CURSO CASTRO ALVES 2012 VII COLÓQUIO DE LITERATURA BAIANA Centenário de Jorge Amado, Édison Carneiro e Camillo de Jesus Lima ACADEMIA DE LETRAS DA BAHIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LITERATURA E DIVERSIDADE CULTURAL – DLA/UEFS CURSO CASTRO ALVES 2012 VII COLÓQUIO DE LITERATURA BAIANA 18, 19 e 20 de setembro de 2012 das 14h30 às 19h30 - Carga horária: 20 h ACADEMIA DE LETRAS DA BAHIA Av. Joana Angélica, 198 Nazaré - Salvador - BA tel (71) 3321-4308 Presidente: Aramis Ribeiro Costa(ALB) Coordenador: Aleilton Fonseca (UEFS/ALB) Salvador/Feira de Santana - Bahia 2012 ACADEMIA DE LETRAS DA BAHIA PRESIDENTE ARAMIS RIBEIRO COSTA Av.Joana Angélica, 198 - Nazaré Salvador-BA - 40050000 Tel/fax: (71) 3321-4308 http://www.academiadeletrasdabahia.org.br [email protected] UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA REITOR JOSÉ CARLOS BARRETO DE SANTANA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LITERATURA E DIVERSIDADE CULTURAL COORDENADOR ADEÍTALO MANOEL PINHO Prédio de Pós-Graduação em Educação, Letras e Artes Módulo 2 - UEFS Av. Transnordestina s/n – Novo Horizonte 44.036-900 - Feira de Santana - Bahia Tel/Fax: (75) 3224-8287 - Fax http://www.uefs.br/ppgldc [email protected] APRESENTAÇÃO COLÓQUIO DAS LETRAS BAIANAS Há mais de trinta anos a Academia de Letras da Bahia criou, por inspiração do acadêmico Jorge Calmon, o seu tradicional Curso Castro Alves, em homenagem à memória e à obra do grande poeta do Romantismo brasileiro. Ao longo dos anos, o evento vem reunindo leitores e estudiosos do poeta, destacando os temas, o lirismo, a linguagem e as significações de sua poesia no contexto sociocultural de sua época, além de estimular sua recepção crítica atual, contribuindo para sua permanência no panorama da cultura baiana e brasileira. A partir de 2006, o Curso Castro Alves tornou-se um grande encontro, incorporando o Colóquio de Literatura Baiana, com a apresentação de estudos, artigos e ensaios sobre questões, temas, autores e obras da literatura produzida na Bahia, em sessões de comunicações. Com isso, ampliava-se o diálogo da Academia com a comunidade universitária baiana, sobretudo com os cursos de Letras. Desde então o evento tem sido realizado conjuntamente pela ALB e pelo Programa de Pós-Graduação em Literatura e Diversidade Cultural, da Universidade Estadual de Feira de Santana. O curso e o colóquio expandiram-se, tornando-se um espaço aberto para a divulgação dos estudos realizados nas diversas universidades baianas. São trabalhos produzidos por doutores, doutorandos, mestres, mestrandos e estudantes de Iniciação Científica e que não devem ficar inéditos e desconhecidos. Seus autores merecem um espaço mais amplo, para além dos seus campi universitários, em busca de visibilidade e reconhecimento por parte de escritores, leitores e ouvintes. Esse espaço é, sem dúvida, a Academia de Letras da Bahia, no âmbito do Ponto de Cultura Espaço das Letras. A ALB é o lugar principal de catalisação dos estudos, das motivações, do reconhecimento e do incentivo aos mestres, seus discípulos e orientandos. Esse diálogo tem sido fecundo e indispensável. Os trabalhos selecionados de 