PRODUÇÃO DE MUDAS DE PITOMBEIRA [Talisia
esculenta (A. ST. Hil) Radlk] SOB DOSES DE
NITROGÊNIO
1
Mendonça ,
2
Medeiros ,
3
Freitas ,
Vander
Luciana Freitas de
Poliana Samara de Castro
Grazianny Andrade
Leite2, Mauro da Silva Tosta4, Glêidson Bezerra de Goes2, Priscilla Vanúbia Queiroz de Medeiros4.
INTRODUÇÃO
19
2,8
2,7
18
2,6
17
2,5
CPA (cm)
DC (mm)
A pitombeira (Talisia esculenta Radlk) é pertencente à família das Sapindáceas, é
originária do Brasil (Guarim Neto, 1978). Árvore presente desde a região Amazônica até a Mata
Atlântica, do Nordeste ao Rio de Janeiro, que chega ter até doze metros (JOAN, 2008).
A espécie é indicada para o plantio em áreas degradadas, cuja madeira é empregada para
obras internas na construção civil (Lorenzi, 2002). O chá das sementes é utilizado para os
problemas de desidratação, enquanto o das folhas é indicado para as dores nos quadris e rins
(Guarim Neto, 1996).
Porém, esta espécie é explorada através do extrativismo ou em pomares domésticos sem
utilização de tecnologia. Necessitando assim, de informações relacionadas às principais técnicas
agronômicas a serem empregadas no seu cultivo comercial, notadamente na produção de mudas.
Nesse sentido, o objetivo deste trabalho foi determinar a melhor dose de nitrogênio a ser
recomendada para a produção de mudas de pitombeira.
2,4
16
15
2,3
Y² = 7,002979 - 0,027746x^0,5
r² = 0,52*
Y = 17,449388 + 0,000712x - 0,000001x²
2,2
r² = 0,77**
14
2,1
0
400
800
1200
1600
2000
2400
2800
13
3200
0
Doses de nitrogênio (mg dm-3)
400
800
1200
1600
2000
2400
2800
3200
Doses de nitrogênio (mg dm-3)
Figura 1. Diâmetro do colo (DC) de mudas de pitombeira sob
da adubação nitrogenada. Mossoró - RN, 2010
Figura 2. Comprimento da parte aérea (CPA de mudas
de pitombeira sob da adubação nitrogenada. Mossoró RN, 2010.
MATERIAL E MÉTODOS
29
12
28,5
28
11
27,5
-1
NF (unidade muda )
27
CSR (cm)
O experimento foi conduzido em viveiro de produção de mudas, coberto com tela de 50%
de sombra, da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), no período de agosto de
2009 a julho de 2010.
Foram semeadas duas sementes por recipiente com capacidade para um litro. Os substratos
utilizados no enchimento dos saquinhos para produção das mudas foram à base de esterco bovino
+ solo, na proporção de 1:3 (v/v).
Foram testadas cinco doses de nitrogênio (0; 400; 800; 1.600 e 3.200 mg/dm3 de N),
aplicadas em cobertura, parceladas em 5 vezes. Sendo a uréia a fonte de nitrogênio utilizada. O
delineamento experimental utilizado foi o de blocos ao acaso, com cinco tratamentos (doses de
nitrogênio), 4 repetições e cinco plantas por parcela.
Os resultados obtidos foram submetidos à análise de variância e, em seguida, empregada a
análise de regressão conforme recomendações de Gomes (2000). As análises de variância e de
regressão foram feitas com o auxílio do programa estatístico Sistema para Análise de Variância SISVAR (Ferreira, 2000).
10
26,5
26
Y = 24,9074 + 0,003441x - 0,0000009x²
r² = 0,50*
9
25,5
Y = 9,127905 - 0,001687x + 0,109274x^0,5
r² = 0,94*
25
8
24,5
24
0
7
0
400
800
1200
1600
2000
2400
2800
400
800
1200
1600
2000
2400
2800
3200
-3
3200
Doses de nitrogênio (mg dm )
-3
Doses de nitrogênio (mg dm )
Figura 3. Número de folhas (NF) de mudas de pitombeira
sob da adubação nitrogenada. Mossoró - RN, 2010.
Figura 4. Comprimento do sistema radicular (CSR) de mudas
de pitombeira sob da adubação nitrogenada. Mossoró - RN,
2010.
3,1
2,4
2,9
2,2
RESULTADOS E DISCUSSÕES
2
A adubação nitrogenada promoveu efeito significativo (p<0,05) para as todas as
características avaliadas, exceto a massa seca do sistema radicular que não foi verificado efeito
significativo da adubação nitrogenada.
De acordo com a Figura 1 é verificada uma resposta linear decrescente para o diâmetro do
colo, onde seu máximo valor estimado foi de 2,65 mm com 0 mg dm-3 de N. Para o comprimento da
parte aérea é verificado um comportamento quadrático, onde obteve valor máximo de 17,58 cm com
356 mg dm-3 de N (Figura 2).
Para o número de folhas, observa-se uma resposta quadrática, onde o valor máximo
observado foi 10,90 com 1.049,43 mg dm-3 de N (Figura 3).
