Automação e Controle
IPT 2008
AGENOR DE TOLEDO FLEURY
Centro Universitário da FEI
E-mail: [email protected]
Escola Politécnica da USP
E-mail: [email protected]
Automação e Controle IPT 2008
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DIA
Quarta 10 junho
Quarta 17 junho
Sexta 19 junho
Quarta 24 junho
Quarta 02 julho
Sexta 04 julho
Quarta 16 julho
Quarta 23julho
Quarta 30julho
Quarta 06 agosto
Quarta 13 agosto
Quarta 20 agosto
Quarta 27 agosto
Sexta 29 agosto
Quarta 03 setemb
TEMA
Introdução; Proposta do Curso; Conceitos de Automação e Controle; Realimentação
História; Estágio Atual: Pesquisa e Prática; Simuladores
Sistemas Dinâmicos: Conceitos e Técnicas de Modelagem
Sistemas Contínuos e Discretos. Simulação (Matlab e Scilab)
Simulação: Sistemas Discretos e Contínuos. Exemplos.
Modelagem, incluindo Redes Neurais e Lógica Fuzzy
Controladores Industriais tipo PID (Pneumáticos, Hidráulicos, Eletrônicos);
Projeto e Sintonia de Controladores PID
Controle por Computador (Vars. Estado – Alocação)
Controle por Computador (LQ)
Controle Adaptativo (DMC, GPC, IMC)
Controle sob Incerteza (LQG)
Controle Robusto (LQG/LTR, H, LMI)
Sistemas Supervisórios e de DiagnósticoQuarta
Apresentação de Trabalhos Finais
AUTOMAÇÃO E CONTROLE





Existe uma separação clara entre os conceitos de Automação
e Controle?
Meu ponto de vista separa três conceitos, muito próximos:
- Informatização: obtenção de sequências de dados relativos a
um dado processo que permitam tomar uma decisão. Exs:
investidor no mercado de ações, estação de meteorologia.
- Automação: geração de uma sequência de ações que
permitam realizar um dado processo, baseado apenas em
informações de início e fim de uma ação (eventos discretos).
Exs: máquina de lavar roupa, portão de garagem de prédio.
- Controle: decisão sobre uma ação (ou sequência de )
baseada na diferença (erro) entre a informação medida no
processo e a informação desejada.Exs: dirigir um automóvel,
piloto automático de um avião, controle de temperatura de
forno.
AUTOMAÇÃO E CONTROLE

Esses 3 conceitos têm 4 elementos básicos comuns:
- um sistema de informações /medições (um relógio pode
ser incluido como elemento de informação)
- um sistema de tomada de decisões (o cérebro, um
algoritmo programado para comparações, etc)
- um sistema de atuação (o que tenta, com maior ou menor
grau de influência, executar a decisão)
- um sistema dinâmico que alimenta os anteriores (o
automóvel, o avião, a máquina de lavar, o mercado de
ações), o OBJETO do sistema de automação e controle
PLANTA, SISTEMA
AUTOMAÇÃO E CONTROLE

REPRESENTAÇÃO EM DIAGRAMAS DE BLOCOS
Informatização
Saídas
Ação

Tomada de Decisão
Processo/Planta
Informações
AUTOMAÇÃO E CONTROLE

REPRESENTAÇÃO EM DIAGRAMAS DE BLOCOS
Automação
Saídas
Ação

Relógio
Tomada de Decisão
Processo/Planta
AUTOMAÇÃO E CONTROLE

REPRESENTAÇÃO EM DIAGRAMAS DE BLOCOS
Controle
Referências

Erros
Tomada de Decisão
Ações
Informações
Saídas
Processo/Planta
AUTOMAÇÃO E CONTROLE


Um segundo ponto, sempre obscuro na literatura, é a
distinção entre controle de processos e
servomecanismos: não vale a pena discutir!
CONTROLE DE PROCESSOS / REGULAÇÃO
Não há mudança na Referência ao longo do tempo (set-point
fixo)
Referência
ou Set-Point

