e do Coração
Imaculado de Maria, peço-Vos a conversão dos pobres
pecadores".
Em seguida, o Anjo ergueu-se, tomou de novo o cálice e
a hóstia, que tinham ficado suspensos no ar e deu a hóstia
à Lúcia e o que continha o cálice ao Francisco e à Jacinta,
dizendo ao mesmo tempo:
Tomai e bebei o Corpo e o Sangue de Jesus
Cristo, horrivelmente ultrajado pelos homens ingratos.
Reparai os seus crimes e consolai o Vosso Deus.
2. AS APARIÇÕES DE NOSSA SENHORA
O dia 13 de Maio de 1917 era Domingo. Depois de
terem ido à Missa à paróquia, as crianças tinham levado as
ovelhas a pastar para um lugar a dois quilômetros de
Aljustrel, chamado "Cova da Iria". O céu estava azul e claro,
mas, a dado instante, pareceu-lhes ver um relâmpago.
Receando tempestade, juntaram o gado para o conduzir
para casa. De repente, viram outro clarão... e ali, a poucos
passos deles, sobre uma pequena azinheira, apareceu a
figura de "uma Senhora vestida toda de branco, mais
brilhante que o sol, espargindo luz, mais clara e intensa que
um copo de cristal cheio de água cristalina, atravessado
pelos raios do sol mais ardente".
- Não tenhais medo. Eu não vos faço mal.
- Donde é Vossemecê?
- Sou do Céu.
- E que é que Vossemecê me quer?
- Vim para vos pedir que venhais aqui seis meses
seguidos, no dia 13, a esta mesma hora. Depois vos
direi quem sou e o que quero.
- E eu também vou para o Céu?
- Sim, vais.
- E a Jacinta?
- Também.
- E o Francisco?
Página 107
Também, mas tem que rezar muitos terços.
Lúcia fez ainda mais algumas perguntas. Por fim, Nossa
Senhora perguntou-lhes:
- Quereis oferecer-vos a Deus para suportar todos
os sofrimentos que ele quiser enviar-vos, em ato de
reparação pelos pecados com que Ele é ofendido e de
súplica pela conversão dos pecadores?
- Sim, queremos.
Ides, pois, ter muito que sofrer, mas a graça de
Deus será o vosso conforto.
Ao dizer estas últimas palavras, Nossa Senhora abriu as
mãos, num gesto acolhedor de Mãe, oferecendo o seu
Coração. Um misterioso reflexo de luz desceu até às
crianças penetrando-lhes a alma e fazendo-as verem-se
envolvidas em Deus, "mais claramente do que nos vemos
no melhor dos espelhos", - diz Lúcia. Finalmente, Nossa
Senhora acrescentou:
Rezem o terço todos os dias, para alcançarem a
paz para o mundo e o fim da guerra.
No dia 13 de Junho, os pastorinhos, acompanhados de
algumas pessoas, estavam a rezar o terço, quando, de
novo, viram o misterioso clarão. Lúcia iniciou o diálogo:
- Vossemecê que me quer?
Quero que venhais aqui no dia 13 do mês que
vem, que rezeis o terço todos os dias e que aprendam a
ler. Depois direi o que quero.
Lúcia pediu a cura de um doente. Nossa Senhora
respondeu:
- Se se converter, curar-se-á durante o ano.
- Queria pedir-lhe para nos levar para o Céu.
- Sim, a Jacinta e o Francisco levo-os em breve. Mas
tu ficas cá mais algum tempo. Jesus quer servir-Se de ti
para me fazer conhecer e amar. Ele quer estabelecer no
mundo a devoção ao meu Imaculado Coração. A quem a
abraçar, prometo a salvação e serão queridas por Deus,
como flores postas por mim a adornar o Seu trono.
- Fico cá sozinha?
- Não, filha. E tu sofre muito? Não desanimes. Eu
nunca te deixarei. O meu Imaculado Coração será o teu
refúgio e o caminho que te conduzirá até Deus.
No dia 13 de Julho foi já uma multidão a acompanhar os
pastorinhos. Viu-se o costumeiro clarão. Lúcia começou o
diálogo:
- Vossemecê que me quer?
- Quero que venham aqui no dia 13 do mês que vem,
que continuem a rezar o terço todos os dias, em honra
de Nossa Senhora do Rosário, para obter a paz do
mundo e o fim da guerra, porque só Ela lhes poderá
valer.
Lúcia apresentou a Nossa Senhora diversos pedidos e
continuou:
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
- Queria pedir-lhe para nos dizer quem é, para fazer
um milagre com que todos acreditem que vossemecê
nos aparece.
- Continuem a vir aqui todos os meses. Em Outubro
direi quem sou, o que quero, e farei um milagre que
todos hão-de ver e acreditar. Sacrificai-vos pelos
pecadores e dizei muitas vezes, em especial sempre
que fizerdes algum sacrifício: Ó Jesus, é por vosso
amor, pela conversão dos pecadores e em reparação
pelos pecados cometidos contra o Imaculado Coração
de Maria.
Neste momento o reflexo misterioso penetrou a terra. Os
pastorinhos, assombrados, contemplaram a horrível visão
do inferno. Assustados, e como que a pedir socorro,
levantamos, - diz Lúcia - a vista para Nossa Senhora, que
nos disse com bondade e tristeza:
Vistes o inferno, para onde vão as almas dos
pobres pecadores; para as salvar, Deus quer
estabelecer no mundo a devoção ao meu Imaculado
Coração.
Se fizerem o que eu vos disser, salvar-se-ão
muitas almas e terão paz. A guerra vai acabar. Mas, se
não deixarem de ofender a Deus, no reinado de Pio XII,
começará outra pior.
Quando virdes um noite alumiada por uma luz
desconhecida, sabei que é o grande sinal que Deus vos
dá de que vai punir o mundo de seus crimes, por meio
da guerra, da fome e de perseguições à Igreja e ao
Santo Padre.
Para a impedir, virei pedir a consagração da
Rússia ao meu Imaculado Coração e a comunhão
reparadora nos primeiros sábados. Se atenderem a
meus pedidos, a Rússia se converterá e terão paz; se
não, espalhará os seus erros pelo mundo, promovendo
guerras e perseguições à Igreja.
Os bons serão martirizados, o Santo Padre terá
muito que sofrer, várias nações serão aniquiladas. Por
fim, o meu Imaculado Coração triunfará.
O Santo Padre consagrar-me-á a Rússia, que se
converterá, e será concedido ao mundo algum tempo de
paz. Em Portugal se conservará sempre o dogma da fé.
