Ilha de Santa Maria - Açores - Portugal
Director: João de Sousa Braga - Mensário - Ano XXXVIII - 2ª Série
EDITORIAL
Este mês ficou marcado pela tomada de posse
do Presidente da República, Professor Aníbal
Cavaco Silva. No seu discurso fez um retrato da
situação do país, sublinhando que Portugal vive
“uma situação de emergência económica,
financeira e social”. Foi um discurso duro para o
Governo, elogiado pela direita e criCcado pela
esquerda. Contudo as observações que me
pareceram correctas a este discurso foram as do
anCgopresidentedarepúblicaRamalhoEanesque
classificou o discurso de razoável dada a situação
actual do País, mas que Cavaco “esqueceu a crise
externa e a influência da crise externa na nossa
própria crise”. Reparo também feito pelo Primeiro
Ministro, José Socrates. Ramalho Eanes, que
encabeçouacomissãodehonradacandidaturade
Cavaco Silva, também referiu que "há países que
resisCram à crise e outros que não resisCram", e
considerou "as acusações" que são feitas ao
Governo socialista "excessivas". Apesar de
sabermos que as relações entre o Governo e a
Presidência da República não são boas, estamos
convictos que de um lado e de outro saberão
colocar os interesses nacionais acima de tudo.
Poucos dias depois esteve a debate na Assembleia
da República a moção de censura ao Governo da
autoria do Bloco de Esquerda. Mais um fait divers
parCdário, sem quaisquer consequências. Mas o
que realmente vai doer são as novas medidas de
austeridade já anunciadas pelo Governo da
República, em que as verbas para as regiões
autónomaseautarquiasvãoserreduzidas,alémde
outrosimpostosqueserãolançados.Esperam-nos
dias e anos di/ceis. Mas, em Santa Maria o que
realmentesobresaltouosmarienses,nestemês,foi
oaparecimentodeumabaixoassinado,dirigidoao
PresidentedoGovernoRegionaleaoPresidenteda
Assembleia LegislaCva Regional dos Açores,
visando impedir que se faça em Santa Maria o
campo de golfe, invocando-se razões de
rentabilidade e sustentabilidade do invesCmento;
de inflacionamento drásCco do valor dos prédios
rúsCcos da ilha , da falta de um estudo de impacto
ambiental e da falta de garanCa de autosustentação em termos de necessidade de água.
Várias têmsido asreacçõesaesteabaixo assinado,
mesmo de pessoas de outras ilhas, que já
divulgámos no jornal “ONLINE” e que vamos
tambémtrazeralumenestejornalparaummelhor
esclarecimento. No nosso entendimento um
campo de golfe não rouba terrenos a Santa Maria,
nem os torna menos férteis. Eles estão lá, em
Almagreira, e lá ficarão. Um campo de golfe é uma
mais valia e um atracCvo valioso para Santa Maria
ser incluida em vários circuitos turísCcos, a nível
região, além de potenciar o alargamento da
sazonalidade. Actualmente o turismo mariense
resume-se a dois meses no verão, esgotando-se a
capacidade da ilha, no mês de Agosto. Esta
sazonalidade não é suficiente para rentabilizar
quaisqquer invesCmentos, quer de âmbito rural,
quer deunidadeshoteleiras.Senãoconseguirmos
alargar a sazonalidade, com
acCvidades
diversificadas,eogolfeéumadelas,estagnaremos
a olhar para o slogan de “Ilha do Sol” e não
teremos hipóteses de crescermos mais, porque
não irão aparecer invesCdores perante aquilo que
éanossarealidadeclimatérica.Háque assentaros
pés no chão. Precisamos de diversificar a oferta
turísCca, e a construção do Campo deGolfe vem
neste senCdo e é um invesCmento que trará
empregos directos, mais movimento para outras
acCvidades económicas, gerando também
empregos indirectos.
18 de Março de 2011 - %º 405 Preço: € 1,70
- Porte Subsidiado
ANIMAÇÃO E ALEGRIA NO CARNAVAL MARIENSE
AÇORES E SANTA MARIA PRESENTES NA BTL
Página 5
TOMADA DE POSSE DE CAVACO SILVA
Página 13
CAMPO DE GOLFE EM SANTA MARIA
Páginas 20, 21 e 28
Páginas 14 e 15
Médica Isabel Mota pede
reforma antecipadaapós30
Anos de carreira
Página 9
RumoresdequefoidespedidaoudemiCdanegados
por ela e pelo presidente do Conselho de
AdministraçãodaUnidadedeSaúdedeIlhadeSanta
Maria
Município de Vila do Porto
assinalaDiaInternacionalda
Protecção Civil
Página 6
ESA em Santa Maria
acompanhou lançamento
do foguetão Ariane
Página 11
Entrevista com o Dr. Luís Elmano Barroco
2
Informação Local
Março de 2011
Na sequência de várias entrevistas que temos vindo a
fazer a vários empresários marienses ligados às actividades turísticas, fomos, desta vez, entrevistar o Dr.
Luís Elmano Barroco, um continental, com raízes nos
Açores, médico de profissão, que se instalou em Santa
Maria com a família e criou a empresa Garajau Empreendimentos Marítimo Turísticos.
O Baluarte: Quando nasceu e o que
é a empresa “ Garajau Empreendimentos Marítimo Turísticos.
Luís Elmano Barroco: A empresa
Garajau Empreendimentos Marítimo
Turísticos teve o seu início em 1997.
Tem como actividades o turismo de
habitação em casa solarenga totalmente recuperada em 1997. A casa tem
quatro quartos, todos com casa de
banho privativa e ar condicionado.
Está aberta todo o ano e funciona no
sistema de dormida e pequeno almoço.
Os hóspedes podem disfrutar de jardim
com árvores centenárias e piscina. A
casa está enquadrada numa quinta
onde temos vários aviários com aves
exóticas: faisões da Mongólia, Índia,
Nepal e Manchúria, cracídeos ( ave
exótica do Brasil), pavões indianos e
de Java, pintadas da Somália (Vulturina Acrilina e Pucheria), um casal de
perus ocelados (Honduras). A quinta
tem também uma grande colecção de
patos exóticos.
Tendo alguns membros da família uma
paixão p’elos cavalos, inaugurámos em
2005 um picadeiro coberto, o que juntamente com outro aberto e 12 boxes,
sala de arreios e zona de duches permitiu criar condições para o nascer de
um Centro Hípico. Neste momento
com sete cavalos, três póneis (Shetland) 2 duas garranas (ponei português) o Centro Hípico foi reconhecido
como Centro de Ensino e Exames até
Sela 4.
O Centro está federado o que obriga
para estar legal, quer junto da Federação Equestre Portuguesa (FEP),
como da Direcção Regional do Desporto a ter um monitor reconhecido e
inscrito na FEP.
O Centro está encerrado desde Agosto
de 2010 por não termos conseguido até
agora encontrar um monitor que reuna
as condições para estar em Santa
Maria.
Não se compreende que numa altura
em que tanto se fala para desenvolver o
desporto equestre que não haja faciliProjecto
dades (quer em termos de inscrição, es-
tadia e disponibilidade de cavalos para
as provas necessárias ao curso) para
que açorianos possam adquirir esta
qualificação de ajudantes ou monitores. Assim se compreende que indivíduos sem qualificação possam estar a
dar aulas em locais não licenciados.
O cavalo, animal de uma nobreza
ímpar, é muito mal tratado em Santa
Maria. Ou está peado, e muitas vezes
sem água, ao sol ou à chuva, comendo
cardos ou babosas ou cavalgando a
troco de mangueiradas ou puxado
pelos queixos atrás de uma carrinha de
caixa aberta.
Muito este animal poderia fazer pelas
crianças saudáveis desta ilha, mas com
maus comportamentos uns com os outros ou com os animais, para não falar
no que ele pode fazer pelos deficientes.
O programa de Hipoterapia que tivémos no Centro Hípico não conseguiu
todos os objectivos que idealizámos,
sabendo nós identificar bem a razão
para tal.
Criada há vários anos a Associação
Equestre de Santa Maria, desde 2006
que não tem qualquer actividade não se
percebendo bem porque ainda existe.
Sobre as actividades marítimas devo
acrescentar que a empresa é proprietária de dois barcos ( um em acordo de
comodato) destinados à pesca em alto
mar e ao mergulho subaquático.
Ao fim de dez anos constatou-se que
estas actividades não têm grande procura, quer pelo custo das viagens, que
pelo tempo que se perde nas ligações.
O custo dos seguros, inspecções dos
barcos, e alojamento na Marina, a par
das exigências anuais da DRTAM,
foram razões suficientes para que, não
estando prevista na legislação a possibilidade de suspender temporariamente a actividade, optássemos por
parar.
No âmbito da Restauração e Gastronomia construimos um restaurante em
São Pedro. Ao fazê-lo pretendíamos
que fosse um restaurante diferente,
quer na decoração, quer no ambiente e
qualidade da cozinha, o que conseguimos.
Mas São Pedro é muito longe do Centro da Vila e com excepção dos meses
Março de 2011
Informação Local
Entrevista com o Dr. Luís Elmano Barroco
(Continuação)
de verão não há movimento que justifique estar aberto.
Há três anos, depois de termos recuperado um prédio na Vila, decidimos
abrir um novo espaço de restauração,
um take away, cafetaria e este ano
restaurante.
É um espaço que pretendíamos viesse
a preencher um pequeno nicho de mercado.
Começo a pensar que também não é
isto que faz falta em Santa Maria.
Baluarte: Porquê Santa Maria e não
outra ilha?
Em 1997, quando adquiri a primeira
casa em Santa Maria, no lugar da Aze-
LEB: O que pensa do turismo na
ilha e quais os reflexos na sua empresa?
O turismo em Santa Maria poderá vir a
ser uma realidade quando o que tem
para oferecer possa estar integrado na
oferta turística de outras ilhas.
Agências de viagens com pacotes em
que se defina o que se pode fazer em
três dias em Santa Maria e não apenas
que se diga no folheto que há tempo
para subir e descer nas ruas principais
e comtemplar os sacos de lixo à porta.
O Golfe poderá trazer algum dinamismo pois os golfistas gostam de
Baluarte: A gastronomia e os desportos náuticos são produtos estratégicos apontados para Santa Maria
no Plano de Desenvolvimento Trístico da Região ? O que pensa disto?
LEB: Como já dissemos tanto os desportos náuticos (mergulho, caça submarina, observação de baleias,
golfinhos e cachalotes, assim como a
pesca desportiva ou lúdica), como passeios pedestres, golfe e observação das
Baluarte: Como é notório a ilha em
termos turísticos apresenta uma
grande sazonalidade. É possível inverter esta situação? Como?
LEB: Só há uma maneira de a contornar e consiste em diversificar pelo ano
inteiro actividades que até agora se encontram concentradas nos meses de
verão.
fazer percursos em campos diferentes e
daí que as organizações de Torneios ou
as Agências de Viagens possam organizar esses pacotes. Os preços das viagens mais uma vez poderão ser o
senão.
Turismo em espaço rural e incentivos
à recuperação de casas poderá ajudar a
recuperar a Casa Típica Mariense e
proporcionar estadias a preços razoá-
Pescador desportivo
desaparecido na Baía
do Tagarete
veis, que poderiam ser uma ajuda para
quem não tem subsídios.
Provavelmente os hotéis não veriam
com bons olhos esta iniciativa.
aves poderão ser os motivos de descobrir Santa Maria
nha de Baixo, a ideia era ter um sítio
calmo para descansar alguns dias por
ano, pescar e disfrutar da natureza. O
vir para os açores foi um pouco regressar às origens, pois a minha mãe
médica, nascida em Vila Franca do
Campo e antepassados maternos são de
São Miguel.
Um pouco por iniciativa dos filhos fui
realizando os projectos que citei.
3
Baluarte: Que outros assuntos desejaria colocar, que na sua opinião tenham interesse para se desenvolver
o turismo em Santa Maria?
LEB: Os empresários marienses, aqueles que vivam dos seus negócios, deverão reagir às medidas que os estejam
a estrangular ou então só sobrevivem
as actividades com subsídios.
José Manuel Corvelo Andrade foi pescar para
a Baía do Tagarete, no norte da ilha, no passado
dia 20 de Fevereiro. Não regressou a casa e
desapareceu no mar. Tinha 32 anos e era natural
da freguesia de Santa Bárbara.
A Capitania do Porto de Vila do Porto, após
ter tido conhecimento do ocorrido, 22H30 desse
dia, activou de imediato as buscas com o seu
pessoal, bombeiros e voluntários.
No dia 21, segunda feira, veio de São Miguel,
uma embarcação da marinha com cinco
mergulhadores profissionais, que se juntaram aos
mergulhadores locais que já se encontravam a
bater a zona do desaparecimento. Os
mergulhadores foram confrontados com o mau
estado do mar, fortes correntes para fora e águas
completamente turvas e sem qualquer
visibilidade.
Os mergulhadores da Marinha, que chegaram
por volta das 16H00, e após um mergulho de
cerca de 30 minutos regressaram à ilha de São
Miguel. Segundo informações das autoridades
marítimas o regresso dos mergulhadores da
Marinha a São Miguel deve-se ao facto das más
condições do mar e da má visibilidade das águas,
e também porque as previsões do estado do mar
eram para piorar, contudo acrescentaram que
houve sempre a intenção de regressarem caso se
afigurasse necessário, o que veio a acontecer na
quarta-feira, dia 24 de fevereiro.
O regresso dos mergulhadores da Marinha a
São Miguel, causou desagrado e uma forte
indignação por parte dos familiares e das
pessoas envolvidas porque esperavam que
ficassem na ilha para continuarem as buscas, no
dia seguinte.
Entretanto, na terça-feira, dia 22, as buscas
continuaram com os meios existentes na ilha e
a ajuda de voluntários, sem qualquer resultado.
Apesar de tudo e segundo informações
colhidas junto de voluntários envolvidos nestas
buscas, as autoridades locais da Marinha
empenharam-se a fundo nas buscas, e fizeram
um bom trabalho, independentemente dos meios
exíguos disponíveis.
Na quarta-feira as buscas prosseguiram
envolvendo meios aéreos e mergulhadores da
Marinha, provenientes de São Miguel, também
sem resultados.
A Autoridade Marítima divulgou uma nota
sobre o ocorrido, que publicámos no jornal
online. As buscas nos dias subsequentes foram
alargadas a toda a ilha, não tendo havido
resultados positivos.
Entretanto ficou no ar a questão de falta de
meios adequados na ilha para a busca e
salvamento no mar.
Esta triste ocorrência e o caso dos dois
náufragos de um veleiro que afundou, no
passado dia 12 de fevereiro, e que foram salvos
a 18 milhas a sul de Santa Maria pela Força
Aérea, vieram despoletar este problema. No caso
dos náufragos sairam embarcações de Santa
Maria, em condições de mar muito adversas, mas
mesmo assim localizaram os náufragos e deram
informações precisas à Força Aérea. Nesta altura
foi notória a insuficiência de meios das
autoridades marítimas locais. A questão merece
uma reflexão séria. Santa Maria tem de ter meios
adequados de socorro no mar. Somos uma ilha.
Temos mar por todos os lados. Estas coisas
acontecem. Aqui fica o nosso alvitre.
4
Assembleia Municipal de Vila do Porto
Informação Local
Reuniu em sessão ordinária, no passado dia 28 de Fevereiro , pelas
09H30, a Assembleia Municipal de
Vila do Porto, conforme convocação
do seu presidente, Sr. Paulo Henrique Parece Batista.
Conforme consta da agenda de trabalhos o Presidente da Câmara através de informação escrita deu a
conhecer aos deputados municipais
as actividades da Câmara Municipal, tendo-se de seguida discutido e
aprovado, por unanimidade, o Regulamento de Recuperação de Habitações Degradadas de Extractos
Sociais Desfavorecidos.
Esteve depois em discussão e análise
a tão badalada “Compensação Remuneratória “ que a Câmara Municipal já havia
aprovado, por
unânimidade, e que baixou à Assembleia Municipal . Da votação verificou-se a abstenção do PSD, os votos
favoráveis do PS e o voto contra do
único deputado da CDU.
Os deputados municipais do PSD,
apesar da sua abstenção e da aprovação da Câmara Municipal fizeram
questão de marcar uma posição contra a matéria com uma declaração
de voto, que reza o seguinte:
Declaração de Voto
“A decisão do Governo Regional dos Açores,
apoiada por uma maioria Parlamentar Socialista
na Assembleia Legislativa Regional dos Açores,
contraria os princípios de igualdade entre todos
os funcionários públicos, é uma afronta às dificuldades financeiras actuais do País e demonstra uma clara falta de solidariedade Nacional,
tanta vez reclamada pelo poder Regional.
É uma decisão que visa proteger os interesses do
Governo Regional dos Açores, ou seja, compensar aqueles que ocupam cargos de chefias intermédias na estrutura Regional e que por si foram
nomeados.
É uma decisão desprovida dos mais elevados valores éticos e morais, porque não beneficia os
trabalhadores Regionais de menores rendimentos, que viram ser retirado o abono de família dos
seus filhos por exemplo, no início deste ano.
Sobre este assunto não houve capacidade ou interesse em criar legislação específica na Região
Autónoma dos Açores.
O voto dos Deputados Municipais, abaixo assinados, do Partido Social Democrata é no sentido
da abstenção por ser nosso entendimento que os
funcionários do Município de Vila do Porto, incluídos nestes escalões de rendimentos, não deverão ser os únicos prejudicados, ao não lhes ser
atribuída a remuneração compensatória, decidida
por Decreto Legislativo Regional de excepção.
Se hoje, aqui estivéssemos, a nos pronunciar,
única e exclusivamente, sobre as injustiças da
atribuição da remuneração compensatória tomada a montante pelos Órgãos de Governo próprio da Região Autónoma dos Açores, o nosso
Março de 2011
sentido de voto seria claramente contra.”
Por sua vez o Grupo Municipal do PS apresentou
um Voto de Pesar pelo falecimento do Sr. Moutinho de Almeida e, com o seguinte teor:
VOTO DE PESAR
Falecimento de Raúl Moutinho de Almeida
(1928 - 2011)
O Grupo do PS na Assembleia Municipal de
Vila do Porto, apresenta um sentido VOTO DE
PESAR, pelo falecimento da ilustre e reputada
figura da sociedade mariense Raúl Moutinho de
Almeida, de 82 anos de idade, falecido no
passado dia 9 de Fevereiro, no Centro de Saúde
de Vila do Porto, após doença prolongada.
Raúl Moutinho de Almeida, nascido em
Lisboa em 1928 na freguesia de S.Sebastião da
Pedreira, veio trabalhar para Santa Maria em
Abril de 1948, como radiotelegrafista dos CTT,
no Aeroporto de Santa Maria, tendo-se aqui
radicado e casado.
Para além de reconhecido profissional e
conceituada figura pública, nutria dedicação
especial à família, deixando viúva Aura
Guilhermina Moniz Botelho de Almeida e era
pai de Maria João Botelho Moutinho de Almeida
e de Ana Isabel Botelho de Almeida Mesquita,
casada com Luís António Mesquita, deixando
dois netos, Raul Luís e Isabel Mesquita.
Como profissional, Raul Moutinho de
Almeida foi um distinto funcionário superior dos
CTT, na área das telecomunicações em Santa
Maria, acabando a sua carreira como Chefe do
Núcleo de Comunicações de Vila do Porto, cargo
que exerceu desde 1977 até à sua aposentação,
em 1991. No reconhecimento da sua
competência profissional e extrema dedicação ao
serviço, foi distinguido pelos CTT com o prémio
“Dedicação” em 1985 e 1989, tendo-lhe sido
atribuída a “medalha com inscrição” e o
“distintivo CTT em ouro”.
Em concomitância, com o exercício profissional,
desenvolveu também alguma atividade como
comerciante.
Foi figura influente na sociedade mariense, na
qual era muito estimado e incansável lutador por
todos os projetos que promovessem e
desenvolvessem Santa Maria, lutando
abnegadamente pelos interesses da ilha e da sua
população, como aconteceu aquando da saída da
placa giratória aeroportuária de Santa Maria,
despindo-se de filiações partidárias em prole da
luta pela sua terra.
No âmbito social e político, ocupou vários
cargos de direção em diferentes organismos da
comunidade
mariense.
Destacamos
particularmente as funções de Presidente da
Assembleia Municipal de Vila do Porto, órgão
de cúpula do poder local, ao qual hoje nós
pertencemos, dando-nos orgulho e referências a
competência, o empenhamento, a seriedade e o
rigor da atuação do nosso ex-colega Moutinho
de Almeida.
Pela qualidade da sua intervenção cívica e
política em Santa Maria, nomeadamente na
Assembleia Municipal, “onde se bateu de forma
desinteressada e vigorosa em prol dos interesses
da ilha”, foi homenageado em 1997, pela
Câmara Municipal de Vila do Porto, tendo-lhe
concedido a Medalha de Mérito Municipal.
Porque as pessoas só morrem quando nos
esquecemos delas, em nome de Santa Maria e
dos marienses, desejamos perpetuar a sua
memória, mostrar-lhe enaltecimento público e
reconhecida gratidão, associando a este Voto de
Pesar uma singela, mas justa homenagem, a este
grande homem da nossa ilha e da Assembleia
Municipal, a qual, reconhecidamente marcou
pela frontalidade, coerência e singularidade da
sua atuação.
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Março de 2011
Informação Local/Regional
Açores na Bolsa de Turismo de Lisboa
Açores apostam forte no reforço da sua notoriedade
O Governo dos Açores aposta no “reforço da
notoriedade do destino Açores nos seus principais
mercados emissores de turistas” como forma de
continuar o processo de “consolidação do sector
do turismo” registado durante o ano passado,
disse ontem, em Lisboa, o Secretário Regional da
Economia.
Vasco Cordeiro, que participava na abertura da
Bolsa de Turismo de Lisboa, considerou “que se tem
vindo a assistir a uma estabilização dos fluxos
turísticos para a Região, constituindo agora uma das
principais prioridades não só o reforço da
notoriedade, mas também o trabalho que está a ser
desenvolvido no campo das acessibilidades”, como
é o caso da parceria ontem anunciada entre a SATA e
a companhia francesa Aigle Azur.
No âmbito dessa parceria vai ser possível, por
exemplo, a um passageiro viajar nas duas
companhias com um único bilhete electrónico “o que
vai permitir melhorar de forma significativa as
ligações entre os Açores e França”.
Para o Secretário Regional da Economia, este
acordo demonstra, por isso, “o papel importantíssimo
que a SATA tem no desenvolvimento desta estratégia
de aposta no turismo, quer através dos seus meios,
quer através da realização de diversos acordos
comerciais, como é o caso deste com a Aigle Azur, ou
do acordo code-share que foi recentemente
anunciado com a US Airways”.
Segundo Vasco Cordeiro, a parceria entre a SATA
e a Aigle Azur demonstra “o trabalho que tem vindo
a ser desenvolvido, constituindo um sinal da aposta
que é feita nesse mercado, mas também na
Alemanha, nos Estados Unidos e no Canadá, entre
outros”, acrescentou.
Sobre a Bolsa de Turismo de Lisboa, Vasco
Cordeiro, manifestou-se convencido de que “os
Açores aparecem aqui animados e confiantes de que
é possível vencer os desafios que nos são colocados
pela conjuntura actual”. Um sentimento, disse ainda,
“que não é apenas do Governo ou das entidades
públicas, mas que é também dos empresários e dos
operadores aqui presentes”.
“Se cada entidade, pública ou privada, fizer bem a
sua parte, acreditamos que existem todas as
condições para ultrapassar esses desafios, em
especial os que nos serão levantados pela actual
conjuntura nacional, já que este constitui o nosso
principal mercado”, considerou.
Este ano os Açores têm “uma forte aposta no
produto turístico concreto que a região tem para
vender”, disse Vasco Cordeiro considerando a Bolsa
de Turismo de Lisboa “uma importante oportunidade
para a Região apresentar os seus trunfos face aos
outros destinos turísticos nacionais”.
Vasco Cordeiro garantiu ainda “todo o empenho do
Governo dos Açores no apoio ao investimento que se
destine a acções de captação de fluxos turísticos já
que entendemos que essa captação deve constituir,
neste momento, a nossa principal aposta”.
O Stand dos Açores recebeu centenas de visitantes,
destacando-se a presença do Primeiro Ministro, José
Sócrates, que, entre outras actividades, teve
oportunidade de testar um simulador que pretende
GaCS/NM
demonstrar uma subida à ilha do Pico.
Santa Maria presente na BTL 2011
Stand de Santa Maria
Nuno de Sá e Pepe Brix e nele, distribuido por 78 páginas,
constam informações relativamente a: geografia, história,
relevo, vegetação, clima, população, povoações, igrejas,
monumentos, museus, bibliotecas, festas do concelho,
artesanato, danças tradicionais, gastronomia, locais de
maior interesse, reservas naturais, circuitos e passeios
pedestres, entretenimento, lazer, mapas e contactos úteis.
Para além da promoção a nível local, o stand de Santa
Maria na BTL disponibilizou um boletim de promoção do
destino Açores publicado pela Publiçor.
“Presença de Santa Maria na BTL está ao nível
das outras ilhas com a nossa dimensão”
O Município de Vila do Porto marcou presença na
edição de 2011 da Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL)
que está a decorrer de 23 a 27 de Fevereiro, na Feira
Internacional de Lisboa (FIL).
A participação do Município Mariense neste evento visa
potenciar novos contactos e promover da melhor forma a
ilha de Santa Maria com destaque para a apresentação de
um novo roteiro turístico, elaborado especificamente para
este fim. O roteiro em questão conta com a fotografia de
Atlânticoline estima transportar
130 mil passageiros na operação marítima
deste ano
5
Nova mascote da empresa
A Atlânticoline estima transportar cerca de 130 mil passageiros na operação marítima deste ano entre as ilhas dos
Açores, mantendo os valores recorde obtidos no ano passado, mas com um aumento de quatro por cento nas receitas.Os dados foram divulgados pelo presidente da
Atlânticoline, Carlos Reis, na Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL).O responsável acrescentou que a empresa estima aumentar em oito por cento o transporte de
automóveis.A operação de 2011 vai decorrer entre 17 de
maio e 02 de outubro, envolvendo os navios Express Santorini e Hellenic Wind, os mesmos do ano passado.Para a
operação deste ano de transporte de passageiros e viaturas
entre as ilhas açorianas, a Atlânticoline apresenta como
uma das novidades horários que permitem passar fins-desemana inteiros em várias ilhas.Isto será possível entre S.
Miguel e Santa Maria, entre a Terceira e a Graciosa e entre
as ilhas do Grupo Central (Terceira, Graciosa, S. Jorge,
Pico e Faial) e S. Miguel.Por outro lado, a empresa vai
inovar este ano com a disponibilização de viagens temáticas, a primeira das quais, logo no início da operação, denominada “Peregrinação ao Senhor Santo Cristo dos
Milagres”, que oferecem condições especiais aos peregrinos que se desloquem a Ponta Delgada por ocasião daquelas festas. Viagens ao fim-de-semana à ilha das Flores,
a mais ocidental do arquipélago, uma espécie de cruzeiro
por cinco ilhas entre 01 e 05 de setembro, denominada
“Açores a Pedalar”, e a “Escapadinha a Santa Maria”
são outras das iniciativas temáticas.A viagem a Santa
Maria, que permite sair de Ponta Delgada e voltar no
mesmo dia, será realizada a 08 e a 23 de julho e a 06 e 27
de agosto, com um preço de 62 euros para uma pessoa e
120 euros para um casal, oferecendo ainda um desconto de
75 por cento no transporte da viatura.Relativamente a tarifários para 2011, o presidente da Atlânticoline apenas revelou que as crianças dos 3 aos 12 anos terão um desconto
de 50 por cento e que os jovens e os idosos vão pagar o
mesmo que pagavam em 2010.Na iniciativa da BTL, a
Atlânticoline apresentou também a nova mascote da empresa, um garajau vestido de marinheiro, que pretende
passar uma mensagem de proteção dos oceanos.“Não
faças ao mar o que não gostavas que fizessem a ti” é a
mensagem desta mascote, que ainda não tem nome escolhido.
FR.
já ultrapassa os 200 mil euros”.Para finalizar, Carlos
Rodrigues realçou o trabalho que tem sido desenvolvido
na promoção do destino Açores “há aqui um grande
trabalho por parte da região,nomeadamente do Governo
Regional bem como de algumas associações como a
Associação de Turismo dos Açores (ATA) e Associação
Regional para o Desenvolvimento (ARDE) .
Deslocaram-se à BTL, para além de Carlos Rodrigues, a
vereadora da Câmara Municipal de Vila do Porto, Aida
Santos, o delegado em Santa Maria da Câmara do
Comércio e Indústria de Ponta Delgada, Jorge Costa e a
colaboradora da Câmara Municipal, Cidália Figueiredo.
Carlos Rodrigues, presidente da Câmara Municipal de
Vila do Porto revelou, em entrevista ao jornal “O Baluarte
de Santa Maria” que a presença mariense na BTL “está ao
nível das outras ilhas com a nossa dimensão” e explicou
que “se nós tivéssemos outros meios estaríamos aqui com
um espaço completamente diferente e só nosso”, disse.
“Não somos só nós que estamos em contenção”, salientou.