Erros
Tomada de Decisão
Ações
Informações
Processo/Planta
Saídas
AUTOMAÇÃO E CONTROLE
Se a Referência não muda, para quê o bloco de tomada de
decisões? Em qualquer sistema existem efeitos não previstos ou
não incluidos na análise -> PERTURBAÇÕES
Perturbações
Referência
ou Set-Point

Erros
Tomada de Decisão
Ações
Informações
Processo/Planta
Saídas
AUTOMAÇÃO E CONTROLE
Exs.: Avião em vôo de cruzeiro – rajadas; temperatura
numa sala – dia/noite

SERVOMECANISMOS -> Seguimento, Acompanhamento
A referência é variável ao longo do tempo (set-point variável)
Exs: Robô; Centro de Usinagem; Mudança do Volume
produzido num Reator, etc.
AUTOMAÇÃO E CONTROLE

Um curso com foco em Projeto de Automação e Controle
deve abordar:
- Modelagem
Estudo do sistema (planta) que se pretende controlar: sua dinâmica,
definição das variáveis de interesse, relações entrada-saída, especs;
- Sensores
Como medir as variáveis de saída escolhidas
- Atuadores
Como modificar o sistema através de ações externas sobre ele
- Análise e Síntese de Controladores
Estratégias capazes de lidar com a complexidade do sistema
(planta), sensores e atuadores e garantir que o sistema em malha fechada
tenha o desempenho especificado.
AUTOMAÇÃO E CONTROLE

PROPOSTA DO CURSO (GRANDES ITENS)
Modelagem
Variáveis de Estado, Representação Complexa (Funções de Transferência),
Redes
Neurais, Modelos de Regras (Controle Fuzzy), Equivalências,
Exemplos
Controladores Industriais
PID, PI, PD, On-Off, Hidráulicos, Pneumáticos, Eletrônicos
Técnicas de Análise e Projeto
Critérios de Estabilidade: Routh, Lugar das Raízes, Diagramas de Bode,
Compensadores, Técnicas de Sintonia, Robustez.
Controle Moderno
Controlabilidade e Observabilidade, Projeto por Alocação de Pólos, Projeto
LQ, Observadores de Estado, Projeto LQG, Controladores Robustos,
Controladores Adaptativos
AUTOMAÇÃO E CONTROLE

AVALIAÇÃO
- Projeto em Grupo
- Uso de Softwares de CACSD (Matlab, Scilab)
- 2 avaliações: meio (informal) e final de curso

BIBLIOGRAFIA
- Notas de Aula
-Friedland
-Liptak
-Stephanopoulos
-Coughanwour
AUTOMAÇÃO E CONTROLE

1.
2.
3.
4.
OS 4 OBJETIVOS DE UM SISTEMA DE CONTROLE
Estabilizar plantas originalmente instáveis.
Ex.: foguete, pêndulo invertido
Conformar a resposta dinâmica ( no tempo). Ex.:
controle de temperatura de um reator (estável, mas
lento em malha aberta)
Rejeitar perturbações. Exs.: rajada num avião;
mudança dos coeficientes de troca de calor num
reator; insumos no mesmo reator
Seguir referências. Exs.: antena rastreando um
avião; mudança das temperaturas no interior de um
reator para seguir processo químico
AUTOMAÇÃO E CONTROLE





OS 4 OBJETIVOS –Continuação
Não existe como projetar um sistema de controle capaz de
satisfazer simultaneamente todos os objetivos.
Em geral, projeta-se o sistema de modo a satisfazer os 2
primeiros requisitos (estabilidade e desempenho);
Na sequência, verifica-se o comportamento do sistema
quanto a rejeição de perturbações e quanto ao
acompanhamento de referência;
O procedimento é repetido até que uma solução de
compromisso entre as especificações de desempenho,
perturbações e seguimento seja obtido.
AUTOMAÇÃO E CONTROLE
UM POUCO DA HISTÓRIA DO CONTROLE





