CENTRO FEDERAL DE
EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA
DE MINAS GERAIS
C u r s o P r ó - Té c n i c o
Disciplina:
Língua Portuguesa e
Literatura Brasileira
Texto Experimental – 1a Edição
Professora Zelina Márcia Pereira Beato
Varginha – Minas Gerais
Dezembro de 2006
......................................................... Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII – Varginha.
O Português é a língua oficial de Angola, Brasil, Cabo Verde,
Guiné Bissau, Moçambique, Macau, Portugal,
São Tomé e Príncipe e Timor Leste.
Fonte: http://www.linguaportuguesa.ufrn.br/
Curso Pró-Técnico. Disciplina: Língua Portuguesa e Literatura Brasileira - Professora Zelina Beato.
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Sumário
1. TEXTOS – LEITURA E PONTUAÇÃO .............................................................. 1
ATIVIDADE DE PONTUAÇÃO I................................................................................... 8
ATIVIDADE DE PONTUAÇÃO II.................................................................................. 9
2. SINAIS DE PONTUAÇÃO................................................................................ 11
2.1 - Emprego dos dois pontos...................................................................... 11
2.2 - Emprego do ponto de interrogação ....................................................... 11
2.3 - Emprego do ponto de exclamação........................................................ 11
2.4 - Emprego das reticências ....................................................................... 11
2.5 - Emprego das aspas .............................................................................. 11
2.6 - Emprego do Travessão ......................................................................... 11
2.7- Emprego dos Parênteses ....................................................................... 12
2.8 - Emprego do ponto e vírgula .................................................................. 12
2.9 - Emprego da vírgula: .............................................................................. 12
EXERCÍCIOS .................................................................................................... 14
3. ACENTUAÇÃO GRÁFICA............................................................................... 15
3.1 - Para se acentuar uma palavra .............................................................. 15
3.2 - Oxítonas ................................................................................................ 15
3.3 - Paroxítonas ........................................................................................... 16
3.4 - Proparoxítonas ...................................................................................... 16
3.4.1 – Casos Especiais ................................................................................ 16
3.5 - Acento Diferencial ................................................................................. 17
EXERCÍCIOS .................................................................................................... 17
4. ESTUDO DE TEXTO........................................................................................ 18
4.1 - Progressão Textual - Fatores que Dão Unidade de Sentido. ................ 18
4.2 - Mecanismos de Coesão Referencial - Coerência Extratextual e
Coerência Intratextual ................................................................................... 20
EXERCÍCIOS .................................................................................................... 20
4.3 - Conexões .............................................................................................. 21
4.3.1 - Tipos de Relações.............................................................................. 21
EXERCÍCIOS .................................................................................................... 22
4.4 - Intertextualidade e Metalinguagem ....................................................... 25
4.4.1. Tipos de Intertextualidade ................................................................... 32
4.5 - Figuras de linguagem............................................................................ 35
EXERCÍCIOS .................................................................................................... 37
5. VARIAÇÃO LINGÜÍSTICA............................................................................... 39
5.1 - PAISES LUSÓFONOS..................................................................................... 39
5.1.2 - Algumas diferenças entre o português europeu e o português do
Brasil: ............................................................................................................ 40
5.2 - JARGÕES .................................................................................................... 42
5.3 - DIFERENÇAS REGIONAIS .............................................................................. 44
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6. ORTOGRAFIA.................................................................................................. 47
7. ESTUDO DE TEXTO........................................................................................ 49
7.1 - RECURSOS POÉTICOS .................................................................................. 51
7.1.1 - Assonância e aliteração ..................................................................... 51
7.1.2 - Ritmo .................................................................................................. 53
7.1.3 - Recursos Sonoros.............................................................................. 57
7.1.4 - Figuras de linguagem: ........................................................................ 57
7.2 - NEOLOGIA ................................................................................................... 59
7.3 - SEMÂNTICA E PRAGMÁTICA........................................................................... 63
EXERCÍCIOS .................................................................................................... 64
7.4 - COERÊNCIA TEXTUAL ................................................................................... 67
8. DUPLA POSSIBILIDADE DE LEITURA .......................................................... 71
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 86
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1. Textos – Leitura e Pontuação
Sejam os textos:
Pontuação é tudo
Um
homem
rico
estava
muito
mal.
Pediu
papel
e
caneta
e
escreveu
assim:
Deixo meus bens à minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a conta do padeiro nada dou
aos pobres.
Morreu antes de fazer a pontuação. A quem deixava a fortuna? Eram quatro concorrentes.
1) O sobrinho fez a seguinte pontuação: Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho.
Jamais será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres.
2) A irmã chegou em seguida. Pontuou assim o escrito: Deixo meus bens à minha irmã. Não a
meu sobrinho. Jamais será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres.
3)
O
padeiro
pediu
cópia
do
original.
Puxou
a
brasa
pra
sardinha
dele:
Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do padeiro.
Nada dou aos pobres.
4) Aí, chegaram os descamisados da cidade. Um deles, sabido, fez esta interpretação:
Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do padeiro?
Nada! Dou aos pobres.
Assim é a vida. Nós é que colocamos os pontos. E isso faz toda diferença.
A Mosca
A mosca saiu do açucareiro.
Zzzzzzzzzz zzzzzzzzzz zzzzzzzzzz zzzzzzzzzz zzzzzzzzzz zzzzzzzzz zzzzzzzzz zzzzzzzzz
zzzzzzzzz zzzzzzzzz zzzzzzzzz.
Pousou numa xícara. O homem espantou-a com a mão.
Zzzzzzzzzz zzzzzzzzzz zzzzzzzzzz zzzzzzzzzz zzzzzzzzzz zzzzzzzzz zzzzzzzzz zzzzzzzzz
zzzzzzzzzz zzzzzzzzz zzzzzzzzz.
Parou perto de outra mosca. Conversaram!
- Zzzzzzzzzz zzzzzzzzz zzzzzzzzz!
- Zzzzzzzzzz zzzzzzzzz zzzzzzzzz?
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- Zzzzzzzzzz zzzzzzzzz zzzzzzzzz zzzzzzzzz...
- Zzzzzzzzzz zzzzzzzzz!
- Zzzzzzzzz zzzz!
- Z.
E voltaram as duas.
Zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz
zz zz zz zz zz.
O homem tornou a afastá-las.
Zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz zz.
Elas tornaram a voltar. Agora eram três.
Zzz zzz zzz zzz zzz zzz zzz zzz zzz zzz zzz zzz zzz zzz.
O homem se levantou e foi embora.
Moral: é mais fácil uma mosca espantar um homem do que um homem espantar uma mosca.
(ELIACHAR, Leon. O homem ao quadrado.
São Paulo: Círculo do Livro, 1960.)
1 - Leia o texto em silêncio.
2 - Leia-o em voz alta.
3 - Você leu todas as seqüências de z do mesmo modo, ou seja, deu alguma pausa entre elas?
Por quê?
4 - Você leu todas as frases no mesmo tom ou não? Por quê?
5 - Qual é a função do uso de z no texto?
6 - Comente sobre a moral da história.
7 - Imagine que palavras estariam sendo ditas no lugar dos zz e reescreva a história.
Elefantes
Os elefantes são os maiores dentre os animais terrestres. Há duas espécies de elefantes: o
elefante africano e o asiático. Os elefantes vivem em pequenas famílias chamadas de clã. Cada
clã tem algumas fêmeas adultas, com suas crias e outros elefantes ainda jovens. A fêmea maior e
mais velha é quer-n dirige o clã. Os elefantes machos vivem sozinhos ou têm seus grupos
separados. Juntam-se às fêmeas na época do cio.
Depois de dar à luz, a mamãe elefante alimenta seu bebê com seu leite várias vezes ao dia. Este
se mantém sempre junto dela durante os primeiros meses de vida, andando quase sempre por
entre as duas patas da mãe para maior proteção.
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A alimentação do elefante adulto é composta por aproximadamente 250 a 320 quilos de folhas,
frutos e raízes. Essa quantidade de alimentos corresponde a mais ou menos um quilômetro
quadrado de vegetação rala. Além disso, precisam beber de 110 a 190 litros de água por dia, sem
falar na água do banho. É por isso que, para não dizimar a vegetação de um lugar, os elefantes
estão sempre viajando.
Os elefantes mais velhos e doentes, geralmente, retiram-se do grupo principal e formam sua
própria manada. Com eles vão alguns elefantes jovens, que lhes fornecem ajuda para procurar
comida e proteção contra outros animais.
Quando estão quase à morte, esses elefantes velhos e doentes procuram lugares calmos onde
possam conseguir água e comida com mais facilidade. Os mortos ficam por ali, o que deu a falsa
impressão de que existiriam “cemitérios de elefantes.”
Os elefantes jamais morrem por ataque de outros animais, sendo o homem o seu maior inimigo.
(Como vivem os animais. São Paulo: Abril: [s/d.]. p. 3-4.)
1 - Quais são as principais informações que o texto nos traz sobre os elefantes?
2 - Quais são as espécies de elefantes que existem?
3 - Existem realmente cemitérios de elefantes? Comente, com base nas informações trazidas pelo
texto.
4 - De que modo os elefantes demonstram respeito à natureza?
5 - Na linha 1, os dois pontos estão sendo usados para:
( ) introduzir uma fala de personagem.
( ) introduzir uma explicação.
7 - Pontue as frases a seguir, usando os dois pontos com o mesmo objetivo apontado no item 5.
a) As famílias de elefantes são formadas por estes componentes algumas fêmeas adultas, suas
crias e outros elefantes ainda jovens.
b) A alimentação do elefante adulto é composta por três elementos básicos folhas, frutos e raízes.
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c) Há bandos de elefantes formados por outros elementos elefantes mais velhos e doentes e
elefantes mais jovens.
8 - Observe bem as frases a seguir:
Depois de dar à luz, a mamãe elefante alimenta seu bebê com seu leite várias vezes ao dia.
Várias vezes ao dia, a mamãe elefante alimenta seu bebê seu leite depois de dar à luz.
Agora responda.
8.1. As expressões sublinhadas dão idéia de lugar ou de tempo?
8.2. O que você pôde perceber que aconteceu com o uso da vírgula nas duas frases? Tem algo a
ver com a posição em que as expressões sublinhadas se encontram? Comente.
8.3 - Use a vírgula nas frases a seguir, quando se fizer necessária.
a) Os elefantes machos adultos juntam-se às fêmeas na época do cio.
b) Na época do cio os elefantes machos adultos juntam-se às fêmeas.
c) Durante o período de um dia um elefante precisa beber de 110 a 190 litros de água.
d) Um elefante precisa beber de 110 a 190 litros de água durante o período de um dia.
9 - Agora observe estas frases:
Para não dizimar a vegetação de um lugar, os elefantes estão sempre viajando.
Os elefantes, para não dizimar a vegetação de um lugar, estão sempre viajando.
Os elefantes estão sempre viajando para não dizimar a vegetação de um lugar.
Quando estão quase à morte, esses elefantes velhos e doentes procuram lugares calmos onde
possam conseguir água e comida com mais facilidade.
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Esses elefantes velhos e doentes, quando estão quase à morte, procuram lugares calmos onde
possam conseguir água e comida com mais facilidade.
Esses elefantes procuram lugares calmos onde possam conseguir água e comida com mais
facilidade quando estão quase à morte.
Agora responda:
O que você pôde perceber com relação ao uso da vírgula nessas frases? Tem algo a ver de novo
com a posição de certas expressões na frase? Comente, procurando dizer que tipos de idéias são
por elas expressas.
10 - Reescreva as frases a seguir, trocando de posição os elementos possíveis e pontuando com
vírgula onde for preciso. Procure tomar como base as frases do item 9.
a) O bebê elefante anda quase sempre por entre as patas da mãe para que fique mais protegido.
b) Os elefantes retiram-se do grupo principal e formam sua própria manada quando ficam mais
velhos e doentes.
O primeiro beijo de Marcos
Marcos era um adolescente que só pensava em jogar futebol e não ligava pra mais nada, até que
um dia ele estava jogando e viu uma linda garota, que estava assistindo o jogo, foi amor a primeira
vista, ele não tirava os olhos dela, até então a amiga da garota fazer um sinal para Beti que um
menino estava à observá-la, quando ela percebeu achou que ele era um cara simpático e
bonitinho.
Depois de ter comentado isso, ela pediu para Vanessa sua amiga para falar que ela queria ficar
com ele. Vanessa chegou e marcou um encontro entre os dois, mas Marcos já estava a pensar
para si mesmo; e agora o que eu vou fazer nunca beijei nenhuma garota, eu não sei beijar só falta
eu passar um vexame.
Já estava na hora e Beti já o estava esperando a algum tempo, até que quando ela estava indo
embora ele apareceu tímido e embaraçado, Beti que já tinha alguma experiência foi direta ao
assunto pois percebeu que ela seria sua primeira namorada.
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Ela perguntou a Marcos: - Você já beijou alguém em sua vida, ele não sabia o que falar, até que
resolveu encarar a verdade eu nunca beijei uma garota. Beti chega e fala pra ele não existe
segredo nisso.
E quando ele menos esperava ele já estava à beijá-la, demorou, mas depois do primeiro beijo
percebeu que não se tem nada a se temer.
o
(Texto produzido por um aluno o 1 ano do ensino médio
de uma escola pública estadual da Grande Porto Alegre).
1 - Se formos pesquisar um conceito para frase, encontraremos algo semelhante a um enunciado
lingüístico de sentido completo que começa com letra maiúscula e termina com algum sinal de
pontuação final. Considerando esse conceito, releia com atenção o primeiro parágrafo. Será que
todo ele se constitui realmente de apenas uma frase? Se você acha que não, reescreva-o,
demarcando as frases com a letra maiúscula inicial e o sinal de pontuação final que julgar
adequado.
2 - Vamos rever uma questão gramatical:
Aposto: é o termo da oração que sempre se liga a um nome que o antecede com a função de
explicar, esclarecer, identificar, discriminar esse nome. Geralmente o aposto vem separado do
nome a que se refere por sinais de pontuação.
nome aposto
Lúcia, aluna do terceiro colegial, foi bem na prova.
nome aposto
Desejo-lhe uma coisa: felicidade.
nome aposto
Roubaram tudo: discos, jóias, dinheiro, documentos.
OBS.: Existe um tipo de aposto que normalmente não vem separado por sinais de pontuação,
como nos exemplos que seguem:
A cidade de São Paulo a rua Altinópolis o rio Amazonas
A esse tipo de aposto dá-se o nome de aposto de especificação.
(TERRA, Ernani. Curso prático de gramática.
6ª ed. São Paulo: Scipione, 1993. p. 214-215).
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Revista essa questão, releia atentamente o segundo parágrafo e procure ver em que situação
temos caso de aposto. Constatada tal situação, verifique se há necessidade ou não de pontuar o
aposto. Havendo, reescreva a frase em que ele encontrar-se, empregando o sinal de pontuação
adequado.
3 - Vamos relembrar mais algumas coisas: em um texto, quando aparece a fala de um
personagem na voz dele mesmo, temos discurso direto. Tal tipo de discurso pode ser marcado, na
escrita, por dois sinais de pontuação:
Travessão:
O empregado entra na sala do patrão e diz:
- Sr. Rezende, desculpe-me, mas há três meses não recebo salário.
O patrão olha fixamente nos olhos do empregado e diz:
- Está desculpado.
(Seleções, jun. 2004. p. 45.)
Aspas:
ANS e seguradoras transferem reunião
Brasília - As negociações entre a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e as
seguradoras de saúde emperram. Depois de afirmar que uma solução para o conflito causado
pelos reajustes das mensalidades dos contratos antigos - anteriores a janeiro de 1999 - estava
próxima, a diretora da ANS, Maria Stella Gregori, admitiu ontem que os entendimentos não
avançaram.
Um novo encontro que estava marcado para hoje acabou sendo transferido para a próxima
semana. “Não conseguimos avançar”, disse Maria Stella. Nem a agência nem as seguradoras de
saúde informaram os motivos do retrocesso nas negociações. As seguradoras querem cobrar dos
clientes antigos reajustes médios de 80%, valor considerado abusivo, na avaliação da ANS.
(Correio do Povo, 23 jul.2004. p. 11.)
a) Com base nesses dois exemplos, responda: como se inserem nos parágrafos desses dois
textos os discursos diretos marcados por travessão e os marcados por aspas?
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b) Agora atente para o quarto parágrafo do texto do aluno que estamos analisando. Nele
aparecem dois discursos diretos. Identifique-os e reescreva o parágrafo com a pontuação
adequada.
c) Ainda atentando para esses dois discursos diretos, que tipo de frase temos no primeiro? Será
que a pontuação dela está adequada? Se não está, cuide também desse detalhe na re-escritura
do parágrafo.
d) Identifique um aposto no texto “ANS e seguradoras transferem reunião”.
Atividade de Pontuação I
Quem não desejou, pelo menos uma vez na vida, fazer um feitiçozinho? Sei lá? Mudar a nota de
um teste que correu mal! Fazer calar um professor que fala, fala e nunca mais se cala! Coisas
assim, do dia-a-dia! Quer saber como é que as bruxas aprendem? Decodifique a mensagem.
1. Leia a mensagem secreta, "Lições de Feitiço”
2. Decodifique-a , criando uma mensagem com a seguinte estrutura:
3 parágrafos.
1º parágrafo (como se faz uma poção mágica.) - um só período (2 vírgulas)
2º parágrafo (a formação de uma bruxa) - 3 períodos (8 vírgulas)
3º parágrafo (um feitiço simples) - 3 períodos (7 vírgulas, 1 x dois pontos, 1 x aspas)
O seu trabalho ficará mais fácil se forem seguidos os seguintes procedimentos:
a. Leia tudo uma primeira vez antes de começar a colocar qualquer sinal. É só para apanhar a
idéia geral indicada para cada parágrafo.
b. Faça uma segunda leitura, se possível em voz alta. Ouvir as palavras ajuda a encontrar o ritmo
do texto, porque as palavras puxam-se umas às outras formando frases com sentido.
c. Divida os parágrafos.
d. Agora, procure os períodos.
e. A seguir, coloque as vírgulas.