O autarca revelou ainda que “ a situação económica do
país não e favorável às Câmaras Municipais, sobretudo ,
quando o Ministro das Finanças nega em pagar a dívida
às autarquias, no caso de Santa Maria, a mesm a[dívida]
Recuperação de Moinhos
de Santa Maria
A comissão para a recuperação dos Moinhos em Santa Maria,
reuniu no dia 9 de Março na sede da Junta de Freguesia de
Santa Bárbara, com dois proprietários de dois moinhos, um de
água, localizado na freguesia de Santa Bárbara e outro de vento
existente na freguesia de Santo Espírito.
Esta reunião teve a presença da responsável pelo Programa de
Desenvolvimento Rural da Região Autónoma dos Açores
Roteiro turístico apresentado na BTL
(PRORURAL), para qualquer esclarecimento.O que esta comissão pôde constatar foi o interesse de ambos os proprietários na
reconstrução dos imóveis. Com certeza será um ponto de partida
muito importante existir a vontade expressa dos donos.Nesse
sentido a comissão estará empenhada em auxiliar os proprietários em tudo que lhe for possível.Nesta fase a comissão irá
avaliar a situação do moinho de água no que diz respeito à sua
classificação e a implicação que isso poderá acarretar num
processo de recuperação
Comissão para a recuperação dos Moinhos em Santa Maria
6
Informação Local
Março de 2011
MUNICÍPIO DE VILA DO PORTO ASSINALA DIA INTERNACIONAL DA
PROTECÇÃO CIVIL E TESTA PLANO MUNICIPAL DE EMERGÊNCIA
No dia 1 de Março comemorou-se o Dia Internacional da Protecção Civil, este ano subordinado ao tema
“O papel das mulheres na protecção civil”. Esta data
foi assinalada pelo Município de Vila do Porto com
a Conferência “Protecção Civil, a nossa realidade” e
com o exercício denominado “CAGARRO 01”, que
visou verificar a funcionalidade operacional do Plano
Municipal de Emergência de Protecção Civil deVila
do Porto (PMEPCVP).
O PMEPCVP é o documento que define as orientações relativamente ao modo de actuação dos vários
organismos, serviços e estruturas a empenhar em
operações de protecção civil.Areposição da normalidade das áreas afectadas constitui outro dos seus objectivos, de forma a minimizar os efeitos de um
acidente grave ou catástrofe sobre as pessoas, bens e
ambiente.
“Protecção Civil, a nossa realidade”
A conferência, que decorreu no período da manhã,
no Auditório da Biblioteca e Arquivo Municipal de
Vila do Porto, teve um painel de oradores constituído
por Rodrigo Mira, Inspector Coordenador do Serviço
Regional de Protecção Civil e Bombeiros dos Açores, Hélvio Braga, Técnico do Serviço Municipal de
Protecção Civil de Vila do Porto e por dois elementos femininos dos Bombeiros Voluntários de Santa
Maria, Carla Carvalho e Lucília Coelho.
Em debate estiveram questões como a relação entre
o Serviço Regional de Protecção Civil e os Serviços
Municipais, a actividade do Serviço Municipal de
Protecção Civil de Vila do Porto e o papel da mulher
na Protecção Civil.
“CAGARRO 01” verifica a funcionalidade operacional do Plano Municipal
de Emergência de Protecção Civil
Durante a tarde realizou-se o exercício “CAGARRO
01” organizado pelo Serviço Municipal de Protecção
Civil, cuja reunião preparatória teve lugar no dia 28
de Fevereiro, envolvendo as entidades cooperantes.
O exercício, de índole CPX (Command Post Exercise) planeado e conduzido em contexto de sala de
operações, sem existência de meios reais no terreno,
foi o primeiro do género realizado em Santa Maria, e
é igualmente o primeiro exercício de teste à nova versão do PMEPCVP, aprovado em Novembro de
2010.
“CAGARRO 01” decorreu no Quartel dos Bombeiros Voluntários de Santa Maria e teve como cenário
a ocorrência de uma situação meteorológica adversa,
que obrigou à activação do PMEPCVP e consequente resposta operacional das entidades que constituem a Comissão Municipal de Protecção Civil.
Roberto Mira, Carlos Rodrigues, Lucília Coleho e Carla Carvalho
Carlos Rodrigues, presidente da autarquia mariense,
avaliou de forma positiva o exercício e salientou que
estes planos têm que ser testados de forma a poder-se
ir melhorando a acção e as condições de socorro na
ilha.
Segundo ele “existem alguns pormenores que ainda
necessitam de ser afinados mas que não põem em
causa o plano, pois a acção em si é que necessita de
alguns ajustes”.
Carlos Rodrigues abordou também, neste dia dedicado à protecção civil, a questão da falta de recursos
da marinha local para fazer face a situações de emergência, o que já foi comprovado aquando dos dois
últimos acontecimentos [uma embarcação que se estava a afundar a 20 milhas a sudoeste de Santa Maria
e o caso do pescador desportivo desaparecido no
lugar das Lagoínhas]. Continuou dizendo que “a nível
oficial a ilha não conta com condições para poder
proceder a salvamentos” e reforçou que “os meios
disponibilizados pela marinha localmente não são
minimamente apropriados”.
Ainda que não existam condições a nível da marinha
local, Carlos Rodrigues enalteceu o espírito de cidadania da comunidade mariense, louvando o envolvimento dos pescadores e também dos privados,
nomeadamente Paulo Reis e Mário Fernandes, que
estão sempre disponíveis e que têm embarcações
mais apropriadas para esse fim. Concluiu afirmando
que “apesar de não ter autoridade, tem o dever de
fazer o alerta nesse sentido”, lembrando que a “ marinha está a equipar gradualmente os portos dosAçores com barcos apropriados e há que pensar numa
solução para Santa Maria.”
Rodrigo Mira, Inspector Coordenador da Protecção Civil dos
Açores, em entrevista ao jornal:
O Baluarte: A Protecção Civil deve começar em
cada um de nós?
Roberto Mira:Aprotecção civil tem a ver com um
conjunto de entidades e obviamente o cidadão
comum que também é um agente de protecção civil
e tem que ser encarado como tal. Existem atitudes, a
própria cultura de segurança que cada pessoa deve
ter são extremamente importantes para que todo o
sistema, a montante disso, ao nível do patamar municipal, do patamar regional e até, quem sabe, ao
nível do patamar nacional funcione. O cidadão
comum tem, cada vez mais, que se preocupar e ter
noção que também faz parte deste sistema.
“O princípio da humildade é essencial. Só se conseguem ultrapassar as dificuldades em conjunto.”
O Baluarte: O que é necessário fazer mais?
Começar pelos jovens, na escola?
Roberto Mira: Nos dias de hoje nós notamos que,
de facto, a comunidade está mais desperta, está mais
alerta. Estas acções são de extrema importância. É
importante que as câmaras municipais tomem a iniciativa de realizar acções destas e também nas escolas. As crianças adquirem muito mais facilmente
noções ao nível da protecção civil. Muitas das vezes
são as crianças que transportam para casa o que
aprendem na escola, nomeadamente os conceitos de
protecção civil em que os adultos nem sempre estão
despertos.
O Baluarte: A nível dos municípios há também
uma preocupação constante em actualizar os
planos municipais de emergência e de testá-los.
Quanto ao testar é fundamental para que depois
se consiga dar uma resposta mais eficaz?
Roberto Mira: É essencial que os planos sejam testados. Não basta elaborar documentos, é preciso operacionalizá-los. Cada vez mais tem que se pugnar por
fazer planos cada vez mais simples que sejam realmente perceptíveis, objectivos e que as pessoas possam, na hora de emergência, pegar no plano e
executá-lo com facilidade. Isso requer treino e, por
vezes, melhoramentos porque só se consegue perceber algumas melhorias que são necessárias através da
sua execução e, como tal, são importantíssimas acções deste tipo.
O Baluarte: Importante também é quando nós
não conseguimos fazer as coisas por si só, pedirmos ajuda aos outros?
Roberto Mira: Concerteza. O princípio da humildade é essencial. Só se conseguem ultrapassar as dificuldades em conjunto.
O Baluarte: %inguém é obrigado a ter os meios
todos mas sabendo onde é que eles estão, mais facilmente se dá uma resposta positiva?
Roberto Mira: Naturalmente. É essa a perspectiva
de um sistema integrado de protecção civil. É importante avaliarmos onde estão os meios e que meios
temos para que na hora que forem necessários, obviamente, poderá não ser nos minutos seguintes, mas
passadas algumas horas ou, quem sabe, alguns dias
eles estarão cá.
O Baluarte: OsAçorianos, porterem alguns condicionalismos geográficos despertam também
mais o sentido de responsabilidade e prevenção?
Roberto Mira: O povo Açoriano é um exemplo ao
nível nacional no que respeita à protecção civil. Naturalmente há noções que carecem ser melhoradas
mas o povoAçoriano é um povo desperto e que, garantidamente, sabe dar resposta aos seus problemas.
Carlos Rodrigues faz Balanço Positivo do Exercício e lamenta
falta de meios da marinha local
Técnico do Serviço Municipal de Protecção Civil de Vila do Porto é Mariense
Hélvio Braga:Aoportunidade surgiu quando estava a terminar a licenciatura e fui contactado pelo executivo municipal,
quemequestionousobreomeuinteresseemvoltaràilhaapós
a conclusão do curso. Explicaram-me que era uma área que
consideravam muito importante para o município e que pretendiam colmatar as lacunas existentes ao nível do Serviço
Municipal de Protecção Civil.
Assim aconteceu, regressei a Santa Maria e candidatei-me ao
programadeestágiosdoGovernoRegional“Estagiar-L”eem
Janeirode2010inicieinaCâmaraMunicipaldeViladoPorto,
o estágio que termina em Dezembro do corrente ano.
Hélvio Braga
O Mariense Hélvio Braga, natural da freguesia deAlmagreira,tem25anoseéTécnicoSuperiordeProtecçãoCivil.
Concluiu a Licenciatura de Protecção Civil na Escola SuperiorAgrária do Instituto Politécnico de Castelo Branco.
DesdeJaneirode2010quedesempenhafunçõesdetécnico
do Serviço Municipal de Protecção Civil deVila do Porto.
%o sentido de conhecer o trabalho desenvolvido por este
mariense, que inclui a elaboração do Plano Municipal de
Emergência o jornal “O Baluarte” entrevistou-o.
OBaluarte:Comosurgiuaoportunidadededesempenhar
funçõesdetécnicodoServiçoMunicipalnaautarquiamariense?
OBaluarte:Quetipodetrabalhodesenvolvenaautarquia
e a sua importância para o concelho?
Hélvio Braga: O meu trabalho desenvolve-se no âmbito das
actividadesespecíficasdeumServiçoMunicipaldeProtecção
Civil, e que envolvem acções de planeamento, prevenção, segurança, gestão de informação, entre outros. Em termos específicos, este primeiro ano de estágio centrou-se
fundamentalmente na revisão e actualização do Plano Municipal de Emergência de Protecção Civil de Vila do Porto, um
processo extenso e muito exigente. No entanto, o trabalho desenvolvidoem2010passoutambémpelarecuperaçãodarede
de radiocomunicações do SMPC, pelo planeamento de emergência de várias situações, entre as quais o Festival Maré e
Agosto, pelo acompanhamento e monitorização de algumas
situações reais de emergência, e pela realização de várias ac-
ções de sensibilização e informação da população
É um trabalho permanente e muito importante em qualquer
município, pois convém relembrar que a protecção civil municipal é a entidade mais próxima da população em caso de
acidentegraveoucatástrofe.Éumaactividadediária,queembora na maioria das vezes passe despercebida pela população,
é fundamental para a sua segurança e prevenção de potenciais
situações risco, existentes no concelho.
OBaluarte: EmqueconsisteaelaboraçãodeumPlanode
Emergência?
HélvioBraga:AelaboraçãodeumPlanoMunicipaldeEmergência deve respeitar os pressupostos emanados pela legislação específica, existente para o efeito, nomeadamente a
Resolução n.º25/2008 da Comissão Nacional de Protecção
Civil.
Essa Resolução estabelece os critérios e normas técnicas para
aelaboraçãoeoperacionalizaçãodosplanosdeemergênciade
protecção civil, de forma a permitir que este tipo de documentos seja o mais uniforme possível, ao nível dos conteúdos e da
própria estrutura.As directrizes da Comissão Nacional visam
igualmenteoajustedosplanosjáexistentesànovarealidadedo
sector da protecção civil em Portugal.
Anova versão do Plano Municipal de Emergência de Protecção Civil de Vila do Porto, aprovada em Novembro de 2010,
foielaboradadeacordocomasnovasnormasecritérios,sendo
actualmente,oúnicoplanomunicipaldeemergênciadosAçores, que constitui o conjunto dos planos de segunda geração
existentes em Portugal.
O resultado final deverá ser um documento que defina as responsabilidades e as orientações relativamente ao modo de actuaçãodosváriosorganismos,serviçoseestruturasaempenhar
em operações de protecção civil, que tipifique os riscos existentes no município e que indique as medidas de prevenção
adoptar.
OBaluarte:Comocorreuoexercíciodetesteeverificação
da operacionalidade do PMEPCVP? (CAGARRO 01)?
E como foi o envolvimento das várias entidades no
mesmo?
HélvioBraga:Orelatóriofinaldoexercícioaindanãofoiconcluído,masasopiniõespartilhadaspelasentidadesparticipantesnareuniãode“debriefing”queocorreuimediatamenteapós
o final do exercício, indicam que de um modo geral o “CAGARRO 01” decorreu de uma forma muito positiva. Existem
naturalmente algumas questões que terão que ser melhoradas
no futuro, mas são próprias do processo de evolução e aperfeiçoamento do Plano Municipal de Emergência.
O envolvimento das entidades foi sem dúvida um dos pontos
fortes do exercício, o que demonstra desde já, que a funcionalidade operacional de toda a estrutura do PMEPCVP está garantida.Nãohánadaaapontaràparticipaçãoeentregadetodos
os envolvidos, havendo inclusive entidades que já demonstram interesse na realização de exercícios com maior regularidade.
Março de 2011
AMISM assinou protocolo de Cooperação
com a Câmara Municipal de Vila do
Porto
7
Informação Local
Presidente da Câmara Municipal de Vila do Porto fala sobre
Plano Director Municipal
O Plano Director Municipal (PDM) é um instrumento, de natureza regulamentar, de planeamento
do ordenamento territorial. A elaboração do PDM, que vincula a administração e os particulares,
é de natureza obrigatória e da responsabilidade do Munícipio.
O Baluarte (OB): Que importância assume o Plano Director Municipal?
Recolha de lixo com solução na ilha
AAssociação de Municípios da Ilha de São Miguel assinou, no dia 4 de Março, um
protocolo de cooperação com a
Câmara Municipal de Vila do
Porto, numa cerimónia que se
realizou no Salão Nobre da Autarquia, em Santa Maria. Desta
forma, a Câmara Municipal de
Vila do Porto dará início à recolha selectiva no concelho, designadamente de embalagens
plásticas e metálicas. Um passo
importante nos laços de amizade
que ligam as duas ilhas do Grupo
Oriental, na promoção da valori-
zação dos resíduos, área em que a
AMISM detém uma experiência
relevante no respectivo processamento desde 2001.Assim sendo,
caberá àquela Autarquia a recolha dos materiais recicláveis, e
respectivo envio para a Estação
de Tratamento de Resíduos Sólidos da Ilha de São Miguel, onde
será desenvolvido o processo de
triagem, separação e embalamento, a incluir nos seus fluxos
para a Sociedade Ponto Verde, de
maneira a corresponder às metas
impostas pela Directiva Eupeia
sobre as Embalagens, bem como
ao estipulado na Região pelo
Plano Estratégico de Gestão de
Resíduos dos Açores.
Campanha de Recolha de
Óleos Alimentares Usados
A Câmara Municipal de Vila do Porto
iniciou a implementação de um sistema
de recolha de ÓleosAlimentares Usados
(OAU) no concelho deVila do Porto, em
parceria com o Grupo Bensaúde, cujo
objectivo é encaminhar esses óleos para
reciclagem e produção de Biodiesel,
um combustível ecológico e limpo.A
recolha de OAU junto dos grandes
produtores comerciais (ex: restaurantes,
hotéis, cafés, centro de saúde, escolas e
instituições privadas) será totalmente
GRATUITA e efectuada pelo Grupo
Bensaúde.
No caso dos pequenos produtores
(população), poderão depositar os
OAU domésticos, directamente no
oleão instalado no centro de recepção
da JH Ornelas, de 2ª a 6ª feira das 08:30
às 12:30 e 14h00 às 18:00.
Carlos Rodrigues (CR): O Plano
Director Municipal além de ser um
documento obrigatório para todas as
Autarquias, é tal como o próprio
nome indica um Plano director, pelo
qual após a sua aprovação definitiva a
autarquia se vai reger em termos de
ordenamento do território, é também
onde ficará definida a estratégia para
o concelho, aos mais diversos níveis
para os próximos dez anos.
OB : Que passos é que foram
dados para chegar à sua concretização?
CR: Para ser posto em prática a revisão do PDM foi necessário, em primeiro lugar, colocar a concurso essa
intenção. Posto isso foi seleccionada a
empresa que melhores condições e
preços apresentou no caso a QUATER$ER, acção essa efectuada em
2009.Após as assinaturas de contractos e adjudicação a empresa iniciou o
seu trabalho de campo, que é muito
vasto pois além de todos os levantamentos de ordem topográfica, são
também feitos estudos sócio económicos, geológicos e análise dos diversos tipos de povoamento que em
Santa Maria tem características muito
específicas, procedeu ainda à análise
de todos os pedidos de alteração dos
munícipes até então recebidos naAutarquia. No início de 2010 a equipa
reuniu com o Presidente daAutarquia
para analisar toda a informação recolhida e registar as propostas deste para
e delinear a estratégia a seguir. No entanto, é criada a comissão regional
que acompanhou, analisou e decidiu
sobre todas as propostas apresentadas
pela Autarquia. Por norma, a revisão
de um PDM tem a duração de 18 a 19
meses, no caso de Vila do Porto, devido ao excelente trabalho efectuado
pela equipa, com o acompanhamento
do arquitecto Paulo Macedo, técnico
nomeado pela Câmara e com a nossa
insistência no sentido de abreviar a
marcação das reuniões da comissão,
conseguimos pela primeira vez na
Região que um PDM entrasse em
discussão Pública em 12 meses .
OB : Que medidas foram tomadas
para a sua divulgação?
CR: A discussão pública teve início
em meados de Fevereiro, aí tem o
município a obrigação de divulgar no
seu SITE e em dois jornais pelo
menos. Como entendemos que se
trata de um documento de vital importância para todos os marienses residentes e não residentes, pedimos à
equipa que elaborasse um documento
por freguesia e agendamos discussões
públicas em todas elas , alem dos órgãos de comunicação social rádio e
jornais fizemos chegar às diversas
casas dos Açores e algumas associações nos Estados Unidos e Canadá,
foram ainda distribuídos porta a porta
flyers a divulgar essas acções.
OB: -Adiscussão pública do plano
e participação da comunidade
obteve os resultados esperados?
CR: A discussão pública teve uma
participação satisfatória dos munícipes alem disso o arquitecto nomeado
pelo Município tem estado ao dispôr
dos Marienses que demonstrem interesse ainda para esclarecer dúvidas e
receber propostas que de seguida
serão reencaminhadas à Quaterner e,
mais tarde, analisadas pela comissão.
Julgo que estamos na posse de um excelente documento, graças ao excelente trabalho efectuado pela equipa.
É importante referir que a revisão do
PDM teve sempre de ter em conta o
PROTA ( Plano Regional Ordenamento Território) e os pareceres vinculativos deste.
Mini-Tornado de Janeiro passado, ocorrido na freguesia de Santo Espírito
Amesa do Conselho de Ilha de Santa
Maria, conforme decisão da última
reunião ordinária daquele orgão
consultivo, solicitou uma reunião com
a Coordenadora dos Serviços de
Habitação de Santa Maria,
juntamente com o Presidente da Junta
de Freguesia de Santo Espírito, para
conhecimento da situação actual e das
consequências da passagem do
Tornado naquela Freguesia. Esta
reunião decorreu na passada semana
, no Edifício dos Serviços de
Habitação de Santa Maria .
Foi apresentado pela Coordenadora
dos Serviços e pelo Presidente da
Junta de Freguesia um levantamento
dos estragos causados, no qual foram
identificadas 18 situações passíveis de
intervenção. Em todas as situações
identificadas não houve necessidade
de realojamentos nem feridos.
Nesta fase estão os Serviços de
Habitação com todas as situações
identificadas, já com alguns processos
Resgatados dois tripulantes de embarcação que se
estava a afundar a 20 milhas de Santa Maria
A Força Aérea resgatou, no dia 12 de Fevereiro,dois tripulantes
espanhóis de uma embarcação que se estava a afundar a 20 milhas a sudoeste de Santa Maria, Açores, numa operação dificultada pelas “difíceis condições do mar”, anunciou a Marinha.
Segundo a Marinha, pelas 21:20, o Centro Coordenador de
Busca e Salvamento Marítimo de Ponta Delgada (MRCC) recebeu via “S.Miguel Rádio” a informação de que o S/V Miramar, de bandeira espanhola, se estava “a afundar e os dois
tripulantes tencionavam abandonar a embarcação, refugiandose na balsa salva-vidas”.A operação de resgate dos dois náufragos “foi desencadeada de imediato”, segundo um comunicado
da Marinha, tendo sido empenhadas também embarcações da
Capitania de Vila do Porto ( ilha de S.Maria), da Policia Marítima e meios locais.Também o navio M/V “Cymbeline”, de
bandeira da Ilha de Man, que navegava na altura a Sul de Santa
Maria, divergiu para a posição do sinistro para prestar socorro
aos dois tripulantes, refere ainda a MarinhaA operação de resgate dos dois náufragos, que “estavam um pouco desidratados
e assustados”, ocorreu às 23:32 locais, quando o helicóptero
EH-101 Merlin da Força Aérea avistou a balsa salva-vidas.Os
dois tripulantes foram posteriormente transportados para o Hospital de Santo Espírito, na ilha Terceira, de acordo com a marinha, que sublinha “as difíceis condições de mar em que se
efetuou o salvamento, com ondas de cinco metros no local, o
que dificultou a ação de recuperação da Força Aérea”.
APE-Lusa/fim
para recuperação de habitações em
andamento e a aguardar pelo contacto
dos restantes moradores afectados
para que também se possa dar
continuidade aos seus processos.
Após esta reunião, com os
esclarecimentos e informações
prestados, foi entendimento da mesa
do Conselho de Ilha que actuação está
a decorrer com normalidade, não
devendo por isso este Conselho de
Ilha, neste momento, promover outras
actuações sobre esta situação.
Avião aterra de emergência no
Aeroporto de Santa Maria
UmAirbusA330 da companhia ColombianaAVIANCAAirline,
que fazia a travessia entre Madrid e Cali ( Colombia) aterrou, no
dia 21 de Fevereiro, de emergência noAeroporto de Santa Maria
devido a distúrbios provocados por um passageiro .O incidente foi
protagonizado por um indivíduo do sexo masculino, de 29 anos,
de nacionalidade Italiana que apresentava comportamento
agressivo a bordo. O passageiro foi detido à chegada pelas
autoridades locais que accionaram os procedimentos adequados
à situação.
Uma vez mais o Aeroporto de Santa Maria reuniu as condições
necessárias a prestarum serviço a uma situação de emergência nas
rotas aéreas comerciais transatlânticas.
8
Informação Local
Março de 2011
RECOLHIMENTO DE SANTA MARIA MADALENA
Valências de Apoio à Pessoa Idosa
Dezembro 2010
O nosso segundo trabalho manual
ocorreu no dia 3 de Dezembro e nada
melhor do que começar o mês natalício com
a criação de postais de natal. Cada postal é
personalizado e único porque marca pela
sua diferença. A cinzenta tarde do dia 15
transformou-se numa tarde cor-de-rosa, o
pinheiro de natal foi inteiramente decorado
pelas utentes em que todas parCciparam.
Foi com muita energia que no dia 22, o
Recolhimento de Santa Maria Madalena
preparou a sua festa de Natal com um
almoço bem recheado. O almoço juntou a
Direcção, as funcionárias e as utentes do
Recolhimento que comemoraram o Natal
num clima de harmonia e diversão. Os
vários membros da Direcção ofereceram
lindas prendas natalícias às utentes e às
funcionárias. As utentes prepararam uma
surpresa a Direcção como forma de
agradecimento pelo almoço oferecido.
Através de um elaborado discurso, elas
revelaram os seus desejos para o ano 2011
e cantaram três músicas de Natal que
fascinou toda a plateia presente.
2011
Mês de Janeiro
O primeiro passeio do ano 2011 realizado
pelo Recolhimento de Santa Maria
Madalena teve lugar na loja Criaki. A
professora Eulália Chaves é a gerente do
estabelecimento assim como a criadora das
peças expostas. Neste pequeno canCnho,
podemos contemplar peças únicas, todas
elas diferentes umas das outras, tais como
caixas de madeira em cartonagem, caixas de
madeira indiana, peças em marfinite e em
chacota, craquelê, telas, vidros, cerâmicas,
Visualização do Desfile do Carnaval de Ovar 2010
Espectáculo musical da Escolhinha da Maré
Espectáculo de dança Hip Hop
Visita a loja Criaki, em Vila do Porto
mosaicos entre outras peças. As utentes
gostaram e agradecem a recepção calorosa
e a amabilidade demonstrada pela
professora Eulália e pela deputada Barbara
Chaves.
Foi na quarta-feira, dia 12 que o
Recolhimento de Santa Maria Madalena
descobriu que possuía uma atleta entre as
suas utentes. É conhecida por Almerinda
Melo, é com grande mérito que a nomeio
Campeã por ter praCcado escalada no
Ginásio da Escola Básica e Secundária de
Santa Maria. Ela encheu-se de força e
coragem, e fez escalada juntamente com os
alunos que se encontravam no ginásio. O
professor de Educação Física, Nuno Costa
explicou as várias medidas de segurança às
nossas utentes e mostrou o material
uClizado durante a escalada.
Proporcionamos uma tarde musical, em
que Cvémos o privilégio de assisCr ao
espectáculo musical da Escolinha da Maré
no dia 19. Este conservatório musical toca
vários Cpos de música, blues, jazz e música
clássica entre outras. Os instrumentos
uClizados são o piano, o violino, a clarinete,
a guitarra clássica, a flauta transversal, a
guitarra eléctrica, o baixo eléctrico e a
bateria. Os 14 alunos vieram tocar 2 músicas
cada um ao som do piano, da guitarra
clássica, da guitarra eléctrica e da flauta
transversal. O Professor Henrique e o
Professor Joaquim, ambos professores de
música, acompanharam os alunos durante o
espectáculo musical. Para registar este
grande momento, o Ricardo BaCsta,
membro da Direcção da Escolinha da Maré
filmou o sarau. No dia 26, visualizamos um
filme sobre a ilha de Santa Maria, muito
apelaCvo e bastante instruCvo. As utentes
senCram-se como se esCvessem num
verdadeiro cinema, só faltavam mesmo as
pipocas.
O Recolhimento de Santa Maria Madalena
proporciona uma degustação diária de sopa
desde o dia 31 de Janeiro de 2011. É uma
nova medida que está a fazer sucesso na
InsCtuição. Essa nova modalidade foi
implementada
pela
Direcção
do
Recolhimento com um objecCvo principal,
proporcionar uma refeição diária para todas
as suas utentes, de segunda-feira a sextafeira. Temos uma ementa semanal,
elaborada a rigor com a confecção de uma
sopa diferente para cada dia e podendo
assim saCsfazer todos os gostos. As sopas
são servidas diariamente na sala de convívio
da InsCtuição as 12h00 em ponto.
Aniversários
comemorados
no Recolhimento
Mês de Dezembro de 2010
Conceição Resendes
8-12-1923
Mês de Fevereiro
Na quarta-feira, dia 2, assisCmos a um
espectáculo de dança Hip Hop apresentado
pela Professora de dança Hip Hop, Liliana
Marreiros. Os seus alunos apresentaram
uma coreografia e uma exibição de dança
Hip Hop com a introdução de vários
exercícios de expressão rítmica e de
expressão corporal. No fim da actuação,
quatro utentes do Recolhimento de Santa
Maria Madalena dançaram ao som da
música Hip Hop, juntamente com os alunos
que se encontravam na pista de dança. As
nossas utentes acompanharam os passos de
dança ensinados pelos alunos. As nossas
dançarinas: Maria Andrade, Eugénia Pereira,
Almerinda Melo e Angelina Sousa fizeram a
sua estreia no palco com os seus passos de
dança Hip Hop. Foi na linda tarde do dia 9,
que as utentes do Recolhimento de Santa
Maria Madalena peregrinaram até FáCma.
Elas têm uma enorme fé em nossa Senhora
de FáCma e alegraram-se com a nossa
peregrinação, elas subiram os 150 degraus
que a capela possui.
No dia 16, visualizamos o Desfile do
Carnaval de Ovar 2010 no auditório do
Centro Ambiental Dalberto Pombo. Este
grande e famoso Desfile é conhecido como
um dos melhores e maiores de Portugal! A
duração do desfile é de 6 horas onde
podemos admirar a sua qualidade,
criaCvidade, diversificação, inovação e
animação. A diversão é a vitamina da alegria
Angelina Sousa
19-12-1946
Mês de Janeiro de 2011
Escalada no ginásio da Escola
em Ovar. Foi com muitos risos, que no dia
23, assisCmos a uma peça de teatro, mais
precisamente uma comédia inCtulada “ A
enfermeira e o seu doente”, representada
por Inês Oliveira e Tânia Duarte no Clube
Asas do AtlânCco.
