3° Edição - 2011 | Ano 3 Informativo eletrônico trimestral do corpo discente do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional e Urbano da Unifacs Edição impressa - Edição especial www.strictosensu.inf.br www.strictosensu.inf.br Texto principal EMBEDDNESS 1 Gregory Höllenmaul Sem um prévio estoque local de capital humano qualificado é difícil o desenvolvimento local ou endógeno que depende, no que tange a este capital social, de um processo de embeddedness. Segundo Granovetter² os indivíduos não agem de maneira autônoma, suas ações estão imbricadas em sistemas concretos, contínuos, de relações sociais. Em redes sociais enraizadas na comunidade. A inexistência desta cumplicidade é uma restrição que dificulta a ocorrência de processos de desenvolvimento endógeno em muitas regiões subdesenvolvidas. Contudo, é compreensível o esforço dos organismos de fomento na tentativa de “descobrir” arranjos produtivos (Apls) e similares em economias pobres. A experiência vale, pelo menos, como um processo de aprendizado. Observa-se a influência de Schumpeter³ e da sua teoria do desenvolvimento capitalista nas abordagens do desenvolvimento local ou endógeno, o que não se aplica a muitas regiões dos países subdesenvolvidos, porque estes carecem de uma estrutura acadêmica e científica consolidada e de recursos humanos e institucionais qualificados para o surgimento espontâneo dos processos de desenvolvimento, segundo esse modelo onde é fundamental a capacidade de inovar. Sendo assim, a solução para a problemática das regiões atrasadas, depende da formação eficaz de capital social e da criação de mecanismos que evitem os vazamentos e retenham este capital nos territórios de origem. Neste caso específico é importante observar a desvantagem dos estados geograficamente centrais, a exemplo da Bahia que, no Brasil, constitui passagem obrigatória dos fluxos migratórios que se deslocam do Nordeste para o Sudeste/Sul e vice-versa, e que contribuem para ampliar exogenamente os seus indicadores de pobreza. 4 Aprendamos porém, com Marshall , que também na economia Natura non facit saltum. Inexistem fórmulas mágicas que permitam ampliar imediatamente a eficiência dos esforços produtivos. O processo de formação de capital humano e crescimento orgânico descrito por Marshall é por natureza lento. Como a economia é afetada pelas mudanças do mundo que a rodeia, as causas e a explicação do desenvolvimento devem ser buscadas, também, fora dos estudos da teoria econômica. Um dos pilares fundamentais da política de desenvolvimento local reside na adequação da oferta de capacitação às necessidades dos diferentes sistemas produtivos locais. A isto se podem associar iniciativas que favoreçam a difusão das inovações no tecido produtivo da localidade ou do território. Também se devem esquecer a ortodoxia e certos pré-requisitos da teoria do desenvolvimento endógeno, certas regras tecnológicas da inovação e o fantasma da globalização, cujos arautos pretendem transformar todo local numa função do mundo – uma fantasia – e ajustar as técnicas e procedimentos à realidade. Pode-se, como faz o SEBRAE, produzir efeitos catalisadores de modernidade (sem violentar a cultura local) em atividades artesanais, como ocorre com as rendeiras do Nordeste e outras similares. Quando se trabalha sem paternalismo os empreendimentos enraizados histórica e culturalmente nas comunidades, não se corre o risco da alta mortalidade que assola as pequenas empresas fomentadas Brasil afora sem maiores critérios de avaliação sociológica. A criação de um ambiente inovativo constitui uma medida de longo prazo. Caracteriza-se pelo engajamento gradativo das pessoas qualificadas nas causas de inovação e modernização tecnológica, mediante programas de aperfeiçoamento seja de pessoal, seja das atividades técnicas e produtivas e, principalmente, pela indução da cooperação entre os Imagem: Local Data atores envolvidos. Pode existir também um potencial elevado de inovação primitiva que se observado e tratado segundo pa- drões sociológicos e antropológicos poderá ser fomentado e certamente produzirá resultados alentadores. 5 Desta forma, como alertou Hirschman a retomada da discussão acerca do desenvolvimento é indispensável nos dias de hoje, seja em razão da situação de estagnação econômica e da deterioração das condições sociais de vastas regiões da periferia capitalista, seja em razão dos próprios limites ecológicos da sociedade de consumo. O grande desafio consiste em repensar o desenvolvimento levando em consideração esse conjunto de problemas, despindose dos preconceitos elitistas herdados do primeiro mundo e construindo modelos e padrões econômicos coerentes com a nossa realidade. Referências 1.POLANYI, Karl. A grande transformação. Rio de Janeiro: Campus, 2000. 2.GRANOVETTER, M., Economic Action and Social Structure: the Problem of Embeddedness., American Journal of Sociology, 91 (1985), 481-93 3.SCHUMPETER, Joseph. A teoria do desenvolvimento econômico. São Paulo: Abril Cultural, 1985. 