DOROTÉIA: Peça Mítica e Pós-moderna Seleste Michels da Rosa (Mestranda da UFRGS) Resumo: Uma casa sem quartos, três mulheres que não dormem para não sonhar, uma menina noiva de um par de botas e uma linda prima distante que precisa ficar feia para se redimir dos seus pecados. A partir desse enredo aparentemente absurdo queremos proceder a uma análise que comporte as definições clássicas utilizadas pela peça e as definições pós-modernas que encontramos nela. Palavras-chave: trágico, pós-moderno, clássico, teatro. Abstract: One house without rooms, three women who do not sleep because they do not want to dream, one girl who is engaged with a pair of boots and a distant beautiful cousin who needs to be ugly in order to punish herself because of her sins. From on this plot apparentment absurd we want to do an analysis which involved classics and post-modern definitions that could be observed in this tragic play. Key-words: tragic, post-modern, classic, theater. A proposta desse trabalho é analisar a peça Dorotéia, escrita em 1949 por Nelson Rodrigues, considerada como de suas peças míticas e pertencente à época do teatro desagradável, denominação aceita pelo próprio autor. Na peça, três viúvas -semelhantes às três parcas - têm horror ao sexo e castigam todas que não possuem a sua “náusea”, ou seja, sua aversão ao masculino. A partir da análise tentaremos explicitar suas relações principalmente com a mitologia grega, desta forma perceberemos o quanto o texto rodrigueano extrapola as definições clássicas; explorando esses elementos de diferença analisaremos esse texto dramático conforme a teoria do pós-modernismo. Percebe-se rapidamente que o texto é um prato cheio para análise psicanalítica, todavia nos ateremos a uma análise dramatúrgica da peça. Dorotéia, “farsa irresponsável em três atos”, não poderia mesmo fazer muito sucesso no Brasil dos anos 50. Diante da sociedade conservadora da década de 50, os assuntos levantados pela peça são demasiadamente liberais, além da crítica que apresenta à própria sociedade. A rejeição à peça se dá pela identificação da platéia no texto. Segundo Ronaldo Lins, a obra de Nelson Rodrigues vai além da simples ambientalização, ela “está cheia de analogias com a sociedade brasileira”. Sendo assim, coloca em xeque a moralidade da família, questiona padrões de ética e moral vigente e critica à pretensa estabilidade das relações familiares e sociais. O resultado é mais que previsível, a peça é vexame de público e passa anos censurada. É óbvio que ninguém aprecia ser envolvido num enredo de prostituição, cinismo e falso comportamento; menos ainda a elite conservadora do Brasil dessa década. A burguesia brasileira se viu acusada, reagiu negando e acusando a peça de imoral. Trata-se da obra mais controversa de todo o polêmico repertório dramático rodrigueano. Considerada uma peça de difícil realização, por críticos e profissionais do teatro, por apresentar muitos problemas interpretativos, foi pouco encenada. Sexta das dezessete peças do dramaturgo, Dorotéia, escrita em 1949, farsa irresponsável em três atos com estréia em 07/3/1950, foi rotulada por Sábato Magaldi como a quarta e última peça dentre as “peças míticas”, sucedendo Álbum de Família (escrita em 1946, tragédia em três atos, com estréia em 28/7/1967), Anjo Negro (escrita em 1947, tragédia em três atos, com estréia dia 02/4/1948) e Senhora dos Afogados (escrita em 1947, tragédia em três atos e seis quadros, com estréia em 01/6/1954). Todavia essa classificação é contestada, principalmente para Dorotéia, alguns autores preferem caracterizá-la como ‘non sense’ pois ela, diferentemente das outras, não remete diretamente a um texto mítico clássico, mas com certeza sugere uma ligação com o mito das parcas. Cremos que a peça abra possibilidades a essas duas leituras. A direção de Ziembinski e os cenários de Santa Rosa tentaram minimizar a temática “absurda” da peça instituindo no palco um clima de tragédia clássica, mas esta estratégia não adiantou: ninguém gostou; público e crítica foram unânimes nas agressões. “Uma casa sem quartos, três mulheres que não dormem para não sonhar, uma menina noiva de um par de botas e uma linda prima distante que precisa ficar feia para se redimir dos seus pecados,” assim a autora Jade Martins resume o enredo da peça. Sem uma leitura mais profunda, o texto parece absurdo, por isso vamos dar início a nossa análise. É evidenciado desde o início da peça que a casa das três viúvas não possui quartos. Porque essa característica é tão relevante para o enredo? É a própria personagem quem responde: D. FLÁVIA - Porque é no quarto que a carne e a alma se perdem!... Esta casa só tem salas e nenhum quarto, nenhum leito...Só nos deitamos no chão frio do assoalho... As três viúvas, D. Flávia, Carmelita e Maura, encarnam o horror ao sexo, trazido pelas suas falas em diálogos que ocorrem exclusivamente nas salas. Isso revela a impossibilidade da intimidade das pessoas, dos segredos de alcova, das relações de amor e