Eugénia Pereira
16-01-1940
Para obter toda a
informação actualizada sobre a
instituição, consulte o nosso site em
www.recolhimento.pt
Março de 2011
9
Informação Local
MÉDICA ISABEL MOTA PEDE REFORMA
Santa Maria melhora condições
ANTECIPADA APÓS 30 ANOS DE CARREIRA para apresentar a qualidade dos
Rumores de que foi despedida ou demitida negados por ela e pelo
presidente do Conselho de Administração da Unidade de Saúde de
Ilha de Santa Maria
Alegando problemas pessoais, nomeadamente de saúde, a médica Isabel Mota, que
exerceu a maior parte da sua carreira na
unidade de saúde da ilha de Santa Maria,
revelou às jornalistas locais, no passado
dia 3 de Março, que requereu a reforma
antecipada, tal como tem sucedido com
muitos colegas de profissão do Continente
e dos Açores.
Com 55 anos e 30 de serviço, Isabel Mota
confessou que nos últimos tempos, “tal
como as pessoas sabem”, não tem “trabalhado como antigamente”, facto que se
deve a problemas pessoais, nomeadamente
de saúde. “Foram muitos anos de trabalho
e uma pessoa já está cansada”, acrescentou ainda. Todavia, Isabel Mota, de férias
no momento desta entrevista, refere que
irá continuar na ilha e “a fazer consultas
no meu consultório”.
Sobre os rumores de que havia sido despedida pelo Conselho de Administração do
Centro de Saúde de Vila do Porto ou que
se havia demitido, Isabel Mota nega que
tal seja verdade, confessando, inclusive,
não saber “como isso chegou aos ouvidos
das pessoas, nem como dizem uma coisa
dessas”.
“Não sei como as pessoas foram inventar
ou pensar uma coisa dessas. Isto foi uma
coisa falada ontem à tarde [3 de Março],
em que disse ao Conselho que estava a
pensar sair da função pública, mas não
sabia ainda como ia fazer e hoje de manhã
[4 de Março] é que vimos a melhor
solução [reforma antecipada] ”, explicou.
Também surpreendido com esses rumores,
o presidente do Conselho de Administração do Centro de Saúde de Vila do
Porto, disse em entrevista, na tarde do dia
4 do corrente mês, que a reforma antecipada foi a melhor saída para resolver o
problema da Dra. Isabel, problema esse
essencialmente laboral [ausências frequentes] e que nada tem a ver com razões
de ordem profissional ou pessoais”.
“A solução, que vai de encontro às pretensões quer da Dra. Isabel, quer do Centro
de Saúde, foi ela pedir a reforma antecipada”, acrescentou o Dr. Carlos Pinto.
Este médico relembra, ainda, que nos
trinta anos que a Dra. Isabel prestou
serviço no Centro de Saúde da ilha, por
vezes “houve alturas em que trabalhamos
só os dois sozinhos”. “Tivemos dois anos
sozinhos e tivemos que prestar assistência
a toda a população, com a sobrecarga inerente quer física quer desgaste e acho que a
Dra. Isabel já chegou ao limite físico para
o exercício de uma actividade, que no
fundo é bastante desgastante”, disse.
“As pessoas tem que ter a perceção de que
o Centro de Saúde presta cuidados durante
24 horas por dia e que esses cuidados são
prestados pelos médicos, com horário que
não tem nada a ver com horários de turnos,
nem com horário normal, normalmente o
médico está de serviço no hospital 24
horas por dia. É um trabalho desgastante e
se esse trabalho decorre durante muito
tempo torna-se bastante cansativo e com
repercussões em toda a assistência que
temos que prestar aos utentes”, explicou.
Ainda segundo o Dr. Carlos Pinto, até sair
a respectiva decisão da Caixa Geral de
Aposentações, a Dra Isabel, que se encontra de férias nesta altura, não vai prestar
mais qualquer tipo de assistência médica
no Centro de Saúde, estando as suas
funções asseguradas pelo Dr. José
Escalona, médico contratado recentemente
pela unidade de saúde de Santa Maria.
seus produtos no mercado
Centro Logístico Agro-alimentar da Agromariense Coop, em construção.
O Secretário Regional da Agricultura e Florestas continua a ronda de reuniões por todas as ilhas do arquipélago, com as organizações representativas dos
agricultores, com o intuito de fazer um balanço da
actividade de 2010 e para perspectivar tudo o que está
programado para desenvolver em 2011.
De visita a Santa Maria, no passado dia 11 de Março,
Noé Rodrigues visitou também as obras de construção do Centro Logístico Agro-alimentar da AgromarienseCoop, um investimento que, segundo o
governante, é uma obra importante para a ilha uma
vez que pode “de forma definitiva representar um
virar de página da agricultura local, deixando de ser
uma agricultura que se organizava em torno do abastecimento de factores de produção para começar a ter
uma agricultura que organiza o que se produz para
colocar no mercado”.Com este investimento o sector
na ilha ganha competências em termos de apresentação dos produtos no mercado, servindo para afirmar
O diploma que aprova a orgânica e o quadro
de pessoal da Unidade de Saúde de Ilha de
Santa Maria (USI Santa Maria) foi publicado
nem Fevereiro no Jornal Oficial, entrando em
vigor dia 1 de Março.
Até ao momento, já estão criadas no
arquipélago as USI do Pico, que entrou em
funcionamento em 2004, de São Jorge (2007),
das Flores (2010), do Corvo (2010), do Faial
(2011), da Graciosa (2011) e de Santa Maria
(2011).
Exercendo a sua actividade sob a
superintendência e tutela do membro do
Governo Regional com competência na área da
saúde, a USI Santa Maria é constituída pelo
Centro de Saúde de Vila do Porto e a sua acção
“dirige-se aos indivíduos, famílias, grupos e
comunidade residentes na mesma ilha e aos
nela deslocados temporariamente”.
Tal como as suas congéneres, esta Unidade de
Saúde de Ilha tem como missão “a promoção
da saúde na sua área geográfica, através de
acções de educação para a saúde, prevenção e
prestação de cuidados na doença”, podendo
ainda “prestar cuidados de saúde diferenciados
e desenvolver actividades de vigilância
epidemiológica, de formação profissional, de
investigação em cuidados de saúde, de
melhoria da qualidade dos cuidados e de
avaliação dos resultados da sua actividade”.
De acordo com o diploma agora publicado, a
USI Santa Maria integra o serviço de prestação
de cuidados de saúde e os serviços
administrativos.
A decisão de criar no arquipélago Unidades de
Saúde de Ilha enquadra-se no Programa do X
Governo dos Açores, que prevê a
“implementação de medidas que prossigam
com a racionalização dos recursos,
procedendo-se a alterações estratégicas da
estrutura do Serviço Regional de Saúde”.
A sua criação é entendida pelo Governo como
uma forma de “consolidar a estrutura
organizativa e o funcionamento dos serviços”,
de modo a “obter ganhos de eficácia e
eficiência na gestão”.
Com este investimento a AgromarienseCoop fica habilitada a colocar com qualidade, boa imagem e boas
condições higio-sanitárias os produtos no mercado e
ao mesmo tempo permitindo que todos os produtos
que não sejam comercializados em fresco sejam
transformados em produtos de segunda geração, permitindo aproveitar as mais-valias da agricultura mariense.Nesta deslocação à ilha de Santa Maria, Noé
Rodrigues visitou também as obras de construção do
depósito de água do Poço Grande e de requalificação
do Parque Florestal de Valverde.
LIGAÇÕES AÉREAS DE E PARA SANTA MARIA
O Conselho de Ilha de Santa Maria reuniu no dia 31 de Janeiro de 2011,
para analisar as justificações da tutela sobre as “Ligações Aéreas de e para
Santa Maria.
utentes das Ilhas de Coesão têm de
suportar para se deslocarem de e para fora
da Região deverão ser suportadas pelo
Governo Regional, assunto sobre o qual
Vossa Excelência não apresentou qualquer
consideração;
Unidade de Saúde de Ilha de Santa Maria
Orgânica e quadro de pessoal
a qualidade das produções locais.Nos Açores existem
vários projectos desta natureza em desenvolvimento
sendo um novo desafio que se abre para as várias
áreas da agricultura regional, nomeadamente na horticultura, apicultura, floricultura e fruticultura, “trazendo para Santa Maria uma estrutura fundamental
para aproveitar todas as capacidades produtivas da
ilha”.
Após esta reunião decidiu apresentar
as seguintes considerações e solicitar os
seguintes esclarecimentos:
- Continuamos em total desacordo coma
a eliminação do voo, entre Santa Maria e
São Miguel, de quarta-feira de manhã e
defendemos que esta decisão prejudica
gravemente a Ilha de Santa Maria e os
Marienses;
- Sugerimos a substituição do único voo
de quarta-feira à noite, operado pelo
avião DASH Q400, por um voo de
manhã e outro voo à noite, operados pelo
avião DASH Q200;
- Mantemos a nossa posição de que as
taxas aeroportuárias adicionais que os
- Teve este Conselho de Ilha conhecimento
do documento enviado pelo Presidente do
Conselho de Administração da SATA ao
Presidente da Câmara de Comércio e
Indústria de Ponta Delgada, no passado dia
31 de Janeiro, onde é referido que não
estão previstas alterações ao programa de
voos entre Santa Maria e São Miguel no
Verão 2011. Registamos com agrado esta
decisão e afirmamos que este Conselho de
Ilha é totalmente contra qualquer redução
do número de ligações aéreas de e para a
Ilha de Santa Maria no próximo horário de
verão da SATA.
- Entendemos que nos deveríamos
pronunciar, sempre e antecipadamente,
sobre os futuros horários da SATA, no que
diz respeito a Santa Maria e de acordo com
o Decreto Legislativo Regional nº
21/1999/A de 10 de Julho.
10
Escreve o Leitor
Março de 2011
REFLEXÕES
Aida Santos
Realizou-se em Fevereiro mais uma Bolsa de
Turismo de Lisboa e, mais uma vez, Santa Maria
esteve representada neste certame para oferecer
o que melhor a ilha tem para quem nos visita.
Este no ano a BTL não escapou à crise que a
todos nos afecta, e isso reflectiu-se na quantidade
de expositores e de operadores turísticos que a
visitaram, em relação ao público aconteceu mais
ou menos o mesmo, reflexos de uma crise que
teimosamente veio para ficar.
Alberto Costa
Está desaparecendo um grupo geracional, em
que se inclui Raul Moutinho de Almeida. Um
grupo que contribuiu para a nossa vida colectiva,
e que sendo algo que etariamente a Lei da vida
impõe, vão-se assim dissipando as suas memórias na espuma do tempo.
Das histórias que me recordo dele, e que são
muitas, vou tentar sinteticamente lembrar-me de
algumas.
Desde o entusiasmo pela pesca submarina, época
que não acompanhei directamente, e que tive relatos pelo próprio mais tarde, deu apoio a grupos
que nos visitavam, tendo recolhido um conjunto
de imagens dos tempos dos filmes de 8mm, imagens únicas de Santa Maria.
Funcionário da Marconi foi também Presidente
da Assembleia Municipal de Vila do Porto e empresário, actividade que experimentou várias
faces nos seus entusiasmos. Detinha um “stand”
no Aeroporto, que as tripulações dos aviões em
trânsito no Aeroporto de Santa Maria, muito pro-
No entanto é justo dizer que o stand de Santa
Maria foi um dos mais apreciados, prova de que
a nossa ilha tem muito ainda para oferecer e que
continua a ser mal divulgada a nível das
autoridades competentes; Direcção Regional do
Turismo.
Um certame desta envergadura necessita de
uma estratégia adequada para que a nível
turístico sejamos todos filhos do mesmo pai.
E isso nem sempre tem acontecido, tem cabido
à Câmara Municipal o grande trabalho de
investimento e divulgação de um património que
pertence a todo o arquipélago.
Por seu lado a Câmara Municipal de Vila do
Porto continua com a missão que os marienses
lhe confiaram, que é divulgar e trazer mais gente
para Santa Maria não fazendo depender o destino
Santa Maria de um único projecto como, por
exemplo, o hipotético campo de golfe. Este tem
sido o grande desidrato da autarquia e ela tem-no
cumprido na íntegra, de entre os parcos meios de
que dispõe.
Voltando à BTL é quase seguro dizer, que este
ano foi dos mais fracos dos últimos anos, tanto
ao nível de expositores presentes como dos
operadores turísticos interessados, para já não
falar,como referi, do público visitante que sente
a crise na pele e se abstém de despesas
consideradas nesta altura como supérfluas,
embora se possa talvez considerar que com a
crise económica o mercado nacional de turismo
possa vir a ser mais beneficiado e por arrasto, os
Açores.
Não poderei deixar passar, o dia 8 de Março,
dia Internacional da Mulher, fazendo uma
simples homenagem a todas as mulheres.
Cada vez mais a mulher está presente na
sociedade, deixou de alguma forma de ser a fada
do lar, para assumir na íntegra o seu papel social,
como Mãe e trabalhadora.
Com o 25 de Abril assistiu-se à emancipação
da mulher, passando estas também a ocupar um
importante papel na esfera política.
Hoje é de todo impensável a mulher assumir
apenas um papel social, esta foi uma das vitórias
que a revolução de Abril trouxe para a nossa
sociedade.
A mulher doméstica subordinada ao marido e
por vezes também aos pais é coisa do passado.
A própria economia obrigou a que cada vez
mais a mulher enveredasse pelo caminho do
emprego, para assim poder fazer face à vida do
lar e acima de tudo ganhar a sua independência
financeira.
Embora continue a ser vista como parceira
menor na nossa sociedade, não restam dúvidas
que cada vez mais o seu papel é crucial, para a
nossa economia e para a nossa política, tendo um
papel cada vez mais participativo e empenhado.
Ser mulher é……….sermos nós próprias….
Deputada Regional
Aida Amaral Santos
curavam, assim como os passageiros dos voos
internacionais, e principalmente os nossos emigrantes, que tinham naquele tempo que embarcar por Santa Maria, porta de saída dos Açores
para a América e o Canadá, que muito apreciavam as lembranças do País e dos Açores, como
as bandeiras e o artesanato.
Era habitual aos Domingos os marienses irem
passar a tarde para o aeroporto (era a nossa televisão daqueles tempos), víamos numa tarde pessoas oriundas de várias partes do mundo, e
tínhamos acesso à zona de parque de estacionamento dos aviões, que era murado, espaço agora
restrito, ficando-se a poucas dezenas de metros
dos aviões, e em alguns casos, trocava-se um legítimo charuto cubano cohiba por um café
quando este custava 1$00 escudo, sendo frequente ver Moutinho ao lado do seu rádio com o
som alto para ouvir os jogos de futebol nacionais, divertindo-se, às vezes produzia um som
que imitava uma galinha.
Outra das faces do Moutinho foi a do totobola,
jogava muito, teve alguns prémios, e nessa onda
levava muitos a jogar, que tinham menos sorte
ao jogo, mas que também jogavam menos.
Uma das histórias que me deliciou, foi a Operação Fraternidade, que pretendeu ser um grande
movimento de solidariedade internacional, para
ajuda dos mais necessitados, tendo admitido que
traria o Papa a Santa Maria.
Dentro de um conjunto de outras actividades,
veio a fase política, onde nos cruzámos e que testemunhei alguns episódios.
Muito dado a registos dos acontecimentos, andava sempre com um gravador para registar as
declarações de todos os intervenientes políticos,
o que causava algum desconforto aos que se defrontavam com esse facto.
Neste campo foi acompanhando as evoluções
tecnológicas, e de repente deixou de aparecer
com o gravador, que à época era grande e bastante visível.
Entre o cargo de Presidente da Assembleia Municipal, também era delegado da Empresa Insular de Electricidade (EIE) (actual EDA) para
Santa Maria, onde ia regularmente ao Conselho
Geral. Quando entrava nas reuniões, todos procuravam ficar longe dele, por causa do temível
gravador, com a esperança de não ficarem registados durante a troca de impressões que se realizava.
Num certo Conselho Geral da EIE, Moutinho
apareceu sem o gravador, tendo dessa vez muitos
conselheiros se sentado ao pé de si, porque era
uma pessoa afável, e não fugiam dele, mas do
gravador. Houve alguns reparos jocosos devido
à ausência do gravador e Moutinho sorriu mas
manteve-se calado relativamente a essa questão.
Segundo contam num dos intervalos para café,
viram-no muito atrapalhado, porque afinal tinha
um gravador pequeno que estava no bolso, tendo
posto os fios do microfone por debaixo do cinto,
e ao que parece que ao compor a camisa, aquilo
foi um tal sair de fios.
Nestes avanços tecnológicos, veio a máquina de
filmar em vídeo VHS, um grande caixote na
época.
Numa das visitas do Governo Regional a Santa
Maria, eu e Moutinho fomos receber Mota Amaral à pista, indo Moutinho com a sua nova máquina de filmar, chegando ao pé do Presidente
do Governo foi brindado com este cumprimento.
“Então Moutinho um equipamento novo, isto é
que é acompanhar as novas tecnologias”.
Na Assembleia Municipal, também se passaram
várias cenas. Já na fase de máquina de filmar,
Moutinho queria que os membros da Assembleia
Municipal, quando falassem olhassem para a Câmara vídeo, algo que todos se recusavam a fazer,
havendo momentos hilariantes quando a cassete
chegava ao fim, e ele pedia para as pessoas esperarem para mudá-la provocando uma reacção
oposta, em que os oradores procuravam concluir
as suas palavras muito rapidamente para não ficarem gravados.
Histórias da nossa terra, e de um homem, que
embora não tivesse nascido cá, fez desta Ilha a
sua residência, investiu, contribuiu para a sociedade mariense, deixando com a sua partida, estas
e outras memórias às pessoas que o apreciavam.
PO%TO DE VISTA…
Pontos a Ponderar!
Suporta o sofrimento
Se não pudeste evitar
E evita o mau momento
Se não podes suportar
Há fraco que é tão forte
Que não nos deixa aprender
Transformando a nossa sorte
Sem agente perceber
Como é triste a solidão
Silêncio tão barulhento
E igual à depressão
Sem dor dá sofrimento.
Tantos momentos na vida
Que tentamos estragar.
Os mesmos sem terem medida
Dão anos a ponderar.
O mar se transforma em estrelas
Visto da terra ao luar
Recordo como eram belas
Iguais às do céu a brilhar
É verdade o que lhes digo
Tomem um conselho meu
Deus nos livre do amigo
Do inimigo livro-me eu.
Somos donos do passado
Pensamos ser do presente
Mas o futuro desejado
Não pertence a toda a gente
Junto a uma sepultura
Respeita os restos mortais
Lembra o finado com ternura
Vamos ser todos iguais
Espalhar no mundo o bem
É uma semente sagrada
E dele nasce porém
O amor que nunca acaba
Não feches os olhos à vida
Enquanto vida tiveres
Não faças despercebida
A vida que tanto queres
Como é bom ser amigo
Dar amor dar afeição
E, ser assim retribuído
Com a mesma gratidão
Morre o homem nasce a forma
Prestígio tão demorado
É falar sobre uma chama
Depois do fogo apagado
Foste tão rica pobreza
E só tão tarde se descobre
Que vivendo na riqueza
É mais triste que ser pobre
Versos Soltos
Para quê tanta ambição
Porque agente se consome
Gota a gota, grão a grão
Se mata a sede e a fome
Ser humano é ser perfeito
De origem natural
É ver um povo direito
Sem mudança corporal
Antes de olhares para alguém
Olha primeiro para ti
E verás como o desdém
Desaparece por si
Fala e escuta também
Tens o direito de ouvir
Não feches a porta a ninguém
Sem outra porta se abrir
Saudades, meu bom Deus
Do tempo que já passou
De todos os sonhos meus
Só a saudade ficou
Margarida Lima
Canadá/Fevereiro/2011
Açores: Região é a terceira do país em posse de
computadores e utilização de banda larga e Internet
Os Açores são a terceira região do
país no que se refere à posse de
computadores e à utilização da banda
larga e da Internet, informou hoje o
Governo Regional.
Os dados foram hoje revelados pelo
secretário regional da Ciência e
Tecnologia,
José
Contente,
salientando que os Açores possuem
“uma taxa superior a 50 por cento” em
cada um daqueles parâmetros.
Apesar destes dados demonstrarem a
“apetência” dos açorianos pelas
tecnologias de informação e
comunicação, José Contente defendeu
que é necessário “dar mais passos”
nesse sentido, nomeadamente ao nível
das empresas.
“É fundamental que as empresas
apreendam as vantagens da
incorporação tecnológica na sua
actividade”, afirmou, acrescentando
que a utilização de tecnologias de
informação e comunicação no
contexto empresarial é um fator de
“competitividade e modernidade”.
José Contente falava em Ponta
Delgada na cerimónia de assinatura de
um contrato de aquisição e instalação
da aplicação para gestão de conteúdos
dos painéis interativos que serão
colocados nos aeroportos das
denominadas ilhas da coesão
(Graciosa, S. Jorge, Santa Maria,
Corvo e Flores).
O contrato, no valor de cerca de 90
mil euros, é “mais um passo na
integração dos cidadãos na agenda
digital” da União Europeia.
“Estes painéis (que disponibilizarão
informação sobre a ilha em que se
encontram) vão permitir aproximar as
pessoas das tecnologias de
informação e comunicação de um
modo atrativo”, salientou o secretário
regional.
FR.
Março de 2011
Duarte Moreira
1ª %ota “A PROPÓSITO DO DIA
I%TER%ACIO%AL DA MULHER”
Comemorou-se neste mês de Março mais um
dia Internacional da Mulher, no ano em que
este dia faz 100 anos (1911-2011). A
instauração deste dia teve como base, a luta das
mulheres por melhores condições de vida, por
pão e paz, pelo direito à igualdade de
tratamento às mesmas oportunidades.
Passados 100 anos é justo perguntar: foram
atingidos todos os objectivos traçados com a
instituição deste dia? Que papel têm as
mulheres na sociedade de hoje?
A evolução das sociedades, nomeadamente das
sociedades ocidentais, veio de facto, e diga-se
justamente, dar maiores oportunidades de
igualdade entre géneros. A mulher emancipouse, tornou-se mais independente. Actualmente a
maioria dos estudantes universitários são do
sexo feminino, a mulher de hoje está no
mercado de trabalho, aparecem cada vez mais
mulheres em lugares de destaque, a liderar
empresas, à frente de grandes projectos, na
política e em muitas outras áreas da nossa
sociedade.
Tudo leva a pensar que a mulher tem hoje uma
vida melhor do que em outros tempos.
Certamente que em muitos aspectos assim é.
Mas tem a mulher dos nossos dias a vida mais
facilitada? Damos o devido valor ao papel da
mulher?
De facto, a merecida e justa emancipação da
mulher, o direito que têm às mesmas
oportunidades dos homens, a entrada das
mulheres no mercado de trabalho, por uma
questão de realização pessoal ou por uma
questão de necessidade, veio, em muitos casos,
sobrecarregar as mulheres, que assumindo
essas carreiras, continuam a ser amigas,
companheiras, esposas e mães. Mulheres que
após chegarem a casa, do trabalho, têm de dar
%OTAS SOLTAS
11
Escreve o Leitor
apoio aos filhos, de fazer o jantar, engomar a
roupa de toda a família para o dia seguinte,
pensar no almoço, arrumar a sala e a cozinha,
(…).
Se é verdade que hoje há já muitos homens que
partilham as tarefas domésticas, não é menos
verdade que a grande responsabilidade recai
ainda sobre as mulheres, que são um factor
fundamental no equilíbrio do lar, da família e
da sociedade.
São pois as heroínas da modernidade, de uma
sociedade que em vez de comemorar o dia
internacional da mulher, deveria praticar os
princípios que levaram à sua criação, todos os
dias, fazendo de cada dia o dia da mulher, de
modo que a comemoração deste dia não fosse
mais necessário.
É pois uma pequena e singela homenagem a
todas as Mulheres, que deixo nesta primeira
nota deste mês de Março, mês em que se
comemora também o “Dia do Pai”, mais um
dia que em vez de se comemorar, se deveria
praticar todos os dias das nossas vidas.
Portanto, a todas as mulheres da minha vida e
a todas as outras mulheres, ao meu pai e a todos
os outros pais, uma palavra, ou duas “BEM
HAJAM”!
2ª %ota – CAMPO DE GOLFE DE SA%TA
MARIA
Todos temos direito à indignação e isto é, no
mínimo, o que sinto perante os argumentos que
constam de uma petição contra o campo de
golfe de Santa Maria.
A participação pública, o acto cívico, sob
qualquer forma legalmente prevista, que
contribua para o levantar de questões e para o
apontar de caminhos para o desenvolvimento
colectivo da nossa sociedade, são sempre
salutares. Todos temos direito às nossas
opiniões, o que não quer dizer que estejamos
de acordo com a opinião de todos.
Esta é uma dessas situações, que por discordar,
quer do objectivo em si próprio, quer dos
motivos referidos, não poderia deixar de
manifestar a minha mais pura e sincera posição
sobre este assunto.
Nas minhas funções de Deputado Regional,
tive já o privilégio de participar na auscultação
e apreciação de petições dirigidas à Assembleia
Legislativa Regional. Nunca, até agora, tinha
sido confrontado com uma petição que fosse
contra a realização de um investimento
potenciador da criação de empregos directos e
indirectos, com um grande potencial de atrair
uma nova franja de turismo à nossa ilha, que é
mais um contributo para a diversificação da
nossa oferta turística e desta forma para a nossa
economia.
Devo dizer que sou, sempre fui, favorável à
instalação do campo de golfe. Tal como fui
favorável à instalação da marina, ou do cais
ferry, como sou a favor da instalação do hotel
de charme, ou do centro de treinos da Sata. O
que têm de comum estes projectos? Fazem
entrar pessoas na nossa ilha. Fazem girar a
nossa economia, potenciam a criação de
empregos, permitem que mais alguns jovens
possam ter a opção de se fixar.
Temos (Santa Maria) um problema. Este
problema não é um exclusivo nosso. É comum
a todos os meios pequenos, de pouca população
e tem a ver com a dinamização do sector
económico, com a criação de riqueza, e sem
estas vem a dificuldade de criação de postos de
trabalho, de criação e dinamização de empresas
viáveis, tudo derivado do reduzido mercado,
não obstante o excelente quadro de apoio ao
investimento existente nos Açores e majorado
para as ilhas da coesão, como é o caso de Santa
Maria.
Portanto, todas as iniciativas, publicas ou
privadas, que possam atrair mais pessoas são
bem-vindas, são de incentivar, de acarinhar e
tudo fazer para que sejam criadas as condições
para a sua implementação e claro, viabilização.
O Investimento previsto é comparticipado a
50% ou mais, por fundos comunitários. Muito
desse investimento ficará em Santa Maria, quer
através das indemnizações pela aquisição dos
terrenos (e neste aspecto sempre defendemos,
junto de quem de direito, a atribuição de um
valor justo, compatível com o valor dos
terrenos e do rendimento que o mesmo
proporcionava aos seus utilizadores), quer o
decorrente da sua construção.
Este é um investimento de médio e longo
prazo, não produzirá efeitos significativos no
imediato, será com o tempo, com o afirmar dos
Açores como um destino, também, do Golfe,
em complementaridade com a nossa restante
e diversificada oferta turística, eventualmente
até potenciando essa nossa oferta.
O campo de golfe não será ”a solução” para
Santa Maria, mas será com certeza mais um
cartaz, mais um motivo para se vir a esta ilha,
a motivação para cá se passar mais 2 ou 3 dias,
o que contribuirá para o consumo de produtos
locais, para a melhoria da taxa de ocupação dos
hotéis, para se efectuarem mais umas refeições
na nossa restauração ou mais uns quilómetros
de táxi, para se aproveitar e dar um mergulho
nas nossas águas límpidas, ou simplesmente
para desfrutar um passeio de barco ao ilhéu das
formigas.
Tenho o maior respeito pelos promotores desta
petição, devo referir que a mesma é legítima, e
teve pelo menos um mérito, o de darem a cara
por uma posição o que nem sempre acontece.
Mas não posso deixar de pensar que das duas
uma: ou tomaram uma atitude irreflectida e
precipitada ou, inconscientemente, deixaram
que alguém lhes enfiasse um barrete, barrete
este que faz da posição assumida uma posição
política ao contrário do que os próprios
argumentam.
Sinceramente, por qualquer ângulo que olhe
para a construção do campo de golfe, não
consigo perceber em que é que este
investimento prejudicará a nossa ilha. Não é
uma actividade poluente, antes pelo contrário
e é potenciadora de uma actividade física
saudável, o estudo de impacte ambiental
demonstra que este será autónomo em termos
de consumo de água, o solo não se perde, criará
alguns postos de trabalho directos e potenciará
outros indirectos, fará atrair uma facha de
turistas diferente do habitual, proporcionará um
maior conhecimento de Santa Maria a nível
internacional.
Tenho a convicção que este episódio não se
reflectirá na decisão corajosa e empenhada do
Governo em construir, na nossa ilha, um campo
de golfe, investimento que outras ilhas também
reivindicam para si, mesmo que derivado de
uma conjuntura económica e financeira
internacional adversa, a sua conclusão possa
ser algo protelada no tempo, ainda que
ligeiramente.
Enquanto uns lutam para trazer para Santa
Maria mais e melhor investimento, potenciador
da actividade económica, outros de forma, vou
chamar-lhe irreflectida, para não lhe chamar
irresponsável, fazem questão de puxar em
sentido contrário. Um dia perceberemos
porquê!
