P OL IC L ÍNIC A P IQ UE T C A RNEIRO Ano 3 • Novembro de 2012 • Edição No 31 Assistente Social da PPC fala sobre Exploração da Mulher nos dias atuais O dia 25 de novembro foi instituído pela ONU (Organização das Nações Unidas) como o Dia Internacional contra a Exploração da Mulher. Em meio a tantas diferenças sociais entre homens e mulheres, a Assistente Social da Obstetrícia/Ginecologia-PPC e especialista em gênero e sexualidade pelo Instituto de Medicina Social – IMS/ UERJ Gabriela Maia da S. M. Espinhoza dá a sua opinião a respeito do assunto. Gabriela explica que o movimento feminista trouxe muitos avanços para as mulheres, bem como, colocou em evidência para sociedade várias problemáticas que eram silenciadas e que acometiam esse grupo. “Apesar das inúmeras conquistas ainda algumas mulheres são subjugadas. É preciso contextualizar que homens e mulheres são construídos pelas diferentes sociedades e culturas com diversas visões de mundo, sendo importante observar esses indivíduos num contexto de relação um com o outro”, defende a Assistente Social. Tendo em vista que a socialização de meninos e meninas seja diferente, Gabriela afirma que isso já começa, muitas vezes, na escola. “A mulher sendo educada para o espaço privado – doméstico e o homem para o espaço público – rua. Essa perspectiva dominante que causa desigualdade e subordinação, ainda transita na sociedade nos dias atuais, sendo importante também levar em consideração o impacto de classe, etnia e religião” e, segundo ela, para ter uma transformação é fundamental uma reestruturação da sociedade e das instituições, para que as mulheres possam exercer plenamente seus direitos em caráter de igualdade com os homens. “Ou seja, é importante ter uma mudança de mentalidade, sendo essa uma questão que será com o tempo, de geração para geração”, afirma Gabriela. Gabriela Maia da S. M. Espinhoza Os direitos de homens e mulheres são os mesmos e compõem o âmbito dos direitos humanos, embora a prática não seja tão clara. A Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) estabelece que “todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos, tendo capacidade para gozar os direitos e as liberdades, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, religião... ou qualquer outra condição”. No entanto Gabriela afirma que o modo como exercem e acessam os direitos na vida prática pode ser diferenciado, principalmente, quando se leva em consideração o impacto dos marcadores sociais: classe, etnia e religião, apesar da declaração dizer que todos os indivíduos devem usufruir os direitos sem distinção, na realidade não é isso que vem acontecendo. Uma das maiores conquistas das mulheres foi a invenção da pílula anticoncepcional, na década de 60, dando liberdade sexual às mesmas, podendo controlar a gravidez. Contudo, muitas delas não usufruem disso. Gabriela explica que um dos motivos, talvez, seja uma das ações prioritárias da Política de Saúde da Mulher, o Planejamento Familiar, que ainda não está disponível em todas as unidades de saúde e que, portanto, pode dificultar o acesso das mulheres aos métodos contraceptivos. “Na maioria das vezes, de acordo com a perspectiva das relações de gênero é a mulher que tem o papel social de controlar a gravidez. No entanto, qual é a função do homem nessa anticoncepção? A parceria e a negociação entre o casal é fundamental, entretanto, isso pouco acontece na realidade. Do mesmo modo ocorre com o uso do preservativo masculino, no qual muitas mulheres se submetem a ter relações sexuais sem proteção, pois o companheiro não quer utilizar ou não tem espaço para o diálogo, principalmente, quando estão num relacionamento a algum tempo ou são casados”, diz Gabriela. Outro motivo apontado por ela é de que o preservativo feminino é algo pouco divulgado e não é ofertado pelos serviços de saúde, sendo um dispositivo importante para que as mulheres pudessem exercer a sua sexualidade com mais autonomia. “Infelizmente, o preservativo ainda não é cogitado na realidade pelos indivíduos como um método contraceptivo, assim como, de prevenção das Doenças Sexualmente Transmissíveis – DST’s”, explica. A Assistente Social nunca atendeu nenhuma usuária vítima de exploração sexual para fins comerciais, como está sendo abordado na novela “Salve Jorge”, mas sim, alguns casos de abuso sexual e violência física no âmbito doméstico. Ela orienta que a denúncia da violência se faz fundamental, sendo entendida como uma proteção para a vítima e para sua família, bem como, coibir esse tipo de prática e mudar a idéia de que a violência é algo normal dentro da sociedade. Existem vários mecanismos de denúncia como as Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher – DEAM’s. O disque 180 – Central de Atendimento à Mulher, pode ligar de qualquer lugar do Brasil, sendo a ligação gratuita e sigilosa, não precisa a pessoa se identificar, assim como, o disque 127 que é o número da ouvidoria do Ministério Público. Bate-bola Em decorrência do dia 14 de novembro, Dia Mundial do Diabetes, alguns cuidados simples devem ser tomados para prevenir tal doença e criar a possibilidade de se evitar as amputações de membros em 100% dos casos, visto que uma das complicações crônicas do diabetes