Ensino Fundamental 2
Nome
No
História – Prof. Caco
6o ano
Data
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Ficha 8
AS ORIGENS DA ESCRITA
A escrita mais antiga
As escavações arqueológicas realizadas na Mesopotâmia revelaram não
apenas as ruínas de suas cidades, mas também uma imensa quantidade de placas
de argila e monumentos recobertos de inscrições desconhecidas.
Os estudiosos tiveram de enfrentar um duplo desafio, pois desde logo
ficou evidente que eram usadas duas escritas diferentes na Mesopotâmia, e era
preciso decifrá-las. A mais antiga era a escrita dos sumérios, a outra, a es­crita
dos assírios e dos babilônios. Posteriormente verificou-se que uma derivava
da outra.
Os egípcios inventaram a escrita provavelmente na mesma época que os
sumérios. A existência do papiro, uma planta encontrada em abundância às margens do Rio Nilo, facilitou o desenvolvimento da escrita egípcia. Com o papiro
produziu-se um tipo de papel que foi utilizado durante milênios.
A argila foi o material utilizado como suporte da escrita na Meso­po­tâmia.
Em placas geralmente pequenas de argila úmida, eram feitas as ins­crições. Depois
elas eram colocadas à luz do Sol para secar.
A invenção da escrita se deve, pro­
va­velmente, aos sacerdotes sumérios. Eles
pre­cisavam registrar de alguma forma, o rece­
bimento de produtos, sua distribuição e as
des­pesas feitas pelos templos.
As mais antigas plaquinhas gravadas
com a escrita suméria foram as encontradas nas
Placa de argila inscrita com sumeriruínas da cidade de Uruk. As inscrições tinham
ogramas. Datada de 3000 a.C. aproxicomo assunto anotações de conta­bi­lidade. Placas
madamente, a placa traz uma lista de
mais recentes tratavam da ri­va­lidade entre as
alimentos. Museu Ashmolean, Oxford,
Inglaterra.
cidades de Umma e Lagash.
ESCRITAS PICTOGRÁFICAS E IDEOGRÁFICAS
Os achados de milhares de inscrições
per­mi­tiram a reconstituição de diversas fases
pelas quais passou a escrita mesopotâmica.
Inicialmente, os símbolos e seus significados
coincidiam, ou seja, para representar a palavra
sol, por exemplo, faziam um desenho circular.
Qualquer pessoa, de qualquer lugar, poderia ler
“sol”. Essa escrita é denominada pictográfica.
Mais tarde os desenhos feitos eram usados com o
objetivo de exprimir uma idéia. Sol, nesse caso,
poderia significar “calor”. A escrita pas­sava, assim, a ser ideográfica. Posteriormente, veio a
tornar-se silábica: cada desenho representava
um som. Combinando vários desenhos, podia-se
for­mar uma palavra. Com o passar do tempo,
a escrita se tornou alfabética. Essa evolução,
entre­tanto, não ocorreu na Mesopotâmia, mas
entre os fenícios muitos séculos mais tarde.
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As placas mais antigas encontradas em Uruk utilizavam cerca de 2 mil
símbolos diferentes. Mais tarde, esse número foi reduzido para seiscentos, o
que demonstra ter havido um progresso na técnica da escrita, que se tornou
mais simples.
A escrita cuneiforme e sua decifração
Os símbolos da escrita dos sumérios eram formados por meio de riscos,
o que tornava difícil sua transcrição nas placas úmidas de argila. Por essa razão,
com o tempo, passou a ser utilizada uma haste que imprimia os sinais tal como
uma cunha. Daí a palavra “cuneiforme”, adotada para designar essa nova fase
da escrita.
Os escribas — pessoas que sabiam ler e escrever — tinham a tendência
de simplificar muito os símbolos que gravavam em suas placas de argila. Com
isso, alguns deles sofreram tantas modificações que é difícil ver, no desenho
cuneiforme, o símbolo inicial da escrita suméria que lhe deu origem.
A decifração da escrita cuneiforme resultou do esforço de inúmeros sábios, entre eles o alemão Georg Grotefend, o primeiro a conseguir entender o
significado de alguns sinais. Mais tarde, um inglês chamado Henry Rawlinson
conseguiu decifrar a escrita cuneiforme em sua totalidade. Inscrições existentes
num rochedo localizado de Behistun, norte do Iraque atual, facilitaram os trabalhos de decifração.