4.MARSHALL, Alfred. Principles of Economy. Madrid: 2005 5 HIRSCHMAN, A. Auge y ocaso de la teoría económica del desarrollo. El Trimestre Económico. México: Fondo de Cultura Económica, v.47, n.188, 1980 1 3° Edição - 2011 | Ano 3 Por que Stricto Sensu? O editor 2 Este pequeno jornal digital, agora totalmente assumido pelo corpo discente do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional e Urbano (PPDRU) da Universidade Salvador (Unifacs), segundo contam seus fundadores, nasceu em 2003, ano muito difícil para a pós graduação que enfrentava as drásticas restrições financeiras decorrentes da crise econômica nacional à época e a competição que ameaçavam a sua sobrevivência. O título escolhido, segundo os pioneiros, foi como um grito de afirmação na luta pela consolidação de um espaço arduamente conquistado, visto que, à época, não se acreditava que instituições de ensino particulares fossem capazes de realizar pesquisas e produzir conhecimento. Preconceito totalmente derrubado pela Unifacs. Após seu segundo número o jornal parou de circular. Não porque houvesse sido reprovado, censurado oucriticado. Muito pelo contrário, foi recebido com grande simpatia em todos os segmentos da Universidade. Desapareceu por que é muito difícil publicar na Bahia. Falta vontade de escrever. Não é que os baianos não o saibam, mas é que gostam mais do discurso. Adoram a história oral. Ademais o jornal se propunha circular em versão impressa. Aí morava o problema. O custo de editoração mais a impressão em Salvador são proibitivos. E assim sendo o Stricto Sensu submergiu. Vem à tona agora, trazido por uma geração entusiasta, onde se ressalta o papel de Paulo Patrício e Francisca Vasconcellos. O primeiro um ativo e irrequieto foguista, um catalisador que acelera ao máximo a produção das matérias e não deixa “a peteca cair”. A segunda uma serena, competente e generosa designer cujo talento viabilizou o novo formato gráfico do jornal, a criação de um site e a sua consequente inserção na web. Esta combinação é reforçada pelas judiciosas e bem humoradas intervenções da Antonia Carlinda, as preocupações turísticas do Leandro Gouveia e a metódica aplicação da Aliger Pereira. Outros também estão contribuindo, cada qual ao seu modo. Aqui também se registra, por um dever de justiça e gratidão, o apoio e incentivo derivados da coordenadora do programa, a Profa. Dra. Carolina de Andrade Spinola. O jornal é independente política, institucional e financeiramente. No plano político porque é eminentemente universitário, democrático, entendendo que a universidade é o espaço da diversidade no sentido plural e, neste mesmo sentido, do debate, da discussão, do confronto de idéias sem o predomínio de vieses ideológicos à esquerda ou à di- reita. Bem que poderia assumir o lema do velho Voltaire, que muitos acham bem atual, quando dizia je ne suis pas d’accord avec un mot de ce que vous dites, mais je me battrai jusqu’à la mort pour votre droit de le dire. No plano institucional o Stricto Sensu está sob os cuidados do corpo discente dos cursos de pós-graduação – mestrado e doutorado – em Desenvolvimento Regional e Urbano da Universidade Salvador. É financiado exclusivamente pelos estudantes que o produzem e por ele respondem, sendo assim, pois, independente. O que não impede que trabalhe pela pós-graduação e privilegie a orientação e as diretrizes do Programa de Pós Graduação em Desenvolvimento Regional e Urbano da Unifacs (PPDRU). Do ponto de vista financeiro, é poético-idealista, não tendo qualquer finalidade mercantil ou lucrativa. A moeda que para ele tem valor chama-se cultura. Mas, como acrescenta o Paulo Patrício vaticinando o futuro, com o seu estilo típico. Será “poético, mas incisivo, fará crítica, autocrítica e esclarecerá; falará do passado, do presente e apontará o futuro. (...) Desamarra as pontas políticas, vacinará contra as críticas anticonstrutivas, e dará o tom da liberdade que precisamose na qual apostamos...” Aceitará, também, a contribuição dos professores e de outros intelectuais que se disponham a nele escrever suas idéias. Buscará promover a maior integração dos corpos discente e docente do PPDRU e pela sua naturezastricto sensu trabalhará focando as áreas de concentração em processos urbanos e regionais do desenvolvimento e as linhas temáticas: do desenvolvimento e políticas regionais; e do desenvolvimento, políticas urbanas e redes de cidades. Na área de concentração em turismo e desenvolvimento trabalhará com a linha de pesquisa voltada para os circuitos internacionais e locais do turismo. Em outras palavras o seu foco concentrar-se-á, stricto sensu, sobre a Economia Regional e Urbana, Planejamento Regional e Demografia, Geografia, Turismo e a Teoria do Desenvolvimento. Os seus redatores esperam, com este pequeno grande jornal, produzir cultura a partir dos seus próprios esforços, interagindo com aqueles que orientam os seus passos acadêmicos. Como disse Norberto Bobbio: acreditam saber que existe uma saída, mas não sabem onde está. Não havendo ninguém do lado de fora que possa indicá-la, devem procurá-la por si mesmos. O que o labirinto da vida ensina não é onde está a saída, mas quais são os caminhos que não levam a lugar algum. Expediente O Stricto Sensu é um informativo eletrônico trimestral do Corpo Discente do Programa de Pós- Graduação em Desenvolvimento Regional e Urbano da Universidade Salvador – UNIFACS. - Versão impressa - edição especial. O Stricto Sensu tem como objetivo maior estimular a produção e leitura de textos científicos CONSELHO EDITORIAL Aliger Pereira Antonia Carlinda Oliveira Francisca Mathilde B. Vasconcellos Gregory Höllenmaul Leandro C. A. Gouveia Milton Sampaio Filho Paulo Patrício Costa CONSULTORES AD HOC Profa. Dra. Carolina de Andrade Spinola Prof. Dr. Carlos Alberto da C. Gomes Prof. Dr. Edivaldo Boaventura Prof. Dr. Fernando C. Pedrão Prof. Dr. Laumar Neves de Souza Prof. Dr. Noelio D. Spinola Profa. Dra. Regina Celeste de Souza DIRETOR EXECUTIVO Paulo Patrício Costa EDITOR Gregory Höllenmaul Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva dos autores. Os direitos, inclusive de tradução, são reservados. É permitido citar parte dos artigos sem autorização prévia desde que seja identificada a fonte. É vedada a reprodução integral de artigos sem a formal autorização da redação. [email protected] wwww.StrictoSensu.inf.br www.strictosensu.inf.br Editorial 3° Edição - 2011 | Ano 3 www.strictosensu.inf.br Corpo Cientifico VIII Semana de Análise Regional e Urbana - SARU Carlos Alberto da Costa Gomes 1 Referências 1. Professor Titular da Cadeira de Metodologia