(*) Deputado Assembleia LegislaCva Regional
Grupo Parlamentar ParCdo Socialista
Circulo Eleitoral de Santa Maria
ESA em Santa Maria acompanhou lançamento do foguetão Ariane
A estação da Agência Espacial
Europeia de Santa Maria acompanhou,
durante cerca de oito minutos, o voo do
foguetão Arianne, que lançou o ATV
‘Johannes Kepler’ (veículo não
tripulado) a caminho da Estação
Espacial Internacional.
O lançamento do ATV ‘Johannes
Kepler’ ocorreu durante a noite de
ontem, dia 16 de Fevereiro, às 20h50
(Açores). O lançamento, inicialmente
previsto para terça-feira, dia 15 de
Fevereiro, teve a sua saída adiada
devido a problemas técnicos
verificados durante contagem final.
Estes Veículos de Transferência
Automatizada (ATV), que são a maior
e mais sofisticada nave espacial
construída na Europa, transportam
combustível, oxigénio, comida e carga
para a estação espacial que se encontra
em órbita.
O Arianne, que partiu da base espacial
de Kourou, na Guiana Francesa,
passou a cerca de 130 quilómetros de
altitude, enviando para a estação
açoriana dados de telemetria sobre
áreas como propulsão, orientação e
navegação, o que permitiu determinar
a sua trajetória exata.
A Estação de Santa Maria, situada em
pleno Oceano Atlântico, possui uma
antena com 5,5 metros de diâmetro e
Segundo o responsável “a estação de
Santa Maria recebeu muito bem o sinal
e a comunicação foi perfeita”.
“A missão correu muito bem e foi de
encontro às nossas expetativas”
desempenha um papel de relevo no
seguimento dos foguetões que levam
os ATV para a Estação Espacial
Internacional.
A primeira missão do género,
acompanhada pela estação mariense,
ocorreu na madrugada do dia 9 de
Março de 2008 com o lançamento do
ATV Júlio Verne.
Ricardo Conde, responsável pela
supervisão na Estação de Santa Maria,
fez um balanço positivo no final da
missão.
“A missão correu muito bem e foi de
encontro às nossas expetativas”,
revelou em declarações aos jornalistas
presentes no local.
Relativamente a futuras missões a
serem acompanhadas pela estação da
ESA em Santa Maria, Ricardo Conde
revelou que “as perspetivas são muito
animadoras quer na componente
missão de lançadores mas também na
observação da terra.”
Os marienses Hugo Braga e Vanessa
Esteves integraram a equipa de
técnicos, que contou, também, com
Gerhard Billig, engenheiro da ESA
responsável pelo seguimento dos
lançadores, que se deslocou à ilha para
acompanhar os trabalhos nessa noite.
12
Informação Regional
PS quer obrigar Governo a garantir emprego, num prazo de
50 dias, a qualquer jovem desempregado da Região
A bancada do PS na Assembleia Legislativa
dos Açores vai apresentar uma proposta para
obrigar o Governo a garantir emprego, ou uma
alternativa formativa, para qualquer jovem
desempregado da região.
A medida foi hoje anunciada por Berto
Messias, líder da JS/Açores e presidente do
grupo parlamentar socialista, durante um debate
sobre emprego jovem, organizado pela Comissão
Regional da JS, que esteve reunida na cidade da
Horta.
Segundo explicou, os socialistas açorianos
pretendem que este projeto de resolução
“obrigue o Governo a responder com oferta de
emprego, ou com alternativa formativa num
prazo máximo de 50 dias, a qualquer jovem que
se inscreva nos centros de Emprego dos Açores”.
Berto Messias defendeu também que os
sistemas de incentivo às empresas açorianas
passem a ter como factor de majoração nos
apoios concedidos, a criação de postos de
trabalho para jovens abaixo dos 35 anos de
idade.
No seu entender, “o sistema público tem de
estar preparado” para garantir os “instrumentos
necessários que ajudem os jovens a aceder ao
primeiro emprego e a serem, verdadeiramente,
integrados no mercado de trabalho”.
Para Berto Messias, o “grande desafio” da
Região, em matéria de emprego, é não apenas
garantir que os jovens consigam entrar no
mercado de trabalho, mas também fazer com que
aqueles que estão fora da Região a qualificar-se
e a estudar, “voltem para os Açores e sejam uma
mais valia para o mercado laboral regional”.
O líder parlamentar socialista recordou outras
propostas de fomento do emprego que o partido
apresentou no Parlamento, e que foram
aprovadas, que irão ajudar, na sua opinião, a
minimizar o desemprego entre os jovens,
sobretudo neste período de crise internacional.
A par dessas medidas, o governo regional vai
também lançar o Plano Regional de Emprego
2010-2015, instrumento que esteve em discussão
na reunião dos jovens socialistas açorianos, e que
prevê um investimento global de 325 milhões de
euros.
Nesta reunião da Comissão Regional da
JS/Açores foi aprovada, por unanimidade, uma
moção de solidariedade, por proposta de Berto
Messias, para com os jovens desempregados que
se manifestarem hoje um pouco por todo o país,
sob o título de “Geração à Rasca”.
A Comissão Regional marcou ainda o X
Congresso Regional da JS Açores para os dias 3,
4 e 5 de Junho e as eleições diretas do Presidente
da JS Açores para 14 de Março.
A história dos Açores não está em risco de ser
reescrita, defende o diretor regional de Cultura,
para quem as alegadas sepulturas escavadas na
rocha encontradas no Corvo e Terceira são mais
recentes do que datou um arqueólogo.
“Não é muito fácil aceitar essas declarações,
elas podem ser feitas, mas é preciso prová-las”,
afirmou Jorge Bruno, questionando os
argumentos do arqueólogo Nuno Ribeiro para
defender uma ocupação humana do arquipélago
há 2.000 anos.
O diretor regional de Cultura considerou, em
declarações à Lusa, que Nuno Ribeiro levantou
“questões muito pertinentes”, mas frisou que é
“fundamental uma validação científica rigorosa”
daquilo que defende.
Nuno Ribeiro, presidente da Associação
Portuguesa de Investigação Arqueológica
(APIA), defendeu há cerca de uma semana que
os hipogeus (estruturas escavadas na rocha
usadas no Mediterrâneo como sepulturas)
descobertos no Corvo e na Terceira poderão ter
2.000 anos, o que indiciaria uma ocupação
anterior à presença portuguesa.
Jorge Bruno considerou, no entanto, que “não
está em causa” a História dos Açores, porque
aquelas estruturas “resultam de uma ocupação
humana há seis séculos e não da presença de
outros povos há 2.000 anos”.
“As pessoas que conhecem minimamente
aqueles sítios, como conhecem os corvinos e os
terceirenses, nunca lhes atribuíram as
características e a origem que agora é atribuída
por este arqueólogo”, frisou.
No caso das estruturas existentes no Corvo, o
diretor regional de Cultura recordou que foram
estudadas no quadro do inventário do património
imóvel dos Açores, salientando que o arqueólogo
Rui Sousa Martins considera que as cavidades se
destinavam a “guardar artefactos agrícolas de
apoio à actividade que ali se desenvolvia”.
Jorge Bruno frisou que o executivo açoriano
“não vai tomar nenhuma iniciativa” para estudar
aqueles sítios, por entender que “não se
justifica”, mas manifestou abertura para analisar
qualquer proposta para a realização de trabalhos
arqueológicos que venha a ser apresentada.
Os hipogeus que originaram esta questão
foram encontrados pelo arqueólogo Nuno
Ribeiro durante um passeio que realizou em
agosto de 2010 no Corvo e na Terceira.
“Tudo indica que se trata de monumentos
muito antigos”, afirmou o arqueólogo em
declarações à Lusa a 5 de março, acrescentando
que se trata de “estruturas escavadas na rocha,
cuja planta de forma uterina denuncia a sua
possível utilização como necrópoles”.
Nuno Ribeiro admitiu que “possam ter mais
de 2.000 anos”, salientando que “este tipo de
monumentos tem paralelo no mundo
mediterrânico e nas culturas grega e cartaginesa
entre os séculos IX e III AC, e eram usados como
sepulturas”. Para “averiguar a antiguidade” dos
hipogeus encontrados nos Açores, o arqueólogo
manifestou a intenção de apresentar até ao final
deste mês um projeto para a realização de
investigações científicas naqueles locais.
Os hipogeus encontrados por Nuno Ribeiro no
Corvo e na Terceira foram apresentados no início
deste mês no Congresso de Arqueologia do
Mediterrâneo que decorreu na Sicília, Itália.
Os Açores apostam em afirmar-se “como um
destino de referência nas actividades de contacto
com a natureza” encontrando-se “determinados
em conseguir uma maior notoriedade junto de
vários mercados”, considerou, em Berlim, o
Secretário Regional da Economia.
Vasco Cordeiro, que esteve presente na
abertura da Feira Internacional do Turismo de
Berlim (ITB Berlim), recordou que “os Açores
têm vindo a fazer uma aposta muito forte em
diversos países, constituindo a Alemanha, um
dos alvos prioritários da estratégia de promoção
da Região para o corrente ano, em virtude,
também, dos resultados que têm vindo a ser
conseguidos nos últimos anos”.
Além disso, destacou, “a Alemanha encontrase neste momento a viver uma situação de
crescimento económico, constituindo um
mercado potencial com cerca de 82 milhões de
habitantes e uma grande tendência para viajar
nas férias”. Aliás, referiu ainda o Secretário
Regional da Economia, “os turistas alemães
identificam-se com o tipo de produtos que os
Açores têm para oferecer, pelo que faz todo o
sentido apostar numa presença forte nesta feira”.
A ITB Berlim é actualmente a maior feira de
turismo do mundo, concentrado cerca de 11 mil
expositores oriundos de 180 países, estando o
stand dos Açores englobado no Pavilhão de
Portugal.
Segundo Vasco Cordeiro, a Região pretende
“dar uma grande atenção às actividades
marítimas, como é o caso do mergulho, ou da
observação de cetáceos entre outras, uma vez
que o Mar constituiu um dos elementos
fundamentais da afirmação dos Açores em
comparação com outras regiões”.
Para o Secretário Regional da Economia, “é
fundamental a presença dos Açores neste tipo de
eventos, já que eles permitem dar a conhecer as
nossas potencialidades aos operadores que aqui
se encontram”. Esta feira constitui igualmente,
acrescentou, “um evento muito importante para
os empresários da Região”.
Vasco Cordeiro destacou ainda o facto da
participação dos Açores “assumir especial
relevância este ano, uma vez que feira é dedicada
ao eco-turismo e ao turismo de aventura, duas
categorias que correspondem à imagem que a
Região pretende divulgar junto dos mercados
emissores”.
Numa entrevista ao canal Eurosport, Vasco
Cordeiro salientou igualmente, o facto do
Governo dos Açores ter vindo a apostar nos
últimos anos “em desportos que possam de
alguma forma corresponder à imagem que a
Região pretende transmitir, como é o caso de
algumas regatas internacionais, ou, por exemplo,
o rali dos Açores”, prova transmitida por aquele
canal de desporto e que “tem contribuído de uma
forma muito importante para aumentar a
notoriedade da Região”.
Localizados no stand 205, Pavilhão 2.2, os
Açores, concentram nesse espaço as presenças
de diversas entidades como é o caso da
Associação de Turismo dos Açores (ATA) e da
SATA Internacional, e também de cerca de uma
dezena de empresas privadas do sector do
turismo na Região.
Além de destinada a profissionais do sector, a
feira estará aberta ao público nos próximos dias
12 e 13 de Março.
RF.Lusa
Alegadas sepulturas escavadas na rocha não vão obrigar a reescrever
história - diretor regional de Cultura
FR/(APE)Lusa
Açores determinados em conquistar cada vez maior
notoriedade turística internacional
GaCS/NM
Março de 2011
Governo satisfeito
com retoma da
normalidade nos portos
regionais
O Governo dos Açores assinala, com
satisfação, o anúncio feito hoje, pelo Sindicato
Nacional dos Trabalhadores das Administracoes
Portuarias, de suspensão da greve às horas
extraordinarias que se encontrava a decorrer e
que nos últimos dias vinha provocando alguns
constrangimentos ao normal funcionamento das
operações nos portos regionais.
Desde o anúncio da convocação desta
paralização que o Governo dos Açores vinha a
acompanhar, através da Secretaria Regional da
Economia, e em conjunto com a direcção do
Sindicato Nacional dos Trabalhadores das
Administrações Portuárias, os efeitos que a
mesma poderia provocar nos portos regionais, e
em especial no sentido de evitar eventuais
rupturas de stocks nas ilhas que se encontram
mais dependentes deste tipo de operações.
Foi, aliás, na sequência do diálogo mantido
com a direcção do Sindicato Nacional dos
Trabalhadores das Administrações Portuárias
que foi possível, na passada semana, concluir
com êxito o transporte de mais de uma dezena
de contentores para a ilha de Santa Maria.
Com a suspensão da greve agora anunciada, o
Governo dos Açores prevê que ao longo dos
próximos dias seja retomada a normalidade das
operações em todos os portos da Região.
GaCS/$M
Presidente do Governo
Regional dos Açores defende
"imposto especial” para
financiar Saúde e Educação
O presidente do Governo Regional
dos Açores, Carlos César, defendeu
um imposto especial para contribuintes
com maiores rendimentos por forma a
financiar os setores públicos de saúde e
educação.
“Eu acho que é razoável em Portugal,
não onerando aqueles que têm menores
rendimentos, que haja taxas especiais
e impostos especiais dirigidos ao
financiamento dos serviços públicos
gratuitos de saúde e educação”, disse
Carlos César, numa tertúlia realizada
no Casino da Figueira da Foz.
Questionado pela jornalista Fátima
Campos Ferreira, anfitriã da tertúlia
“Conversas do Casino Figueira”, sobre
quem deve pagar o imposto e de que
forma, Carlos César esclareceu que
este deverá ser pago “a montante” dos
serviços prestados, por exemplo, num
hospital, e para além das taxas de
urgência e internamento existentes.
“Como contribuinte, deve-lhe ser
adicionado um imposto que é dirigido,
exclusivamente, ao refinanciamento do
serviço de saúde”, frisou, adiantando
que o novo imposto deve ser pago “por
quem pode”, ou seja, os contribuintes
com maiores rendimentos.
“Deve ser arrecadado num universo
remuneratório onde existe margem e
disponibilidade, que não conduza ao
empobrecimento dessas pessoas. (…)
Um imposto especial, adequado à
condição remuneratória, progressivo”,
observou.
Carlos César disse ainda que o imposto
extraordinário não teria carácter
permanente, antes devia ser aplicado
enquanto a situação do País “justificar
a
necessidade
de
receitas
extraordinárias”.
JLS.Lusa
Março de 2011
Informação Nacional
Cavaco promete cooperar com Sócrates mas alerta
para "emergência social"
O Presidente da República, num diagnóstico
duro da situação nacional, salientou a
importância da estabilidade política e assumiu o
compromisso de cooperação com Sócrates, mas
alertou para a "emergência social" no país e
pediu um "sobressalto cívico".
No seu discurso de tomada posse para o
segundo mandato, no Parlamento, Cavaco Silva
assumiu um compromisso de cooperação com o
primeiro-ministro mas logo de seguida recordou
um largo conjunto de indicadores económicos e
sociais muito negativos, alertando para uma
"situação de emergência económica, financeira
e social" do país.
Criticou indiretamente o governo quando se
referiu à aposta nos grandes investimentos que,
considera, o país “não tem condições de
financiar”, mas foi mais veemente quando
lembrou que "a sociedade não pode continuar
adormecida" e que "é necessário que um
sobressalto cívico faça despertar os portugueses
para a necessidade de uma sociedade civil forte".
Num discurso de posse proferido três dias
antes de uma anunciada manifestação de jovens
da dita "geração à rasca", Cavaco foi muito
direto num apelo à juventude: "Façam ouvir a
vossa voz. Este é o vosso tempo. Mostrem a
todos que é possível viver num País mais justo e
mais desenvolvido, com uma cultura cívica e
política mais sadia, mais limpa, mais digna.
Mostrem às outras gerações que não se
acomodam nem se resignam. Sonhem mais
alto”.
José Sócrates, que falhou no protocolo nos
cumprimentos ao PR para falar aos jornalistas,
respondeu a Cavaco dizendo que poderá contar
com uma cooperação institucional “leal” e
advertiu que nenhum diagnóstico sobre a
situação do país pode omitir a conjuntura de crise
internacional.
Disse ainda esperar que outros órgãos de
soberania também ajudem o Governo a fazer o
que é “absolutamente imprescindível” para o
país, considerando que o seu executivo tem
estado “sozinho” a tomar medidas difíceis.
A reação mais dura às palavras de Cavaco
surgiu do líder parlamentar do PS, Francisco
Assis, que o acusou de fazer um discurso "de
fação" e "sectário", afirmando que Portugal não
precisa de uma crise institucional.
"Julgo que não foi um discurso próprio de um
Presidente de todos os portugueses", disse.
No mesmo tom respondeu o líder do PCP,
Jerónimo de Sousa, acusando Cavaco de querer
"dar um contributo ao seu partido e não um
contributo para a resolução dos problemas
nacionais". Para Jerónimo, só o diagnóstico é
que "foi correto".
Crítico do discurso de Cavaco foi ainda o líder
do BE, Francisco Louçã, que aproveitou o alerta
de "sobressalto cívico" feito por Cavaco para
dizer que o Presidente pretende "acentuar
rapidamente as privatizações".
Também Os Verdes destacaram o
"sobressalto" mas sublinhando que não é pelo
Presidente da República que o país vai mudar.
Para Heloísa Apolónia, Cavaco "apoia" as atuais
políticas e a "agenda liberal".
Só a direita elogiou o discurso de Cavaco
Silva, tendo Paulo Portas salientado a passagem
em que o Presidente afirma que "há limites para
os sacrifícios" que se podem pedir aos
portugueses
"Foi um discurso forte e verdadeiro", disse o
líder do CDS-PP.
Pelo PSD reagiu o líder parlamentar Miguel
Macedo - Passos Coelho abandonou o
parlamento logo após a sessão sem falar aos
jornalistas - afirmando que o discurso de Cavaco
Silva foi "politicamente o mais marcante" de
todas as posses a que já assistiu, e considerou
que o momento de hoje assinalou a "magistratura
ativa" que prometeu aos portugueses.
Após a sessão solene na Assembleia da
República, o Presidente regressou ao Palácio de
Belém, onde recebeu as honras militares, ouviu
o Hino nacional e passou revista à guarda de
honra.
Lusa
difíceis.
José Sócrates falava aos jornalistas após o
discurso de posse de Cavaco Silva como
Presidente da República, considerado muito
crítico em relação à ação dos últimos governos.
No entanto, José Sócrates disse estar “muito
de acordo com aquilo que o Presidente [da
República] referiu como sendo a necessidade de
se unirem os esforços de todos para responder à
atual situação – aliás, é isso que o Governo tem
feito”.
“Muitas vezes o Governo faz isso sozinho,
tomando medidas difíceis que são necessárias
tomar para responder a esta situação”, defendeu
o primeiro-ministro, antes de deixar um recado
aos outros órgãos de soberania, Parlamento e
Presidência da República.
“O Governo espera é o entendimento por parte
de outros órgãos de soberania para que ajudem o
Governo a fazer aquilo que é absolutamente
imprescindível fazer: Uma governação que tem
como primeiro objetivo pôr as contas públicas
em ordem.”, disse.
Em segundo lugar, de acordo com José
Sócrates, “o objetivo do Governo é puxar pelas
exportações”.
“E estou muito de acordo com o Presidente da
República nesse ponto. Queremos fazer as
reformas estruturais essenciais para o país, mas
isso significa medidas difíceis, isso significa que
todos devemos pôr de lado aquilo que é a
tendência dos políticos para agradar e
concentrarmo-nos naquilo que o nosso país deve
fazer para servirmos o futuro de todos os
portugueses”, apontou o líder do executivo.
Lusa
Sócrates espera que outros órgãos de soberania também
ajudem o Governo a tomar medidas difíceis
O primeiro-ministro afirmou hoje esperar que
outros órgãos de soberania também ajudem o
Governo a fazer o que é “absolutamente
imprescindível” para o país, dizendo que o seu
executivo tem estado “sozinho” a tomar medidas
Ramalho Eanes diz que discurso de Cavaco foi
"razoável" mas "esqueceu" crise externa
O antigo Presidente da República Ramalho
Eanes considerou hoje "razoável" o discurso de
posse de Cavaco Silva, sublinhando que o Chefe
de Estado "esqueceu" a influência da crise
externa no país.
"Foi um discurso que, tendo em conta a
situação atual, é razoável. Poder-se-á dizer que
esqueceu a crise externa e a influência da crise
externa na nossa própria crise", afirma o ex-
Chefe de Estado, em declarações aos jornalistas,
à margem da apresentação de um livro no Centro
Cientifico e Cultural de Macau, em Lisboa.
A mesma opinião tinha sido defendida quartafeira pelo primeiro-ministro, José Sócrates, após
a cerimónia da tomada de posse, na Assembleia
da República: “manda a verdade que, em nome
de um diagnóstico sobre a situação portuguesa,
não se deixe de referir a crise internacional na
origem aliás das dificuldades de todos os países,
da dificuldade de Portugal, da dificuldade grega,
irlandesa, espanhola, inglesa, dos Estado Unidos,
do Japão e por aí fora”.
Ramalho Eanes encabeçou a comissão de
honra da candidatura de Cavaco Silva à
Presidência da República, tal como já tinha
acontecido no primeiro mandato.
Depois de referir que "há países que resistiram
à crise e outros que não resistiram", Ramalho
Eanes considerou "as acusações" que são feitas
ao Governo socialista "excessivas".
"O Presidente teve ocasião de dizer que nós
temos uma década perdida. Não é da
responsabilidade deste Governo, ou pelo menos
não é da responsabilidade exclusiva deste
Governo", afirmou.
Ramalho Eanes também qualificou de
"razoável" o apelo de Cavaco Silva à sociedade
civil, afirmando que esta não pode continuar a
fazer o que tem feito "sistematicamente".
"Esperar que o Governo faça tudo. E o
Governo não pode fazer tudo, porque não faz
milagres", acrescentou.
Considerou ainda o apelo à juventude
"importante" e referiu-se à manifestação da
"geração à rasca", no sábado, como "efémera".
Questionado se Cavaco Silva se apresentou na
quarta-feira como o Presidente de todos os
portugueses, ao contrário do que disse o líder
parlamentar dos socialistas, Eanes respondeu:
"Na minha opinião foi".
Lusa
PEC:
13
Governo avança com
medidas para reduzir
despesa em 2,4% do
PIB e aumentar receita
em 1,3% em 2012 e 2013
O Governo vai aplicar novas medidas
adicionais também em 2012 e 2013 para
conseguir atingir metas do défice, cortando
custos na ordem dos 2,4 por cento do PIB na
despesa e 1,3 por cento de aumento da receita.
Teixeira dos Santos, que apresentou a
atualização do Programa de Estabilidade e
Crescimento (PEC), anunciou um conjunto de
medidas para 2011, 2012 e 2013.
As medidas do lado da despesa em 2012 (1,6
por cento do PIB de ajustamento) e 2013 (0,8 por
cento do PIB), compreendem o congelamento do
IAS e a suspensão da aplicação de regras de
indexação de pensões (congelamento das
pensões), a contribuição especial aplicável a
todas as pensões (que o ministro diz aplicaremse a partir dos 1.500 euros).
Será ainda realizada uma redução dos custos
com medicamentos e subsistemas públicos de
saúde, aprofundamento da racionalização da rede
escolar, aumento da eficiência no
aprovisionamento e outras medidas de controlo
de custos operacionais.
O Governo irá ainda reduzir despesa com
benefícios sociais de natureza não contributiva,
cortes de custos no SEE e Serviços e Fundos
Autónomos (com revisões nas indemnizações
compensatórias, planos de investimento e custos
operacionais).
Serão ainda reduzidas as transferências para as
autarquias e regiões autónomas e redução das
despesas de capital.
Do lado da receita, (aumento da receita em 0,9
por cento em 2012, e 0,4 por cento em 2013) será
feita uma revisão e limitação dos benefícios e
deduções fiscais, em IRS e IRC, racionalização
da estrutura de taxas do IVA, atualização dos
impostos específicos sobre o consumo,
conclusão da convergência do regime de IRS de
pensões e rendimentos de trabalho.
$M.Lusa
Homens da Luta vencem
Festival da Canção 2011 graças
a votação do público
A canção ‘A luta é alegria’ venceu a 47.ª edição do
Festival RTP da Canção, que se realizou no Teatro
Camões, em Lisboa, com a votação do público a mostrarse decisivo no resultado final.
A canção vencedora tem letra de Jel e música de Vasco
Duarte e foi interpretada pelos Homens da Luta que vão
representar a RTP no Festival da Eurovisão 2011 na cidade
de Dusseldorf, na Alemanha, em maio.
De acordo com a votação das 20 equipas de jurados (18
distritos e Açores e Madeira) a canção 'São os barcos de
Lisboa’, com letra e música de Carlos Massa e interpretada
por Nuno Norte, era a vencedora.
No entanto, a votação do público por televoto (que
representou 50 por cento da votação final) foi decisiva ao
atribuir a pontuação máxima aos Homens da Luta, dandolhes a vitória.
Além destas duas canções vencedoras, este ano, foram
finalistas do Festival da Canção outros dez temas: Quase
a Voar (Henrique Feist), Chegar à tua Voz (Wanda Stuart),
Se esse Dia Chegar (Tânia Tavares), Em nome do Amor
(Rui Andrade), Deixa o meu Lugar (Inês Bernardo), Boom
Boom Yeah (Axel), Embalo do Coração (7 Saias),
Sobrevivo (Carla Moreno), Tensão (Filipa Ruas), O mar, o
vento e as estrelas (Ricardo Sousa).
O Festival da Canção realiza-se desde 1964.
IM.
SANTA MARIA ASSINALA ENTRUD
14
Informação Local
Março de 2011
Desfile de Carna
Realizou-se no dia 4 de Março, o Desfile d
Secundário de Santa Maria.Os diferentes gru
Porto, fantasiados, evocando e brincando co
Matinés de Carnaval trazem alegria às crianças Marienses
O Carnaval é sinónimo de alegria. Em Santa Maria,o sinónimo
de alegria são as crianças. Depois das inúmeras festas que antecederam o feriado carnavalesco foi chegada a vez das crianças desfrutarem de dois dias de muita animação nas Matinés
de Carnaval.
Na tarde do dia 6 de Março, o Clube Asas do Atlântico promoveu uma tarde inteiramente dedicada aos mais novos que
contou com a animação da dupla “ANIPIN” constituída por
Márcia Santos e Sofia Monteiro. Os confetes e serpentinas, espalhados pelo chão, deram um colorido especial ao salão do
C.A.A. que, aliado às ínumeras brincadeiras e música da época
tornaram esta tarde de domingo num espectáculo de pura energia e diversão.
Já na tarde de Terça-feira, dia de Carnaval, o Pavilhão do Clube
Ana acolheu a Matiné Infantil numa organização conjunta com
a Câmara Municipal de Vila do Porto. Esta iniciativa contou com
a animação da orquestra de percussão “Bey Já ‘Tum” e ainda
Clube Asas do AtlânCco
com a actuação do grupo de dança “Life in Dance”, seguido do
desfile e concurso de fantasias. No qual participaram cerca de
cinquenta crianças dos 0 aos 12 anos, divididos em quatro escalões etários. O Júri atribuiu um prémio criatividade e em cada
escalão distinguiu os três primeiros classificados. E como o mais
Pavilhão do Clube Ana
importante é a participação todas as crianças receberam uma
guloseima e um certificado da Câmara Municipal.
As crianças, disfarçadas do mais variados heróis e outras personagens do mundo da fantasia transformaram, nestes dois dias,
o seus sonhos em realidade.
Ritmo, cor e alegria marcam a Noite de Amigas no C.A.A.
Nos Açores há muito tempo que o Entrudo é antecedido
por festejos peculiares, vulgarmente conhecidos pelas
Quintas-Feiras de Amigos, Amigas, Compadres e
Comadres, que este ano realizaram-se a 10, 17, 24 de
Fevereiro e 3 de Março, respecCvamente.
O Clube Asas do AtlânCco (C.A.A.) assinalou, no passado
dia 17 de Fevereiro o Dia das Amigas, no salão de festas
do clube. Esta tradição, de origem Açoriana, marca o
início das Festas Carnavalescas um pouco por todo o
arquipélago. É o dia dedicado às mulheres que,
absorvidas pelo espírito da época, renovam os laços de
amizade que as unem num clima que se disCngue, acima
de tudo, pela boa disposição. Do programa, para além do
habitual jantar, que decorreu no salão de festas do clube,
houve espaço à animação musical com os conCnentais
“companhia limitada”. Esta banda, que prima pela
qualidade, é composta por 5 elementos e é já uma
referencia posiCva para o público Mariense.
Nesta noite o salão de festas do clube ganha um novo
brilho com a presença de inúmeras fantasias
carnavalescas, algumas delas elaboradas exclusivamente
para este dia. Apesar de ser um dia dedicado à amizade
no feminino, são muitos os homens que, dando asas à
sua imaginação mascaram-se de mulher, unem-se ao
convívio contribuindo para um ambiente ainda mais
alegre cujo ingrediente principal é o bom humor . O
espaço escolhido , decorado a preceito sob o tema
“Piratas” revelou-se pequeno para acolher as centenas
de pessoas que ocorreram ao local para se associarem a
esta festa repleta de ritmo, cor e alegria. O dia dedicado
aos Amigos foi festejado um pouco por toda a ilha, na
quinta-feira que antecedeu o dia das Amigas.
