Maranduba, 18 de Maio de 2011
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Disponível na Internet no site www.jornalmaranduba.com.br
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Ano 2 - Edição 25
Foto: Ezequiel dos Santos
Saco do Morcego
Um local que ainda guarda grandes mistérios do passado
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18 Maio 2011
Jornal MARANDUBA News
Editorial
A profissão de fotógrafo me
presenteia com momentos
inesquecíveis. Na semana passada fiz um vôo para registrar
Ubatuba de ponta a ponta.
Ao decolar, seguimos rumo
ao norte perpendicular a vertente da serra. Somente lá em
cima, a dois ou três mil pés é
possível perceber a grandeza
deste município. A mata fechada com suas dobras, picos
e penhascos formam uma paisagem ímpar, revelando uma
verdadeira muralha que nos
separa do Vale do Paraíba.
Olhando para o litoral podemos perceber a beleza do
recortado relevo das baías,
penínsulas, praias e ilhas que
formam nossa costa.
No Sertão do Puruba, por
exemplo, existe uma planície
recortada pelo rio que serpenteia em meio a uma vegetação
mista de mata rasteira, capim
baixo e arbustos que parece
cenas da savana africana que
só vemos em documentários
da Discovery. Uma enorme
lagoa se destaca nessa paisagem onde, segundo dizem,
foi causada pela queda de um
meteorito há centenas ou milhares de anos.
Retornando pelo litoral podemos apreciar o costão que
fica na divisa entre os estados
de SP e RJ onde o mar bravio
castiga constantemente as rochas, proporcionando um espetáculo de espuma e beleza.
Sobrevoando as ilhas das Cou-
ves, Almada e outras se percebe o quanto Ubatuba é bonita.
Porém quando se aproximamos novamente da região central percebemos um contraste
significativo devido à ocupação imobiliária.
O que mais destoa são as
ocupações nas encostas dos
morros, principalmente na região leste, Sertão do Perequê
Mirim, Lagoinha e Araribá. Nota-se pequenos focos de habitação em meio à mata que parecem estar crescendo. Faço
esse tipo de fotos há quase
dez anos e pude comprovar
isso em meus arquivos.
Mas não é só nas encostas
da serra que isso acontece.
Verdadeiras mansões em penínsulas e costões também
se destacam. Concluo que
as pessoas com baixo poder
aquisitivo se embrenham serra acima enquanto as com alto
poder aquisitivo se instalam
em locais “licenciados” com as
mais privilegiadas vistas para
o mar, com direito a desmatamento, aterro, heliporto, píer
e estrada de acesso particular.
Isso prova que Ubatuba é a
mais democrática das cidades,
abrigando tanto os desafortunados como os financeiramente privilegiados.
Por enquanto a distância entre
esses extremos ainda é grande.
Meu medo é que eles se encontrem. Aí não vai ter mais nada
de bonito para se ver.
Emilio Campi
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Responsabilidade Editorial:
Emilio Campi
Colaboradores:
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Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores
e não refletem a opinião da direção deste informativo
Ibama embarga atividades do
Píer Estadual do Saco da Ribeira
Saulo Gil/Imprensa Livre
A falta de licenciamento sobre
atividades potencialmente poluidoras poderá suspender alguns serviços realizados no Píer
Estadual do Saco da Ribeira. O
espaço público, que é gerido
pelo Governo Paulista, já tinha
sofrido autuações do Ibama,
em conjunto com o Ministério
Público Federal, no ano passado. Nessa semana, a administração do píer recebeu novo documento oficial assinado pelos
órgãos citados, determinando
a suspensão de atividades potencialmente poluidoras na Marina pública, a partir da próxima
segunda-feira.
Entre os serviços que foram
embargados, estão a manutenção e pintura de embarcações,
além do desembarque de pescado. A falta de adequações
e investimentos na estrutura
local vem se intensificando há
anos. A necessidade de melhoria ficou ainda mais evidente
após a implantação do Projeto
Marinas, da Cetesb, que promoveu adequações ambientais
em boa parte das instalações
náuticas privadas do Litoral
Norte.
Entretanto, o Píer Estadual
do Saco da Ribeira prosseguiu
com praticamente as mesmas
estruturas, porém, o movimento e atividades no local
seguiram em ritmo crescente.
Com a recente determinação
de embargo das atividades
potencialmente
poluidoras,
o espaço poderá deixar de
atender uma grande demanda
de desembarque do pescado
ubatubense. A estimativa atual é de que mais da metade
da carga pesqueira da cidade
seja escoada por meio do píer.
A administração local ressalta
que os investimentos necessários para as adequações são
de médio prazo. Além disso,
os técnicos da Fundação Florestal, órgão que administra
o espaço, admitem que as
melhorias só devam ocorrer
por meio de parcerias. “O fato
é que precisamos de apoio
para que essa situação seja
realmente modificada. É preciso a participação de todos,
tanto daqueles que utilizam o
píer, como da prefeitura e até
do Governo Federal”, ressalta
o técnico ambiental da Fundação Florestal, Carlos Roberto
Paiva. Até o fechamento dessa edição a gestão do Píer
Estadual do Saco da Ribeira
tentava marcar para próxima
segunda-feira uma reunião
com o Ibama para definir a
situação dos embargos previstos. Segundo Carlos Paiva
a proibição do desembarque
do pescado se dá apenas para
os barcos profissionais e não
amadores. No entanto, a administração do píer diz não
saber qual parâmetro utilizar
para diferenciar as categorias.
A única certeza é de que a manutenção e pintura de embarcações na parte terrestre da
marina estarão embargadas
na próxima segunda.
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Jornal MARANDUBA News
PSDB de Ubatuba oficializa Tucanafro
EZEQUIEL DOS SANTOS
Na noite do último dia 13,
indígenas, quilombolas, afro-descendentes, pescadores,
agricultores e colaboradores
da causa se reuniram na Câmara Municipal de Ubatuba
para oficializar o movimento
Tucanfro do PSDB municipal.
O evento foi dirigido pelo
vice-presidente do partido
Marcilio Lopes, já que seu presidente estava em audiência
no fórum local. Participou do
evento o Presidente Estadual da Comissão Executiva do
Tucanafro o professor Carlos
Augusto Santos, que proferiu palestra sobre o papel do
Secretariado frente às ações
afirmativas, estatuto da Igualdade Racial e as Conferencias
para Igualdade Racial. Ele ainda deu posse à comissão provisória da Tucanafro - PSDB
diretório Ubatuba com todo
o apoio e reconhecimento da
executiva do partido.
Professor Carlos confessou
Prof. Carlos Augusto Santos,
Presidente Estadual da Comissão
Executiva do Tucanafro
que se emocionou quando viu
a diversidade étnica e cultural
que é a Tucanafro de Ubatuba.
“Nunca vi nada igual, é a primeira vez que vejo tanta diversidade juntas” comenta o presidente estadual da Tucanafro.
O professor se espantou com
o numero de participantes, cer-
ca de 120 no total, de todas as
regiões do município. Segundo
Carlos Augusto esta informação
será levada pessoalmente ao
governador do estado, já que
a Tucanafro recebe um carinho
especial do próprio governador Geraldo Alckmin. Ele não
se conteve e tirou fotos com os
cumpre a palavra dada ao vereador, que estava afastado,
ainda no período da última
campanha eleitoral de trazer
benefícios à população.
Para o projeto, os assessores
e o vereador ficaram até mais
tarde para elaborar sua justificativa. No documento o deputado coloca Ubatuba como
cidade pólo da regiao do litoral
norte, já que Caraguatatuba,
São Sebastião e Ilhabela possuem outros investimentos de
grande porte.
