CADEIRA N° 29
PATRONO:
VIRGÍLIO RODRIGUES DA COSTA VIDIGAL
Nasceu na antiga freguesia de São Pedro do Cachoeiro, atual município de
Cachoeiro de Itapemirim, ES, em 4 de setembro de 1866. Exerceu o magistério primário,
foi solicitador e pequeno industrial. Nos primeiros anos deste século, colaborou em jornais
e revistas do Rio de Janeiro. Faleceu em Manaus, AM, em cuja imprensa publicou vários
trabalhos, em 26 de dezembro de 1907, após uma existência pontilhada de reveses. “Foi
poeta de inspiração mimosa e espontânea, de espaço a espaço, tarjada de tristeza e
melancolias. Seus versos, de um lirismo apaixonado e dolente, correm publicados em dois
belos volumes Cantos e prantos e Irídeas, revestidos de formas galantes e notáveis pela
tonalidade de suas linhas e segurança de seus debuxos”. (V. Elpídio Pimentel em Noções
de Literatura, Vitória, Tipografia do Diário da Manhã, 1918. O citado livro Cantos e
prantos, de apenas 76 páginas, foi impresso na tipografia d’ A Província do Espírito
Santo, em 1886, e Irídeas em 1891.
CHORAVAS?
Sim, choravas! No teu mimoso rosto
Vi o sinal da lágrima vertida,
E, em teu olhar, a sombra de um desgosto
Ou de uma dor no íntimo contida.
Ai! Quem me dera a pérola caída
Desses teus olhos lânguidos! Que gosto
Eu não teria – o único da vida –
Se nos meus lábios a tivesses posto?!
Pois, se é bastante a lágrima do orvalho,
Para que estale em flor anoso galho,
Murcho e pendido ao ríspido calor: [...]
(In. Poetas do Espírito Santo. Universidade Federal do Espírito Santo. FCAA)
1º. OCUPANTE:
ABÍLIO CHRISÓSTOMO DE CARVALHO
Nasceu em Vitória, ES, em 22 de fevereiro de 1916. Autodidata. Trabalhou, como
assistente técnico, na Seção de Propaganda e Turismo da Prefeitura Municipal de Vitória.
Foi prefeito, por nomeação, do município da Serra, ES, em 1943. Redator da revista Vida
Capichaba, colaborou ainda, assiduamente, em quase todos os jornais vitorienses.
Publicou: Vestígios da dor antiga, versos, 1938; Discurso de posse na AEL, 1940;
Mensagem de Fé, poema, 1943 e Quatro séculos de literatura Espírito-santense,
conferência, 1943. Faleceu no Rio de Janeiro, onde exercia a profissão de jornalista, em 8
de outubro de 1977.
SUBLIMAÇÃO
Não levante ao céu o teu punho iracundo
Se à porta te bateu o duende da amargura:
Toma a tinta e o papel, concentra-te e procura
Buscar no sofrimento um motivo jucundo.
Ah! O tesouro da Arte imaterial e pura,
Que traz fulgurações à impureza do mundo,
E arranca o nosso ideal ao abismo profundo
Transformando-o num astro, a brilhar lá na altura!
Homem de vibração, alma livre de artista,
Aquele que, na dor, é desprendido e altruísta
E em pérolas e rima enfeixa os sonhos seus,
Nada o suplantará na inspiração que o inflama:
Pois tendo, embora, os pés mergulhados na lama,
Traz o crânio pousado entre os braços de Deus!
(In. Poetas do Espírito Santo. Universidade Federal do Espírito Santo. FCAA)
2º. OCUPANTE:
CHRISTIANO DIAS LOPES FILHO
Nasceu em Bom Jesus do Norte, município de São José do Calçado, ES, em 26 de
dezembro de 1927. Diplomou-se pela Faculdade de Direito do Espírito Santo, em 1951.
Aos dezesseis anos de idade, ingressou no magistério, tendo lecionado em vários
educandários de Vitória. Professor do Ensino Industrial do Ministério da Educação e
Cultura, foi nomeado, a 11 de janeiro de 1957, para a Escola Técnica de Manaus,
removido posteriormente para a Escola Técnica Federal de Vitória. Em 1948, fundou, no
Estado, a Campanha Nacional de Educandários Gratutos (hoje Campanha Nacional de
Comunidade), tendo dirigido esta instituição, até 1966, e deixando funcionar uma rede de
26 unidades escolares, incluindo ginásios, cursos normais e escolas de comércio. Em
1976, foi classificado como Técnico em Assuntos Educacionais. Político militante, foi oficial
de gabinete do Governo Jones dos Santos Neves, de 1951 a 1954, ano em que disputou
mandato legislativo estadual, conseguindo apenas colocar-se na primeira suplência, mas
permanecendo convocado para o exercício do mandato durante quase toda a legislatura.