Relógios d’Água
China (500 AC)
Roma
A Porta de Hero (Egito)
Moinhos de Vento
A Incubadora de Drebble (1624)
No entanto, atribui-se o início das tecnologias de controle
ao aparecimento do Pêndulo de Watt
AUTOMAÇÃO E CONTROLE
AUTOMAÇÃO E CONTROLE

UM POUCO DA HISTÓRIA

O Pêndulo de Watt (~1750)
AUTOMAÇÃO E CONTROLE




James Maxwell (1868)
A Era da Transição (1850-1940)
Lyapunov(início do século XX)
A Ciência de Controle (1940-1960)
Nyquist e o grupo do MIT
2ª Guerra Mundial: Controle de Tiro
Fabricação por CNC
Centrais de Operação (1957, industria química)
O Controle Moderno (1960-.....)
Rudolph Kalman
AUTOMAÇÃO E CONTROLE

Estágio Atual
Pesquisa: Técnicas Robustas, Sistemas Não-Lineares,
Expansão para as mais variadas aplicações (Biotecnologia,
Medicina, etc.)
Prática: Integração em todos os níveis, usando meios
eletrônicos – métodos modernos nos sistemas com
tecnologias de ponta; métodos tradicionais nas industrias
consolidadas.
AUTOMAÇÃO E CONTROLE

Os vários níveis de Automação e Controle
AUTOMAÇÃO E CONTROLE

O MECANISMO DA REALIMENTAÇÃO
Nenhum mecanismo é mais disseminado na natureza ou na tecnologia que
a realimentação. Exs:
- Temperatura do corpo, regulada em décimos de °C ou menos, mesmo
quando a temperatura ambiente varia 50°C;
- Um ser bípede, como o homem, pode andar sem cair;
- Dirigir um carro (realimentação e pré-alimentação).
Para discutir a realimentação, consideremos:
processo
u
entrada
H
Y
saida
AUTOMAÇÃO E CONTROLE

Introduzindo um comparador e um amplificador:
Yd
Saida
desejada

+
Yd-y
K
u
H
Y
saida real
-
Suponha que o processo possa ser representado por uma
relação algébrica simples:
y=Hu
AUTOMAÇÃO E CONTROLE

O erro será: e = yd – y
e o amplificador é tal que
u=Ke
Então, y = K H e = K H (yd – y) , de onde:
y = ( H K/(1 + H K)) yd
Quando K, ganho do amplificador, é grande o suficiente
para que HK>>1:
y ~= yd
AUTOMAÇÃO E CONTROLE

Satisfeitas todas as hipóteses :
- a saída y acompanha exatamente a entrada yd;
- o resultado vale para qualquer saída desejada yd;
- o resultado vale para qualquer processo H.
Problema: um processo nunca é representado por um H
algébrico  um processo é sempre dinâmico.
Exemplo simples: a saída de H é uma réplica da entrada a não
ser por um pequeno atraso .
AUTOMAÇÃO E CONTROLE
y (t )  u (t   )
Y(t)=u(t-)
u(t)
t
AUTOMAÇÃO E CONTROLE




u (t   )  Ke(t   )  K  y d (t   )  y(t   )


y(t )  K  yd (t   )  y(t   )
Entrada em degrau
Yd(t)=0 , t<0
Yd(t)=1 , t>0
Com isso: u(t)=K(1-0)=K , 0<t<,
y(t)=K
, <t<2
AUTOMAÇÃO E CONTROLE


Na sequência:
u(t)=K(1-K)=K-K2 , <t<2
y(t)=K-K2 , 2<t<3
.
.
y(t)=K-K2+K3-K4+...+(-1)n-1Kn-1, n<t<(n+1)
O que ocorre?
- K<1 , limt->y(t)=K-K2+K3-K4+...=K/(1+K)
- K=1 , y(t)=0 ou y(t)=1
- K>1, limt->y(t)=
AUTOMAÇÃO E CONTROLE


Como sempre existe algum atraso em qualquer processo, K
só pode ser <1, neste exemplo, independente do atraso.
Nos sistemas da Engenharia:
- H, dinâmica do sistema, nunca é constante;
- K não é um amplificador e sim, um compensador ou, mais
comumente, um controlador, cujo projeto corrige as
distorções do sistema.
Automação e Controle
MODELAGEM
Automação e Controle