A universidade “peixe com
banana verde” atenderá todo
o Litoral Norte e tem como objetivo ministrar o ensino superior, sob suas diferentes formas
e modalidades, nos diversos
campos do saber, desenvolver
a pesquisa nas diferentes áreas
do conhecimento e promover a
extensão universitária.
A universidade tem ainda outro importante papel no Litoral
Norte que é a de afirmar a integração regional, já que está
fora das ditas regiões metropolitanas do Estado de São Paulo.
Frediani está satisfeito com
o empenho do deputado Luiz
Fernando frente ao projeto, já
era uma solicitação muito antiga da população de Ubatuba
e de todo o litoral. “O deputado Luiz Fernando tem sido um
grande parceiro de nossa população, já o considero amigo
de Ubatuba, ele sempre tem
nos atendido”, comenta o vereador Rogério Frediani sobre o
amigo deputado.
representantes das aldeias no
município.
No ato do encerramento, em
ritmo de festa, houve saudações afro e apresentação de
capoeira no plenário da Câmara
Municipal. A comissão foi composta até mesmo por membros
dos ditos “quilombos urbanos”
que tem em seu sangue a afrodescendencia mãe.
“A oficialização do movimento Tucanafro em Ubatuba faz
história neste momento tão importante às comunidades que
trazem em suas raízes históricas e culturais a formação do
estado Bandeirante e do Brasil”, comentou o presidente do
partido Rogério Frediani.
Frediani solicita a deputado Projeto de Universidade Federal
No último dia 5 de maio, por
solicitação do vereador Rogério
Frediani-PSDB o deputado federal Luiz Fernando Machado,
também do PSDB, entrou com
um Projeto de Lei na Câmara
Federal autorizando o Poder
Executivo a criar a Universidade Federal do Litoral Norte de
São Paulo – a UFLN.
O Projeto de Lei de nº
884/2011 aguarda despachos
das comissões de educação e
cultura, administração e serviço público, finanças e tributação, constituição e justiça. O
Congresso Nacional já decretou
o projeto aguardando apenas a
conclusão das comissões relacionadas ao tema para votação.
O deputado Luiz Fernando
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Ubatuba comemora conservação do solo
e faz reflexão sobre o dia do índio
Ubatuba promoveu curso e
dia de campo em comemoração ao dia mundial da conservação do solo.
O curso foi realizado no último dia 26 de abril em ambiente
oficina, com troca de experiências entre os participantes e visita de campo a uma unidade
de referência agroecológica. A
palestrante foi a pesquisadora
Dra. Elaine Bahia Wutke, especialista em adubos verdes do
Instituto Agronômico de Campinas. O curso também contou
com a participação de agricultores familiares que já puderam experimentar o uso de
adubos verdes, que relataram
suas experiências.
O curso falou sobre o cultivo
de adubos verdes em geral,
coleta de sementes, aplicação
e vantagens, retorno econômico e viabilidade de uso para
os principais cultivos do Litoral
Norte: hortaliças diversas, banana e mandioca.
Para o Engenheiro Agrônomo
Antônio Marchiori – Extensionista da CATI em Ubatuba – “O
uso de adubos verdes é uma
tecnologia simples e barata,
adequada para utilização pela
agricultura familiar. Seu uso
permite a recuperação da terra
de forma relativamente rápida,
com o aumento da matéria orgânica do solo. Mas para fazer
uso desta tecnologia, a escolha
das espécies mais adaptadas
e o plantio na época adequada são fundamentais. Daí a
importância do conhecimento
e da experimentação nas propriedades rurais – em unidades
que vão servir como referência.
O clima do bioma Mata Atlântica no litoral paulista é muito
propício para a produção de
biomassa vegetal, porém é
preciso saber manejar o mato”
– explicou o Extensionista.
18 Maio 2011
Jornal MARANDUBA News
Lenda: A Caveirinha
Dra. Elaine Wutke do IAC fala sobre adubos verdes para agricultores
familiares, indígenas e quilombolas em Ubatuba
Estudo realizado pela Unidade
de Pesquisa e Desenvolvimento de Ubatuba da APTA (Agência Paulista de Tecnologia dos
Agronegócios), com apoio de
campo da CATI, verificou que,
todos os herbicidas testados, em
diversos tipos de solos da região,
colocavam em risco de contaminação os recursos hídricos.
Por meio do Projeto Redes
de Unidades de Referência
Agroecológica e do Programa
de Microbacias II foram implantados em Ubatuba alguns
campos de observação de plantio de adubos verdes (sete espécies). Depois da palestra da
Dra. Elaine Wutke na Casa da
Agricultura de Ubatuba, os produtores visitaram um destes
campos de observação, onde
foram discutidas vantagens
e dificuldades para o uso de
adubos verdes. Quem recebeu
a visita foi o produtor Caetano
dos Santos, que além dos adubos verdes já utiliza outras práticas agroecológicas.
A CATI de Ubatuba participa
de dois projetos financiados
pelo CNPq - além do Projeto
Redes de Unidades de Referência – coordenado pela pesquisadora Silvia Rocha Moreira
da APTA, também participa do
Projeto Flores Tropicais, coordenado pelo pesquisador Carlos Castro – do IAC, onde vem
se destacando o cultivo de helicônias.
Estes dois projetos foram idealizados em reunião realizada
com a presença do coordenador da CATI – o engenheiro agrônomo José Luiz Fortes
quando em visita a Unidade de
Pesquisa de Ubatuba.
Os resultados obtidos até o
momento são promissores,
com a crescente adoção das
tecnologias agroecológicas de
baixo custo preconizadas –
como biofertilizantes, caldas
protetoras , uso de composto e construção de estruturas
de bambu para cultivo protegido de baixo custo (“estufa
Ubatuba”).
Além do conteúdo do curso,
os participantes também elogiaram o desempenho da equipe de apoio – Regina Moscardo
(foto) e Valéria Cristina Barbosa, que ficaram na retaguarda
da realização do evento.
O curso foi realizado em ambiente de confraternização dos
participantes, que puderam
degustar o sabor da deliciosa
mandioca amarelinha, ente outros quitutes.
Marta Ap de Faria Tanuri
Quando se fala em mata, já
vem logo uma sensação de
arrepio... Devem ser reflexos
psicológicos dos “causos” que
nossos avôs e avós contavam
ao entardecer. A lenda e os
contos sempre foram prática
da comunidade mais antiga e
repassada para os seus descendentes.
Ainda mais que a comunidade atual, os “caiçaras de antigamente”, viviam também da
caça. E assim como os demais,
meu avô, Pedro Faria, pessoa
vinda da cidade de Natividade
da Serra, tinha esse costume.
Juntava-se aos seus amigos,
companheiros de roça, que tinham uma realidade parecida,
pouca renda e muitos filhos, e
iam caçar para ajudar no sustento da casa. E lá se metiam
mata a dentro, sem medo ou
receio, prontos para montar
um barraco em meio a floresta
e ficar por lá dias.
E numa destas idas à mata,
meu avô contava um “causo”
curioso que acontecera com ele
certa vez.
Estava ele caçando, subin-
do a mata da “Cotia”, quando
olhou para o chão e encontrou
um objeto curioso, pegou e
analisou cuidadosamente, era
uma caveira no tamanho de
um polegar. Achou um tanto estranho, uma caveira daquele tamanho, e pensou que
tipo de animal poderia ser com
aparência de crânio humano?
Guardou em seu bolso, e continuou... Até que se viu perdido e
todas as direções que tomava,
não o levava a lugar nenhum.