das Ciências Sociais Aplicadas II As turmas sucessivas superaram inúmeros obstáculos, entre eles as dúvidas pessoais. É natural a existência de dúvidas durante um curso Stricto O Chanceler Manoel Barros e a Reitora Marcia de Barros, prestigiando a VIII SARU Sensu. A mais constante é o questionamento sobre a oportunidade de expor seu estágio pessoal de desenvolvimento. Esta dúvida sobre o próprio conhecimento nasce frente à descoberta de um universo que se encontrava acobertado da visão pelas capas dos clássicos, da falta de crítica das informações disponíveis e do impacto das próprias novas idéias. A reação natural humana é contornar a ameaça a exposição de suas próprias dúvidas em público. A SARU possui esta dinâmica: proporcionar uma oportunidade para identificar suas dúvidas e forma de superá-las. A SARU nos seus oito anos de existência passou por diversas modificações cuja descrição não caberia neste espaço, restando ressaltar a mais significativa. De uma iniciativa quase que solitária de um único professor passou a ser produto da cooperação de todos e capaz de superar as restrições naturais da atualidade, permanecendo viva como escola da vida acadêmica, com todas as peculiaridades do Stricto Sensu. Foto: StrictoSensu turmas responderam é: como fazer um evento acadêmico do nível Stricto Sensu? Iniciaram por compreender que um evento desta natureza começa pela escolha de um tema que seja coerente com as linhas de pesquisa do programa e com a emergência da busca de soluções para problemas reais da sociedade que sejam capazes de transformar uma reunião de pesquisadores em um evento factível e, ao mesmo tempo, necessário a Imagem: Instituto Integro sociedade, e coerente com o Volta a circular o Jornal Stricto Sensu, veículo de propósito da universidade em difusão do conhecimento e de idéias produzido contribuir para as soluções dos problemas regiopelo corpo discente do Programa de Pós-gradua- nais. ação em Desenvolvimento Regional e Urbano - Após a escolha do tema segue-se a organiPPDRU. Tenho a honra de inaugurar este espaço zação. Salas, auditórios, coffee break, diplomas, do Jornal apresentando uma visão da SARU. inscrições, palestrantes, mesas redondas, etc. O primeiro passo é esclarecer que a SARU nas- dentro da perspectiva de custos, orçamento e ceu e sobreviveu graças à dedicação do Profes- patrocínio condicionados pelas características sor Doutor Alcides dos Santos Caldas, coorde- universais e inerentes à atividade acadêmica: a nador do programa de crítica e multiplicidade de “As três finalidades básicas 2004 ao início de 2011. interesses. da SARU. A primeira e mais Foi ele que criou, buscou Ao longo destes oito simples é a de tornar publico financiamento, reuniu anos, as diferentes turos trabalhos de pesquisa do meios, pessoas e enconmas descobriram que trou o caminho em meio programa; a segunda é discutir planejar é um exercíà estrutura acadêmica temas palpitantes relacionados cio hipotético dedutivo. e, através da persistên- ao Desenvolvimento Regional Construir uma hipótese cia a transformou em que responda a todos e Urbano e a terceira (e mais um evento permanente. os questionamentos difícil) é a de ser um evento Vamos proceder a um teóricos (para um evento escola para os alunos.” pequeno estudo de caso científico) para ser testaneste objeto de pesquisa definido: SARU. da em uma verdadeira pesquisa ação (os planeQual a origem do nome? O que é a SARU? Para jadores estarão dentro do objeto, interferindo na que serve? Como ocorre? Qual é a sua dinâmica? sua dinâmica e direcionando seus resultados). SARU tem origem na designação antiga do pro- O maior problema enfrentado pelo corpo grama (1999-2005): Programa de Pós-graduação discente residiu nas reuniões onde o debate em Análise Regional e Urbana. Tentei em 2006 sempre permite a apresentação de uma modificar para Semana de Desenvolvimento Re- idéia e a sua imediata contestação por outro gional e Urbano e desisti, pois a iniciativa quebrar- ponto de vista, refletindo a dialética natural ia a perspectiva histórica do evento e o reconheci- que existe no meio acadêmico. Pode-se mento que já possuía. afirmar através da pesquisa (história oral, A SARU é um espaço de tempo, dentro da agi- entrevistas ou questionários, etc.) que semtação natural da vida acadêmica (de alunos e pre existiu uma idéia melhor ou alternativa professores) destinado a reunião do corpo dis- possível, mas as teses, antítese e sínteses cente e docente com três finalidades básicas. A foram condicionadas pelo tempo. Mesmo primeira e mais simples é a de tornar publico os que ainda houvesse possibilidades de altetrabalhos de pesquisa do programa; a segunda rações qualitativas e quantitativas, a síntese é discutir temas palpitantes relacionados ao De- final teria de ser encontrada, em um prazo senvolvimento Regional e Urbano e a terceira (e determinado, para tornar factível a consmais difícil) é a de ser um evento escola para os trução da hipótese fundamental (o próprio alunos. A pergunta norteadora que as sucessivas evento). Público presente à abertura da VIII SARU em 26 de outubro/2011. 