PROMOVENDO SAÚDE NA ESCOLA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA¹
BRUM, Barbara Leão de²; GUEDES, Camila Custódio²; MUNHOZ, Cloris Ineu²;
QUADROS, Jacqueline Silveira de²; RAMOS, Catiane Pacheco²; SCHMITT, Ana
Carmen Alonso Nachtigall²; COSTENARO, Regina Santini³.
RELATO DE EXPERIÊNCIA
RESUMO
A escola possibilita o acesso de trabalhos educacionais voltados para os alunos. Então,
nota-se a necessidade de transformações nos ambientes escolares, com a finalidade de
fornecer conhecimentos e informações importantes sobre assuntos emergentes e que
acometem crianças e adolescentes. Objetiva-se relatar as experiências vivenciadas por
acadêmicas de enfermagem do Centro Universitário Franciscano, durante a participação no
projeto de extensão Promoção da Saúde na Escola: compartilhando saberes no cenário
escolar. Trata-se de um relato de experiência de caráter descritivo, vivenciado por
acadêmicas do Curso de Graduação em Enfermagem. Foram realizados encontros com os
escolares, pré-adolescentes e adolescentes, enfatizando a importância da promoção e
educação para a saúde, durante o segundo semestre de 2010 e no primeiro semestre de
2011 e tiveram como cenário as salas de aulas de duas escolas públicas do município de
Santa Maria-RS. Foram enfatizadas as questões relacionadas com a higiene, alimentação,
postura, vestimentas, e sempre relacionando a importância do autocuidado que cada
escolar deve ter. Durante a participação no projeto, realizamos vários trabalhos com os
escolares, abordando assuntos sobre escabiose, pediculose, Doenças Sexualmente
Transmissíveis, entre outros. Com isso, compreendemos que por meio da nossa atuação,
desenvolvendo a promoção da saúde com o público alvo nessa faixa etária, podemos mudar
muitas realidades, ou pelo menos, reduzir diversos problemas futuramente. O referido
projeto possibilitou um maior conhecimento sobre a importância do trabalho da enfermagem
realizado e direcionado com crianças e adolescentes, pois a educação em saúde promove
conhecimentos, esclarece dúvidas e previne muitas doenças, agravos e problemas em
geral.
Descritores: Enfermagem; Promoção da Saúde; Adolescente.
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¹ Relato de Experiência. Centro Universitário Franciscano – UNIFRA
² Acadêmicas do Curso de Enfermagem do Centro Universitário Franciscano –UNIFRA. Santa MariaRS, Brasil; Apresentador e-mail: [email protected]
³ Docente Doutora Enfermeira do Centro Universitário Franciscano - UNIFRA
1
1. INTRODUÇÃO
Em 1986, a 8ª Conferência Nacional de Saúde (CNS) tinha como tema “Democracia
é Saúde”, e constituiu a implantação de políticas sociais que defendessem e cuidassem da
vida. Assim, o processo de criação do SUS apresenta o conceito ampliado de saúde, a
necessidade de criar políticas públicas para promovê-la, o imperativo da participação social
na construção do sistema e das políticas de saúde, pela melhoria da qualidade de vida e
pelo direito à vida e à saúde, e integra os movimentos no âmbito da promoção da saúde. A
Portaria nº 687, de 30 de março de 2006 aprova a Política de Promoção da Saúde¹.
No SUS, a estratégia de promoção da saúde é uma possibilidade de enfocar os
aspectos que determinam o processo saúde-doença, e potencializa formas mais amplas de
intervir em saúde, contribuindo na construção de ações que possibilitam responder às
necessidades da sociedade, por meio da produção de saúde¹.
Os processos educativos geram conhecimentos e são válidos para a melhoria da
qualidade de vida e saúde das pessoas. A promoção da saúde é uma das possibilidades de
atuação no âmbito escolar².
A escola possibilita o acesso de trabalhos educacionais voltados para os alunos.
Então, cada vez mais, nota-se a necessidade de transformações nos ambientes escolares,
com a finalidade de fornecer conhecimentos e informações importantes sobre assuntos
emergentes e que acometem crianças e adolescentes, auxiliando-os nas suas diversas
necessidades.