Isto não o digais a ninguém. Ao Francisco podeis dizêlo.
Depois destas importantes declarações, Nossa Senhora
continuou:
- Quando rezais o terço, dizei, depois de cada
mistério: Ó meu Jesus, perdoai-nos, livrai-nos do fogo
do inferno; levai as alminhas todas para o Céu,
principalmente aquelas que mais precisarem.
No dia 13 de Agosto não houve aparição de Nossa
Senhora porque o Administrador de Vila Nova de Ourém
prendeu os pequenos e levou-os para a Vila. Ali os reteve
injustamente durante três dias, submetendo-os a múltiplos
interrogatórios e ameaçando-os com violentos castigos. Por
fim, não tendo conseguido obter deles nem a retratação da
veracidade das aparições, nem a revelação do segredo,
entregou-os aos pais.
Página 108
A multidão esperou em vão, nesse dia, pelos
pastorinhos. Nosso Senhor, porém, realizou alguns
prodígios extraordinários, que a todos consolaram e
convenceram mais da veracidade das aparições.
No Domingo seguinte, 19 de Agosto, Nossa Senhora
tornou a aparecer num lugar chamado "Valinhos".
- Que é que Vossemecê me quer?
- Quero que continueis a ir à Cova da Iria no dia 13,
que continueis a rezar o terço todos os dias.
A Lúcia apresentou, depois, alguns pedidos que Nossa
Senhora atendeu. E, tomando um aspecto mais triste,
terminou dizendo:
- Rezai, rezai muito e fazei sacrifícios pelos
pecadores, que vão muitas almas para o inferno por não
haver quem se sacrifique e peça por elas.
No dia 13 de Setembro, a multidão ultrapassava já as 25
mil pessoas. As crianças chegaram com dificuldade ao local
das aparições. Pouco depois, a Santíssima Virgem
manifestou-se e disse:
- Continuem a rezar o terço, para alcançarem o fim
da guerra. Em Outubro virá também Nosso Senhor,
Nossa Senhora das Dores e do Carmo, S.José com o
Menino Jesus para abençoarem o mundo.
Como das outras vezes, Lúcia transmitiu a Nossa
Senhora vários pedidos. Por fim, Nossa Senhora, refreando
o espírito mortificado dos pastorinhos, acrescentou:
- Deus está contente com os vossos sacrifícios, mas
não quer que durmais com a corda; trazei-a só durante
o dia.
No dia 13 de Outubro, não obstante a chuva torrencial
que encharcara e enlameara os caminhos, dificultando a
subida da serra, a multidão ultrapassou as 50.000 pessoas.
Era meio-dia solar, quando começou o diálogo:
- Que é que Vossemecê me quer?
- Quero dizer-te que façam aqui uma capela em
minha honra, que sou a Senhora do Rosário, que
continuem sempre a rezar o terço todos os dias. A
guerra vai acabar e os militares voltarão em breve para
suas casas.
Depois, tomando um aspecto mais triste, disse:
- Não ofendam mais a Nosso Senhor, que já está
muito ofendido!
Quando Lúcia viu que Nossa Senhora se elevava, e que
o seu brilho continuava a projetar-se no sol, num movimento
instintivo apontou para o sol, e, com um grito espontâneo,
recomendou:
- Olhem para o sol!
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
Foi então que se realizou o milagre prometido por Nossa
Senhora três meses antes.
O Céu que, até então, tinha estado coberto de nuvens
negras, rasgou-se, deixando ver o sol. Este tomou a forma e
a cor de um disco prateado que não feria a vista. Ao mesmo
tempo, começou a girar vertiginosamente sobre si mesmo,
como uma roda de fogo de artifício.
Por três vezes, desceu até à altura do horizonte, como
que ameaçando cair sobre a terra. Brilharam no sol todas as
cores do arco-íris que se refletiram na paisagem, na terra,
nas árvores e nas pessoas.
O espetáculo durou cerca de um quarto de hora. A
multidão assistia ao acontecimento atemorizada: chorava,
gritava, invocava a misericórdia de Deus e da Santíssima
Virgem, e pedia perdão para as suas culpas.
Lúcia, mergulhada no êxtase, não tinha contemplado o
fenômeno solar, mas, imediatamente depois, pôde
contemplar uma série de visões multiformes que ela
descreve com sobriedade:
"Desaparecida Nossa Senhora, na imensa distância
do firmamento, vimos, ao lado do sol, S.José com o
Menino, e Nossa Senhora vestida de branco com um
manto azul. S.José com o Menino pareciam abençoar o
mundo, com uns gestos que faziam com a mão, em
forma de cruz. Pouco depois, desvanecida esta
aparição, vi Nossa Senhora das Dores. Nosso Senhor
parecia abençoar o mundo da mesma forma que S.José.
Desvaneceu-se esta aparição e pareceu-me ainda ver
Nossa Senhora em forma semelhante a Nossa Senhora
do Carmo".
ITAPERUNA - Brasil
Mãe do Infinito Amor, Nossa Senhora
Palavras de Nossa Senhora:
"Filhinhos, usem o terço como uma arma contra o
inimigo, usem a Bíblia como um escudo, assim fazendo
nada os atingirá." (13/06/95)
"O terço é a arma maior que eu deixei para vocês,
sempre tenham um à mão." (01/07/95)
"O terço é e sempre será a arma mais perfeita para
que o mal não se instale na Terra." (08/07/95)
"Vocês me chamaram com o terço. Por isso estou
aqui. Chamem por mim mais vezes. Quero lhes dar o
meu amor de mãe."
"Quando quiserem me agradecer com o coração,
agradeçam rezando o Rosário." (08/10/95)
"Difundem o Santo Rosário!" (28/10/95)
"Livrem-se dos seus pecados através da confissão e
procurem comungar quantas vezes puderem e,
principalmente, rezem o Rosário.
Assim fazendo, receberão do Céu as luzes e graças
do Espírito Santo, que os envolverá com tanta força,
como nunca os envolvera antes e ainda vocês sentirão
Página 109
esta força e ela irradiará, envolvendo todos que
estiverem à sua volta." (09/12/95)
"Esta Terra, Brasil, é Terra abençoada."
"Em 12 de outubro de 1995 dou por escrito a
seguinte mensagem que, por ordem de Jesus, vou ditar;
pois Ele foi quem me pediu para tomar o Brasil; claro
que também era minha vontade mas só pude tomá-lo
com ordem de meu Filho."