3 3° Edição - 2011 | Ano 3 Redes tecno-econômicas de poder Milton Correia Sampaio Filho 1 A Terceira Revolução Industrial ou Revolução Tecno-científica é caracterizada pela etapa de profundas evoluções no campo tecnológico desencadeada principalmente pela junção entre conhecimento científico e produção industrial, ocorridas depois da Segunda Guerra Mundial. O processo industrial pautado no conhecimento e na pesquisa caracteriza essa etapa ou fase produtiva: todos os conhecimentos gerados em pesquisas são repassados quase que simultaneamente para o desenvolvimento industrial. Nesse contexto, economista Fritz Machup iniciou os estudos sobre o o efeito das patentes na pesquisa (The production and distribution of knowledge in the Imagem: Adaptada do autor United States, 1962). Ele foi um dos que iniciou a discussão do conceito de So- produtivas de conhecimento, redes (compleciedade da Informação, também chamada de xas) de inovação, EBT – empresas de base Sociedade do Conhecimento, vinculado ao tecnológica, KIBS = knowledge intensive discutível termo Globalização (de forma mais business services, IESICS = infra estrutura coerente Mundialização). e serviços de informação e comunicações. As grandes redes econômicas são projetadas Nota-se que tais programas são sustentados como mega-redes flexíveis contendo as mais por conglomerados (visando seu expansionivariadas competências e competitividades, smo capitalista) e não mais pelo Estado (que os mais distintos fatores econômicos (con- deveria promover o expansionismo sóciojuntos de mão-de-obra, reservas de matéri- econômico). as-primas, estruturas comerciais, industriais São todas redes produtivas de conhecimento e financeiras e ou redes tecnomercados) tor“...para a Bahia e Região Metropolitana econômicas nando países de Salvador, entende-se que a automação (Callon, 1992) ou regiões nós com alta comjuntamente com as novas técnicas de dessas redes, plexidade para reengenharia geraram desemprego, o retiram-lhes serem estruturanúmero de trabalhadores estáveis vem toda margem das, articuladas, caindo gradativamente” de autonomia fazer-se o ene os convertem frentamento das em um eficiente e previsível acessório, uma instabilidades para consolidá-la e mantê-la. máquina viva, uma região modificada para Isso exige um continuado processo de negoassimilar um DNA corporativo. ciações, de um continuado alinhamento de inO processo econômico da Terceira Re- teresses entre todos os atores envolvidos Se, volução Industrial iniciou-se com o Estado, em algum momento, estes interesses deixam mas aparentemente encontra-se na situação de estarem alinhados, a rede se desestabide Firma-Estado, empresas e conglomerados liza e a trajetória cessa. Manter os interesses econômicos com mais poder e dominação de todos os atores alinhados ao interesse do que as próprias políticas públicas nacionais construtor da rede exige muita persuasão e oferecem. Foi a forma como planejaram a convencimento por parte do ator construtor. otimização das redes comerciais, alongando A reflexão desafiadora proposta por Fernand e potencializando seu espectro de atuação. Braudel (1987) em olhar-se além da econoComo o fazem? Desmontando cadeias mia de mercado e acompanhar o capital até produtivas nacionais antes protegidas e sub- o andar de cima, no qual ele se encontra com sidiadas pelo Estado, afetando programas o poder político com seus segredos sobre a nacionais de desenvolvimento tecnológico obtenção dos sistemáticos lucros tornou-se necessários a estabelecer a conexão das três uma questão contemporânea bem mais comfases (invenção-inovação-difusão). Esses plexa: o andar de cima potencializa a acumuprogramas (coletivo de projetos) recebem lação pela revolução vigiada da tecnologia da vários nomes: incubação de empresas, redes informação e pela possibilidade 4 de fragmentação das cadeias produtivas globais. Como fica a força de trabalho? Os atrativos são conhecidos: os trabalhadores ganham menos e trabalham mais, a fiscalização é discreta e os lucros podem passear à vontade nos fluxos financeiros informatizados antes de voltar ao sólido terreno pátrio da matriz dessas redes. Quase uma abordagem darwinista – seleção natural das espécies ou das qualificações, uma higienização dessa força de trabalho com processos estruturados de exclusão sócioeconômica. Como olhar direcionado de forma mais específica para a Bahia e Região Metropolitana de Salvador, entende-se que a automação junta com as novas técnicas de reengenharia geraram desemprego, o número de trabalhadores estáveis vem caindo gradativamente, aumento do emprego informal e precário. Grande parte dos desempregados tem se constituído de jovens que ingressam no mercado de trabalho, forçando boa parte dos recémformados a aceitar empregos em atividades que requerem um nível de instrução inferior aos possuídos por estes mesmos jovens. Ao que parece, a tendência será a menor criação de postos de trabalho pelas grandes corporações uma vez que, a automação e a informatização da gestão aliada aos processos de seletividade de investimento, características da nova dinâmica, vão gerar cada vez menos empregos por dólar investido, inferindo-se o cenário de: (a) geração cada vez menor de empregos formais; (b) urgência na flexibilização contínua da força de trabalho e (c) exploraçãocrescente do trabalho informal nas atividades mais sim www.strictosensu.inf.br Doutorando Referências 1.Doutorando em Desenvolvimento Regional e Urbano pela Universidade Salvador (UNIFACS), possui Mestrado em Informação Estratégica pela Universidade Federal da Bahia, Especialização em Administração pela Universidade Salvador - UNIFACS e Graduação em Engenharia Mecânica com ênfase em Equipamentos Industriais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Atualmente é professor titular da Universidade Salvador, professor titular - Centro Universitário Jorge Amado e professor titular da Faculdade Ruy Barbosa, atuando principalmente nos seguintes temas: Business Intelligence, Gestão e Projeto, Consultoria, Gestão de Competências, Gestão Estratégica, Gestão de Operações. BRAUDEL, Fernand. A Dinâmica do Capitalismo. Rocco, 1987. CALLON, M. (1992), The dynamics of Technoeconomic Networks. In Coombs, R.; Saviotti, P. e Walsh, v., (eds.) Technological Change and Company Strategies. London: Academic Press, pp. 72- 102. 