26º Cap. - Ramo Malta
26º Capítulo - Ramo Malta
por António Aleixo Pais Vacas de Carvalho
Este ramo familiar Brito Malta surge também nesta publicação
como um ramo complementar da minha família. Significa que não
se trata de meus ascendentes, mas sim de ascendentes de primos
dos vários ramos, ou seja, referidos nos diferentes Capítulos.
Na realidade, a família Brito Malta liga-se a diversos ramos da
minha família por casamento: ao ramo Castro (ver 1121), ao ramo
Vacas (1121.113), ao ramo Carvalhos de S. Cristóvão (1111.13) e aos
Carvalhos de Vale Figueiras (1111.131) e ao ramo Veiga Malta (1233).
Tem ainda ligações ao ramo Reis (121) e ao ramo Nunes (1217).
Tantas ligações justificam pois a apresentação individualizada do
apelido Malta, apesar de, como nos outros ramos complementares,
apenas referir os ascendentes de membros da minha família, ou
seja, neste trabalho de genealogia seguirem apenas as linhas que
entroncam na minha família.
Como habitual, tive a colaboração do meu amigo e genealogista
montemorense, João Baptista Malta, que é, aliás, descendente direto deste ramo. Inclusivamente a história deste ramo é resultado
duma investigação sua, ainda não publicada. Também recolhi muitos elementos sobre este ramo no Geneall Portugal e nos Costados
Alentejanos de António Pestana de Vasconcelos, deixando aqui os
meus agradecimentos.
1 - Sebastião Rodrigues, nasceu cerca de 1670 e casou com Isabel
Alvernaz. Tiveram oito filhos nascidos, como os seus pais, na Ilha
do Faial:
2.1 - Manuel Rodrigues (casado com Josefa Luís) que segue.
2.2 - Pedro, nasceu em 1704.
2.3 - Teresa, nasceu em 1706.
2.4 - António, nasceu em 1708.
2.5 - Inácio, nasceu em 1711.
2.6 - Domingos, nasceu em 1712.
2.7 - Francisco, nasceu em 1715.
2.8 - João, nasceu em 1722.
2.1 - Manuel Rodrigues, nasceu na Horta, Praia do Almoxarife e
casou no Faial, Flamengos em 1727 com Josefa Luís, nascida em
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Horta Flamengos, filha de Francisco de Sousa e de Bárbara Luís,
ambos de Horta, Flamengos. Tiveram um filho:
3.1 - Francisco José, nasceu a 19.5.1743 nos Açores, Faial e casou
na Ilha do Faial, Praia do Almoxarife a 2.10.1762 com Mariana
Francisca, nascida na Horta, Praia do Almoxarife a 7.10.1744, filha
de João da Silveira de Ávila, nascido a 13.10.1720 e de Ana Maria
Dutra. Tiveram nove filhos:
4.1 - Francisco de Brito, nasceu em 1769 e cc Maria da Conceição.
4.2 - António, nasceu em 1771.
4.3 - Rosa, nasceu em 1774 e casou com José Vicente.
4.4 - Tomás José de Aquino de Brito, nasceu em 1774, casou 1.ª vez
com Maria Genoveva Marques; casou 2.ª vez com Marcelina de
Jesus Gomes.
4.5 - Manuel, nasceu em 1779.
4.6 - Rita de Brito, nasceu em 1783.
4.7 - João José de Brito (casado com Maria Vitória do Nascimento)
que segue.
4.8 - Manuel, nasceu em 1786.
4.9 - Francisca de Brito, nasceu em 1788.
4.1 - João José de Brito, nasceu na Horta, Praia do Almoxarife a
10.12.1780 e faleceu em Montemor-o-Novo a 12.4.1853. Foi lavrador e proprietário em Montemor-o-Novo, tratado por Capitão dos
Privilegiados de Malta e casou com Maria Vitória do Nascimento,
nascida em Montemor-o-Novo, Lavre em 1783 e falecida em Montemor-o-Novo em 1827, filha de Filipe Ribeiro, nascido em Mora a
2.5.1735 e de Genoveva Rita Martins, batizada em Lavre a
22.10.1749. Tiveram doze filhos nascidos em Montemor-o-Novo:
5.1 - Maria Isabel de Brito, nasceu em 1804, casou a 1.ª vez com
João António Correia, lavrador e casou a 2.ª vez com José Vicente
Correia, também lavrador, com descendência nos dois casamentos.
Teve por padrinho de batismo o Pároco de S. Geraldo, Francisco
José Varela. Foi mãe do historiador José Hilário de Brito Correia.
5.2 - Blandina, nasceu em 1806 e morreu pequena.
5.3 - Izidoro, nasceu em 1807 e morreu pequeno.
5.4 - Francisca Carolina Amália de Brito, nasceu em 1809 e casou
em 1831 com Manuel José Rebocho, lavrador, com descendência.
Foi seu padrinho Henrique de Mello de Azambuja Moniz, Fidalgo
da Casa Real.
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5.5 - João, nasceu em 1811 e morreu pequeno. Foi seu padrinho o
seu tio paterno Tomás José de Aquino, que também se fixou em
Montemor.
5.6 - Nuno, nasceu em 1812 e morreu pequeno. Foi seu padrinho
Nuno Freire de Andrade e Castro, Moço-Fidalgo da Casa Real
(Nota 1).
5.7 - Maria Manuel de Brito, nasceu em 1814, sendo seu padrinho
José António Freire de Andrade, Moço-Fidalgo da Casa Real (filho
de Nuno atrás referido).
5.8 - Maria, nasceu em 1815 sendo seu padrinho Gomes Freire de
Andrade, Conde de Bobadela e faleceu pequena.
5.9 - Joana, nasceu em 1817 e casou com José Nunes. Foi seu
padrinho António José de Miranda, General da Província do Alentejo.
5.10 - António, nasceu em 1819 e morreu pequeno.
5.11 - Maria da Anunciação de Brito, nasceu em 1820 e casou com
Inácio José de Macedo, com descendência.