Eis as palavras que Jesus dirigiu a mim:
"Mãe-Mulher: toma esta terra, toma este pedaço de
chão, no qual ponho minha complacência, pois minha
misericórdia é infinita e divinamente grande para com
esse povo que sofre amarguras, esse povo que te ama,
e Me adora. Tu, Mulher, mesmo que alguns não
queiram, moras em cada coração. Vejo a tua aflição com
esse povo. Teus pedidos, Mãe, não foram em vão, teu
Pai te concedeu a honra de tomares esta TERRA. Não
só esta Terra, mas também outras, que daqui por diante
irás tomar. Tu, como nas "Bodas de Caná", foste
persistente, pois tu sabes que conseguirás o que
quiseres e é por isso que esse povo te ama. Ninguém
tem a coragem que tu tens. Tu confias em Deus, e fazes
com que muitos confiem também, pois Eu também sei
que em teu coração, essa gente, esse povo, encontrará
a paz, em todo contexto que essa palavra significa: a
paz."
Jesus, como vêem, é eternamente bondoso e eu,
como mãe, fico orgulhosa de ouvir de meu Filho que
vocês me amam. Shalom!"
"Façam visitas regulares a Jesus presente no
Santíssimo Sacramento. Não percam a oportunidade de
se achegarem mais a Deus." (03/02/96)
"Filhos, é necessário que façam momentos de
adoração a Jesus, no Santíssimo Sacramento. Aflita eu
lhes peço: procurem a Jesus, procurem a Jesus,
procurem a Jesus, procurem a Jesus! Ele é o Caminho,
a Verdade e a Vida." (24/03/96)
"Continuem sendo cada vez mais HUMILDES E
ADORADORES DO DEUS DA VIDA." (13/04/96)
"Orem principalmente na presença do Deus
Sacramentado. Ele está vivo! Ele está no meio de vocês!
Ele quer seus corações." (24/04/96)
"A pedra rolou e de dentro do túmulo aparece Jesus
vivo. Este é o sentimento que devem ter ao verem a
porta do Sacrário se abrir. É Ele que está no Pão."
(18/05/96)
"Filhos, não esqueçam Jesus que está no
Santíssimo Sacramento. Ele quer a sua adoração, Ele
quer o seu louvor, Ele quer o seu amor. Sejam fiéis a
Jesus." (24/07/96)
"Filhos, aqui neste lugar existe uma água que desce
do céu. Esta água tem muitos poderes, porque ela
passa no meu coração, filtrando-se." (24/08/96)"
Nota: A fonte de água na Fazenda Boa Esperança foi
o sinal prometido por Nossa Senhora para testemunhar
a autenticidade das aparições em Itaperuna
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
Mensagem de Jesus
"Este lugar, como já disse, é santo, esta água, como
Minha Mãe disse, é poderosíssima, este lugar
permanecerá aqui; esta água nunca acabará.
Por isso, sempre, sempre, sempre se lembre deste
lugar que é santo, deste lugar que Eu pisei, deste lugar
que Minha Mãe pisou.
Venham aqui outras vezes, pois com certeza estarei
aqui ouvindo seus pedidos, estarei aqui junto com
Minha Mãe para recebê-los, porque este lugar é cercado
das obras de Deus, e, onde estão as obras de Deus, aí
estou Eu, aí está também a Minha Mãe." (24/10/96)
MEDJUGORE - Bósnia
MEDJUGORE, Nossa Senhora de
Resumo dos pedidos de Nossa Senhora
ROSÁRIO completo - reza diária (Mistérios Gozosos,
Mistérios Dolorosos e Mistérios Gloriosos;
MISSA - participação diária, ou pelo menos aos
Domingos, com comunhão
BÍBLIA - leitura diária de pequenos trechos,
vivenciando-os. Nas quintas-feiras, ler Mateus 6,24-34
JEJUM - praticá-lo às quartas e sextas-feiras, a pão e
água, com mais amor e mais oração;
CONFISSÃO - fazê-la mensalmente
AMOR - "Desejo que vocês amem a todos com o meu
amor, quer aos bons quer aos maus. O amor aceita tudo o
que é duro e amargo por causa de Jesus que é amor
Transmissão das Mensagens
Nossa Senhora pede-nos que vivamos as suas
Mensagens, que as plantemos em nossos corações e
que as transmitamos aos outros. Que leiamos
diariamente as mensagens e as transformemos em vida.
Para manter-se informado sobre essas aparições você
poderá solicitar, gratuitamente, o envio mensal do
jornalzinho Eco de Medjugorje. Para obter maiores
informações, bem como folhetos, estampa, livrinho com
todas as mensagens etc., escreva para:
SERVOS DA RAINHA (*)
Caixa Postal 02576
70279-970 Brasília - DF
Fone (061) 244-4949
(*) SERVOS DA RAINHA é uma Associação que tem
como objetivo único e exclusivo a vivência e a difusão das
mensagens da Rainha da Paz.
Perleman - Holanda
Todas as Nações, Nossa Senhora de
Página 110
Em fevereiro de 1958 profetizou que Pio XII faleceria em
princípios de outubro e de fato, o Santo Padre morreu a 9
de outubro. Profetizou o Concílio Vaticano II, a explosão de
Chernobyl, a queda da União Soviética na visão na qual o
"martelo" e a "cruz" se separam
Também profetizou que o último dogma mariano que se
proclamará será aquele pela qual a Virgem será chamada
"Corredentora, Mediadora e Intercessora", especialmente,
"Medianeira universal de todas as graças..." e alguns
pensam que este dogma poderia ocasionar um cisma na
Igreja...
"O Japão se converterá", disse a Virgem. É curioso que
nas aparições de Akita, no Japão, a imagem que chora e as
mensagens são muito semelhantes às de Amsterdam.
A Virgem preveniu a vidente contra uma guerra espiritual
entre as mentes, provocada pelo humanismo e realismo, os
paganismos atuais, piores que a guerra; os ataques do
diabo não são dirigidos contra as pessoas, mas sim contra
as mentes.
Viu uma série de tormentas, inundações, terremotos,
intrigas no Vaticano, desastres econômicos... e a Virgem
implorou: "que todas as nações sejam uma só... buscai só o
verdadeiro Espírito Santo... todos unidos, e eu guiarem o
rebanho de Cristo para que haja um só rebanho e um só
pastor".
PINDAMONHANGABA - Brasil
PINDAMONHANGABA , Nossa Senhora em
Mensagem de Maria em 14 de agosto de 1994
A Consagração a todo momento
Eu sou a Senhora Medianeira de todas as Graças.