3° Edição - 2011 | Ano 3 Envelhecimento populacional no contexto urbano Karen Valadares Trippo 1 As projeções para o início do século XXI indicam que 82% dos idosos no Brasil residem nas cidades, o que caracteriza um fenômeno urbano que tem total implicação sobre a qualidade de vida do idoso, a este sofrer as ações determinantes da própria organização das cidades. Dessa forma é importante conhecer melhor a velhice, não necessariamente no contexto da saúde física, mas especialmente na perspectiva da cidade, já que o envelhecimento populacional foi também influenciado por todo processo histórico da medicina urbana, através de medidas político-sanitárias no sentido de elevar o nível de saúde da cidade como forma de poder (FOUCAULT, 2007), o que contribuiu, em certa medida, para a longevidade. Os estudos atuais definem o envelhecimento como um processo amplo, multifatorial, multidimensional, dinâmico e progressivo, onde há modificações tanto morfológicas como funcionais, bioquímicas, psicológicas e sociais que determinam progressiva perda da capacidade de adaptação do indivíduo ao meio ambiente e ao próprio processo de envelhecer, ocasionando maior vulnerabilidade e maior incidência de processos patológicos, que termina por levá-lo à morte. (CARVALHO FILHO; ALENCAR Apud PAPALÉO, 2000, p.01). Já a palavra velhice, segundo Pickles et al (2000), é de difícil definição. Está muitas vezes relacionada à presença de espírito e às idades cronológica (tempo de vida desde o nascimento), psicológica (relacionada às condições mentais e cognitivas do indivíduo) e biológica (referente ao ritmo das manifestações biológicas). Entretanto variável cronológica é um dado determinante no conceito de velhice, principalmente para efeito de lei, onde em países desenvolvidos considera-se a partir dos 65 anos e, para os países em desenvolvimento, a partir dos 60 anos, como é o caso do Brasil. No Brasil, os idosos dispõem da Lei Nº 10.741, instituída em 1º de outubro de 2003, o Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitos assegurados às pessoas com 60 anos ou mais; além da Lei nº 8.842, de 4 de janeiro de 1994, homologada em 1996, a qual trata da Política Nacional do Idoso. Apesar destas leis serem consideradas como uma das mais avançadas do mundo, os direitos dos idosos carecem de maior atenção e investimentos públicos, inclusive no que se refere ao direito à cidade, a exemplo do direito à habitação digna, gratuidade dos transportes públicos, ao exercício de atividade profissional, lazer, bem como à acessibilidade aos serviços que respeitem sua peculiar condição de idade de forma a promover qualidade de vida urbana. Propondo explicar o fenômeno do envelhecimento aproximando-o ao contexto urbano, cabe aqui citar algumas teorias sociais: dos papéis, desengajamento, continuidade e dos eventos e estresse da vida. A Teoria dos Papéis defende que a manutenção da atividade, mesmo com as sucessivas mudanças de papéis na vida, é essencial para uma velhice saudável. Essa teoria ressalta que “as pessoas se comportam de acordo com as expectativas dos outros” (NAHEMOW; POUSADA, 1987). Pode-se inferir, com base nesta teoria, que também a cidade, enquanto espaço físico, determina aspec- tos do comportamento do sujeito; onde, no caso do idoso, pode favorecer um comportamento de isolamento social, em virtude das inadequadas condições das ruas e passeios públicos, por exemplo, levando o idoso à perda da manutenção das suas atividades e da sua autonomia, com consequente evolução para a instalação de uma incapacidade e dependência, o que pode gerar mais isolamento e exclusão. Com base numa análise weberiana, a cidade, enquanto dominação racional, orienta os indivíduos no sentido da ação social, ou seja, da conduta humana dirigida a terceiros (WEBER, 1999). Neste sentido, numa sociedade capitalista institucionaliza-se e impõe ao indivíduo um comportamento de desencaixe da ação familiar. Ou seja, o que modifica a cidade é o capital, onde há um padrão imposto, uniformizado, para atender ao próprio capital. Assim, se algo não atribui um contexto de valor para o capital, este o abandona. Dessa forma, a cidade orienta o indivíduo para diversas mediações, podendo gerar esquadrinhamentos, o que se aproxima à teoria do desengajamento. A Teoria do Desengajamento (Elaine Cumming e Henry – 1960) afirma que na velhice se dá três tipos inevitáveis de separação: física (declínio de energia física); psicológica (desvio de preocupação para outrem) e social (diminuição da interação social com a família, amigos, atividades e ambiente). Propõe que este seja um momento de afastamento social gradativo, sendo iniciado pelo próprio indivíduo ou pelo sistema (aposentadoria). Opõem-se à teoria da atividade justificando ser um sacrifício para um indivíduo idoso manter-se ativo e participante por toda a sua vida. Não se pode afirmar que o desengajamento seja moral e eticamente correto. Sabe-se que a ausência de atividades pode levar o homem à depressão e esta à morte, confirmando que um baixo nível de engajamento está relacionado com um baixo nível de satisfação. Assim, não estar engajado no ambiente onde se vive (neste caso a cidade) pode interferir negativamente na qualidade de vida do indivíduo que envelhece. Entretanto, envelhecer nas cidades pode significar maior exposição à violência, insegurança, medo, quedas e exclusão, principalmente em algumas cidades dos países periféricos e semi-periféricos. Uma teoria intermediária entre as duas anteriores, a da continuidade, afirma que as pessoas mais velhas tendem a comportar-se em um padrão que foi estabelecido antes da velhice, abandonando ou não suas atividades com base na sua condição de saúde e na organização do ambiente em que vive. Já a Teoria dos Eventos e Stress da Vida explica o status do idoso em diferentes contextos: nas sociedades estáticas, o idoso tem alto status, com tendência à diminuí-lo com o advento de mudanças sociais (teoria de Ogburn e Nimkoff); nas