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f. Finalmente coloque a restante pontuação.
g. Releia tudo em voz alta, se possível.
para produzir uma poção eficaz além de misturar os ingredientes corretos e colocá-los para
cozinhar à temperatura adequada a bruxa precisa saber a fórmula que deve ser pronunciada para
lançar o feitiço isso exige que a bruxa quando jovem passe por muitas horas de treino exaustivo
depois da escola ela precisa ter aulas de culinária estudar receitas aprender taquigrafia datilografia
e milhões de canções chamamentos gritos murmúrios e sortilégios para ter sucesso na carreira a
bruxa precisa de uma boa base de conhecimento os feitiços mais simples referem-se ao tempo
para desencadear uma tempestade no mar por exemplo é só a bruxa rodar um gato três vezes em
volta da cabeça e atirá-lo ao mar cantando Raios e trovões bruum bruum catatrá façam mil
vagalhões erguer-se no mar os feitiços para curar doenças são muito difíceis mas muito mais úteis
Atividade de Pontuação II
Apesar do ar carrancudo com que aparecem diante de princesas, reis e rainhas, as bruxas são
bem humoradas e gostam de se divertir. Como? Decodifique a mensagem e descubra.
1. Leia a mensagem secreta, "Grandes Festas”
2. Decodifique-a, criando uma mensagem com a seguinte estrutura:
5 parágrafos.
1º parágrafo (o ano das bruxas) - 3 períodos (2 vírgulas)
2º parágrafo (o dia das bruxas) - 3 períodos (9 vírgulas)
3º parágrafo (a festa da Primavera) - 1 período (2 vírgulas)
4º parágrafo (o dia dos namorados) - 2 períodos (1 vírgula)
5º parágrafo (o dia das colheitas) - 3 períodos (1 vírgula)
o ano das bruxas começa no Dia das Bruxas quando em alguns países fantasmas demônios e
crianças saem pedindo dinheiro e fazendo travessuras as casas são enfeitadas com velas dentro
de abóboras e morangas acendem-se fogueiras e as pessoas pescam maçãs num grande alguidar
no dia das bruxas as bruxas reúnem-se à meia-noite e dançam ardentemente em torno das
chamas até ao amanhecer valsam sapateiam dançam de um lado para o outro depressa devagar
giram sacodem-se como só elas sabem o dia das bruxas é uma festa em que as roupas as
diversões e os vôos são os mais fantásticos na Festa da Primavera as bruxas jovens dançam em
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torno do mastro de fitas cada uma querendo chamar a atenção para ser eleita a Rainha da
Primavera no dia dos Namorados as bruxas mais jovens colocam folhas de louro debaixo do
travesseiro para sonhar com os seus futuros maridos não se sabe se esses sonhos são muito
pacíficos a festa da colheita é a última oportunidade da jovem muitas bruxas fazem bolos mágicos
com o trigo recém-recolhido para oferecer aos seus namorados quando não consegue seduzir um
homem com a sua beleza a bruxa acaba por ter de usar os seus encantamentos.
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2. Sinais de Pontuação
Os sinais de pontuação são usados para:
•
assinalar pausas e inflexões de voz;
•
separar palavras, expressões e orações em destaque;
•
esclarecer o sentido da frase, eliminando possíveis ambigüidades.
2.1 - Emprego dos dois pontos
•
enumeração (Tinha duas ambições: sucesso e dinheiro)
•
introduzindo uma citação ou diálogo (Ele respondeu secamente: "Não vou ao baile!")
2.2 - Emprego do ponto de interrogação
•
após uma frase interrogativa direta (Espera por alguém?)
2.3 - Emprego do ponto de exclamação
•
2em frases que indiquem surpresa, espanto, admiração, alegria (Que espetáculo!)
•
após interjeições (Bravo!, Bis!!!)
2.4 - Emprego das reticências
•
marcando interrupção do pensamento (Se for assim...)
•
deixando o sentido da frase ser interpretado pelo leitor (A resposta dela...)
•
denotando hesitação (Amanhã... Não sei não...)
•
realçando palavras ou expressões em ambiente literário (Para fazer pelos meus...
ninguém ...)
2.5 - Emprego das aspas
•
indicando citações de outros autores (Disse Fernando Pessoa: "Tudo vale a pena se a
alma não é pequena")
•
em palavras ou expressões estrangeiras e gírias (Ele foi o "must", "tá"?!)
2.6 - Emprego do Travessão
•
indicando diálogos (— Ele voltará?)
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•
destacando algum elemento frasal ou um aposto, podendo aparecer entre travessões
(Jomar — primo de minha avó — sorria feliz)
2.7- Emprego dos Parênteses
•
em algum comentário ou explicação, isolando-os da frase
2.8 - Emprego do ponto e vírgula
•
separar itens de uma enumeração (em leis, decretos, portarias, regulamentos etc.)
•
separar orações com certa extensão, que dificultem a compreensão e respiração
•
para frisar o sentido adversativo antes da conjunção
•
separar orações que sejam quebradas por vírgula, para marcar pausa maior entre as
orações
2.9 - Emprego da vírgula:
•
Para o emprego correto da vírgula, deve-se considerar a ordem direta da frase:
sujeito - verbo - complementos - adj. adverbial
•
Erros quando a ordem é direta:
o
não pode haver vírgula entre sujeito e predicado (O supervisor, distribuiu as
tarefas - ERRADO)
o
não pode haver vírgula entre o verbo e seus complementos (Os alunos refizeram,
todos os textos - ERRADO)
o
não pode haver vírgula entre o nome e o complemento nominal ou adjunto
adnominal (A extração, do dente foi dolorosa - ERRADO)
•
Entre os termos da oração:
o
separar termos coordenados da mesma função e assindéticos, ainda que sejam
repetidos. Mas, cuidado: havendo o "e" entre os dois últimos termos, não há
necessidade da vírgula.
o
separar vocativos e o nome do lugar nas datas
o
indicar inversões:
•
do adjunto adverbial (se o adjunto for de pequena extensão, torna-se
dispensável o uso da vírgula)
•
o
o
do complemento pleonástico antecipado
indicar intercalações:
•
de expressões explicativas, continuativas e conclusivas
•
do adjunto adverbial ou aposto (menos o especificativo)
•
da conjunção
indicar, às vezes, elipse do verbo (Ele virá hoje; eu, amanhã)
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•
Em período composto:
o
para separar as orações coordenadas assindéticas (sem conectivos)
o
para separar as orações coordenadas sindéticas, quando os sujeitos das duas
orações forem diferentes
o
para separar as coordenadas adversativas. É bom saber que não se pode usar
vírgula depois do mas e que, quando porém, contudo, todavia, no entanto e
entretanto iniciarem a frase, poderão ou não ser seguidos de vírgula. Essas
últimas conjunções sempre terão uma vírgula antes e outra depois quando
estiverem intercaladas no período
o
para separar as coordenadas sindéticas alternativas em que haja as conjunções
ou....ou, ora.....ora, quer....quer, seja......seja
o
para separar as coordenadas sindéticas conclusivas (logo, pois, portanto). O pois
com valor conclusivo (= portanto) sempre deve vir entre vírgulas
Ex.: Não era alfabetizado; não podia, pois, ter carta de habilitação.
o
para separar as coordenadas sindéticas explicativas (Não fale assim porque
estamos ouvindo você)
o
para separar as adverbiais reduzidas e as adverbiais antepostas ou intercaladas
na principal
o
para separar as orações consecutivas
o
isolar as subordinadas adjetivas explicativas. As restritivas, geralmente não se
separam por vírgula. Podem terminar por vírgula em casos de ter certa extensão
ou quando os verbos se sucedem. Entretanto nunca devem começar por vírgula.
(O rapaz, que tinha o passo firme, resolvei o problema / O aluno que estuda,
aprende)
•
Vírgula antes do e:
o
não se emprega nas enumerações do tipo das seguintes:
Ex.: Comprei um livro e um caderno / Fui ao supermercado e à farmácia
o
usa-se quando vier em polissíndeto
Ex.: E fala, e resmunga, e chora, e pede socorro.
o
a vírgula separa elementos com a mesma função sintática, exceto se estiverem
ligados pela conjunção e:
Ex.: O João, o Antônio, a Maria e o Joaquim foram passear.
o
pode-se usar a vírgula se os sujeitos forem diferentes
Ex.: Eles explicam seus pontos de vista, e a imprensa deturpa-os.
o
se o e assumir outros valores que não o aditivo, cabe o emprego de vírgula
Ex.: Responderam a mãe, e não foram repreendidos (adversidade)
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EXERCÍCIOS
1. Pontue as frases se necessário:
a) Brasília Capital da República foi fundada em 1960
b) A poesia a dança a escultura a música tudo é forma de expressão
c) Minha casa tem dois dormitórios dois banheiros uma cozinha uma sala e um pequeno quintal
d) A poluição ambiental meus senhores tem sido um grave problema
e) O senhor Carlos chefe da empresa adiou a decisão
f) Maria o chefe da firma vai promover você e eu
g) Naquele dia porém ninguém se manifestou
h) No inverno ela me deixou Felizmente tudo acabou bem
i) Quero que você volte ou melhor fique comigo para sempre
j) O lobo com cautela caça
l) Não tenho tudo que amo mas amo tudo que tenho
m) O programa quando é bom não trava a operação da máquina
n) São Paulo 25de janeiro de 2000
o) Eu vou mas volto Ficarei aqui até Lídia a orgulhosa resolver olhar para mim
p) O deputado disse o presidente é um safado
q) Minha vaca é igual às outras tem dois chifres em quatro patas sustenta seu corpo tem um rabo
abaixo dos olhos um focinho dá leite e muge
2. Pontue o período abaixo de forma que sejam possíveis dois sentidos opostos:
“Irás voltarás não morrerás”
a) com sentido de que não vai morrer:
R.
b) com sentido de que vai morrer:
R.
2.3. A pontuação pode transformar uma frase relativa restritiva em relativa explicativa, o que
interfere no sentido a ser compreendido. Qual a diferença de sentido que podemos perceber em
cada uma das orações relativas?
a) os índios brasileiros, que abandonaram suas tradições, estão em fase de extinção.
b) os índios brasileiros que abandonaram suas tradições estão em fase de extinção.
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3. ACENTUAÇÃO GRÁFICA
O português, assim como outras línguas neolatinas, apresenta acento gráfico. Toda
palavra da língua portuguesa de duas ou mais sílabas possui uma sílaba tônica. Observe as
sílabas tônicas das palavras arte, gentil, táxi e mocotó. Você constatou que a tonicidade recai
sobre a sílaba inicial em arte, a final em gentil, a inicial em táxi e a final em mocotó. Além disso,
você notou que a sílaba tônica nem sempre recebe acento gráfico. Portanto, todas as palavras
com duas ou mais sílabas terão acento tônico, mas nem sempre terão acento gráfico. A tonicidade
está para a oralidade (fala) assim como o acento gráfico está para a escrita (grafia).
3.1 - Para se acentuar uma palavra
1º - Divida-a em sílabas;
2º - Classifique-a quanto à tonicidade (oxítona, paroxítonas, proparoxítonas);
3º - De acordo com sua terminação, encaixe-a nos exemplos abaixo.
3.2 - Oxítonas
São assinaladas com acento agudo as palavras oxítonas que terminam em a, e e o abertos, e com
acento circunflexo as que terminam em e e o fechados, seguidos ou não de s:
a........ já, cajá, vatapá
as...... ás, ananás, mafuás
e....... fé, café, jacaré
es..... pés, pajés, pontapés
o...... pó, cipó, mocotó
os..... nós, sós, retrós
e....... crê, dendê, vê
es..... freguês, inglês, lês
o....... avô, bordô, metrô
os..... os bisavôs, propôs
- Incluem-se nesta regra os infinitivos seguidos dos pronomes oblíquos lo, la, los, las: dá-lo, matálos, vendê-la,fazê-las, compô-lo, pô-los etc.
- Cuidado: Nunca se acentuam: (a) as oxítonas terminadas em i e u, e em consoantes — ali,
caqui, rubi, bambu, rebu, urubu, sutil, clamor etc.; (b) os infinitivos em i, seguidos dos pronomes
oblíquos lo, la, los, las — fi-lo, puni-la, reduzi-los, feri-las.
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3.3 - Paroxítonas
Assinalam-se com acento agudo ou circunflexo as paroxítonas terminadas em:
i....... dândi, júri, táxi
is....... lápis, tênis, Clóvis
ã/ãs.... ímã, órfã, ímãs
ão/aos .... bênção, órfão, órgãos
us....... bônus, ônus, vírus
l..... amável, fácil, imóvel
um/uns...... álbum, médium, álbuns
n...... albúmen, hífen, Nílton
os...... bíceps, fórceps, tríceps
r......... César, mártir, revólver
x........ fênix, látex, tórax, ônix.
3.4 - Proparoxítonas
Todas as proparoxítonas são acentuadas graficamente: abóbora, bússola, cântaro,
dúvida, líquido, mérito, nórdico, política, relâmpago, têmpora etc.
3.4.1 – Casos Especiais
- Acentuam-se sempre os ditongos tônicos abertos éi, éu, ói: boléia, fiéis, idéia, céu, chapéu, véu,
apóio, herói,caracóis etc.
- Acentuam-se sempre o i e o u tônicos dos hiatos, quando estes formam sílabas sozinhas ou são
seguidos de s: aí, balaústre, baú, egoísta, faísca, heroína, saída, saúde, viúvo, etc.
- Acentua-se com acento circunflexo o primeiro o do hiato ôo, seguido ou não de s: abençôo,
enjôo,corôo, perdôo, vôos etc.
- Mantém-se o acento circunflexo do singular crê, dê, lê, vê nas formas do plural desses verbos —
crêem, dêem, lêem, vêem — e de seus compostos — descrêem, relêem, revêem.
- Acentua-se com acento agudo o u tônico pronunciado precedido de g ou q e seguido de e ou i,
com ou sem s: argúi, argúis, averigúe, averigúes.
- Acentuam-se graficamente as palavras terminadas em ditongo oral átono, seguido ou não de s:
área, ágeis, importância, jóquei, lírios, mágoa, extemporâneo, régua, tênue, túneis.
- Emprega-se o trema no u que se pronuncia depois de g ou q, sempre que for seguido de e ou i:
agüentar, argüição, ungüento, eloqüência, freqüente, tranqüilizante.
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- Emprega-se o til para indicar a nasalização de vogais: afã, coração, devoções, maçã, relação,
etc.
3.5 - Acento Diferencial
O acento diferencial é utilizado para distinguir uma palavra de outra que se grafa de igual maneira.
ás (subst.) as (artigo)
côa/côas (verbo coar) coa/coas (com + a/as)
pára (verbo parar) para (preposição)
péla/pélas e péla pela/pelas (verbo pelar e subst.)
pêra (subst. fruto da pereira) pêra (preposição)
pôde/ (pret. perf. do ind. de poder) pode (pres. do ind. de poder)
pólo/pólos norte ou sul
pelo, pela (preposição) pêlo (subst.)
pôr (verbo) por (preposição)
porquê (subst.) porque (conjunção)
quê (substantivo ou pronome no fim da frase) que (pronome, conjunção)
EXERCÍCIOS
A) Assinale a opção em que todas as palavras são acentuadas pelo mesmo motivo de: também, incrível e
caráter.
a)
alguém, inverossímel, tórax
b)
hífen, ninguém, possível
c)
têm, anéis, éter
d)
há, impossível, crítico
e)
pólen, magnólias, nós
B) Em que série nem todas as palavras se acentuam pelo mesmo motivo:
a)
juízo, aí, saíste, saúde
b)
poética, árabes, lírica, metáfora
c)
glória, apóia, série, inócuo
d)
réptil, fêmur, contábeis, ímã
e)
assembléia, dói, papéis, céu
C) Assinale a opção em que todos os vocábulos deveriam estar acentuados graficamente:
a) perdoo, balaustre, bambu
b) itens, assembleia, cafeína
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c) tuneis, juri, pessoa
d) aerodromo, estrategia, néctar
e) agape, apoio (subst.), nuvens
4. ESTUDO DE TEXTO
(As Cobras, Luís Fernando Veríssimo, Zero Hora, Segundo Caderno, 13 fev. 1995)
Num texto, o sentido de cada parte é definido pela relação que mantém com as demais
constituintes do todo. Assim como uma receita não é o amontoar dos ingredientes, o sentido do
todo não é mera soma das partes, mas é dado pelas múltiplas relações que se estabelecem entre
elas.
Eu sabia que você era collorido por fora, mas caiado por dentro. (PRN/PFL)
Você tem cores por fora, mas é revestido de cal por dentro.
Você apresenta um discurso moderno, de centro-esquerda, mas é reacionário.
4.1 - Progressão Textual - Fatores que Dão Unidade de Sentido.
Pavloviana - José Paulo Paes
a comida
a sineta
a saliva
a sineta
a saliva
a saliva
a saliva
a saliva
a saliva
o mistério
o rito
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a igreja
o rito
a igreja
a igreja
a igreja
a igreja
a igreja
a revolta
a doutrina
o partido
a doutrina
o partido
o partido
o partido
o partido
o partido
a emoção
a idéia
a palavra
a idéia
a palavra
a palavra
a palavra
a palavra
a PALAVRA.
(Paes, José P. Um por todos, São Paulo: Brasiliense, 1986, pp. 92-3).
Canadá em São Paulo
Parque canadense será inaugurado hoje.
São Paulo ganha hoje um parque que reúne duas grandes “paixões” do paulistano: o
verde e a água. O verde está na farta arborização do novo local de lazer: 2100 árvores de 120
espécies diferentes. E a água está no lago que recobre 70% dos 110 mil metros quadrados de
área do parque Cidade de Toronto.
A vegetação procura fazer jus ao nome do novo local de lazer. Batizado com este nome
graças ao Programa Municipal de Intercâmbio Profissional firmado entre São Paulo e Toronto –
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que doou parte das verbas necessárias à sua construção -, o parque, situado na zona Oeste,
presta uma homenagem à cidade canadense através da vegetação típica de clima temperado,
como o pinheiro e o plátano, introduzida junto às plantas nativas.
(Jornal da Tarde, 1º de Julho de 1992)
4.2 - Mecanismos de Coesão Referencial - Coerência Extratextual e Coerência Intratextual
Coerência extratextual liga-se ao nosso conhecimento de mundo:
a) Portugal, jardim plantado à beira do Pacífico.
b) Virgem dá à luz trigêmeos.
Coerência intratextual liga-se aos elementos internos ao texto.
•
1. As crianças estão viajando. Elas só voltarão no final do mês.
•
2. O juiz condenou o réu a dez anos de prisão. Ele achou essa pena condizente com as
circunstâncias do crime.