Sentia-se tonto e sem saída, o
céu escurecia, e o caminho de
volta ao barraco parecia cada
vez mais difícil de encontrar.
Aí lembrou-se da danada caveirinha em seu bolso, e assim
percebeu: “_ É essa cabecinha
aqui que tá me atrapalhando!”
Assim lançou sem dúvida
aquele objeto estranho mato
afora, só assim pôde voltar ao
barraco antes que a noite caísse de vez.
Ao voltar pra casa, meu avô
contou esse episódio aos filhos,
esposa e amigos, demonstrando medo e suspense, reações
que até então não existiam na
face corajosa de Pedro Faria.
18 Maio 2011
Motoclube inicia
campanha do
Agasalho
O Motoclube Dose Letal inicia
sua campanha de arrecadação
de roupas e cobertores. É o
inicio de mais uma ação social
promovida por seus associados. Sob o titulo “Não importa
o tamanho da sua doação – P,
M ou G” muitos moradores já
fizeram a sua parte. Para isto
basta você entregar a doação
na Adega D’Menor no bairro do
Sertão da Quina com Josué.
Sessão da
Câmara Municipal
de Ubatuba na
Região Sul
Na área social da Adega
D’Menor no bairro do Sertão
da Quina serão exibidas as reprises das Sessões de Câmaras
do município. A exibição será
todas as terças–feiras às 19
horas e lá você poderá acompanhar os trabalhos dos vereadores de Ubatuba. Confira.
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Jornal MARANDUBA News
Região Sul é tema de programa da TV Novo Tempo
EMILIO CAMPI
Nos últimos dias 2 e 3 de maio,
a TV Novo Tempo realizou entrevistas e filmagens para o
programa “De Passagem” que
trata de curiosidades, história, esportes, paisagens, novidades entre outros de cada
região do país e do mundo.
Desta vez esteve mostrando a
história da região através das
Ruínas da Lagoinha, a antiga
fazenda do barão João Alves
da Silva Porto. Vários assuntos
foram abordados pelo apresentador Tiago como datas,
modo de vida, a construção,
a crueldade com os escravos,
seu funcionamento, a fábrica
de vidros e muito mais. A entrevista foi realizada com Ezequiel dos Santos, que contou
detalhes deste período.
Depois foi a vez do esporte,
onde foi mostrada uma novidade que vem crescendo no
mundo – o Stand up. Trata-se
de uma modalidade de esporte que utiliza um pranchão e
um remo, na grande maioria é
remado em pé. Pode-se dizer
que é o bisneto da canoa. O
shaper Luciano (Lú) é quem
produz esta prancha por aqui.
Ele já mostrou sua habilidade
e o pranchão em outras entrevistas recebendo telefonemas
e e-mails de todo o Brasil perguntando sobre a novidade.
A equipe de TV chegou até
a região por um contato realizado no final de 2010 por
Luciano, que junto ao Jornal
Maranduba organizou e recebeu o programa. O programa
é visto no canal 141 da Sky
e no Vale do Paraíba, dependendo da região, nos canais
15, 17 e 30. Ele é exibido as
quartas-feiras as 14:30 hs.,
com reprises aos domingos as
11 da manhã e segunda duas
da tarde.
Com imagens do câmera
Ricardo, mais conhecido como
Avatar, o programa possui,
além de uma abordagem interessante, imagens espetaculares que cativa qualquer
um, principalmente o público
jovem.
Quem quiser saber mais sobre
o programa é só acessar www.
novotempo.com.br/depassagem e se deliciar com as experiências vividas pela equipe no
Brasil e mundo afora.
A equipe da Novo Tempo
recebeu camisetas “Eu amo
Ubatuba”, se deliciou com os
quitutes preparados pelo restaurante Petit Poá, da comerciante Giovana Costa, recebendo elogios pela qualidade.
Segundo eles a idéia é voltar
mais vezes para Ubatuba já que
tem muita coisa para mostrar.
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18 Maio 2011
Jornal MARANDUBA News
Alunos da escola Tiana Luiza entrevistam educador Dia das Mães Premiado
EZEQUIEL DOS SANTOS
No ultimo dia 02 de março,
alunos da escola municipal
Tiana Luiza do Araribá tiveram
uma grata surpresa com a visita do mestre em educação
professor José Pacheco. Ele é
educador na Escola da Ponte
em Portugal, tem casa em Belo
Horizonte - MG e nos últimos
nos realizou visitas a escola do
Araribá. Desta vez foi convidado a participar de entrevista
coletiva com os alunos sobre
seu trabalho em Educação.
Nesta visita Pacheco teve
uma conversa com os professores onde levantou algumas
reflexões educacionais, em outro momento foi à sala de aula
conversar com os alunos e depois a tão sonhada entrevista
com os alunos. As atividades
têm apoio da Secretaria Municipal de Educação, dos pais,
da comunidade e dos amigos
daquela escola. O convite da
direção da escola ao educador
ocorreu no 1º Congresso Internacional de Educação e teve
todo apoio de Pacheco.
A entrevista foi realizada pelos
alunos Priscila, Bruna, Yasmim,
Débora, Andressa, Querem,
Lucas, Rafael, Victor, Rafael
Machado e Marcos, todos entre
oito e nove anos. As perguntas
foram exclusivas dos alunos:
1- Quantos anos você tem?
– 59 anos.
2- Você tem filhos?
– Tenho dois filhos, sendo um
adotado quando pequeno.
3 – Você deu aula na Escola
da Ponte?
– Sim, dei muita aula na Escola da Ponte.
4 – Quando você era pequeno
também fazia projeto?
– não, minha escola não fazia
projeto.
5 – Qual é o projeto mais difícil que você já fez?
– o projeto mais difícil fui eu.
6 – Você também fazia projeto na escola da Ponte?
– Sim, eu fazia muitos projetos.
7 – Qual é o mais bacana que
você já fez?
– meu projeto mais bacana foi
meu filho.
8 – Como aumentar o espaço
da sala para ficar igual as Ponte?
– É só abrir as portas e se comunicar.
9 – Você esta gostando da
nossa escola? – Sim.
10 – Você vai continuar ajudando nossa escola?
- Vocês querem? Então eu venho.
Por e-mail o mestre lamenta
não ter tempo para ler e responder as mensagens que vai
recebendo. No final agradece
“aos nossos meninos”.
O educador português pode
se orgulhar por ter transformado seu sonho em realidade. Há
28 anos ele coordena a Escola
da Ponte, que não se utiliza dos
métodos tradicionais de ensino.
A Ponte não segue um sistema
baseado em seriação ou ciclos
e seus professores não são responsáveis por uma disciplina
ou por uma turma específicas.
As crianças e os adolescentes
que lá estudam definem quais
são suas áreas de interesse e
desenvolvem projetos de pesquisa, tanto em grupo como
individuais.
O sistema tem se mostrado viável por pelo menos dois
motivos: primeiro, porque os
educadores estão abertos a
mudanças; segundo, porque
as famílias dos alunos apóiam
e defendem a escola idealizada
por Pacheco.
Em entrevista a revista Nova
Escola da Editora Abril, Pacheco explica que lá não há séries,
ciclos, turmas, anos, manuais,
testes e aulas. Os estudantes
podem recorrer a qualquer professor para solicitar suas respostas. Se eles não conseguem
responder, os encaminham a
um especialista.
Não há salas de aula, e sim
lugares onde cada aluno procura pessoas, ferramentas e soluções, testa seus conhecimentos
e convive com os outros. São
os espaços educativos. Hoje,
eles estão designados por área.