5.12 - João Manuel de Brito Malta (casado com Joaquina Teodora
Azedo) que segue.
5.12-1 - João Manuel de Brito Malta, nasceu em Montemor-o-Novo
em 1822 onde faleceu em 1879. Foi proprietário, lavrador rendeiro
das herdades das Valenças e Vereador da Câmara e Provedor da
Misericórdia em Montemor-o-Novo e casou em Montemor-oNovo, Nossa Senhora do Bispo a 17.4.1848 com Joaquina Teodora
Azedo, nascida em Estremoz, Santo André em 1824 e falecida em
Montemor-o-Novo em 1891, filha de José Dias Azedo, nascido a
2.2.1790 em Estremoz e de Mariana Rosa Rebocho, nascida a
22.5.1793 em Montemor-o-Novo. Tiveram sete filhos, todos nascidos em Montemor-o-Novo:
6.1-11 - João Baptista de Brito Malta (casado com Mécia Augusta
Botelho Lobo da Silveira) que segue.
6.2-12 - Francisco Manuel de Brito Malta (casado com Verdiana
Rosa da Veiga) que segue.
6.3-13 - Osmia Lusitana de Brito Malta, nasceu a 9.4.1859 sendo
batizada a 25 de Agosto. Faleceu sem descendência.
6.4-14 - Adelaide Augusta de Brito Malta, batizada a 3.6.1861, nasceu a 12.4.1861 e faleceu em Lisboa, S. Sebastião da Pedreira a
24.1.1955. Casou com Francisco Zeferino de Mira Mendes, Médico
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Municipal em Montemor-o-Novo, filho de José Mendes dos Santos
e de Maria José de Mira, com descendência de apelido Mira Mendes.
6.5-15 - Maria Vitória de Brito Malta, batizada a 25.12.1866, nasceu a 30.8.1866 e faleceu a 4.1.1947 em Sacavém, Loures. Casou
com Celestino Alberto Salgueiro Galvão, filho de Domingos Rosado Galvão e de Casimira Lúcia Salgueiro, com descendência de
apelido Malta Galvão (Nota 2).
6.6-16 - Manuel Carlos de Brito Malta, batizado a 1.4.1869, nasceu
a 16.12.1868. Faleceu sendo estudante em Montemor-o-Novo, sem
descendência.
6.6-17 - José, faleceu em pequeno.
6.1-11 - João Baptista de Brito Malta, nasceu em Montemor-oNovo, Nossa Senhora do Bispo a 3.8.1850 e faleceu em Lisboa a
24.3.1946. Foi Presidente da Câmara Municipal de Montemor-oNovo, Recebedor de Serpa, proprietário e lavrador das herdades da
Parreira, Vale do Gato, Paço e Raimundo em Montemor-o-Novo.
Casou em Montemor-o-Novo, Santiago do Castelo a 14.5.1870
com Mécia Augusta Botelho Lobo da Silveira, nascida em Montemor-o-Novo, Nossa Senhora da Vila a 15.7.1851 e falecida em
Montemor-o-Novo, na casa dos Lobos a 26.8.1936, filha de Filipe
Lobo da Silveira, nascido a 15.1.1823 e de Maria Leocádia Botelho
de Vasconcelos de Melo Matos e Noronha, nascida a 2.10.1814.
Tiveram três filhos:
7.1-111 - Filipe Lobo da Silveira de Brito Malta, nasceu em Montemor-o-Novo a 25.2.1871, lavrador e proprietário e distinto caçador,
e casou a 1.ª vez com Ana Maria Ramalho, nascida na Vidigueira
em 1872, que segue.
Filipe Lobo da Silveira de Brito Malta casou a 2.ª vez com Maria
Felizarda Correia de Castro, nascida em Montemor-o-Novo, S.
Romão, no monte de Vale d’Asna a 29.1.1870, filha de Francisco
António Correia de Castro, nascido em 1828 e de Maria Joana Calção, batizada a 29.12.1850. Não tiveram descendência.
7.2-112 - Júlio Augusto Lobo da Silveira de Brito Malta (casado
com Luísa da Visitação Nunes Barata) que segue.
7.3-113 - João Baptista de Brito Malta Júnior, nasceu em Montemor-o-Novo, S. Geraldo a 6.10.1876, lavrador e proprietário, Vice4
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Presidente da Câmara de Montemor-o-Novo, Cavaleiro Tauromáquico Amador e faleceu em Lisboa em 1906.
7.1-111 - Filipe Lobo da Silveira de Brito Malta, nasceu em Montemor-o-Novo a 25.2.1871, lavrador e proprietário e distinto caçador,
e casou a 1.ª vez em Lisboa, Madalena, com Ana Maria Ramalho,
nascida na Vidigueira a 16.9.1872 e falecida em Montemor-oNovo, Nossa Senhora da Vila a 18.12.1896. Tiveram:
8.1-1111 - Maria Ana Ramalho Malta, nasceu em Montemor-oNovo, Santiago do Castelo a 5.3.1895 e faleceu em Cascais a
23.1.1977. Casou em Montemor-o-Novo, Santiago do Castelo a
5.4.1914 com Manuel Salvador Ricardo da Costa, nascido em
Montemor-o-Novo, Matriz a 30.7.1891 e falecido em Lisboa, São
Sebastião da Pedreira a 24.8.1944, licenciado em Medicina e fundador do Grémio da Lavoura, filho de Manuel Salvador da Costa e
de Virgínia Eugénia Ricardo. Tiveram dois filhos:
9.1-1111.1 - Ana Virgínia Malta da Costa (casada com Miguel Joaquim da Câmara Manoel Potes) que segue.
9.2-1111.2 - Filipe Malta da Costa, nasceu em Montemor-o-Novo a
23.4.1916, Engenheiro Agrónomo, lavrador e proprietário da herdade do Barrocal das Freiras e forcado do GFA de Montemor, faleceu no Brasil a 18.11.1979. Casou com Maria Augusta da Purificação Aldegundes Leça da Veiga Cardoso, nascida a 2.2.1918 com
descendência.