sociedades agrícolas, os idosos têm mais status e respeito que em sociedades urbanas (teoria da modernização de Cowgill e Holmes); e no processo de modernização, o status do idoso tende a desaparecer proporcionalmente ao atravessar as diferentes fases de aceleração deste processo (teoria de Gilleard e Gurkan). Nesse contexto, www.strictosensu.inf.br Mestrando a aposentadoria para o idoso pode representar, além de diminuição de renda, perda de status. Todas essas teorias, então, somadas às características históricas e conceituais do processo de envelhecimento, influenciam no pensamento coletivo, criando mitos e atitudes diante da velhice, muitas vezes preconceituosos, altamente aceitos pela sociedade, até mesmo pelos próprios idosos, nas diversas áreas, inclusive no ambiente urbano. Assim, o urbano pode ser entendido como um “objeto ideológico” (CASTELLS, 2006), sendo função da conjuntura e da especificidade histórica. Dessa forma, a velhice na sociedade moderna é cada vez mais marginalizada, caracterizando uma fase da vida com raros projetos pessoais e com um declínio importante da participação e convívio social, os quais podem ser intensificados pela estrutura urbana das cidades e pelos próprios interesses do capital. Importante aqui ressaltar que tanto a “morfologia material” da cidade como a “morfologia social” do urbano (LEFEBVRE, 2004) se configuram presentes na discussão do envelhecimento populacional. A cidade, enquanto realidade presente, prático-sensível e arquitetônica, cria espacialidades que tanto podem se adequar à realidade do geronte como também oferecer obstáculos à acessibilidade. 1.Fisioterapeuta, Docente do Centro Universitário Jorge Amado (UNIJORGE), Mestranda em Desenvolvimento Regional e Urbano pela Universidade Salvador (UNIFACS), Especialista em Gerontologia pela Escola de Enfermagem da Universidade Federal da Bahia (UFBA). BOECHAT, Norberto Serádio. No Envelhecimento: O que Queremos? Rio de Janeiro: Frôntis Editorial, 1999. (Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia). Referências BUSSE. O Mito, História e Ciência do Envelhecimento In: Psiquiatria Geriátrica. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992, p.23. CAMARANO, Ana Amélia. Os Novos Idosos Brasileiros: Muito Além dos 60? Rio de Janeiro: IPEA, 2004. CANÇADO, F. A. X. Noções Práticas de Geriatria. Belo Horizonte: Coopmed 1994. CARVALHO FILHO; ALENCAR Apud PAPALÉO. Geriatria – Fundamentos, Clínica e Terapêutica. São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte: Atheneu, 2000, p.01. CASTELLS, Manuel. A questão urbana. 3ª Edição. São Paulo: Paz e Terra, 2006. FOUCAULT, Michel. Microfísica do Poder. 23ª Edição. São Paulo: Graal, 2007. LEFEBVRE, Henry. O Direito à Cidade. 3ª Edição. São Paulo: Centauro Editora, 2004, p.41-49. LEPARGNEUR, Hubert. Os Desafios do Envelhecimento. O Mundo da Saúde – São Paulo, ano23 v.23 n.4 jul. ago. 1999, p.230-243. MAGALHÃES, D. N.. A Invenção Social da Velhice. Rio de Janeiro: Edição do autor, 1987 NAHEMOW; POUSADA. Diagnóstico Geriátrico – Um Enfoque Baseado no Estudo de Casos. São Paulo: Organização Andrei Editora, 1987, p.36. NORONHA FILHO, Miguel Arantes. A Sociedade em Transformação: Velhice um Evento Complexo. Cadernos das Escolas de Negócios, UNIBRASIL, Curitiba, n.05, 2007, p.1-22. PAPALÉO. Geriatria – Fundamentos, Clínica e Terapêutica. São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte: Atheneu, 2000, p.09-29 PAVARINI; NERI Apud DUARTE; DIOGO. Atendimento Domiciliar – Um Enfoque Gerontológico. São Paulo: Editora Atheneu, 2000, p.53. PICKLES et all. Fisioterapia na Terceira Idade. 2ª edição. São Paulo: Livraria Santos Editora, 2000. QUEIROZ, José Ramos de. Velhice sem Solidão. Salvador: Press Color, 1999, p.17. VERAS; SILVESTRE; KALACHE; RAMOS. O Envelhecimento Populacional Brasileiro e o Setor Saúde. Editora Científica Nacional. Arq geriatr gerontol. n.1, setembro, 1996, p.81-89. WEBER, Max. Economia e Sociedade. Vol.2, Brasília, Editora UNB, 1999. 5 3° Edição - 2011 | Ano 3 Entrevista com Gilton Aragão Doutorado sanduíche em Montreal, Canadá Gilton Aragão é um técnico experiente sendo o seu doutorado, concluído no final de outubro deste ano, o coroamento de uma bem sucedida carreira acadêmica e técnica. Só para exemplificar, destacamos do seu longo currículo que é Mestre em Economia pela Universidade Federal da Bahia (1988; Pesquisador; Consultor; Professor do Curso de Economia da Universidade Estadual de Feira de Santana; Autor do Livro: Cooperativismo e Gestão Agroindustrial, o caso da CCLB. Vice-Presidente do Instituto de Pesquisas Sociais (IPS.). Fez seu doutoramento em Desenvolvimento Regional e Urbano na Universidade Salvador (UNIFACS), com Doutorado Sandwich na HEC Montreal, afiliada a Université de Montréal – Canadá; Stricto Sensu: Por que “doutorado sanduíche”?Não parece mais uma coisa gastronômica?? Gilton Aragão: Doutorado Sanduíche é o nome dado no Brasil a uma complementação dos estudos de doutorado feitos em outra universidade, em geral no exterior, por um período mínimo de 4 meses e máximo de 12 meses. Quanto ao lado gastronômico, lembra um pão (doutorado no país) que recebe um recheio (o estágio no exterior). Para ser rigoroso, Doutorado Sanduíche seria todo o Doutorado que fosse misto composto da parte nacional e da parte estrangeira. A CAPES concede bolsas para realização desse estágio no exterior através do Programa Institucional de Bolsas de Doutorado Sanduíche no Exterior (PDSE) que objetiva qualificar recursos humanos de alto nível por meio da concessão de cotas de bolsas de doutorado sanduíche às Instituições de Ensino Superior brasileiras (IES). Stricto Sensu: Qual a vantagem de ingressar numa empreitada dessas? Gilton Aragão: São várias as vantagens: do ponto de vista acadêmico é uma oportunidade de conhecer