•
3. O juiz condenou o réu a dez anos de prisão. Ele não se conforma com o rigor da pena.
•
4. Na estação, José avistou o visitante. Ele lhe pareceu cansado e apreensivo.
•
5. Na estação, José avistou o visitante. Ele havia esperado ansiosamente pelo reencontro.
A coesão referencial também se faz por elipse (omissão de termos).
a) André e Pedro são fanáticos torcedores de futebol. Apesar disso, são diferentes. Este não briga
com quem torce para outro time; aquele o faz.
b) Ele é meu cunhado. Casou-se com ela há pouco tempo...
c) Beth está namorando. Ele parece ser um cara legal.
EXERCÍCIOS
As piadas costumam ser engraçadas porque tiram partido da confusão na referenciação. Leia as
piadas abaixo e explique o motivo que as torna engraçadas.
Texto 1
Juquinha chegou esbaforido e todo sujo, além de atrasado, na primeira aula. A professora se
indignou:
- Isso é hora? E sujo desse jeito? Isso não tem mesmo uma explicação!
- Tem sim, professora: tive que levar a vaca lá de casa pro touro cobrir.
- Mas seu pai não podia fazer isso?
- Poder, podia, mas acho que a vaca prefere o touro.
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Texto 2
- Não deixe sua cachorra entrar mais na minha casa. Ela está cheia de pulgas.
- Princesa, não entre mais na casa porque ela está cheia de pulgas.
4.3 - Conexões
Como vimos anteriormente, os elementos de um texto estão em relação uns com os outros,
formando um "tecido" em que os fios se acham tramados. Mas essas relações não dizem respeito
somente aos referentes que aparecem no texto; dizem respeito também às relações entre
proposições. É o que veremos neste tópico e que chamamos "coesão seqüencial". Por exemplo,
as duas frases "Está chovendo. Vou pegar o guarda-chuva" são ligadas por uma relação de
causa-efeito sem a presença de um conectivo. Mas, na maioria dos casos, principalmente em
textos escritos, a ligação entre duas proposições deve ser expressa lingüisticamente.
4.3.1 - Tipos de Relações
1. Condição: se, caso, desde que, contanto que etc.
2. Causa/conseqüência: porque, pois, visto que, já que, como (no início do período).../
desse modo, (tanto, tão, tamanho) que, por isso, então, portanto etc.
3. Meio/fim: para, para que, a fim de, a fim de que, com o intuito de, com o objetivo de,
com o propósito de etc.
4. Disjunção: ou.
Esse conector é ambíguo em língua natural, podendo ter um valor
exclusivo (isto é um ou outro, mas não ambos), ou inclusivo (ou seja, um ou outro,
possivelmente ambos)
5. Tempo: assim que, em seguida, até que, quando, por fim, depois, antes que, à medida
que, etc.
6. Conformidade: conforme, segundo, de acordo com etc
7. Conjunção ("adição"): e, também, não só ... mas também, tanto ... como, além de, além
disso, ainda, nem (= e não) etc.
8. Contrajunção (oposição): mas, porém, contudo, todavia, no entanto, entretanto /
embora (ainda que, apesar de, apesar de que etc.
9. Explicação ou justificativa: que, pois, porque etc.
10. Conclusão: portanto, logo, por conseguinte, pois etc.
11. Correção/redefinição/reafirmação/exemplificação: isto é, quer dizer, ou seja, em
outras palavras, ou melhor, de fato, pelo contrário, por exemplo etc. (introduzem esclarecimentos,
retificações ou desenvolvimentos do que foi dito anteriormente).
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EXERCÍCIOS
Nos dois textos abaixo, preencha as lacunas com os conectivos adequados:
Texto 1
O mesmo boné que aparecia na cabeça de um homem preso na zona da mata de Pernambuco
__________ ele saqueou um caminhão de cargas apareceu na cabeça do Presidente da
República.
Esse fato pode sinalizar uma identidade entre os que usam o mesmo boné.
__________ assim interpretarmos, podemos dizer que o Presidente da República e o MST
assumem uma causa comum, __________, eles comungam a idéia de que a reforma agrária é
necessária, o que ninguém contesta. ___________, neste episódio particular, há quem veja no
gesto do Presidente um apoio aos saques realizados pelo MST. Trata-se, __________, de um
fato que pode ter conseqüências políticas negativas.
(jornal Folha de S.Paulo em 03/07/2003, cujo título “O boné da insensatez”)
Texto 2
No segundo semestre, os franceses deverão modificar sua Constituição ___________ introduzir o
conceito de proteção ambiental.
__________ a proposta do presidente Jacques Chirac for
aprovada sem grandes modificações, estará assegurado o direito a um ambiente equilibrado,
saudável e protegido. O texto torna a proteção ambiental “norma que se impõe a todos, poderes
públicos, jurisdições e sujeitos de direito”. O projeto também consagra o chamado princípio da
precaução, __________, a noção de que, ____________ houver dúvida, __________ pequena,
sobre os efeitos de uma determinada medida, deve-se sempre optar pela solução que resguarde o
meio ambiente.
(Jornal Folha de São Paulo, 30/06/03)
Texto 3
Faça as compras, mas boicote as sacolas.
Qualquer saco plástico é um transtorno ecológico; leve sua sacolinha para as compras ou
exija embalagem de papel.
Do ponto de vista ecológico, o papel é a melhor matéria-prima.
É biodegradável,
decompondo-se em poucos anos. Sua produção não causa desmatamento porque as principais
fábricas do mundo trabalham com reflorestamento.
(A coesão textual, Curso de redação, Prof. Zamponi, Faenquel, 2005)
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a) No último parágrafo, encontramos uma relação argumentativa, em que, a partir de dois
argumentos se chega uma conclusão. Aponte a conclusão e os argumentos.
b) Reescreva o último parágrafo, construindo um único período explicitando as relações por meio
dos conectivos adequados.
c) O conector “ou” que aparece no primeiro parágrafo tem valor inclusivo ou exclusivo? Por quê?
d) Entre os dois segmentos do primeiro parágrafo há idéia(s) implícita(s). Explicite-a(s).
Nos períodos abaixo foi empregado o pronome "onde". Em alguns deles, esse emprego é
inadequado. Assinale as alternativas ocorre o problema e reescreva o trecho de modo a
saná-lo
(a) A literatura médica de vários países serviu de base para uma pesquisa, onde o resultado
mostrou que dois terços dos cegos do mundo estão concentrados na Índia, China e na África.
(b) Para as crianças de países pobres, onde as condições de saúde são precárias, o risco de
cegueira é dez vezes maior comparativamente ao risco de cegueira que correm as crianças de
países ricos.
(c) Após mais de uma década de controvérsia, os artefatos da caverna sul-africana, onde se
encontram também ossadas humanas, já estão sendo aceitos como a mais antiga evidência de
que o homem surgiu na África.
(d) Talvez por conta de um maior número de pobres, o Nordeste é a região do país onde as
marcas dos produtos estão menos presentes nas cabeças das pessoas.
(e) Aqueles produtos da pesquisa Top of Mind onde as marcas estão mais presentes nas cabeças
femininas são margarina, chocolate e desodorante.
(f) Para a Unilever Brasil, fabricante do produto, é mais do que razão para comemorar, já que o
Brasil é o país onde mais se vende Omo no mundo.
A oração grifada expressa a idéia entre parênteses, EXCETO:
a) Trabalhava tanto, que a mulher, a dona Evarista, se chateou. (causa)
b) Não ousava fazer-lhe nenhuma queixa, (…) mas ficava calada e emburrada. (contradição)
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c) As mulheres, quando os maridos saíam, mandavam acender uma lamparina à Nossa Senhora.
(tempo)
d) Se quereis emendar a administração da Casa Verde, estou pronto a ouvir-vos. (condição)
Os dois trechos que se seguem foram extraídos da letra da música “Último desejo", de Noel
Rosa.
Perto de você me calo
Tudo penso e nada falo
Tenho medo de chorar
Nunca mais quero seu beijo
Mas meu último desejo
Você não pode negar
..............................
Às pessoas que eu detesto
Diga sempre que eu não presto
Que meu lar é o botequim...
Na biografia do autor, Noel Rosa, consta que a cantora Aracy de Almeida andou alterando a letra
do ilustre compositor. O amigo de Noel Rosa, Armênio Mesquita Veiga, deu-lhe a notícia nestes
termos: “... em vez de ‘Mas meu último desejo’, ela canta ‘Pois meu último desejo’ e em lugar de
‘Que meu lar é o botequim’, ela diz ‘que meu lar é um botequim’". Diante da informação do amigo,
Noel Rosa reagiu: “Juro que nunca mais dou música minha para ela gravar”.
(João Máximo e Carlos Dider. Noel Rosa, uma biografia. Brasília, Ed. UNB, 1990, pp 446-52).
O cantor Noel Rosa tem razão de ficar irritado com as alterações que a cantora Aracy de Almeida
introduziu na letra da canção?
a) Por que a conjunção pois é inadequada para exprimir a relação que vem expressa pela
conjunção mas?
b) Sob que ponto de vista do significado, que diferença faz trocar o artigo o por um em “meu lar é
o botequim”?
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4.4 - Intertextualidade e Metalinguagem
Metalinguagem é uma das possibilidades de produção de texto - poético ou não, sem perder de
vista a originalidade de expressão - é ter um ponto de partida referencial. "Em literatura não há
geração espontânea": as linguagens se cruzam, se relacionam, se complementam... dão a
possibilidade criativa de fazer nascer obras sempre novas, fortes, únicas e vivas.
ÓBOLO
(poema experimental de Kakau, acesso em
SEM VIÚVA
http://www.infonet.com.br/users/experimental/Poesias
“...mas esta, da sua pobreza, deitou tudo.”
(Mc. 12:41-44)
Mas,
Estes pedaços marcados e suados,
Que morrem
(parte de uma fotografia de Sebastião Salgado)
Sem febre e sem realidade,
Não são nossa fuga...
São fantasmas
Que velam o nosso silêncio
A metalinguagem se caracteriza pela auto-referência, isto é, quando a linguagem se volta para o
próprio código de que se constitui. No caso literário, por exemplo, o texto contém uma reflexão –
das formas mais variadas possíveis – sobre si mesmo.
Poética
Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
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Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente protocolo e manifestações [de apreço
ao sr. Diretor.
(...)
Estou farto do lirismo* namorador
Político
Raquítico
Sifilítico
Manuel Bandeira
(BANDEIRA, Manuel. Poesia Completa e Prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1993).
*Lirismo é o "fazer poesia".
Assinale a opção correta:
( )
o lirismo caracterizado no 3º verso é o oposto do lirismo comedido do 1º verso.
( )
No 4º verso, o eu lírico repudia o envolvimento amoroso.
( )
Raquítico e sifilítico, nesse contexto, são palavras sinônimas.
( )
No 3º verso, as expressões que caracterizam o lirismo pertencem a campos semânticos
diferentes.
( )
a palavra
lirismo, no poema, é índice de função metalingüística, isto é, revela que o
assunto do poema é o próprio fazer poético.
A palavra intertextualidade significa interação entre textos, um diálogo entre eles. E texto no
sentido amplo: um conjunto de signos organizados para transmitir uma mensagem, portanto, no
mundo atual da multimídia, ela acontece entre textos de signos diferentes.
Veja um exemplo de intertextualidade:
■ Gonçalves Dias, 1846
(DIAS, Gonçalves. In Primeiros Cantos, 1846. Trad. do texto de Goethe: Manuel Bandeira)
CANÇÃO DO EXÍLIO
Kennst du das Land, wo die Zitronen blühen,
Im dunklen Laub die Gold-Orangen glühen?
Kennst du es wohl? — Dahin, dahin!
Möcht ich... ziehn.
[Conheces o país onde florescem as laranjeiras?
Ardem na escura fronde os frutos de ouro...
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Conhecê-lo? Para lá, para lá quisera eu ir!]
Goethe
Minha terra tem palmeiras,
Que tais não encontro eu cá;
Onde canta o Sabiá;
Em cismar — sozinho, à noite —
As aves, que aqui gorjeiam,
Mais prazer encontro eu lá;
Não gorjeiam como lá.
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Não permita Deus que eu morra,
Nossos bosques têm mais vida,
Sem que eu volte para lá;
Nossa vida mais amores.
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Em cismar, sozinho, à noite,
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Mais prazer encontro eu lá;
Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Coimbra, julho de 1843
Minha terra tem primores,
■ Casimiro de Abreu, 1859 (ABREU, Casimiro de, In Primaveras, 1859)
CANÇÃO DO EXÍLIO
Oh! Que saudades tamanhas
Das montanhas,
Eu nasci além dos mares:
Daqueles campos natais!
Os meus lares,
Que se mira,
Meus amores ficam lá!
Que se mira nos cristais!
― Onde canta nos retiros
Seus suspiros,
Não amo a terra do exílio
Suspiros o sabiá!
Sou bom filho,
Quero a pátria, o meu país,
Oh! Que céu, que terra aquela,
Quero a terra das mangueiras
Rica e bela
E as palmeiras
Como o céu de claro anil!
E as palmeiras tão gentis!
Que seiva, que luz, que galas,
Não exalas,
Como a ave dos palmares
Não exalas, meu Brasil!
Pelos ares
Fugindo do caçador;
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Eu vivo longe do ninho;
Quem me dera,
Sem carinho
Quem me dera o meu país!
Sem carinho e sem amor!
Lisboa, 1855
Debalde eu olho e procuro...
Tudo escuro
■ Osório Duque Estrada, 1909
Só vejo em roda de mim!
Falta a luz do lar paterno
HINO NACIONAL BRASILEIRO
Doce e terno,
Doce e terno para mim.
Do que a terra mais garrida
Teus risonhos, lindos campos têm mais
Distante do solo amado
flores;
― Desterrado ―
"Nossos bosques têm mais vida",
a vida não é feliz.
"Nossa vida" no teu seio "mais amores".
Nessa eterna primavera
■ Oswald de Andrade, 1925 (ANDRADE, Oswald de. In Pau-Brasil, 1925)
CANTO DO REGRESSO À PÁTRIA
Minha terra tem palmares
Ouro terra amor e rosas
onde gorjeia o mar
Eu quero tudo de lá
Os passarinhos daqui
Não permita Deus que eu morra
Não cantam como os de lá
Sem que volte para lá
Minha terra tem mais rosas
Não permita Deus que eu morra
E quase que mais amores
Sem que volte pra São Paulo
Minha terra tem mais ouro
Sem que veja a Rua 15
Minha terra tem mais terra
E o progresso de São Paulo
■ Murilo Mendes, 1930 (MENDES, Murilo. In Poemas, 1930)
CANÇÃO DO EXÍLIO
os sargentos do exército são monistas,
cubistas,
Minha terra tem macieiras da Califórnia
os filósofos são polacos vendendo a
onde cantam gaturamos de Veneza.
prestações.
Os poetas da minha terra
A gente não pode dormir
são pretos que vivem em torres de ametista,
com os oradores e os pernilongos.
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Os sururus em família têm por testemunha a
mas custam cem mil réis a dúzia.
[ Gioconda.
Eu morro sufocado
Ai quem me dera chupar uma carambola de
em terra estrangeira.
Nossas flores são mais bonitas
[ verdade
e ouvir um sabiá com certidão de idade!
nossas frutas mais gostosas
■ Carlos Drummond de Andrade, 1945
(ANDRADE, C. D. In A Rosa do Povo, 1945)
NOVA CANÇÃO DO EXÍLIO
Um sabiá na
Onde tudo é belo
palmeira, longe.
e fantástico,
Estas aves cantam
só, na noite,
um outro canto.
seria feliz.
(Um sabiá,
O céu cintila
na palmeira, longe.)
sobre flores úmidas.
Vozes na mata,
Ainda um grito de vida e
e o maior amor.
voltar
para onde tudo é belo
Só, na noite,
e fantástico:
seria feliz:
a palmeira, o sabiá,
um sabiá,
o longe.
na palmeira, longe.
■ Mario Quintana, 1962 (QUINTANA, Mario, Poesias, 1962)
UMA CANÇÃO
Minha terra não tem palmeiras...
E em vez de um mero sabiá,
Cantam aves invisíveis
Nas palmeiras que não há.
Minha terra tem relógios,
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Cada qual com sua hora
Nos mais diversos instantes...
Mas onde o instante de agora?
Mas onde a palavra "onde"?
Terra ingrata, ingrato filho,
Sob os céus da minha terra
Eu canto a Canção do Exílio!
■ José Paulo Paes, 1973 (PAES, José Paulo. In Meia Palavra, 1973)
CANÇÃO DO EXÍLIO FACILITADA
maná...
sofá...
lá?
sinhá...
ah!
sabiá...
cá?
papá...
bah!
■ Cacaso, 1985 (CACASO. In Beijo na Boca e Outros Poemas, 1985)
JOGOS FLORAIS
Jogos Florais I
Minha terra tem palmeiras
onde canta o tico-tico
Enquanto isso o sabiá
vive comendo o meu fubá
Ficou moderno o Brasil
ficou moderno o milagre
a água já não vira vinha
vira direto vinagre
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Jogos Florais II
Minha terra tem palmares
memória cala-te já
Peço licença poética
Belém capital Pará
Bem, meus prezados senhores
dado o avanço da hora
errata e efeitos do vinho
o poeta sai de fininho.
(será mesmo com esses dois esses
que se escreve paçarinho?)
■ Ferreira Gullar, 2000 (GULLAR, Ferreira. In O Globo, caderno Prosa & Verso, 02/09/2000)
NOVA CANÇÃO DO EXÍLIO
Para Cláudia
Minha amada tem palmeiras
Onde cantam passarinhos
e as aves que ali gorjeiam
em seus seios fazem ninhos
Ao brincarmos sós à noite
nem me dou conta de mim:
seu corpo branco na noite
luze mais do que o jasmim
Minha amada tem palmeiras
tem regatos tem cascata
e as aves que ali gorjeiam
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são como flautas de prata
Não permita Deus que eu viva
perdido noutros caminhos
sem gozar das alegrias
que se escondem em seus carinhos
sem me perder nas palmeiras
onde cantam os passarinhos
Guilherme de Almeida
Canção do Expedicionário brasileiro
Por mais terras que eu percorra,
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá;
Sem que leve por divisa
Esse "V" que simboliza
A vitória que virá:
Nossa vitória final,
Que é a mira do meu fuzil,
A ração do meu bornal,
A água do meu cantil,
As asas do meu ideal,
A glória do meu Brasil.
