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ENTREVISTA
CENTRO DE COMPETÊNCIAS INTERNACIONAL
Texto António Figueiredo
DE VISEU
PARA O MUNDO
A
funcionar desde março de 2014, em instalações de cedidas
pelo IPV – Instituto Politécnico de Viseu, o Centro de
Competências Internacional da Bizdiret dá nesta altura
trabalho a 15 colaboradores que desenvolvem aplicações
informáticas para o mercado europeu. O objetivo mantém-se
para em cinco anos empregar 150 técnicos especializado. A
empresa do Grupo Sonae que trabalha com a Microsoft quer que
o Centro de Viseu sejam uma mais valia internacional
O que é que se faz no Centro de
Competências
Internacional
da
Bizdirect em Viseu? Estamos há dez anos
no mercado nacional a fazer aplicações
informáticas na plataforma Microsoft
Dynamics CRM - Customer Relationship
Management (Gestão de Relacionamento
com os Clientes). E era uma ideia, já com
alguns anos, fazermos para o estrangeiro,
numa primeira fase para o mercado
europeu, o que já fazemos para o mercado
nacional.
É fazer programas de gestão de clientes
para empresas da Europa? As nossas
aplicações são mais que um mero
programa de gestão de clientes. É um
programa de gestão de relacionamentos.
É um software que permite melhorar e
agilizar o relacionamento da empresa com
os seus clientes, sejam individuais ou
outras empresas, tendo como objetivo
fidelizar o cliente.
Não é uma oferta igual para todos os
clientes?
Estudamos e produzimos um software
específicos para cada cliente tendo em
conta as especificidades do seu negócio.
Os nossos clientes podem ser um banco,
uma consultadoria, um empresa de venda
de automóveis, etc. O nosso trabalho é
perceber o que cada cliente precisa e
adaptar a plataforma para esse negócio.
Mas esse era um trabalho que já faziam.
Porquê a necessidade de criarem este
centro em Viseu? Trabalhamos neste
mercado há dez anos para o mercado
nacional e tínhamos a necessidade da
internacionalização, de vender para o
estrangeiro. Também queríamos alargar o
números de pessoas que estão a trabalhar
connosco.
No Centro de Viseu só se trabalham
aplicações informáticas para clientes
estrangeiros?
Sim só para o estrangeiro. A diferença é
que
em
Portugal
trabalhamos
diretamente com o cliente final, mercado
direto, enquanto que para a Europa a
nossa ligação é com parceiros que fazem a
ligação da Bizdiret com o cliente final,
trabalhamos no que chamamos mercado
indireto.
Que tipo de colaboradores necessitam
para o Centro de Viseu? Pessoas com
formação nas tecnologias da informação,
engenharia informática, computação,
matemáticas aplicadas. O nosso trabalho
é essencialmente um trabalho de
programação.
E a escolha de Viseu foi porquê?
Queríamos instalar este Centro fora de
Lisboa e Porto ….
Porquê?
Porque em Lisboa e Porto também é mais
difícil encontrar colaboradores para esta
área das tecnologias da informação. O
mercado é muito dinâmico, as pessoas
transitam com muita facilidade de umas
empresas para outras, sendo difícil
arranjar apego a uma determinada
empresa. Definimos então como objetivo
encontrar um local onde as pessoas
gostem de viver e de trabalhar para não
serem tentadas a mudar, que tivesse uma
escola superior que garantisse os recursos
humanos necessários.
E é por isso que surge Viseu? Durante
alguns
meses
analisámos
várias
possibilidades. Falámos com várias
cidades, universidades, politécnicos e
câmaras municipais. De uma lista final
com quatro hipóteses Viseu dava a
segurança da formação no IPV, o
município também foi muito recetivo e o
facto de ser uma localização central,
próximo do Porto, Lisboa e Espanha,
foram fatores que pesaram na decisão
final. O relacionamento com as pessoas
que encontrámos no IPV e na Câmara
Municipal também nos deram garantias
de que seria um projeto com sucesso
porque mostraram logo muita vontade em
colaborar e levar o processo por diante.
A Escola Superior de Tecnologia e
Gestão do IPV vai ter capacidade para
formar as pessoas , em quantidade e
qualidade, de que necessitam?