Na humanística, por exemplo,
estuda-se História e Geografia;
no pavilhão das ciências fica
o material sobre Matemática;
e o central abriga a Educação
Artística e a Tecnológica e diz
que quem quer inovar deve ter
mais interrogações que certezas, finaliza Pacheco.
Assessoria Vereador Osmar
No último domingo, 08 de
maio, no bairro do Sertão da
Quina, realizado pelo vereador Osmar aconteceu o evento
“Dia das Mães Premiado”. O
evento contou com vários comerciantes e colaboradores.
Cerca de 500 mães dos bairros
da região sul da cidade concorreram a mais de 50 prêmios, houve ainda mulheres
homenageadas nesta data tão
especial. Qualquer mãe poderia participar, desde que estivesse presente e com o cupom
preenchido corretamente. Os
prêmios foram doados pelos
empresários e voluntários,
teve desde uma simples camiseta ou caixa de bombons até
mesmo fogões, tanquinhos
microondas , bicicletas ,mesa
com cadeiras e muitos outros.
Durante os intervalos dos
sorteios, a animação ficou
por conta dos voluntários
Dj’s Nenë e Chiquinha. Para a
criançada presente havia pipoca e algodão-doce à vontade.
A Polícia-Militar marcou presença e garantiu a segurança
do local, onde tudo ocorreu de
maneira harmoniosa. O espaço para a realização do evento
foi gentilmente cedido pelo Sr
Moisés Isaías que fica muito
bem localizado no Sertão da
Quina, o que facilitou o acesso
das mães.
Além dos sorteios, foram
contempladas também a mãe
mais jovem , a mãe mais idosa
e as mães que se propuseram
a fazer lindas declarações em
público.O vereador Osmar,
bastante emocionado, também manifestou sua declaração publicamente e recebeu
aplausos das mães e crianças
presentes que o agradeceram
por tal iniciativa e realização.
Muitos
outros
trabalhos
como as do “Dia das Mães Premiado” serão realizados ainda
este ano pelo vereador Osmar
e sua assessoria e espera-se
poder contar com o apoio dos
comerciantes, empresários e
voluntários para que cada vez
mais possam acontecer ações
comunitárias em nossa cidade,
ainda tão carente de eventos
voltados para a população.
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Jornal MARANDUBA News
Cantinho da Poesia
Um papel em branco
Associações da Regiao Sul se reúnem
com Comandante da PM de Ubatuba
Um papel em branco
É uma memória que não foi escrita
Um sonho de amor não realizado
Uma palavra que jamais foi dita
Um papel em branco
É a soma de desejos proibidos
Apagados pela borracha da vida
Que fere todos os nossos sentidos
Um papel em branco
É só uma folha sem futuro passado ou presente
Confissão pensada, mas nunca emitida
É o medo de por no papel o que nos vem à mente
Um papel em branco
É a confissão de que a vida é nada
Momentos perdidos no tempo e no espaço
Simples passagem que não foi marcada
Um papel em branco
É o silêncio de quem nada sente
Que passou pela vida como por encanto
E por aqui não deixou sequer uma semente
Manoel Del Valle Neto
Minha Rainha
Minha Rainha
Tu não imaginas quanto carinho
Que sinto por ti
Minha deusa aprendi
Que no teu lado
Sempre soube, fui amado.
Mamãe, enquanto Deus me honrar
Me honrar a vida
Irei sempre te amar.
Minha querida
Meu amor por ti é tanto
Que as vezes me pego em pranto
Recordando momentos incríveis
Que passamos juntos
Puro encanto.
Minha princesa
Nunca esquecerei
Da tua doçura, da tua beleza, dos teus anseios
Dos teus beijos
De teus abraços meigos
De seu amor por mim
Mamãe EU TE AMO tanto, tanto, tanto....
Wellington Gomes de Oliveira
Wagner José
No último dia 5 de maio, na
Regional Sul, cerca de 70 pessoas se reuniram para discutir
com o comandante da PM de
Ubatuba, Capitão PM Alexandre e o da Base Comunitária de
Segurança da Maranduba Sargento PM Prado ações positivas
bilaterais de apoio à segurança
e melhorias a infra-estrutura
do policiamento da região.
Representantes de 10 associações dos bairros da Tabatinga,
Caçandoca, Rio da Prata,
Maranduba, Sertão da Quina,
Araribá, Ingá e Lagoinha participaram da reunião.
Com apenas 34 dias a frente
do policiamento de Ubatuba
e de forma atenciosa o comandante ouviu as criticas,
sugestões e apoios da população nesta luta comum informando que vai reforçar o
policiamento na região. O resultado prático desta reunião
é o retorno do funcionamento
da base comunitária 24 horas,
outra medida a ser estudada é
a troca de turno que passará
a ser na própria base ao invés
do deslocamento dos policiais
ao centro da cidade.
Algumas destas associações encaminharam ofício
para que o deputado estadual Hélio Nishimoto-PSDB interceda junto ao governador
Geraldo Alckmin na busca de
melhorias, também destacam
a especial atenção de que merece a base da Maranduba,
para que possa atender todo
território de sua competência.
Na oportunidade solicitaram
também mais uma viatura de
apoio ao sargento rondante ou
Força-tática, uma viatura de
ronda 24 horas e atendimento
ao público 24 horas de segunda a domingo. No documento
as associações reconhecem
que, diante das dificuldades e
que mesmo distante do centro
35 quilômetros, a Base de Segurança da Maranduba é referencia de segurança pública
na região.
Em resposta ao ofício das
associações, o deputado informa que encaminhou direto a
Antonio Ferreira Pinto, Secretario Estadual de Segurança
Pública do Estado de São Paulo solicitando a concretização
do pedido da comunidade da
região sul de Ubatuba. Como
parte da responsabilidade da
população em colaborar com
a segurança pública, como na
foram comunitária de prover
segurança, qualquer cidadão
pode, de qualquer lugar ligar
para o 181.
Cada telefonema gerará um
documento que conforme o
número de ligações é encaminhado à autoridade competente. O 181 é sigiloso e fornece um protocolo para que
o cidadão possa acompanhar
todo o processo. Esse serviço
é igual ao do Rio de Janeiro
e lá a população é responsável por 60% do sucesso das
ações policiais. Lá os números
são categóricos em informar
de que aumentou a segurança da população e diminuiu o
tráfico de drogas vertiginosamente por conta dos telefonemas. As comunidades da região agradecem ao Comando
da PM pela atenção do dia da
reunião.
Ajude a Polícia a proteger você. Ligue 181 (Disk Denúncia)
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Fazenda Morcego: beleza natural construída por mãos escravas
EZEQUIEL DOS SANTOS
Após quase uma hora de caminhada por uma trilha ou
cinqüenta minutos de barco,
existe um lugar que, além da
história de luta, sofrimento e
sobrevivência, esconde uma
beleza espetacular. É o Saco do
Morcego, parte da antiga Fazenda Morcego.
Com provas físicas que sobreviveram a uma fase triste de nossa
história, o local abriga particularidades que só existe por estas
bandas. Ao adentrar no local é
possível avistar o que sobrou da
produção de duas épocas - a escrava e o antigo bairro.
Um pouco a frente o Rio Inhame, somada ao Rio da Bomba
e mais dois outros riachos formam um só que deságua graciosamente em forma de véu
de noiva, deslizando suave e
continuadamente sobre a pedra
da costeira caindo no mar. Às
vezes parece que é a água do
mar que sobe suavemente com
suas espumas sobre a pedra.
Beleza em forma de parceria
que enche os olhos até mesmo de moradores acostumados
com o local.