é o popularmente conhecido como Pé Diabético. O Cirurgião da Cirurgia Vascular/ PPC Eduardo Rodrigues Neto orienta sobre os cuidados para evitar a doença. Por que os pés são afetados pela Diabetes? O diabete é uma doença que acomete diversas partes do corpo. Entre outros podemos citar: olhos, rins, coração e pés. Aproximadamente 25% dos diabéticos apresentarão lesão ulcerosas nos pés ao longo da vida. Onde, 50% infectam e 20% só resolvem através da amputação. Os pés são afetados devido as alterações neurológicas e alterações da arquitetura óssea do pé causado pela diabetes. Os jovens com a doença também podem apresentar pé diabético ou essa é uma característica apenas de idosos? Todo paciente diabético esta sujeito a manifestar complicações da doença. Basta a glicose estar descontrolada para começar os primeiros indícios. No caso dos jovens, por estarem expostos aos danos da glicose alta por um período maior de tempo, a incidência de pé diabético e ainda maior. Quais são os cuidados que os diabéticos devem ter para que a doença não atinja os pés? Todo paciente diabético deverá ser acompanhado por um médico clínico. Consultas de rotina são importantes para detectar lesão de órgãos alvo ainda em fase inicial. Da mesma forma todo paciente deverá rigorosamente observar a presença de lesões na pele. O primordial é manter a glicose controlada. O calçado adequado, feito sob medida, também é muito importante, assim como manter as extremidades hidratadas. Uma vez atingida, como o indivíduo deve tratar o pé diabético? O indivíduo devera buscar assistência médica prontamente. Essas feridas nos pés costumam evoluir rapidamente, e se não tratadas em tempo podem resultar na amputação do membro e até mesmo morte. O chefe da Cirurgia Vascular/PPC e também presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular do Rio de Janeiro Dr. Carlos Eduardo Virgini promove este mês uma ação de prevenção do pé diabético intitulada “VIII Semana Estadual de Saúde Vascular”. Mais informações em: http://www. sbacvrj.com.br No início de dezembro será realizado na Policlínica a Feira de Saúde Natalina que tem como objetivo apresentar à população os serviços e programas realizados pelos diversos setores da Policlínica. As equipes interessadas em participar devem procurar o setor de Comunicação Social/ RH através do ramal 42247 ou do e-mail comunicacao_ [email protected] até o dia 19/11. Fitoterapia x Homeopatia Para esclarecer sobre Fitoterapia e Homeopatia, muitas vezes confundidas pela população que acha se tratar da mesma coisa, o clínico geral e professor do curso de Fitoterapia do Instituto Hahnemanniano do Brasil Dr. Antonio Carlos Seixlack explica a diferença entre elas. Segundo Seixlack, a diferença entre elas é que na Fitoterapia a concentração dos princípios ativos é bem mais elevada, assim como as dosagens, aproximando-as dos medicamentos de síntese, de modo que os resultados podem ser mais rápidos do que os obtidos com a Homeopatia. Em razão disto ocorre também maior incidência de efeitos colaterais, toxicidade e interações com outros medicamentos. “A semelhança está em que ambas utilizam espécies vegetais e minerais, procuram tratar as causas e as manifestações das patologias e são indicadas na prevenção das doenças e na convalescença”, afirma Seixlack. Ainda segundo o doutor, de uma forma geral os fitoterápicos têm um preço mais elevado em razão dos custos que envolvem um cultivo preferencialmente orgânico e em grande escala, além do beneficiamento das plantas que envolve a secagem, moagem, e controle de qualidade do produto farmacêutico final. Como a Fitoterapia ainda não é reconhecida como uma especialidade pelas entidades médicas, a população tende a achar que esse tipo de tratamento não é realizado nas unidades públicas de saúde. Entretanto, Seixlack explica que na Secretaria Municipal e Saúde do Rio de Janeiro existe o Programa de Plantas Medicinais e Fitoterapia que está inserido juntamente com a Acupuntura e a Homeopatia, na Gerência de Práticas Integrativas e Complementares. Faz parte do Programa o Cultivo de 21 espécies medicinais, em hortas localizadas na Fazenda Modelo em Guaratiba. As plantas medicinais cultivadas são colhidas e enviadas para o Pólo de Produção de Fitoterápicos na Farmácia do Hospital Municipal Raphael de Paula e Souza, em Curicica, onde são produzidas tinturas e cremes, e dali distribuídas para unidades de saúde municipal. A prescrição desses medicamentos fica a cargo de médicos de qualquer especialidade previamente capacitados através de cursos promovidos pelo Programa. Os enfermeiros também podem prescrever esses medicamentos desde que também estejam capacitados e sigam protocolos pré-estabelecidos pelo Programa. Reitor: Ricardo Vieiralves Vice-reitor Paulo Roberto Volpato Diretor da Policlínica Piquet Carneiro: João José Caramez Comunicação Social e edição: Cintia Ibraim Menino e Márcia Mayer Diniz Reportagem: Cynthia Coutinho Estagiária: Natalia Pereira Diretoria de Comunicação Social • Direção: Sonia Virgínia Moreira Projeto Gráfico e editoração: Rafael Bezerra Tiragem: 700 exemplares • Impressão: Gráfica UERJ • Divulgue seu evento: 21 2334-2247 e [email protected] ADICIONE O PERFIL DA POLICLÍNICA NO FACEBOOK