A
qualidade está certificada. Temos nesta
altura 15 pessoas já a trabalhar. Estamos a
formar mais um grupo.
Os atuais colaboradores são todos
formado no IPV? Não são todos nem têm
que ser. Nem isso é condição obrigatória
de recrutamento. Há colaboradores de
outras cidades da região centro, mas 80%
são formados no IPV.
Como e quando e que vão estar a
trabalhar
os
150
colaboradores
anunciados quando o projeto foi
apresentado?
O plano era abrir o Centro de Viseu no
início de 2014. Atrasou-se um pouco e só
começámos em março. No final do
primeiro ano de funcionamento o objetivo
é ter trinta pessoas a trabalhar e é para aí
que estamos a apontar. No plano de 5
anos, com o Centro a funcionar em
velocidade de cruzeiro, mantemos a
previsão de ter 150 colaboradores a
trabalhar e que seja uma referência
mundial.
trabalhar produtos concretos para
clientes da Europa?
Temos tido uma boa aceitação na Bélgica,
no Reino Unido, na Suíça, também temos
clientes na Áustria. Tivemos também uma
encomenda para o Brasil, que embora
não sendo do nosso mercado alvo que é a
Europa, não podemos fechar as portas.
Dizem ter como ambição que o Centro
de Viseu seja “uma referência mundial
em soluções Microsoft”.
Como é que isso se atinge?
Na área do CRM - Customer Relationship
Management, que é o que nós
trabalhamos, há, na Europa, muita falta de
profissionais qualificados. As empresas de
recrutamento têm em permanência, para
o espaço europeu, cerca de 800 vagas em
aberto. Se tivermos profissionais
competentes poderemos ocupar esse
espaço e se fizermos bem o que nos
compete seremos reconhecidos numa
área onde há muita falta de resposta
profissional.
Quando dizem que querem ser uma
Academia o que pretendem? Isso tem a
ver com a forma como o
Centro funciona. O que nós fazemos é
adicionar conhecimento aos
conhecimentos que os colaboradores já
trazem. Os conhecimentos que nós
Mas isso depende da penetração que vão transmitimos são mais específicos para
ter no mercado europeu para onde estão aquilo que pretendemos desenvolver.
a trabalhar?
Ninguém quando sai de uma
Depende da forma como formos sendo
universidade ou de um politécnico capaz
conhecidos no mercado para onde
de desenvolver um projeto para entregar
estamos a trabalhar. O mercado europeu
a um cliente. A nossa Academia é uma
tem que começar a confiar na Bizdiret que
forma de certificação profissional de
até agora é uma empresa desconhecida. É
acordo com as regras da Microsoft.
também esse trabalho que estamos a
Damos a formação necessária para que as
fazer e que já deu frutos porque já
pessoas fiquem profissionalmente
estamos a trabalhar com vários clientes
capazes de entrar no mundo profissional.
europeus. Esperamos também que o
nosso trabalho ao ser reconhecido seja
depois replicado pelos nossos clientes
junto de outras empresas.
Os colaboradores que estão no Centro
da Bizdirect de Viseu já estão a
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Viseu tem respondido às vossas
expetativas?
A qualidade da formação das pessoas que
nos chegam era o que esperávamos. Há
um pormenor que me deixa
particularmente satisfeito. Em Viseu os
novos colaboradores necessitaram de
menos tempo de formação para iniciarem
a produção de projetos. Houve uma
grande capacidade de adaptação e uma
grande vontade de aprender o que
facilitou o período pós-formação para se
mostrarem capazes de desenvolver
tarefas e projetos específicos.
O plano que têm é de 5 anos. E depois?
Os 5 anos é a projeção do plano inicial
mas o objetivo é ficar para além disso e
crescer. Com o desenvolvimento do
projeto vai haver empresas e parceiros
que nos vão pedir soluções em áreas que
não é a nossa especialização, e com as
quais não nos queremos “distrair”. Vão
assim surgir oportunidades para outras
empresas ou profissionais e
empreendedores da região que possam
dar respostas a essas necessidades.
Como é que essas empresas ou
profissionais podem agarrar essas
oportunidades?
Entrem em contacto connosco, ficará o
registo das competências que têm, e, se
surgir a tal oportunidade, serão
contactado.
mais difícil recrutar
informação
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Entrevista na íntegra