Muita gente pode não acreditar, mais se trata da mais pura
beleza divina, com um toque
humano. O riacho que hoje é
raso já foi local de banho porque quando fundo, havia uma
“pinguela” de madeira para sua
travessia. Do outro lado ruínas,
que são a prova real que formam os vestígios do porque o
local é chão quilombola.
A Mata Atlântica vem cobrindo
e encobrindo vestígios da história da formação de nosso povo.
O local realmente é uma pintura divina, daquelas que existe
apenas uma cópia e que seus
guardiões a protegem muito
bem.
Em meio à semeadura natural
é possível avistar mexeriqueiras, jaqueiras, laranjeiras, bananeiras, araçazeiros, ameixeiras, cambucaeiros, mamoeiros,
goiabeiras entre outros “eiros”
e “eiras” da época do cultivo
familiar. É tanta fruta que o
cheiro do local é doce, saboroso, principalmente quando
se mistura com outros aromas
da natureza. À frente, a enseada do lugar é boa para pesca
artesanal, mas também para
contemplação, foto, pintura,
um verdadeiro relax para alma
e para o corpo.
Os sons produzidos pela natureza do local esvaziam a nossa
mente das porcarias cotidianas
e nos dão uma nova recarga. O
ar maresiado pelo sal das águas
desintoxica nossos pulmões
energizando nossa capacidade
aeróbica. Na realidade o local
é um excelente terapeuta, psicólogo, analista, companheiro,
amigo.
No dia das fotos a equipe do
Jornal Maranduba News foi
agraciada com a visão de um
bando de botos. Tartarugas
também vieram a nosso encontro. Todas perto da praia de
Fotos: Ezequiel dos Santos
Local servia para desembarque de produtos e mantimentos. Também utilizado no tráfico de escravos.
pedras da qual formam o funil
desta enseada. Lá a profundidade é de aproximadamente
seis metros, as plantas quase
chegam ao mar. Triste mesmo
é a quantidade de lixo que acomoda na praia de pedras trazidas de outros lugares. É o lixo
urbano invadindo o paraíso e
não é de agora, há muitas décadas isso acontece. Como diz
os antigos: “Uma judieira!”
Cachoeira desagua no mar através da costeira, oferecendo um visual inédito. Ao fundo a vista de Ilhabela completa o visual.
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Jornal MARANDUBA News
Local ainda guarda grandes mistérios do passado
EZEQUIEL DOS SANTOS
O local mantém as estruturas
da antiga fazenda a beira mar. É
possível subir os degraus de pedra que outrora fora dos barões,
ao fundo os antigos pilares de
sustentação, ao lado uma caixa
de pedra no chão que mais lembra uma piscina, caixa de água
ou algo semelhante. Esta caixa
é rodeada de muitas especulações sombrias sobre o trato aos
negros na localidade. Ao fundo,
para segurar o barranco um
muro de pedra que vai “fora a
fora” de um lado para o outro.
Uma pedra redonda com furos
no meio era utilizada como parte
de uma moenda. De todo o lado
marcas no chão da casa grande.
Isto é só o que podemos ver. Em
seu solo muita coisa foi enterrada e ainda trata-se de um grande mistério.
No local ainda existe uma casa
antiga bem menor do que foi a
casa de um barão. Falo da casa
de Benedicto Antunes de Sá, 69,
mais conhecido como “Ditinho
Antunes”, nascido na localidade.
Em 1964, por conta da ocasião
de seu casamento construiu a
casa no terreiro do barão e em
1966 fez de lá sua morada.
Na época o local era de seu pai
Luiz Antunes de Sá que possuía
grandes roças, principalmente
bananais. Ele nos conta que o
lugar tinha muito mais pilares.
Quando abriu roça para o sustento da família descobriu muita
coisa enterrada, vigas de pedra,
pedaços de ferro, correntes.
O mais estranho foi quando
resolveu mexer num circulo de
pedra enterrado no chão. Conta-nos que foi tirando as pedras
até que chegou numa peça única
que parecia uma tampa de aço,
com um pedaço de madeira bateu naquilo que fazia realmente o som de alguma coisa feito
também de aço. Deixou lá para
Cutia. Hoje se vê de outra forma, mas em sua época a lida do
dia-a-dia era muito dura.
Seu Ditinho nos conta que a
dureza era tanta que as pessoas que lá moravam eram o
mesmo que desbravadores, que
tinham de enfrentar as incertezas da vida, muitos morriam no
caminho, no mar, em casa, nas
caçadas. “Naquela época tudo
o povo sabia fazer, o meio ambiente não tratava trabalhador
como vagabundo, como bandido, como marginal”. Dos entrevistados, foi comentário unânime de quem conheceu nossas
regiões e respeitou a cultura
litorânea profundamente.
Construções em pedra mostram a grandeza que já foi o local de antiga fazenda de cana de açucar.
mexer outro dia e nunca mais foi
ver do que realmente se tratava.
“Tem muita coisa lá enterrada e
nunca descobriremos o que é!”,
comenta Ditinho. Existe um espaço entre o degrau e a pedra
pro mar que o pai dele planta-
va feijão. Eles chegaram a tirar
algas marinhas para mandar ao
Japão. Nos bananais do seu pai
trabalhavam os camaradas João
da Mata, Geraldo Benedito e
Dorvalino que davam um duro
danado para seu ganha pão.
Ao lado pela costeira existe um
local chamado “Cavalo Grande”.
São pelos menos setecentos
metros de costeira em forma de
uma única pedra que tem a forma de uma ferradura de cavalo
até o mar, que vai até o canto da
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Jornal MARANDUBA News
Região Sul chora a morte de morador tradicional
Faleceu na manhã do último
dia 9, de complicações cardíacas, o morador Benedito Manoel dos Santos de 81 anos.
Benedito é carinhosamente
conhecido como Seu Kito e
neto de um dos fundadores
do Sertão da Quina. Ele deixa
esposa, nove filhos, irmãos,
dezenas de netos e centenas
de amigos.
Homem inteligente, de fácil
entendimento, era humilde,
calmo, conversador, sempre
reconhecido por seu sorriso
farto e brincadeiras sadias
com adultos e crianças. Ele foi
um dos últimos desbravadores
da região.
Trabalhou na Fazenda dos
Ingleses, na construção da
rodovia Rio-Santos, na sondagem de nossas matas para
a construção da represa de
Paraibuna, na construção da
Casa de Emaús e em muitos
mutirões para abrir estradas.
Seu Kito foi um dos maiores colabores do Jornal
Maranduba e dos levantamentos históricos, antropológicos
e culturais de nossa região.
Foi peça fundamental para
a produção do DVD sobre o
acontecimento de 1915-1917
que trata do aparecimento da
Imaculada neste solo.
Homem que começou a vida
trabalhando na roça e caçando para buscar o sustento da
família. Desde cedo aprendeu
a lutar pela sobrevivência e
foi com este fundamento que
construiu uma bela família,
que agora, com os demais,
chora a perda de seu patriarca. Foi sempre colaborador
dos “compadres” e “comadres” para tudo.
Pessoa que deixa saudades e
um vasto etnoconhecimento
sobre nossa terra, ar, mata e
mar. Não havia um pedaço de
chão que ele não conhecesse,
eram fartas as suas histórias
sobre qualquer coisa, desde
os bananais em Santos aos
pescadores do Cambury, passando pela previsão do tempo
chegando ao nome de cada
lugar que lhe era mostrado.
Esta perda foi reconhecida
pela Câmara Municipal de
Ubatuba através de Moção de
Pesar aprovado pelos verea-
dores presentes e entregue
aos familiares de Seu Kito.