Trecho de inscrição cuneiforme encontrada no
rochedo de Behistun.
Foi o instrumento-chave para decifrar a escrita
mesopotâmica.
A literatura dos sumérios e dos babilônios
Devemos ao rei Assírio Assurbanípal grande parte do conhecimento da literatura mesopotâmica.
Nas dependências do palácio real foram encontradas mais de 20 mil placas de argila que formavam
sua biblioteca. O rei tentou reunir todas as obras de valor existentes em sua época, e isso permitu
que a maior parte da literatura elaborada na Mesopotâmica fosse preservada.
As escavações realizadas em Mari, no palácio do rei Zimri-Lim, contemporâneo de Hamurabi,
também revelaram milhares de inscrições.
Até nossos dias, continuam a ser encontradas milhares de inscrições, e quase não há tempo
para traduzi-las. O excesso de documentos escritos deixado pelos mesopotâmios chega a dificultar
o próprio avanço de nossos conhecimentos sobre eles.
Bibliografia: L. FERREIRA, Olavo, Mesopotâmia – O amanhecer da civilização. Editora Moderna, SP, 1993.
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O aparecimento da escrita
Os comerciantes e os funcionários do Estado precisavam controlar as quantidades de mercadorias e os impostos, calcular preços, pesos e medidas. Como tinham necessidade de registrar tudo
isso, inventaram sinais ou símbolos para representar essas mercadorias e quantidades. Esses sinais
deram origem à escrita e à numeração, em um longo e lento processo.
Escrita fenícia, século XVIII a.C., que
deu origem ao nosso alfabeto. Foi a primeira escrita totalmente fonética.
Os sinais simbolizam os sons da fala
oral. Repare que, com apenas 23 sinais,
conseguimos escrever tudo o que falamos.
Corel Stock Photo
Museu Iraquiano, Bagdá. Giraudon/Keystone
Giraudon/Keystone
Nessas sociedades, eram poucas as pessoas que sabiam ler e escrever: apenas alguns funcionários do Estado, o rei e os sacerdotes. E apenas os filhos destes tinham direito de aprender. O
restante da população, que era a maioria, não tinha direito a esse conhecimento.
Escrita cuneiforme da Mesopotâmia.
Sinais em forma de cunha gravados em
tabletes de argila.
Hieróglifos egípcios. Escrita com desenhos que simbolizam coisas e idéias.
Decifrando símbolos
Em 1822, o francês François Champollion decifrou fragmentos de
um texto escrito em uma pedra egípcia, hoje conhecida como pedra de roseta, facilitando a leitura de outras inscrições hieroglíficas posteriormente
descobertas.
Museu Britânico, LOndres.
Os povos estrangeiros que dominaram o Egito por muito tempo não
tiveram interesse em pesquisar a cultura, a arte e os costumes dos egípcios.
Os hieróglifos encontrados nos túmulos e nas pirâmides não foram estudados
até 1798, quando Napoleão, imperador da França, invadiu o Egito e nomeou
estudiosos para registrar os monumentos encontrados.
Pedra de roseta.
O estudo mais detalhado das múmias, das pirâmides, dos túmulos, dos objetos e dos fragmentos de papiro possibilitou aos egiptólogos (estudiosos da cultura do Egito) recuperarem grande
parte da história desse poderoso império da Antiguidade, demonstrando a importância dessa civilização para os nossos dias.
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Ampliando o vocabulário
Os pesquisadores tiveram um imenso trabalho para decifrar a escrita dos antigos egípcios. Agora é sua vez! O sinônimo de algumas palavras extraídas do texto do capítulo está escrito
em código. Para decifrá-lo, substitua cada símbolo pela letra correspondente, de acordo com a
seguinte tabela:
a)
b)
c)
d)
e)
f)
Bibliografia:
• GIOVANNI, Cristina Visconti, JUNQUEIRA, Zilda Almeida e TUONO, Sílvia Guena. História – Compreender para aprender. Editora FTD. São
Paulo. p. 58-59
• BRAICK, Patrícia Ramos e MOTA, Myriam Becho. Da Pré-História à crise do Império Romano. Editora Moderna. São Paulo. pg. 68
• PANAZZO, Silvia e VAZ, Maria Luísa. Navegando pela História. Povos da Antigüidade: trabalho e diversidade cultural. Quinteto Editorial. São
Paulo. pg. 84
Escribas
Os escribas constituíam um grupo de elite na sociedade egípcia antiga, já que detinham o conhecimento da escrita. Era um ofício quase que exclusivamente reservado aos homens. A formação
era demorada, iniciando-se os estudos na infância e concluindo por volta dos 20 anos de idade. As
escolas funcionavam nos escritórios reais ou nos templos espalhados por todo o país. O apren­dizado
era obtido sob a orientação de mestres que exigiam cópias de inscrições, além de muitos estudos
literários. Para o treinamento da escrita, utilizavam preferencialmente lascas de pedra, pois o papiro
era caro demais para ser desperdiçado. Castigos corporais eram aplicados para obter disciplina.
