SINDICATO DOS QUADROS TÉCNICOS DO ESTADO Rua Braamcamp, 88 - 2º Dto. - 1269-111 LISBOA Tel. 21 386 00 55 / Fax 21 386 07 85 www.ste.pt / [email protected] DESPESA COM CONSUMO INTERMÉDIO AUMENTA 8,4% EM 2010! (2,2 vezes mais do que a despesa com pessoal) O impacto das poupanças em despesa com o pessoal vai totalizar cerca de 2239 milhões de euros entre 2011 e 2013, em resultado sobretudo da forte contenção salarial e da menor factura em salários proporcionada pelo reforço do número de trabalhadores que se aposentam, mais bem pagos, não compensado nem pelo mesmo número nem pelo mesmo valor. Em termos de prestações sociais, a nova regra de cálculo das pensões para quem se vai aposentar, alterada pelo OE-2010; a subida da taxa de penalização das reformas antecipadas (para 6%, em vez dos 4,5%), já a partir da entrada em vigor do OE-2010) e o aumento da idade da reforma para os 65 anos, entre 2012 e 2013 (em vez de 2015) vão conduzir a uma poupança acumulada de 285 milhões de ! nesse triénio. Em milhões de euros Quadro 1 – Poupanças na despesa 2011 342 2012 742 2013 1155 924 513 1413 795 1852 1009 4189 2317 Consumo Intermédio Juros dívida pública 342 68 342 51 530 88 353 124 715 128 367 183 1587 285 1062 358 39% 21% 15% 3% 10% 3% Despesa Corrente Despesa de Capital Total da Despesa 1659 445 2104 2632 1042 3675 3558 1467 5025 7849 2954 10803 73% 27% 100% Despesa com Pessoal Forte Contenção Salarial soma 3 anos Peso no Total 2239 21% Reforço da regra de contratação de 2 por 1 Prestações Sociais Regime não contributivo da Seg. Soc. Saúde Convergência de Pensões da CGA c/Seg S Fonte: PEC 2010-2013 e cálculos do STE. Assim, os actuais trabalhadores da AP e os que se preparam para ir para a reforma nos próximos anos contribuem directamente com uma 2 poupança na despesa de 2525 milhões de !, representando 23,4% do Total e 1,4% do PIB (Quadros 1 e 1A). Quadro 1A - Poupanças na despesa Em % do PIB Despesa com Pessoal Forte Contenção Salarial 2011 0,20 2012 0,42 2013 0,63 soma 3 anos 1,25 0,54 0,30 0,2 0,04 0,20 0,03 0,80 0,45 0,3 0,05 0,20 0,07 1,01 0,55 0,39 0,07 0,20 0,10 2,35 1,30 0,89 0,16 0,60 0,20 0,97 1,49 1,94 0,26 1,23 0,59 2,08 0,80 2,74 4,40 1,65 6,05 Reforço da regra de contratação de 2 por 1 Prestações Sociais Regime não contributivo da Seg. Soc. Saúde Convergência de Pensões da CGA c/Seg S Consumo Intermédio Juros dívida pública Despesa Corrente Despesa de Capital Total da Despesa De facto, a ideia em diminuir o peso dos encargos salariais com os trabalhadores da A.P. tanto no Total da despesa pública para 21,9% em 2013 (23% em 2009/2010) como no PIB para 10% em 2013 (11,2% em 2009 e 2010) corre o risco de afectar seriamente o funcionamento dos serviços do Estado, Hospitais, Escolas, Universidades e Segurança dada a exigência em diminuir drasticamente o número de trabalhadores no activo e em não compensar devidamente os que continuam a desempenhar as suas tarefas (Gráfico 1). Gráfico 1 – Despesa com