A família neste momento de
dor agradece toda a manifestação de carinho, apoio e solidariedade que recebeu. A comunidade se despede de mais
um ícone do patrimônio das
tradições do litoral brasileiro,
que merece as mais sinceras
homenagens.
18 Maio 2011
18 Maio 2011
Mamãe e as receitas
antigas para viver em paz
Cristina Ap. Oliveira
Sempre gostei das receitas antigas de minha mãe. Ela tinha
receita para quase tudo e algumas na verdade eram de sua
autoria. A que eu mais utilizo
é o da paciência. Ela dizia que
para paciência o melhor remédio é ocupar as mãos, só assim
você controla a mente, ativa o
cérebro. Tente se concentra nas
contas do terço, tenho certeza
que esquecerá de pensar besteiras...
Minha mãe dizia que o melhor
alimento é aquele que se come
em paz. Então não era permitido chorar pelo leite derramado,
nem se desesperar por meia
cuia de farinha.
Receita tem sempre um segredinho, mesmo que ele não exista de fato. Minha mãe sempre
dizia que segredo a gente não
revela nem sobre tortura, só
quando é troca de informação.
Não quer as contas do terço,
então tente colher um muda de
planta e transportá-la para o
solo, regue e acompanhe o seu
crescimento, já é uma boa terapia. Será que não é a planta que
vai acompanhar seu desenvolvimento, seu crescimento?
Vocês devem pensar que sou
louca, mas o que minha mãe
queria dizer com tudo isto?
Simples, a melhor receita, seja
de quem for sempre funciona-
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Jornal MARANDUBA News
rá, tente misturar um pouco de
otimismo e nunca, nunca mesmo procurar pelos segredinhos.
Procurar eles fará você um escravo dos pensamentos dos outros, você se corroerá por nada
as vezes. Valerá a pena?
Lembro-me que a receita
mais antiga de minha mãe era
a confiança em Deus e acredite esta receita era sempre na
medida certa, em quantidade
de rendimento para a toda a
família. É isso aí! Meu recado é
que nunca procure por receitas
mágicas para viver, senão você
vive para as receitas que o levam ao fundo da panela.
Na simplicidade da vida de
nossos pais havia muita sabedoria, muitas receitas na medida certa. E seu cardápio de
receitas como anda? Sem medidas, sem sabor, sem crescimento, sem graça? Não tente por a
culpa em alguém. Diz o ditado
que quanto mais se bate mais
cresce o bolo. Embora pareça
uma receita sem medidas, ela é
a ideal para você.
Cresça e viva em paz.
Maranduba tem “Trenzinho Caiçara”
De iniciativa do empresário
Hugo Churros em parceria
com a jovem turismóloga Caru
Lemos e do motorista Téo
(alemão) foi apresentado à
comunidade ligada ao turismo
o Trenzinho Caiçara.
Esta modalidade agradou a
todos, já que se trata de um
dispositivo muito interessante e diferenciado na hora de
mostrar os pontos turísticos
da região.
A prova de batismo foi no último feriado de Semana Santa na Maranduba e o resultado foi positivo, segundo os
organizadores.
Como algo que se move e
chama a atenção ele também
está a disposição para locação de propagandas, eventos, igrejas, festas e escolas.
No último feriado o trenzinho
realizou três roteiros básicos:
Cachoeiras do Sertão da Quina, na qual mostrou as belezas naturais, passeios notur-
nos mostrando a orla e Ruínas
da Lagoinha, enriquecendo os
grupos de estudos com pontos
de interesse histórico-cultural
e antropológico.
A comunidade aprovou a idéia
já que serviu de ponto de referencia na mostra das atrações
turísticas, históricas e culturais
de que a região sul dispõe.
Quem andou no trenzinho
aprovou a idéia e pretende
voltar para outros passeios.
Contatos podem ser realizados
pelo e-mail trenzinhocaicara@
hotmail.com ou pelos telefones 9766-6762 com Hugo ou
9168-7933 com Caru.
Moradores antigos ao longo da trilha
Caçandoca/Figueira
Em entrevista a Benedicto
Antunes de Sá, 69 - Ditinho
Antunes, aproveitamos para
perguntar se ele lembrava dos
moradores que se encontravam no decorrer da trilha da
Caçandoca até a Praia da Figueira. Sua lembrança nos dá
uma lista de nomes, pelo menos os mais antigos ou o equivalente a lembrança de sua
juventude.
Eram eles: Bito (Benedito)
Estevão, Abel, Jonas, Pedro
Germano, Benjamim, Sudário,
Claudiano, Bito Domingos, Celestino, João Antunes, Leocádio, Antonio Eduardo, Durvalino, Leopoldo Felipe, Nelson,
João Giraud, Olávio, Orino,
João da Mata (pai e filho), Pureza, Bazilio, Valter Zacarias,
Miquelina, Benedito da Mata,
Olívio, Erundino Gabriel, João
Gabriel, Mané João, Benedito
Marcolino, Ezidia, Bito Gabriel,
João Gabriel, Rozário, Maria
Rozário, Anastácia Rozaria, Julio, Caetano, José Alexandre,
Dito Juvenal (pai e filho), Luiz
Antunes de Sá, João Lopes
Guimarães, Benedito Antunes
de Sá, Januário Antunes de Sá,
Gregório, Anastácio, Teófilo,
Benedito Araújo, Adelino Araújo, Paulo Custódio, Virgino Custódio, Manoel Lourenço, Benedito Antonio, Luiz Januário (pai
e filho), Emídia, Antonio Barra
Seca, Benedito João, Paulino,
Manoel Eduardo, Horácio, Sebastião, Ambrósio, Aristeu, Girinaldo, Jacinta, Ernesto, Aristides, Jacinta, Ernesto, Aristides,
Roque e Francisco. Fora os vários nomes que são lembrados
por outros moradores da sua
faixa de idade.
São moradores que tanto estavam à beira do mar, do caminho ou no cerro do morro.
Por várias décadas este foi o
lugar que mais tinham moradores na região. Era tanta
gente que proporcionalmente
tinha mais pessoas que quase
todos os bairros da região sul
de Ubatuba. Muitos que nós
encontramos hoje descendem
dos nomes acima relacionados e tem ligação direta com o
quilombo lá existente.
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Gente da nossa história:
Marlene Isaias Amorim
Á quem diga que não devemos recordar coisas passadas
porque corremos o risco de
perder o momento presente.
Toda experiência positiva ou
negativa que fizemos na vida
só serviram para nosso amadurecimento; agora quando
uma experiência do passado
só nos trouxe alegrias porque
não revivê-las.
Quero aqui reviver junto com
outros que fizeram esta mesma experiência – a de uma
fase muito boa que a igreja
do litoral norte viveu. Foi em
1976, através de uma pessoa
muito especial, frei Vitório Infantino.
De família cristã, Vitório nasceu na Itália em Tricárico,
região sofrida com a conseqüência da guerra. Ele ainda
jovem se apaixonou pelo ideal
de vida de Francisco de Assis
entrando na Ordem Franciscana dos Frades Menores Conventuais.
Homem de Deus experimentado na oração e na fé, profundo conhecedor da pessoa
humana chegou ao Brasil em
l966 em Santo André. Daí foi
para Caçapava em 1967 até
1972 deixando sua marca. Lá
construiu a Casa Kolb, em homenagem ao irmão franciscano que deu sua vida no campo
de concentração dos nazistas.
Ajudou a concretizar o sonho
do Conviver: uma casa que
acolhe crianças especiais, a
ter sede própria no terreno
doado pela Prefeitura de Caçapava no Recanto Esperança.