2006 a 2009 serão publicados numa série de 3 volumes, em 2011, na Coleção “O olhar de Castro Alves”. Trata-se de uma ampliação, já que um volume (2006-2007) foi publicado em 2008, e será reeditado na referida coleção. Já os textos de 2010 serão reunidos noutro livro, organizado em dois volumes. Assim serão publicados os textos de cinco colóquios, de 2006 a 2012, oferecendo aos estudiosos um amplo painel de abordagem crítica da literatura baiana contemporânea. Essa é uma das formas mais claras e eficientes de a Academia de Letras da Bahia contribuir com a leitura e a pesquisa, fomentando e realizando a divulgação dos trabalhos produzidos nas universidades, sobre os autores baianos consagrados e, sobretudo, os contemporâneos. Eeste Curso Castro Alves 2012 é festeja o centenário de Jorge Amado, Édison Carneiro e Camillo de Jesus Lima, intelectuais que deixaram marcas indeléveis em nossa produção ensaística e literária. Para homenageá-los, mais de sessenta estudiosos apresentam seus trabalhos, oriundos das diversas universidades baianas e alguns de outros estados. Dezenas de ouvintes estão inscritos no evento, em busca de ampliar seus horizontes de estudo. Sem dúvida, esse fato demonstra o vigor dos estudos literários atuais e o crescente interesse pelos autores baianos, cada vez mais lidos e estudados nos cursos de Letras da Bahia e de alguns outros estados. O mais auspicioso deste evento é constatar, ano após ano, observa-se um significativo avanço nos índices de leitura, estudo e pesquisa sobre temas, obras e autores baianos em nossas universidades. Aleilton Fonseca Coordenador PROGRAMAÇÃO GERAL Local: Auditório Magalhães Neto – ALB 18/09 - Terça - Centenário de Camillo de Jesus Lima 14h30 – Sessões de Comunicações 17h - Abertura/Coordenação: Aramis Ribeiro Costa (ALB) PALESTRAS 17h 10 - Camillo de Jesus Lima: um poeta sem fronteiras Esmeralda Guimarães Meira (UNEB) 17h40 - Revisitando Camillo de Jesus Lima João Eurico Matta (ALB) 18h30 – Lançamento de livros: Sonetos elementais – Florisvaldo Mattos Muito além das tardes nevoentas – Esmeralda Guimarães Meira 19/09 – Quarta - Centenário de Édison Carneiro 14h30 – Sessões de Comunicações 17h00 – PALESTRAS Coordenação da mesa: Carlos Ribeiro (ALB) 17h10 Castro Alves visto por Édison Carneiro Consuelo Pondé de Sena ( IGHB/ALB) 9 17h 40- Édison Carneiro, amigo e companheiro Waldir Freitas Oliveira (ALB) 18h30 – Lançamento de livros Fazedores de tempestades – Carlos Ribeiro Gira, gira, girou... o dia em que a terra parou (infantil) – Margot Lobo Valente 20/09 - Quinta - Centenário de Jorge Amado 14h30 – Sessões de Comunicações 17h00 – Sessão Especial Centenário de Jorge Amado Coordenação: Rita de Cássia Queiroz COMUNICAÇÕES Rita de Cássia Ribeiro de Queiroz (UEFS) Tatiane Almeida Ferreira (UEFS) Eduardo Pereira Lopes (UEFS) Eliene da Fé Rabelo (UNEB) Silvania Cápua Carvalho (UEFS) Antonio Carlos M. Teixeira Sobrinho (UNEB) 18h30 – Encerramento Apresentação musical: Declamação musical de poemas de Sosígenes Costa Marcos Roriz 10 SESSÕES DE COMUNICAÇÕES SESSÃO 1 Dia 18/ 09 - terça-feira - 14h30 Auditório Magalhães Neto Coordenação: Benedito Veiga (UEFS) JORGE