9.1-1111.1 - Ana Virgínia Malta da Costa, nasceu em Montemor-oNovo, Nossa Senhora da Vila a 18.12.1914 e faleceu em Évora a
1.6.2003. Proprietária da Herdade do Raimundo em Montemor-oNovo, casou em Lisboa, Coração de Jesus a 28.10.1933 com
Miguel Joaquim da Câmara Manoel Potes, nascido em Arraiolos,
Santana do Campo a 7.4.1914 e aí falecido a 9.8.1990, lavrador e
proprietário da herdade da Oleirita em Arraiolos. Tiveram seis
filhos que viriam a receber as suas herdades:
10.1-1111.11 - Miguel José Malta da Costa Potes, nasceu a
31.8.1934 e casou a 1.3.1958 com Winifred Katleen Francisco
Carr, nascida a 31.12.1936 em Inglaterra. Tiveram quatro filhos.
10.2-1111.12 - Ana Virgínia Costa Potes (Gineta), nasceu em
Arraiolos no monte da Oleirita a 20.2.1936 e casou com João José
Franco Barroso, nascido em 1936, Engenheiro Técnico e proprietá5
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rio, filho de Sebastião Pereira Barroso, Médico e de Joana Lucrécia
Ramalho Franco. Tiveram duas filhas.
10.3-1111.13 - Filipe Manuel Malta da Costa Potes (casado com
Maria de Lourdes da Veiga Guerra Romeiras Megre Pires) que
segue.
10.4-1111.14 - António Maria Malta da Costa Potes, nasceu em
Évora, Sé em 1945 e faleceu no monte da Oleirita em 1999. Casou
com Águeda Maria Pereira e tiveram uma filha.
10.5-1111.15 - Maria Manuel Malta da Costa Potes (Noca), nasceu
em Évora, Sé a 30.5.1946 e casou em Arraiolos, na Capela da Herdade da Oleirita a 27.7.1968 com Vasco Homem Valadares nascido
em Évora, S. Pedro a 4.2.1945 e falecido em Lisboa a 17.10.1996,
Engenheiro Técnico Agrário. Tiveram cinco filhos.
10.6-1111.16 - Alexandre Malta da Costa Potes, nasceu em Lisboa
a 19.9.1952 e faleceu em combate em Angola a 29.6.1974.
10.3-1111.13 - Filipe Manuel Malta da Costa Potes, nasceu a
4.9.1937, Engenheiro Técnico Agrário e proprietário da herdade do
Raimundo, casou a 8.3.1965 com Maria de Lourdes da Veiga Guerra Romeiras Megre Pires, nascida a 22.10.1943. Tiveram três
filhos:
11.1-1111.131 - Filipe da Veiga Megre da Costa Potes, nasceu a
14.2.1966 em Lisboa e casou a 4.3.1995 com Maria da Conceição
Falcão Nunes de Carvalho, nascida a 24.2.1964 no monte da Torre
da Gadanha, S. Romão. Tiveram uma filha:
12.1-1111.1311 - Beatriz Nunes de Carvalho Megre Potes, nasceu a
19.6.1996.
Também referido no 7.º Cap., ramo Carvalhos de Vale Figueiras, 441.12.
11.2-1111.132 - Patrícia da Veiga Mégre da Costa Potes, nasceu a
10.3.1969 em Lisboa.
11.3-1111.133 - Filipe Rafael da Veiga Mégre da Costa Potes
(Rafa), nasceu a 17.6.1972 em Angola.
7.2-112 - Júlio Augusto Lobo da Silveira de Brito Malta, nasceu
em Montemor-o-Novo, Santiago do Castelo a 18.12.1872 e faleceu
em Montemor-o-Novo a 23.12.1954. Foi lavrador e proprietário e
Vereador da Câmara e provedor da Misericórdia e casou em Lis6
26º Cap. - Ramo Malta
boa, Belém a 30.7.1892 com Luísa da Visitação Nunes Barata, nascida em Montemor-o-Novo a 11.8.1879 e aí falecida a 2.9.1952,
filha de Gabriel Nunes, batizado a 13.12.1830 e de Luísa Eduarda
Nunes Barata, lavradores e proprietários. Tiveram dois filhos:
8.1-1121 - João Baptista Nunes Malta (casado com Maria de Castro
Pereira Reis) que segue.
8.2-1122 - Gabriela Nunes Malta, nasceu a 18.8.1895 e faleceu em
Montemor-o-Novo a 28.7.1968. Casou com José Maria Laboreiro
de Villa-Lobos, nascido a 7.10.1894, filho de António Maria Laboreiro de Villa-Lobos, nascido a 17.10.1841 e de Francisca da
Assunção Camarate Alface, nascida a 20.7.1863, com descendência.
8.1-1121 - João Baptista Nunes Malta, nasceu em Montemor-oNovo, Nossa Senhora do Bispo a 22.6.1893 e aí faleceu a 4.8.1952.
Foi lavrador, proprietário e Vereador da Câmara e Procurador à
Câmara Corporativa, e casou em Montemor-o-Novo a 9.6.1920
com Maria de Castro Pereira Reis, nascida em Montemor-o-Novo
em 1900 e aí falecida em 1996, filha de Hipólito José Pereira Reis,
nascido em 1877 e de Joana Maria Correia de Castro, nascida em
1877, lavradores e proprietários. Tiveram dois filhos:
A sua descendência é comum ao 19.º Cap., ramo Castro, 1112.
9.1-1121.1 - João Baptista Reis Malta (casado com Gertrudes
Maria Pereira Reis Sameiro de Sousa Carvalho) que segue.
9.2-1121.2 - Maria Joana Reis Malta, nasceu em Montemor-oNovo em 1925 e aí faleceu em 1946.