4.4.1. Tipos de Intertextualidade
Citação é a menção, no texto, de uma informação extraída de outra fonte: A citação é a forma
mais explícita de marcar a reprodução de discurso no discurso. Falamos de citação sempre que
um determinado locutor reproduz, no seu ato de enunciação, um outro ato de enunciação
originário de um locutor diferente (ou de si próprio, num outro momento). É raro que as palavras
citadas correspondam textualmente às palavras proferidas. É uma transcrição de texto alheio,
marcada por aspas. A música Cinema Novo, de Caetano Veloso, faz citações:
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O filme quis dizer ‘Eu sou o samba’
A voz do morro rasgou a tela do cinema
E começaram a se configurar
Visões das coisas grandes pequenas
Que nos formaram e estão a nos formar
Todos e muitos: Deus e o Diabo, Vidas Secas, os Fuzis,
Os Cafajestes, o Padre e a Moça, a Grande Feira, o Desafio
Outras conversas, outras conversas sobre os jeitos do Brasil.
(Letra e música de Caetano Veloso)
Na citação sobre o samba, Caetano Veloso diz que o Cinema Novo quer representar o Brasil,
como fez o samba da época de Carmem Miranda.
Epígrafe, do grego gráphein (“inscrição”), é um texto breve, em forma de inscrição solene, que
abre um livro ou uma composição poética. ver a introdução do texto do Gonçalves Dias; A “canção
do exílio”, de Gonçalves Dias, apresenta versos introdutórios de Goethe, com a seguinte tradução:
“Conheces o país onde florescem as laranjeiras? Ardem na escura fronde os frutos de ouro...
Conhecê-lo? Para lá, para lá quisera eu ir!”
A epígrafe e o poema mantêm um diálogo, pois os dois têm características românticas, pertencem
ao gênero lírico e possuem caráter nacionalista.
Alusão é uma referência explícita ou implícita a uma obra de arte, um fato histórico ou um autor,
para servir de comparação, e que apela à capacidade de associação de idéias do leitor. O recurso
à alusão literária torna clara a relação de um autor com a tradição com a qual se identifica. A
alusão é a referência direta ou indireta a um texto preexistente. Machado de Assis, em seu livro
Dom Casmurro cita Otelo, personagem de Shakespeare, para que o leitor analise o drama de
Bentinho.
Paráfrase, do Gr. paráphrasis, desenvolvimento, s. f., acto ou efeito de parafrasear; explicação ou
tradução mais desenvolvida do que o texto ou enunciado original; tradução livre e desenvolvida;
comentário. A paráfrase é a reprodução do texto de outrem com as palavras do autor. Ela não
confunde com o plágio porque seu autor explicita a intenção, deixa claro a fonte. Exemplo de
paráfrase é o poema Oração, de Jorge de Lima:
“- Ave Maria cheia de graças...”
A tarde era tão bela, a vida era tão pura,
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as mãos de minha mãe eram tão doces,
havia, lá no azul, um crepúsculo de ouro... lá longe...
“- Cheia de graça, o Senhor é convosco, bendita!” Bendita!
Os outros meninos, minha irmã, meus irmãos menores,
meus brinquedos, a casaria branca de minha terra, a burrinha do vigário
pastando junto à capela... lá longe...
Ave cheia de graça
-... “bendita sois entre as mulheres, bendito é o fruto do vosso ventre...”
E as mãos do sono sobre os meus olhos,
E as mãos de minha mãe sobre o meu sonho,
E as estampas de meu catecismo
Para o meu sonho de ave!
E isto tudo tão longe... tão longe...
(LIMA, Jorge de. Poesia. Org. Luiz Santa Cruz. 3.ed. Rio de Janeiro: Agir, 1975)
O autor retoma explicitamente a oração Ave Maria e mantém-se fiel a ele, justapõe a figura de
Maria à da sua mãe, refere-se à hora do Ângelus.
Paródia é uma forma de apropriação que, em lugar de endossar o modelo retomado, rompe com
ele, sutil ou abertamente”. Ela acontece no famoso poema de Carlos Drummond de Andrade, No
meio do caminho, que faz uma paródia do soneto Nel Mezzo Del Camin, de Olavo Bilac que, por
sua vez, remete ao primeiro verso da Divina comédia, de Dante Alighieri: “Nel mezzo del camin de
nostra vita”. Além do título, Drummond imitou o esquema retórico do soneto de Bilac, ou seja, em
vez de parodiar o significado, promoveu uma paródia na forma: empenhou-se na imitação irônica
da estrutura, reproduzindo apenas o quiasmo (repetição invertida) do texto.
No meio do caminho
No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
Na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do
caminho
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Tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
No meio do caminho tinha uma pedra.
Carlos Drummond de Andrade (Alguma poesia, 1930)
Nel Mezzo del Camin
Cheguei. Chegaste. Vinhas fatigada
E triste, e triste e fatigado eu vinha.
Tinhas a alma de sonhos povoada,
E a alma de sonhos povoada eu tinha...
E paramos de súbito na estrada
Da vida: longos anos, presa à minha
A tua mão, a vista deslumbrada
Tive da luz que teu olhar continha.
Hoje, segues de novo... Na partida
Nem o pranto os teus olhos umedece,
Nem te comove a dor da despedida.
E eu, solitário, volto a face, e tremo,
Vendo o teu vulto que desaparece
Na extrema curva do caminho extremo.
Olavo Bilac ("Poesias", Ediouro - Rio de Janeiro, 1978)
4.5 - Figuras de linguagem
1) Joana é a estrela da novela.
2) Você é burra como uma porta.
3) Já li Machado de Assis e Drummond.
4) Vivo do suor do meu rosto.
5) Tomei um copo d’água.
6) “Moça linda, bem tratada
Três séculos de família
Burra como uma porta:
Um amor!”
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7) “Foi desta para outra melhor” (morreu)
8) “As ruas desertas estão tristes”
9) “Riu tanto que rasgou a boca”
10) “Já falei mil vezes para você parar com isso”
11) “Não sou alegre nem triste sou poeta”
12) “Na manifestação foram chegando, dez, cem, mil, dez mil pessoas parando o
trânsito.”
13) “Você sabe o que a cadeira falou para a mesa? Feche as pernas que estou vendo tudo" ou
"O que o chão falou para a cama? Você tem as canelas finas mas tem um colchão”
14) “Vozes veladas, veludosas vozes, volúpias de violões, vozes veladas”
15) “Ó formas alvas, brancas
Formas claras”
16) “E fala e ri e gesticula e grita”
MENTIRAS
Mário Quintana
Lili vive no mundo do faz de conta...
Faz de conta que isto é um avião.
Zzzzzuuu...
Depois aterrizou em um piquê e virou um trem.
Tuc tuc tuc tuc...
Entrou pelo túnel, chispando.
Mas debaixo da mesa havia bandidos.
Pum! Pum! Pum!
O trem descarrilou.
E o mocinho?
Onde é que está o mocinho?
Meu Deus! onde é que está o mocinho?!
No auge da confusão, levaram Lili para cama, à força.
E o trem ficou tristemente derribado no chão,
Fazendo de conta que era mesmo uma lata de sardinha.
(QUINTANA, Mario, Poesias, 1962)
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EXERCÍCIOS
As questões de 1 a 5 referem-se ao texto seguinte:
Bruta Flor do Querer
Quando era menino, o pintor mexicano Diego Rivera entrou numa loja, numa daquelas antigas
lojas cheias de mágicas e surpresas, um lugar encantado para qualquer criança.
Parado diante do balcão e tendo na mão apenas alguns centavos, ele examinou todo o universo
contido na loja e começou a gritar, desesperado: “O que é que eu quero ???”.
Quem nos conta isso é Frida Kahlo, sua companheira por mais de 20 anos. Ela escreveu que a
indecisão de Diego Rivera o acompanhou a vida toda. Ao ler isso, me perguntei:
quem de nós sabe exatamente o que quer? A gente sabe o que não quer: não queremos
monotonia, não queremos nos endividar, não queremos perder tempo com pessoas mesquinhas,
não queremos passar em branco pela vida. Mas a pergunta inicial continua sem resposta: o que a
gente quer, o que iremos escolher entre tantas coisas interessantes que nos oferece esta loja
chamada Futuro? Sério, a loja em que o pequeno Diego entrou chamava-se, ironicamente, Futuro.
O que é que você quer? Múltiplas alternativas. Medicina. Arquitetura. Música. Homeopatia. Casar.
Ficar solteiro. Escrever um livro. Fazer nada o dia inteiro. Ter dois filhos. Ter nenhum. Cruzar o
Brasil de carro. Entrar para a política. Tempo para ler todos os livros do mundo. Conhecer a
Grécia. Morrer dormindo. Não morrer. Aprender chinês. Aprender a tocar bateria. Desaprender
tudo o que aprendeu errado. Acupuntura. Emagrecer. Ser famoso. Sumir. O que você quer? Morar
na praia. Filmar um curta. Arrumar os dentes. Abrir uma pousada. Recuperar a amizade com seu
pai. Trocar de carro. Meditar. Aprender a cozinhar. Largar o cigarro. Nunca mais sofrer por amor.
Nunca mais. O que você quer? Viver mais calmo. Acelerar. Trancar a Faculdade. Cursar uma
Faculdade. Alta na terapia. Melhorar o humor. Um tênis novo. Engenharia Mecânica. Engenharia
Química. Um mundo justo. Cortar o cabelo. Alegrias. Chorar. Abra a mão, menino, deixe eu ver
quantos centavos você tem aí. Olha, por esse preço, só uma caixinha vazia, você vai ter que
imaginar o que tem dentro. Serve.
(MEDEIROS, Marta . Montanha russa. Porto Alegre: LPM, 2003. p.199-200.)
1) A idéia expressa pelo título do texto é identificada na frase:
a) “Abra a mão, menino, deixe eu ver quantos centavos você tem aí”. (linha 35)
b) “Ao ler isso, me perguntei: quem de nós sabe exatamente o que quer?” (linha 9)
c) “... antigas lojas cheias de mágica e surpresas, um lugar encantado para qualquer criança.”
(linha 2)
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d) “Parado diante do balcão e tendo na mão apenas alguns centavos, ele examinou todo o
universo contido na loja...” (linha 4)
2) Em relação às possibilidades de experiências de vida, o texto apresenta
a) amplitude de perspectivas.
b) pessimismo em face do futuro.
c) indignação devido à monotonia da vida.
d) imparcialidade diante da sociedade atual.
3) A expressão “O que é que você quer?”, (linha 19), denota a(o)
a) interlocução da autora do texto com o leitor.
b) susto da vendedora devido ao desespero de Rivera.
c) desinteresse da autora mediante os desejos humanos.
d) apreensão da vendedora diante dos questionamentos dos clientes.
4) A autora empregou as figuras de linguagem em todas as passagens abaixo, EXCETO em:
a) “...não queremos passar em branco pela vida.” (linha 13)
b) “ Tempo pra ler todos os livros do mundo.” (linha 23)
c) “Quando era menino, o pintor Diego Rivera entrou numa loja...” (linha 1)
d) “... tantas coisas interessantes que nos oferece esta loja chamada Futuro?” (linha 15)
5) “Abra a mão, menino, deixe eu ver quantos centavos você tem aí.” (linha 35)
A função da linguagem predominante, nesse trecho, é a
a) poética, pois a mensagem é colocada em realce.
b) referencial, porque o trecho está centrado no referente.
c) metalingüística, por explicar o conteúdo da mensagem.
d) conativa, uma vez que o receptor é posto em destaque.
6) A relação de intertextualidade está corretamente determinada em
a) “O que é que eu quero ???” (linha 6) (EPÍGRAFE)
b) “Quem nos conta isso é Frida ...” (linha 7) (ALUSÃO)
c) “O que você quer? Morar na praia.” (linha 27) (METALINGUAGEM)
d) “Ela escreveu que a indecisão de Diego Rivera o acompanhou
a vida toda.” (linha 8) (PARÓDIA)
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5. VARIAÇÃO LINGÜÍSTICA
A língua não é usada de modo homogêneo por todos os seus falantes. O uso de uma
língua varia de época para época, de região para região, de classe social para classe social, de
gênero para gênero, idade para idade, e assim por diante. Nem individualmente podemos afirmar
que o uso seja uniforme. Dependendo da situação, uma mesma pessoa pode usar diferentes
variedades de uma só forma da língua.
Sem nenhum juízo de valor, a norma pode variar no interior de uma comunidade
idiomática, seja de um ponto de vista diatópico (português de Portugal, português do Brasil,
português de Angola), seja de um ponto de vista diastrático (linguagem culta, linguagem média,
linguagem popular), seja, finalmente, de um ponto de vista diafásico (linguagem poética,
linguagem da prosa, situações de comunicação). Tudo isso sem alterar a coesão do sistema, que
faz a unidade fundamental da língua. Sistema e norma são coisas distintas. O que varia é a
norma.
5.1 - Paises Lusófonos
Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe,
Timor-Leste. O primeiro passo no processo de criação da CPLP (Comunidade dos Países de
Língua Portuguesa) foi dado em São Luís do Maranhão, em Novembro de 1989, por ocasião da
realização do primeiro encontro dos Chefes de Estado e de Governo dos países de Língua
Portuguesa - Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambiquel, Portugal e São Tomé e
Príncipe -, a convite do Presidente brasileiro, José Sarney. Na reunião, decidiu-se criar o Instituto
Internacional da Língua Portuguesa (IILP), que se ocupa da promoção e difusão do idioma comum
da Comunidade.
EXERCÍCIO
Observe o texto que se segue:
Em 1983, no decurso de uma visita oficial a Cabo Verde, o então ministro dos Negócios
Estrangeiros de Portugal, Jaime Gama, referiu que:
"O processo mais adequado para tornar consistente e descentralizar o diálogo tricontinental dos
sete países de língua portuguesa espalhados por África, Europa e América seria realizar cimeiras
rotativas bienais de Chefes de Estado ou Governo, promover encontros anuais de Ministros de
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Negócios Estrangeiros, efectivar consultas políticas freqüentes entre directores políticos e
encontros regulares de representantes na ONU ou em outras organizações internacionais, bem
como avançar com a constituição de um grupo de língua portuguesa no seio da União
Interparlamentar".
1) Aponte as particularidades desse texto, escrito segundo o português lusitano, e o português do
Brasil.
5.1.2 - Algumas diferenças entre o português europeu e o português do Brasil:
Ortografia: “p” e o “n” são muitas vezes sons mudos em português quando antecedem outra
consoante. No Brasil, como não são pronunciadas na linguagem padrão foram eliminadas da
Curiosidade
O Brasil espera que Portugal e Cabo Verde ratifiquem acordo ortográfico da língua portuguesa.
São 21 as bases de mudanças na ortografia da língua portuguesa. Com a reforma, o trema deixará de existir, a não ser
em nomes próprios e seus derivados. O alfabeto passará a ter 26 letras, pois incluirá k, y e w. O h inicial e final das
palavras também sofrerá alteração e permanecerão com ele apenas as palavras indicadas pela etimologia, por
exemplo: homem, que vem do latim, homini. Segundo nota divulgada pelo Itamaraty, "estima-se que a entrada em vigor
do Acordo Ortográfico poderá evitar o grande custo de produção de diferentes versões de dicionários e livros em geral.
Será também mais fácil estabelecer critérios unificados para todos os países de língua portuguesa, com relação a
exames e certificações comuns de proficiência de português para estrangeiros".
escrita. Assim, enquanto que em pt-PT se escreve “acção”, “baptismo”, “óptimo”, “Egipto”,
“Neptuno” e “connosco”; no Brasil escreve-se “ação”, “batismo”, “ótimo”, “Egito”, “Netuno” e
“conosco”.
Numerais: O que em Portugal significa “mil milhões” no Brasil significa “bilhões”. Além disso,
escreve-se em pt-PT Catorze, dezasseis, dezassete e dezanove para o que se escreve em pt-BR
quatorze, dezesseis, dezessete e dezenove.
Nacionalidades e lugares. Alguém que nasceu na Polônia é chamado de “polaco” em Portugal e
de “polonês” ou de “polaco” no Brasil. O mesmo vale para “israelita”, “canadiano” e “palestiniano”
(em pt-PT), que no Brasil se designam como “israelense” (”israelita” no pt-BR é quem professa a
religião judaica ou israelita), “canadense” e “palestino”, respectivamente. E “Médio Oriente”, em ptPT, é escrito no Brasil como “Oriente Médio”, assim como “Singapura”, “Jugoslávia” (actual Sérvia
e Montenegro) e “Vietname” em pt-PT, são escritos “Cingapura”, “Iugoslávia” e “Vietnã” em pt-BR.
Siglas. A “SIDA” lê-se, em ambos pt-BR e pt-PT como “Síndrome da Imonudeficiência Adquirida”.
No entanto, no Brasil, a leitura da sigla como “AIDS”, embora proveniente da sigla em língua
inglesa (Acquired Immunodeficiency Syndrome), é de uso comum e é perfeitamente
compreensível
em
um
diálogo.
De
forma
similar,
a
leitura
da
sigla
“ADN”
(ácido
desoxirribonucléico) é igual em ambos os países, embora ao menos no Brasil também seja de uso
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comum a forma inglesa, “DNA”. Ocorre o inverso com a sigla da Organização do Tratado do
Atlántico Norte, cuja sigla é preferida no original em inglês (NATO) no pt-PT e traduzida para sua
equivalente em português (OTAN) no pt-BR.
Uso do trema no Brasil. As sílabas “qüe”, “güe”, “güi” são usadas no Brasil para indicar que o “u”
é lido, mas não em Portugal e África (escreve-se simplesmente “que”, “gue” ou “gui”), apesar de
ser lido da mesma forma. Exemplo: pt-BR “agüentar”, “freqüente”, pt-PT “aguentar”, “frequente”. É
fundamental observar que a regra brasileira determina o uso do trema, mas ela não é seguida por
muitos. Há até veículos de comunicação que aboliram por si próprios o sinal (p. ex.: Revista IstoÉ,
por exemplo). O acordo ortográfico de 1990, que talvez seja adotado em breve, prevê a completa
abolição do trema na escrita do português.
Variações de léxico e sinalização. As placas de trânsito que indicam parada/paragem obrigatória
são escritas, em Portugal, como no inglês “STOP”, enquanto no Brasil são escritas como “PARE”.
“Caminhonete” (ou também “Camioneta” ou “Perua”), em pt-BR, significa, em pt-PT, “carrinha” ou
“camioneta”; “Ônibus”, em pt-BR, equivale a “autocarro” em pt-PT. “Equipe”, “console”, “tela”,
“câncer” e “terremoto”, em pt-BR, significam “equipa”, “consola”, “ecrã”, “cancro” e “terramoto” em
pt-PT, respectivamente.