AMADO EM CONVÍVIO COM GABRIELA, DONA FLOR, TEREZA BATISTA E TIETA Benedito Veiga (UEFS) JOÃO AUGUSTO, JORGE AMADO E A “PATERNIDADE” DE QUINCAS BERRO D’ÁGUA: POR UMA HISTÓRIA DO TEXTO Rosa Borges (UFBA) DORMINDO O ETERNO SONO NOS BRAÇOS DE IEMANJÁ: O ENCONTRO DO VERDADEIRO ABRIGO NAS ÁGUAS MARINHAS NA OBRA A MORTE E A MORTE DE QUINCAS BERRO D’ÁGUA Jéssica Freitas Cunha (UNEB) OS SOLDADOS BAIANOS NA MESMA PRAÇA; O MESMO AMOR: A LIBERDADE Cíntia Portugal de Almeida (PROBIC/ UEFS) RUI BARBOSA N’O IMPARCIAL: TEXTOS DE JOÃO PARAGUASSÚ Danilo Cerqueira Almeida (PpgLDC/ UEFS) NEGAÇÃO E AFIRMAÇÃO DA AFRO-BRASILIDADE NA PRODUÇÃO DE CASTRO ALVES Bárbara Daiana Anunciação Nascimento (Graduação -UEFS) SESSÃO 2 Dia 18/09 - terça-feira – 14h30 Auditório Pedro Calmon Coordenação: Rosana Ribeiro Patricio (UEFS) UM ESTUDO SOBRE A TRANSPOSIÇÃO FÍLMICA: GRITO DA TERRA NA LITERATURA E NO CINEMA Dinameire Oliveira Carneiro Rios (PpgLDC/UEFS) EFEITOS DE VERDADE NO FILME O BEM AMADO: REAL E FICÇÃO NA CONSTRUÇÃO DA MEMÓRIA POLÍTICA DO BRASIL Dislene Cardoso de Brito (IFBA/UFBA) CERCOS, MUROS, DESENCONTROS E OUTRAS BARREIRAS: EMPAREDAMENTO DO SUJEITO EM CORPO NO CERCO, DE HELENA PARENTE CUNHA Gilson Antunes da Silva (IFBA/UFBA) 11 LEMBRANÇAS E INVENÇÕES: ADELICE SOUZA E SEU PRIMEIRO ROMANCE Elis Angela Franco Ferreira Santos (PPgLDC/UEFS) GREGÓRIO DE MATOS: DO EXÍLIO À EXALTAÇÃO DO CÂNONE Mariana Barbosa Batista (PpgLDC/UEFS) AS RELAÇÕES MERCADOLÓGICAS NA RELIGIOSIDADE EM “GABRIELA” Catiane Rocha Passos de Souza (UFAL/ IFBA) SESSÃO 3 Dia 18/09 - terça-feira – 14h30 Sala de Reunião (Térreo) Coordenação: Léa Costa Santana Dias (UNEB/UFBA) DE O BERÇO DO HERÓI A ROQUE SANTEIRO: DIAS GOMES REVISITANDO OS SERTÕES Léa Costa Santana Dias (UNEB/UFBA) EM MEMÓRIA DE RAUL: REVISITANDO A BAHIA PELA OBRA DO “MALUCO BELEZA” Marijane de Oliveira Correia (IFBA) MAYOMBE: DISCURSOS COLONIALISTAS E PÓS-COLONIALISTAS Derneval Andrade Ferreira (UFBA) VIAGEM FRAGMENTADA NUM TÁXI RUMO À VIENA D´AUSTRIA: O HOMEM PÓSMODERNO PERDE-SE NOS LABIRINTOS DA CONTEMPORANEIDADE Maria Elaine Gomes dos Santos (UNEB) ETHOS DISCURSIVO DA MULHER EM “A RICA FAZENDEIRA DE CACAU”, DE EUCLIDES NETO José Radamés Benevides de Melo (IFBA) CONTO EM DESTAQUE: AS FACES DO DESAPEGO AMOROSO EM NOITE DE GLÓRIA, DE GUSTAVO RIOS Luciano Rodrigues da Silva (UNEB) e Hiuton da Cunha Cardoso (UNEB) SESSÃO 4 Dia 19/09 - quarta-feira – 14h30 Auditório Magalhães Neto Coordenação: Joabson Lima Figueiredo (UNEB) JORGE AMADO CONTISTA: REPRESENTAÇÕES DE UMA BAIANIDADE EM CURSO Joabson Lima Figueiredo (UNEB) ESCRITA, VIDA, ENTRE OUTROS DEVIRES: REFLEXÕES SOBRE A LITERATURA DE JUDITH GROSSMANN Fernanda Mota Pereira (UFBA) UM PÉRIPLO PELO TERRITÓRIO FEMININO: NOS CONTOS “PARA QUE NINGUÉM A QUISESSE” E “DEPARTAMENTO FEMININO DO CLUBE”, DE HELENA PARENTE CUNHA Simone Silva (UNEB) e Valquíria Carvalho (UNEB) 12 A MORTE COMO METÁFORA DA MEMÓRIA, EM “O SORRISO DA ESTRELA”, DE ALEILTON FONSECA Kedma da Costa dos Santos (UNEB) e Letícia Borges Barbosa (UNEB) MEMÓRIAS NARRATIVASDELAMPIÃO NO CORDEL DEFRANKLIN MAXADO Roberto dos Reis Cruz (UEFS) AS REPRESENTAÇÕES DA MORTE NAS NARRATIVAS ALEILTIANAS “O