9.1-1121.1 - João Baptista Reis Malta, nasceu em Montemor-oNovo a 19.5.1921 e aí faleceu a 20.2.1977. Lavrador e proprietário
de várias herdades no concelho de Montemor-o-Novo, casou com
Gertrudes Maria Pereira Reis Sameiro de Sousa Carvalho, nascida
em Montemor-o-Novo a 26.4.1929, filha de João Bernardino de
Sousa Carvalho, Juiz-Consº, nascido em 1890 e de Maria da Conceição Pereira Reis Sameiro, nascida em 1897. Tiveram quatro
filhos:
10.1-1121.11 - João Baptista de Carvalho Reis Malta, nasceu em
Lisboa a 28.4.1951, lavrador e proprietário da herdade do Zambujalinho em Montemor-o-Novo, mesário da Misericórdia dessa cidade
e prestigiado genealogista, casou em Montemor-o-Novo, Nossa
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26º Cap. - Ramo Malta
Senhora da Vila, Igreja de São Mateus a 7.2.1972 com Maria Cristina Pimenta de Aguiar da Veiga, nascida em Montemor-o-Novo,
Nossa Senhora do Bispo a 11.9.1944, filha de Luís Fernando da
Veiga, nascido a 5.8.1918 e de Maria Margarida Palhinha Pimenta
de Aguiar, nascido a 7.2.1915. Tiveram cinco filhos nascidos em
Lisboa:
11.1-1121.111 - Maria do Rosário da Veiga Malta, nasceu em Lisboa, São Sebastião da Pedreira a 7.12.1972, funcionária da Coprapec e casou em 1993 com Manuel Aires Ferreira Rosado Pereira,
nascido em Évora, Sé e São Pedro a 1.1.1972, filho de Manuel
Júlio Caeiro Rosado Pereira e de Marina Aires Ferreira. Tiveram
cinco filhos nascidos em Lisboa:
12.1-1121.1111 - Maria da Veiga Malta Rosado Pereira, nasceu a
2.1.1994.
12.2-1121.1112 - Joana da Veiga Malta Rosado Pereira, nasceu a
14.2.1995, falecida.
12.3-1121.1113 - António Maria da Veiga Malta Rosado Pereira,
nasceu a 29.6.1998.
12.4-1121.1114 - Francisco Maria da Veiga Malta Rosado Pereira,
nasceu a 29.6.1998, gémeo com o anterior.
12.5-1121.1115 - Luís Maria da Veiga Malta Rosado Pereira, nasceu em 1999, falecido.
11.2-1121.112 - Maria Cristina da Veiga Malta, nasceu em Lisboa
a 26.1.1974, licenciada em Artes com Mestrado pela Universidade
de Évora e funcionária da Coprapec.
11.3-1121.113 - Maria Luísa da Veiga Malta, nasceu a 30.9.1975,
licenciada em História. Teve uma filha de Luís Diogo Lopes Caldeira Pessanha, nascido em Lisboa, São Domingos de Benfica a
3.4.1972, filho de José Homem Caldeira Pessanha, nascido a
4.8.1941 e de Maria de Fátima Lopes Cardoso Teixeira, nascida a
10.3.1942:
12.1-1121.1131 - Filipa Maria da Veiga Malta Lopes Pessanha,
nasceu a 18.9.1992 em Lisboa.
Maria Luísa da Veiga Malta casou em Viana do Alentejo, Alcáçovas a 4.4.1998 com Pedro Calhau de Sousa Nunes, nascido a
15.2.1975, lavrador, filho de Manuel Pereira de Sousa Nunes, nascido a 11.6.1925 e de Maria Teresa Cabeça Ramos Calhau. Tive8
26º Cap. - Ramo Malta
ram três filhos nascidos em Lisboa:
Descendência comum ao 17.º Cap., ramo Vacas, 10.115.
12.2-1111.1132 - Manuel da Veiga Malta de Sousa Nunes, nasceu
a 19.4.1999.
12.3-1111.1133 - Maria Isabel da Veiga Malta de Sousa Nunes,
nasceu a 28.7.2001.
12.4-1111.1134 - Simão da Veiga Malta de Sousa Nunes, nasceu a
28.7.2003.
11.4-1111.114 - João Baptista da Veiga Malta, nasceu em Lisboa a
18.8.1978, licenciado em Educação Física pela Universidade de
Évora e professor universitário.
11.5-1111.115 - Filipe Luís da Veiga Malta, nasceu em Lisboa a
20.8.1982, licenciado em Direito pela Universidade Lusíada.
10.2-1111.12 - José Hipólito de Carvalho Reis Malta, nasceu em
Lisboa, São Sebastião da Pedreira a 6.4.1953, licenciado em Gestão
de Empresas, lavrador e proprietário da herdade do Vidigal em
Montemor-o-Novo, casou em São Pedro de Sintra em 6.4.1953
com Teresa de Matos Madeira Costa Marques, nascida em Beja,
Albernoa a 23.4.1950, licenciada em Românicas, falecida em
24.3.2010 em Lisboa. Tiveram dois filhos:
11.1-1111.121 - João José Marques Reis Malta, nasceu em Montemor-o-Novo, Nossa Senhora da Vila a 9.7.1981, Engenheiro Mecânico e casou em Lisboa, Nossa Senhora de Fátima a 3.7.2010 com
Filipa Castro Brandão Nunes Matreno, nascida em Lisboa a
3.9.1980, filha de Jorge Henrique Brandão Matreno e de Maria
Guilhermina de Castro Oliveira Nunes. Tiveram um filho:
12.1-1111.1211 - João Nunes Matreno Reis Malta, nasceu em Lisboa a 8.10.2011.
11.2-1111.122 - Maria Teresa Marques Reis Malta, nasceu em Lisboa, São Jorge de Arroios a 24.4.1984, licenciada em Direito.