Acentuação variável. Devido à pronúncia padrão de cada país, as vogais “o” e “e” antes das
consoantes nasais “m” e “n”, quando tônicas, são fechadas no Brasil e abertas em Portugal e
África. Ex. pt-BR “Mônica”, “Antônio” e “econômico”, pt-PT “Mónica”, “António” e “económico”. No
Brasil, as palavras terminadas em “éia” têm o “é” do ditongo “ei” acentuado, mas não no português
escrito na África e Portugal. Assim, escreve-se “Assembléia” e “Européia” no pt-BR e “Assembleia”
e “Europeia” em Portugal. Também no Brasil utiliza-se o acento circunflexo no penúltimo o
(fechado) do hiato oo: “vôo”, “enjôo”, “abençôo”, “perdôo”, etc. Em Portugal: “voo”, “enjoo”,
“abençoo”, “perdoo”
Significados diferentes. Algumas palavras têm significados diferentes nos dois países. Alguns
exemplos:
1. No Brasil, “puto” é uma gíria para prostituto no sentido pejorativo, e em Portugal significa
apenas uma criança do sexo masculino.
2. Em Portugal, “bicha” pode ser o que os brasileiros entendem por “fila”, muito embora a
palavra também tenha o significado brasileiro de homossexual.
3. No Brasil, “banheiro” é o que em Portugal se chama “casa de banho”; em algumas regiões
de Portugal, “banheiro” é o que os brasileiros chamam de “salva-vidas” ou “guarda-vidas”.
“Salva-vidas” também é usado em Portugal.
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Formas verbais: como estou a fazer, ando a fazer (Portugal); estou fazendo (Brasil).
Uso do sufixo ito: rapazito, boquita (comum em Portugal).
Conjugação em 2ª pessoa (tu e vós) – no Brasil, restrita a algumas regiões que, em geral, empregam o tu
conjugando o verbo na 3ª pessoa: tu vai, tu foi.
Fonética – as diferenças são profundas. De modo geral, a pronúncia em Portugal é mais rápida e seca:
Al'manha (Alemanha), esp'rança (esperança), p'reira (pereira). Outras distinções: o hábito, em Portugal, de
alongar certas vogais, transformando-as em ditongo: senhoire (senhor), fazeire (fazer) ou de pronunciar
como ai o ditongo ei: baijo (beijo).
O trecho abaixo, do romance "A vida verdadeira de Domingos Xavier ", do escritor angolano José Luandino
Vieira, mostra um pouco do português usado em Angola.
"Miúdo Zito entrou a correr no pequeno compartimento que servia de sala e, atravessando no quintal, viu o
avô, ao fundo, junto às aduelas. Parou, ofegante, e depois chamou:
- Vavô! Vem depressa. Tem preso!
Velho Petelo se virou e interrogou com seus olhos pequenos, piscando na luz do sol da manhã coado nas
folhas da mandioqueira:
- Menino disse tem preso? Viste com teus olhos?
Arrastando a perna esquerda e seguido por miúdo Zito, atravessou na sala e saiu para o areal vermelho.
Rodearam na cubata de sô Miguel, e, em frente, onde já se aglomeravam algumas mulheres com seus
monas escondidos nos panos, viram o homem que fazia esforços para descer da carrinha, debaixo das
pancadas de dois cipaios."
miúdo – garoto; aduelas - tábuas de barril usadas para formar cercas delimitando o quintal; cubata - habitação feita de
restos de materiais de construção; barraco, casebre; monas – crianças; carrinha - caminhonete aberta, tipo pick-up;
cipaios - policiais africanos, encarregados de policiar a população africana.
5.2 - Jargões
Identifique o falante de cada um dos discursos, assinalando segundo a lista abaixo:
A)
Fala de uma pessoa que trabalha com Marketing Político:
B)
Fala de um médico:
C) Fala de um advogado,
D) Fala de um professor de academia de ginástica
E)
Fala de um cantor de rap
F)
Fala de freqüentador de pagode
G) Fala de um surfista
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........................................................ Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Campus VIII – Varginha.
(
) " As expressões são data venia, permissa venia, concessa venia. O senhor, para não usar
de aspereza, o senhor bota data venia, que quer dizer "com o devido respeito", bota antes data
venia e aí fala o que quiser para o juiz. Os sinônimos de data venia seriam permissa venia,
concessa venia. Eu jamais repito data venia no mesmo processo. Só data venia, data venia, fica
enfadonho, né?"
(
) "Tem gente que nasce com coração maior ou menor, com vários defeitos. Essas são as
cardiopatias congênitas, né, o coração pode nascer com inúmeros defeitos. Agora, o tamanho do
coração também tem a ver com outros problemas que não são congênitos, como a insuficiência
coronariana."
(
) "Olha, hoje em dia, uma campanha, qualquer que seja, sai muito cara e não se admite mais
nenhum esforço em qualquer organização do país ou do mundo que não use informática para
melhorar seu controle de custos, melhorar a divulgação de suas mensagens junto aos clientes,
melhorar a organização da campanha. Então a informática serve para tudo isso, é a ferramenta
moderna e que está penetrando em todas as empresas."
(
) "O cavaquinho me atura há mais ou menos uns 14, 15, 20 anos. Eu não sei, eu acho que eu
já nasci tocando esse troço, é mais um instrumento, né, mais uma arma pra segunda sem lei, pra
gente aturar aí esse pessoal que infelizmente, né, não dão muito espaço, não dão mais espaço
pra gente, pro samba autêntico, samba bom, samba de fato, samba de Cartola, de Nelson, de
Donga, de João da Baiana, Pixinguinha, Bide e Marçal, entendeu, que não tocam e a gente
enfrenta a segunda-feira, e aqui uma arma é o cavaco, a outra, o violão de sete cordas, a flauta,
como o tio Pixinguinha tocava, o pandeiro, o Joseli e o surdo recuperado, o surdo, no lugar da
tambora, nada contra, né, tambora ou tantam, mas o surdo, que é um instrumento adicional pra
agüentar esse excesso de lei que tem por aí, que, infelizmente, não viabilizam a música de
qualidade no rádio, né? Nas AM, nas FM, você ouve muita música importada do que música
nacional".
( ) "É importante que a gente faça a maromba, que a gente utilize o trabalho de maromba que é
pro corpo ficar sarado, pra que a gente possa ficar casca grossa."
(
) "Então a nossa filosofia é mostrar pras pessoas, né, tentar passar pras pessoas que elas
podem brilhar, que elas são importantes (...) Então nós viramos pro negro e falamos: pô, negócio
seguinte, tu é bonito, tu não é feio como dizem que tu é feio. Teu cabelo não é ruim como dizem
que teu cabelo é ruim, entendeu? Meu cabelo é crespo, entendeu? Existe cabelo crespo, existe
cabelo liso. Não tem essa de cabelo bom, cabelo ruim. Por que que cabelo de branco é bom e
meu cabelo é ruim?"
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(
) Foi no Cristal Grafiti. A onda veio abrindo inteira, dropei no crítico, fiz o bottom turn de
backside, subi e dei um rasgadão. Aí deixei cair lá embaixo, subi novamente, dei outra rasgada e,
quando ela engordou, adiantei, dei um cutback bem agachado e bati na espuma. Veio a junção e
mandei uma esbagaçada, depois foi aquela marolagem, enganação.
Na linguagem coloquial, ou seja, na linguagem do dia-a-dia, usamos as palavras conforme as
situações que nos são apresentadas. Por exemplo, quando alguém diz a frase "Isso é um castelo
de areia", pode estar atribuindo a ela sentido denotativo ou conotativo. Denotativamente, significa
"construção feita na areia da praia em forma de castelo"; conotativamente, significa "ocorrência
incerta, sem solidez".
Temos, portanto, o seguinte:
a) Denotação: É o uso do signo em seu sentido real.
b) Conotação: É o uso do signo em sentido figurado, simbólico.
Lembrem-se das diferenças regionais sobre as quais falamos: “larga mão”, “véi”; “fio” , que são
expressões bem típicas e mostram bem a função social da linguagem, consequentemente a
adequação ou inadequação de seu uso.
Leia o texto e responda às perguntas que se seguem:
5.3 - Diferenças Regionais
Conversinha Mineira
-- É bom mesmo o cafezinho daqui, meu amigo?
-- Sei dizer não senhor: não tomo café.
-- Você é dono do café, não sabe dizer?
-- Ninguém tem reclamado dele não senhor.
-- Então me dá café com leite, pão e manteiga.
-- Café com leite só se for sem leite.
-- Não tem leite?
-- Hoje, não senhor.
-- Por que hoje não?
-- Porque hoje o leiteiro não veio.
-- Ontem ele veio?
-- Ontem não.
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-- Quando é que ele vem?
-- Tem dia certo não senhor. Às vezes vem, às vezes não vem. Só que no dia que devia vir em
geral não vem.
-- Mas ali fora está escrito "Leiteria"!
-- Ah, isso está, sim senhor.
-- Quando é que tem leite?
-- Quando o leiteiro vem.
-- Tem ali um sujeito comendo coalhada. É feita de quê?
-- O quê: coalhada? Então o senhor não sabe de que é feita a coalhada?
-- Está bem, você ganhou. Me traz um café com leite sem leite. Escuta uma coisa: como é que vai
indo a política aqui na sua cidade?
-- Sei dizer não senhor: eu não sou daqui.
-- E há quanto tempo o senhor mora aqui?
-- Vai para uns quinze anos. Isto é, não posso agarantir com certeza: um pouco mais, um pouco
menos.
-- Já dava para saber como vai indo a situação, não acha?
-- Ah, o senhor fala da situação? Dizem que vai bem.
-- Para que Partido?
-- Para todos os Partidos, parece.
-- Eu gostaria de saber quem é que vai ganhar a eleição aqui.
-- Eu também gostaria. Uns falam que é um, outros falam que outro. Nessa mexida...
-- E o Prefeito?
-- Que é que tem o Prefeito?
-- Que tal o Prefeito daqui?
-- O Prefeito? É tal e qual eles falam dele.
-- Que é que falam dele?
-- Dele? Uai, esse trem todo que falam de tudo quanto é Prefeito.
-- Você, certamente, já tem candidato.
-- Quem, eu? Estou esperando as plataformas.
-- Mas tem ali o retrato de um candidato dependurado na parede, que história é essa?
-- Aonde, ali? Uê, gente: penduraram isso aí...
(texto extraído do livro A Mulher do Vizinho, Editora Sabiá - Rio de Janeiro, 1962, pág. 144.)
1) O texto apresenta um possível perfil do mineiro, que seria o do:
a) sujeito astucioso, malandro, nada dizendo que possa ser interpretado como opinião ou
tomada de posição.
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b) cara folgado, indolente, evitando a todo custo qualquer trabalho que venha interromper o
seu sossego.
c) homem ingênuo, de boa fé, facilmente enganado pelos fregueses espertalhões e políticos
ladinos.
d) cara pacato, pacífico, desencorajando qualquer intenção de briga ou discussão.
2) O dono do leiteria, bom mineiro que é, respondeu a quase todas as perguntas de modo:
a) provocante
b) desonesto
c) objetivo
d) evasivo
3) Em relação à linguagem do texto, podemos afirmar que:
a) o dono da leiteria é um caipira que comete vários erros de gramática
b) a linguagem do dono da leiteria denuncia sua preguiça para trabalhar
c) a diferença de linguagem entre os interlocutores não impede que se comuniquem
d) a linguagem de ambos é inadequada para a situação em que se encontram.
As línguas de cultura têm variantes, variações e variedades, mas é preciso que se lute para que elas não
extrapolem aquele matiz ideal preconizado por Jorge Luís Borges – “um matiz que seja bastante discreto
para não entorpecer a circulação total do idioma e bastante nítido para que nele ouçamos a pátria”.
(CUNHA, Celso. A questão da norma culta brasileira. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1985).
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6. ORTOGRAFIA
Eis aqui um programa de cinco anos para resolver o problema da falta de autoconfiança do
brasileiro na sua capacidade gramatical e ortográfica. Em vez de melhorar o ensino, vamos
facilitar as coisas, afinal, o português é difícil demais mesmo. Para não assustar os poucos que
sabem escrever, nem deixar mais confusos os que ainda tentam acertar, faremos tudo de forma
gradual.
No primeiro ano, o "Ç" vai substituir o "S" e o "C" sibilantes, e o "Z" o "S" suave. Peçoas que
açeçam a internet com freqüênçia vão adorar, prinçipalmente os adoleçentes. O "C" duro e o "QU"
em que o "U" não é pronunçiado çerão trokados pelo "K", já ke o çom é ekivalente. Iço deve
akabar kom a konfuzão, e os teklados de komputador terão uma tekla a menos, olha çó ke koiza
prátika e ekonômika.
Haverá um aumento do entuziasmo por parte do públiko no çegundo ano, kuando o problemátiko
"H" mudo e todos os acentos, inkluzive o til, seraum eliminados. O "CH" çera çimplifikado para "X"
e o "LH" pra "LI" ke da no mesmo e e mais façil. Iço fara kom ke palavras como "onra" fikem 20%
mais kurtas e akabara kom o problema de çaber komo çe eskreve xuxu, xa e xatiçe. Da mesma
forma, o "G" ço çera uzado kuando o çom for komo em "gordo", e çem o "U" porke naum çera
preçizo, ja ke kuando o çom for igual ao de "G" em "tigela", uza-çe o "J" pra façilitar ainda mais a
vida da jente.
No terçeiro ano, a açeitaçaum publika da nova ortografia devera atinjir o estajio em ke mudanças
mais komplikadas serão poçiveis. O governo vai enkorajar a remoçaum de letras dobradas que
alem de desneçeçarias çempre foraum um problema terivel para as peçoas, que akabam fikando
kom teror de soletrar. Alem diço, todos konkordaum ke os çinais de pontuaçaum komo virgulas
dois pontos aspas e traveçaum tambem çaum difíçeis de uzar e preçizam kair e olia falando çerio
já vaum tarde.
No kuarto ano todas as peçoas já çeraum reçeptivas a koizas komo a eliminaçaum do plural nos
adjetivo e nos substantivo e a unificaçaum do U nas palavra toda ke termina kom L como fuziu
xakau ou kriminau ja ke afinau a jente fala tudo iguau e açim fika mais faciu. Os karioka talvez
naum gostem de akabar com os plurau porke eles gosta de eskrever xxx nos finau das palavra
mas vaum akabar entendendo. Os paulista vaum adorar. Os goiano vaum kerer aproveitar pra
akabar
com
o
D
nos
jerundio
mas
ai
tambem
ja
e
eskuliambaçaum.
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No kinto ano akaba a ipokrizia de çe kolokar R no finau dakelas palavra no infinitivo ja ke ningem
fala mesmo e tambem U ou I no meio das palavra ke ningem pronunçia komo por exemplo roba
toca e enjenhero e de uzar O ou E em palavra ke todo mundo pronunçia como U ou I, i ai im vez di
çi iskreve pur ezemplu kem ker falar kom ele vamu iskreve kem ke fala kum eli ki e muito milio
çertu ? os çinau di interogaçaum i di isklamaçaum kontinuam pra jente çabe kuandu algem ta
fazendu uma pergunta ou ta isclamandu ou gritandu kom a jenti e o pontu pra jenti sabe kuandu a
fraze akabo.
Naum vai te mais problema ningem vai te mais eça barera pra çua açençaum çoçiau e çegurança
pçikolojika todu mundu vai iskreve sempri çertu i çi intende muitu melio i di forma mais façiu e
finaumenti todu mundu no Braziu vai çabe iskreve direitu ate us jornalista us publiçitario us blogeru
us adivogado us iskrito i ate us pulitiko i u prezidenti olia ço ki maravilia.
O texto acima é bem engraçado. Entretanto, apesar de defender o argumento de que a escrita e a
leitura seriam mais fáceis se fossem um espelho fonético da fala, não é bem isso que acontece. O
que percebemos é o caráter convencional do uso de certas letras para designar certos sons. A
fuga dessa canonização ortográfica causa enorme dificuldade na leitura. A escrita é, pois, um
mero artifício convencional sobre como escrever as palavras. É o conhecimento dessas
convenções que torna a escrita mais ou menos compreensível. Você agora terá como tarefa
reescrever o sétimo parágrafo segundo as regras da ortografia atualmente em vigor no Brasil. Em
tempo, não se esqueça das regras de acentuação e da pontuação.
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7. Estudo de TEXTO
Reconstrução do texto literário poético: aspectos sonoros, visuais, sintáticos e
semânticos.
A língua serve a muitos propósitos:
1. revelar a opinião ou a emoção do falante: é o que fazem, por exemplo, biografias, memórias,
poesias líricas e cartas de amor.
2. oferecer informações: como em notícias de jornal e textos científicos.
3. influenciar o comportamento do receptor: vemos isso em sermões e propagandas que se
dirigem diretamente ao consumidor.
4. revelar recursos imaginativos criados pelo emissor: o que percebemos em obras literárias, letras
de música e em algumas propagandas.
“A linguagem serve para comunicar. Mas
comunicar, para os humanos, não é somente
transmitir informações. Freqüentemente, fala-se
para não dizer nada, ou diz-se o contrário do que
se quer realmente dizer, ou ainda o que o
interlocutor já sabe.” (Marina Yoguello, lingüista
francesa).
POEMINHO DO CONTRA
“Todos esses que aí estão
atravancando meu caminho,
eles passarão...
eu passarinho! “
(Mário Quintana Autores Gaúchos 6 - Mario Quintana. 6o edição -1996)
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Faça uma análise das palavras em destaque nesses versos de Quintana. O que você observa ao
ler o último verso, mais especificamente a palavra passarinho? Quais as implicações de sentido
para a palavra passarão? No que se refere ao significado, que conclusão podemos tirar desse
efeito, digamos, a posteriori?
Em um mesmo texto, podem aparecer várias funções da linguagem. O importante é saber qual a
função predominante no texto, para então defini-lo. Quando a língua ultrapassa a sua função
basicamente comunicativa e se torna, ela própria, a matéria-prima para uma obra de arte, tem-se
como resultado o texto literário. "Essa aplicação artística da língua é espontânea e encontra-se em
todas as sociedades, mesmo as mais rudimentares." (Mattoso Câmara Jr., 1996).
Paulo Leminski (Melhores poemas de Paulo Leminski. Seleção Fréd Góes, Global, São Paulo,
1996).
Texto poético
Para caracterizar a atividade literária como essencialmente poética, Mattoso Câmara Jr. afirma: "A
poética é a atividade lingüística que tem um objetivo de arte e procura criar com a linguagem um
estado psíquico de emoção estética por meio da aplicação sistemática de processos de estilística.
