luz e design em foco Prazos e qualidade projetual Paulo Oliveira Escrevi tempos atrás em meu blog projetando, etc. Pensar em um projeto de pre vem amarrada a algum fornecedor sobre os prazos apertadíssimos que al- LD com menos de 30 dias de prazo é um especial – o que paga mais comissão. E guns clientes nos impõem. Esta redução tiro no próprio pé. Mas há profissionais não posso deixar de execrar também os de tempo hábil para pensar e solucionar e empresas que andam fazendo isso e valores cobrados por esses projetos, se um projeto baseia-se em vários motivos. bagunçando o mercado. O caso é que é que podemos denominá-los assim. Sejam estes quais forem, vamos então estes, para conseguir cumprir estes pra- analisar apenas a questão prazo e o que zos enxutos, agem de maneira antiética dois citados acima, encontramos clientes ela implica. com seus clientes. desinformados, seja com relação à téc- nica e estética, quanto sobre os prazos Todos os profissionais que traba- Alguns profissionais têm os famosos lham com projeto conhecem bem as e conhecidos “projetos de gaveta”, que necessários para a qualidade. dificuldades para fechá-los. São vários repetem para vários clientes, fazendo fatores, condicionantes, necessidades, apenas pequenos ajustes ou alterações. quer ver seu nome atrelado a um projeto elementos, normas, análises e estudos Isso acontece na arquitetura, na engenha- mal resolvido, solucionado e executado. necessários para conseguirmos chegar a ria, interiores/ambientes e várias outras Prazos enxutos só levam a suposições e, um padrão mínimo de qualidade. E, por áreas. No entanto, este tipo de projeto consequentemente, erros. Projetar não é mínimo que este seja, exige tempo, um não considera o essencial: o usuário. um truque de mágica. prazo adequado para tal. Além disso, são os projetos que nos dão Tecnicamente é impossível realizar aquela sensação de déjà vu. Repetem-se papel na sociedade e no mercado, escla- projetos, pois não dependemos apenas infinitamente e descaradamente, deixan- recendo e informando corretamente os de nosso trabalho como projetistas. Não do tudo com a mesma cara. clientes sobre todas as necessidades que estudamos tanto para colocar “apenas Já os fornecedores que “dão de gra- um projeto de qualidade exige. Só assim uma luzinha”. Os fornecedores demoram ça” projetos para clientes que compram teremos um mercado sério, responsável vários dias para responder orçamentos; em suas lojas fazem quase a mesma e respeitado. outros profissionais demoram a res- coisa. A diferença é que eles mudam ponder sobre as alterações e soluções os equipamentos de acordo com as encontradas e necessárias, entre outros tendências e lançamento de catálogos. fatores externos que nos impossibilitam E também sabemos que estes projetos de cumprir prazos curtos mantendo a não saem de graça, pois seu custo está qualidade nos projetos. embutido – e diluído – no valor das peças. Já do nosso lado, gastamos horas só acontece com interiores. Existem soluções, esboçando ideias técnicas e vários edifícios, monumentos e espaços estéticas, pesquisando na imensidão de públicos com a mesma iluminação. equipamentos disponíveis no mercado Analisando seus projetos, percebe-se a através dos catálogos, fazendo testes, autoria. Por falar em autoria, esta sem- No way!!! Paulo Oliveira blog Design: Ações e Críticas (www.paulooliveira.wordpress.com) e criador da Rede DesignBR (www.designbr.ning.com). L U M E ARQUITETURA Temos de ter a consciência de nosso Colocar uma luzinha? E engana-se quem acha que isso a fio analisando o briefing, pensando em Creio que nenhum bom profissional é lighting designer e designer de ambientes, especialista em Educação Superior (Unopar) e Iluminação (IPOG). Autor do 82 Por culpa única e exclusiva destes