SONDAGEM INDUSTRIAL DE SC
Agosto de 2015
Perspectivas continuam em baixa
A Sondagem industrial, realizada junto a 169 indústrias catarinenses no mês de agosto, mostrou
que as expectativas da indústria para os próximos seis meses continuam negativas. Os indicadores de
demanda, compras de matérias-primas, número de empregados e exportação mantêm-se abaixo dos
cinquenta pontos, sinalizando que haverá retração nos próximos seis meses. Apesar do câmbio, as
perspectivas de baixo dinamismo do mercado externo têm afetado a expectativa do exportador
catarinense. A demanda, ainda considerada fraca, está com tendência de melhora, conforme mostra o
gráfico abaixo.
Perspectivas da indústria para os próximos seis meses (pontos)
58
55,4
56
54
Acima de
50 pontos
= otimista
53,1
52
50
48
51,1
49,3
48,5
48,2
46
44,2
44
42
42,3
40
ago.14 set.14 out.14 nov.14 dez.14 jan.15 fev.15 mar.15 abr.15 mai.15 jun.15 jul.15
demanda de produtos
número de empregados
compras de matéria-prima
quantidade exportada
Fonte: FIESC/PEI e CNI
O Indicador varia no intervalo de 0 a 100. Valores acima de 50 indicam expectativa de crescimento da demanda, da quantidade exportada, do
emprego e da compra de matérias-primas nos próximos seis meses.
A desaceleração do mercado chinês e a consequente desvalorização cambial daquele país,
aumentam as chances de passarmos por um período de baixo crescimento econômico mundial. Apesar
da desvalorização cambial do Brasil, outros países emergentes também efetuaram o mesmo
movimento, o que parcialmente anula as vantagens decorrentes do novo patamar cambial brasileiro.
Na semana passada, o OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico)
reduziu sua previsão de crescimento mundial para 3% em 2015 e 3,6% em 2016, conforme mostra o
quadro abaixo. A instituição ressalta as dificuldades da zona do Euro, que enfrenta um sistema bancário
frágil, onde o fluxo de crédito do BCE não chega a empresas e consumidores, o que limita o crescimento
a taxas menores do que as dos EUA. A desaceleração da China e o consequente menor crescimento das
suas importações explica o menor dinamismo do comércio global e da queda do preço das commodities.
O receio quanto ao tamanho da desaceleração da economia chinesa é o maior fator de risco para a
economia mundial em 2015 e 2016. Portanto, as condições internacionais sugerem cautela nas
projeções de vendas externas para os próximos meses, sobretudo às direcionadas a países emergentes
e ao continente europeu.
Crescimento econômico em 2014 e projeções para 2015 e 2016 (variação % do PIB)
2014
2015
2016
Setembro
2015
Projeção
Diferença do
“Economic
Outlook” de
junho (p.p.)
Setembro
2015
Projeção
Diferença do
“Economic
Outlook” de
junho (p.p.)
Estados Unidos
Zona do Euro
Japão
Alemanha
França
Itália
Reino Unido
Canadá
2,4
0,9
-0,1
1,6
0,2
-0,4
3,0
2,4
2,4
1,6
0,6
1,6
1,0
0,7
2,4
1,1
0,4
0,1
-0,1
0,0
-0,1
0,1
0,0
-0,4
2,6
1,9
1,2
2,0
1,4
1,3
2,3
2,1
-0,2
-0,2
-0,2
-0,4
-0,3
-0,2
0,0
-0,2
China
Índia
Brasil
7,4
7,2
0,2
6,7
7,2
-2,8
-0,1
-0,1
-2,0
6,5
7,3
-0,7
-0,2
-0,1
-1,8
Resto do mundo
2,8
2,3
-0,2
3,3
-0,3
Mundo
3,3
3,0
-0,1
Fonte: OCDE Interim Economic Outlook, 16 september 2015.
3,6
-0,2
Investimentos
Frente a este contexto, a indústria catarinense continua diminuindo a intenção de investir.
Somente 13% das empresas pesquisadas afirmou que realizará investimentos nos próximos 6 meses,
definitivamente. Das demais, 22% respondeu que provavelmente investirá e 65% não realizará
investimentos nos próximos meses, frente a 60% no mês anterior. Observa-se pelo gráfico abaixo que o
indicador de intenção de realizar investimentos está em queda desde novembro de 2014.
Intenção de investir nos próximos seis meses (pontos)
70
65
66,4
63,2
62,9
60
64,6
61,2
60,8
56,3
55
54,9
55,8
57,1
55
53,6
52,5
50
57,4
Acima de 50
pontos =
intenção de
investir
52,6 51,7
49,2
47,2
48,2
45
44,7
40
45
41,3
nov dez jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez jan fev mar abr mai jun jul ago
2013
2014
2015
Fonte: FIESC/PEI e CNI. O Indicador varia no intervalo de 0 a 100. Valores acima de 50 indicam intenção de investir nos próximos seis meses.