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Em geral os escribas trabalhavam como funcionários nos escritórios reais ou dos templos, co­
piando os decretos ditados pelos faraós e administradores, anotando a saída e entrada de mercadorias,
as taxas de impostos e todo tipo de registros. Nas horas de folga, copiavam manuscritos como obras
literárias e religiosas, e produziam exemplares de textos funerários que eram vendidos aos interessados.
O escriba usava tintas e juncos acondicionados numa paleta. O papiro era fabricado com o
caule da planta do mesmo nome. Cortavam-no em tiras compridas, que eram então sobrepostas
e prensadas. As folhas produzidas eram coladas com resina e formavam rolos, leves e facilmente
transportados, de tamanho variável.
As escritas egípcias
A escrita hieroglífica surgiu por volta de 4000 a.C. e foi usada ao longo de toda a história faraônica, principalmente nas inscrições monumentais de templos e tumbas, além de
objetos e papiros. Segundo as crenças, fora criada pelo deus Toth. Os sinais representavam
seres humanos, animais, plantas e objetos. Uma variação cursiva dos hieróglifos surgiu no
Antigo Império e foi usada para inscrições em papiros: a escrita hierática (sacerdotal, em
grego). Desde 700 a.C. os registros mais simples do cotidiano eram escritos em demótico
(popular, em grego). Em 1798 a expedição napoleônica no Egito encontrou a Pedra de Roseta, com inscrições em hieróglifos, demótico e grego. Comparando esses textos, o francês
Jean-François Champollion decifrou os hieróglifos em 1822.
SCHNEIDER, Maurício Elvis. O Egito Antigo. São Paulo: Saraiva, 2001.
Alfa + Beta = alfabeto
Alfabeto é o conjunto das letras. Apesar de essa definição ser bastante simples, a humanidade
precisou de muitos e muitos séculos para substituir os pictogramas e os hieróglifos por letras.
Acredita-se que o alfabeto tenha sido criado há quase 4 000 anos pelos fenícios, povo que vivia
no território onde hoje fica o Líbano, no litoral do mar Mediterrâneo.
Os fenícios faziam intenso comércio marítimo. Para controlar melhor esse comércio precisavam anotar o que compravam e o que vendiam. Por isso, criaram alguns sinais, que deram origem às
atuais consoantes.
Os gregos, um dos povos que tinham relações comerciais com os fenícios, aprenderam esses
sinais e, com o tempo, acrescentaram outros, as vogais.
As consoantes são letras como B, P, T e outras, que têm o som completado pelas vogais A, E, I
O, U. Assim, B + A = BA, B + E = BE, P + I = PI, T + O = TO e assim por diante.
A palavra alfabeto vem dos nomes das duas primeiras letras gregas: alfa e beta.
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Foi precisamente a criação
do alfabeto que proporcionou uma
grande mudança na escrita, porque,
com menos de trinta sinais simples,
que representam os sons, tornou-se
possível escre­ver e ler qualquer tipo
de ideia, em diferentes línguas.
Os romanos, por sua vez, há
mais ou menos 2 200 anos, apren­
deram o uso do alfabeto com os
gregos e também intro­duziram nele
algumas modifi­cações. Dessa for­
ma, criaram o alfabeto latino, que
é o que usamos hoje em dia.
Bibliografia: JUNQUEIRA, Zilda A. & VISCONTI, Maria C.,
Escrita – Das paredes ao computador. Editora Ática S.A., SP, 1995.
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O PAPEL CULTURAL DOS FENÍCIOS
Ao trocarem produtos, as pessoas trocam também informações, conhecimentos, técnicas,
costumes, crenças. Os fenícios, além de desempenharem um importante papel econômico,
serviram de elo cultural entre os diversos povos que habitavam as regiões próximas ao mar Mediterrâneo.