(...) A expressão lingüística tende a organizar-se em frases ritmadas, na base da entonação, do
número de sílabas, da distribuição mais ou menos regular das sílabas acentuadas, constituindo-se
séries de versos; mas a POESIA, ou atividade poética em sentido lato, se faz também em PROSA,
isto é, sem essa organização rítmica das frases."
Várias são as possibilidades de exploração da linguagem com esta função poética: no material
sonoro, nas palavras, na associação de idéias, nas construções frasais. Para isto utilizam-se o
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ritmo, a harmonia imitativa, a rima, a aliteração, as figuras de palavras, as figuras de pensamento,
as figuras de sintaxe.
A poesia pode ainda ser encontrada em outras manifestações artísticas, como a pintura, a música,
a dança, etc. O prazer estético é o que sentimos ao ler um texto poético, ao observar um quadro,
ao ouvir uma música, quando nos sensibilizamos e experimentamos um estado emotivo ou lírico.
Algumas diferenças entre prosa e verso poderiam ser assim resumidas:
•
na prosa há uma tendência à ordem direta na estruturação dos termos do período; no
verso há uma tendência à ordem indireta;
•
na prosa a rima é pouco freqüente, enquanto no verso ela é muito utilizada, apesar de não
ser obrigatória;
•
na prosa o ritmo acompanha a naturalidade da fala, enquanto no verso o ritmo é marcante
e existe preocupação com a métrica;
•
no verso é maior a preocupação com a realização de seqüências melódicas do que na
prosa.
7.1 - Recursos Poéticos
7.1.1 - Assonância e aliteração
Paulo Leminski
Ali
se ali
ali se dissesse
ali
quanta palavra
só
veio e não desce
ali
se
ali
bem ali
se alice
dentro da alice
ali se visse
só alice
quanto alice viu
com alice
e não disse
ali se parece
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Se
se
nem
for
terra
se
trans
for
mar
(Melhores poemas de Paulo Leminski.
Seleção Fréd Góes, Global, São Paulo,
1996).
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Tanto na fotografia (detalhe da casa Mila, Espanha) quanto na pintura (quadro Gato de Jean Miro),
assim como em várias outras linguagens, é possível identificar esses recursos de repetir
elementos para produzir determinado efeito.
7.1.2 - Ritmo
Examine esse poema de Manuel Bandeira e responda às perguntas que se seguem:
Trem de ferro
Café com pão
Café com pão
Café com pão
Virge Maria que foi isso maquinista?
Agora sim
Café com pão
Agora sim
Voa, fumaça
Corre, cerca
Ai seu foguista
Bota fogo
Na fornalha
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Que eu preciso
Muita força
Muita força
Muita força
(trem de ferro, trem de ferro)
Oô...
Foge, bicho
Foge, povo
Passa ponte
Passa poste
Passa pasto
Passa boi
Passa boiada
Passa galho
Da ingazeira
Debruçada
No riacho
Que vontade
De cantar!
Oô...
(café com pão é muito bom)
Quando me prendero
No canaviá
Cada pé de cana
Era um oficiá
Oô...
Menina bonita
Do vestido verde
Me dá tua boca
Pra matar minha sede
Oô...
Vou mimbora vou mimbora
Não gosto daqui
Nasci no sertão
Sou de Ouricuri
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Oô...
Vou depressa
Vou correndo
Vou na toda
Que só levo
Pouca gente
Pouca gente
Pouca gente...
(trem de ferro, trem de ferro)
(Manuel Bandeira in "Estrela da Manhã" 1936)
1) Uma olhada panorâmica nos dá conta que o poema contém 53 versos distribuídos em 6
estrofes de tamanhos irregulares, formadas por versos que oscilam entre 1 e 12 sílabas. Essa
distribuição não é feita ao acaso, mas guarda uma relação estreita com o significado contido nos
versos e nas estrofes. A primeira estrofe contém 3 versos de 4 sílabas e é logo seguida por uma
estrofe de 12 sílabas.
a) O mais importante nesses três versos é o significado ou o efeito sonoro?
b) As palavras que constituem tais versos e o ritmo deles reproduzem, aproximadamente o
som do quê?
c) Qual o nome que se dá a esse recurso imitativo de sons?
2) A segunda estrofe contém um só verso de 12 sílabas, extensão consideravelmente maior que a
de todos os demais versos do poema.
a) Como interpretar essa significativa desproporção?
b) No plano do significado, a interjeição “Virge Maria” serve para exprimir uma reação
emocional. De que emoção se trata?
c) Que ocorrência pode ter provocado essa emoção?
3) O primeiro verso da terceira estrofe assinala uma mudança em relação ao verso anterior.
a) Que palavra denota essa mudança?
b) Essa alteração veio interferir em benefício ou em prejuízo do movimento esperado?
Explique sua resposta.
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4) Na estrofe 3, mostra-se que o trem reassume o movimento normal. Os versos, inicialmente de 4
sílabas, passam a partir de um certo ponto, a ter 3, com acento na 1º e 3º.
a) Do ponto de vista da velocidade, essa alteração indica maior ou menor rapidez? Por quê?
b) No plano do sentido, os versos começam a descrever mudança de paisagem. Cite o verso
que denota isso.
c) Ainda no plano do sentido, há versos que indicam aumento de potência da máquina. Citeos.
5) Na estrofe 4 ocorre um verso de 2 sílabas, um de 4 e os demais de 3.
a) O que indica o verso de 2 sílabas?
b) Quanto ao sentido, do que falam os versos?
c) Do ponto de vista da sonoridade, as vogais (ô, a) das sílabas fortes desses versos são
dominantemente abertas e momentâneas. Que tipo de sensação criam esses recursos?
6) Na estrofe 5, há uma mudança de tema e de enunciador: não é mais a voz simulada do trem
que “fala” e o tema não são mais os ruídos das engrenagens nem os objetos da paisagem.
a) Qual é o som que se ouve agora nessa altura do percurso?
b) Do que falam essas vozes?
c) Nos versos iniciais e em outros dois versos da quinta estrofe, nota-se a preocupação de
escrever as palavras com uma ortografia mais aproximada da oralidade (“Quanto me
prendero”, “Pra mata minha sede”, “Vou mimbora vou mimbora”) Que efeito de sentido
produz esse procedimento?
7) Na última estrofe, de 7 versos, voltam os versos de 3 sílabas com acentos na 1º e na 3º.
a) No plano do sentido, do que falam esses versos?
b) De que voz provém essa fala?
c) A sonoridade, nesta estrofe, é mais expressiva que o sentido das palavras?
8) Esse poema serve para exemplificar o fato de que em linguagem poética:
a)a sonoridade das palavras é tão ou, por vezes, mais importante que o sentido.
b)o que se diz é sempre mais relevante do que o modo como se diz
c) o plano do conteúdo entra em conflito com o plano da expressão, resultando daí o sentido
global da obra.
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d) entre o que se diz e o que se pretende dizer não há convergência.
e) o sentido das palavras, como em qualquer forma de linguagem, é sempre mais
determinante.
7.1.3 - Recursos Sonoros
Rima:–é a coincidência de sons no final de versos diferentes, ou também no interior do mesmo
verso. Tem várias funções: assinalar ritmicamente os versos, estruturar os versos em estrofes e
estas em poemas; realçar a idéia contida no termos rimados e opor significados.
Aliteração: repetição insistente da mesma consoante ou consoantes com propriedades fônicas
similares.
Assonância: repetição reiterada das mesmas vogais ou vogais.
Onomatopéia: ocorre quando o plano da expressão de uma palavra ou conjunto de palavras, isto
é, os sons que os compõem, imita o som do objeto representado.
7.1.4 - Figuras de linguagem:
Metáfora: É transferência ou transporte do significado total e possível de uma palavra para outra
palavra. “Eu sou a mosca que pousou na sua sopa” (incômoda, dá nojo)
Comparação: É uma associação mais limitada de sentidos. “Tal qual o sol deseja a vinda da
noite, eu desejo sua presença”. Eu me pareço com o sol apenas nesse aspecto.
Metonímia: Baseia-se na relação de proximidade. Troca-se:
a) a parte pelo todo: As velas se aproximam. (barcos)
b) matéria pelo produto: Os bronzes badalam no alto da igreja. (sinos)
c) autor pela obra: Já li Mário Quintana. (as obras desse autor)
d) causa pelo efeito ou vice-versa): respeite meus cabelos brancos (provocados pela idade)
e) recipiente pelo conteúdo: tomei uma taça de vinho.
f)
Produto pela origem: tomei um Porto delicioso (vinho da cidade do Porto famosa pela
qualidade de seu vinho).
g) Produto pela marca: vamos tomar uma Brahma? (cerveja)
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Ironia: Quando se tem a intenção de falar o contrário do que está dizendo: Coitadinho do
assassino! Acabou condenado.
Eufemismo: Tentativa de tornar mais suaves ou delicadas expressões desagradáveis ou que
causam má impressão. Foi desta para outra melhor. (morreu). Quando a desdita da gente chegar.
(a morte).
Prosopopéia ou Personificação: Atribuição de características humanas a seres irracionais. As
ruas estão tristes.
Hipérbole: Expressão que exagera os fatos. Morreu de rir.
Antítese: Uso de palavras de sentidos opostos (antônimos) para expressar contradição. Morte e
Vida Severina. Uns buscam o bem, outros o mal.
Gradação: É a colocação de idéias na ordem crescente (chamada de clímax) ou na ordem
descrescente (chamada de anticlímax). “Começou a ficar pobre, perdeu milhões de dólares na
Bolsa de Valores; cem mil reais no jogo; a poupança de 30 mil do filho; as jóias da mulher, a
primeira casa humilde em que morava.”
Catacrese: É o uso inapropriado de termos específicos de certas situações ou para designar
partes de objetos por falta de termos apropriados da língua. Poderíamos dizer que a catacrese é
uma metáfora esquecida de seu valor metafórico pelo desgaste do uso: “O bico do bule, a asa da
xícara, as pernas da mesa”
Aliteração: Repetição abundante de consoantes dentro da frase. Veja o poema SE de Paulo
Leminski.
Assonância: Repetição de vogais. Nos versos de João Cabral de Melo Neto: “pois catar esse
feijão, soprar nele, e jogar fora o leve e oco, palha e eco.” O
Onomatopéia: Figura sonora que procura reproduzir ou imitar os sons ou ruídos. Ploc, ploc,
passou o cavalo; Toc, Toc, quem chama?; Tiquetaque, Tiquetaque. A monotonia das horas.
Polissíndeto: Repetição insistente da conjunção “e” que cadencia o ritmo fluente do verso,
enfatizando o fluir das idéias, como flashes consecutivos. "E fale e ri e gesticula e grita."
TAREFA
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Agora que você conhece muitos dos recursos usados pelos poetas, tente localizar nos poemas do
livro Nariz de Vidro de Mário Quintana exemplos de recursos rítmicos e figuras de linguagem
usados pelo autor.
7.2 - Neologia
Neologia terminológica, semântica e por empréstimo.
Citando Ieda Maria Alves, no texto A renovação lexical nos domínios de especialidade, o léxico da
língua portuguesa, como de toda língua viva, renova-se incessantemente. Algumas unidades
lexicais, sobretudo as de origem latina, acompanham a história dessa língua desde a fase arcaica
do português e ainda são usadas pelos falantes contemporâneos. Citamos, como exemplo, o
substantivo administração (< administrat o, õnis > “ação de prestar ajuda, execução,
administração, gestão, direção”), registrado no português desde o século XIV e ainda amplamente
usado no português contemporâneo.
Ao longo dos séculos, o português foi ampliando seu léxico, tanto com unidades lexicais mais
gerais, conhecidas pela maioria dos falantes, como com unidades mais específicas a um domínio.
Mattoso Câmara, em História e estrutura da língua portuguesa, faz referência a cinco campos
semânticos, constituídos por termos portugueses originários, especialmente, do latim popular, mas
também do latim erudito e de outras línguas: termos relativos aos domínios do mundo físico, das
partes do corpo humano, do parentesco, do transcurso do tempo e do tempo climático. Refere-se
também o autor à contribuição que outras línguas aportaram a esse léxico: os empréstimos do
árabe nos domínios da agricultura e da alimentação (arroz, alface, algodão, azeite, cenoura),
denominações territoriais (aldeia, bairro), ofícios (alfaiate, alferes); os empréstimos do italiano
marcam a influência italiana, de caráter literário e artístico, na época do Renascimento: termos da
música (arpejo, piano, violoncelo), da pintura (aquarela), da poesia (soneto); os do tupi
representam designações da flora (capim, jacarandá, peroba) e da fauna (acará, perereca,
tamanduá) brasileiras.
O desenvolvimento das ciências e das técnicas, que se processa de maneira crescente, gera,
conseqüentemente, um número igualmente crescente de novos termos, necessários para
denominar os novos inventos, as novas tecnologias. Como são criados esses termos? Além de
prefixos de origem grega e latina, como macro-, mega -, micro-, ultra -, alguns domínios de
especialidade apresentam características próprias para a formação de seus termos. Assim, a
medicina tem recorrido a radicais de origem grega para a formação de parte de seus termos, a
exemplo de hemo-, “carregado de sangue”, que forma hemodiálise, hemodiluição, hemograma,
além de mais três centenas de outros compostos. Recorre também a sufixos próprios, a exemplo
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de -oma, designativo de “tumores em geral ”e de “processos patológicos” (carcinoma, melanoma)
e de -ite (amigdalite, gastroenterite, timpanite).
Outro tipo de empréstimo semântico é observado em termos como árvore, folha, nó,
ramo,utilizados na botânica e empregados, por meio da transferência metafórica, na terminologia
da inteligência artificial, adquirindo, nesse vocabulário, significados próprios.
Assiste-se também a uma renovação planejada de diferentes terminologias, ditada por
necessidades profissionais, visando sempre a uma comunicação mais eficiente entre os diferentes
usuários. Comissões de Terminologia de diferentes áreas, sob a égide do Comitê 37 da ISO
(International Standardization Association), ou ainda membros de associações internacionais
reúnem-se e, não raro, propõem a substituição de alguns termos por outros. Citamos, como
exemplo, a nova terminologia da anatomia que foi anunciada mundialmente no dia 28 de agosto
de 1997, em São Paulo, na reunião da Federação Internacional das Associações de Anatomistas.
A nova terminologia, com denominações mais transparentes, eliminou epônimos como trompa de
Eustáquio, tendão de Aquiles, trompa de Falópio, substituindo-os por tuba auditiva, tendão,
calcâneo e tuba uterina, respectivamente. Outras alterações foram propostas para termos já
bastante difundidos: tonsila palatina em vez de amígdala, sistema digestório em vez de sistema
digestivo, orelha interna em vez de ouvido interno, Patela em vez de rótula.
Segundo Alfredo Maceira Rodríguez, o português, como as demais línguas ditas de cultura, sofreu
no seu devir histórico interferência de outras línguas, assim como também contribuiu para
enriquecer outras com as que em algum período histórico entrou em contato, porém, nos últimos
séculos, algumas línguas, devido ao grande desenvolvimento científico e tecnológico que
alcançaram os países de que são originárias, interferiram avassaladoramente em outras línguas e
culturas, impondo seus valores e com eles os elementos lingüísticos que os acompanham. A
grande penetração cultural e lingüística exercida pela França na língua portuguesa do século XIX,
foi substituída pela do inglês americano.
Aqui, vale lembrar o termo GAVROCHE, que encontramos no poema “Minha rua”, de Mário
Quintana. Essa palavra remete ao nome de um personagem masculino de Victor Hugo, e
caracteriza um menino parisiense bastante arteiro, impertinente e engraçado. Victor Hugo foi
poeta, romancista, ensaísta e artista plástico francês do séc. XIX. Seu romance mais conhecido é
Os Miseráveis. Sabendo que Quintana nasceu e viveu nos primeiros anos do séc. XX, explica-se a
influência que teve da cultura da francesa. Lembre-se de que Quintana traduziu Proust, Voltaire,
Maupassant Balzac, todos franceses.
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A expansão e progresso econômico dos países de fala inglesa, principalmente o dos Estados
Unidos, interferiu também lingüisticamente no português, mas fez-se notar ainda mais no
português do Brasil e cada vez com mais intensidade. Vejamos em que áreas essa influência se
faz mais presente e como essa penetração se processa. Em nossa vida cotidiana já vêm sendo
incorporados numerosos termos originados no inglês. Assim já quase não percebemos que vieram
desta língua palavras como:
teste (test) flerte (flirt), esnobe (snob), blefe (bluff), coquetel (cocktail), drinque (drink), lanche
(lunch[i]), sanduíche (sandwich), estresse (stress), vagão (waggon), estoque (stock), estande
(stand), clube (club), esporte (sport), futebol (football), time (team), gol (goal), basquete (basket),
turfe (turf), surfe (surf), suspense (suspense), blecaute (black-out), locaute (lockout), nocaute
(knock-out), trailer (trailer), estêncil (stencil) xérox (xerox) e muitos outros.
A maneira como estes termos se comportam na língua portuguesa também varia muito Assim, o
substantivo basket, que em inglês significa cesto ou cesta, só penetrou no português com o
significado especial da modalidade esportiva. O sentido geral do termo inglês não afetou seu
correspondente português (cesto, cesta). O mesmo aconteceu com turf (gramado, relva), surf,
(arrebentação, espuma das ondas), drink (bebida em geral).
Estamos assistindo à incorporação de um grande números de empréstimos empregados de
acordo com temas de moda nos Estados Unidos. Assim, na área de alimentação e bebidas, além
dos já incorporados como sanduíche, drinque, coquetel, e outros, vêm ganhando terreno fast-food,
com o sentido de refeição ligeira; no esporte, ginástica e atividades físicas em geral, entre outros,
fitness (bom estado físico do corpo), look (aspecto, aparência), personal trainer (treinador
individual), windsurf (modalidade de surfe praticado com a ajuda do vento), board surf (prancha
para surfe), piercing (apliques de pequenas peças metálicas em diversas partes do corpo), peeling
(determinado tratamento de pele),etc.
O rápido e surpreendente desenvolvimento que se vem processando no ramo das comunicações
e, particularmente, na área da informática, desenvolvimento praticado originariamente, na sua
imensa maioria, por falantes do inglês, fez que com a difusão dos novos avanços tecnológicos se
exportassem as correspondentes denominações atribuídas na língua de origem a estes avanços.