“Dizer que a Engenharia é uma ciência exata é, certamente,
uma afirmação não exata”.
Começamos a falar sobre Modelagem de Sistemas
Dinâmicos com a brincadeira acima que reflete uma
maneira diferente de encarar a Engenharia, fora dos livrostexto que mostram, na sua quase totalidade, os exemplos
com uma única resposta ou um único encaminhamento.
Quem pratica Engenharia sabe que projetar, desenvolver,
construir, testar e colocar em operação um sistema
qualquer (automóvel, avião, máquina, reator químico, forno
siderúrgico, etc, etc) envolve, ao contrário da forma
fechada dos problemas dados na graduação, tomar
decisões.
Automação e Controle




Decisões podem ser tomadas com base na intuição
(assim evitamos falar em “chute”), com base nas
experiências prévias (se existirem) ou com base em
modelos, muitos deles advindos das experiências
prévias. Isso vale para os sistemas da Engenharia, mas
vale também para toda e qualquer atividade humana:
O Big Bang e a criação do Universo?
A lei da atração dos corpos (Newton) e as forças que
variam com o inverso da distância ao quadrado? Isso
não
é
exato,
mas,
essencialmente
funciona
razoavelmente dentro dos limites que conseguimos
imaginar e, eventualmente, medir...
.A medicina usa sintomas para chegar a um
diagnóstico; a psicologia classifica as pessoas pela
observação de seus comportamentos. São modelos
empíricos, baseados na experiência e só eventualmente
quantificados, mas são modelos.
Automação e Controle


Para o Engenheiro, no sentido estrito do termo,
conhecer e ser capaz de criticar as limitações dos
modelos que deverá usar para desenvolver um projeto é
requisito essencial. Para se diferenciar como
Engenheiro, terá também que ser capaz de criar
modelos para as situações não encontradas e/ou não
disponíveis. Não é uma tarefa fácil.
Escolas de Engenharia, em qualquer parte do globo, não
estimula pensar em como os sistemas, no mundo real,
se encadeiam ou podem se encadear.

Para não parecer puro delírio, é importante destacar
que ao menos duas iniciativas multinacionais estão em
curso na Europa partindo das mesmas premissas:
Automação e Controle



Projeto Dynlab, que tem sua sede na Universidade
Tcheca de Tecnologia, em Praga, capital da República
Tcheca, e envolve outras 5 universidades e industrias na
Alemanha, Inglaterra, Irlanda e Suécia, suportado pela
Comunidade Européia;
Projeto Modelica, sediado no conceituadíssimo
Instituto Lund de Tecnologia, na Suécia, já com uma
comunidade cativa de associados.
Os dois projetos se propõe a criar e desenvolver cursos
e linguagens de Modelagem, Simulação e Controle que
permitam unificação e ensino à distância num assunto
que seus idealizadores reputam crucial para o
desenvolvimento acadêmico e industrial da Europa
.
como um todo
Automação e Controle
“O tema Dinâmica e Controle permeia todos os aspectos da tecnologia
moderna e desempenha papel determinante na competição global
pelo mercado de produtos de engenharia. Sua importância aumenta
com as exigências sempre crescentes por velocidade operacional,
eficiência, segurança, confiabilidade ou proteção ambiental. Várias
autoridades nacionais e empresários na Europa, entretanto,
mencionam falta de pessoal bem qualificado nesses campos assim
como o crítico declínio global do interesse em estudos de engenharia
entre os jovens. Associações profissionais solicitam mudanças radicais
no currículo de engenharia e abordagens inovativas no treinamento
vocacional.
Os cursos existentes são criticados nominalmente por desencorajar os
jovens em relação à engenharia pela excessiva sobrecarga em teorias
e/ou em matemática, à custa da redução da ênfase nos aspectos
práticos da profissão. Dinâmica é ministrada em diversos cursos
separados ao longo das fronteiras entre as disciplinas tradicionais da
engenharia apesar do fato de que a maioria dos produtos atuais da
engenharia são de natureza multidisciplinar. Cursos de Controle são
criticados por apresentarem apenas problemas tipo “livro-texto”,
manipulados para encaixar a teoria sem levar em conta a modelagem
realista dos sistemas sob controle.
Automação e Controle
Computadores são quase sempre usados para trabalhar velhos exercícios
sem modificações profundas do currículo de forma a incorporá-los de
maneira a explorar totalmente suas capacidades computacionais
atuais.”
Herman Mann, coordenador do Projeto Dynlab