A grande contribuição cultural fenícia foi sem dúvida a sua escrita fonética. Através do
comércio, os fenícios entraram em contato com os povos da Mesopotâmia e com os egípcios: na
Mesopotâmia e no Egito já se conhecia a escrita. Já havia um sistema pelo qual os sons eram representados por sinais. Mas, embora os fenícios tenham, com certeza, aproveitado a experiência
desses povos, a escrita fenícia não é uma simplificação nem dos hieróglifos* egípcios, nem da escrita
cuneiforme* mesopotâmica.
No século XV a.C. a escrita fonética compunha-se de um sistema
de trinta sinais representando as consoantes. Cerca de três séculos
depois, já havia um sistema de escrita bastante simples, com 22 sinais.
A simplicidade do alfabeto fenício fez com que ele fosse adotado por diversos povos. Os arameus, vizinhos dos fenícios, adaptaram
esse alfabeto para o aramaico e o transmitiram para os assírios e os
persas através de contatos comerciais. Na Palestina o aramaico passou
a ser usado no lugar do hebraico. Jesus e seus discípulos pregaram em
aramaico.
Talvez em decorrência desse intenso contato com outros povos,
por meio do comércio e da navegação, a arte e a religião fenícia assimilaram muitos elementos estrangeiros.
hieróglifos:
Escrita criada pelos an­tigos
egípcios, cujos si­nais represen­
tam idéias. É, portanto, uma
escrita ideográfica.
cuneiforme:
Escrita criada pelos sumé­rios,
na antiga Mesopo­tâmia, com
sinais em for­ma de cunha.
A deusa fenícia da fertilidade, Astarté, tem identidade com a deusa mesopotâmica Ichtar; o
deus Hadad foi tomado de empréstimo aos sírios; Mot e Aliyan, deuses fenícios, morrem e ressuscitaram nas festas da cidade fenícia de Biblos, tal como o des grego Adônis.
A arte fenícia mistura elementos egípcios, mesopotâmicos e gregos. O palácio de Salomão e o
templo de Jerusalém, dos hebreus, foram erguidos, segundo a Bíblia, com auxílio fenício, mas suas
características são mesopotâmicas e egípcias.
Todavia, apesar das influências externas, a religião fenícia manteve características tradicionais,
como o forte caráter agrário (Dagon, deus do trigo; Mot, deus da maturação...) e o sacrifício de
crianças ao deus El, criador de todas as coisas.
“Os meninos fizeram todas as combinações necessárias, e no dia marcado partiram muito cedo,
a cavalo no rinoceronte, o qual trotava um trote mais duro que a sua casca. Trotou, trotou e, depois
de muito trotar, deu com eles numa região onde o ar chiava de modo estranho.
— Que zumbido será esse? — indagou a menina. — Parece que andam voando por aqui milhões
de vespas invisíveis.
— É que já entramos em terras do País da Gramática — explicou o rinoceronte. — Estes zumbidos são os Sons Orais, que soam soltos no espaço.
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— Não comece a falar difícil que nós ficamos na mesma — observou Emília. — Sons Orais,.
como dizem os senhores gramáticos.
— Pois diga logo que são letras! — gritou Emília.
— Mas não são letras! — protestou o rinoceronte. — Quando você diz A ou O, você está produzindo um som, não está escrevendo uma letra. Letras são sinaizinhos que os homens usam para
representar esses sons. Primeiro há os Sons Orais; depois é que aparecem as letras, para marcar esses
sons orais. Entendeu?
O ar continuava num zunzum cada vez maior. O meninos pararam, muitos atentos, a ouvir.”
LOBATO, Monteiro. Emília no país da gramática – Aritmética da Emília.
São Paulo: Brasiliense, s.d. p. 8.
Bibliografia: TOTA, Antonio Pedro. História por eixos temáticos. São Paulo: FTD, 2002.
Influência de Roma, Creta, Egito e Fenícia
A cultura grega tornou-se tão importante porque foi a síntese, o resumo, de diversas outras
culturas da Antiguidade, dos povos que viveram na África e no Oriente Médio. Assim, os gregos
conheceram os cretenses, que eram excelentes navegadores. Tiveram contato com os egípcios,
famosos nos nossos dias pelo complexo domínio de conhecimentos técnicos que possuíam e por sua
organização social.