Obedecendo a seu superior
veio para Ubatuba assumir a
Paróquia Exaltação de Santa
Cruz e Paróquia Santo Antonio
em Caraguatatuba.
Seu trabalho pastoral era
anunciar a Boa Nova do reino
de maneira apaixonante com
18 Maio 2011
Jornal MARANDUBA News
Frei Vitório Infantino - O homem das obras sociais e religiosas
Frei Vitório realiza celebração após inauguração da Casa de Emaús no final da década de 70
o desafio da pratica em nosso
dia a dia. Quando o ouvi pela
primeira vez parecia conhecer
meus dezessete anos vividos.
Foi ele o pioneiro idealizador
da construção da casa de
Emaús no Sertão da Quina,
onde se tornou na época,
centro de espiritualidade
do litoral norte e algumas
cidades do vale do Paraíba
como Caçapava, Taubaté e
São José dos Campos.
O nome Emaús era providencial, pois o nosso coração ardia quando ele nos
falava: construção simples,
ampla e acolhedora uma capela de pedra inspirada na
espiritualidade de Francisco.
Belíssima!
Vivemos ali intensas experiências de oração, silêncio,
encontros conosco e com
Deus através do retiros de
jovens, cursilhos de cristandade, retiros de férias, ultréias,
etc...
Formou-se ao redor do anúncio uma vivencia da comunidade cristã onde o amor, a
verdade, o respeito a partilha
eram valores vivenciados e ali,
homens, mulheres ,crianças ,
delegado, Juiz de Direito, professores formavam uma Família de Profunda Comunhão.
A meus pais e a ele devo mi-
nha formação cristã e a minha
minguada fé.Vivemos momentos belíssimos de nossa
juventude na descoberta de
um sentido para a vida .
Hoje, aguardamos ansiosos
a reconstrução da casa de
Emaús e o retorno de suas
atividades no local previsto na
profecia de Maria. Tudo através de fatos vividos pela comunidade, trazendo um livro
de historias acompanhamos
com grande alegria outra faze
esperando tudo que ainda
irá acontecer.
Ele também fez outras
obras como o Lar Vicentino
em Ubatuba, o Conviver em
Caçapava, muito importantes à comunidade. Em 1986
cria o CEPC , uma entidade
filantrópica sem fins lucrativos que atende mães com
filhos com as mais variadas
necessidades especiais.
Sem querer, no topo da
Serra do Quebra Cangalha,
quase na divisa entre Jambeiro e Caçapava, o frei descobriu um micro-clima seco
idêntico ao da regiao da Itália onde nasceu. Á começou
a produzir uvas e posteriormente um vinho de excelente
qualidade.
Mas sua maior
obra foi e é a de edificar em
cada pessoa humana o sentido novo de viver.
Como mãe, esposa e pessoa cristã sinto que hoje falta
aos jovens, crianças, homens
e mulheres uma experiência
mais profunda do absoluto
de Deus, onde tudo deixamos
para alcançar aquele que é
nosso maior tesouro (a pessoa de Jesus) tudo o mais será
conseqüência.
Ao nosso querido frei hoje
com73 anos vem lutando com
sua doença, porém fortalecido
da vontade de viver e viver
por amor. O nosso amor, respeito, agradecimento pela sua
vida consumida pela igreja por
onde passou.
Em 20/08/2009 recebeu das
mãos da vereadora Reinalma
Montalvão o titulo de cidadão Caçapavense. O evento
contou com várias autoridades locais e regionais, contou
também com a presença do
Abade Mathias Tolentino Braga do Mosteiro de São Bento.
Vitório é o fundador do Hospital São Francisco em Jacareí
que hoje continua sendo uma
extensão de ajuda aos pacientes do litoral norte, pois ainda
somos carentes de tudo principalmente no setor saúde.
Quem quiser visitá-lo pode
chegar até a comunidade que
se reúne no sitio em Jambeiro
para rezar e conviver com este
homem tão querido e que se
deixa conduzir por Deus.
Jornal Maranduba News
ANUNCIE
(12) 9714.5678
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Jornal MARANDUBA News
Tecnologia nipo-caiçara no Saco das Bananas
EZEQUIEL DOS SANTOS
No saco das Bananas, em
1977, o quilombola Domingos
Crispim dos Santos, vinha, em
quase uma hora de caminhada, trazendo nas costas a sua
casa uma novidade, era uma
TV Philco-Ford preto e branco
de 14 polegadas toda em madeira.
Era tudo para ver o lendário Rui Rei, da Ponte Preta,
jogar. Era ligada a uma bateria que era carregada em
Caraguatatuba num posto de
combustível. O carregamento
levava quatro dias. Quando
ia com a bateria voltava com
compras para casa pela mesma trilha. Depois teve um motor a gasolina, depois uma a
diesel e nestas últimas duas
décadas tentou fazer um gerador a água. Neste tempo
gastava dois botijões de gás
por mês só com a geladeira.
Sofrimento até que os pesquisadores Mário Kawano
(PUC-FEI-SP), Douglas Cassiano (UNIFESP), Henrique
Senna (IPEN) e Roque Senna
(IPEN) vieram realizar um estudo para outra pessoa, como
não o encontraram, foram a
casa de Domingos que estava
com Elias do Gregório.
O projeto denominado de
Micro Central Hidrelétrica é
considerado um achado pelo
quilombola, que hoje sorrindo,
nos revela que tem a esperança de que a família passe mais
tempo por lá. O morador é um
homem inteligente, simples,
trabalhador, educado, sorridente e acolhedor. Tanta qua-
Domingos e sua LCD Full HD: tecnologia de ponta no quilombo
lidade é de fácil entendimento quando vemos a placa ao
lado de sua porta de entrada:
“Aqui tem gente feliz”.
Ainda regado a música caipira de raiz, o local denominado
Sitio São Lourenço não mudou
muito desde o nascimento
e a criação do morador. Ao
lado ainda é possível ver o
que restou da casa de seus
pais, Januário Antunes de Sá
e Laura Crispim dos Santos.
Gerador movido a água abastece eletrodomésticos da família
O sitio possui dois mil pés de
bananas, além de centenas de
outras frutas. Atrás da casa
“descansa em paz” agora o
motor a diesel.
A central elétrica ocupa um
espaço de 1,5 metros quadrados e por enquanto “toca
energia” para uma TV de LCD,
1 receptor, 1 geladeira, 2
Dvds, 2 rádios, 1 radio VHF,
1 sanduicheira, 1 maquina de
lavar, 1 parabólica, tomadas e
lâmpadas a vontade.
Quase sem ruídos o mecanismo utiliza uma Micro Turbina
Pelton, 180 metros de mangueira de duas polegadas reduzindo para dois milímetros,
produzindo um jato de água
que pode facilmente cortar a
mão de uma pessoa. A água
utilizada retorna ao riacho.
Para os pesquisadores a
idéia foi estimular a utilização
de hidroeletricidade, nestas
circunstâncias, parece a melhor alternativa para combinar preservação ambiental e
um mínimo de conforto para
as populações residentes. Domingos nos conta que grande
parte dos materiais ela já possuía e que uma usina destas,
completa, sai na média por R$
10 mil reais. Barato se considerar o custo/beneficio, já que
não precisa pagar a concessionário todo mês, a distancia
da residência e a facilidade de
manutenção.
O morador por possuir grande parte do material pagou
um décimo do valor. Parabéns
ao quilombola Domingos, 61
anos, membro da Associação
do Quilombo Caçandoquinha
cerne do lugar que hoje colhe
os frutos da persistência, paciência e esperança.