O QUE EU PRECISO MODELAR
?
Um automóvel, um avião ou uma máquina de usinagem são
exemplos de sistemas em que vários subsistemas são
afetados por diferentes formas de acúmulo, fluxo e troca de
energias provenientes de diversas fontes. No entanto, se o
interesse estiver centrado no projeto de um sistema, como
uma nova suspensão de um veículo de passeio, a dinâmica de
trocas de calor ou de variações de temperatura dentro do
motor podem ser desprezadas. Em outras palavras, acúmulos,
fluxos ou trocas de energia térmica do motor e dea outras
partes do automóvel têm pouco ou nenhum significado na
dinâmica da suspensão
Automação e Controle



Da mesma maneira, trocas de calor dentro da cabine têm
pouca ou nenhuma influência sobre a dinâmica da trajetória,
em translação e rotação, de um avião comercial.
Por outro lado, a superfície (pista) por onde o veículo deve
trafegar é fundamental para o projeto da suspensão, seja a
suspensão ativa ou passiva, para um carro de passeio ou um
fora de estrada. Também, a dinâmica da atmosfera tem de ser
levada em conta na forma de modelos de rajadas no projeto
do avião, no seu chamado envelope de vôo.
O primeiro passo no processo de Modelagem (crucial,
fundamental, indispensável) é identificar o sistema, separar
entradas e saídas e levantar os processos externos que podem
ser desprezados. Isso corresponde a propor um MODELO
FÍSICO do sistema ou do fenômeno que se pretende estudar.
Automação e Controle IPT 2008

Uma conceituação de SISTEMA
Fronteira
ENTRADAS
SISTEMA
SAÍDAS
Interação
AMBIENTE
Automação e Controle IPT 2008
Formas de interação sistema-ambiente:
 Entradas (do ambiente para o sistema)
 Saídas (do sistema para o ambiente)
Saídas correspondem às respostas do sistema às entradas.
Com isso, diz-se que um SISTEMA DINÂMICO é aquele para
o qual uma entrada variante no tempo implica modificação
na forma da saída.
SISTEMA : parâmetros e estados
ENTRADAS : controle e perturbações
Automação e Controle IPT 2008
y
.
x  f ( x, y ,  )
z
Aplicações:
 PROJETO: dados y e z, avaliar ;
 PRÉ-OPERAÇÃO OU OPERAÇÃO (Simuladores): obter z
dados y e , ou, obter y dados z e  (é necessário modelo
dinâmico, eqs movimento);
 CONTROLE DE PROCESSOS: dado , manter y e z iguais a
valores ou funções de referência;
 OTIMIZAÇÃO (ESTÁTICA OU DINÂMICA): achar y e z tais
que a função objetivo (x,y) seja máxima ou mínima, com
g(x,y,z, )<0.
Automação e Controle IPT 2008

A ARTE DA MODELAGEM
Máxima Suprema no Projeto de Controle: “Todo controlador
é tão bom quanto bom é o modelo que representa a
dinâmica do sistema que se pretende controlar” (Friedland,
87; Eykhoff, 94, entre outros).
Em outras palavras:
Modelo Bom
Possíveis bons controladores
Modelo Ruim
Controladores ruins
Automação e Controle IPT 2008