A paz de Meu filho Jesus esteja com todos vocês.
Não fujam das suas obrigações para com o Meu
Filho Jesus.
A única maneira de Eu poder ajudá-los é com o
arrependimento e a conversão de cada um. Mudem suas
maneiras e seus costumes.
Não aceitem ser manipulados.
Fujam das armadilhas, de tudo que os faz pecar.
Roguem ao Espírito Santo para que Ele os ilumine.
São muitos os perigos destes tempos.
O maligno está furioso e quer destruir tudo o que
encontra pela frente.
Convertam-se!
Renovem a todo momento a Consagração ao meu
Imaculado Coração. Não rejeitem os ensinamentos de
sua Mãe do Céu. Eu só desejo a salvação de todos.
Quero conduzir todos a meu Filho Jesus e o único
meio é através da oração , penitência, consagração e
participação nos Santos Sacramentos.
O Sangue do Cordeiro foi derramado para pagar o
pecado da humanidade. Foi para purificá-la, para libertála, foi para a salvação de vocês, meus pequenos filhos.
Acolham Minhas súplicas e as do meu Filho Jesus
antes que seja tarde.
Os Meus Olhos estão voltados para vocês. Como dói
ver os Meus filhos abandonando o caminho da Luz para
ir pelo caminho das trevas.
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
Não se iludam! No outro caminho; só estão se
afastando da salvação1 Voltem enquanto ainda há
tempo.
A Misericórdia de Deus ainda não se esgotou.
Eu, Mãe da Divina Graça, abençôo a todos.
Mensagens de Maria em 29 de setembro de 1994
A Eucaristia é Jesus vivo
Viste, minha filha, como Meu Filho está esquecido
no Sacrário? Viste com que descaso se dirigem a Ele?
Quando tu voltaste, foi Ele mesmo que a chamou para
não ficar só. Ele deu a conhecer o que sentias, filha.
É por isso que sentiste , naquelas horas santas,
tristes, e na Missa, como as orações estavam sem amor.
Sabe, filha, isso não está acontecendo só aqui, mas
em todo o mundo.
O Cordeiro imolado não é reconhecido nem muito
desejado e nem respeitado.
Hoje, filha são poucos os que vão à Igreja para
adorar Meu Filho na Eucaristia.
A Eucaristia é Meu filho Jesus, vivo, que se fez pão
para os alimentar e sangue para lavar os seus pecados.
Os corações estão frios como pedra e é este
momento que vocês oferecem a Meu filho Eucarístico
para O confortar.
Ofereça, filha, estas orações por todos aqueles que
não amam Meu Filho, a todos aqueles que não dão um
minuto sequer a Ele em adoração.
Sua geração pensa que Ele ainda está morto? Pois
se enganam!
Meu Filho vive e sente cada chaga que é aberta
pelos pecados do mundo.
Filha, espie, faça agrado a Meu Filho !Isso Me alegra
como Mãe de Jesus e como Mãe de vocês. Quando
consola seu Salvador, consola sua Mãe Celeste
O que está acontecendo as famílias
Eu, Mãe Medianeira de todas as Graças, preciso de
mais e mais orações para que o plano de salvação seja
completo com mais almas.
Eu convido vocês pais, a ensinarem seus filhos a
participar de mais orações, a vigiar suas vestes e
afastá-los dos vícios.
Isso só terá êxito se todas as famílias rezarem o
Santo Terço em família. Isso só terá êxito quando se
consagrarem ao Meu Coração Materno.
Isso só terá êxito se fizerem orações e pedirem aos
Anjos de sua guarda que lhes falem o que devem fazer e
como fazer. O Anjos designados para os guardar
conhecem a vontade de Meu Filho Jesus.
Filha, o que está acontecendo nas famílias é fruto da
educação fora do conhecimento da Palavra de Deus. Os
Meus filhos estão perdidos, machucados, e o Meu
adversário se aproveita para acorrentá-los. Vejo os
Meus filhos como ovelhas indo ao matadouro. Venho
salvá-los, mas poucos se deixam salvar por Mim. Estão
cegos e surdos ao Meu Chamado e ao de Meu Filho.
Rezem para que as trevas sejam destruídas e a Luz
do Meu Esposo seja a Luz na vida de Meu pequenos
filhos.
Rezem pela sua conversão ! Só a oração
enfraquecerá as insídias de Meu adversário, que está
cada vez mais forte sobre os Meus filhos. Muitos laços
Página 111
estão sendo armados para destruir os Meus pequenos
filhos. Só a oração de cada família poderá destruir o
maligno e seus companheiros. Rezem, pois os dias
estão mais curtos e muitos de Meus filhos se afastaram
da Luz
Eu sou a Mãe Celeste, os abençôo.
Mensagem de Maria em 30 de novembro de 1994
Jesus é o Supremo Senhor
Meu Filho Jesus é rico e Misericordioso.
A todos será infundido o Espírito Santo. Todos os
povos dobrarão seus joelhos e reconhecerão que Jesus
é o Supremo Senhor e Salvador. Só a Ele pertence toda
a honra e toda a glória
Rezem para que este dia chegue e não encontrem
seus filhos ainda dormindo nas trevas do pecado.
Haverá muito sofrimento e ranger de dentes, pois as
ofensas que são dirigidas a Deus são muito grandes. A
ira divina só será aplacada com muitas e muitas
conversões e arrependimento, e que todos façam
penitência em expiação dos ultrajes ao Imaculado
Coração de Maria e ao Sacratíssimo Coração de Jesus
.(Joel2,3)
Mensagem de Maria em 14 de abril de 1997
O Armagedon espiritual já está se dá no meio de
vocês.
Eis que sou a Virgem da Imaculada.
Sou a Mãe da Co- redenção , sou a Mãe dos aflitos e
oprimidos pelos sistemas enegrecidos do meu
adversário.
Filha, venho muito preocupada com as seduções
que o adversário de Deus e meu tem lançado sobre o
sistema social e até;e mesmo religiosos, denegrindo a
moral, e a razão do homem.
Filhinhos, Eu os tenho exortado a uma sincera
conversão , uma verdadeira intimidade com o Altíssimo.
Tenho lhes pedido: rezem, rezem .rezem sem cessar.
Façam jejuns, apartem-se das oportunidades de
pecado.
Filhos , as seduções que mais os tem levado ao
abandono das coisas de Deus são a rebeldia, o desamor
, o comodismo, ocupando-se de horas vagas com
superficialidade.