Por fim, a influência dos fenícios também foi muito importante na cultura grega. Os fenícios
foram o povo, naquela parte do planeta, que havia inventado o alfabeto cerca de 1.000 anos a.C.
Esse alfabeto foi aperfeiçoado pelos gregos, que por sua vez deu origem ao alfabeto latino, inventado
pelos romanos. Como se sabe, a língua portuguesa, que nós falamos, tem origem latina.
Todo esse processo demonstra como ocorreram frequentes intercâmbios entre os povos ao
longo da história da humanidade, embora muitos conhecimentos e invenções tenham se perdido ou
deixado de fazer sentido quando essas civilizações desapareceram.
Ao ler este texto, em língua portuguesa, você já está se revelando um herdeiro da antiga
civilização romana. O português, assim como o espanhol, o francês, o italiano e o romeno são língua
que se originaram do latim - a língua dos antigos romanos. Mas a herança que Roma nos deixou vai
além das línguas neolatinas. Os romanos também transmitiram a cultura grega e oriental aos povos
chamados de “bárbaros” e à civilização da Idade Média, que, por sua vez, a transmitiram ao mundo
moderno e contemporâneo.
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Folha de São Paulo, 17/04/2002.
ARQUEOLOGIA – AS ORIGENS DA ESCRITA
Folha de São Paulo, 18/04/2003.
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Trabalhando com documento escrito
O texto que você vai ler a seguir é um documento histórico, porque foi escrito, na Antiguidade,
por um escriba. Portanto, foi escrito por uma pessoa que viveu no Egito Antigo e que fazia parte da
sociedade descrita no texto com o qual você trabalhou.
Esse documento é muito importante porque é um depoimento de uma pessoa que viveu no
período e no local que estamos estudando. Ele transmite informações e opiniões sobre as condições
de vida e de trabalho de quem conviveu com as pessoas de diferentes camadas sociais do Egito na
Antiguidade. Portanto, esse texto é também uma fonte histórica para se obter informações a respeito
dessa sociedade.
Nesse texto, um escriba conta para seu filho sobre a vida de alguns trabalhadores do Egito
Antigo que têm condição social inferior à dele.
1. Recomendações do velho escriba
“Já pensastes na vida do camponês que cultiva a terra? O cobrador de impostos fica no cais
ocupado em receber os dízimos das colheitas. Está acompanhado de agentes de bastões e negros
munidos de pedaços de pau. Todos gritam:
— Vamos aos grãos!
Se o camponês não os possui, eles o atiram ao solo. Amarrado, arrastado para o canal é jogado
de cabeça.
O entalhador de pedras permanece agachado desde o nascer do sol. Seus joelhos e sua espinha
dorsal estão alquebrados. O pedreiro fica sobre as vigas dos andaimes, exposto a todos os ventos,
pendurados nos capitéis das colunas; seus braços se gastam nos trabalhos, suas roupas ficam em
desordem, ele só se lava uma vez por dia.
Mas, talvez, o mister oficial seja mais tentador? Conto-te a respeito do oficial de infantaria. Ainda
pequeno é encerrado na caserna. Agora, queres que te conte suas expedições em países longínquos?
Carrega seus víveres e água nas costas como um burro de carga; suas costas estão feridas.
Bebe água podre. Deve montar guarda sem cessar. Chega diante do inimigo? Não passa de
um pássaro trêmulo. Regressa ao Egito? Não é mais que um velho pedaço de madeira roído de
vermes.
Só vi violência por toda parte! Por isso, consagra teu coração às letras. Contempla os trabalhos
manuais, e em verdade nada existe acima das letras. Ama a Literatura, tua mãe. Faz entrar suas
belezas em tua cabeça. Ela é mais importante do que todos os ofícios. Aquele que, desde a infância,
se dispõe a tirar proveito dela, será venerado.”
(O texto “Recomendações do velho escriba” foi traduzido para o francês e, desse idioma, para o português.
É um trecho extraído de Literatura da sabedoria, escritos do Egito Antigo, de autores desconhecidos, citado em
Coletâneas de documentos históricos para o 1º grau. São Paulo, Secretaria do Estado da Educação, 1980. p. 56–7.)
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Como esse texto é um documento histórico, não podemos alterá-lo, trocando as palavras
por outras mais simples. Para que você possa compreendê-lo, leia, com atenção, o vocabulário
abaixo.