10.3-1111.13 - Maria Joana de Carvalho Reis Malta, nasceu em
Montemor-o-Novo a 10.6.1956, licenciada em Românicas, proprietária
da herdade da Casa Branca e empresária em Montemor-o-Novo, onde
casou no Santuário de Nossa Senhora da Visitação a 18.9.1976 com
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26º Cap. - Ramo Malta
Feliciano José Capela do Carmo Reis, nascido a 17.5.1951 em
Montemor-o-Novo, Médico Veterinário.
A sua descendência segue no 4.º Cap., ramo de S. Cristóvão,
341.34.
10.4-1111.14 - Maria da Conceição de Carvalho Reis Malta, nasceu
em Lisboa, São Sebastião da Pedreira a 6.5.1968, licenciada em
Estudos Clássicos, proprietária da herdade de Cabeço de Mouro em
Montemor-o-Novo, casou com Pedro Miguel Soares da Silva Cruz,
agricultor. Tiveram três filhas, Maria, Mariana e Madalena.
6.2-12 - Francisco Manuel de Brito Malta, nasceu em Montemor-oNovo, Nossa Senhora do Bispo a 9.12.1856 e casou em Montemoro-Novo, Lavre a 6.7.1880 com Verdiana Rosa da Veiga, filha de
Simão Luís de Veiga Frade, nascido a 21.9.1824 e de Jerónima ou
Inocência Maria. Foi Vice-Presidente da Câmara de Montemor-oNovo, lavrador e proprietário com a sua mulher das herdades Parreira e Prata, Morganhos, Raposa, Mosqueira e da casa no Largo do
Rossio do Calvário em Montemor-o-Novo, que ambos construíram.
Tiveram nove filhos nascidos em Montemor-o-Novo:
7.1-121-João Manuel da Veiga Malta (casado a 1.ª vez com Ana
Gertrudes Reis; casado a 2.ª vez com Amélia Augusta Arcado
Pombo) que segue.
7.2-122 - Verdiana da Veiga Malta, nasceu a 4.6.1882, proprietária
agrícola, casou em 1903 com José Augusto de Paula Nogueira, Juiz
Desembargador. Tiveram dois filhos Manuel e Henrique.
7.3-123 - Simão Luís da Veiga Malta (casado com Bernardina Henriqueta Varela Romeiras) que segue.
7.4-124 - Francisco Manuel da Veiga Malta, nasceu a 4.4.1885,
licenciado em Direito, lavrador e proprietário agrícola, casou com
Maria do Castelo Patrício Correia Gomes nascida em 1889 e falecida em 1967, filha de António Patrício Correia Gomes, nascido em
1861, Juiz de Direito e proprietário e de Maria Joana Correia Branco, nascida em 1867. Tiveram três filhas Maria Joana, Maria Helena e Isabel.
7.5-125 - Aurora Celeste da Veiga Malta, nasceu a 28.7.1889, proprietária agrícola, casou com António José de Sousa Romeiras, proprietário, filho de Francisco Henrique de Sousa Romeiras, nascido
a 15.3.1849 e de Paula Adelaide de Castro, batizada a 6.6.1856.
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26º Cap. - Ramo Malta
Tiveram três filhos, Francisco, Filipe e António.
7.6-126 - Maria da Glória da Veiga Malta, nasceu 13.9.1891, proprietária agrícola, casou em 1937 com Pasquale Pesce, nascido em 1891.
7.7-127 - Mário da Veiga Malta, nasceu a 13.9.1893, Médico,
lavrador e proprietário agrícola, casou em Coruche em 1915 com
Gertrudes Ernestina Ribeiro, nascida em Coruche em 1896, filha de
João Ribeiro e de Francisca Maria Narcisa. Tiveram uma filha,
Maria Ernestina.
7.8-128 - Adelaide da Veiga Malta, nasceu a 13.12.1895, proprietária agrícola, casou em Lisboa em 1935 com Giacomo Aurino, Italiano de Nápoles.
7.9-129 - Ofélia da Veiga Malta, nasceu em Montemor-o-Novo a
5.1.1899, proprietária agrícola, casou em 1928 com José Maria
Quintela Emaúz Leite Ribeiro, Oficial do Exército, nascido em Lisboa, Santos-o-Velho em 1898, filho de Joaquim Augusto Corrêa
Leite Ribeiro e de Maria Carlota Quintela Emauz. Tiveram duas
filhas, Maria Ofélia e Maria Verdiana.
7.1-121 - João Manuel da Veiga Malta, nasceu a 6.5.1881 em Montemor-o-Novo, Nossa Senhora do Bispo. Foi lavrador e proprietário
das herdades de Prata e Morganhos as quais herdou de seus pais.
Foi Vereador e Presidente da Câmara de Montemor-o-Novo, criador de touros e cavaleiro tauromáquico amador. Casou a 1.ª vez em
1910 com Ana Gertrudes Reis, nascida a 25.10.1889 na Amoreira
de Cima, Represa, Montemor-o-Novo, filha de Feliciano do Carmo
Reis, nascido em 1848 e de Rosalina Augusta, nascida cerca de
1860. Tiveram cinco filhos.
A sua descendência segue no 24.º Cap., ramo Reis, 113.
João Manuel da Veiga Malta casou a 2.ª vez em 1947 com Amélia
Augusta Arcado Pombo e tiveram um filho:
8.6-1216 - António Justino Pombo Malta, nasceu a 25.2.1956 em
Montemor-o-Novo, licenciado em História. Casou em Monsaraz
em 1983 com Maria de Jesus Pisa Ramalho, nascida em Lisboa a
22.7.1957, divorciados. Tiveram um filho, António.
João Manuel da Veiga Malta teve ainda de Palmira da Conceição,
uma filha:
8.7-1217 - Maria Amélia Malta, nasceu a 15.1.1908 em Montemor11
26º Cap. - Ramo Malta
o-Novo, onde faleceu. Casou com Manuel Simão Nunes, lavrador e
proprietário da herdade da Granja. Tiveram duas filhas, Maria
Amélia e Verdiana Celeste.
Ver 23.º Cap., ramo Nunes, 624.