Valores abaixo de 50 indicam que não há intenção de investir nos próximos seis meses.
As pequenas e médias empresas são as que mais responderam que não realizarão investimentos
nos próximos seis meses. Se considerados somente os dados das grandes empresas, observa-se que a
maioria afirmou que realizará investimentos, ou definitivamente (19%), ou provavelmente (32%), apesar
deste número estar apresentando recuo ao longo dos meses, o que denota que mesmo as grandes
empresas estão reavaliando a continuidade dos investimentos.
Produção
Em agosto de 2015, o indicador de volume de produção foi de 44,4 pontos, o que sinaliza
retração da quantidade produzida em relação ao mês anterior. Foi o pior agosto desde 2012. Todos os
portes de empresas sinalizaram retração do volume de produção frente ao mês anterior (abaixo de 50
pontos).
Evolução da Produção em agosto de 2015 comparada a julho de 2015 e a agosto de 2014 (pontos)
QUEDA
AUMENTO
43,5
50,8
48,4
GRANDE
44,8
48,2
43,5
MÉDIO
PEQUENO
45,6
43,2
37,8
TOTAL
44,4
48
44,2
0
10
20
30
40
50
AGO.15
60
AGO.14
70
80
90
100
JUL.15
Fonte: FIESC/PEI e CNI. O Indicador varia no intervalo de 0 a 100. Valores acima de 50 indicam aumento de produção frente ao mês
anterior e abaixo de 50, queda.
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FIESC – FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE SANTA CATARINA | WWW.FIESCNET.COM.BR | 2015
Estoques
Os estoques indesejados mantiveram-se acima da linha divisória dos 50 pontos e avançaram em
relação ao mês anterior. O indicador situou-se em 59,4 pontos, acima dos 58 pontos de julho de 2015.
É o pior indicador mensal do período 2011-2015.
Estoque efetivo em relação ao planejado, janeiro de 2014 a agosto de 2015 (pontos)
59,4
60
57 56,9 57,3
58
56
52
55,4
52,4
57
55,5
54
Acima de 50
pontos =
estoque
acima do
planejado
58
57
54,4
53,2
54
57,1
55,9
55
57,7
53,7
52,8
52,1
2014
ago
jul
jun
mai
abr.
mar
fev
jan
dez.
nov.
out
set
ago.
jul.
jun.
mai.
abr.
mar.
fev.
jan.
50
2015
Estoque efetivo/planejado
Fonte: FIESC/PEI e CNI
Utilização da Capacidade Instalada
O indicador de utilização da capacidade instalada efetiva em relação ao usual situou-se em 35,6
pontos em agosto, mostrando que a capacidade produtiva está abaixo do usual para o mês, sobretudo
para as empresas de grande porte (34,7 pontos).
Utilização da capacidade instalada em agosto (efetiva/usual) por porte de empresa (pontos)
ABAIXO DO USUAL
34,7
36,9
GRANDE
ACIMA DO USUAL
44,4
35,4
31,6
36,4
MÉDIO
37,2
32,9
40,2
PEQUENO
35,6
34,4
TOTAL
0
10
20
30
41,1
40
50
ago/15
jul/15
60
70
80
90
100
ago/14
Fonte: FIESC/PEI e CNI. O Indicador varia no intervalo de 0 a 100. Valores acima de 50 indicam capacidade instalada
acima do usual para o mês e menor que 50 pontos, abaixo do normal para o período.
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Do total de empresas pesquisadas, 39% revelou atuar com a capacidade instalada igual ao usual,
enquanto 55% informou estar operando com capacidade abaixo do usual e somente 6% está operando
acima do usual para o mês. Das grandes empresas pesquisadas, 34% ou 21 indústrias afirmaram estar
operando com nível igual ao usual, enquanto 60% (ou 37 empresas) está com capacidade abaixo do
usual. Quatro das 62 grandes empresas pesquisadas estão com capacidade acima do usual.
Os dados sinalizam, portanto, que nível de atividade mantêm-se aquém da capacidade
instalada e os estoques elevaram-se na comparação com os meses anteriores. As expectativas
para os próximos seis meses são de que haverá continuidade na retração do nível de atividade
no mercado interno, o que justifica a perspectiva negativa para os investimentos futuros, que
apresentaram piora no indicador. Quanto às exportações, mesmo com a desvalorização
cambial, a indústria não se mostra otimista quanto à possibilidade de obter incrementos
significativos além do atual nível de vendas.
GM Consultoria 23.09.2015
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