da sexualidade. Além disso, elas não enxergam os homens, isso garante que elas não tenham nenhum desejo. O par de botas, noivo de Das Dores, é a representação do masculino na peça, acaba por perturbar a ordem na casa. No entender de Schopenhauer, o objetivo maior da espécie é a sua perpetuação, o que faz da sexualidade uma força que move amplas esferas da existência, perspectiva que Freud reconhece como uma antecipação de algumas conclusões a que ele mesmo chegaria. Sendo assim elas são uma aversão à própria natureza, são contra a perpetuação da raça humana e são o contrário do que todo ser humano normal é: um ser em busca do prazer. As três personagens funcionam também como apresentações do sujeito dividido, marca do modernismo absorvida pelo pós-modernismo. As duas, Maura e Carmelita, são como ecos da D. Flávia. Portanto as três são representantes de um só personagem que é o zelador da moral familiar. Todas querem a extinção do desejo. Seu lema é tornar-se feia, não desejável e não desejante, onde o morrer para a vida é um dispositivo contra o desejo; a força do sexo é tão violenta que, para evitá-la, é preciso adotar procedimentos radicais. O paradoxo do enredo é que, para a proteção dos valores familiares, destrói-se a família. Conforme Shopenhauer, a negação do desejo é a negação da própria vida1. As três viúvas da casa representam as três parcas, julgando e decidindo a vida de todos os familiares. O texto deixa bastante clara a natureza sobrenatural destas personagens na sua apresentação em cena sempre mascaradas. 1 Cf. PEREIRA, Victor Hugo Adler. Nelson Rodrigues e a Obs-cena contemporânea. Rio de Janeiro: ed. Uerj, 1999. As três Moiras são: Cloto, a fiandeira, representa a que tece a teia da vida; Átropos, a que cortava o fio da vida; e Láchesis, a que distribui a parte que cabe a cada alma. D. Flávia representa a Átropos, a irremovível, a que corta o fio da vida. Ela decide quando terminar a vida de suas duas irmãs, segundo ela, castigadas por terem visto as botinas. As três usam máscaras horríveis que representam suas chagas, a feiúra que chegou nelas para afastar todo desejo. Esse é um elemento próprio do mundo grego. Claro que as máscaras são utilizadas com uma função distinta nessa peça, mas não podemos ignorar a referência. Além disso, a máscara parece apontar para a natureza sobrenatural destas viúvas capazes de matar sem tocar em sua vítima. D. FLÁVIA— Grava na tua agonia estas minhas palavras... Estou apertando, mas não o bastante para perderes o sentido... Tua morte será um deserto de botinas... Não verás um único par na tua eternidade... e agora morre assim, morre... (A distância, sem tocar na vítima, D. Flávia faz outro estrangulamento simbólico. Carmelita morre.) A prima distante é Dorotéia. Ela não usa máscara, mas sua caracterização corresponde ao clichê da prostituta. Há um jogo generalizado de mascaramento. Nesse sentido, a prostituta é uma nova versão da máscara – o papel socialmente negativo que exerce esconde uma posição nobilitada, por representar o princípio vital, ligado à “anima” junguiana; ocupará o lugar simbólico conotado com a prostituta.2 O jarro representa metonimicamente a atividade da prostituta e a presença do desejo, lembrando seu uso prático na lavagem após o coito. É a representação materializada da presença do desejo de Dorotéia, mostrando que ela ainda possui uma forte ligação com o prostíbulo. O primordial é a própria tensão entre essas duas forças: o desejo e a castidade. É da contradição das próprias forças, e dos personagens que viram nelas a realização de seu objetivo de vida, que o conflito trágico se origina. O desejo representado pela Dorotéia com seu Jarro e a náusea representada pelas três viúvas. Há, na tragédia clássica, uma tendência a se anularem as tensões, com a 2 PEREIRA, Victor Hugo Adler. Nelson Rodrigues e a Obs-cena contemporânea. Rio de Janeiro: ed. Uerj, 1999. destruição ou anulação das forças em conflito no palco. Ou seja, Dorotéia fica entregue à Flávia, tomada de chagas, está condenada a morrer ali. D. Flávia também viu o de botinas o que significa que ela sentiu desejo. Sendo assim, nenhuma das duas permaneceu em seu estágio inicial, as duas perderam suas reivindicações exclusivas. Assim como acontece em Antígona: Creonte simboliza a força do estado e Antígona, as leis da família. Ao final, Creonte perde seu filho que se mata após a condenação de sua noiva; e ainda tem o seu poder de monarca contestado. Antígona é condenada à morte. Nenhum dos dois pólos do conflito saíram dele vencedores, ambos perderam. O fim do conflito trágico é o que Hegel denomina reconciliação, ou, a aplicação da justiça Eterna. Cada lado do conflito tentou impor sua verdade sobre a outra, e o resultado é a negação de ambas representações exclusivas. Todavia a peça definitivamente não traz só elementos clássicos, no nosso entender traz também elementos pós-modernos. O que entendemos que o pósmodernismo é uma estética que se forma depois da Primeira Grande