7.3-123 - Simão Luís da Veiga Malta, nasceu a 6.12.1883 e casou
em Montemor-o-Novo a 4.12.1912 com Bernardina Henriqueta
Varela Romeiras, nascida a 4.6.1889, filha de Joaquim César
Romeiras, Vice-Presidente da Câmara de Montemor-o-Novo e proprietário e de Leopoldina Varela. Tiveram três filhos nascidos em
Montemor-o-Novo:
8.1-1231 - Verdiana Rosa Romeiras da Veiga Malta, faleceu
pequena.
8.2-1232 - Joaquina Teodora Romeiras da Veiga Malta, faleceu
pequena.
8.3-1233 - Francisco Romeiras da Veiga Malta, nasceu a 22.7.1917
em Montemor-o-Novo, lavrador e proprietário da herdade do Montinho,
em Lavre, casou a 1.ª vez a 19.7.1944 com Maria Eugénia da Silva
Gião Nascimento Pires, nascida a 3.4.1925 em Lisboa, proprietária do
Pomar da Capela, Guia Turística, filha de Manuel do Nascimento
Lopes Pires Júnior, nascido a 1.10.1900 e de Adelaide da Silva
Gião, nascida a 12.6.1899. Tiveram oito filhos.
A sua descendência segue no 9.º Cap., ramo Veiga Malta, 112.1.
Francisco Romeiras da Veiga Malta casou a 2.ª vez a 17.12.1980
com Maria Gabriela Prata Mendes. Tiveram dois filhos, Filipe
Miguel e Rui Vasco.
Nota 1 - A família Freire de Andrade em Montemor-o-.Novo é referida
na publicação da Revista Almansor da Câmara de Montemor n.º 5, História de Montemor, Os Donos da Quinta D. Francisco, neste site, em Outras
Obras do Autor.
Nota 2 - Como referido na genealogia, Maria Vitória de Brito Malta
casou com Celestino Alberto Salgueiro Galvão, empregado dos Caminhos de Ferro e natural de Palmela. Um dos seus filhos foi o conhecido
escritor e caçador em África e também o organizador da grande exposição do “Mundo Português”, Capitão Henrique Galvão. Mais conhecido se
tornou depois, pela sua grande oposição ao regime político português de
Oliveira Salazar, culminando com o assalto ao navio Santa Maria que
desviou para o Brasil, país onde viveu exilado até à sua morte.
12
26º Cap. - Ramo Malta
1
João Manuel
de Brito Malta
e sua mulher,
Joaquina Teodora Azedo.
11
João Baptista de
Brito Malta
e sua mulher,
Mécia Augusta
Botelho Lobo da
Silveira
11
Mécia Augusta Botelho Lobo da
Silveira, com 15 anos de idade.
13
26º Cap. - Ramo Malta
11 - Ao centro, os bisavós: João Baptista de Brito Malta e sua
mulher, Mécia Augusta Botelho Lobo da Silveira.
De pé, da esquerda para a direita: Gabriela Nunes Malta e marido,
José Maria Laboreiro de Villa-Lobos; Maria de Castro Pereira
Reis e marido, João Baptista Nunes Malta; Maria Ana Ramalho
Malta e marido, Dr. Manuel Ricardo Salvador da Costa.
Sentados à esquerda: Luísa da Visitação Nunes Barata e marido
Júlio Augusto Lobo da Silveira Brito Malta
Sentados à direita: Filipe Lobo da Silveira de Brito Malta e 2.ª
mulher, Maria Felizarda Correia de Castro.
Criança de pé à direita, Filipe Malta da Costa.
Outras crianças, da esquerda para a direita: os irmãos António
Maria e Maria Gabriela Malta Laboreiro de Villa-Lobos, João
Baptista Reis Malta e Ana Virgínia Malta da Costa.
111
Filipe Lobo da Silveira de
Brito Malta
14
26º Cap. - Ramo Malta
111
À esquerda: Ana Maria
Ramalho e marido, Filipe Lobo da Silveira de
Brito Malta, com a filha,
Maria Ana Ramalho
Malta: à direita, o seu
irmão, Júlio Augusto
Lobo da Silveira de Brito Malta com a mulher,
Luísa da Visitação
Nunes Barata e os filhos,
João Baptista e Gabriela
Nunes Malta.
1111.1
Casamento de Ana Virgínia Malta da Costa com Miguel Joaquim
da Câmara Manoel Potes
15
26º Cap. - Ramo Malta
1111.2
Filipe Malta da Costa e sua mulher, Maria Augusta da Purificação
Aldegundes Leça da Veiga Cardoso
112
Luísa da Visitação Nunes
Barata e marido, Júlio
Augusto Lobo
da Silveira de
Brito Malta
acompanhados
do pai deste,
João Baptista
Brito Malta.
16
26º Cap. - Ramo Malta
112
Júlio Augusto Lobo
da Silveira de Brito
Malta e sua mulher,
Luísa da Visitação
Nunes Barata
1121
João Baptista Nunes
Malta e sua mulher,
Maria de Castro
Pereira Reis
1121.1
João Baptista Reis
Malta e Gertrudes
Maria Sameiro de
Sousa Carvalho
17
26º Cap. - Ramo Malta
1121.11
João Baptista
de Carvalho
Reis Malta
e sua mulher,
Maria Cristina
Pimenta de
Aguiar da
Veiga
1121.2
Maria Joana Reis Malta
1122
Gabriela Nunes Malta
113
João Baptista de Brito Malta Júnior
18
26º Cap. - Ramo Malta
12
Francisco Manuel de
Brito Malta e sua
mulher, Verdiana
Rosa da Veiga
121
João Manuel da Veiga Malta e sua mulher Ana Gertrudes Reis.