Não é, filhinhos, com justiça que se tem dito que a
preguiça se tornou causa de ruína para muitos ?É este
sentimento que tem sido sido a causa da grande dureza
de muitos corações, e isto tem fechado a graça em
abundância do Espírito Santo de Deus.
É pelo comodismo, pelo estado de preguiça, de
relaxamento espiritual e físico que o véu do desamor,
do descontentamento, que muitos caem na frieza e
levam a duvidar da clareza, do esplendor , da existência
da sublime Santidade Trina.
Abandonam-se ao ceticismo, encorajam a difusão de
deuses estranhos, propagam seitas, às quais nem
mesmos povos antigos, tribos do povo judeu, tiveram
coragem de aderir.
Filhos, a devoção, a comunhão e exaltação satânica
se dá a oferenda de almas, de corpos puros e seres
inocentes como oblações ao senhor das trevas.
Quantos do meio de vocês não dão atenção a
amuletos e se doam a uma corrente imaginária mas que
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
os tem aprisionado e endurecido assim os seus
corações, afastando-os de Deus e do seu sublima amor.
É pela perda total da fé que o ceticismo impera e os
levará a uma enxurrada de pecados, devassando a
essência da pureza da alma.
O Armagedon Espiritual já se dá no meio de vocês. É
isto, filhos Meus ,homem contra homem, mata-se um ao
outro, rouba-se um ao outro, destrói-se a moral, a
pureza em todos os sentidos.
Quanta dor, filhos meus !Ouçam o apelo desta Mãe
que tem desfilado noite e dia diante do Trono de Deus,
que já está muito irado..
Até quando, filhos, pensam, que o nosso Deus se
conterá em ver o Seu Filho, o Primogênito e Único,
ainda é tido como motivo de chacota, de desprezo e que
por grande dureza e rebeldia ainda O pregam no
madeiro.
Apartem-se, filhos, da desonra da carne. Não sabem
que são templo vivo, o Sacrário vivo do único poder que
existe sobre o Céu e a Terra e o que existe e subsiste
debaixo dela ?Endireitem os seus caminhos com muita
presteza.
Não suportarão a dor dos dias que em não muito
tempo deverão vir.
Endireitem-se na vida de oração, sacrifício,
penitência e adoração a Deus.
Apressem-se, filhos Meus ! Apressem-se!.
Não tem muito tempo como muitos de vocês têm
dito ! Recebam a Benção do Meu Coração Imaculado.
Eis que sou a Mãe do Imaculado Coração.
Recebam a Paz. Paz que os direcionará ao Coração
da Santíssima Trindade, única e esplendorosa.
SOUPHANIE - Síria
SOUPHANIE - Nossa Senhora de
Aparições
Sábado 18 de Dezembro de 1982 – 23h 37 - Virgem
Maria
"Meus filhos,
Lembrai-vos de Deus: Deus está connosco.
Conheceis tudo e não conheceis nada. O vosso
conhecimento é imperfeito. Mas virá o dia em que
conhecereis todas as coisas como Deus Me conhece.
Fazei o bem a quem faz o mal. E não prejudiqueis
ninguém.
Dei-vos mais óleo do que pedistes, e vou dar-vos
algo bem mais forte que o óleo. Arrependei-vos e
acreditai, e lembrai-vos de Mim na vossa alegria.
Anunciai o Meu Filho, o Emanuel. Quem O anuncia está
salvo, e quem não O anuncia , é vã a sua fé . Amai-vos
uns aos outros.
Não peço dinheiro para as igrejas nem para
distribuir pelos pobres. Peço o Amor. Os que dão
dinheiro aos pobres e às igrejas, sem ter amor, nada
são.
Visitarei mais os lares, porque os que vão à igreja,
nem sempre vão para rezar. Não peço que Me
construam uma igreja, peço um lugar de oração. Dai.
Não deixeis de ajudar nenhum dos que vos pedem
auxílio".
Página 112
Sábado 8 de Janeiro de 1983 – 23h 37 - Virgem Maria
A Virgem chorava. Ela disse a Myrna: "não há de ser
nada". Myrna também chorava e clamava: "A Virgem
chora". A Virgem retirou-se e, antes de desaparecer,
sorriu docemente.
Segunda-feira 21 de Fevereiro de 1983-21h 30 - Virgem
Maria
"Meus filhos"
Seja dito entre nós: Eu voltei aqui. Não insulteis os
orgulhosos que são desprovidos de humildade.
O humilde tem sede das críticas dos outros, para se
corrigir dos seus defeitos, enquanto que o orgulhoso
corrompido as despreza, se revolta, se torna hostil.
O perdão é a melhor coisa. Aquele que pretende
mostrar-se caritativo diante dos homens, é impuro
diante de Deus.
Faço-vos um pedido, gravareis na vossa memória
uma palavra que repetireis sempre: "Deus salva-me,
Jesus ilumina-me, o Espírito Santo é a minha vida, por
isso nada temo", não é assim , meu filho José? Suportai
e perdoai. Suportareis bastante menos do que suportou
o Pai.
Quinta-feira 24 de Março de 1983 – 21h30 - Virgem
Maria
"Meus filhos, a Minha missão terminou.
Nessa noite o anjo disse-me: "Tu és bendita entre as
mulheres". E Eu apenas pude responder: "Eis a escrava
do Senhor".
Estou contente. Eu não tenho o mérito de dizer-vos:
os vossos pecados estão perdoados. Mas o Meu Deus
disse-o. Fundai uma igreja. Eu não disse: construí uma
igreja.
A Igreja que Jesus adaptou, é uma Igreja Una,
porque Jesus é Um. A Igreja é o Reino dos Céus sobre a
Terra.
Quem a dividiu pecou, e quem se regozijou com a
sua divisão, pecou. Jesus edificou-a: era pequenina.
E, quando cresceu, dividiu-se. Quem a dividiu não
tem em si o Amor. Reuni. Digo-vos: rezai, rezai e rezai.
Como são belos os Meus filhos, de joelhos ,
implorando!
Não tenhais medo: Eu estou convosco Não vos
dividais como estão divididos os grandes. Vós
ensinareis às gerações as palavras de unidade, de amor
e de fé. Rezai pelos habitantes da terra e do céu".
Êxtases
ROMA - Itália
Mãe da Eucaristia, Nossa Senhora
Nossa Senhora diz: "Eu sou a MÃE DA EUCARISTIA"
e deseja espalhar uma forte e renovada devoção a este
grandioso Sacramento, por todo o mundo.