Bom mesmo é acompanhá-lo na contemplação do amanhecer e do entardecer do dia
naquele pedaço de paraíso,
sentado a soleira da porta escorada por um osso de baleia,
ouvindo os sons da natureza e
agora, ao invés do “Zé Bétio”, o
noticiário das oito em Full HD.
Toda energia é armazenada em baterias que suprem a casa
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Jornal MARANDUBA News
Piedosa União Filhas de Maria: as filhas da verdadeira virtude
EZEQUIEL DOS SANTOS
Na época em que não havia
fé através do 0800, do e-mail,
boleto bancário, show business ou megaeventos, um
grupos de jovens mulheres
faziam toda a diferença. Eram
as Filhas de Maria - Piedosa
(Pia) União das Filhas de Maria da região.
Esta União teve sua origem
da Ordem dos Cônegos regulares, no século XII, que o
beato Pedro de Honestis instituiu na igreja de Santa Maria
do Porto, em Ravena. A Pia
que, além da santa medalha
pendente do pescoço, traziam à cintura uma faixa azul.
Eram meninas que depois da
catequese ingressavam nesta congregação, outras conquistavam o título por conta
do seu fervor e devoção. Por
aqui depois que casavam
passavam para o Apostolado
Coração de Jesus. Religiosos
e especialistas apontam as
Filhas de Maria como a mais
saudável e santa das instituições religiosas, haja vista a
difusão de suas doces mensagens aos humildes de coração
e a atitude mariana aplicada
no cotidiano sem exageros.
No Brasil sua primeira associação foi organizada em Minas Gerais ano de 1853, durante o governo episcopal de
Dom Antônio Ferreira Viçoso.
Por aqui, foi logo depois das
cinco aparições da Imaculada
na região. Este “ajuntamento de jovens mulheres” ficou
logo conhecido pelos cognomes de “A Piedosa” ou a “A
Pia” devido à sua extrema
devoção. Diferente de fanatismo elas demonstravam de
forma equilibrada suas intenções tanto na prática quanto
na teoria.
As filhas tinham regras de
convivência religiosa, comunitaria e familiar a serem seguidas por vontade própria.
Elas constituiram por várias
décadas os pilares da verdadeira fé a serem seguidas até
serem substituidas por uma fé
“enlatada” e paga.
Elas não levavam uma vida
de freira, mas sim de uma
donzela, que saiba viver sem
exageros. Podiam se vestir
Diploma de Admissão de uma Piedosa
conforme suas condições, ir
ao cinema, aos teatros, bate-pé desde que se comportassem com descencia dentro de
um exemplo mariano. Uma
Filha de Maria vivia com o intuito de garantir um cotidiano
honrado a si e a sua familia.
Eram devotas também de
suas obrigações como filha,
esposa-mulher, mãe, avó,
amiga e companheira para todas as horas.
Entre os anos de 1875 e
1948 esta organização alcançou 117 associações e
11.623 filiadas. Pesquisadoras
apontam as Filhas de Maria
constituídas como ambientes
de preparação espiritual de
jovens para serem guardiãs
da moral e da religião sem
perder o pé na terra em que
vivem.
Num regulamento de 14
itens, muitos ainda estão bem
atuais como o combate a ociosidade, a pratica da caridade,
levantar-se cedo, meditação
ao menos um quarto de hora
de cada dia, amar o trabalho,
não se esquecer do Mês de
Maria em honra da Rainha do
Céu entre outros.
Em muitos lugares as congregações femininas viraram
escolas organizadas. Na década de 1950, correspondiam a
50% das escolas privadas do
país e o número de educandários ligados às ordens religiosas era maior que as escolas
públicas.
Em nossa região podemos
citar alguns nomes como Orzília, Luzia Epifania, Gertrudes,
Maria das Graças, Catarina,
Maria e Benedita (filhas do
Jorge da Mata), Tiana Pedro,
Tia Óta, dentre muitas outras
que passaram sem saber por
um processo pedagógico-catequético-espiritual da escola
de Maria.
Domingo a tarde elas se juntavam para rezar o Ofício a
Nossa Senhora das Graças,
participavam de todas as procissões, das missas, dos casamentos. Tudo sem esquecer o
esposo, os filhos, seus afazeres, a sua família. Nada que
tirassem sua liberdade, era
dedicação espiritual e prática
a ponto de se fundirem e dar
bons e saudáveis exemplos.
As meninas que estavam na
catequese possuíam a “cruzada infantil”, que tinha uma fita
amarela, quando terminavam a
catequese recebiam a fita azul
em dia especifico em ritual religioso com o cântico “Dos teus
cruzados aqui reunidos...”, só
então passavam para a Piedosa. Era um dia de festa, de lágrimas de felicidade.
O Diploma de Admissão era
conferido a nova congregada. Por trás deste documento
simples havia toda uma história de luta, fé, humildade,
coragem e dedicação. Documento este que não poderia ser comprado, forjado ou
adulterado. Diferente de hoje,
naquele período era na pratica
que se sabia quem era quem,
tanto na fé como na vida real
sem fanatismo e muito menos
sem exagero, como pregou a
Virtuosa que aqui esteve entre 1915 e 1917 dizendo que
era tudo para Jesus e nada
sem Maria, quando não, peça
a Mãe que o Filho atenderá,
mas não na TV, na sua comunidade, na vida real através
dos calos feitos pelos rosários
e pelo carinho que as Piedosas sabiam oferecer.
18 Maio 2011
Jornal MARANDUBA News
Coluna da
Túnel do Tempo
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Adelina Campi
A escolha é sempre nossa
1978
Encontro de Mulheres na Casa de Emaús, no Sertão da Quina
1988
Já foi um grande seresteiro
1994
Modelito verde-amarelo caía bem
1975
Abraço sertanejo para a foto
2010
Bairro protegido por Lei Federal...
Há vários séculos, em tempos de guerras e conquistas,
havia um rei que causava espanto pela forma que tratava
os prisioneiros de guerra. Ele
não os matava ou torturava,
mas levava-os a uma grande
sala onde num canto havia
um grupo de arqueiros, e em
outro canto uma imensa porta
de ferro, na qual haviam figuras de caveiras cobertas por
sangue.
Nesta sala ele os fazia ficar
encostados na parede, e lhes
dizia:
- Senhores, vocês podem escolher: serem meus escravos,
tentar fugir e morrer pelas
flechas de meus arqueiros, ou
passar por aquela porta.
A maioria dos prisioneiros
escolhia a escravidão, outros
tentavam fugir e eram mortos pelos arqueiros, porém,
nunca, qualquer um deles escolheu passar pela porta de
ferro.
Ao término de uma das guerras, um soldado que por muito
tempo servira o rei, lhe disse:
- Senhor, posso lhe fazer
uma pergunta?
- Diga, soldado.
- O que há de tão assustador
atrás daquela porta?
- Abra e veja – respondeu o rei.
O soldado então abre a grande porta vagarosamente, e
percebe que à medida que o
faz, raios de sol vão adentrando e clareando o ambiente, e
que quando aberta, levaria os
prisioneiros à liberdade.
O soldado admirado, apenas
olha para o rei que diz:
- Não se espante soldado;
assim como Deus faz conosco,
eu dava a eles o livre arbítrio
para escolherem o que queriam para suas vidas, e muitos
preferiam ser escravos ou até
mesmo morrer, a arriscar abrir
a porta.
O texto fala por si mesmo;
apenas reflita sobre isso: O
Ser humano não morre quando para de respirar, mas quando deixa de sonhar. Melhor é
lamentar o que se fez, do que
se arrepender por nunca ter
tentado.
Tenha um excelente dia com
Cristo.
2010
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Saco do Morcego - Jornal Maranduba News