Guerra, aliando elementos do modernismo a inovações da nova estética. O pós-modernismo trouxe características inovadoras: a emergência de segmentos significativos da sociedade, assumida menos por indivíduos e mais por grupos setoriais. Essa característica pode ser vista nas peças míticas. As mulheres passam a reivindicar seus direitos através de tomadas de posição, o que podemos ver na debatido nas obras Dorotéia e Senhora dos Afogados; a posição da mulher nessa sociedade mostrada através dessas peças, tem uma referência bem clara na dubiedade da mulher: a santa e a pecadora, assim como na mitologia grega: Pandora, que era sedutora e linda, mas trazia consigo a caixa e tinha uma curiosidade que a obrigaria a abri-la, no mundo cristão: Eva e Maria. Outro segmento social que aparece são os homossexuais que exigem reconhecimento e respeito por sua condição, o que aparece tenuamente em Álbum de família, através, principalmente, da filha do casal: Glorinha que tem um caso com uma colega de quarto do internato onde morava. Também as etnias minoritárias assumem a defesa de sua representatividade e significação social e cultural, o que é mostrado em Anjo Negro. Sendo assim, as quatro peças míticas de Nelson Rodrigues têm uma relação, enquanto conjunto, com o pós-modernismo. Além disso, temos a expressão da terceira onda capitalista, ou seja, o capitalismo tardio, que trouxe consigo um novo entendimento sobre a mercadoria, temos, também, a fetichização da mercadoria. A lógica cultural do capitalismo tardio, frente à sociedade do consumo, está organizada sobre uma tríade marcante "pastiche", "morte do sujeito" e "nostalgia" - que permite “sentirmos a especificidade da experiência pós-modernista do espaço e do tempo” (JAMESON, 1996). O pastiche é a máscara estilística da reiteração, a paródia como resgate de um passado que ofusca a relação humana com o seu presente histórico. Nessa obra vemos retomada da estrutura clássica da tragédia, para discutir um assunto totalmente novo: o conflito entre os espaços, a moralidade da família e a imoralidade da vida mundana. É padrão do pós modernismo essa junção de forma clássica com conteúdo inovador, ou a retomada crítica de elementos passados numa forma inovadora. Já a morte do sujeito se dá pela sua fragmentação, onde o indivíduo apresenta-se dilacerado como um elemento submetido ao mesmo arbítrio criativo que faz proliferar as conexões mais surpreendentes entre os estilos, os devaneios, os sonhos e as coisas materiais. Não temos mais o herói grego, preocupado e envolvido com sua coletividade, o herói moderno é o anti-herói (são os criminosos e as prostitutas); o palco é o labirinto da cidade, onde ninguém se encontra. O heroísmo moderno advém da própria sobrevivência numa constante situação de conflito, explica, talvez, a definição de Lukács para esse gênero literário que nasce com a modernidade: “o romance é a busca de valores autênticos por um herói problemático num mundo degradado". Nessa fetichização, as mercadorias são tratadas como seres humanos, ou são convertidas em coisas marcadas de beleza excepcional e até em objeto de profundo apego afetivo (...)3. A partir dessa supervalorização do objeto, podemos ler a presença de um par de botinas e um vaso no palco enquanto personagens. Estes simples objetos sobem ao palco com o peso e a responsabilidade de qualquer outro, eles tem papel central no desenvolvimento da peça. O par de botinas é o par romântico de Das Dores. O Jarro o de Dorotéia, numa estrutura convencional; 3 PROENÇA, Domício Filho. Pós-modernismo e Literatura. São Paulo: Editora Ática, 1988. Dorotéia e o Jarro seriam os protagonistas desta história, ele seria o que a desvia do destino traçado por sua família; algo bem ao estilo romântico, mas nada aqui é convencional, todavia o objeto é um elemento central. Pode ser que isso sinalize uma contraposição a objetualização das pessoas muito recorrente desde a era moderna. Por causa da união de todos esses elementos, percebemos que a obra se enquadra no que concebemos como Pós-modernismo; a retomada dos modelos clássicos se dá, principalmente, para evidenciar ainda mais os elementos inovadores, colocando frente a frente elementos conservadores e inovadores. Referências: ADLER, Stella. Traduzido por: Sonia Coutinho. Sobre Ibsen, Strindberg e Chekhov. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2002. ARISTÓTELES. Poética. Traduzida por: Eudoro de Souza São Paulo: Ars Poetica, (s.d.). Tradução de: ΠΕΡΙ ΠΟΙΗΤΙΚΗΣ. AUERBACH, Erich. Mimesis: a representação da realidade na literatura ocidental. São Paulo: Ed. da USP, 1971. CAFEZEIRO, Edwaldo, GADELHA, Carmem. História do teatro brasileiro: De Anchieta a Nelson Rodrigues. Rio de Janeiro: Editora UFRJ-FUNARTE, 1996. COUTINHO, Eduardo. Antígona e Macbeth à luz da estética de Hegel. Letras de hoje, Porto Alegre, nº 27, p. 23 – 37. mar. 1977. FRAGA, Eudinyr. Nelson Rodrigues expressionista. Cotia: Ateliê Editorial, 1998. 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