Vocabulário
dízimo – 10% do total
agentes – nesse caso, os que agem em nome do faraó
munidos – armados
entalhador – aquele que faz entalhes ou gravações, esculturas
espinha dorsal – conjunto de ossos que compõem a coluna vertebral, das costas.
andaimes – armação de madeira suspensa, sobre a qual a pessoa trabalha
capitéis – arremate superior de uma coluna
mister – trabalho, ofício
infantaria – tropa militar que faz serviço a pé
caserna – quartel
longínquos – distantes
víveres – mantimentos, alimentos
cessar – parar
consagra – no texto, significa dedique, ofereça
contemplar – olhar, observar
venerado – tratado com muito respeito
Depois de ler o vocabulário, releia o texto. Em seguida, responda, em seu caderno, às
questões abaixo.
1.No 1º, 2º e 3º parágrafos, o escriba descreve a vida de um trabalhador. A qual trabalhador ele se
refere?
2.A quem o escriba se refere no 4º parágrafo? Por que o escriba considera a vida desse trabalhador
perigosa e difícil?
3. A vida de qual trabalhador é descrita no 5º e 6º parágrafos? Por que a vida desse trabalhador não
era boa?
4.Em sua opinião, por que o escriba contou tudo isso para seu filho?
5.O que o escriba quer que seu filho faça?
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2. A dura vida das pirâmides
O texto que você vai ler agora são trechos de um artigo de jornal. Eles nos informam sobre
pesquisas científicas que foram feitas a respeito do Egito Antigo.
É muito importante estar sempre atento às revistas científicas e às seções de Ciências dos jornais
em geral, por elas publicam os resultados da últimas pesquisas. Esses resultados podem acrescentar
informações ao que já sabemos, comprovar ou modificar nossos conhecimentos. Essas pesquisas,
muitas vezes, resultam em descobertas importantes para a Humanidade.
Esses trechos do artigo informam sobre o trabalho de uma antropóloga egípcia chamada Azza
Sarry El Din. Essa antropóloga (cientista que pesquisa a respeito da evolução do ser humano,tanto
biológica quanto culturalmente) estudou muitos esqueletos de habitantes ricos e pobres do Egito
Antigo.
A partir desse estudo , fez as seguintes observações:
“Os esqueletos dos trabalhadores indicam que eles eram desnutridos, doentes e sobrecarregados
de trabalho.
Os ossos das pessoas de classes altas mostram que o privilégio significava melhor comida,
menos doenças e vida mais longa”.
Num cemitério de operário, 41 esqueletos mostram a dura realidade da vida, segundo El Din:
“Suas espinhas dorsais estavam curvadas de tanto carregar peso. Havia inflamação óssea (...)
os trabalhadores morriam entre os 18 e 40 anos, mas a maioria dos funcionários vivia até os 50 anos”.
(MANN, Mimi. A dura vida das pirâmides. Jornal da Tarde, 9 de dez. 1992.)
De acordo com o que você leu nesses trechos, responda seu caderno.
1.Quem é Azza Sarry El Din?
2.O que ela estudou?
3.A partir desse estudo, que observações fez sobre:
a)os ossos dos trabalhadores?
b)os ossos das pessoas das classes altas?
c)a idade com que morriam os trabalhadores?
d)a duração da vida dos funcionários que faziam parte das classes altas?
4.A partir dessas informações, o que você pode concluir a respeito da sociedade do Egito Antigo?
5.Isso confirma ou não o que você estudou sobre o Egito Antigo? Por quê?
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3. Observe as ilustrações abaixo e leia atentamente as questões. Siga o roteiro,
pois dessa forma conseguirá construir um texto completo sobre as origens
da escrita.
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Roteiro: você deverá incluir em sua redação as respostas das seguintes questões:
a)Como ocorreu o desenvolvimento da escrita na Antigüidade?
b)Cite os primeiros povos que utilizaram a escrita. O nome e o significado dessas primeiras formas
de escrita.
c)Quais foram as principais mudanças nos materiais da escrita?
d)Explique o papel dos escribas.
e)Explique as escritas pictográficas e ideográficas.
f) Como a escrita tornou-se alfabética?
g)Quais são os povos envolvidos no desenvolvimento do alfabeto?
Por quê? Como eram os primeiros alfabetos?
AS ORIGENS DA ESCRITA
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2012/orig_escrita12/my,edf,nsv
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