DO COM DIVERSAS ACTIVIDADES
Março de 2011
Informação Local
15
aval das Escolas
de Carnaval das Escolas do Ensino Básico e
upos desfilaram pela rua principal de Vila do
om temas da actualidade mariense.
Danças de Carnaval mobilizam centenas
Um dos pontos altos do Carnaval Mariense é a
realização das tradicionais danças.
Alegria, ritmo, cor e muita animação marcam,
habitualmente, as danças, que mobilizam
centenas de pessoas aos centros das freguesias
marienses.
Este ano, apresentaram-se apenas dois grupos.
O Grupo de Danças e Cantares de Almagre,
Baile do Clube Ana
de Santa Maria
O Clube Ana de Santa Maria realizou o seu tradicional Baile de
Carnaval no passado dia 7 de Março, evento que este ano
somou a sua 25ª edição. O Pavilhão do Clube foi uma vez mais
decorado a preceito, tendo o “Aeroporto” como tema. Onde
não faltaram as duas réplicas das torres de controlo do nosso
aeroporto, um follow-me e o palco transformado em Pista com
direito a avião e tudo. O recinto acolheu cerca de setecentos
foliões que fizeram questão em aproveitar bem a noite,
fazendo a festa até ao raiar do dia. A animação musical com
muito ritmo brasileiro esteve a cargo da KRIS ROSA Band, composta por Cláudio Gonçalves - percussão, e pelos brasileiros Zé
Carolino – guitarra e voz e Kris Rosa – Voz que presentearam os
marienses com um espectáculo de qualidade e ao agrado de
todos. Os marienses demonstraram, uma vez mais, que vivem
o carnaval com grande entusiasmo, o colorido e alegria que
deram ao Baile através das suas fantasias e da sua boa disposição são sinal evidente disso. Já na tarde de do dia seguinte,
o Pavilhão do Clube Ana acolheu a Matiné Infantil numa organização conjunta com a Câmara Municipal de Vila do Porto.
Dança Grupo de Danças e
Cantares de Almagre
freguesia de Almagreira, com uma dança de salão
e a Casa do Povo de Santo Espírito abordou a crise
atual recorrendo à pré história.
Para além das danças, houve espaço para a
realização de algumas brincadeiras de Carnaval
marcadas pelo humor e boa disposição junto do
público entusiasta e receCvo.
Outros aspectos do Carnaval Mariense
Baile em Santo Espírito - 5 de Março
Dança da Casa do Povo de
Santo Espírito
Desfile Trapalhão - 8 de Março
Sob o lema “É Carnaval ninguém leva a mal!”, a Câmara Municipal de
Vila do Porto lançou o convite a toda a população a parAcipar nesta
iniciaAva que consisAu num desfile de fantasias, máscaras e, até
mesmo, quadros com críAcas sociais e políAcas.
Foto: Susana Resendes
Batalha de Água - 8 de Março
Foto: Clarisse Lima
Brincadeira de Carnaval - 8 de Março
O Grupo DesporCvo de São Pedro promoveu, também,
um baile cuja animação esteve a cargo de DJ'S e teve
lugar na Casa do Povo de São Pedro no dia 7 de Março.
Organizada pelos Bombeiros
Na foto: José BaCsta (popularmente conhecido por “ Senhor Zé do Pub”)
16
Escreve o Leitor
Março de 2011
ANTIGAMENTE COMO ERA O CARNAVAL EM SANTA MARIA?
Como era o Carnaval no
meu tempo...?
Por: Natália Paiva
Ora bem! Já lá vão mais de 40 anos, era eu menina e moça, as
ruas de Vila do Porto animavam-se durante a época de Carnaval. Digo durante o Carnaval, visto que tudo começava na
primeira das 4 semanas que antecedem o dia de Carnaval.
À noite viam-se bandos animados de mascarados. Em grupos
que atingiam 30 pessoas, reuniam-se familias e amigos. Divertiam-se a escolher os disfarces, a surpreender os amigos, a
disfarçar a voz, o andar e outros aspectos, assumindo papéis
de actores improvisados. Cada grupo primava pelo rigor dos
disfarces e pelo cómico dos papeis assumidos, nalgumas
famílias já quase tradição, como a família do Sr. Victor Cordeiro.
Percorriam a Vila, batendo á porta de amigos e conhecidos. O desafio era o tempo que o visado levava a descobrir
quem era o interlocutor que em voz aguda pedia “uma
malaçadinha” e dizia umas quantas graças que divertiam toda
a gente ao redor. Quanto mais tempo, melhor o “actor”.
Cruzavam-se grupos de mascarados e desafiavam-se de grupo para grupo, sobretudo se vislumbravam
algum conhecido.
Maus e feios mascarados? Sempre os houve, mas mascarado
que se prezasse devia ser mascarado bem vestido e digno de se
ver.Muito diferente do que hoje se passa com os nossos poucos
mascaradinhos? Talvez não. A grande diferença é, de facto, o
numero de pessoas que envolvia, o convívio entre amigos e
famílias, a graça, a descontração, o empenho de quantos
faziam parte dos grupos e de todos os que à sua volta colaboravam na brincadeira, incluindo os visitados e os que das
janelas presenciavam estas cenas. Felizes os que tinham janelas
altas, a salvo das impertinências e a tirar partido do divertimento. Se sabiámos que saía á rua um grupo conhecido e era
dos bons, apressava-se o jantar, para não perder o espectáculo...
Não existiam cabeleiras postiças, óculos e outros acessórios
carnavalescos que hoje abundam. As máscaras que se vendiam
eram de papelão, pintadas de cor da pele. Ao fim da noite
começavam a desfazer-se, com o calor e a humidade. Eram frequentes graves “traumatismos” no nariz e na boca das máscaras, os quais deixavam a descoberto a identidade das
Felizes que nós éramos...
Por:Valeriano Sousa
Foi ali por Almagreira onde talvez tenha Cdo o meu primeiro
contacto de sabor carnavalesco. A minha Ca levou-me ao largo
da freguesia para ver a actuação da Dança. Teria quatro anos e
fiquei maravilhado. Havia imensa teatralidade na
representação dos enredos versejados cuja coreografia deixava
em nós, crianças, emoções cheias de fantasia. As canCgas
ficavam logo no ouvido e muitas seriam repeCdas
infalivelmente durante os próximos tempos. Os movimentos
eram também atentamente apreciados e algumas das cenas
copiadas em hora de brincadeira e folguedo. Havia ainda o
Velho e a Velha personagens mascarados que funcionavam
como se fossem palhaços e que Cnham a missão de provocar
a ssistência e também - que maldade - assustar as criancinhas.
As danças foram durante os meus anos de infância e
adolesência (já ultrapassei os sessenta em idade) os
espectácuos de criação popular com mais audiência na ilha e
vítimas!...
As roupas eram rebuscadas do sotão, emprestadas e adaptadas. Recordo-me de uma senhora, num grupo de que fiz
parte, ter conseguido um belo vestido comprido feito com
lençois bordados. As mangas bordadas do vestido de dama
voltaram à sua condição de almofadas após o carnaval.
Tinha eu cerca de 12 anos meu avô Eugénio e meu pai decidiram fazer-me um “ cabeçudo”. Começaram por moldar uma
cabeça em barro. Durante dias e dias colaram tiras de jornais
com grude, uma espécie de papa de farinha e água. Entre camadas havia que deixar secar. No final pintaram meticulosamente a cabeça, e surgiu uma espécie de Wiston Churchill meio
achatado, com grande nariz e sobrancelhas! Uma obra de arte,
como tudo o que das mãos deles saiu!
Lá fui passear o meu disfarce com uma amiga, toda satisfeita.
Durante o dia, porque a noite não era para duas meninas sózinhas, mas sim para os grandes grupos e as grandes visitas.
Outro ano assumi o papel de Sr. Cosme, acompanhando minha
prima Olga, a Dª. Urraca. Estas personagens tinham origem,
penso eu, numa peça de teatro. Passeámo-nos pela Vila, eu de
fraque, bengala e chapéu de coco e ela de vestido de dama cor
de salmão e sombrinha, muito nobres, sérias e divertidíssimas.
E divertídissima estava a minha tia e toda a família que andou
nos preparativos. Há pouco tempo uma colega disse-me que
ainda se lembra das nossas figuras.
As crianças fantasiavam-se ao Domingo e no dia de Carnaval.
Predominavam o arlequim, o pierrot e as réplicas dos trajes
tradicionais portugueses, como o campino e a camponesa.
Lembro-me de vestir um colete de feltro preto bordado a lã e
um pequeno avental que já eram da minha irmã, conforme
registo fotográfico. As rosetas coloridas na face com baton, o
sinal preto carregado à cigana, o lenço atado, o pequeno avental, as boinas e os cestos estavam ao alcance de qualquer um,
eram aguardadas sempre com grande expectaCva. Ficaram
famosos à época alguns Mestres de Dança e ensaiadores de
reconhecida originalidade nas criações que conseguiram. Uma
vez que era socialmente interdita a parCcipação de mulheres
em exibições de rua isto era ultrapassado pela integração de
um elenco de “dançarinas” com base em rapazes e homens
adornados em roupas femininas. Cada freguesia apresentava
a sua dança que dentro das possibilidades de mobilidade
existentes se mostrava em diversos lugares nas proximidades
indo às vezes até à freguesia mais próxima. O número de
espectáculos a que um mariense podia assisCr num ano era
reduzidíssimo. As danças foram muitas vezes o único. Depois
ficava-se à espera da festa do santo da paróquia.
Como folguedos de rua que também empolgavam e diverCam
adultos e crianças Dnhamos as “guerras” de água e farinha. As
“banhadas” a parCr de camionetas de caixa aberta com
bombas é coisa já dos anos 50. A farinha e as “limas” pequenas esferas de paredes finas de cera com água - eram
usadas em “lutas” mais domésCcas. Latas e baldes, também
entravam na festa.Toma que lá vai disto.
Com a chegada da adolescência e na zona mais urbana da ilha,
Associações Marienses elegem novos Órgãos Sociais
NÚCLEO SPORTINGUISTA
MARIENSE
2011/2012
ASSEMBLEIA-GERAL
PRESIDENTE – João Vasco Pereira da Costa
VICE-PRESIDENTE – Álvaro Francisco Dias Antunes
SECRETÁRIO – António Miguel Afonso Marques
DIRECÇÃO
PRESIDENTE – Rui Alexandre dos Reis Arruda
VICE-PRESIDENTE–CarlosAlbertodeBarrosRibeiro
TESOUREIRO – Paulo Fernando Miranda Lopes
SECRETÁRIO – Rosa Filomena Cabral de Melo
1ºVOGALETESOUREIROSUBSTITUTO–JoãoPaulo
Lima Resendes
2º VOGAL – Mário Jorge Vieira
3º VOGAL – Pedro Sousa Pacheco
CONSELHO FISCAL
PRESIDENTE – Daciano de Melo Cosme
SECRETÁRIO – José Manuel Pereira Torres de Medeiros
Chaves
RELATOR – João Manuel dos Santos Pacheco
CLUBE MOTARDDE SANTA MARIA
2011/2013
ASSEMBLEIA-GERAL
Presidente – Paulo Resendes (sócio nº2)
Secretário – Vítor Festas (sócio nº48)
DIRECÇÃO
Presidente – Francisco Coelho (sócio nº6)
Vice – Presidente – Hélio Bairos (sócio nº8)
Secretário – Horácio Pires (sócio nº74)
Tesoureiro – Paulo Chaves (sócio nº39)
1ºvogal – José António Monteiro (sócio
nº59)
2ºVogal – Eduardo Soares (sócio nº73)
3ºVogal – Nádia Pereira (sócio nº29)
CONCELHO FISCAL
Presidente – Roberto Furtado (sócio nº3)
Vice – Presidente – Carlos Teodoro (sócio
nº30)
Secretário – Mário Fontes (sócio nº53)
sem gastos, que as bolsas não eram para essas coisas e divertir não era gastar.
Os divertimentos faziam-se de convívio são, da partilha e da
abundância que ditava a economia familiar. Havia que ter a
mesa farta para os mascarados e havia que distribuir pela vizinhança. Nós, crianças, disputávamos a tarefa de levar os pratos
à vizinha, bem arranjados e tapados com bonitos guardanapos
do baú, a ver se no prato vazio devolvido vinha uma moedinha,
em jeito de graça.
Reservavam-se os ovos para a doçaria da época: as malaçadas, os
coscorões, os búzios e os “donetes” (há muitos anos que não os
vejo na versão que conheci). As rosas, frito delicado que consume muitos ovos, eram reservadas em minha casa para o dia
de carnaval. Minha mãe fazia-as muito bem, e meu pai fez-lhe
alguns moldes em lata para variar os modelos.
No Domingo Gordo e Domingo Magro já se viam as danças de
Carnaval que desciam à Vila, tal como hoje com as suas piadas
de ocasião.
Durante o Carnaval organizavam-se assaltos. Por tradição era
uma surpresa para uma família. Ás escondidas combinava-se o
dia, o local e a animação. Muitas vezes o “espírito santo de
orelha” alertava o anfitrião forçado, que se preparava descuidadamente e fingia ter sido apanhado de surpresa. Tenho
uma vaga ideia de garagens (ou lojas como então se dizia) enfeitadas com mantas e com caruma no chão, tocadores e
música tradicional, tal como o “balho furado” e o “remo”. Cada
um levava o “comes”, o “bebes” e a sua alegria.
Mais tarde, recordo-me dos assaltos da minha juventude. Já
então se vendiam os cromos dos Beatles e nós dançávamos o
twist e o zorba. Organizávamos os nosso bailaricos de carnaval
durante a tarde, porque os nossos pais não permitiam essas
saídas para essas danças modernas à noite! Os bailes de carnaval do C.A.A. [Clube Asas do Atlântico] e do então Salão
Recreio distavam 3 Km, a proibição dos pais e eram reservados
aos sócios.
Meus pais contavam que o carnaval era muito bonito no
tempo deles. Falavam em bonitos corsos carnavalescos e em
carros alegóricos bem decorados. Diziam que se faziam batalhas de flores, há muito, muito tempo, na nossa ilha.
No meu, só me recordo das incómodas batalhas de água que na
manhã do dia de carnaval nos faziam ficar em casa para não
apanhar com uma lima ou um balde de água. Sorte seria um
“banho de farinha” que também os havia nesse tempo!
Mais pormenores ficam por contar. Mas, geração após geração,
haverá sempre mais e mais alguém para contar, como era bom
o carnaval no seu tempo: com disfarces, batalhas, música e
folia, porque NO CARNAVAL NINGUÉM LEVA NADA A MAL!
na Vila e no Aeroporto, comecei a ter acesso aos bailes. Com
este nome no princípio só havia dois - o do Asas e o do Clube
do Bairro Operário - a que se juntou mais tarde o da Casa da
Música. Mas eram os “assaltos” que colhiam a minha
predilecção. Eram festas caseiras em que na casa deste ou
daquele nos reuníamos para dançar ao som da música de um
gravador ou gira-discos. A paCcipação implicava que cada um
levasse bebidas (alcoólicas de preferência) ou comida. Depois
era escolher um par ou “rodar” a sala. Até encalhar. Aos poucos
ia-se dando com o ritmo tentando evitar a todo o custo as
pisadelas.
Claro que estou a falar de danças em que os perfumes do par
se misturavam e as transpirações se uniam. Foi por essa altura
que, graças a Deus, se começou a vender desodorizante em
Santa Maria. Depois do Carnaval entravam para os mexericos
mais umas quantas histórias que nunca se sabia se Cnha sido
mesmo assim.
Claro que também vinham para a luz do dia mais uns quantos
“sérios” namoricos. Ficaríamos então à espera do baile de Fim
de Ano. Felizes que nós éramos.
ASSOCIAÇÃO JUVENIL DA ILHA DE
SANTA MARIA
2011/2012
ASSEMBLEIA GERAL
PRESIDENTE- Sérgio Cabral
VICE-PRESIDENTE- CrisCna Gonçalves
SECRETÁRIO- João Brandão
DIRECÇÃO
PRESIDENTE- Daniel Gonçalves
VICE-PRESIDENTE- Derrick Sousa
SECRETÁRIO- Rui Brix
TESOUREIRO- Lígia Sousa
VOGAL- Luciana Magalhães
CONSELHO FISCAL
PRESIDENTE- Sandra Moura
VICE-PRESIDENTE- Lucília Figueiredo
SECRETÁRIO- Sofia Monteiro
A Câmara Municipal de Vila do Porto, avisa
todos os interessados deste concelho que,
estão abertas inscrições com vista à
realização de um CURSO DE FORMAÇÃO DE
NADADORES SALVADORES, devendo para
tal ser efectuada a sua inscrição até ao dia
7 de Abril de 2011, no Complexo
DesporCvo de Santa Maria ( das 8h30 às
12h30 e das 13h30 às 16h30)
Para o efeito, informa-se as condições de
admissão ao curso:
Ter idade mínima de 18 anos à data de início do curso;
Ter habilitação literária mínima correspondente à
escolaridade obrigatória (apresentação de cerCficado
de habilitação);
Possuir robustez /sica para o curso comprovada por
atestado médico;
1 fotografia actualizada;
1 fotocópia do respecCvo Bilhete de IdenCdade;
1 fotocópia do Cartão de Contribuinte.
Mais informações contactar:
Ana CrisCna Câmara
Tel: 296 820 000 Tlm: 961880334
Email: [email protected]
Março de 2011
Informação Diversa
"Plenário de Estrasburgo aprova propostas de Luís Paulo Alves para
defesa dos nossos agricultores nos acordos de Comércio Internacional"
O Parlamento Europeu aprovou em
Estrasburgo por proposta de Luís
Paulo Alves uma proposta que
recomenda à Comissão Europeia para
ter em conta as especificidades das
Regiões ultraperiféricas, como os
Açores, no estabelecimento de acordos
internacionais de forma a não
comprometer o seu desenvolvimento.
O Parlamento recomendou ainda à
Comissão Europeia, por aprovação de
proposta do deputado dos Açores, que
sejam revistas as concessões feitas na
preparação de um eventual acordo com
o Mercosul de modo a proteger os
interesses dos nossos agricultores.
Na primeira proposta aprovada, Luís
Paulo Alves considera que "as regiões
ultraperiféricas (RUP) são parte
integrante do território da UE,
aplicando-se-lhes integralmente os
acordos comerciais. Saliento que a
frágil economia das RUP, baseada
fundamentalmente na agricultura e
com produções similares às dos
latino-americanos,
é
parceiros
vulnerável a uma redução dos direitos
aduaneiros e lembro que o artigo 349.º
do TFUE permite adaptar as políticas
comunitárias às realidades geográficas
e económicas destas regiões. Exorto
por isso a Comissão a ter em conta as
especificidades das RUP no quadro das
negociações, a fim de evitar
comprometer o seu desenvolvimento."
Preocupado com a possibilidade de a
agricultura europeia vir a sofrer
impactos muito preocupantes, no
quadro de um acordo com o Mercosul
que descure os seus efeitos sobre o
sector, Luís Paulo Alves considera na
segunda proposta aprovada que "é
necessário rever as concessões de
modo a proteger os interesses dos
nossos agricultores".
08 de Março, 2011- A Eurodeputada
do PSD Maria do Céu Patrão Neves
defendeu ontem em Estrasburgo "a
criação de um Observatório Europeu
de Mar Profundo, num espaço
privilegiado para o efeito como é o dos
Açores".
Durante a sua intervenção em
plenário, a respeito da Estratégia da
UE para o Atlântico, Patrão Neves
afirmou que "os Oceanos e Mares da
Europa devem ser tratados de forma
integrada e articulada, através de um
conjunto de acções adaptados às suas
especificidades".
Para
além
de
apontar
o
"posicionamento
geoestratégico
privilegiado do Atlântico, na fronteira
entre a Europa, África e América e dos
desafios e oportunidades ao nível das
actividades marítimas que daí podem
advir", Patrão Neves sublinhou que
"será ao nível do oceano profundo que
radicará o maior potencial de riqueza
do Atlântico", aludindo aos "recursos
naturais, genéticos e minerais que aí
poderão ser explorados", o que
jusficaria a criação do Observatório
proposto.
Neste contexto, a Eurodeputada
considerou que "ao abrigo da
Estratégia da UE para o Atlântico,
deverão ser implementadas acções de
investigação, desenvolvimento e
inovação tecnológica que assegurem a
gestão sustentável desses recursos".
Patrão Neves interveio mais três
vezes durante a sessão plenária para
falar acerca das Negociações sobre a
renovação do Acordo de Parceria no
domínio da pesca entre a União
Europeia e a Mauritânia, do Relatório
sobre a proposta de regulamento do
Parlamento Europeu e do Conselho
relativo a determinadas disposições
aplicáveis à pesca na zona do Acordo
da Comissão Geral das Pescas do
Mediterrâneo/ CGPM e ainda sobre o
tornado de 17 de Fevereiro que assolou
a região do Norte do país e que causou
1,5 milhões de euros de estragos na
produção hortícola da Póvoa de
Varzim, onde esteve recentemente para
se inteirar dos prejuízos.
Volvidos três anos sobre a crise financeira de
2007, que degenerou na crise económica de
2009, os desequilíbrios que a originaram
encontram-se, maioritariamente, intactos.
Persisti um problema de dívida excessiva nos
EUA e restante mundo anglo-saxónico, bem
como na Grécia, Portugal e Espanha, que tem
como contraponto excessiva poupança na China
e na Alemanha, entre outros.
A manutenção do status quo arrisca-se a
engendrar nova crise, numa sucessão de bolhas
especulativas e de círculos de expansão e
recessão.
Em 2008 e 2009, rapidamente o mundo
acordou, de forma concertada, as medidas para
travar a crise económica, evitando outra Grande
Depressão.
O consenso e acção conjunta foram facilitados
pela ausência de alternativas razoáveis, por todos
os países estarem do mesmo lado e pelo sentido
de urgência imposto pela paralisação dos
mercados financeiros e das trocas comerciais.
Se não tivessem tido adoptadas políticas
monetárias e orçamentais expansionistas
globalmente, o perigo de depressão iminente era
considerável. Recorde-se que comércio
internacional nos primeiros meses de 2009 caiu
mais de 25%.
Presentemente, reconhece-se a necessidade de
redução do endividamento de alguns países.
Contudo, sem apoio dos países com excedentes
externos, essa correcção passa necessariamente
pela contracção da procura global.
A propósito, relembre-se que as batalhas
cambiais ou desvalorização competitivas tiveram
sempre o mesmo resultado: contracção da
procura por diminuição do poder de compra e
deflação.
Se o mundo não optar, no futuro próximo, por
soluções políticas cooperativas, que permitem
aos países endividados reduzirem o seu nível de
alavancagem progressivamente, a economia
mundial arrisca-se a uma contracção a prazo.
Porém, ao contrário de 2008 e 2009, este risco
não é manifesto, o que dificulta a obtenção de
consensos políticos.
Outro aspecto que obstaculiza a convergência
de vontade no momento actual prende-se com
alterações do jogo de forças pisolíticas mundiais
(também dentro da área do euro) com a ascensão
das economias emergentes, reconfigurando o
mundo.
Os EUA, com a adopção de um plano de
aquisição de dívida pública pela Reserva
Federal, com o objectivo de assegurar um dólar
debilitado, sinalizaram a intenção de lançar mão
de todos os instrumentos disponíveis para
promoção de uma correcção suave dos
desequilíbrios internos.
Adicionalmente, relembraram que dispõem de
argumento pesado para resolução de desajustes
externos a contragosto de terceiros. O dólar
ainda é a principal reserva de valor mundial e a
repetição do fim da convertibilidade da moeda
americana é possível.
Sem surpresa, as autoridades chinesas e
alemãs manifestaram o seu desagrado com a
política americana, reputando-a de acto
inaugural de batalha cambial.
Noutro contexto, Grécia, Irlanda, Portugal e
Espanha carecem de tempo para ajustar os seus
défices externos excessivos: o reverso dos
défices públicos.
Esta correcção exige ganhos de
competitividade os quais demoram a
materializar-se e poderiam ser facilitados
mediante diferenciais de inflação negativos face
à Alemanha.
Para tal, o BCE deveria levar a cabo políticas
monetárias mais expansionistas que o exigido
pelo ciclo económico germânico e algumas
regras de integração de mercados deveriam ser
suspensas temporariamente naqueles países.
Mais, dever-se-ia rapidamente apresentar o
enquadramento da gestão de crises de dívida
soberana na UEM para além de 2013,
esclarecendo as condições de resgate.
A evolução da actividade económica global
nos tempos mais próximos depende da
capacidade das economias, no âmbito do G 20 e
no seio da UE, adoptarem posturas políticas
cooperantes.
Impõe-se que, no curto prazo, alguns estejam
dispostos a perder um pouco em prol de um
futuro melhor comum.
Orlando Fernandes
Patrão Neves defende em Estrasburgo criação de
Observatório Europeu de Mar Profundo nos Açores
A CAPACIDADE DAS ECO%OMIAS
ANÁLISE NACIONAL
17
Multi-nacional americana
quer fazer do arquipélago um
exemplo a nível mundial
Atkins aposta no
mercado açoriano
A Atkins Nuticionals, Inc,
multinacional norte-americana de
produtos alimentares que disponibiliza
uma metodologia continuada para a
perda e gestão de peso, está a apostar
no mercado açoriano, onde está a
investir 200 mil euros. A empresa tem
já fechadas parcerias com a
distribuição local, nomeadamente com
o Modelo, HiperSol e Super Guarita,
num total de 40 pontos de venda em
todas as ilhas.
A Atkins, também conhecida como
dieta das celebridades, aposta num
regime de alimentação com reduzidos
hidratos de carbono. Para tal, foram
criados vários produtos de suporte à
dieta, desde batidos, barras de cereais,
farinha para pão e muesli, que estão
agora à disposição dos açorianos. O
investimento incidiu na entrada dos
produtos nas lojas e em acções
promocionais junto dos clientes.
As razões que levaram os
responsáveis da marca a investir nos
Açores prendem-se com a sua
proximidade e afinidade historia e
cultural com os EUA, com o facto de
ser uma das regiões mais promissoras
em Portugal e de a marca já ser
conhecida pelos açorianos. Até ao final
de 2011, os responsáveis da marca
esperam facturar meio milhão de
euros.
Para João Bravo da Silva, directorgeral da empresa para a Europa do Sul,
“ dada a importância do mercado
açoriano nos produtos de grande
consumo, decidimos apostar nos
Açores para criar um caso de exemplo
mundial. Queremos ser líderes na
categoria de gestão de peso em
Portugal e, por isso, traçamos os
Açores como uma região prioritária”.
Os produtos Atkins estão em
presentes em mais de 30 mil
localizações em todo o mundo e
entraram em Portugal Continental em
2010.
Pedro Romão
Censo de Milhafres:
Um voo de fim-de-semana!
A Sociedade Portuguesa para o
Estudo das Aves (SPEA) organiza nos
próximos dias 26 e 27 de Março o VI
Censo de Milhafres no Arquipélago
dos Açores. Mais uma vez, a
colaboração dos voluntários será
fundamental.
O conhecido Milhafre ou Queimado,
terá assim um fim-de-semana só para
si!
18
Carta do Canadá
UM FORTE SI%AL
Vendo o desatino que varre a capital do perdido império, facilmente se concorda com o velho
ditado popular: casa onde não há
pão, todos ralham e ninguém tem
razão. É um exercício penoso
abordar a chamada grande comunicação social através dos seus
meios habituais: televisão, rádio,
jornais e internet. Reina a barafunda, a confusão, o diz-que-dizque, o boato transformado em
facto político, a intriga, a pequena vingança, a maledicência
pura e dura, a vaidade e a mediocridade mais confrangedora. Nenhuma ideia que valha a pena
agarrar e fazer crescer, salvo
raras excepções. Fico sempre
convencida que, para os de Lisboa, o resto do país não existe.
Com rara teimosia, em
pequenos e esporádicos apontamentos, o Portugal Profundo, o
País Real, aparece fugazmente
depois de muito esbracejar. Receio que, nos estados maiores da
política e do jornalismo oficioso,
não deiam por isso. Porque esses
fugazes apontamentos dizem-nos
que largos milhares de famílias
trabalham esforçadamente para
se sustentarem e ajudarem os
mais precisados, cumprem os
seus deveres, não deixam parar o
país e apostam no seu ressurgimento sem quererem saber de
partidos nem de velhos do Restelo. Milhares de jovens bem preparados aguentam firme o
desemprego e esperam, sem
hinos de glória à parvoíce e à rasquice, o momento de darem o seu
melhor nas empresas e escolas. E
sabem que vão dar.
Recentemente, o Prós e
Contras da RTP pôs um grupo de
empresários frente a frente com
o país todo, incluindo os cinco
milhões da emigração. Mostraram-se a nós tal qual são: pessoas
competentes, honestas, independentes, cultas, que dão tudo por
tudo para que, através de maior
produção e exportação, o país vá
saíndo lentamente do buraco europeu em que está metido. Estão
a conseguir, porque apostam
forte na modernização, na ligação íntima entre a empresa e a
universidade (ou a escola de
modo geral), na formação profissional, no trabalho árduo e na esperança que não morre. Tenho a
certeza que todos eles terão, algumas vezes, críticas a fazer ao
Escreve o Leitor
Fernnanda Leitão
governo, mas não duvido, depois
de os ter visto e ouvido, que as
farão entre pares, de modo discreto e construtivo, tendo em
vista a delicada situação do país e
as garras afiadas do circuito financeiro internacional. São educados, têm civismo, não são
merceeiros da República com a
sua avidez e má criação.