De acordo com a Figura 4 é verificada uma resposta quadrática para o comprimento do
sistema radicular, obtendo valor máximo de 28,20 cm com 1.911,67 mg dm-3 de N.
Para a massa seca da parte aérea verifica-se um comportamento quadrático, onde o valor
máximo observado foi 2,27 g muda-1 com 1.292,58 mg dm-3 de N (Figura 5). Scivittaro et al. (2004)
estudando sobre a adubação nitrogenada na formação de porta-enxertos de limoeiro ‘cravo’ em
tubetes, verificaram que a produção de matéria seca da parte aérea das mudas de limoeiro ‘Cravo’
foi influenciada significativamente apenas pela dose de nitrogênio utilizada, obtendo a produção
máxima de matéria seca da parte aérea, de 1,06 g planta-1, correspondente à utilização da dose de
0,38 g L-1 de N.
Para a massa seca total também verificou-se comportamento quadrático, onde observou-se
valor máximo de 2,84 g muda-1com 1.301,79 mg dm-3 de N (Figura 6).
Pesquisas têm mostrado que os nutrientes interferem no crescimento das plantas, mas é
necessário estabelecer as doses adequadas para tornar a produção economicamente viável e
maximizar o crescimento, pois os desbalanços nutricionais podem acarretar prejuízos a muda,
alterando sua morfologia.
A eficiência da adubação nitrogenada depende de fatores genéticos das plantas, da fertilidade
do solo, do controle das perdas, da localização e, sobretudo, da dose a ser aplicada (Malavolta et al.,
1997). Doses excessivas podem ocasionar superbrotamento, levando a planta ao tombamento, além
de interferir na pressão osmótica da solução do solo (Neves, 2005).
-1
MST (g muda )
-1
MSPA (g muda )
2,7
1,8
1,6
Y = 1,888217 + 0,000592x - 0,000000229x²
1,4
2,5
2,3
2,1
Y = 2,370304 + 0,000729x - 0,00000028x²
r² = 0,95**
r² = 0,91**
1,9
1,2
1,7
1
1,5
0
400
800
1200
1600
2000
2400
2800
3200
0
400
-3
800
1200
1600
2000
2400
2800
3200
-3
Doses de nitrogênio (mg dm )
Doses de nitrogênio (mg dm )
Figura 5. Massa seca da parte aérea (MSPA) de mudas de
pitombeira sob da adubação nitrogenada. Mossoró - RN, 2010.
Figura 6. Massa seca do sistema radicular (MST) de mudas de
pitombeira sob da adubação nitrogenada. Mossoró - RN, 2010.
CONCLUSÕES
A adubação nitrogenada promoveu um incremento na produção de mudas de pitombeira.
Doses de até 1.301,79 mg dm-3 de N proporcionaram bons resultados
AGRADECIMENTOS:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FERREIRA, D. F. Análise estatística por meio do SISVAR (Sistema para Análise de Variância) para Windows versão 4.0. In: REUNIÃO ANUAL DA REGIÃO BRASILEIRA DA SOCIEDADE INTERNACIONAL DE BIOMETRIA, 45.,
2000, São Carlos. Anais... São Carlos: UFSCar, 2000. p.255-258.
GOMES, F.P. Curso de estatística experimental. 14. ed. Piracicaba: ESALQ/USP, 2000. 477p.
GUARIM NETO, G. Plantas medicinais do Estado de Mato Grosso. Brasília: Associação Brasileira de Educação Agrícola Superior, 1978. 72 p.
JOAN, A. Adote uma árvore: Pitomba (“Talisia esculenta”). Janeiro de 2008. Disponível em: < http://adoteumaarvore.blogspot.com/2008/01/pitomba-talisia-esculenta.html> Acesso em 23 de agosto de 2010.
MALAVOLTA, E.; VITTI, G. C.; OLIVEIRA, S. A. Avaliação do estado nutricional das plantas: princípio e aplicações. 2. ed. Piracicaba-SP: Potafos, 1997. 319 p.
NEVES, O. S. C. Nutrição de mudas de umbuzeiro (Spondias tuberosa Arr. Cam) em resposta à calagem e às adubações nitrogenada, fosfatada e potássica. 2005. 113 p. Tese (Doutorado em Agronomia) – Universidade Federal de
Lavras, Lavras, 2005.
SCIVITTARO, W. B.; OLIVEIRA, R. P. de; MORALES, C. F. G.; RADMAnn, e. B. Adubação nitrogenada na formação de porta-enxertos de limoeiro ‘cravo’ em tubetes. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal - SP, v. 26, n. 1, p. 131135, Abril 2004
de Produtividade em Pesquisa/CNPq, Dr. Prof. Adjunto II da UFERSA, Mossoró – RN, [email protected]; 2 Eng. Agrônoma, mestranda em Fitotecnia na UFERSA. Bolsista do CNPq,
[email protected]; [email protected]; [email protected] 3 Eng. Agrônoma pela UFERSA. 4 Eng. Agrônomo, doutorando em Fitotecnia na UFERSA. Bolsista CAPES,
[email protected];
(1Bolsista
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