Estas aparições foram definidas por Nossa Senhora
como "... as mais importantes, mais difíceis e mais
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
combatidas, especialmente pelo Clero..." e Ela nos pede
que
"... falem sobre a Mãe da Eucaristia, porque a Mãe da
Eucaristia encerra a História. A Imaculada Conceição
abre a História e a Mãe da Eucaristia a encerra. Veja o
grande círculo: da Imaculada Conceição à Mãe da
Eucaristia e da Mãe da Eucaristia à Imaculada
Conceição. Este grande círculo compreende todos os
nomes dados a Mim. Eu sou a Mãe da Eucaristia, Eu sou
a Mãe de Jesus, Eu sou sua Mãe..."
Mensagem aos Brasileiros
No dia 12 de fevereiro de 1996, às 10h30min, Nossa
Senhora deu uma mensagem especial para um grupo de
peregrinos de Recife, que visitava o local das aparições em
Roma:
"Meus amados filhos, Deus Pai me enviou para estar
aqui entre vocês e eu lhes digo: amem meu Filho Jesus.
DEUS PAI ESTÁ MUITO ANSIOSO PARA QUE O
NOME DA MÃE DA EUCARISTIA SEJA CONHECIDO EM
SEU PAÍS. É um grande presente que Deus lhes deu,
embora nem todos respondam a Seu chamado. Sua Mãe
veio aqui particularmente por causa de vocês.
Meus filhos, vocês devem dar sua felicidade e amor
a todas as pessoas, inclusive àquelas que não amam
Jesus. Ajudem-nas a amarem meu Filho Jesus. Eu os
amo, meus filhos, porque Eu já os conheço há algum
tempo. Cada um de vocês está tentando encontrar seu
próprio caminho para chegar a Jesus.
Jesus lhes deu a graça do Sacramento da
Reconciliação. Seria fácil para cada um de vocês e para
todas as pessoas se converterem por meio de uma boa
confissão. Estou sempre perto de vocês, estou sempre
presente
quando
vocês
se
aproximam
dos
sacramentos. Estou sempre presente quando um
sacerdote, que está na graça de Deus, celebra a Missa.
E vocês, meus amados filhos, passem a vida na graça
de Deus e REZEM COM TODO O SEU CORAÇÃO,
PORQUE ESSE É O CAMINHO E MEIO DE VIVER NA
GRAÇA DE DEUS. Vocês responderam ao chamado de
meu Filho Jesus, fazendo também alguns sacrifícios,
mas vocês sentiram em seus corações que Jesus
estava com vocês e dizia: venham, meus filhos, sua Mãe
espera por vocês.
Quando voltarem para casa, levem a todas as
pessoas esta alegria e falem sobre A MÃE DA
EUCARISTIA, PORQUE A MÃE DA EUCARISTIA
ENCERRA A HISTÓRIA. A Imaculada Conceição abre a
História e a Mãe da Eucaristia a encerra. Vejam o grande
círculo: da Imaculada Conceição à Mãe da Eucaristia e
da Mãe da Eucaristia à Imaculada Conceição. ESTE
GRANDE CÍRCULO COMPREENDE TODOS OS NOMES
DADOS A MIM. Eu sou a Mãe da Eucaristia, sou a Mãe
de Jesus, sou sua Mãe. A Mãe os ama e também ama
aqueles que hoje não responderam ao chamado: a Mãe
ama a todos, mas nem todas as pessoas amam a meu
Filho Jesus.
Rezem por seus sacerdotes, rezem pela união na
família e rezem pelos doentes. Há pessoas que amam
meu filho Jesus, mas sofrem muito, e há pessoas que
não aceitam suas próprias doenças.
E agora, fiquem em oração profunda, porque Jesus
está vindo entre vocês."
Página 113
As mensagens terminaram com estas palavras. Nesse
momento, uma Hóstia apareceu entre as mãos de Marisa
(milagre eucarístico que acompanha muitas das aparições),
e Jesus lhe deu uma curta mensagem na qual Ele enfatizou
a necessidade de receber a Sagrada Comunhão com
freqüência.
O Triunfo da Eucaristia
"Rezem, façam com que a Eucaristia triunfe, sem a
Eucaristia não há nada. A Eucaristia triunfará."
(25/03/94)
"Rezem, rezem para que a Eucaristia triunfe em seus
corações, no coração dos sacerdotes, das irmãs, dos
videntes, no coração dos grandes políticos e no
coração de toda a humanidade no mundo todo. Quando
a Eucaristia triunfar, tudo será maravilhoso." (10/04/94)
"Em toda aparição eu falo sobre o triunfo da
Eucaristia; a Eucaristia triunfará. Eu falo a todos os
videntes sobre o triunfo da Eucaristia no mundo, mas
nunca encontrei escrito em lugar algum o anúncio deste
triunfo." (22/05/94)
"Rezem para Jesus, Meu Filho, rezem pelo triunfo da
Eucaristia. Amar a Eucaristia é algo maravilhoso e
grandioso, mas nem todos os seres humanos sentem
esta necessidade." (24 /05/94)
"Façam o que puderem, para que a Eucaristia
triunfe. Haverá muito o que sofrer antes, mas somente
lhes peço, pequeninos, pequenos sacrifícios. Sim, a
Eucaristia irá triunfar, mas vocês têm que rezar, têm que
aceitar estas pequenas dores que Deus lhes dá."
(07/08/94)
"A Eucaristia triunfará, e vocês, se estão com Meu
Filho Jesus, vamos, alegrem-se! Façam Meu Filho Jesus
triunfar, vocês nada devem temer." (18/08/94)
"A Eucaristia, o Corpo e Sangue de Meu Filho Jesus,
assusta, mas vocês, meus amados filhos, se estão aqui,
é porque amam meu Filho Jesus. E vocês, meus
amados sacerdotes, devem estar unidos e não devem
temer quando tiverem que falar sobre o triunfo da
Eucaristia." (16/10/94)
"Às vezes, acreditar no sobrenatural assusta muito
as pessoas, e por isso o triunfo da Eucaristia assusta. E
vocês, meus amados filhos, vocêas têm medo de Meu
Filho Jesus? Não, não têm. Recebam-No em seus
corações. Seus corações devem ser como um berço
para Meu Filho Jesus, para que Ele, ao vir, encontre
repouso e diga: "Finalmente, alguém Me ama"."