Foi uma lufada de ar
fresco essa noite. Aqueles senhores trabalham no País Real, entendem-no, e vice-versa. Pena é
que apareçam tão pouco. A televisão devia trazê-los ao povo
mais vezes, porque são um bom
exemplo e um grande motivo de
esperança.
«CONHECER O CANCRO»
Cancro nos Açores: a guerra dos números
Espera-se que dados produzidos
por um registo oncológico de base
populacional traduzam a real
incidência da doença na respectiva
população abrangida pelo registo.
A esta medida dá-se o nome de
“exaustividade”.
Isto é importante, pois significa que
“casos registados” aproximar-se-ão
tanto mais da totalidade dos “casos
diagnosticados” quanto maior for o
grau de exaustividade. Contudo,
surge a questão: poderão os “casos
registados” ser em número superior
aos “casos diagnosticados”? Sim,
podem. Mas, nesta situação,
significa que existem casos
duplicados que não estão a ser
devidamente identificados e que
estão ambos a ser registados, apesar
de corresponderem a um só caso.
O grau de exaustividade e a
capacidade de identificação de
duplicados constituem alguns dos
pilares fundamentais num registo
oncológico, dado que, do seu
apuramento, depende a qualidade
da informação posteriormente
publicada.
Vem isto a propósito dos dados
recentemente divulgados pelo
Centro de Oncologia dos Açores,
instituição do Serviço Regional de
Saúde
que
detém
a
responsabilidade do Registo
Oncológico de toda a Região,
relativos à incidência do cancro nos
Açores no período 1997-2006.
Os mais curiosos e interessados
nestes dados (disponíveis em
www.azores.gov.pt – Governo
Regional – Secretaria Regional da
Saúde – Centro de Oncologia dos
Açores) poderão perguntar: porquê
separar os sexos? É uma boa
pergunta e as respostas são várias.
Em primeiro lugar temos,
obviamente, cancros que são
específicos de cada género, como
os do corpo do útero (196 novos
casos) e ovário (133 novos casos), e
os da próstata (978 novos casos) e
testículo (28 novos casos). Em
segundo temos cancros que, mesmo
não sendo específicos, incidem
essencialmente num dos sexos, como
o cancro da mama (999 novos casos
na mulher e 10 no homem). Em
terceiro temos, de alguma forma,
cancros
cuja
causa
passa
necessariamente pela presença e
acção de determinados agentes
biológicos, como é o caso do HPV
(sigla
do
inglês
“Human
Papillomavirus”)
no
desenvolvimento do cancro do colo
do útero (164 novos casos). Por
último temos cancros que estão
fortemente relacionados com
determinados hábitos, como o
consumo de tabaco, que continuam a
ser mais prevalentes no sexo
masculino do que no feminino. Neste
último exemplo temos os cancros do
pulmão (984 novos casos no homem
e 118 na mulher), da bexiga (302
novos casos no homem e 63 na
mulher), da laringe (239 novos casos
no homem e 7 na mulher) e do
conjunto da cavidade oral, incluindo
lábio e faringe (427 novos casos no
homem e 63 na mulher).
É sobretudo devido a este último
ponto que se verifica uma diferença
de incidência do cancro no homem
relativamente à mulher, dado que, no
total dos cancros (incluindo muitos
outros que não foram acima
mencionados), foram registados
5018 e 3447 novos casos no período
1997-2006, respectivamente.
Esta informação é respeitante a um
período de 10 anos, relativamente
extenso numa lógica de divulgação
estatística,
mas
claramente
insuficiente do ponto de vista da
etiopatogenia da doença (etio – causa
ou origem; patogenia – mecanismo
de desenvolvimento).
Aliás, num espaço de 5-10 anos, ou
até mais, se considerarmos, por
exemplo, cancros como o da
próstata, muito difícil e raramente se
observa um aumento da incidência
do cancro numa população associado
a um real acréscimo do risco. Se é
verdade que isso pode ocorrer –
pense-se por exemplo nos
sobreviventes
dos
desastres
nucleares ou das bombas atómicas
no Japão, que, de uma só vez,
ficaram expostos a doses maciças de
radiação ionizante, por si só
cancerígena – o certo é que na
maioria dos casos o aumento da
incidência não é mais do que
expressão de uma melhor capacidade
de diagnóstico e identificação da
doença.
Também hoje, estamos muito mais
alertados,
sensibilizados
e
informados do que alguma vez
estivemos, sendo de esperar que este
fenómeno aumente e não diminua.
Ou seja, não é só por causa da
introdução de mais exames
complementares de diagnóstico que
mais cancros são detectados; é
também por causa do vizinho da
frente que nos aconselha a medir os
níveis de PSA no sangue (sigla do
inglês “Prostate Specific Antigen”),
da colega de trabalho que nos conta
que foi convocada para o rastreio de
cancro da mama, ou do irmão mais
velho que nos convence a fazer um
check-up geral.
Tudo isto, associado a dois
fenómenos incontornáveis, o da
maior longevidade (no Japão já
ultrapassa os 80 anos, em Portugal
estamos nos 78) e o do aumento
populacional (seremos cerca de 8.3
biliões em 2030), deverá constituir a
principal causa para o acréscimo do
número de casos de cancro
registados em anos mais recentes do
período 1997-2006 (os dados ano a
ano também estão disponíveis em
www.azores.gov.pt), bem como nos
próximos anos.
Estas são as interpretações possíveis.
Outras poderão ser feitas, mas
carecem, presentemente, de qualquer
fundamento.
Gonçalo Forjaz
Março de 2011
Cheiro de Maré
A Ilha do Sol acorda com uma
agitação diferente… Sotaques diversos passeiam-se pela Vila do
Porto… Miúdos e graúdos, de
mochilas às costas e de saco
cama nos braços, caminham em
passo apressado com destino à
Praia Formosa... Tudo isto é sinal
de que chegou o tão esperado
fim-de-semana do Festival Maré
de Agosto! Ao chegar à praia a
confusão aumenta um bocadinho, mas nada que faça desanimar quem se desloca, com um
sorriso e uma expressão ansiosa
como bagagem, para um dos festivais mais antigos de Portugal.
Para a maioria, a montagem das
tendas é o passo a seguir. Alguns
sortudos já têm essa tarefa executada, pois foram cautelosos ao
ponto de fazer a sua armação
com antecedência. Depois desta
tarefa cumprida, há sempre lugar
para tocar ou ouvir um bocado de
jambé, cantar, dar umas boas gargalhadas e fazer amizade com os
novos “vizinhos”. Após um
banho, nas águas límpidas da
praia, e uma sandes para enganar a fome, as pessoas começam
a preparar-se para entrar no recinto. As portas abrem pouco depois do Sol se esconder e os
primeiros começam a entrar, com
bastante organização e supervisão, naquele pequeno espaço que
abriga uma das maiores maravilhas da ilha. O facto de se poder
ver o palco e a magia que ele
transmite, mesmo antes da movimentação dos músicos, faz com
que toda a gente já se sinta mais
perto dos fantásticos dias que
irão viver. Nem o cansaço, nem
o sono, nem o calor fazem com
que abdiquem de um lugar bem
à frente, ou de um cantinho junto
ao bar, onde possam desfrutar de
momentos de muita música, alegria e boa disposição junto dos
seus companheiros de folguedo.
Estes são os momentos em que o
“cheirinho” começa a ser sentido
por quem inicia mais uma de
muitas Marés, ou apenas a primeira de várias. Que hajam mais
Marés que marinheiros!
RECEITAS
Sara Lemos
Nesta edição vou dar especial atenção ao peixe a pedido do
leitor Ricardo Sousa .
Espero que apreciem! Bem Hajam!
Dourada Picante ao
Vapor com Molho de
Anchovas
%élia Andrade
I%GREDIE%TES
1 piripiri vermelho, 1 dente de
alho, 1 limão, 1 ramo de
grelos, 4 postas de dourada,
Sal e pimenta q.b., 3 filetes de
anchova, 2 colheres de sopa
de azeite + 1 dente de alho
PREPARAÇÃO
Limpe o piripiri de sementes e
corte-o em rodelas. Pique o
alho descascado e corte o
limão em dois e corte-o em
rodelas finas.
Disponha os grelos na parte
superior de uma panela a
vapor. Disponha por cima as
postas de dourada, as rodelas
de limão e o piripiri. Tempere
com pimenta do moinho
(pouca). Tape a panela e leve
a cozer durante 8 a 10
minutos.
Para o molho junte as
anchovas, o alho e o azeite no
liquidificador e adicione ½ dl
de água. Triture tudo e sirva
com o peixe.
ATE%ÇÃO:
este prato pode ser bastante
forte para as pessoas não
habituadas
a
temperos
picantes ou salgados. Contem
o piripiri e as anchovas que
são dois produtos muito
apimentados e salgados.
Bom Apetite!
O Clube Motard de Santa Maria em parceria com a Asociação Humanitária Bombeiros Voluntários de Santa Maria leva a
efeito no próximo dia 27 de Março de
2011, pelas 14H30, um WorkShop sobre
“Noções de Suporte Básico de Vida”.
AsinscriçõesserãoparasóciosdoCMSMe
estão abertas até dia 23-03-2011, para os
números: 912552752 ou 914208930.
Email: [email protected]
Março de 2011
Escreve o Leitor
VERDADE OU CONSEQUÊNCIA?
19
“Os psicólogos são psiquiatras com menos formação”
Esta foi a resposta de uma aluna, aquando da
visita dos alunos do Secundário ao sítio onde
trabalhava, quando perguntei “O que é um
psicólogo?”. A resposta não é verdade, sendo
consequência de uma clara confusão entre a
Psicologia e a Psiquiatria, questão esta que
me parece ser uma dúvida que a maioria das
pessoas tem. Tal é compreensível, pois apesar de serem áreas de conhecimento diferentes, ambas têm como objectivo prevenir ou
reduzir o impacto dos problemas psicológicos na vida das pessoas.
Em primeiro lugar, a diferença entre estas
duas áreas de conhecimento começa com a
formação académica que recebem. Um psi-
cólogo tem um curso em Psicologia, durante
o qual escolhe a especialidade. Por sua vez,
um psiquiatra tem uma formação inicial de
Medicina, fazendo a especialização em Psiquiatria. Claro que o facto de ambos terem
formações distintas, tem implicações ao
nível do tratamento. A intervenção do psiquiatra é essencialmente medicamentosa, ou
seja, se alguém procura um psiquiatra porque sofre de ansiedade, o psiquiatra irá passar uma medicação com a finalidade de a
reduzir ou controlar o impacto dos seus sintomas. Por sua vez, um psicólogo não pode
receitar medicação. O seu trabalho passa por
recorrer a estratégias, delimitadas em conjunto com o paciente, para resolver os pro-
blemas apresentados. Voltando ao exemplo
da ansiedade, se a pessoa evita locais por se
sentir ansioso, se sente triste com isso e/ou
tem pensamentos que o fazem ficar mais nervoso, os psicólogos tentam com o cliente arranjar formas desses problemas diminuírem
ao ponto de as pessoas conseguirem funcionar com normalidade. Ou seja, um psicólogo
tem como objectivo reduzir os comportamentos, emoções e/ou pensamentos que
estão a causar problemas/desconforto na vida
da pessoa no momento.
Segundo Lopes (2005), esta violência
apresenta uma tipologia diversa de manifestação, desde as agressões físicas, morais a ameaças, danos materiais, roubos,
difamações ou mesmo exclusão da vítima
de actividades e de contextos grupais da
escola. As crianças vítimas, também designadas de alvos-passivos, apresentam no
geral falta de recursos para reagir, manifestam insegurança, baixa auto-estima e
dificuldades em procurar ajuda para combater o problema. Ao invés, as crianças
agressoras, denominadas na literatura por
autores típicos, são geralmente impulsivas,
confiantes, tem uma necessidade imperiosa de dominar, satisfação em provocar
danos e vêm esta conduta como uma
forma de alcançar prestígio e popularidade
junto do seu grupo de pares.
Tendo em conta as consequências no desenvolvimento psicossocial tanto das
crianças vítimas, como das agressoras, é
de ponderar que a violência escolar constitui uma das grandes ameaças ao desenvolvimento integral das crianças, e é
muitas vezes, desencadeadora de desajustamentos e comportamentos desviantes na
vida futura.
Considerado como um
problema universal, tornar-se-á urgente
envolver toda a comunidade escolar em
acções continuadas de sensibilização contra a violência, no sentido de encontrar estratégias para promover as amizades,
desenvolver sentimentos de solidariedade
e de respeito pelas diferenças e pela identidade pessoal, ideais estes, tão proclama-
Assim, apesar da Psicologia e a Psiquiatria
serem áreas diferentes, nomeadamente na
forma como intervêm, são ambas importan-
Bullying, a violência na Escola 1
Porque é da opinião geral “que a violência
multiplica violência”, não será de mais
lançar temas como este, para que de alguma forma, se pense um pouco sobre o
mesmo.
O Bullying tão debatido nos meios de comunicação social, tem sido alvo de grande
preocupação dos pais, educadores e comunidade escolar em geral, não só pela
agravante do número de casos verificados
nos meios escolares, mas pela intensa
agressividade que estas atitudes despoletam nas crianças. O designado Bullying
manifesta-se por um conjunto de atitudes
agressivas de carácter intencional e repetitivo, na qual é evidente uma relação desigual de poder entre a criança que agride e
a que é agredida.
Verso s S o l t o s
Se o tempo voltasse atrás
Oh meu Deus que bom seria
Para devolver-me a paz
Que no passado vivia
Este pedido te faço
Com sentimento profundo
Dá-me de novo um abraço
Com a dimensão do mundo
Todo aquele que não ama
É infeliz criatura
Sente o tormento em chama
Arrastá-lo à sepultura
Foste a origem, amor
Desta tristeza sem fim
Porque roubaste a flor
Mais linda do meu jardim
Se eu nasci para amar
O que posso eu fazer
Se só amor quero dar
Sempre e sempre até morrer
Merecem certa atenção
Eu disso tenho a certeza
Os ditames do coração
Dotados por natureza
No amor e na tristeza
Nascem profundas raízes
Que trazem aos infelizes
A sua maior nobreza
Foi chamada do divino
Para seguires teu destino
Até à casa paterna
Aonde habita o bom Jesus
Pregado na Cruz
Para te dar vida eterna
Aí não há constrangimentos
Não há dores nem
sofrimentos
Tudo é pureza e bondade
E ao dar-te o último adeus
É tudo o que peço a Deus
Ver-te na eternidade
( c o n t i n u a ç ão )
Ser labrego é ser diferente
Do resto da outra gente
Que a ilha viu nascer
E na sua simplicidade
É quase nula a maldade
No seu modo de viver
Magia doce magia
Envolta na felicidade
Era tudo o que sentia
Na distante mocidade
Agora só nostalgia
Envolta na saudade
Dessa vida que vivia
No tempo da mocidade
Num passado já distante
Que vivi tão radiante
A risonha mocidade
Nem pensava que surgisse
A minha triste velhice
No decorrer da idade
Quero voltar a ser menino
Quero sentir aquele abraço
Que me deste em pequenino
No calor do teu regaço
As cinzas encobrem lume
De um amor que acabou
E também muito ciúme
Pela pessoa que amou
Tudo podes com bater
Até mesmo a tentação
Mas jamais irás vencer
A força da comoção
Brenda!
Tu eras a prenda
De teus pais preciosidade
E quando Deus te chamou
Para eles só ficou
A eterna saudade
Toda esta minha fraqueza
Reconheço-a com certeza
E com desgosto profundo
Se a não posso emendar
Como poderei pensar
Tentar corrigir o mundo
Fraquezas dos seres hum
anos
Assim como os desenganos
Atingem o fraco e o forte
Se entranham nas nossas
vidas
Jamais serão corrigidas
Até ao dia da morte
tes e podem-se complementar no sentido de
ajudar as pessoas a resolverem os seus problemas, e que actualmente as impedem de
viver a sua vida da forma que desejam.
Dr.ª Joana Loura
Mestrado Integrado em Psicologia Clínica
E-mail: [email protected]
dos nos dias de hoje, e que infelizmente,
de forma gradual, têm vindo a perder o seu
valor intrínseco.
Por uma escola segura e saudável… Não
deixe que a violência se multiplique!
Vânia Chaves (Assistente Social)
Se te julgas um poeta
Meu amigo podes crer
Que não passas de um pateta
Quando o pretendes ser
Com garra se vence a luta
Ao ter como perspectiva
Uma força absoluta
De querer vencer na vida
Quando fico a cogitar
Me sinto tão radiante
Reviver no recordar
O meu passado distante
Nos seus passos vacilantes
Recorda tempos distantes
Porquê tantos preconceitos
Que a sua terra deixou
Houve o meu conselho amigo Com ambição desmedida
Se te julgas sem defeitos
Duma refulgente vida
Deixa os meus viverem
Que nunca concretizou
comigo
Vai assim a caminhar
Neste mundo atribulado
Sobre a neve a tactear
Onde só reina a loucura
Indiferente ao que o rodeia
O ser humano frustrado
Só na sua mente sente
E sem esperança de cura
O bater suavemente
Todo o ser humano sofre
Dos sinos da sua aldeia
No decorrer da sua vida
Sem poder fechar no cofre
Vida cheia de folguedo
Toda a decepção sentida
De criança sem maldades
Sem sentir receio nem medo
Não quero sentir ilusões
Do mundo as atrocidades
Não quero sentir a revolta
De viver recordações
Ermida da piedade
Do passado que não volta
Te recordo com saudade
E com emoção desmedida
Cansei de dar tanto amor
És parte do meu passado
E por não ser correspondido Desse passado adorado
Ficou-me a cruel dor
O melhor da minha vida
No coração deprimido
Tinha então a alma pura
É tão fácil revelar
E se uma vontade insegura
Dolorosos sofrimentos
Me impulsionasse à tentação
É tão difícil ocultar
Nessa capelinha entrava
Torturantes sentimentos
E à Santa Virgem rogava
Pela sua protecção
Vivia com simplicidade
Nessa feliz mocidade
Que tão depressa acabou
E a fé na divindade
Da Virgem da Piedade
Até o tempo a levou
Quem és tu felicidade
Não serás só ilusão
Se fosses realidade
Não te procurava em vão.
Olho com deslumbramento
E ouço o rugir do vento
A formar ondas no mar
Com furor tão intenso
Que a costa de São Lourenço
Parecem querer tragar
Mas ao entrarem na baía
Assim como por magia
Ou força da natureza
Se acalmam e serenamente
Vão abraçar ternamente
Tão fascinante beleza
Eu não quero contestar
Este ou aquele lugar
Que Santa Maria encerra
Mas Malbusca os teus
encantos
São os mais belos recantos
Existentes nesta terra
Ao teu lado está o mar
Sempre a querer-te abraçar
Com suas ondas tamanhas
Panorama radiante
Que contraste fascinante
Entre o mar e as montanhas
ESOJ LABRAC ATSITAB
ACSUBLAM
(Continua na próxima edição)
A Polémica “Campo de Golfe “
20
Opiniões
Março de 2011
O Campo de Golfe para a ilha de Santa Maria consta do Plano de
Ordenamento Turístico da Região Autónoma dos Açores (POTRAA) que,
conforme consta do documento, define como objectivo global o
desenvolvimento e afirmação de um sector turístico sustentável, que garanta
o desenvolvimento económico, a preservação do ambiente natural e humano
e que contribua para o ordenamento do território insular e para a atenuação da
disparidade entre os diversos espaços constitutivos da região.
Para Santa Maria o POTRAA aponta no quadro estratégico de referência
“praia , golfe, natureza”. O golfe aparece também em São Miguel e no Faial.
O lançamento do projecto do Campo de Golfe em Santa Maria decorre
depois do POTRAA ter sido submetido à discussão publica e aprovado na
Assembleia Legislativa Regional. A petição, nesta altura, dirigida ao
Presidente do Governo Regional e ao Presiente da Assembleia Legislativa
Regional dos Açores, solicitando medidas que visem o cancelameno imediato
do projecto é extemporânea, irrealista e muito má para Santa Maria.
No sentido de levarmos ao conhecimento dos nossos assinantes esta polémica,
vamos transcrever os fundamentos da petição e as reacções que nos chegaram
de diferentes quadrantes.
Os autores da petição dizem que o fazem pelos seguintes motivos:
haver provas evidentes e suficientes que o Golfe não é um investimento rentável nos Açores;
investir no Golfe não garante o sucesso de políticas de turismo sustentável atacando o estatuto que as ilhas dos Açorees alcançaram
como destino turístico, precisamente por causa dessas políticas;
ser um projecto que contraria as medidas de contenção do investimentio público, estando orçamentado em quinze milhões de euros,
sendo que dois terços desse valor se esgotam apenas na aquisição de terrenos e devidas indemnizações o que , por si só, vai inflacionar
drasticamente o valor dos prédios rústicos em toda a ilha;
não ter sido apresentado um Estudo de Impacto Ambiental;
ser o projecto um atentado ambiental a um conjunto de terrenos com os solos mais férteis da ilha;
não haver garantia que se auto-sustente em termos de necessidade de água;
poder a Sociedade Ilhas de Valor canalizar este investimento para outras áreas que fomentem o desenvolvimento sustentável.
%a verdade o projecto do Campo de Golfe da ilha de Santa Maria não nasce por obra e graça do Espírito Santo. Houve marienses e empresários que se empenharam
para que o Governo Regional optasse por Santa Maria. Também não foi uma opção fácil para o Governo Regional. Daí a reacção de um grupo de pessoas ligadas,de
certo modo, ao projecto e ao partido socialista, que , em conferência de imprensa, realizada no hotel Colombo, contra argumentam e da seguinte forma:
1. O Golfe constitui uma actividade de interesse estratégico para
a afirmação dos Açores, enquanto destino turístico, sendo
imprescindível à qualificação do turismo da Região,
complementando a nossa oferta nesta área. Este é um aspecto que
tem vindo a ser reiterado pelo Governo Regional e que se encontra
plasmado no Plano de Ordenamento Turístico dos Açores
(POTRAA).
2. Existem estudos claros que referem que o Golfe nos Açores é
um desporto rentável desde que exista um circuito de pelo menos
4 campos na Região. Assim sendo, atendendo a que já existem 3
campos de golfe, defendemos que o próximo, seja construído na
ilha de Santa Maria, e não noutro local. Ou seja, a construção de
mais um Campo de Golfe nos Açores será fundamental para a
criação de condições de atractividade e para o incremento do
sucesso da modalidade, podendo criar-se um circuito de golfe
regional.
3. Ao contrário do que se tenta fazer passar, o praticante de
Golfe é alguém que se preocupa com aspectos ambientais e de
património natural e edificado. O turista que vem praticar Golfe
para os Açores não só aproveitará as condições de prática deste
desporto, como apreciará toda a restante oferta, desde os
desportos marítimos, a nossa paisagem e o nosso valioso
património natural e cultural.
4. É falso afirmar que não existe estudo de impacte ambiental
para o projecto do campo de golfe na ilha de Santa Maria, estando
a decorrer a tramitação legal do mesmo. Este estudo foi realizado
por pessoas com elevados conhecimentos técnico-científicos e
experiencia na área, sem qualquer ligação à administração
pública e contou com a colaboração de vários membros da
comunidade local. Refira-se que, de acordo com o estudo, o
Campo de Golfe de Santa Maria é auto-sustentável quanto ao
consumo de água, não interferindo com a rede de abastecimento
público, cumprindo assim com as disposições do Plano Regional
do Ordenamento do Território dos Açores (PROTA).
5. O investimento total que será feito na construção do campo
de golfe de Santa Maria será de cerca de 15 milhões de euros, em
que mais de 50% serão comparticipados por fundos comunitários
através dos apoios previstos para a área do turismo, não sendo
passível de ser utilizados em outras fins, nomeadamente área
social, ambiente, saneamento básico, ou outros. Há que ter em
conta que parte do referido orçamento destina-se à aquisição de
terrenos, que pertencem a proprietários e/ou utilizadores
marienses. Ou seja, será dinheiro que entra na ilha e fica em Santa
Maria, podendo ser injectado na economia local, não se
percebendo, por isso, de onde advirão desvantagens desse facto,
como é referido na petição.
6. Investir no Campo de Golfe em Santa Maria, não invalida
que não se façam outros investimentos nas áreas sociais e
económicas, como aliás tem vindo a ser realizado na ilha;
7. A construção do campo de golfe de Santa Maria será um
investimento complementar e de efeito multiplicador em termos
de rentabilização de outros investimentos já efectuados, públicos
e/ou privados, tais como as unidades hoteleiras e turismo de
habitação, a restauração, as empresas marítimo turísticas, de
transportes de aluguer com ou sem condutor, entre outros. Poderá
ainda potenciar as iniciativas locais da responsabilidade das
associações culturais e recreativas, fomentar o ecoturismo e o
comércio local, sendo ainda potenciador de dinâmicas do sector
da construção civil, quer na sua fase de construção, quer
posteriormente em projectos imobiliários.
8. Ao contrário do que os promotores da petição contra o campo
de golfe em Santa Maria, querem fazer crer, e dada a natureza do
projecto, há que ter em conta que a utilização dos solos não ficará
em nada comprometida;
9. A construção do campo de golfe em Santa Maria será
importante na criação directa e indirecta de emprego, um aspecto
que foi esquecido pelos proponentes da referida petição,
descurando a mais-valia que poderá ter na fixação de jovens na
nossa ilha;
O PS de Santa Maria considera benéfico e de extrema
importância todas as formas de participação cívica dos marienses,
que conduzam à discussão dos assuntos da ilha, não concordando
no entanto, nem com os argumentos nem com as motivações dos
promotores desta petição;
Convidam-se ainda as forças vivas da ilha, partidárias ou não,
a manifestarem a sua posição clara e inequívoca, quanto a esta
matéria, em nome da transparência e do esclarecimento da
população Mariense;
Por fim, o PS Santa Maria, nas diversas instâncias em que se
encontra representado e mandatado pelos marienses, continuará
a defender os interesses da ilha, colocando-a sempre em primeiro
lugar, em prol do desenvolvimento sustentável e na promoção da
qualidade de vida dos marienses.
Mas Daniel Gonçalves , o primeiro signatário da petição, acha que está, no caminho certo, e invocando direito de resposta toma a defesa da petição e da seguinte forma:
Dizer que os marienses estão acomodados à sua vidinha e que
não se importam com o seu futuro é um insulto. Infelizmente há
gente que pensa assim. As pessoas importam-se e muito,
manifestam-se é de formas diferentes.
A maior parte dos marienses luta para ter uma vida condigna.
Luta para manter os seus empregos mal pagos e trabalha que se
farta. Mal tem tempo para se importar com o que os outros pensam
de Santa Maria. Mas quando percebe que quem tem tempo para
estas coisas anda a brincar... há um espírito que se revolta.
Depois temos os marienses com cargos políticos. Essa franja
interessante de pessoas que tem a responsabilidade de lutar pelo
melhor da ilha. Interessante, dizemos, porque uns estão de um lado
e outros estão do outro. $o meio deles há o tempo que se perde um
guerrinhas e inócuas trocas de acusações. Uma geração que caíu
e outra que se levanta, a custo.
Os políticos do PS fazem a apologia natural das políticas do
Governo Regional. Esse não tem feito outra coisa a não ser olhar
pelo bem da nossa ilha. Em parte não há ironia nessa frase. Muito
investimento foi feito, é verdade. Todavia, nos últimos dez anos
( Continua na página seguinte)
A Polémica “Campo de Golfe”
Março de 2011
(Continuação)
acentuou-se o decréscimo da população, o êxodo de jovens e a
ruína do que sobrou do império do aeroporto.
A recente resposta do PS de Santa Maria à petição que solicita
o cancelamento da Construção do Campo de Golfe, só vem provar
a teoria que o Governo Regional, em algumas matérias sofre do
síndrome ICT – irresponsabilidade, cegueira e teimosia. $o caso
do golfe isso é alarmante. Dizer que três campos de golfe não são
viáveis, mas quatro é que sim... enfim, revela uma propensão
trágica para a matemática dos desastres. Mas isso é estratégia! E
é estratégico que esse quarto campo de golfe seja construído em
Santa Maria. Muito bem. Estamos mesmo a ver.
O comunicado do PS Santa Maria acusa a petição de assentar
em falsidade quando esta afirma que não foi apresentado um
Estudo de Impacto Ambiental. Dizem que está a decorrer a
tramitação legal do mesmo. Ora um processo em curso não é um
processo concluído e um processo em curso não pode ser
apresentado publicamente e é isto que a petição releva. Os
marienses têm direito, oportunamente, a conhecer esse estudo. E
não pomos em causa, como o comunicado parece querer fazer, a
21
Opiniões
legitimidade desse estudo, mesmo que na mesma mesa dos
comunicantes se sente um ilustre defensor das questões ambientais
de Santa Maria, elemento certamente ouvido e tido em conta nesse
estudo. E não basta dizer que o campo de golfe não compromete
os solos. É preciso sustentar essa ideia. Senão é tão válido como
dizer o contrário.