123
Simão Luís da Veiga Malta
19
26º Cap. - Ramo Malta
124
Francisco Manuel da Veiga
Malta e sua mulher, Maria
do Castelo Patrício Correia
Gomes
125
Aurora Celeste da
Veiga Malta e seu
marido, António
José de Sousa
Romeiras
127
Mário da Veiga Malta e
sua mulher, Gertrudes
Ernestina Ribeiro
20
26º Cap. - Ramo Malta
128
Adelaide da Veiga Malta
129
Ofélia da Veiga Malta e seu marido, José Maria Emaúz Leite
Ribeiro
21
26º Cap. - Ramo Malta
História
Açorianos colonizam o Alentejo
Milhares de açorianos embarcaram e rumaram ao continente nos
últimos anos do século XVIII, mais precisamente com destino ao
Alentejo, numa acção de colonização!
Este curioso facto é descrito pela historiadora Dra. Elisa Maria
Lopes da Costa em publicações que se encontram no Arquivo de
Beja (Nota 3). A colonização foi devida a um convite lançado
pelo Intendente-Geral da Polícia Diogo Inácio Pina Manique aos
açorianos que quisessem vir povoar e cultivar o Alentejo, na época muito despovoado e abandonado. Assim, milhares de ilhéus
das diversas ilhas aceitaram o convite e vieram instalar-se em
zonas como Beja, Arraiolos (nas chamadas Ilhas de Arraiolos,
frente á antiga vila), Grândola, Alcácer do Sal e outras. Dispomos
de extensas listas de pessoas que compunham os contingentes
embarcados com destinos aos diversos pontos do Alentejo.
Foi por este motivo que no ano de 1787 Francisco José e Mariana
Francisca (também chamada de Maria Francisca), ascendentes da
atual família Malta, com uma prole de sete filhos embarcaram no
paquete Fayal, cujo capitão era Ignácio José de Almeida, com destino a Lisboa. O casal era nascido na Ilha do Faial, Horta mais
precisamente na freguesia da Praia do Almoxarife.
Feita a distribuição pelo Desembargador Ouvidor e Provedor do
contingente deste paquete, composto por 428 Ilhéus novos colonizadores para a comarca alentejana de Campo de Ourique, coube a
este casal instalar-se em Ferreira do Alentejo. Aí já nasceu, dois
anos mais tarde, uma outra filha de nome Francisca.
Da prole de filhos que os acompanhavam ficou a viver em Ferreira um de nome Francisco de Brito. Um outro filho com o extraordinário nome de Thomaz José de Aquino e ainda outro, João José
de Brito, viriam a fixar-se posteriormente na zona de Montemor-oNovo.
Este João José de Brito, que aqui interessa porque é também o
ascendente da família Malta, nasceu pois no Faial na freguesia da
Praia do Almoxarife e veio com seis anos de idade para o continente. É curioso que um levantamento realizado pela Universida22
26º Cap. - Ramo Malta
de do Minho da genealogia da Ilha do Faial, hoje acessível pela
internet, refere João José de Brito como nascido na referida freguesia da Praia do Almoxarife, assim como menciona os seus
ascendentes e parentes.
O Capitão da Ordem de Malta
João José de Brito teve uma vida extraordinária a avaliar pelos
elementos documentados de que dispomos. Já no continente, teve
uma curta estadia em Alcácer do Sal, ao serviço do Padre Gervásio Hipólito Salema. Contou ele num requerimento que, ainda em
Ferreira, trabalhou para o Capitão-mór Inácio do Cabo e a seguir
para o referido Padre Salema, com quem veio para Montemor-oNovo.
Passou a viver em Montemor-o-Novo ainda muito novo, certamente antes do ano de 1800, portanto com menos de 20 anos de
idade. E, ainda em jovem, distinguiu-se na resistência aos franceses que chegaram a esta vila provavelmente logo a partir de 1807
com a primeira Invasão Francesa. Com efeito, o General Junot
criou posições fortificadas em Elvas e Setúbal e a vila de Montemor era uma passagem obrigatória entre ambas as praças.
Em 1815 um documento da Câmara da vila, uma Pública Forma
desse ano que se encontra num dos processos do Desembargo do
Paço, na Torre do Tombo, relata que João José de Brito serviu a
população montemorense durante a invasão, recebendo as tropas
portuguesas na sua casa e alimentando a cavalaria. De facto, João
José de Brito tinha uma estalagem em Montemor e deve ter posto
a sua estalagem ao serviço dos militares portugueses. O documento refere mesmo que por isso se expôs perante o inimigo, e também evitou que recaísse sobre a população o peso das requisições
(de casas, cocheiras e alimentos para o exército).
Em consequência da sua dedicação à causa portuguesa foi-lhe
concedida uma honraria, de “Capitão dos Privilegiados da Ordem
de Malta”, e foi assim tratado, como consta em documentos entre
1812 e 1827 (Nota 4).
João José de Brito entrou em várias demandas que correram em
Tribunal do Desembargo do Paço-Alentejo contra lavradores que
acabaram por ser expulsos das herdades, porque as exploravam
23
26º Cap. - Ramo Malta
mal, conforme a lei nova o permitia (a lei na altura era, por necessidade do País, claramente a favor da produção de cereais). Uma
delas refere-se à herdade do Olheiro em S. Cristóvão que aforou
ao Morgado Francisco Maria de Villa-Lobos e Vasconcellos e
conseguiu que Francisco Nunes Rollão Corvo, importante lavrador, filho do Capitão Amaro Nunes Rollão Corvo, de Alcácer do
Sal, a deixasse (ascendentes do autor, referidos no ramo Nunes
Rolão).
O mesmo conseguiu, apesar das réplicas que juridicamente lhe
lançavam os lavradores, nas herdades de Azinhal d’El Rei e Freixo
em S. Mateus, pertencentes ao Reguengo de que era responsável o
Marquês de Valença e das quais foi obrigado a sair o capitão Gregório Vicente Romão (este referido no ramo Carvalhos, origens).
João José de Brito aforou muitas outras herdades e durante muitos
anos comprou e vendeu quintas, conforme as imensas escrituras
que ia celebrando ao longo da sua vida.
