MODELAGEM DE SISTEMAS DE ALTO-VÁCUO POR MEIO DO MÉTODO DE MONTE CARLO Eduardo Teruo Watanabe e Francisco Tadeu Degasperi Faculdade de Tecnologia de São Paulo – Fatec-SP – CEETEPS – UNESP – São Paulo – SP – Brasil e-mail :[email protected] 1. Introdução A modelagem de sistemas de vácuo, cujo fluxo de gases está ocorrendo em regime de escoamento molecular, não é uma tarefa fácil de ser realizada. Dependendo do grau de detalhes que pretendemos obter da modelagem deveremos lançar mão de ferramentas computacionais complexas. Sabemos que no regime de escoamento molecular os choques das partículas com as paredes são predominantes e os choques das partículas entre si são eventos raríssimos, uma vez que o livre caminho médio é muito maior que as dimensões das partes que compõe o sistema de vácuo. Neste sentido, temos como uma possível ferramenta de análise e modelagem de sistemas de alto-vácuo o método de Monte Carlo. No Laboratório de Tecnologia do Vácuo – LTV da Fatec-SP temos desenvolvidos tanto ferramentas analíticas, baseados na equação de difusão, como o método de Monte Carlo para tratar detalhadamente sistemas de alto-vácuo. O programa computacional desenvolvido e apresentado neste trabalho é um desdobramento de trabalhos anteriores desenvolvidos também no LTV e é apresentado para modelar sistemas de vácuo em três dimensões. Sabemos que as ferramentas tradicionais encontradas para analisar sistemas de alto-vácuo são bastante limitadas e não conseguem determinar o campo de pressão, apenas podem fornecer um valor de pressão para a câmara de vácuo. mostram que podemos ajustar uma parábola a partir dos da estatística gerada pelo método de Monte Carlo. Figura 1 – Trecho do tubo mostrando as partículas em movimento, chocando-se com as paredes do tubo. 2. Bases Físicas, Hipóteses Assumidas e Resultados. Adotamos como válidas na modelagem pelo método de Monte Carlo a distribuição de velocidades de Maxwell-Boltzmann, a regra de Knudsen para a ejeção de partículas de uma superfície. Desta forma sorteamos uma partícula, impondo a sua massa molecular e também a temperatura do gás, determinamos a sua velocidade e a sua distribuição angular na superfície a ser ejetada. Entre dois choques sucessivos nas paredes dos sistemas de vácuo as partículas seguem trajetórias retilíneas com velocidade vetorial constante. Este tipo de problema tem complicações de ordem geométrica, uma vez que as trajetórias das partículas são restringidas pelas superfícies das paredes e internos do sistema de vácuo. Vemos respectivamente nas figuras 1 e 2, as partículas chocando-se com as paredes do tubo e o campo de pressão determinado a partir da distribuição estatísticas das partículas ao longo do tubo. Vemos que o campo de pressão para a situação imposta, isto é, taxa de degaseificação constante na parede do tubo e bombeamento de vácuo em ambas as extremidades do tubo com igual valor, produzem um campo de pressão que é parabólico. No caso, os dados encontrados Figura 2 – Gráfico do campo de pressão no tubo em função do comprimento. Ajuste parabólico do campo de pressão a partir da distribuição por Monte Carlo. 5. Referências [1] Viana, E.R., Desenvolvimento e Implementação de um Simulador para Estudos de Escoamento de Gases em Regime Molecular. Trabalho de Graduação, Curso MPCE, Orientado por F.T. Degasperi, 1999. [2] Raimundo, D.E., Simulação de Transporte de Gases em Tubos e Orifícios no Regime de Escoamento Molecular. Trabalho de Graduação, Curso MPCE, Orientado por F.T. Degasperi, 2001. [3] MathCADTM 13 - User’s Guide, 2005.