O comunicado do PS tem uma virtude, pelo menos. Afirma que
o praticante de golfe é um apreciador da natureza e do património
cultural. Pena é que se invista tão pouco na preservação desse
património. A casa rural mariense está longe de ser protegida. O
centro histórico, apesar dos esforços, continua largamente em
ruína. As zonas balneares não têm uma qualidade equiparável com
a beleza e qualidade das praias. O património fossílifero está
inacessível à maioria das pessoas e desprotegido do saque,
mormente feito por cientistas com rebarbadeiras na mão,
legitimados pelo Governo Regional.
Temos uma história rica demais para se obliterar no
esquecimento. O facto de ter sido aqui que começou a descoberta
e povoamento dos Açores e a afirmação dos Açores como ponto
estratégico no Atlântico devia ser tido em conta para dotar Santa
Maria de atracções dignas dessa história. Ou com núcleos
museológicos dedicados ou com um parque temático.
$inguém no seu perfeito juízo pode advogar que não há
benefício algum com a magnitude de um investimento destes.
Sabemos bem que grande parte do dinheiro fica cá, quer com a
aquisição dos terrenos, quer com a própria construção do campo.
O que pomos em causa é a sustentabilidade do mesmo, a
estratégia. A oportunidade do investimento numa altura em que
há tantas carências em áreas da saúde e do apoio social, por
exemplo. Porque a maior parte das pessoas que se opõe a esta
petição afirma que o importante é construir o Campo de Golfe e
que se o projecto falir é outro problema. Pois.
E o PSD? Está à espera que o Governo Regional se enterre. Ser
contra ou a favor do campo de golfe, eis a questão. $ão é
oportuno. É melhor deixar andar. Assim se faz a política.
Tal como o PS de Santa Maria, cada mariense deseja o melhor
para a sua terra. Os signatários desta petição, relevando a acção
cívica de um protesto, reclamam outros investimentos que não este
que se põe em causa. Reclamam a salvaguarda do seu ambiente.
Reclamam contra a falta de estratégia, ausência de sinergias e de
visão de futuro para Santa Maria. Apenas isso. Oxalá, para bem
da nossa ilha, o consigamos.
O jornal “Expresso da %ove” publicou a este propósito um artigo de opinião do jornalista Pedro Botelho do seguinte teor:
“Para Santa Maria ter mais para oferecer, será
necessário que os locais o queiram. Que mudem a sua
atitude, que deixem de pensar que a ilha sobreviverá
sempre à base do aeroporto."
Opinião
Santa Maria precisa de mais do que sol
Para quem ainda não percebeu, os Açores entraram numa nova
era. $um tempo, em que já não bastam as paisagens, e outras
coisas que temos de melhor e únicas, para cativar quem nos visita
e mesmo quem cá reside. A mentalidade do "está bem assim", do
"deixa andar" deve ser arredada do actual tempo de vida de um
Arquipélago que, nos últimos anos, entrou numa nova realidade.
Por isso, algumas ideias e maneiras de estar devem ser
erradicadas deste paradigma, sob pena de perdermos o comboio
do desenvovimento.
Em domingo de Carnaval, estava eu estirado no meu sofá, a
acompanhar o telejornal da RTP/Açores, quando assisti a uma
reportagem sobre um abaixo-assinado, promovido por alguns
marienses, contra a instalação de um campo de golfe na ilha.
Como? Terei percebido bem? Estão sempre a queixar-se de que
Santa Maria tem sido esquecida pelos governantes e agora estão
contra uma infra-estrutura que muitos benefícios poderá trazer à
ilha? Sim, estão contra. Por menos que acredite, é verdade,
embora não compreenda tal posição.
Devo dizer que sou um amante confesso de Santa Maria. Todos
anos ali vou, pelo menos durante uma semana, para descansar e
aproveitar o bom tempo que por lá, invariavelmente, se verifica.
Vou, como costumo dizer, ao Algarve dos Açores. Todavia, de há
uns tempos a esta parte, confesso que estou a ficar ligeiramente
desiludido.
É que sopas, sol e descanso também acabam por fartar. Santa
Maria precisa, e merece, mais. Mas, para isso, é preciso que a
própria população queira. Contudo, sempre me pareceu que os
marienses estão acomodados àquele estilo de vidinha pacata, tipo
"não nos chateiem". Este modo de estar, contudo, já não se
coaduna com os tempos que vivemos. Para Santa Maria ter mais
para oferecer, será necessário que os locais o queiram. Que
mudem a sua atitude, que deixem de pensar que a ilha sobreviverá
sempre à base do aeroporto. $ão, esse tempo acabou. A ilha do sol
precisa de dar o salto, precisa de caminhar para outros rumos e
ofertas, e o golfe, à semelhança de tantas outras actividades,
poderá ajudar. Mostrar-se contra isto significa estar parado no
tempo. E a verdade é que Santa Maria há muito que estagnou. A
inércia apoderou-se dos locais, mesmo nos períodos altos. Só
assim se compreende que, por exemplo, na altura do rali haja
quem opte por fechar os seus estabelecimentos para não ter muito
trabalho. Acreditem que já vivi a situação na pele. Diziam-me:
"Abrir para quê? Para fazer logo pela manhã 40 ou 50 sandes
para toda esta gente comer?" $em queria acreditar no que ouvia,
mas a verdade é que aconteceu.
Por estas, e por outras, é que Santa Maria estagnou. Salve-se
que nem todos pensam da mesma maneira. Por isso, um conhecido
holandês que por ali parou, há alguns anos, hoje é um dos mais
bem sucedidos empresários da ilha. Teve arrojo para inovar, para
acrescentar algo, trabalhando de sol a sol. Que o seu exemplo
sirva para motivar outros é o meu desejo.
veio provar que o projecto em que ele apostou é
viável. $ote-se que a pessoa em causa, que eu
conheço desde o momento em que aterrou nesta ilha,
testou outras formas de negócio antes de começar a
fazer os crepes. Quando viu que o negócio tinha pés
para andar, não ficou por aí e apostou fortemente ao
criar um espaço agradável na praia onde uma
pessoa se sente bem. ($ão me refiro ao bunker
chamado Paquete mas à outra estrutura mais usada
de verão.) Estou mesmo a ver a reacção de um
grande número de investidores marienses a quem
viesse, hipoteticamente, a ser sugerida a criação
daquele espaço:
- Ah, isso não dá...
- Com esta crise???
- Gastar dinheiro a por um tapete no chão só para
as pessoas não sujarem os sapatos!!!
- Só se o governo ajudar...
- E pessoal para trabalhar? Só querem fazer o seu
horário e vão-se embora...
- Deviam criar uma disciplina na escola para
empregados de bar...Assim não faltava quem quisesse
trabalhar uns dias quando a gente precisasse...
chove a cântaros durante a maior parte do ano. Era
só necessário criar uma pequena lagoa artificial (ou
aproveitar uma pequena bacia hidrográfica que seria
impermeabilizada) e deixar chover. Custa muito
pouco dinheiro e para a rega é mais que suficiente.
Deus nos perdoe porque até Ele se pode ofender se
dissermos que não há água em Santa Maria.
É bem verdade que uma grande parte dos
habitantes de Santa Maria precisam sempre de uma
boa desculpa para não terem que fazer nada. E
quando alguém faz ou tenta fazer alguma coisa temos
o caldo entornado. $este momento creio que circula
um abaixo-assinado para tentar deitar por terra o
projecto do campo de golfe. Eu não o assinei nem
assinarei e espero que as pessoas que apostam no
futuro desta ilha também não assinem. Mas, acima
de tudo, espero que as pessoas entendam que a
legítima e democrática opinião de um grupo de
pessoas não venha a ser considerada a opinião dos
marienses em geral, ou que não tomem a parte pelo
todo.
Aos marienses resistentes, a todos aqueles que,
contra todas as expectativas, continuam a trabalhar,
a investir e a acreditar no futuro de Santa Maria,
quero deixar bem claro que nenhum dos chapéus que
aqui deixei lhes serve na cabeça.”
Mas ainda não é tudo. Outras reacções chegaram e Rosélio Reis também escreve sobre o assunto e desta forma:
“Santa Maria precisa de [muito]
mais do que sol
Embora não seja mariense de nascimento, Santa
Maria é a ilha onde vivo há umas quantas décadas.
É esta a ilha que eu defendo e a que chamo minha. E
embora me custe muito ler alguns artigos de opinião
de quem nos visita, como é o caso do jornalista Pedro
Botelho, tenho que concordar com aquilo que ele diz.
Dói muito mas é a verdade que é necessário ser dita.
Também tenho apresentado como exemplo o caso
do alemão (por lapso apresentaram-no como
holandês mas, por ser tão sui generis, não há
confusão possível). Infeliz ou felizmente esse alemão
A questão do campo de golfe é engraçada. Até já se
socorrem do facto de não haver água suficiente em
Santa Maria para regar os relvados, numa ilha onde
22
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Jornal “O Baluarte de Santa Maria” - Fundado em 1928 pelo professor micaelense José Medeiros Moniz
%úmero de registo do título: 107748; Proprietários do Título: Arsénio Chaves Puim, José Dinis Resendes e João de Sousa Braga; Editores: João Braga, Sociedade Unipessoal Lda, com o número de registo de pessoa colectiva 00084/000405
da Conservatória do Registo Comercial de Vila do Porto; Endereço: Rua do Norte, nº 14, 9580-526 Vila do Porto; Horário: 09-12:30H; Nº.Contribuinte: 512 055 246; Tiragem: 2000 exemplares; Impressão: AÇORGRÁFICA, Rua da Encarnação, 2, Pastinhos - Fajã de Baixo, 9500-513 Ponta Delgada; Depósito Legal: 98048; Membro da APIR e API; Email: [email protected]; Administração: João de Sousa Braga, Rua do Norte nº 14, 9580-526 Vila do Porto, Tel / Fax 296 882
665; Director: João de Sousa Braga; Chefe de Redacção: Almerinda Braga; Redacção: João Braga e Luciana Magalhães; Secretariado e Publicidade: Isilda Vieira ; Fotógrafos: Pepe Brix; Colaboradores: Arsénio Puim, Alda freitas, Maria Puim Chaves, Lídia Ferreira, Gina Ferreira, Mauro Ferreira, Jaime Figueiredo, Ferreira Moreno, Adalino Cabral, José Andrade Melo, Benjamim Carmo, Paulo Resendes, Pe. Sérgio Mendonça, Sérgio Ferreira, Ana Paula Figueiredo, Fernanda
Leitão, Osvaldo Pacheco, António Soares, Alberto Costa, Nélia Andrade, Débora Andrade, Orlando Fernandes, Lissa Figueiredo, Rui Pereira, Paula Melo, Duarte Moreira, Bárbara Chaves, Aida Santos, Gonçalo Forjaz, Giuseppe Formato e
Vânia Chaves.
Março de 2011
23
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CARTÓRIO NOTARIAL DE VILA DO PORTO
Certifico, para efeito de publicação, que neste Cartório e no livro de notas para escrituras diversas número noventa-D, de folhas sete a folhas oito verso, se encontra exarada uma
escritura de Justificação Notarial, outorgada no dia nove de Março de dois mil e onze, na qual
José Pereira Sousa, casado, natural da freguesia de Santo Espírito, concelho de Vila do Porto,
onde reside no Bairro Novo da Lomba, nº 47, na qualidade de procurador de FRANCISCO
MONTEIRO LEONARDO, NIF 184 479 010 e mulher DEOLINDA DE RESENDES SOUSA
LEONARDO, NIF 184 504 147, casados sob o regime da comunhão geral de bens, ambos naturais da freguesia de Santo Espírito, concelho de Vila do Porto, conforme declarou, residentes
em 31 Hickory Lane, Vila de Hudson, Estado de Massachusetts, Estados Unidos da América,
declara:
Que os seus representantes são donos e legítimos possuidores com exclusão de outrem, do
seguinte bem imóvel:
Prédio urbano, sito no lugar da Maia, freguesia de Santo Espírito, concelho de Vila do Porto,
composto de edifício de rés-do-chão e primeiro andar para habitação, com a superfície coberta
de quarenta e nove vírgula noventa e três metros quadrados, dependência com doze vírgula
sessenta e quatro metros quadrados e logradouro de cem vírgula trinta e três metros quadrados, a confrontar do norte com José Monteiro Machado, do sul com herdeiros de João Monteiro Machado, do nascente, Estrada Municipal e do poente com Francisco Monteiro Leonardo,
não descrito na Conservatória do Registo Predial de Vila do Porto, inscrito na respectiva matriz
em nome do justificante marido, sob o artigo 1151, com o valor patrimonial de €62.590,00.
Que o identificado prédio urbano foi construído pelos seus representantes numa parcela de terreno que os mesmos adquiriram por doação verbal feita a ambos os cônjuges por
José Monteiro Machado e mulher Helena Resendes, casados sob o regime da comunhão
geral, residentes no Canadá, nunca reduzida a escritura pública, em dia e mês que os seus representados não conseguem precisar, durante o ano de mil novecentos e oitenta.
Que, os seus representados não são detentores de qualquer documento formal que
legitime a sua posse sobre o identificado prédio, não obstante isso, desde aquela data, têm
usado e fruído o indicado prédio, no gozo pleno das utilidades por ele proporcionadas, habitando-o, fazendo as necessárias obras de conservação, pagando os respectivos impostos e
contribuições, sem interrupção, com ânimo de quem exerce direito próprio, sendo reconhecidos como seus donos por toda a gente, fazendo-o de boa-fé por ignorar lesar direito alheio,
pacificamente porque sem violência ou oposição de quem quer que seja, contínua e publicamente à vista e com o conhecimento de toda a gente, de forma correspondente ao exercício
do direito de propriedade.
Que assim, a posse pública, pacífica, contínua, de boa-fé e em nome próprio do identificado
prédio, há mais de vinte anos, conduziu à sua aquisição por usucapião, título esse que pela
sua natureza, não é susceptível de ser comprovado pelos meios extrajudiciais normais, pelo
que aqui o invoca para justificar o direito de propriedade dos seus representados para fins de
registo.
Está conforme o original.
Vila do Porto, nove de Março do ano dois mil e onze.
A 2ª Ajudante,
(Maria Goretti Andrade Costa)
24
Informação Regional/ Loal
Março de 2011
Carlos César espera um melhor ano turístico, mas recomenda criatividade aos operadores
O Presidente do Governo dos Açores disse
na ilha Terceira, que, apesar das dificuldades
actuais provocadas pela crise internacional, “a
aposta em sectores como o turismo é importante
para a nossa economia.”
Carlos César, que presidia à inauguração do
Atlântida Mar Hotel, acrescentou que essa aposta
“posiciona os seus promotores na linha da frente
de aproveitamento dos primeiros sinais de
retoma económica nos espaços tradicional ou
potencialmente geradores de fluxos turísticos
para os Açores.”
Para o governante, o turismo é um sector que
reforçará a sustentabilidade do desenvolvimento
empresarial e da estrutura de emprego nas
região, devendo, por isso, continuar a merecer a
confiança dos empresários.
Afirmando que o novo hotel, especialmente
vocacionado para o turismo em família, é
também um bom exemplo de como o Governo e
empresários podem trabalhar em conjunto –
aproveitando os incentivos financeiros públicos
criados para estimular e apoiar investimento –
Carlos César sugeriu “uma oferta que se paute
pela inovação e pela diferenciação”, que
considera muito relevantes no combate à
sazonalidade do destino Açores.
“A estratégia que procuramos seguir – de
privilegiar, na nossa projecção turística, o valor
das nossas ilhas em componentes atractivas
como a oferta paisagística e de fruição da
natureza, associado à marca ambiental e ao clima
temperado dos Açores – procura corresponder à
crescente busca por destinos, produtos e serviços
turísticos diversificados e de qualidade,
integrados em locais que também oferecem
segurança e tranquilidade”, sustentou.
Os Açores são, como acentuou, “um dos
melhores destinos europeus neste conceito e, por
isso, importa reforçar nos mercados a nossa
notoriedade e as nossas vantagens.”
Sublinhando que, apesar da alta exponencial
de preço dos combustíveis, foi possível baixar
tarifas e reforçar a competitividade do destino
Açores, augurou uma melhoria face ano turístico
passado.
“Estamos, pois, a reforçar um conjunto de
iniciativas públicas de promoção mediática do
“Destino Açores” e de parcerias e apoios a
operadores e empresas privadas que promovem
e comercializam o nosso destino”, recordou
Carlos César.
Para isso, adiantou, o Governo disponibilizou,
para investimento em 2011, mais de vinte
A Secretaria Regional da Ciência, Tecnologia
e Equipamentos tem cem por cento de
adjudicações a empresas regionais nos últimos
meses, não como forma de favorecimento, mas
porque têm sido mais competitivas nos
concursos públicos, informou José Contente
após uma reunião de trabalho na sede da
Associação de Industriais de Construção e Obras
Públicas dos Açores (AICOPA).
O Secretário Regional da Ciência, Tecnologia
e Equipamentos reuniu esta manhã com a
AICOPA para analisar várias questões prementes
sobre o sector da construção civil nos Açores,
nomeadamente para dar conta do investimento
público do Governo dos Açores para garantir a
sustentabilidade das empresas regionais.
Nos primeiros dois meses do ano já foram
lançados 32 milhões de euros em concursos
públicos e 52 por cento são da responsabilidade
do Governo Regional, o que representa um
aumento de 50 por cento face ao período
homólogo de 2010.
“Os concursos vão sair com a regularidade
prevista para que o mercado fique tranquilo e
exista um paralelismo entre a expectativa criada
pelo plano de investimentos do Governo
Regional e a realidade dos concursos lançados”,
sublinhou. José Contente.
Em declarações aos jornalistas o governante
referiu ainda que o executivo açoriano está
empenhado em travar o impacto da crise junto
das empresas “através da oferta pública de
trabalho, que é o que as empresas precisam para
sobreviver e garantir emprego”.
Mas o Governo dos Açores, acrescentou, “não
pode suportar sozinho o decréscimo de
actividade e a dificuldade do financiamento da
banca. O executivo não pode suprimir a falha do
investimento privado mas tudo fará para que as
empresas superarem as dificuldades da actual
conjuntura através do Plano Regional”,
assumindo o compromisso de mais obras serem
lançadas ainda este mês e ao longo do ano, neste
e nos diferentes departamentos governamentais,
em prol do desenvolvimento regional mas
também em prol da promoção das condições
ideais para as empresas da construção civil terem
uma boa saúde financeira.
O lançamento de obras das várias entidades
públicas, como as autarquias, e privadas, devem
ser pagas atempadamente, como tem sido
apanágio do Governo Regional “que só faz o que
pode pagar e paga o que faz”, reiterou o
Secretário Regional da tutela.
No entanto, José Contente reconhece que há
empresas em dificuldade e que, provavelmente,
“face à conjuntura actual e pela lei da oferta e da
procura, irão dar lugar a outras”, elogiando as
empresas que no âmbito da actual situação
conjectural
souberam
adaptar-se,
designadamente através da qualificação dos
profissionais e seguindo outras estratégias que
milhões de euros, “o que dá bem nota do nosso
empenhamento e do grau de prioridade que
atribuímos ao bom desempenho do turismo e do
respectivo tecido empresarial na nossa
economia.”
Sugerindo um esforço dos operadores no
sentido da qualificação dos serviços ligados à
animação turística, garantiu que o Governo está
“ao lado dos que pugnam, com arrojo mas com
rigor, por mais e por melhor na procura das
oportunidades.”
O Presidente do Governo concluiu com uma
mensagem de esperança, dizendo que, “face às
expectativas de crescimento das principais
economias europeias e não obstante as
perturbações internacionais conhecidas,
poderemos beneficiar em áreas como a da
retoma de fluxos turísticos em que somos parte.”
O Atlântida Mar Hotel, localizado na cidade
da Praia da Vitória, é um aparthotel de quatro
estrelas, dispõe de 28 quartos e resultou de um
investimento de cerca de três milhões de euros,
com a participação do programa SIDER.
GaCS/CT
Governo investiu cerca de 20 milhões de euros em obras públicas nos primeiros dois meses do ano
garantirem, assim, mais competitividade e
saneamento financeiro.
O Secretário Regional dos Equipamentos
anunciou ainda a regionalização do Instituto da
Construção e Imobiliário (INCI), que assina no
próximo dia 21 um protocolo com a AICOPA
com a finalidade de regionalizar algumas das
competências, nomeadamente a licença dos
alvarás, que até agora eram emitidos no
continente.
De acordo com José Contente o INCI irá
também ser mais um instituto a colaborar, a par
da Inspecção Regional do Trabalho e outros
organismos regionais, para o combate à
actividade ilegal no sector da construção civil.
Recorde-se que, anualmente, são fiscalizadas
cerca de 600 empresas do ramo da construção
civil.
GaCS/VS
CAMPO DE GOLFE DE SANTA MARIA
ENTREVISTA COM JOSÉ MELO
com o empresariado mariense, que também nessa aposta,
investiu na hotelaria, restauração, rentacar, comércio, e
mesmo no setor da construção, estou em crer que o campo
de golfe será contributo positivo, com efeito multiplicador
na rentabilização daqueles que tiveram a coragem de investir na ilha.
A relevância multiplicadora do campo de golfe, para Santa
Maria, ainda é enfocada e reconhecida com maior vastidão
pela Câmara Municipal, através da sua empresa Sociedade
de Desenvolvimento, ao inscrever nos seus documentos
constitutivos, que os investimentos públicos e equipamentos sob a sua alçada de gestão “o médio prazo, a sua relevãncia será reforçada com a concretização de
investimentos turísticos, nomeadamente o campo de golfe,
cujos utilizadores garantirão a existência de massa crítica
para a sua rentabilização”.
Ciente de que o campo de golfe só por si não será a panaceia para os “males do marasmo económico de que a ilha
padece”, mas garantidamente contribuirá para a diversificação da oferta turística e desportiva da ilha, no âmbito do
turismo de qualidade; proporcionará ganhos na construção
civil, garantirá emprego a algumas pessoas; facultará outras estruturas de recreio e de lazer também para serem fruidas pelos marienses e será mote para reforço da promoção
da ilha no seu todo, tomada no conjunto e em pé de igual-
(Continuação da página 28)
dade com as restantes ilhas que detém empreendimentos
da mesma natureza.
Por outro lado, os jogadores de golfe e familiares acompanhantes que são tidos como apreciadores da natureza e da
cultura locais, certamente que disponibilizarão tempo para
fruirem as ofertas ecoturísticas da ilha, e inversamante os
visitantes ecoturistas de Santa Maria também terão, como
oferta diversificada, a prática do golfe.
Como nota final, permito-me reconhecer, que o investimento apenso ao campo de golfe, é de elevado montante, e
dizer sem pejo que Santa Maria têm necessidades com
outra premência, mas as coisas não funcionam em termos
de fontes de financiamento e verbas adstritas, com a linearidade e o engano, que está a ser levado aos marienses, nomeadamente, levando-os a pensar que com o eventual
recuo na construção do campo de golfe, os 15 milhões seriam entregues à ilha para os aplicar em jeito de “inventariação de necessidades ou de concurso de ideias”. Isto é
uma utopia chapada e as coisas não funcionam assim no
mundo real. Se assim fosse eu também assumo que optaria
pela não construção do campo de golfe e disporia uma elencagem de obras e necessidades da ilha, no campo social,
ambiental, recuperação de património, estradas, limpeza de
vinhas que suplantavam largamente essa verba.
O que contamos na realidade é que há disposição de finan-
ciamento para a construção de um campo de golfe e que
Santa Maria, por força da sua reivindicação empresarial e
apoio público local, no âmbito da sua aposta turística, foi
tida em atendimento pelo Governo, estando este, como é
do conhecimento público, a receber ações persuasivas e
de pressão por parte de entidades privadas e órgãos públicos de outras ilhas, para serem contempladas com empreendimentos semelhantes.
Pela experiência de vida que temos tido por cá na terra,
nunca presenciamos da parte de outros a reivindicação dos
“nossos males”, mas tão só a minimização ou retirada dos
“nossos bens”. É um exercício de reflexão e de revisitação
histórica que aqui deixamos, sendo nosso entender que
Santa Maria não poderá perder as oportunidades que lhe
dão.
Um última palavra para sublinhar que todas as posições e
ações de expressão cívica são legítimas à luz da democracia, devendo ser respeitadas e saber-se conviver com elas,
mesmo que discordemos, como é o caso da petição que está
a decorrer sobre o assunto em questão nesta entrevista. Não
obstante a já longa amizade e da partilha de algums projetos comuns e de ideias com o subscritor que encabeça a dita
petição, desta vez estamos em franca discordância, afirmando a firme convição de que, realistica e fundamentadamente, estamos ao lado dos interesses de Santa Maria.
Março de 2011
25
Ambiente
ALUNOS DA ESCOLA DE ALMAGREIRA
ESTUDAM AVIFAUNA DOS AÇORES E PROMOVEM O “BIRWatching”
No âmbito do Projeto Curricular
deTurma “PreservaçãoAmbiental
e Qualidade Vida” os alunos dos
1º e 4º anos da Escola de
Almagreira iniciaram, no mês de
Fevereiro, de forma mais
temática, fizeram uma visita à
mesma, tendo sido guiada no local
pela Bióloga Joana Pombo.
Depois da apresentação das aves,
constantes das lindas fotos, foram
proporcionadas
interessantes
actividades lúdico-escológicas
como: associação entre as aves
embalsamadas, que eram do
Senhor Pombo, e as respetivas
fotografias, na exposição; jogo de
identificação das preferências
alimentares das aves, através da
colocação de cartões e
descriminação
de
traços
morfológicos característicos das
aves marinhas. Inserido nesta
Visita à exposição “Avifauna dos Açores”
abrangente, o estudo da Avifauna
dos Açores, depois de já terem
conhecido aprofundadamente o
cagarro e participado ativamente
nas brigadas de salvamento desta
ave, ocorridas entre meados de
Outubro e final e meados de
Novembro (Capmanha S.O.SCagarro).
O trabalho começou a
desenvolver-se na sala de aula,
com a apresentação de PPT´s e
vídeos sobre a ecologia das aves,
agrupando-as em “residentes”
(terrestres), “invernantes” e
“marinhas”, tendo-se associado
num destes trabalhos os alunos dos
2º e 3º anos de escolaridade e suas
professoras.
Sabendo que o Centro de
Interpretação Ambiental Dalberto
Pombo, estava a patentear uma
exposição sobre a mesma
visita de estudo, num trabalho
coordenado pela Sofia Freitas e
professoras Ana Soares e Carla
Pires, ainda houve tempo para a
construção de comedouros para
aves, através da reutilização de
materiais.
No seguimento deste tema, estes
alunos membros do CADEP-CN,
ainda vão estudar alguns
requesitos técnicos fundamentais
para a observação e identificação
de
aves
na
Natureza,
nomeadamente aspectos da
plumagem, voos característicos,
vocalizações específicas, hábitos
alimentares e habitat´s preferidos,
antes de se partir propriamente
para o trabalho de campo.
Santa Maria, ainda é uma ilha
pouco conhecida na actividade
ecoturística da observação de aves
(Birdwatching), talvez por ser uma
das ilhas mais pequenas dos
JoanaPombodáinformaçõesaosalunossobreavesdosAçores(Fevereiro, 2011)
Açores, e sua próximidade com a
Europa Continental, fazer pensar
que a possibilidade de obervar
aves invernantes possa ser menor
(PEREIRA,Carlos. 2010). No
entanto, apesar da pouca
divulgação, alguns turistas já a
procuram para esse efeito, ficando
surpreendidos com algumas
interessantes visualizações de aves
não residentes e com as
particularidades ornitológicas da
ilha.
Para além de várias subespécies de passeriformes e duas
rapinas residentes, que poderão ser
observadas um pouco por toda a
ilha, o Ilhéu da Vila é um dos
santuários mais importantes dos
Açores para a reprodução de
várias aves marinhas, incluindo as
raridades da Alma-negra e do
Garajau-de-dorso-preto. Nas minilagoas da ilha, durante a época
invernosa e nos charcos das zonas
não edificadas do Aeroporto
podem observar-se limículas,
patos, garças e outras aves mais
raras de ocorrência pontual.Ainda
em Santa Maria existe uma
pequena população da bonita
galinha-se-água, tendo a nossa ilha
a particularidade de possuir a
maior população açoriana de
Borrelho-de coleira-interrompida
e uma ave única no mundo,
conhecida por Estrelinha de Santa
Maria (Regulus regulus sanctaemariae), que poderá considerar-se
o nosso ex-libris ornitológico.
AGRADECIMENTO
Dança de Carnaval de 2011 “A Idade da Pedra”
A Dança de Carnaval de 2011 “A Idade da - Junta de Freguesia de Almagreira;
Pedra” vem, desta forma, agradecer a - AgosCnho Coelho e Filhos, Lda;
colaboraçãodasseguintesenCdadesepessoas: - Conceição Chaves (costureira).
- Secretaria Regional da Ciência, Tecnologia e
-Câmara Municipal de Vila do Porto;
Equipamentos (João Braga)
- Junta de Freguesia de Santo Espírito;
E a todos que, de uma forma ou de outra,
- Junta de Freguesia de Santa Bárbara;
contribuíram para que o evento se realizasse.
- Junta de Freguesia de São Pedro;
(Sobre esta ave vamos dedicar
posteriormente
um
artigo
específico.)