(05/11/94)
"Por que o anúncio do triunfo da Eucaristia ainda é
desconhecido de tanta gente, enquanto há quem viole
Hóstias consagradas e realize missas negras? Por que
as belas obras do Deus Onipotente ficam escondidas?"
(15/05/95)
[Mensagem de Jesus]
"Deus Pai permitirá que a Eucaristia triunfe primeiro
aqui, neste lugar milagroso, e depois Ele realizará em
todo o mundo o grande triunfo da Eucaristia." (29/06/95)
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
"Meu Filho Jesus e Eu anunciamos: quando a
Eucaristia for visível aqui para todos, naquele momento
o triunfo da Eucaristia acontecerá. Vocês verão a
pequena Hóstia consagrada reinar sobre este lugar
milagroso e sagrado. Meus amados filhos, Eu os
convido a rezar para este evento tão grandioso,
importante e belo. Deus Pai garantiu este grande
milagre neste lugar, que é pequeno, escondido, simples,
humilde, e sem fanatismo." (01/07/95)
"É uma grande alegria para Mim vê-los aqui juntos,
para rezar com muita alegria pelo grande triunfo da
Eucaristia. Eu sou sua Mãe, e ainda repito que não é
pecado não acreditar nas aparições, mas vocês, que
viram o triunfo da Eucaristia, devem acreditar na
Eucaristia. Não desanimem quando os homens, mesmo
sacerdotes, ficarem contra vocês e os perseguirem e
difamarem. Não se perturbem, vocês estão com Deus,
vocês têam Meu Filho, Jesus Eucarístico. Vocês viram o
grande presente que Deus lhes deu. Alegrem-se! Meu
pequeno rebanho, reze pelo triunfo da Eucaristia, para
que todos acreditem que Jesus, na Eucaristia, está
sempre presente nos Tabernáculos das Igrejas. Este
pedido é sobretudo pelos sacerdotes, porque eles
celebram a Missa e têm Meu Filho Jesus em suas mãos.
Aquele que vive em graça, está em Jesus, e Jesus está
nele, e eles são um só" (17/09/95)
Mensagem de Jesus
"Hoje alguns de vocês viram a Hóstia. Peço de vocês
a conversão de verdade; rezem por todas as pessoas do
mundo, pela conversão dos pecadores, pelo Meu e seu
Papa, nunca se cansem de rezar! Recitem o Santo
Rosário, ele é uma poderosa ferramenta para acalmar
os conflitos entre os homens. (...) Rezem para que os
homens da Igreja compreendam a importância do
sacramento da Eucaristia. Estes são tempos duros e
difíceis, mas depois a Eucaristia triunfará! Primeiro a
grande prova, depois o grande amor a Mim, a Jesus
Eucarístico. (...) Este foi um grande milagre de Deus,
mas os homens não querem compreender! Os homens
que estudaram história e sabem teologia, não querem
compreender! Eu os convido a dar exemplo e
testemunho, não temam! Os verdadeiros filhos de Jesus
não devem temer!" (07/10/95)
"Neste lugar santo aconteceu o maior milagre da
história de Igreja, o Milagre Eucarístico, a Aparição
Eucarística. Deus escolheu este lugar para esse evento
e por essa razão Deus, muitos anos atrás, pediu-me
para informá-los que estas aparições são as mais
importantes, as maiores, as mais conturbadas e
combatidas, especialmente pelo Clero. (...) Vocêas
devem rezar, rezem para que este milagre eucarístico
seja conhecido por todo o mundo." (31/12/95)
1999 - o Ano do Triunfo da Eucaristia
Mensagem de Jesus
"Vim dizer-lhes também que no próximo dia 29 de
novembro começa o Ano de 1999: abre-se o Ano Novo!
Então, rezem, rezem a Maria, Mãe da Eucaristia, para
possam vir a Mim com alegria e simplicidade: há ainda
quem falhe e falte com a caridade. Não façam isso. Há
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também outra coisa, muito desejada por Meu Coração:
no próximo dia 29 de novembro, seja o Ano de 1999
iniciado com uma novena à Imaculada Conceição."
(26/11/98)
"Hoje eu gostaria que celebrasse o dia 21 de
novembro, que é a Apresentação de Maria ao Templo, o
dia 26 de novembro, em que foi o primeiro Milagre
Eucarístico, que foi tão criticado, e finalmente o dia 29
de novembro, hoje, que é o início do Ano litúrgico de
1999. E vocês dirão: "Até que enfim!", mas também no
Céu dizemos "Enfim é 1999!". Somente Deus sabe tudo
o que irá acontecer e vocês devem se preparar com
coragem e força, mas sobretudo através do que já lhes
disse: atos de mortificação e orações jaculatórias; Deus
não está pedindo muito e nem a Mãe, que está aqui para
lhes dar a mensagem, está lhes pedindo somente atos
de mortificação e jaculatórias." (29/11/98)
"Meus amados filhos, gostaria de lhes desejar a
todos um Feliz 1999. ESTE ANO ACONTECERÁ O
TRINFO DA EUCARISTIA, MAS SOBRETUDO O
TRIUNFO DE VOCÊS, porque o triunfo da Eucaristia já
começou há algum tempo. SERÃO AINDA TEMPOS
DIFÍCEIS, MAS SERÃO MAIS DUROS PARA OS
HOMENS DA IGREJA, POR ESSA RAZÃO A MÃE OS
CONVIDA A REZAR."
"Neste ano de 1999 a Mãe os convida, mais do que
nunca, a intensificar a oração, oração, oração. Também
os convido a não pensar em si mesmos e suas
preocupações. Tentem matar aquele "eu", pensem em
todas as criaturas que vivem na Terra, pensem como
podem parar as guerras, não há apenas uma guerra, há
muitas guerras. Há também guerras dentro de partidos
políticos, guerras entre os grandes homens da Igreja,
guerra entre os pequenos, inveja, ciúme: pessoas
tentam destruir umas às outras. Por esta razão Deus os
escolheu, Deus os chamou, mesmo se lhes parecer
estranho, mas Deus precisa de sua ajuda, de sua
cooperação, de seu amor.
1999, quantas vezes a Mãe repetiu o ano 1999? No
início será ainda difícil, especialmente para estes meus
dois filhos, mas se ficarem com eles, e através de suas
orações, eles poderão suportar também este último
ataque de Satanás..." (01/01/99)
UMBE - Espanha
Umbe, Nossa Senhora em
25 de março de 1941
Às 12 horas da noite, Felisia, sentada na cozinha de sua
casa, um grande esplendor que desce do alto . A um canto,
vê Nossa Senhora, de joelhos, com uma vela acesa de cada
lado, vestida de Dolorosa ; aparenta uns 18 anos, é
belíssima e sorri. Felisia ficou maravilhada e entusiasmada .