Um dos seus adversários, de nome António Cardoso Gião, igualmente capitão e lavrador, a quem conseguiu retirar o arrendamento da herdade da Parreira no Escoural, pertencente à Misericórdia
de Montemor-o-Novo, em seu favor, ao dizer mal do concorrente
afirma que “ele obteve o posto de Capitão de Malta por ter sido
uma espécie de Comissário na guerra em curso”. Como se vê, até
dum inimigo se pode obter uma confirmação histórica.
Pelo exposto verifica-se que João José de Brito conseguiu construir a pulso a sua casa agrícola, por vezes entrando em concorrência com outros pela posse da terra. Por um lado pode ter sido
beneficiado da Justiça pela sua contribuição para a oposição aos
franceses. Por outro lado, não foi o Governo Português da altura
que o fora buscar à Ilha do Faial, a si e à sua família, para a colonização do Alentejo?
João José de Brito, lavrador, grande rendeiro e proprietário de
algumas quintas, faleceu com todos os sacramentos a 12 de Abril de
1853 na freguesia de Nossa Sra do Bispo de Montemor-o-Novo.
Anos depois do seu falecimento, o seu filho, João Manuel de Brito, que nasceu em 18 de Janeiro de 1822 na freguesia de Nossa
Senhora do Bispo de Montemor-o-Novo, acrescentou o apelido
Malta ao seu nome em 1864, quando era Vereador da Câmara desta vila, certamente com a intenção de perpetuar a ação do seu pai
24
26º Cap. - Ramo Malta
nas Invasões Francesas, apelido este que os seus descendentes
usaram até ao presente.
É de recordar o destacado açoriano chegado ao Alentejo com seis
anos de idade da Ilha do Faial que “se expôs” em Montemor aos
franceses em 1808 e soube construir a sua casa e estabelecer a sua
geração nessa região! E é de sugerir a visita dos seus descendentes
ao Faial, á Praia do Almoxarife, para perpetuarem a sua memória.
Longevidade Malta
Numa publicação do montemorense Salvador da Costa com o título “Alguns episódios da vida de um homem com 95 anos” escreve
o seguinte:
“ Um dia, na herdade do Barrocal das Freiras andavam caçando
quatro amigos: Gabriel Abegão, de 81 anos de idade, Francisco
Ferreira, também de 81 anos de idade, Salvador da Costa com 80
anos de idade e Filipe Malta de 73 anos de idade.
À hora de almoço apareceu o pai de um dos caçadores e matou
ainda três coelhos. Era o Exmo. Senhor João Baptista Malta, pai
do caçador Filipe Malta, que a esse tempo tinha 93 anos de idade.
Soma da idade dos caçadores: 408 anos!”
Filipe Malta, está atrás mencionado em 111, de nome completo,
Filipe Lobo da Silveira de Brito Malta, nascido em 1871; e o seu
pai, João Baptista de Brito Malta, está referido em 11 e nasceu em
1850. A cena descrita passa-se em 1943 numa herdade a cerca de
15 km ao norte de Montemor-o-Novo.
Curta História
Conta-se em Montemor, ainda hoje, uma história engraçada dum
negociante que se dirigia ao monte da herdade de Pinçais, a sul do
Couço, para fazer um negócio com Francisco Manuel Brito Malta,
que era um lavrador muito seguro nos seus negócios e que se
encontrava no monte. Ora o feitor de Pinçais tinha o nome de
Maltez, o que fez alguma confusão ao negociante que cogitou:
- Pinçais e “pinsais” bem: com o dono Malta e o feitor Maltez,
bom será voltar cá d’outra vez!
E segundo consta, desistiu nesse dia do negócio.
25
26º Cap. - Ramo Malta
Nota 3 - Volumes VII e VIII, da série III, com o título “Mar e Terra,
uma subtil proximidade: Açorenses à descoberta de Beja”, da autoria de
Dra. Elisa Maria Lopes da Costa.
Nota 4 - A Casa do Infantado, que administrava os Privilegiados da
Ordem de Malta, teria passado a patente em 1812, a qual ele possuía e
se encontra registada no Arquivo Municipal da Câmara de Montemor.
O genealogista João Baptista Malta que investigou detalhadamente a
atribuição desta patente de Capitão da Ordem de Malta ao seu antepassado escreve:
“O meu 5.º avô João José de Brito foi tratado por Capitão dos Privilegiados de Malta desde 1812 (quando inscreveu a sua patente na Câmara
de Montemor-o-Novo como era habitual fazer-se) até 1827, em todo o
tipo de documentos: paroquiais (respeitantes à própria família que era
numerosa e a inúmeros afilhados que teve), notariais (em centenas de
escrituras de arrendamentos de herdades, compras e vendas de quintas,
etc…), camarários (vários documentos entre os quais a Pública Forma
passada em 1815 atestando o ter sido um bom vassalo ao receber tropas
e cavalos em sua casa), do Tribunal do Desembargo do Paço-Alentejo
em três questões sobre a exploração de herdades e nas Chancelarias de
D. João VI (confirmando estes processo judiciais) e na acta camarária de
aprovação à Carta Constitucional no ano de 1826.
Em 1827, na reunião da Vereação da Câmara exactamente anterior à
entrada de D. Miguel em Portugal, que é aplaudido na reunião seguinte
pela elite camarária, foi lida uma carta da Casa do Infantado dizendo
que a sua patente não estava lá registada (5) e que assim devia ser recolhida. Pode ter existido qualquer intervenção política, sabendo-se que
João José de Brito era liberal convicto e seguidor de D. Pedro IV. No
ano de 1828 o Tabelião montemorense Manuel Valente do Vale, em
escrituras que lhe lavrou, não lhe deu o tratamento de capitão de Malta
que lhe havia dado anteriormente.
Mas no ano de 1829 o mesmo Tabelião volta a tratá-lo numa
escritura com o dito posto.”
Nota 5 - Na busca que fiz na Chancelaria as folhas indicadas
como outras desse livro estão por preencher, poderá ter havido um
extravio pela Corte se encontrar no Rio de Janeiro.
26
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