São nalguns dos locais acima
referidos, e centrados nas espécies
elencadas que, durante o mês de
Março, este grupo de ecologistasativos da escola deAlmagreira, vai
para o campo desenvolver a
segunda parte deste projeto de
estudo da avifauna dos Açores,
como mais uma das componentes
do Turismo de Natureza que a
nossa ilha potencia.
Como nota final, expresso que
dedicamos este trabalho à
memória do saudoso amigo e
ilustre naturalista Dalberto
Pombo, confessando que foi com
alguma emotividade, que agora
desenvolvemos parte deste estudo
da avifauna dos Açores, num
espaço
que
honrada
e
merecidamente lhe foi dedicado,
recebendo a colaboração da sua
neta, relembrando que outrora
(em 1994) foi o próprio Senhor
Pombo, que colaborou com o
CADEP-CN,
no
desenvolvimento de um projeto
dedicado à mesma temática,
fornecendo-nos
importantes
aprendizagens e momentos de
inesquecíveis convívios nas saídas
de campo.
E porque as pessoas só morrem
quando a sua existência não marca
outras pessoas, não deixam obra
pública ou nos esquecemos delas,
te recordamos aqui, Senhor
OSenhorPombo,explicacaracterísCcasmorfológicasdeavesaalunosdoCADEP-CN(1994)
cruzando estes ensinamentos nas
várias
áreas
curriculares
disciplinares.
Para além dos objetivos
didáticos-pedagógicos
e
ecológicos, pretende-se também
que este trabalho tenha o impacto
social de divulgar/valorizar as
riquezas ornitológicas de Santa
Maria, vincando-se a sua
necessidade de proteção, e o
incremento do “Birdwatching”,
Pombo, com saudade e gratidão,
dando vida, neste e noutros
projetos, aos teus preciosos
ensinamentos e influências que
me deixaste.
JoséAndrade Melo*
* - Professor e FormadorAcreditado de Educação
Ambiental
Coordenador do CADEP-CN (Clube dos
Amigos e Defensores do Património-Cultural e
Natural de Santa Maria)
AMISM com projecto pioneiro na área da compostagem
A Associação de Municípios da Ilha de São
Miguel tem em curso uma investigação no
campo da compostagem de resíduos verdes –
materiais de jardinagem e madeira não
contaminada – desde Outubro de 2010, cujas
conclusões sairão em breve.
O Presidente do Conselho de Administração
da AMISM, Ricardo Silva, adiantou aos
jornalistas que espera colocar o composto no
mercado dentro de um ano. Até lá, o produto é
comercializado na Estação de Tratamento de
Resíduos Sólidos da Ilha de São Miguel (ETRS)
por 11,50 € a tonelada.
Ricardo Silva falava no final de uma visita do
Secretário Regional da Agricultura e Florestas,
Noé Rodrigues, à Central de Compostagem
instalada na ETRS, apelando aos Munícipes à
deposição de resíduos verdes para a respectiva
valorização, cujos encargos são suportados pelas
Autarquias de São Miguel até 2 toneladas.
“Estamos a acelerar o processo de
compostagem de resíduos verdes e
procederemos posteriormente a um estudo de
mercado para avaliar as diversas potencialidades
do produto que poderá vir a ser utilizado no
cultivo de ananás por substituição da leiva, por
exemplo, entre outros”, explica o Autarca.
Com este estudo pretende-se encontrar as
melhores técnicas de condução com vista a
encurtar o tempo natural de compostagem,
garantindo ao mesmo tempo um produto final de
qualidade idêntica produzido no período normal
que varia entre os seis e sete meses. Este
composto final é usado na fertilização de solos e
técnicas de jardinagem.
Desde o arranque do projecto de compostagem
há cerca de um ano, a Central já produziu cerca
de seis mil toneladas de composto.
26
CD Marienses: Andebol
Informação Diversa/Desporto
Campeonato Nacional 3ª Divisão – Zona Sul
Num momento em que são várias as equipas
do Clube Desportivo “Os Marienses” a disputar
competições importantes na modalidade, é a de
séniores masculinos que merece, pelo menos
para já, particular atenção. Isto porque, face aos
resultados registados durante a última jornada da
1ª Fase, o conjunto orientado por Pedro
Resendes conseguiu garantir um lugar na Fase
Final do Campeonato Nacional da 3ª Divisão.
O Clube Desportivo “Os Marienses” venceu,
tal como se exigia, na deslocação a Sines e
beneficiou das derrotas do GS Loures no reduto
do Clube Oriental de Lisboa e do ACR Zona
Azul diante do IFC Torrense que mesmo sem ter
já hipótese de chegar à Fase Final, não deixou os
seus créditos por mãos alheias.
Agora na Fase Final da 3ª Divisão (início a 26
de Março), serão seis as equipas a disputar uma
eventual subida à 2ª Divisão. Clube Vela de
Tavira, Clube Desportivo “Os Marienses”,
Samora Correia, ADC Benavente, Ílhavo AC e
FC Infesta.
ÚlCmos resultados:
12 Fevereiro - CD Marienses 28 x 23 AC Lagoa
19 Fevereiro - IFC Torrense 26 x 25 CD Marienses
26 Fevereiro - CD Marienses 38 x 25 AC Costa Doiro
12 Março - AC Sines 17 x 28 CD Marienses
CD Marienses: Voleibol
Campeonato Nacional da Divisão A2 Masculina.
Falhados os objectivos que passavam por
alcançar o sexto lugar e consequente
manutenção neste nível competitivo na
próxima época, resta à equipa de Santa
Maria lutar pela fuga aos lugares de
despromoção numa 2ª Fase que irá contar
com a presença do CV Lisboa, CV
Espinho, Ala Gondomar CV Oeiras e CD
Fiães. Refira-se que para esta fase, as
equipas começam com zero pontos.
O Clube Desportivo “Os Marienses”
terminou a sua participação na 1ª Fase da
prova no 9º lugar da geral, totalizando 29
pontos.
ÚlCmos resultados:
19 Fevereiro – AA Coimbra 3 x 1 CD Marienses (25-21, 2520, 18-25, 25-17)
20 Fevereiro – ALA Gondomar 1 x 3 CD Marienses (18-25,
19-25, 25-16, 19-25)
26 Fevereiro – CD Marienses 3 x 0 GD Gueifães (25-0, 250, 25-0)
Selecção Açores de Voleibol:
Fim de ciclo para David Reis
Março de 2011
CLUBE ANA:
2º Encontro “Crescer em Movimento”
No passado dia 26 de Fevereiro, o
Pavilhão do Clube Ana, na Ilha de Santa
Maria, acolheu o 2º Encontro “Crescer em
Movimento”. Trinta e nove crianças,
oriundas das freguesias de Santa Bárbara,
São Pedro e Vila do Porto com idades
compreendidas entre os 5 e os 11 anos de
idade, passaram uma manhã diferente
repletas de actividades lúdicas e
desportivas. Com a supervisão de seis
técnicos do clube, as crianças tiveram a
oportunidade de conjugar, diversão e
brincadeira com actividade física, tendo
sido contagiante a sua alegria e vontade de
participar.
Os encontros “Crescer em Movimento” do
Clube Ana de Santa Maria realizam-se
mensalmente com o objectivo de
promover a actividade física das crianças.
Onde com o apoio da comunidade escolar,
o clube mariense procura ensinar os
valores do desporto, o gosto pelo exercício
físico e simultaneamente promover
hábitos de vida saudável.
No final do encontro foram distribuídos
certificados de formação, um pequeno
brinde e um lanche a todos os
participantes. O próximo está já agendado
para o terceiro sábado de Março.
FUTSAL: AF Ponta Delgada vice-campeã.
TEXTO: COICE E CANELADA / FOTO: PAULA BOTELHO
Teve lugar no último fim-de-semana
de Fevereiro, o 1º Torneio Regional
Inter Associações de Futsal em Sub 16
na vizinha ilha de São Miguel.
Durante os 3 dias assistiu-se a uma
maratona de futsal com a realização
de 6 jogos e com muitos golos. A
equipa da Associação de Angra do
Heroísmo não encontrou grandes
dificuldades e levou para casa o
troféu. O selecionado de Angra
apontou 51 golos e apenas consentiu 2, o
que diz da superioridade evidenciada ao
longo do torneio. A seleção da AFPD
quedou-se pelo segundo posto fruto de duas
vitórias e duas derrotas. Os atletas
marienses (Alexandre Fontes, Antero
Moura, Paulo Travassos, Henrique Barros e
Ruben Moura) que integraram a seleção
estiveram em bom plano apontando golos e
contribuíndo de forma efectiva para o jogo
da sua equipa. No 3º e último lugar ficou a
seleção da AF da Horta que contabilizou
derrotas nos jogos disputados, um conjunto,
saliente-se, formado por atletas oriundos
exclusivamente da ilha das Flores.
25 Fev. (Sexta-Feira)
AFH 1 - 6 AFPD (Sidónio Serpa)
AFAH 22 - 0 AFH (EBI Roberto Ivens)
26 Fev. (Sábado)
AFPD 0 - 4 AFAH(EBI Roberto Ivens)
AFPD 12 - 4 AFH (EBI Roberto Ivens)
27 Fev. (Domingo)
AFH 1 - 12 AFAH (EBI Roberto Ivens)
AFAH 13 - 1 AFPD (EBI Roberto Ivens)
PRAIA DE LOBOS – EMPREENDIMENTOS TURÍSTICOS, S.A.
Rua M, 9580-537 Vila do Porto – Santa Maria (Açores)
NIPC e Matrícula CRC Vila do Porto: 512014817 (anterior
Matrícula 00044/901217)
Capital Social: EUR 1.000.000 – SOCIEDADE ANÓNIMA
PRAIA DE LOBOS – EMPREENDIMENTOS TURÍSTICOS, S.A.
ASSEMBLEIA GERAL ANUAL
CONVOCATÓRIA
Depois de vários anos como
responsável máximo pela preparação
da Selecção Regional de Voleibol,
David Reis colocou, para já, um ponto
final na sua ligação (2006 - 2011) ao
projecto "Jogos Das Ilhas.
A decisão, fundamentada por motivos
de ordem pessoal, foi tomada e
comunicada com antecedência à
Associação de Voleibol de São Miguel
que, por sua vez, durante a cimeira da
modalidade realizada na passada
Sexta-Feira em Angra do Heroísmo,
fez saber à Direcção Regional do
Desporto e restantes Associações que
será Ricardo Oliveira (até aqui
adjunto) a assumir os destinos da
equipa regional.
Recordo que em 2008, a quando dos
Jogos realizados na ilha de
Guadaloupe, a Selecção Açores de
Voleibol garantiu a subida ao 1º
escalão para os JDI 2010. Posição que
foi mantida e que certamente será
muito bem defendida em 2012.
Na altura da saída, David Reis não
esquece a colaboração de todos os
intervenientes no Projecto dos Jogos
das Ilhas, endereçando por este facto,
os mais sinceros agradecimentos.
Nos termos da Lei e do Contrato de Sociedade, convoco todos os Senhores Accionistas da Praia de Lobos, Empreendimentos Turísticos, SA, sociedade
anónima, com sede social na Rua M, Vila do Porto, 9580-537 Vila do Porto
(Santa Maria – Açores), com o número único de matrícula na Conservatória do
Registo Comercial de Vila do Porto e de pessoa colectiva 512.014.817, com o
capital social de 1.000.000 Euros, para reunir em Assembleia Geral Anual, na
Sede Social, situada na Rua M, em Vila do Porto, Ilha de Santa Maria, no dia
28 de Março de 2011, às 15 horas, com a seguinte
ORDEM DO DIA
Deliberar sobre os documentos de prestação do exercício de 2010, incluindo o
relatório de gestão, relatório anual e o parecer do Fiscal Único e a certificação
legal de contas.
Deliberar sobre a proposta de aplicação de resultados do exercício de 2010.
Proceder à apreciação geral da administração e fiscalização da sociedade, nos
termos do disposto no artigo 455.º do Código das Sociedades Comerciais.
Deliberar sobre a eleição dos membros dos órgãos sociais para o triénio
2011/2013.
Outros assuntos de interesse para a sociedade.
Ficam à disposição dos Senhores Accionistas, para consulta, na sede da sociedade, durante as horas do respectivo expediente, nos prazos e termos da lei,
os elementos constantes do art.º 289º do Código das Sociedades Comerciais.
Se à hora marcada não tiver presente o quórum necessário ao funcionamento
da Assembleia, esta funcionará meia hora depois, com qualquer número de Accionistas.
Vila do Porto, 18 de Fevereiro de 2011
O Presidente da Mesa da Assembleia Geral
Carlos Manuel Cordeiro de Barros
27
Publicidade
AGRADECIME%TO
A família de Manuel Ramalho, de 68 anos de
idade, falecido a 06 de Fevereiro do corrente
ano vem, por este meio, agradecer, em especial,
às
enfermeiras do Centro de Saúde de Vila do
Porto pelos cuidados prestados aquando do seu
internamento.
Com eterna saudade!
AGRADECIME%TO
No dia 9 de Fevereiro de 2011, faleceu Raul Moutinho de
Almeida, de 82 anos de idade.
Sua família na impossibilidade de o fazer pessoalmente,
vem agradecer, ao Dr. Carlos Pinto, equipas de Enfermagem e Pessoal Auxiliar do Centro de Saúde de Vila do
Porto, aos Bombeiros Voluntários de Santa Maria, e à
Santa Casa da Misericórdia, os cuidados prestados e a
atenção que dispensaram ao o seu familiar.
Agradece ainda, ao recolhimento de Santa Maria Madalena, e a todos os que os acompanharam nas cerimónias
fúnebres, e que de alguma forma manifestaram o seu pesar, enviaram flores, cartões,
telegramas ou telefonaram aquando do falecimento do seu ente querido.
Embora tenha sido difícil suportar a dor da sua ausência, foi muito reconfortante
todo o vosso apoio.
A todos o nosso reconhecimento
ÓBITOS
Mês de Janeiro de 2011
Dia 07: Emília Tavares Nordelo, viúva de Manuel Resendes Andrade, de 83 anos. Era natural de
Santo Espírito, onde residia na Calheta.
Dia 12: José Paiva Resendes, casado com Virgínia Sousa Moura, de 84 anos. Era natural de Santa Bárbara, onde residia no Pico Penedo.
Dia 16: José Carvalho Chaves, casado com Ermelinda Morais Paiva, de 76 anos. Era natural de Santo
Espírito, e residente em Vila do Porto
Dia 17: Maria Leontina da Rosa, viúva de João da Rosa da Silveira Júnior, de 99 anos. Era natural
da Praia do Almoxarife, concelho da Horta, e residente em Vila do Porto.
Dia 31: António Branco Rezendes, casado com Paulina Maria de Chaves Batista Resendes, de 56
anos. Era natural de Santo Espírito, onde residia na Fonte Jordão.
ATENÇÃO NOVOS PREÇOS
DE ASSINATURA
CARO ASSINANTE
Informamos que, a partir de Abril do corrente ano, os preços das assinaturas serão os seguintes:
Preço Assinatura Anual:
- Território nacional é de 17,00 euros;
- Território Europeu é de 25,00 euros;
- Resto do Mundo 25,00 euros – $35 Dólares USD/CAN (em Cheque).
- Campanha Jovens até 25 anos (válido só no território nacional) é de 9,00
euros (mediante fotocópia de BI/Cartão de Cidadão ou Cartão Jovem).
Ao efectuarem a Transferência Bancária coloquem como referência o seu
número de assinante e peçam ao vosso Banco para enviarem o respectivo
comprovativo via e-mail para o seguinte endereço electrónico:
[email protected] ou pelo fax nº 296 882 665.
Participa nesta campanha.
Colabora com o jornal da ilha de Santa Maria e arranja pelo menos mais
um assinante. Obrigado
AGRADECIME%TO
A família de Norberto Rodrigues Pacheco Soares, de 58 anos
de idade, natural de Vila do Porto, falecido a 19 de Fevereiro
do corrente ano, vêm, por este meio, agradecer a toda a equipa
da Medicina 1 e pneumologia do Hospital do Divino Espírito
Santo, em Ponta Delgada, bem como, toda a equipa do Centro
de Saúde de Vila do Porto pelos cuidados prestados aquando do
seu internamento.
Agradecem, do mesmo modo, a todas as pessoas amigas(os) de
Santa Maria e São Miguel pela homenagem prestada ao seu
ente querido e sua esposa.
A família agradece, também, todas as pessoas que o acompanharam até à sua última morada.
Com eterna saudade da esposa, filhos, filha, noras, genro, netos e restantes familiares.
O amor de pai nunca acaba…
Descanse em PAZ.
Bem hajam
AGRADECIME%TO
A família de José Tavares de Moura, de 67 anos,
falecido a 21 de Fevereiro de 2011, vêm, por
este meio, agradecer às equipas do Hospital Divino Espírito Santo e Centro de Saúde e Vila do
Porto, em especial, ao Dr. Carlos Pinto.
Agradecem, do mesmo modo, a todas as pessoas que demonstraram o seu carinho e solidariedade e acompanharam o seu ente querido até
à sua última morada.
A todos bem hajam!
Mês de Fevereiro de 2011
Dia 01: José de Melo Bairos Andrade, viúvo, de 52 anos. Era natura de Vila do Porto e residente em
São Pedro.
Dia 04: Gertruda Engel, viúva, de 76 anos. Era natural da Alemanha e residente em Santo Espírito.
Dia 06: Manuel Ramalho, solteiro, de 68 anos. Era natural de Vila Franca do Campo, São Miguel e
residente em Vila do Porto.
Dia 09: Raul Moutinho de Almeida, casado, de 82 anos. Era natural de São Sebastião da Pedreira,
Lisboa e residente em Vila do Porto.
Dia 10: Maria Ilda Cordeiro, viúva, de 97 anos. Era natural de Ginetes, Ponta Delgada e residente em
Vila do Porto.
Dia 13: Maria José Andrade Melo Cabral, viúva, de 79 anos. Era natural de São Pedro, onde residia
na Trevina.
Dia 21: José Tavares de Moura, solteiro, de 67 anos. Era natural de São Pedro, onde residia na Ribeira do Engenho.
Campanha Novos Assinantes
FICHA PARA UM NOVO ASSINANTE
AJUDANDO “ O BALUARTE” ESTÁS A AJUDAR A
TUA ILHA!
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Para este novo assinante passar a receber o jornal “O BALUARTE”,
junto envio o vale ou cheque no valor de______________________.
Enviar para: Jornal “O BALUARTE DE SA%TA MARIA”
Apartado 524 - Aeroporto
9580-908 Vila do Porto - Açores - Portugal
Contactos: Telefone/Fax: (351) 296882665
E-mail: [email protected]
Site: www.obaluarte.net
Recorte pelo tracejado ou, se preferir, Cre fotocópia.
Março de 2011
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CAMPO DE GOLFE DE SANTA MARIA
Informação Local
Março
Fevereiro
de 2011
de 2011
ENTREVISTA COM JOSÉ MELO
POSIÇÃO E ESCLARECIMENTO DO “CLUBE DOS AMIGOS E DEFENSORES DO PATRIMÓNIO” SOBRE AS QUESTÕES AMBIENTAIS
Dada a polémica instalada sobre a construção do
Campo de Golfe na Ilha de Santa Maria, provocada por
um abaixo assinado que decorre contra a sua construção, invocando os seus promotores razões, que têm a ver
com a rentabilidade e sustentabilidade do investimento;
o inflacionamento do valor dos prédios rústicos da ilha
dado que dois terços do investimento são para a aquisição de terrenos e indemnizações; a falta de um estudo
de impacto ambiental, considerando ser um atentado
ambiental por se tratar, segundo a sua opinião, dos terrenos mais férteis da ilha; e a falta de garantia de autosustentação em termos de necessidade de água, o jornal
Baluarte foi entrevistar um mariense ligado ao Clube de
Amigos e Defensores do Património e aos Amigos dos
Açores, Sr. José de Melo, amante incondicional de Santa
Maria que se tem dedicado de alma e coração, com credibilidade e fundamentação aos problemas ambientais
da ilha e que certamente deverá ter uma palavra a dizer
e a clarificar sobre as questões ecológicas relativas ao
Campo de Golfe, a construir em Santa Maria.
Baluarte: Qual a posição do Clube de Amigos e Defensores do
Património” sobre a construção de um campo de Golfe em
Santa Maria?
J.Melo: As vantagens económicas, sociais e de projeção turística
da ilha no exterior, que levaram o empresariado mariense, há anos
atrás, a fazer a reivindicação deste emprendimento para Santa
Maria, mesmo nos parecendo evidentes e substantivas, o mesmo
nos deixou algumas reservas e renitências iniciais, porquanto havia
algumas questões ambientais a ter em conta, e não defendemos o
desenvolvimento a qualquer preço, não nos colando ao “sim” ou
ao “não”, sem uma cabal informação.
Agindo na senda do nosso ideário e das responsabilidades públicas assumidas na defesa do património cultural e natural da ilha,
tendo como apanágio a gestão sustentável do mesmo, na defesa
do bem estar coletivo presente, sem fazer perigar a satisfação das
futuras gerações, tomámos uma posição de exigência de esclarecimentos e do cumprimento de imperativos ambientais atinentes a
projetos desta natureza, nomeadamente a questão da rega, da fertilização de solos, cobertos vegetais, erosões, conflito com áreas
protegidas, perturbação de corredores ecológicos, destruição de
espécies endémicas e degradação paisagística. Estas nossas preocupações e exigências foram trasmitidas e discutidas com a tutela
do ambiente, apresentadas à empresa SGS a trabalhar para as Ilhas
de Valor, no estudo de incidências ambientais, e argumentadas no
âmbito da participação pública e da Comissão Mista de Coordenação do PROTA (Plano Regional do Ordenamento do Território
dos Açores).
Este esforço e linha de atuação foi sendo apresentado à comunicação social regional e local, pois, na altura, mesmo tendo ocorrido
alguma contestação e falta de compreensão de alguns empresários
com a nossa postura, sentíamos que o grosso da população mariense (fomos contatados por muitas pessoas), mesmo concordante
com o campo de golfe, nos exigia e contava connosco para obtenção de esclarecimentos e pugnar pela minimização dos possíveis
impactos acima descritos. A expressão pública dessa nossa luta
pode ser revisitada na RTP e RDP Açores, gravações no CAA e
Memorando Ambiental entregue ao Senhor Secretáro Regional do
Ambiente e do Mar há dois anos, e que foi publicada aqui no Baluarte.
Perante as informações e compromissos assumidos pelos responsáveis regionais relativas às questões e exigências que colocámos,
tendo mesmo havido acedência à sua inscrição textual no corpo
do PROTA, consideramos que podem dar descanso e garante às
pessoas de que as questões ecológicas relativas à construção de
futuros campos de golfe nos Açores serão minimizadas ou nalguns
casos mesmo sanadas, só se compreendendo as afirmações contrárias, à luz da falta dessa informação ou de confiança nos poderes instituídos.
Informamos, como base de garante e de responsabilização, de que
as orientações que insistimos para serem dispostas no PROTA,
veiculam taxativa e obrigatoriamente as entidades privadas e
públicas no seu cumprimento, sob pena de ação judicial.
Face ao exposto, a nossa postura é de concordâcia com a construção do campo de golfe em Santa Maria, porque os acautelamentos ambientais alertados por nós foram assumidos (e isto foi
vinculativo para o nosso posicionamento), e em segundo lugar,
porque as vantagens económicas, sociais são evidentes e irrefutáveis para o empresariado mariense e população em geral, sendo
um acrescento que Santa Maria não deverá desperdiçar, para a sua
diversificação económica, sob pena de ser preterida a favor de ou-
tros lugares.
Baluarte: Existe de facto algum motivo de preocupação em termos de ambiente com a construção do campo de Golfe em
Santa Maria?
J.Melo: Como qualquer empreendimento que incida numa vasta
área de uso e transformação de solos, em espaços naturais ou seminaturais e que implique a utilização de recursos naturais e químicos para o seu funcionamento, leva, inevitavelmente, ao
levantamento/inventariação de possíveis incidências ambientais,
que no caso concreto do campo de golfe, tem a ver, como acima já
foi referido, com a questão da rega, da fertilização de solos, cobertos vegetais, erosões, conflito com áreas protegidas, perturbação de corredores ecológicos, destruição de espécies endémicas e
degradação paisagística.
Reforçamos que todas estas questões foram apresentadas, contextualizadas no espaço em causa e discutidas nas instâncias próprias,
sendo já informação comum de que em relação à questão da água,
a rega será efetuada a partir de fontes (furos) independentes, dos
existentes para abstecimento público, tendo a nossa preocupação
de não interferências e de uma gestão sustentável do recurso, sido
tomada em conta no PROTA, assumindo o Governo, como entidade licenciadora, “a assegurar: i) o uso eficiente da água, minimizando os consumos e garantindo a manutenção dos
parâmetros quantitativos e qualitativos das massas de água adjacentes”.
Sobre a fertilização dos solos, propusemos com aceitação geral e
inscrição também no PROTA, a obrigatoriedade do Governo “assegurar ii) o cumprimento das regras estabelecidas no Código
das Boas Práticas Agrícolas e Ambientais”, assim como “iii) a
redução ao mínimo, da aplicação de fertilizantes químicos e de
produtos fitossanitários”.
No que concerne a erosões, o espaço não terá problemas acrescidos, porquanto manterá a sua permeabialização, um tapete vegetal de cobertura e a topografia plana; não é vislumbrável qualquer
conflito com as áreas protegidas adjacentes nomeadamente a Reserva Natural do Figueiral-Prainha e Monumento Natural da Pedreira do Campo, podendo até ser estas mais-valias de atratividade
subsidiária do empreendimento; não haverá destruição de habitat´s nem de vegetação endémica, por se tratar de uma área humanizada de pastagens, despidas desses elementos ecológicos,
tendo-se assegurado, ainda no âmbito do PROTA a plantação de
espécies arbóreas não invasoras e preferencialmente autóctones.
No aspecto paisagístico, não haverá mudanças significativas,
sendo até abundantes as opiniões de que o tapete verde do campo
de golfe é mais agradável do que as comuns pastagens.
Em termos de vigilância/acompanhamento geral, é, ainda uma disposição de exigência “iv) a definição de um programa de monitorização regular que permita acompanhar e avaliar o impacte
do projeto nos recursos hídricos e no solo, ao longo do seu horizonte de exploração”.
Face ao exposto, no cumprimento do assumido oralmente e veiculado por escrito como obrigatoriedade legal, por um documento
com orientações de cúpula de caris vinculativo, discutido e aprovado na Assembleia Legislativa Regional, as expressões afirmati-
vas de “atentado ambiental”, são completamente desajustadas.
Baluarte: Sendo, segundo os promotores do abaixo assinado
contra o campo de Golfe, os terrenos mais férteis da ilha, vão
estas qualidades dos terrenos ser destruídas?
Em virtude das nossas informações e realidade patententeada no
local, analisada diacronicamente, não podemos concordar com
essa afirmação, considerando essas afirmações despidas de fundamento e provocadoras de alguma emoção saudosista dos vastos
trigais que outrora ali existiam, que eu também a sinto, sem qualquer vislumbre de retorno a esses tempos.
Se quisermos ser realistas e verdadeiros, esses “terrenos férteis
para a agricultura”, nos últimos quarenta anos, para a agricultura
não serviram nada, tendo-lhes só sido dado o mesmo uso das comuns pastagens da ilha, sendo esse destino de “monocultura da
erva”, que continuaria a ter nas próximas décadas caso, não fosse
por diante o campo de golfe. Como se pode constatar os terrenos
do Tremoçal, não obstante essa diferença de fertilidade agrícola
apregoada, está a servir para “mais do mesmo”, a par da utilização
dos restantes solos da ilha, não sendo de todo um espaço de diversificação agrícola.
Portanto, o campo de golfe não vai acabar com o “celeiro da ilha”,
porque há dezenas de anos o pão dos marienses não é feito com farinha dali, nem há qualquer indicação tendencial que tal venha a
acontecer no horizonte temporal da nossa geração. Segundo ponto
que refuta essa afirmação da destruição da qualidade dos terrenos,
é que, inversamante, o campo de golfe até atenua, porque vem renovar o tipo de revestimento vegetal e a concentração química dos
fertilizantes a utilizar, são menos concentrados e degradadores do
que os usados nas pastagens, estando essa adubação a ser feita sem
qualquer controle nem monitorização regular. Um terceiro ponto,
a enfocar é que se porventura daqui a anos, por força de uma necessidade de força maior ou de surgimento de um projeto de agricultura que seja, comprovadamente, mais rentável do que o campo
de golfe, os terrenos podem sempre retornar ao seu uso anterior,
aliás como dispõe o PDM.
Baluarte: É ou não positivo para o desenvolvimento turístico
da ilha a construção do Campo de Golfe em Santa Maria?
J.Melo: O que posso afirmar convictamente é que as vantagens
que trará o campo de golfe, por poucas ou muitas que sejam, suplantará largamente as desvantagens ou algumas pseudo-desvantagens que por aí são apregoadas e que constituirá uma mais-valia
turística para Santa Maria.
Porque as posturas ambientais, deverão ter também, em concomitância, preocupações sociais e até económicas (evidentemente uma
“economia ambientalizada”), bebo do que foi assumido pelas forças vivas e entidades públicas marienses e Governo de que “o
setor estratégico para o desenvolvimento e diversificação económica de Santa Maria, assenta no Turismo, devendo essa
oferta ser variada, e reconhecida como êmbolo impulsionador
das outras actividades económicas”.
Porque acreditamos nesse caminho, e em solidariedade
(Continua na página 24)
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