o Pessoal da AP (Em % do PIB) 11,4% 11,2% 11,2% 11,0% 11,2% 10,9% 10,9% 10,8% 10,6% 10,5% 10,4% 10,2% 10,0% 10,0% 9,8% 2008 2009 2010 2011 2012 2013 3 Por isso, não é de estranhar que aqueles que estão perto da idade da reforma se precipitem para recorrerem à aposentação, mesmo com alguma perda no seu rendimento, visto que as regras da aposentação têm vindo constantemente a ser alteradas para pior e naturalmente provocam instabilidade na mente dos funcionários públicos. Só no ano de 2009, foram 10 493 a reformar-se antecipadamente, ficando acima do valor já alto de 2003, tendo perdido em média, cerca de 14%, no valor da sua pensão (11% em 2008) (Gráficos 2, 3 e Quadro 2). Gráfico 2 – Evolução do Número de Novos Gráfico 3 – Peso do Número de Reformas Aposentados da Função Pública Antecipadas (Em % do Total) 34067 35000 50% 30000 25000 22702 24712 22264 19530 20000 44,2% 40% 23415 23720 19087 30% 29,5% 29,5% 24,8% 26,5% 21,9% 15000 20% 10000 5000 8,5% 8,1% 10% 0 2002 TOTAL 2003 2004 2005 2006 2007 Administração Central 2008 2009 Antecipada Fonte: CGA. 0% 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Fonte: CGA. Quadro 2 – Número de novos Aposentados na AP Administração Central Administração Regional Administração Local Militares/Forças de Segurança Outros Dos quais: Empresas Públicas TOTAL 2002 13078 696 3018 2293 3617 1746 22702 2003 18697 1039 3861 2507 7963 2504 34067 2004 10237 633 2552 3339 5503 1224 22264 2005 10091 539 2041 1175 5684 1092 19530 2006 14949 769 2775 1293 4926 1682 24712 2007 10934 371 2087 1575 4120 552 19087 2008 13988 1071 2360 1386 4610 621 23415 2009 14617 873 2683 1500 4047 : 23720 Antecipada Em % do Total 5629 24,8% 10056 29,5% 1884 8,5% 1576 8,1% 7295 29,5% 4188 21,9% 6215 26,5% 10493 44,2% Fonte: CGA. Porém, num contexto de crise intensa das finanças públicas e de argumentos relacionados com o facto de não existirem disponibilidades financeiras para aumentos salariais, estranha-se que a despesa com o 4 consumo intermédio aumente 8,4% em 2010 (+606 milhões de ! do que em 2009), equivalente a 2,2 vezes mais do que a despesa com o pessoal (Quadro 3). Quadro 3 – Despesa da AP (Taxa de Variação, em %) 2009 2010 2011 2012 2013 Despesa com Pessoal 1,0% 1,5% 0,2% -0,5% -1,1% Prestações Sociais 7,7% 2,9% 2,1% 2,8% 2,4% Em dinheiro 7,7% 1,5% 2,4% 3,3% 2,6% Em espécie 7,4% 8,0% 0,9% 1,2% 1,6% -1,7% 8,4% -1,4% -8,2% 3,8% Juros -1,7% 12,0% 22,3% 11,5% 3,8% Subsídios (Transf. p/ empresas) 22,9% 15,0% -9,1% -10,5% -4,2% Outra Despesa Corrente 32,7% -6,0% -13,5% -1,6% -1,4% 5,9% 3,6% 1,4% 1,0% 1,4% 5,4% Consumo Intermédio TOTAL DESPESA CORRENTE FBCF (Investimento) 16,2% -12,3% -5,7% -1,1% Outra despesa de capital 214,5% -55,6% 3,0% 18,1% 16,8% TOTAL DESPESA CAPITAL 52,9% -17,8% -9,1% -0,1% 3,8% TOTAL DESPESA 8,8% 1,7% 0,7% 0,9% 1,6% DESPESA CORRENTE PRIMÁRIA 6,5% 3,0% -0,2% 0,0% 1,2% DESPESA TOTAL PRIMÁRIA 9,5% 1,1% -0,8% 0,0% 1,4% Fonte: PEC 2010-2013 Lisboa, 2010-03-19 A Direcção