uma nova estrutura de ensino que lhe agrega novos conhecimentos. Pela ótica de se obter uma vivencia que lhe permita fazer uma comparação com a realidade de seu país é uma ótima oportunidade. Por exemplo: No Brasil a violência é banalizada; é tratada como se fosse algo normal. E não é. Existem países que sabem gerir essa problemática; nós não sabemos como enfrentá-la e somos levados a crer que é assim em todo lugar. Um estágio como esse, aguça e fortalece nossa visão crítica. Ajuda a perceber que não basta o país ser tropical e bonito por natureza, tem que formar cidadãos que respeitem a si e aos outros. Em qual Universidade você fez o doutorado sanduiche? Na HEC Montreal no Canadá, uma Escola afiliada a Université de Montreal, com o apoio de Bolsa concedida pela CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal 6 de Nível Superior. Através do link seguinte (http://www.hec.ca/en/experience/videos/index.html) pode-se assistir a um dos muitos vídeos sobre a Hec Montreal. O que foi melhor e o que foi pior na sua experiência? No meu caso específico deixo de falar da parte negativa porque simplesmente não teve parte negativa. A vivência em Montreal foi altamente gratificante; uma cidade que tem muita beleza, civilidade, parques, museus, restaurantes, festivais, efetiva multiculturalidade, transporte público perfeito, com ônibus e metrô funcionando em harmonia. Dava até uma certa vergonha quando eu me lembrava dos ônibus de Salvador. e de seus motoristas mal treinados ou mal educados ou ambos e do nosso metrô calça curta. Como um nordestino consegue sobreviver ao frio do Canadá? O frio de menos trinta graus eu não peguei, porque cheguei em Março e voltei em Julho. Mas peguei o de menos 15. Foi muito frio, vento, neve, chuva. Mas superamos com muita boa vontade; é aceitável, embora eu prefira o nosso clima. Além disso, a cidade subterrânea ajuda a driblar o frio. (amplos espaços climatizados subterrâneos onde funcionam teatros, shoppings, etc.). Todas as universidades da cidade podem ser acessadas via metrô. Em Maio, em plena primavera, a temperatura já estava semelhante à de Salvador e com a chegada do verde, a beleza da cidade só fez aumentar, o que dava para compensar o frio. Quem foi o seu orientador canadense? Que avaliação você faz dele? O meu co-orientador externo foi o Professor Emmanuel Raufflet do qual tenho a melhor das impressões. A capacidade de acatar as idéias e interagir com o Professor Pedrão, meu orientador no Brasil, foi uma das suas qualidades mais importantes. O que não foi uma surpresa uma vez que o professor da Unifacs, Jair Santos, colega da UEFS, tinha me falado muito bem dele quando o procurei www.strictosensu.inf.br Por onde anda Imagem: LocalData. pedindo apoio para o meu pleito de fazer um Doutorado Sanduíche no Canadá. Aliás, tenho que reafirmar o meu agradecimento ao professor Jair pela sua recomendação para a HEC Montreal; seu apoio foi decisivo para eu ter sido aceito pelo Professor Emmanuel. Quais as atividades que você desenvolveu neste sanduíche? Basicamente foram quatro: a) Continuidade da preparação e discussão doconteúdo das etapas da tese de doutorado. b) Preparação do artigo: Estudo Comparativo Brasil Canadá: níveis de desenvolvimento e possibilidades de cooperação; c) Apresentação do artigo em Colóquio internacional de Estudantes do CRISIS (centro de pesquisa sobre inovação social) um centro multidisciplinar composto por membros de sete universidades. d) Levantamento de informações sobre o cooperativismo no Canadá, especialmente no Quebec. E a família? Aguentou o tranco? Com as dificuldades naturais, tudo foi bem assimilado; mesmo porque minha esposa me acompanhou na viagem e os meus três filhos já são adultos. O que ganha a Unifacs/PPDRU com esta sua experiência? Nesta minha experiência no Canadá, ganha a Unifacs/ PPDRU porque represento um testemunho e um estímulo para que outros estudantes possam fazer Doutorado Sanduíche seja na Hec Montreal ou em outra universidade, em qualquer outra parte do Canadá. Percebi que o trabalho acadêmico daqui da Unifacs/PPDRU está muito próximo do que se faz por lá. Esse intercâmbio provoca maior motivação para se estudar o Brasil e a Bahia, enriquecendo as perspectivas dos estudantes. São novas luzes e novos horizontes. Que conselho você daria a quem quisesse seguiro seu exemplo? Não deixem de fazer um Doutorado Sanduíche e comecem desde já a dominar um idioma estrangeiro.(Yes, we can). 3° Edição - 2011 | Ano 3 www.strictosensu.inf.br Aconteceu VIII SARU foi um sucesso A Semana de Análise Regional e Urbana é um evento acadêmico reconhecido pela CAPES que vem sendo realizado há oito anos com a finalidade de divulgar e registrar o esforço dos alunos no PPDRU no transcurso da elaboração de suas dissertações (mestrandos) e teses (doutorandos). O Chanceler Manoel Barros Sobrinho em sua palestra de abertura da VIII SARU, acompanhado pela mesa inaugural formada pela Reitora Márcia de Barros e professora doutora Carolina Spinola (Coordenadora do PPDRU). A VIII SARU, realizada no período de 26 a 29 de outubro de 2011, neste ano foi novamente capitaneado pelo Profº Drº Carlos Costa Gomes e marcou também a disposição das sucessivas coordenações do PPDRU e do seu corpo docente de enfrentar o desafio de formar massa crítica capaz de desenvolver trabalhos científicos (stricto sensu) que contribuam para o desenvolvimento local e regional. Temáticas A VIII SARU buscou foco nos desafios gerados pelo desenvolvimento recente em grades temáticas de: Energia; Educação; Meio ambiente; Colapso Urbano e Serviços, que foram debatidos por conferistas de expressão regional, nacional e internacional. Conferencistas Internacionais: Tema: Alternativas sócio-políticas para o desenvolvimento sustentável • Geneviève Ancel (França) - Cientista política, foi