Em 1958, eleito deputado estadual, foi líder do Governo Carlos Lindenberg (1959) e
presidente da Assembléia Legislativa (1960). Reeleito em 1962, liderou a oposição durante
toda a legislatura, sendo que sua carreira política culminou com a eleição, pela Assembléia
Legislativa, para governador do Estado, depois de ter integrado, como o mais votado, a
lista trípice que a Convenção Regional da Arena submeteu à decisão do Presidente da
República, Marechal Humberto de Alencar Castello Branco. Após deixar o governo,
ocupou cargos de relevância no Estado, como o de deputado federal. Aposentou-se, em
1976, como procurador. Pertence ao IHGES e é Cidadão Honorário dos seguintes
municípios espírito-santense: Vitória, Vila Velha, Cariacica, Cachoeiro de Itapemirim,
Guaçuí, Alegre, Mimoso do Sul, Itapemirim, Castelo, Jerônimo Monteiro, Iúna, Guarapari,
Santa Teresa, Afonso Cláudio, Serra, Aracruz, Colatina, Linhares, São Mateus, Nova
Venécia, Pancas, São Gabriel da Palha, Mantenópolis, Conceição da Barra, Barra de São
Francisco, Montanha, Pinheiros, Ecoporanga, Santa Leopoldina e Muniz Freire. Publicou:
Jerônimo Monteiro, conferência, Vitória, 1940; Nestor Gomes, biografia, conferência,
1948; Geração sem objetivo, discurso, 1947; Pela democratização do ensino, coletânia
de artigos, correspondência, notícias etc, no período da Campanha Nacional de
Educandários Gratuitos, 1953; Estatismo na Educação, tese apresentada ao XI
Congresso Nacional da CNEG, em Porto Alegre, 1962; Estudos para adaptação
constitucional do Estado no regime parlamentarista, 1962; Definição ideológica e
programática, 1963; Discurso de candidato, 1966; Convocação para o desenvolvimento, discurso de posse no cargo de Governador, 1967; Um Estado em marcha para
o desenvolvimento, vol. I e vol. II, relatório de governo; Desafio e respostas, 1971;
Fundações: questões em debate, tese perente o IV Congresso de Procuradores de
Estado, 1972; Discurso e conferências (1967 a 1971); No pórtico da Academia,
discurso de posse na cadeira nº 29 da Academia Espírito-santense de Letras, 1979; e
Discurso de recepção ao acadêmico Rómulo Salles de Sá na cadeira nº 35 da
Academia Espírito-santense de Letras, 1982. Faleceu em Vitória, em 10 de setembro de
2007, tendo recebido várias homenagens do Governo Estadual.
A Juventude e a Constituição (Frag.)
... Em verdade, senhores, esta deve ser a constante e grande preocupação dos
governos. Educação para a juventude, sem o que ela será sempre um peso morto na vida
nacional e haveremos de viver eternamente num país em que seus homens públicos serão
sempre o produto de uma”seleção negativa de valores.
(In. Arquivo da Academia Espírito-santense de Letras.).
3º. OCUPANTE:
JOÃO GUALBERTO MOREIRA VASCONCELLOS
Nasceu em Cachoeiro de Itapemirim, no Espírito Santo, em 24 de outubro de 1951.
Diplomou-se em Administração pela Universidade Federal do Espírito Santo, em 1974.
Aos 31 anos, concluiu Mestrado em Administração de Empresas pela Pontifícia
Universidade Católica do Rio de Janeiro. Em 1992, doutorou-se em Sociologia pela École
des Hautes Études en Sciences Sociales, EHESS, na França. Foi orientado pelo filosofo
político Cornelius Castoridis.
Aos 31 anos iniciou sua carreira como professor efetivo na Universidade Federal do
Espírito Santo, cargo do qual se aposenta em 2010. Publicou o livro A Invenção do
Coronel, em 1995, e participou como organizador dos seguintes títulos: Vitória:
Trajetórias de uma cidade, 1993; Recursos Humanos e Subjetividades, 1995;
Inovações Organizacionais, 1998; Memórias do Desenvolvimento, 2004. Nos últimos
dois anos esteve presente nos mais importantes congressos nacionais e internacionais:
VIII Reunión de Antropología do Mercosul, 2009; 3e Congrès AFS, 2009; V Encontro de
Estudos Organizacionais, 2008; Colóquio Gestão Educacional: Desafios na
Contemporaneidade, 2008; 32º Encontro Anual ANPOCS, 2008.
Foi articulista semanal do jornal A Gazeta durante mais de 10 anos e comentarista
político da Rádio CBN durante cerca de 2 anos.
Atualmente é vice-presidente da ONG Espírito Santo em Ação e Sócio da Futura.
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CADEIRA N° 29