O QUE É MODELO?
Síntese de todo o conhecimento que se dispõe sobre o
fenômeno ou sistema em estudo (MODELO FÍSICO)
Equações diferenciais (cinética);
Funções de Transferência;
Redes Neurais Treinadas;
Conjuntos de Regras
não são Modelos Físicos. São a representação matemática
ou lógica do Modelo Físico. Essa distinção é vital em
Automação e Controle.
Automação e Controle

A ARTE DA MODELAGEM
Máxima Suprema no Projeto de Controle: “Todo controlador
é tão bom quanto bom é o modelo que representa a
dinâmica do sistema que se pretende controlar” (Friedland,
87; Eykhoff, 94, entre outros).
Em outras palavras:
Modelo Bom
Possíveis bons controladores
Modelo Ruim
Controladores ruins
Automação e Controle IPT 2008

Fase de Projeto
Perturbações
Referência
MODELO
Controlador
Sensores

Fase de Implementação
Perturbações
Referência
Controlador
PLANTA
Sensores
Automação e Controle IPT 2008



Após projeto, o controlador implementado continua a
enxergar o modelo da fase de projeto e não a planta. Se o
modelo não for aderente à planta, não há o que fazer para
conseguir convergência (estabilidade).
Sofisticar a estratégia de controle é, em geral, inútil, a
menos que haja um esquema de adaptação (aprender o
modelo) acoplado.
Onde está a arte de modelagem em projetos de
Engenharia?
Automação e Controle IPT 2008
ANÁLISE/SÍNTESE
CRIAÇÃO
Modelo Físico
Modelo
Matemático
Parâmetros
Iniciais
Redefinir
parâmetros
Análise
Fenômeno
Sistema
N
Satisfaz?
Projeto
S
S
Otimizar?
FIM
Automação
Controle
etc
Automação e Controle IPT 2008
CONSTRUÇÃO DE MODELOS MATEMÁTICOS


F  ma,V  Ri,...
Sistema/Modelo Físico
Leis Físicas
Identificação
Modelo
Automação e Controle IPT 2008

Tipos de Modelos Matemáticos
- Estáticos (Regime Permanente) X Dinâmicos
- Contínuos (Tempo - Variáveis de Estado, Equações
Diferenciais ou Freqüências - Transf. Laplace, Funções de
Transferência) X Discretos (Tempo - Variáveis de Estado,
Equações de Diferenças ou Freqüências - Transformada Z,
Funções Amostradas)
- Lineares X Não Lineares
- Parâmetros Concentrados (EDO) X Parâmetros
Distribuidos (EDDP)
- Determinísticos X Probabilísticos
- Eventos Discretos X Mudanças Orientadas
Automação e Controle IPT 2008
ALGUNS EXEMPLOS DE MODELAGEM
DE SISTEMAS DA ENGENHARIA
Automação e Controle IPT 2008
SISTEMAS LINEARES - EXEMPLOS
Suspensão Ativa - 1/4 carro - 2 Graus de Liberdade
Só Vertical
Entradas? Saídas?

Automação e Controle IPT 2008

Equações de movimento:
..
.
.
M 1 x1  b1 ( x1  x 2 )  K1 ( x1  x2 )  U
..
.
.
.
.
M 2 x 2  b1 ( x1  x 2 )  K1 ( x1  x2 )  b2 ( w x2 )  K 2 ( w  x2 )  U


Variáveis de entrada:
w, perfil da pista (perturbação); U, força de
controle
Variáveis de saída:
deslocamentos no carro ou aceleração no chassis
ou .... (escolher entre as 6 ou combinação delas!)
Automação e Controle IPT 2008



SISTEMAS LINEARES - EXEMPLOS
Carro inteiro
Movimentos?
Automação e Controle IPT 2008
Automação e Controle IPT 2008
SISTEMAS NÃO LINEARES
Movimento do avião é não-linear; tratamento em
envelopes (cruzeiro, subida, descida, etc) com
dinâmica linear

Automação e Controle IPT 2008
CONTROLE DO FLAP DE UM AVIÃO
Automação e Controle IPT 2008