chefe de gabinete do Ministro do Meio Ambiente durante o governo de François Mitterrand. Durante doze anos foi Diretora Geral de Serviços Urbanos da Prefeitura de Strasbourg; • Viviane Labrie (Canadá) - Foi a porta voz e coordenadora do movimento “Coletivo por um Québec sem pobreza” que foi a base da aprovação da Lei contra a pobreza e a exclusão social , que chegou à votação através de uma emenda popular e foi adotada por unãnimidade pela Assembléia Nacional do Quebec em 2002; • Henryane de Chaponay (França) - Ativista internacional que participou da elaboração da proposta de criação do Fórum Social Mundial, assim como da Rede Diálogos em Humanidade e esteve envolvidas em diversas lutas emancipatórias de países ao redor do mundo, entre eles a independência do Marrocos e a luta contra as ditaduras militares de vários países sul americanos, entre eles o Brasil. • Ali Serhrouchni (Marrocos) - Diretor do prestigiado Institut des Hautes Etudes de Management em Rabat, no Marrocos. Este instituto organiza um evento com conferências e atividades extensionistas dentro da Rede Diálogos em Humanidade sobre como empreender humanamente. Prof. Doutora Débora Nunes Sales (Mediadora PPDRU) Imagem: Instituto Integro Conferencistas Nacionais: Tema: Indicadores econômicos e sociais da Bahia • Prof. Urandi Roberto Paiva Freitas (Coordenador de Estatísticas da SEI) • Prof. Doutor Laumar Neves (Mediador PPDRU) Tema: Meio ambiente e desenvolvimento • Prof. Doutor Fernando Cardoso Pedrão (PPDRU - Palestrante e professor homenageado). Profº Fernando C Pedrão durante sua palestra “Meio Ambiente e Desenvolvimento” Após a palestra recebeu uma homenagem supresa do corpo discente da turma 2011. Lançamento do Livro: “MATA ESCURA: heranças e permanências como possibilidade para o desenvolvimento local” • Prof. Doutor Alcides dos Santos Caldas (Coescritor do livro e mediador PPDRU) • Profª. Lilian Gomes dos Santos. (Profª da Escola e co-autora do livro) Sessão de Autógrafos do Livro: • Mestre Davidson de Magalhães Santos (Escritor e doutorando PPDRU) Prof. Dr. Alcides dos Santos Caldas, a Profª Lilian Gomes dos Santos e a Diretora da Escola Márcia Méccia apresentando o Livro: MATA ESCURA: heranças e permanências como possibilidade para o desenvolvimento local. O escritor Davidson Magalhaes ( Doutorando PPDRU ) em concorrida sessão de autógrafos durante a VIII SARU. 7 3° Edição - 2011 | Ano 3 Seminários Foram apresentados um total de 44 seminários de projetos de pesquisa, sendo 26 projetos de dissertação de mestrado e 18 projetos de tese de doutorado, avaliados por banca de docentes do PPDRU e aberto ao público. O Informativo Stricto Sensu capturou alguns destes momentos em registros fotográficos: www.strictosensu.inf.br Aconteceu O doutorando Davidson de Magalhães Santos com o tema: “O Estado e a Nova Estratégia de Desenvolvimento para a Região Sul da Bahia” - acompanhado de sua banca de avaliadores formada pelos professores DoutorFernando Cardoso Pedrão & Doutor Carlos Alberto da Costa Gomes.” “Os professores doutora Regina Celeste de A. Souza & Professor Doutor Alcides dos Santos Caldas, em formação de banca de avaliação dos seminários discentes.” O mestrando Danilo Uzeda da Cruz com o tema: “Democracia e desenvolvimento territorial na Bahia: um estudo das politicas públicas” acompanhado de sua banca de avaliadores formada pelos professores Doutor Fernando Cardoso Pedrão & Doutor Carlos Alberto da Costa Gomes.” “A mestranda Rita de Cássia Machado Lordêlo com tema: “O legado da copa de 2014 para a hotelaria de Salvador: investimentos feitos na rede hoteleira na cidade de Salvador com vistas a copa do mundo de 2014.” - acompanhada de sua banca de avaliadores formada pelos professores Doutor Laumar Neves de Souza & Doutora Carolina de Andrade Spinola.” “O mestrando Ricardo Luciano Silva Pereira de Souza com o tema: “Agronegócio e desenvolvimento: mito ou realidade?” - acompanhado de sua banca de avaliadores formada pelos professores Doutora Carolina de Andrade Spinola & Doutor Laumar Neves de Souza.” “O mestrando Temistocles Damaceno com o tema: “Políticas públicas de esporte e seus reflexos: o caso de Jequié/BA 2006 à 2009?” - acompanhado de sua banca de avaliadores formada pelos professores Doutora Carolina de Andrade Spinola & Doutor Laumar Neves de Souza.” “O mestrando Leandro Tavares dos Santos com o tema: “Retrato do PRONAF na Bahia nos anos 2000: uma análise comparativa entre o nordeste e o Brasil” - acompanhado de sua banca de avaliadores formada pelos professores Doutor Laumar Neves de Souza & Doutora Carolina de Andrade Spinola.” “O mestrando Sebastião dos Santos com o tema: “Uma Estratégia de Combate a Fome e a Miséria via Agricultura Familiar” - acompanhado de sua banca de avaliadores formada pelos professores Doutora Carolina de Andrade Spinola & Doutor Laumar Neves de Souza.” A banca de avaliação formada pelo profº doutor Noélio Spínola e profª Carolina Spínola, com seus orientados e seminaristas: Paulo Patrício Costa, Aliger dos Santos Pereira, Karen Valadares Trippo e Adenilson Rosa dos Santos. “Alunos da turma do PPDRU 2011 em momento de confraternização num dos coquetéis oferecidos durante a VIII SARU: Leandro Gouveia, Regina Lúcia, Iracema (Unifacs), Paulo Patrício, Gabriele Sanches, Nerivaldo Júnior e Tauan Reis.” “A doutoranda Sueli Maria Leon com o tema: “Desenvolvimento local e o Programa Flores da Bahia: uma visão analítica de projetos comunitários ligados a esse Programa.”, que foi avaliada pela banca formada pelos professores doutor Noelio Spinola & doutora Carolina de Andrade Spinola.” “Membros da comissão organizadora da VIII SARU em momento gourmet - Francisca Mathilde, Paulo Patrício e Antonia Carlinda.” A relação de todos os trabalhos e seminaristas estão disponíveis em: saru.integro.org.br 8