Às vezes, mesmo existindo termo vernáculo para o item importado, preferiu-se substituí-lo pelo
lexema inglês, nem sempre com correção. Nas publicações que tratam das novas tecnologias, é
tal a quantidade de palavras e expressões específicas que, se o leitor não estiver familiarizado
com a área, terá dificuldade na plena compreensão do texto.
backup = arquivo que contém cópia de segurança de outro arquivo
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bit bi(nary dig)it [dígito binário] = quantidade mínima de informação que pode ser transmitida por
um sistema
boot = operação que inicializa o funcionamento
browser = navegador, programa de busca na Internet
byte = seqüência de 8 bits, considerada unidade básica
bug = erro ou mau funcionamento de um programa
chip = pastilha, placa minúscula de material de condução elétrica usada em circuitos integrados
drive = unidade de disco
driver = programa que gerencia a entrada e/ou saída de dados
electronic mail ou e-mail = correio eletrônico
game = jogo, particularmente jogo eletrônico
gate = portão, lugar de entrada de dados, etc.
hacker = gênio em computação que consegue penetrar em outros computadores ou sistemas
hard disk = disco rígido, disco duro
hardware = componentes físicos do computador
homepage = espaço reservado na Internet
joystick = dispositivo manual para operar alguns jogos eletrônicos
led = luzinha colorida no computador;
line = linha
link = ligação com outras homepages
modem mod(ulation)/dem(odulation) = dispositivo que converte dados eletrônicos nos sentidos de
ida e volta
mouse (camundongo) = dispositivo para executar diversas operações com o computador
no-break (não-interrompe) = dispositivo para manter o fluxo de eletricidade
on-line = ligado (o aparelho), estar na linha
off-line = desligado (o aparelho), fora da Internet
output = produção, saída (de dados)
path = caminho (itinerário usado no processamento de dados)
site = sítio, espaço reservado na Internet
scanner = dispositivo para cópia de documentos
software = programas e dispositivos com os que opera o computador
web = rede, por antonomásia a Internet.
b) Alguns verbos:
attach = anexar (documento com dados)
delete = apagar, remover (material escrito em disco)
download = baixar (material da Internet)
reset = reiniciar (o computador)
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Algumas siglas:
CD (Compact Disk) = disco compacto (contém material sonoro)
CD-ROM (Compact Disk Read Only Memory) = disco que também pode conter material visual
(multimídia)
CPU (Central Process Unit) = Unidade central de processamento
HD (Hard Disk) = disco rígido, disco duro, whinchester
PC (Personal Computer) = computador pessoal, micro
URL (Universal Resource Locator) = localizador universal de recursos
WWW (World Wide Web) = rede de toda a teia de âmbito mundial, Internet
A neologia semântica tem como característica a modificação semântica de uma unidade lexical.
Nessas condições, ao se transformar em unidade terminológica, a unidade lexical tem seu
conteúdo semântico mudado.
Segundo o dicionário Aurélio (1986), habilitar é: “1. Tornar hábil: Era incapaz, mas a experiência
habilitou-o. 2. Preparar, dispor. (...) 4. Tornar-se apto, capaz.”.
Ao se converter em termo largamente usado da telefonia celular, o verbo em questão adquiriu os
seguintes significados: a) ativar um telefone celular, colocando-o em funcionamento, através do
registro de sua identificação e da programação das funções básicas por uma operadora e b) ativar
um serviço móvel celular especial através da programação deste serviço no aparelho celular pela
operadora.
Leia as frases abaixo, todas tiradas do Jornal O Globo, e discuta os significados envolvidos nos
termos grifados. Explique o neologismo semântico envolvido no processo:
a)
Marcelo Novaes e Helena Rinaldi ficaram no fim de semana.
b)
... abraçado à atual namorada, a dasluzete Suzana Gullo..
c)
A greve dos bancos triplicou a ocupação das calçadas do Centro por homens-sanduíche
que trocam vales por dinheiro vivo.
d)
Top-mãe: Dona Vânia Bündchen, mãe da top-model Gisele...
e)
Para azar dos papparazzi que compareceram em peso à festa.
7.3 - Semântica e Pragmática
O que estas crianças ainda precisam aprender a respeito do uso da linguagem?
1) Um menino pequeno chega à porta da frente de casa e ouve sua mãe dizer:
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Mãe: Limpe seus pés.
Ele tira seus sapatos sujos de lama e suas meias e, com cuidado, limpa os pés no tapete.
2) Um pai está tentando fazer com que sua filha de 3 anos pare de levantar seu vestido para
mostrar sua calcinha nova para os convidados.
Pai: A gente não faz assim, querida!
Filha: Eu sei, pai! Tu não usa vestido!
O conhecimento que tais crianças possuem a respeito do vocabulário e da gramática de sua
língua não parecem ser o problema. Quando a mãe do menino solicita que ele limpe seus pés, é
exatamente isso que ele faz. A menina explicou ao pai por que ele não poderia levantar o vestido
para mostrar a roupa de baixo nova utilizando uma estrutura gramatical perfeita e uma lógica
impecável. O problema é que as crianças parecem ter compreendido o que as palavras significam,
mas não o que seus pais queriam dizer. Como adultos, nós normalmente compreendemos o
significado do falante tão facilmente que não nos damos conta da quantidade considerável de
habilidade e conhecimento que precisamos possuir para conseguirmos isso.
A semântica e a pragmática são as duas principais áreas da lingüística que estudam o
conhecimento que é posto em prática tanto para extrairmos significados quando lemos ou
ouvimos, como para transmitirmos significados quando falamos ou escrevemos algo. Em linhas
gerais, dizemos que a semântica concentra-se no significado que deriva do conhecimento
puramente lingüístico, enquanto a pragmática concentra-se nos aspectos do significado que não
dependem somente do conhecimento lingüístico, levando em conta o conhecimento sobre o
mundo físico e social.
EXERCÍCIOS
1. O que o segundo falante quer dizer em cada um dos diálogos a seguir?
a. Virgínia: Você gosta do meu chapéu novo?
Maria: É rosa!
b. Marta: Café?
Jaime: Me manteria ligado a noite toda.
c.
Lídia: Você terminou os formulários de avaliação dos alunos e as listas de leitura?
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Jane: Eu terminei as listas de leitura.
d. Gabriela: Você vai ao churrasco no Paulo?
Janice: Bem, o Paulo comprou aqueles cachorros enormes há pouco.
e. Ana: A sobremesa estava boa?
Miguel: Ana, pudim de leite é pudim de leite.
2. Observe os diálogos abaixo, nos quais a primeira proposição foi modificada e a segunda parece
permanecer a mesma. O conteúdo do enunciado do segundo falante permanece o mesmo. Agora
responda, o seu significado pragmático também? Em cada diálogo, escreva o sentido que assume
agora a resposta dada pelo segundo falante.
f.
Virgínia: Prove o porco assado.
Maria: É rosa!
g. Marta: Eu fui ver “O Exorcista” ontem à noite, mas não estava muito assustador.
Jaime: Me manteria ligado a noite toda.
h. Lídia: Você parece satisfeita.
Jane: Eu terminei as listas de leitura.
i.
Gabriela: O jardim da casa dele está destruído.
Janice: Bem, o Paulo comprou aqueles cachorros enormes há pouco.
j.
Ana: Eu pensei que o pudim de leite fosse te alegrar um pouco.
Miguel: Ana, pudim de leite é pudim de leite.
Como você pôde ver, o contexto fornecido pelo enunciado precedente levou a uma implicatura
diferente em cada caso. O texto materializa a intenção do autor através de elementos tanto
lingüísticos quanto gráficos, cabendo ao leitor a recuperação dessa intenção. Nesse processo, o
leitor se apóia tanto em elementos extralingüísticos ou contextuais quanto em elementos
lingüísticos ou contextuais.
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A palavra CACHORRO escrita num aviso de um portão qualquer.
Entre os elementos
extralingüísticos, poderíamos destacar o fato de a palavra estar numa placa e não no quadro
negro em sala de aula, por exemplo. Quanto aos aspectos lingüísticos, poderíamos citar
o
significado convencional da palavra cachorro; note-se, por exemplo, a diferença que a mudança
de palavra produziria: CAVALOS já não é mais um aviso para não entrar num lugar sem
permissão.
3) Veja o texto abaixo:
Hoje, eu, o rei, convido todos a comparecer em massa, para assistir ao massacre de Israel.
Quais as implicações de sentido para essa frase se você soubesse que ela estivesse assim
assinada:
a) Imperador Tito, Jerusalém, ano 70.
_______________________________________________________________________________
____
b) Pelé, Rio de Janeiro, 1995.
_______________________________________________________________________________
_____
4) Observe a situação e o diálogo descritos abaixo:
Marcos, Ana e o gato de Marcos, Félix, estão na cozinha da casa de Marcos.
Marcos: O que aconteceu com o litro de leite?
Ana: Gatos bebem leite.
O que Ana quis dizer?
_______________________________________________________________________________
4) O jornal da Tarde de São Paulo, no dia 9 de dezembro de 1994, por ocasião da morte de Tom
Jobim, grande compositor brasileiro, saiu com a seguinte manchete na primeira página:
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BRASIL PERDE O TOM
Quais os dois sentidos que podemos atribuir a essa frase?
a) ___________________________________________________________________________
b) ____________________________________________________________________________
7.4 - Coerência Textual
Um estudioso francês, Michel Charolles, propôs quatro princípios responsáveis pela coerência
textual.
Princípio da repetição: referentes são retomados por expressões nominais, pronomes, elipses.
Princípio da progressão: um texto deve apresentar informações novas.
Princípio da não-contradição: em um texto coerente, o que se diz depois não pode contradizer o
que se disse antes ou ficou pressuposto.
Princípio da relação: o conteúdo de um texto coerente deve ser adequado a um estado de coisas
no mundo real ou em mundos possíveis.
A) As frases abaixo apresentam problemas de coerência textual. Identifique qual princípio foi
infringido em cada uma delas:
1) Estamos tentando explicar como as coisas estão, e elas estão como elas estão. Algumas
coisas vão bem e outras obviamente não vão bem. Você tem dias bons e dias ruins. No caminho
da democracia este é um momento, e teremos outros momentos. E serão bons momentos e
momentos não tão bons.
(Donald Rumsfeld, Secretário de Defesa dos EUA. Veja, 14/04/2004, n. 15, edição 1849, p. 43)
2) É realmente apropriado que nos reunamos aqui hoje, para homenagear Abraham Lincoln, o
homem que nasceu numa cabana de troncos que ele construiu com suas próprias mãos.
(Político, em um discurso, homenageando Lincoln)
3) Damos cem por cento na primeira parte do jogo e, se isso não for suficiente, na segunda parte
damos o resto. (Yogi Berra, jogador norte-americano de beisebol, famoso por suas declarações
esdrúxulas)
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4) Mantle rebate com as duas mãos por que é anfíbio. (Idem)
5) Encontrando um milhão de dólares na rua, eu procuraria o cara que o perdeu e, se ele fosse
pobre, devolveria (Idem)
6) Alguma força sinistra entrou, aplicou uma outra fonte de energia e apagou as informações
contidas na fita. (Alexandre Haig, oferecendo ao juiz John Sirica uma teoria sobre um buraco de
18,5 minutos nas fitas de Nixon, durante o caso Watergate).
7) Nós não temos censura. O que temos é uma limitação do que os jornais podem publicar. (Louis
Net, ex-vice-ministro da Informação da África do Sul).
8) Nós não temos censura. O que temos é uma limitação do que os jornais podem publicar. (Louis
Net, ex-vice-ministro da Informação da África do Sul).
9)... considerando etc., etc., este Conselho resolve: a) que uma nova cadeia seja construída; b)
que a ;nova cadeia seja construída com os materiais da velha cadeia; c) que a velha cadeia seja
usada até que a nova esteja pronta. (Resolução da Junta dos Conselheiros, Canto, Mississipi,
1800)
10) Acho eu os senhores pensam que, em nossa diretoria, metade dos diretores trabalha e a outra
metade nada faz.
Na verdade, cavalheiros, acontece justamente o contrário.
(Diretor de
empresa, defendendo membros do seu staff)
11) Por que judeus e árabes não podem se reunir e discutir a questão como bons cristãos? (Arthur
Balfour, estadista britânico, primeiro-ministro e ministro do Exterior)
12) *"Minha mãe era uma mulher que nasceu analfabeta!" (Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da
República, falando no Dia Internacional das Mulheres) .
13) Eu não estava mentindo. disse, sim, coisas que mais tarde se viu que eram inverídicas.
(Presidente Nixon, em depoimento durante as investigações do caso Watergate).
14) Governo do PR deve pagar grevistas que não aderiram à greve (UOL – Últimas Notícias 21h13 - 28/02/2002).
15) Quando um grande número de pessoas não consegue encontrar trabalho, o resultado é o
desemprego. (Calvin Coolidge, presidente americano em 1931).
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16) “Cuidado! Tocar nesses fios provoca morte instantânea. Quem for flagrado fazendo isso será
processado”. (Tabuleta numa estação ferroviária).
17) “Um homem não pode estar em dois lugares ao mesmo tempo, a menos que ele seja uma
ave”. (Sir Boy Roche, deputado representante de Tralee no Parlamento Britânico).
18) “Quando dois trens se aproximarem em um cruzamento, ambos devem parar por completo e
nenhum dos dois iniciar viagem até que o outro tenha passado” (De uma lei do Kans
19) Assinale a opção em que a mudança na ordem dos termos altera sensivelmente o sentido do
enunciado.
a. ) É bastante difundida essa crença sobre os sistemas de computação.
Essa crença sobre os sistemas de computação é bastante difundida.
b. ) O computador é capaz de executar o trabalho de muitas pessoas.
É o computador capaz de executar o trabalho de muitas pessoas.
c. ) Funcionários menos graduados deixam de participar das decisões.
Deixam de participar das decisões menos funcionários graduados.
d. ) As novas tarefas padronizadas são fonte potencial de alienação.
São fonte potencial de alienação as novas tarefas padronizadas.
e. ) Esta reação pode se traduzir na falta de colaboração com os analistas.
Pode esta reação traduzir-se na falta de colaboração com os analistas.
20) No texto a seguir há um trecho que, se tomado literalmente (ao pé da letra), leva a uma
interpretação absurda.
A oncocercose é uma doença típica de comunidades primitivas.
Não foi desenvolvido ainda nenhum medicamento ou tratamento que possibilite o
restabelecimento da visão. Após ser picado pelo mosquito, o parasita (agente da doença)
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cai na circulação sangüínea e passa a provocar irritações oculares até a perda total da
visão.
(Folha de S. Paulo, 2/11/90)
a. Transcreva o trecho problemático.
b. Diga qual a interpretação absurda que se pode extrair desse trecho.
c.
Qual a interpretação pretendida pelo autor?
d. Reescreva o trecho de forma a deixar explícita tal interpretação.
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8. DUPLA POSSIBILIDADE DE LEITURA
Alguns textos de humor fazem uso da dupla possibilidade de sentido.
Diálogo desencontrado
Um garoto pergunta para o outro:
- Você nasceu em Pelotas?
- Não, eu nasci inteiro.
a) Qual o duplo sentido do texto?
b) Qual unidade lingüística explica o duplo sentido?
Diálogo desencontrado
Duas turistas em Paris trocam déias sobre a viagem.
- Você acredita que já estou há três dias em Paris e ainda não consegui ir ao Louvre.
- Pois eu também. Deve ser a comida.
a) Como a segunda interlocutora interpreta a afirmativa da primeira?
b) Qual palavra permite essa interpretação?
2) Muitas vezes, a dupla possibilidade de leitura acontece por um descuido na redação. O texto
abaixo foi publicado na Folha Sudoeste de 6 de julho de 1992 e foi explorado pelo vestibular da
Unicamp.
“As vídeo locadoras de São Carlos estão escondendo as fitas de sexo explícito. A decisão atende
a uma portaria de dezembro de 91, do Juizado de Menores, que proíbe que as casas de vídeo
aluguem, exponham e vendam fitas pornográficas a menores de 18 anos. A portaria proíbe ainda
os menores de 18 anos de irem a motéis e rodeios sem a companhia ou autorização dos pais.”
a) Qual passagem produz um efeito engraçado?
b) Qual situação estranha produz esse efeito engraçado?
c) Reescreva o trecho de forma a evitar essa interpretação.
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O cartum acima é outro exemplo de dupla possibilidade leituras
a) Explique essas duas leituras possíveis.
Nesse desenho acima, há uma palavra que possibilita duas possibilidades de leitura.
a) Que palavra é essa?
b) Quais os dois sentidos que ela possibilita?
Para responder às perguntas de 01 a 11, leia o texto abaixo:
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Texto 1
Nós, os Brasileiros
Uma editora européia me pede que traduza poemas de autores estrangeiros sobre o Brasil. Como
sempre, eles falam da floresta amazônica, uma floresta muito pouco real, aliás. Um bosque
poético, com “mulheres de corpos alvíssimos espreitando entre os troncos das árvores, e olhos de
serpentes hirtas acariciando esses corpos como dedos amorosos”. Não faltam flores azuis, rios
cristalinos e tigres mágicos. Traduzo os poemas por dever de ofício, mas com uma secreta - e
nunca realizada - vontade de inserir ali um grãozinho de realidade. Nas minhas idas (nem tantas)
ao exterior, onde convivi, sobretudo, com escritores ou professores e estudantes universitários portanto, gente razoavelmente culta -, fui invariavelmente surpreendida com a profunda ignorância
a respeito de quem, como e o que somos. - A senhora é brasileira? Comentaram espantados
alunos de uma universidade americana famosa.
- Mas a senhora é loira! Depois de ler num congresso de escritores em Amsterdam um trecho de
um dos meus romances traduzido em inglês, ouvi de um senhor elegante, dono de um antiquário
famoso, que segurou comovido minhas duas mãos: _ Que maravilha! Nunca imaginei que no
Brasil houvesse pessoas cultas! Pior ainda, no Canadá alguém exclamou incrédulo: - Escritora
brasileira? Ué, mas no Brasil existem editoras? A culminância foi a observação de uma crítica
berlinense, num artigo sobre um romance meu editado por lá, acrescentando, a alguns elogios, a
grave restrição: “porém não parece um livro brasileiro, pois não fala nem de plantas nem de índios
nem de bichos”. Diante dos três poemas sobre o Brasil, esquisitos para qualquer brasileiro, pensei
mais uma vez que esse desconhecimento não se deve apenas à natural (ou inatural) alienação
estrangeira quanto ao geograficamente fora de seus interesses, mas também a culpa é nossa.