A dinâmica do sistema hidráulico é muito mais
rápida que a dinâmica do avião;
Para o avião, a mudança no flap (entrada) pode
ser considerada instantânea;
O sistema de comando (manche) da cabine é
muito mais rápida que o hidráulico;
Na análise do sistema hidráulico, a dinâmica
importante é a da válvula;
Para a válvula, considera-se escoamento
incompressível em orifício com área variável.
Automação e Controle IPT 2008

Corte de uma válvula hidráulica de controle
Automação e Controle IPT 2008
Automação e Controle IPT 2008

Analogia Elétrica - Ponte de Wheatstone
Qs
Q2
Q1
QL
carga
Ps
Q4
Qs
Q3
Automação e Controle IPT 2008
Posição neutra: xv=0 - posição simétrica do carretel
Da análise da Ponte:
QL=Q1-Q4 ; QL=Q3-Q2
PL=P1-P2
Vazões nos orifícios:
Q1  Cd A1
2( Ps  P1 )

Q3  .....;Q4  .....
Q2  Cd A2
2( Ps  P2 )

Automação e Controle IPT 2008
As áreas dependem do deslocamento do carretel:
A1=A1(xv); A2=A2(-xv); A3=A3(xv); A4=A4(-xv)
Temos, então, 13 incógnitas e 11 equações (2 de vazão, 1 de
pressão, 4 de escoamento e 4 de área). O que queremos é
a EQUAÇÂO DA VAZÃO em função da posição da válvula e
da pressão na carga, ié:
QL=QL(xv, PL)
Simplificações normalmente aceitas para solução do sistema:
 orifícios simétricos e acoplados:
A1=A3; A2=A4; A1(xv)=A2(-xv); A3(xv)=A4(-xv)
 as áreas variam linearmente com a posição do carretel:
Ai=xv; i=1,..,4
Automação e Controle IPT 2008

Com isso, resulta:
QL  Cd A1

Ps  PL

 Cd A2
Ps  PL

Para se fazer análise dinâmica, é necessário linearizar em
torno de um ponto de operação conhecido (em geral,
xv=0):
QL
QL
QL  QL1 
xv 
PL   (2)
xv
PL
Automação e Controle IPT 2008

Definindo GANHO DE VAZÃO, Kc:
QL
Kc 
xv
e o COEFICIENTE VAZÃO-PRESSÃO, KP:
QL
Kp  
xv
resulta a Equação da Válvula:
QL  Kc xv  K p PL
Automação e Controle IPT 2008


SISTEMAS NÃO LINEARES - Um 2º exemplo
Suspensão Magnética de uma Esfera
Automação e Controle IPT 2008


Experimento muito utilizado no desenvolvimento de mancais
magnéticos, trata da suspensão de uma esfera metálica. O
sistema é não-linear e instável em malha aberta, isto é, só
funciona se houver um controlador no sistema.
As equações de movimento podem ser obtidas de:
-Lei de Newton ou Teorema do Movimento do Baricentro para a
esfera
ki2/x2
2
ki
m x  2  mg
x
..
x
m
mg
Automação e Controle IPT 2008
- Lei de Kirschoff para circuitos elétricos:
R
VL  VR  V (t )
L
di
 Ri  V
dt
L
V
i
A entrada desse sistema é a tensão elétrica V(t). A saída de
interesse é a posição da esfera x(t). Nas equações de
movimento, x e V estão relacionadas pela corrente i(t).
Automação e Controle IPT 2008


Para se obter uma relação entre x e V, é preciso eliminar i.
Como? No sistema não linear essa passagem é complicada!
Se o sistema for linearizado, as relações ficam bem mais
simples. Linearizando em torno de x1eq = 0,5 m; x2eq =
0; x3eq = (Mgx1eq)0,5, e considerando apenas pequenos
deslocamentos da esfera, as equações de movimento, em
Espaço de Estados, são:








 
x1   0
.
g

x2   
 x1eq
. 
x3  
  0

.
1
0
0
0
2
g
Mx1eq
R
L


 
 x1   0 
 x    0 V
 2   1 


x3   
L


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
SISTEMAS COM PARÂMETROS DISTRIBUIDOS
- TROCADOR DE CALOR CASCO E TUBO
Vapor
Liquido
Tz+z
Tz
T1
T2
z
Vapor
z
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