O ambiente escolar é voltado para a transformação da sociedade escolar, abordando
o exercício da cidadania e ações com propostas de promoção da saúde³.
A enfermagem tem capacidade de melhorar a qualidade de vida nas escolas, por se
tratar de profissionais que têm conhecimentos sobre a saúde do escolar em relação ao
crescimento e ao desenvolvimento do mesmo, incluindo a especificidade de cada faixa
etária e a compreensão de suas particularidades. Além disso, têm habilidade de interagir
com outros profissionais, ressaltando a importância da criação do vínculo com a equipe de
professores para ter uma melhor interação com os mesmos, e inclusive, para ter acesso às
reais necessidades de cada um e da própria escola. É relevante, também, a participação de
outros profissionais da saúde para que haja troca de informações e de vários saberes, em
busca da resolutividade eficaz³.
A enfermagem tem a função de exercer atividades voltadas para a melhoria da
qualidade de vida dos indivíduos, identificando problemas, agravos e riscos à saúde, e
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consequentemente, por meio dos diagnósticos situacionais, planeja e implementa ações
resolutivas.
Portanto, o trabalho do profissional enfermeiro como agente educador em escolas
torna-se muito importante, visando à prevenção de doenças, agravos e problemas em
geral².
2. OBJETIVO
Relatar as experiências vivenciadas por acadêmicas de enfermagem do Centro
Universitário Franciscano – UNIFRA, durante a participação no projeto de extensão
Promoção da Saúde na Escola: compartilhando saberes no cenário escolar.
3. METODOLOGIA
Trata-se de um relato de experiência de caráter descritivo, vivenciado por
acadêmicas do Curso de Graduação em Enfermagem. Esta experiência ocorreu por meio da
operacionalização do projeto de extensão Promoção da Saúde na Escola: compartilhando
saberes no cenário escolar, de abrangência multidisciplinar, e vinculado à Área de Ciências
da Saúde – Pró-Reitoria de Pós Graduação, Pesquisa e Extensão – PRPGP, do Centro
Universitário Franciscano – UNIFRA. Foram realizados dezoito encontros com os escolares,
pré-adolescentes e adolescentes enfatizando a importância da promoção e educação para a
saúde. Os encontros foram realizados durante o segundo semestre de 2010 e no primeiro
semestre de 2011 e tiveram como cenário as salas de aulas de duas escolas públicas do
município de Santa Maria-RS. Este relato de experiência constou de três fases em que,
inicialmente, foi feito um levantamento das necessidades dos escolares, após foram
estudadas e organizadas as temáticas sugeridas, e posteriormente foram discutidas em sala
de aula com os participantes. A operacionalização destas atividades se deu por meio de um
trabalho efetivo, de uma equipe de acadêmicos de enfermagem e coordenados pela
pesquisadora responsável pelo projeto. Eram designadas duas acadêmicas para cada
encontro com os escolares. Salienta-se que este projeto foi aprovado pelo comitê de ética
do Centro Universitário Franciscano – UNIFRA e registrado no CEP/UNIFRA: 262.2007.2 e
no CONEP: 1246.
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Foram enfatizadas as questões relacionadas com a higiene, alimentação, postura,
vestimentas, e sempre relacionando a importância do autocuidado que cada escolar deve
ter. Durante a participação no projeto, realizamos vários trabalhos com os escolares,
abordando assuntos sobre escabiose, pediculose, Doenças Sexualmente Transmissíveis,
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entre outros. Com isso, percebemos que foram esclarecidas muitas dúvidas sobre higiene
corporal, higiene íntima, sexualidade e autocuidado. Concomitante aos encontros percebeuse a satisfação dos escolares em relação aos conhecimentos que estavam recebendo.
Os professores também demonstraram um reconhecimento pelo trabalho realizado,
uma vez que referiram uma redução significativa dos problemas existentes na escola
relacionados com a higiene, sexualidade e gravidez precoce.