Pois o que mais exportamos de nós é o exótico e o folclórico. Em uma feira do livro de Frankfurt,
no espaço brasileiro, o que se via eram livros (não muito bem arrumados), muita caipirinha na
mesa, e televisões mostrando carnaval, futebol, praia e ... mato. E eu, mulher essencialmente
urbana, escritora das geografias interiores de meus personagens neuróticos, me senti tão
deslocada quanto um macaco em uma loja de cristais. Mesmo que tentasse explicar, ninguém
acreditaria que eu era tão brasileira quanto qualquer negra de origem africana vendendo acarajé
nas ruas de Salvador. Porque o Brasil é tudo isso. E nem a cor de meu cabelo e olhos, nem meu
sobrenome, nem os livros que li na infância, nem o idioma que falei naquele tempo além do
português, me fazem menos nascida e vivida nesta terra de tão surpreendentes misturas: imensa,
desaproveitada, instigante e (por que ter medo da palavra?) maravilhosa.
(LUFT, Lya. Pensar e transgredir. Rio de Janeiro: Record, 2005, p.49-51.)
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Exercícios
QUESTÃO 01
A palavra em destaque está corretamente interpretada em:
a) “A culminância foi a observação de uma crítica berlinense (...)”. (AUGE)
b) “Pois o que mais exportamos de nós é o exótico e o folclórico.” (PRIMITIVO)
c) “... mulheres de corpos alvíssimos espreitando entre os troncos das árvores (...)”
(OCULTANDO-SE)
d) “(...) esse desconhecimento não se deve apenas à natural (ou inatural) alienação estrangeira
(...)” (ÊXTASE)
QUESTÃO 02
A imagem do Brasil exótico e folclórico, exportada pelos brasileiros,
confirma-se em:
a) “ - A senhora é brasileira? (...) Mas a senhora é loira!”
b) “- Escritora brasileira? Ué, mas no Brasil existem editoras?’
c) “ Que maravilha! Nunca imaginei que no Brasil houvesse pessoas cultas!”
d) “ (...) não parece um livro brasileiro, pois não fala nem de plantas nem de índios nem de
bichos.”
QUESTÃO 03
O texto caracteriza os estrangeiros como:
a) cultos, pois questionam as culturas diferentes.
b) críticos, visto que não se interessam pelos outros países.
c) ignorantes, porque pensam ser o Brasil uma grande floresta.
d) neuróticos, uma vez que se mantêm fechados em sua própria cultura.
QUESTÃO 04
Assinale a alternativa em que apareça exemplo de linguagem que foge à norma culta:
a) - Escritora brasileira? Ué, mas no Brasil existem editoras?
b) o que se via eram livros (não muito bem arrumados), muita caipirinha na mesa, e televisões
mostrando carnaval, futebol, praia e ... mato.
c) ... eu era tão brasileira quanto qualquer negra de origem africana vendendo acarajé nas ruas
de Salvador.
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d) ...nesta terra de tão surpreendentes misturas: imensa, (...) instigante e (por que ter medo da
palavra?) maravilhosa.
QUESTÃO 05
O complemento do verbo grifado foi corretamente identificado em:
a) “(...) não parece um livro brasileiro, pois não fala nem de plantas (...)”.(DE PLANTAS)
b) “(...) mas com uma secreta - e nunca realizada – vontade de inserir ali um grãozinho
de realidade.” (ALI)
c) “Diante dos três poemas sobre o Brasil, (...) pensei mais uma vez que esse
Desconhecimento não se deve apenas à natural (...)” (MAIS UMA VEZ)
d) “Depois de ler num congresso de escritores em Amsterdam um trecho de um dos
meus romances traduzido em inglês (...)” (NUM CONGRESSO DE ESCRITORES)
QUESTÃO 06
Os termos destacados entre vírgulas exercem a mesma função sintática, EXCETO em:
a) “(...) eles falam da floresta amazônica, uma floresta muito pouco real, aliás.”
b) uma feira de livro de Frankfurt, no espaço brasileiro, o que se via eram livros (...)”
c) “E eu, mulher essencialmente urbana, escritora das geografias interiores de meus personagens
(...)”
d) “(...) ouvi de um senhor elegante, dono de um antiquário famoso, que segurou comovido
minhas duas mãos.”
QUESTÃO 07
O pronome destacado pode ser substituído adequadamente pelo termo entre parênteses em:
a) “(...) nem o idioma que falei naquele tempo além do português (...)” (DE QUE)
b) “Nas minhas idas (...) ao exterior, onde convivi, sobretudo, com escritores (...)” (COMO)
c) “(...) ouvi de um senhor elegante, (...), que segurou comovido minhas duas mãos.” (O QUAL)
d) “(...) me fazem menos nascida e vivida nesta terra de tão surpreendentes misturas (...)”
(NESSA)
QUESTÃO 08
Todas as palavras destacadas são morfologicamente classificadas como advérbio, EXCETO:
a) “(...) uma floresta muito pouco real (...)”
b) “E, eu, mulher essencialmente urbana (...)”
c) “Pior ainda, no Canadá alguém exclamou incrédulo (...)”
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d) “Pois o que mais exportamos de nós é o exótico e o folclórico (...)”
QUESTÃO 09
A função do substantivo destacado está corretamente identificada em:
a) “ Ué, mas no Brasil existem editoras?” OBJETO DIRETO
b) “[...] eles falam da floresta amazônica (...)” OBJETO INDIRETO
c) “Nunca imaginei que no Brasil houvesse pessoas cultas!” SUJEITO
d) “ A culminância foi a observação de uma crítica berlinense, num artigo sobre um romance meu
editado por lá (...)” COMPLEMENTO NOMINAL
QUESTÃO 10
A nova pontuação das frases extraídas do texto (1) NÃO obedece à norma padrão em:
a) “Pior ainda, no Canadá, alguém exclamou incrédulo (...)”
b) “(...) pensei, mais uma vez, que esse desconhecimento não se deve apenas à natural (...)”
c) “Depois de ler, num congresso de escritores em Amsterdam, um trecho de um dos meus
romances (...)”
d) “Mesmo que tentasse explicar, ninguém acreditaria, que eu era tão brasileira quanto qualquer
negra (...)”
QUESTÃO 11
A relação de idéias expressa nas orações foi estabelecida de forma correta em:
a) “(...) me senti tão deslocada quanto um macaco em uma loja de cristais.” (CONSEQÜÊNCIA)
b) “Mesmo que tentasse explicar, ninguém acreditaria que eu era tão brasileira (...)”
(CONCESSÃO)
c) “(...) não parece um livro brasileiro, pois não fala nem de plantas nem de índios nem de bichos”.
(COMPARAÇÃO)
d) “Traduzo os poemas por dever do ofício, mas com uma secreta(...) vontade de inserir ali um
grãozinho de realidade.” (CAUSA)
QUESTÃO 12
As frases abaixo são todas de propagandas de produtos muito conhecidos. Todas brincam com a
linguagem para construir novas possibilidades de leitura
a) Nunca foi tão fácil TIRAR O DOCE DE UMA CRIANÇA. (Escova dental Oral B)
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_________________________________________________
b) Antes de dormir, não esqueça de APAGAR os insetos. (Inseticida Rodiasol)
_________________________________________________
c) Pense GRANDE. Afinal, você já ouviu falar de Alexandre, o Médio? (3i, consultores de
empresas). _____________________________________
d) As fitas não são VIRGENS, mas, também, hoje em dia quem é? (Blockbuster)
_________________________________________________
e) Tão fascinante como a Disney. Mas o MOUSE é mais inteligente. (Computador
Presario/Compaq). _________________________________
f) Deve. Haver. Uma. Maneira. Mais. Rápida. De. Chegar. Ao. Trabalho. (AM Express Bus,
Minneapolis) . _________________________________
QUESTÃO 13
As frases abaixo também brincam com as possibilidades de leitura embutidas nas palavras.
Explique o duplo sentido das palavras destacadas abaixo:
a) A UNIÃO faz o açúcar. ___________________________
b) A primeira IMPRESSÃO é a que fica, se o cartucho for novo!
________________________________________________
c) Quem tem BOCA vai a Roma. Meu fogão tem 4 e não saiu da cozinha.
________________________________________________
d) PRESTÍGIO só dá dinheiro pra Nestlé! (Anônimo). _______________________
e) Mais vale um GALO no terreiro que dois na cabeça! (Frangonildo Barbosa)
__________________________________________
f) Gostaria de CRIAR home pages, mas não sei o que elas comem. (Autor Anônimo).
_____________________________________
2) Informações implícitas
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a) Pressupostos: são idéias não expressas de maneira explícita, que decorrem logicamente do
sentido de certas palavras ou expressões contidas na frase.
Ex: “André tornou-se um anti-tabagista convicto”. A partir do verbo tornou-se podemos pressupor
que André não era anti-tabagista.
“Todos vieram, até Maria.” Nessa frase, a palavra ATÉ nos faz pressupor que a presença de Maria
na festa era um acontecimento inesperado.
EXERCÍCIO
Nas frases abaixo, descubra qual é a informação implícita a partir das palavras em destaque.
a) Na maioria dos países do primeiro mundo, os trabalhadores têm mais direitos que no Brasil.
b) Alex Lobo lança seu livro: A verdadeira história do três porquinhos.
c) Quando entrarmos em contato com seres de outro planeta, os mistérios acerca de sua
existência serão esclarecidos.
d) Os acidentados socorridos num pronto-socorro do INSS, mas saíram de lá são e salvos.
e) A igreja do bairro foi destruída para dar lugar a uma avenida.
f) Uma igreja do bairro foi destruída para dar lugar a uma avenida.
g) A ciência encontra uma nova explicação para os buracos negros.
h) Freqüentei a universidade, mas aprendi bastante.
i) Renato continua doente.
j) Julinha é minha primeira filha.
k) Pedro é o último convidado a chegar à festa.
l) Ela é muito inteligente, apesar de ser mulher.
3) NARIZ DE VIDRO
As questões que se seguem são todas relacionadas ao livro Nariz de Vidro, de Mário Quintana. Os
poemas poderão estar total ou parcialmente reproduzidos.
As questões de 01 a 03 referem-se ao poema abaixo reproduzido:
Eu nada entendo
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Eu nada entendo da questão social.
Eu faço parte dela, simplesmente...
E sei apenas do meu próprio mal,
Que não é bem o mal de toda gente,
Nem é deste Planeta ... Por sinal
Que o mundo se lhe mostra indiferente!
E o meu Anjo da Guarda, ele somente,
É quem lê os meus versos afinal...
Entre os Loucos, os Mortos e as crianças,
É lá que eu canto, numa eterna ronda,
Nossos comuns desejos e esperanças!...
QUESTÃO 01
No último verso, a palavra bem poderia ser substituída, sem prejuízo do sentido, por:
a) que não é proveitoso o mal de toda gente;
b) que não é exatamente o mal de toda gente;
c) que não é correto o mal de toda gente;
d) que não é suficiente o mal de toda gente.
QUESTÃO 02
Na última estrofe, através do verso Nossos comuns desejos e esperanças!, o eu poético está
se referindo a si mesmo e
a) a seu Anjo da Guarda;
b) a todo o povo do país da Trebizonda;
c) a toda a gente;
d) aos Loucos, Mortos e às Crianças.
QUESTÃO 03
Na visão do poeta, Loucos, Mortos e Crianças seriam aqueles que:
a) não têm voz, isto é, aqueles cuja opinião ninguém dá valor;
b) moram com ele no país da Trebizonda;
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c) não tem desejos e nem esperanças;
d) dançam estranhas contradanças.
As questões de 04 a 10 referem-se ao poema De gramática e de linguagem, reproduzido abaixo:
De gramática e de linguagem
E havia uma gramática que dizia assim:
“substantivo (concreto) é tudo quanto indica
Pessoa, animal ou cousa: João, sabiá, caneta”
Eu gosto é das cousas. As cousas sim!...
As pessoas atrapalham. Estão em toda parte. Multiplicam-se em excesso.
As cousas são quietas. Bastam-se. Não se metem com ninguém.
Uma pedra. Um armário. Um ovo. (Ovo, nem sempre,
Ovo pode estar choco: é inquietante...)
As cousas vivem metidas com as suas cousas.
E não exigem nada.
Apenas que não as tirem do lugar onde estão.
E João pode neste mesmo instante vir bater à nossa porta.
Para quê? não importa: João vem!
E há-de estar triste ou alegre, reticente ou falastrão,
Amigo ou adverso... João só será definitivo
Quando esticar a canela. Morre, João...
Mas o bom, mesmo, são os adjetivos,
Os puros adjetivos isentos de qualquer objeto.
Verde. Macio, Áspero. Rente. Escuro. Luminoso.
Sonoro. Lento. Eu sonho
Com uma linguagem composta unicamente de adjetivos
Como decerto é a linguagem das plantas e dos animais.
Ainda mais:
Eu sonho com um poema
Cujas palavras sumarentas escorram
Como a polpa de um fruto maduro em tua boca.
Um poema que te mate de amor
Antes mesmo que tu lhes saibas o misterioso sentido:
Basta provares os eu gosto...
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Nas questões de 04 a 06, assinale a figura de linguagem explorada pelo poeta em cada trecho
reproduzido:
QUESTÃO 04
E há-de estar triste ou alegre, reticente ou falastrão,
Amigo ou adverso... João só será definitivo
a) gradação
b) antítese
c) hipérbole
d) metáfora
QUESTÃO 05
João só será definitivo
Quando esticar a canela. Morre, João...
a) ironia
b) personificação
c) eufemismo
d) metonímia
QUESTÃO 06
As cousas são quietas. Bastam-se. Não se metem com ninguém.
...
As cousas vivem metidas com as suas cousas.
E não exigem nada.
a) onomatopéia
b) metonímia
c) catacrese
d) personificação ou prosopopéia
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QUESTÃO 07
...
Mas o bom, mesmo, são os adjetivos,
Os puros adjetivos isentos de qualquer objeto.
Verde. Macio, Áspero. Rente. Escuro. Luminoso.
Sonoro. Lento. Eu sonho
...
No trecho acima, se tivesse que respeitar a regra de pontuação, Quintana deveria ter separado os
adjetivos por vírgula, visto estar enumerando palavras da mesma classe gramatical. Entretanto, o
poeta separa-as com um ponto final. Em sua opinião, ele faz isso:
a) para indicar uma longa pausa entre cada um dos termos;
b) para reforçar a idéia de que gosta dos adjetivos isolados, isentos de qualquer objeto;
c) para dar-nos um exemplo de licença poética;
d) porque não conhece as regras de pontuação.
QUESTÃO 08
Todas as palavras sublinhadas estão corretamente interpretadas pelo termo entre parênteses,
EXCETO:
a) Cujas palavras sumarentas escorram. Como a polpa de um fruto maduro em tua boca.
(SUCULENTA)
b) E há-de estar triste ou alegre, reticente ou falastrão, (RETRAÍDO)
c) Amigo ou adverso... João só será definitivo... (INIMIGO)
d) E há-de estar triste ou alegre, reticente ou falastrão (DE MAU CARÁTER)
QUESTÃO 09
...
Um poema que te mate de amor
Antes mesmo que tu LHES saibas o misterioso sentido:
Basta provares o seu gosto...
O pronome em destaque está se fazendo referência a:
a) sentido
b) amor
c) poema
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d) gosto
QUESTÃO 10
Nesse poema, Quintana declara preferir as cousas aos homens. Assinale a afirmativa que NÃO
justifica essa preferência do poeta:
a) Esses vivem em eterna demanda;
b) Aquelas são quietas e não fazem pergunta;
c) Esses multiplicam-se em excesso;
d) Aquelas estão em toda parte.
Leia o poema reproduzido abaixo para responder às perguntas de 11 a 15.
Poema de circunstância
Onde estão meus verdes?
Os meus azuis?
O arranha-céu comeu!
E ainda falam nos mastodontes, nos brontossauros, nos tiranossauros,
Que mais sei eu...
Os verdadeiros monstros, os Papões, são eles os arranha-céus!
Daqui
Do fundo
Das suas goelas,
Só vemos o céu, estreitamente, através de suas empinadas gargantas ressecas.
Para que lhes serviu beberem tanta luz?!
Defronte
À janela aonde trabalho
Há uma grande árvore...
Mas já estão gestando um monstro de permeio!
Sim, uma grande árvore ... Enquanto há verde,
Pastai, pastai, olhos meus...
Uma grande árvore muito verde... Ah,
Todos os meus olhares são de adeus
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Como o último olhar de um condenado!
QUESTÃO 11
No verso “Onde estão os meus verdes? Os meus azuis? O arranha-céu comeu!”, o poeta fala da
vegetação e do céu. Entretanto, fala de ambos apenas através de uma de suas características.
Assinale a alternativa que nomeia a figura de linguagem que descreve esse recurso:
a) metáfora
b) catacrese
c) metonímia
d) polissíndeto
QUESTÃO 12
Em relação ao poema, todas as afirmativas abaixo são possíveis, EXCETO:
a) a comparação entre os arranha-céus e os monstros pré-históricos tem um sentido
melancólico;
b) estar no fundo de suas goelas seria o mesmo que estar no chão;
c) os arranha-céus, porque beberem luz, ficaram com as gargantas ressecas;
d) no título do poema, a palavra circunstância significa, o estado atual das coisas.
QUESTÃO 13
Sim, uma grande árvore... Enquanto há verde,
Pastai, pastai, olhos meus...
Nesses versos, o verbo PASTAR assume o sentido de:
a) percorrer livremente a paisagem;
b) examinar o verde que está a sua disposição;
c) estar aprisionado entre os arranha-céus
d) ter como destino um abatedouro.
QUESTÃO 13
...
Defronte
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À janela aonde trabalho
Há uma grande árvore...
Mas já estão gestando um monstro de permeio!
Nesses versos, o poeta nos conta que:
a) Em breve, não poderá mais ver a árvore que existe defronte à sua janela;
b) Em breve, haverá um prédio entre sua janela e a árvore que por hora ele pode ver.
c) Já existe um prédio em frente à sua janela;
d) Um prédio já está sendo construído;
QUESTÃO 14
Nesse poema, Mário Quinta usa todas as figuras de linguagem, EXCETO:
a) metáfora
b) prosopopéia
c) onomatopéia
d) comparação
QUESTÃO 15
Todas as palavras em destaque estão corretamente interpretadas pelos termos entre parênteses,
EXCETO:
a) Daqui, do fundo de suas goelas... (GARGANTAS)
b) Mas já estão gestando um monstro... (CONSTRUINDO)
c) ... através de suas gargantas ressecas. (SEM VIDA)
d) Mas já estão gestando um monstro de permeio (CONCRETO)
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