Temperatura do fluido varia com o tempo e com a
coordenada z entre as temperaturas de entrada e saída, T1
e T2 .
Procura-se um modelo para a variação da temperatura T do
fluido.
Para simplificar, admite-se que não há variação de
temperatura no sentido radial.
BALANÇO DE ENERGIA:
Acumulação de
entalpia durante t
=
Fluxo de entrada de
entalpia durante Δt
+
Entalpia transferida do vapor para
o liquido através da parede
Fluxo de saída da
entalpia durante Δt
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C p zT (t  t )  T (t )  C pVAT ( z )t
 Qt (Dz )  C pVAT ( z  z )t
com: - Q, quantidade de calor do vapor para o liquido por
unidade de tempo e por unidade de área de troca de calor;
- A, área da seção transversal do tubo interno;
- V, velocidade do liquido, admitida constante;
- D, diâmetro externo do tubo interno;
- ρ, densidade do fluido;
- Cp, calor específico a pressão constante.
Dividindo os dois lados por Δz. Δt e levando ao limite para Δz
0 e Δt 0:
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T
T
C p A
 C p AV
 DQ
t
z

Usa-se aproximar:
Q  U (Tvapor  T )
onde U, coeficiente global de troca de calor entre vapor e
liquido;
Tvapor, temperatura do vapor saturado.
 Chega-se, então, a:
T
T
C p A
 C p AV
 DU (Tvapor  T )
t
z
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



Essa é uma Equação Diferencial a Derivadas Parciais, de 1ª
ordem, linear e não homogênea (existe um termo
forçante);
A solução de uma EDDP como essa sempre existe através
de Separação de Variáveis;
A solução se forma através de exponenciais negativas (o
que diz a intuição?)
Pode-se procurar soluções numéricas através de códigos de
Volumes Finitos, Diferenças Finitas, CFD’s, etc.
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
SISTEMAS COM PARÂMETROS DISTRIBUIDOS
- Braço de robô:
m
ω
Sistema com parâmetros distribuidos:
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m
x
P(x,t)

Modelo de Euler-Bernoulli
para uma viga: desconsidera
y
inércia de rotação, deformação por cisalhamento e
amortecimento estrutural
2
x 2

2 y 
2 y
 EI ( x) 2   mv ( x) 2  P( x, t )
x 
t

com: E, módulo de elasticidade; I(x), momento de inércia
da seção transversal; mv(x), massa distribuida por unidade
de comprimento
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

Claro que só se vai lidar com modelos desse grau de
complexidade se houver necessidade de respostas muito
precisas (controle de painéis e robôs em satélites, por
exemplo).
Aproximações:
1. Técnicas sofisticadas como o Método dos Elementos
Finitos;
2. Concentração de parâmetros (lumping), por intuição:
- Preservar o efeito da viga vibrando por massas e molas
equivalentes
k1
m1
k2
m2
kn
m
mn k
n+1
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- Concentrar em pouquíssimas massas e molas
k1
m1
m
k2
- Considerar apenas o efeito elástico da viga, vista como
uma mola equivalente
keq

m
A forma de fazer concentração de parâmetros é totalmente
dependente do problema em estudo e reflete na precisão
dos resultados.
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



Para encerrarmos este capítulo introdutório, é importante
destacar novamente a associação da qualidade dos modelos
com as precisões que se pretende atingir.
LIMITE DE CONHECIMENTO
Exemplo- Sistemas Inerciais (Giroscópios e Acelerômetros)
O valor de cada leitura corresponde ao valor indicado no
instrumento mais algo como 17 termos de correção
(modelo); testes exaustivos
DESCONHECIMENTO DO FENÔMENO FÍSICO
Exemplo - Amortecedor de Nutação, transição de
escoamentos
IMPOSSIBILIDADE DE MEDIÇÃO
Não há instrumentação disponível-> software sensors,
sensorless
Exemplo- Processos Bioquímicos
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