A Virgem não lhe falou e desapareceu em seguida .
23 de Maio de 1969
Ao passar pelo poço, a caminho de sua casa,
novamente lhe apareceu a Virgem e lhe disse :
" Estais em Minha casa, quero que ma deixeis ".
Assim o fizeram. Desde muitos anos que ali se reza o
Rosário .
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
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20 de Julho de 1969
23 de Maio de 1971
Numa sala da casa, Felisia, contempla, rodeada por
uma grande luz, A Santíssima Virgem. Diz–lhe:
" No primeiro dia em que Eu vim salvar-te, desci
primeiramente ao poço ; esta água ficará abençoada
hoje para sempre e curará os doentes e sãos que com
ela lavarem a cara e os pés . Quero que aqui se erga
uma capela "
Lavando-se com a água , seu marido se curou de uma
doença incurável
9 de Setembro de 1969
Ás 10 horas da noite, a família Sistiaga encontrava-se
junto ao poço, quando um Anjo , mensageiro de Nossa
Senhora, lhes apareceu, entregando-lhe um pedaço de
veludo preto, como amostra daquele como deveriam revestir
a imagem da Virgem. Felisa viu o anjo; e a sua família, uns
esplendores vivíssimos, como também parte do Anjo,
ouvindo simultaneamente cânticos de Coros Celestiais
14 de Julho de 1970
Enquanto rezava o Rosário , apareceu-lhe a Virgem e
disse-lhe :
" Cumpri Meu Desejo na terra , que Eu farei o vosso,
no Céu . Eu vos enxugarei as lágrimas. "
A Virgem diz a Felisia :
"As Minhas ânsias e dores por todos os meus filhos
não tem fim . Grandes faltas de fé, na terra, acarretarão
sua miséria. Se não fizer caso ...
Formar-se-á um nevoeiro tal que não vereis uns aos
outros. De nada vos servirá luz alguma .
Durará o tempo que for preciso. Os justos e os
dignos não sofrerão. Todos os meus filhos terão que
pedir perdão a Deus. Isto será um aviso do castigo. No
período de tempo que falta até então mudarão dois
Papas ".
22 de Junho de 1971
A Virgem apareceu e disse a Felisa :
"Apareci em vários lugares, mas são poucos os que
acreditam. Livrarei a Espanha de guerras; mas haverá
muitas catástrofes e doenças. Morrerão muitos. Antes
do castigo, dar-vos-ei o aviso. Iluminar-se-á o céu com
uma cruz, que, ao desfazer-se, produzirá uma imensa
luz branca, que inclusive encobrirá o próprio sol. Durará
quatro horas. Seguidamente, soprará um vento ardente
por toda a terra. Muitos morrerão de emoção. Os que
tiverem fé em Deus não sofrerão. "
2 de Outubro de 1971
31 de Julho de 1970
A Virgem diz-lhe :
"Eu cumpro o que prometo . E a água continuará
curando ".
Já três pessoas haviam sido curadas.
Numa outra aparição, a Virgem tomou em suas mão o
Rosário de Felisia e , ao devolvê-lo , os presentes puderam
testemunhar a sua grande luminosidade e um brilho de ouro
. Outra vez lhe recordou :
"E a água continuará a curar ".
E disse-lhe :
"Quero aqui a minha capela "
30 de Outubro de 1970
Estando reunidos para rezar, os presentes puderam ver
uma luz . A vidente viu Nossa Senhora que rezou
juntamente com ela, o Rosário . Manifestou-lhe o desejo de
dar a paz ao mundo e de que se venha rezar neste local.
Numa Outra aparição diz :
"Se fizerem o que Eu vos digo, salvar-se-ão e terão a
paz . Quero aqui uma capela .Vós, rezais o rosário todos
os dias pela conversão dos pecadores. A água
continuará a curar ."
24 de Dezembro de 1970
A Virgem diz :
"Que os doentes curados agradeçam devidamente o
favor que receberam. Se não, terão castigo que
merecem . "
A virgem diz a Felisa:
"Orai, Meus filhos; fazei penitência. Pedi, que Eu sou
a Vossa Mãe. Deus dá a toda a humanidade um dom que
não se vende, nem se pode comprar. Orai, que Eu quero
salvar os Meus filhos".
4 de Junho de 1972
Diz Nossa Senhora:
"Cumpri bem os vossos deveres, orai, orai sempre
que Eu sou a Mãe do Salvador, a Mãe de Deus. Quero
aqui uma Capela e que a ela se acorra em procissão.
Meu Filho está dolorosamente ofendido e Eu todo farei
para O desagravar. Se não se ouvirem as Minhas
Palavras esta nação provocará muitos erros contra a
Igreja.
Orai, que Meu filho atende vossas orações.
Os curados que não derem testemunho serão
castigados com males maiores, os que derem seram
Minhas Lâmpadas Acesas e estarão sempre sob a
Proteção do Meu Manto.
A água continuará a curar".
11 de Dezembro de 1975
A Virgem diz a Felisa :
"Quando, com vossas orações e sacrifícios, me
ajudais a salvar uma alma e converter um pecador,
cicatrizais-Me um ferida.
Estou muito contente com Umbe. Tenho-vos todos
debaixo do Meu Manto".
MEEU
MARIA - MÃE DA TERRA
Ao dizer isto, a Virgem estreitava ao Seu Coração todos
os fiéis reunidos em Umbe e mostrava-Se muito sorridente.
E logo acrescentou:
"Perseverai na vossa oração e sacrifício, que os
acontecimentos estão à porta. As almas que mais amo
são as que mais sofrem, que compartilham as Minhas
Dores, em reparação pelos pecadores".
28 de Fevereiro de 1976
A Virgem felicita Felisa no dia do seu aniversário e dizlhe:
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"Estou contente, muito contente convosco. Com o
Rosário, vencereis; não o deixeis cair das mãos; os que
o abandonarem perecerão.
Virão dias de purificação para a Espanha: Distúrbios
sangrentos, más colheitas, crises, fome, doenças e
mortes.
A Igreja parecerá desaparecer e ficará como que
destruida.
Eu serei a Vossa Fortaleza e Consolo nesses dias".
O que faremos então diante deste pedido de Nossa
Mãe Dolorosa?
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NOSSA SENHORA CONSOLATA