As atividades educativas têm o objetivo de capacitar os escolares para o
autocuidado, visando a promoção da saúde na escola, a qual necessita do profissional
enfermeiro atuando em espaços diferentes, mas principalmente em escolas, pois cabe a
estas uma função social e política voltada para a transformação da sociedade escolar,
relacionando o exercício da cidadania, o acesso às oportunidades de desenvolvimento e de
aprendizagem, e sendo de considerável relevância o apoio de outros profissionais da saúde,
formando atividades multisciplinares e de forma interdisciplinar³.
Observou-se que havia interesse, por parte dos alunos, nos assuntos abordados, e
os mesmos interagiam conosco fazendo questionamentos. Além disso, as próprias
apresentações que realizávamos em forma de encontros, utilizando data-show e com figuras
ilustrativas acrescentadas nos slides, proporcionavam entretenimento, e ao mesmo tempo,
eles mantinham atenção no assunto.
Por meio dessa integração na academia, começamos a valorizar o trabalho da
enfermagem diretamente com a comunidade, e principalmente, direcionado aos préadolescentes e adolescentes devido à vulnerabilidade dos mesmos às mazelas da
sociedade. Com isso, percebemos que por meio da nossa atuação, desenvolvendo a
promoção da saúde com o público alvo nessa faixa etária, podemos mudar muitas
realidades, ou pelo menos, reduzir diversos problemas futuramente.
O adolescente busca a construção de sua cidadania e deve envolver-se na busca de
soluções reais para os problemas que acometem o mesmo4.
São atividades como essa que valorizam o percurso acadêmico, pois assim como a
teoria e a prática devem estar articuladas para um melhor aprendizado, de nada seria válido
falar sobre assuntos preocupantes na comunidade e na sociedade sem atuarmos
diretamente com as pessoas.
5. CONCLUSÃO
O referido projeto possibilitou um maior conhecimento sobre a atuação da
enfermagem promovendo saúde, bem como, proporcionou uma visão ampliada do conceito
de saúde devido à nossa inserção na realidade da comunidade.
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Além disso, foi por meio dessa experiência na vida acadêmica que compreendemos
a importância do trabalho realizado e direcionado com crianças e adolescentes, pois a
educação em saúde promove conhecimentos, esclarece dúvidas e previne muitas doenças,
agravos e problemas em geral.
Acreditamos que o trabalho da enfermagem é de suma importância nas escolas por
se tratar de profissionais que têm capacidade para levantar dados, detectar diagnósticos,
planejar e implementar ações resolutivas, e também, por e ser mediador de ações
educativas para a saúde. Além disso, seria extremamente importante que as atividades
desenvolvidas abordassem uma equipe multidisciplinar, integrando vários conhecimentos e
trocas de informações com a finalidade de produzir saúde com qualidade e obter resultados
eficientes.
REFERÊNCIAS
1. Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Vigilância em Saúde. Política Nacional de
Promoção da Saúde / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde. – Brasília:
Ministério da Saúde, 2006; 60 p. – (Série B. Textos Básicos de Saúde). Disponível em:
http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/pactovolume7.pdf
2. Lopes GT, Bernardes MMR, Acauan LV, Felipe ICV, Casanova EG, Lemos BKJ.
Enfermeiro no ensino fundamental: desafios na prevenção ao consumo de álcool. Esc Anna
Nery
Rev
Enferm
2007
dez;
11
(4):
712
-
6.
Disponível
em:
http://www.scielo.br/pdf/ean/v11n4/v11n4a25.pdf
3. Siston AN, Vargas LA. O enfermeiro na escola: práticas educativas na promoção da
saúde de escolares. Enfermería Global. n. 11. Trabalho de conclusão do curso de
Enfermagem da Escola de Enfermagem Alfredo Pinto (EEAP) – UNIRIO, nov. 2007.
Disponível em: http://revistas.um.es/eglobal/article/viewFile/409/521
4. Corrêa ÁC de P, Ferriani MGC. A produção científica da enfermagem e as políticas de
proteção à adolescência. Rev. bras. enferm. Brasília jul./ago.; 58(4); 2005. Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-71672005000400013&script=sci_arttext
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