CANTO DE ALVORADA” E “NOTÍCIAS DE MALINO” Gilmara Pires Miranda (UNEB), Josenilda Araújo(UNEB) e Wilgner Murillo Santos (UNEB) SESSÃO 5 Dia 19/09 - quarta-feira – 14h30 Auditório Pedro Calmon ESTUDOS SOBRE A OBRA DE MYRIAM FRAGA Coordenação: Ricardo Nonato Almeida de A. Silva (UNEB) PELO FIO DA MEMÓRIA: REPRESENTAÇÃO DA CIDADE NA OBRA DE MYRIAM FRAGA Ricardo Nonato Almeida de A. Silva (UNEB) “SÃO TEUS OLHOS ESPELHOS”: DESLOCAMENTOS DO MITO DA MEDUSA NA POESIA DE MYRIAM FRAGA Adriana Carlos de Figueirêdo (UNEB), Ana Caroline Carmo Silva (UNEB) e Antônia Ferreira dos Santos (UNEB) UM OLHAR LANÇADO AO MAR: A REPRESENTAÇÃO DO MAR EM MARINHAS, DE MYRIAM FRAGA Jessica Pereira Torres (UNEB) O ESTUDO DO CARÁTER TRÁGICO EM A LENDA DO PÁSSARO QUE ROUBOU O FOGO, DE MYRIAM FRAGA Glaucia Batista dos Santos “A MÁSCARA COMO UM DISFARCE”: A (IM)POSSIBILIDADE DE SER EM O LIVRO DOS ADYNATA, DE MYRIAM FRAGA Thais Rabelo de Souza (UNEB) IMAGENS DE CORPO E SOLIDÃO NOS POEMAS “CORPO A CORPO” E “O RISCO NA PELE” July Ane da Silveira Soares (UNEB) “PENÉLOPE” DE MYRIAM FRAGA, UMA RELEITURA DO AMOR POR TRILHAS DISTANTES Veronica Almeida Trindade (PpgLDC/UEFS) SESSÃO 6 Dia 19/09 - quarta-feira – 14h30 Sala de Reuniões (Térreo) Coordenação: Arolda Maria da Silva Figuerêdo (UNEB) A REPRESENTAÇÃO DO NEGRO: IDENTIDADE E ESPAÇO DE RECONHECIMENTO, NA OBRA VIVA O POVO BRASILEIRO, DE JOÃO UBALDO RIBEIRO Arolda Maria da Silva Figuerêdo (UNEB) DIAS GOMES A CRUZ E A ESPADA: POR UMA LEITURA CRÍTICA DE O SANTO INQUÉRITO E DE TEXTOS DE IMPRENSA Larissa Caroline Dórea Borges (PROAE - UFBA) 13 “COMO UM DARDO INCANDESCENTE”: AMOR E EROTISMO EM “A BONNIE DOS BARRIS” Solange Santos Santana (IFBA/UFBA) NÃO SÓ FUI MORTO COMO SIGO INSEPULTO: INCÔMODOS EXISTENCIAIS NA POESIA DE MAYRANT GALLO Marcela Rodrigues Soares (Colégio Gênesis/ SEC-BA) SOB OS ESCOMBROS DA CIDADE: A POESIA DE MAYRANT GALLO Lidiane Carvalho Nunes (UEFS) CORRESPONDÊNCIA DE JOÃO AUGUSTO: NOTÍCIAS DO PROCESSO CRIATIVO Liliam Carine da Silva Lima (UFBA-PPGLitC/CAPES) SESSÃO 7 Dia 20/09 - quinta-feira – 14h30 Auditório Magalhães Neto Coordenação: Ivana Teixeira Figueiredo Gund (UNEB) A LEVEZA NO POEMA “O AVÔ”, DE RUY ESPINHEIRA FILHO Ivana Teixeira Figueiredo Gund (UNEB) A CONSCIÊNCIA DA EXCLUSÃO: REFLEXÕES SOBRE IDENTIDADE CULTURAL A PARTIR DO CONTO “O ARTISTA QUE VEIO AQUI DANÇAR COM AS MOÇAS”, DE JOÃO UBALDO RIBEIRO Karina Lima Sales (UNEB) A ESCRITA FEMININA DE HELENA PARENTE EM MULHER NO ESPELHO Poliana Pereira Dantas (UNEB) NAQUELE TEMPO: UM PASSEIO PELO(S) CENTRO(S) DA CIDADE DO SALVADOR Milena Guimarães Andrade Tanure (UNEB) GLÁUCIA LEMOS E A RESSIGNIFICAÇÃO DA INFÂNCIA Fabricia dos Santos (PPGLitC/UFBA) NHÔ GUIMARÃES, DO ESCRITOR BAIANO ALEILTON FONSECA: LEITURAS DO PROCESSO DE CRIAÇÃO DO ROMANCE Adna Evangelista Couto dos Santos (IFBA) SESSÃO 8 Dia 20/09 - quinta-feira – 14h30 Auditório Pedro Calmon Coordenação: Eduardo Reis Dourado (UEFS/ UNEB) AS FIGURAS DA (ANTI) MODERNIDADE NOS CONTOS “INCOLOR”, DE ALLEX LEILLA, “SEM SAIDA”, DE RAFAEL RODRIGUES Eduardo Reis Dourado (PpgLDC/UEFS/UNEB) A REPRESENTAÇÃO DA MULHER NO CORDEL SUL-BAIANO DE ULI ZULUH RASTA LUX Alex Batista Lins (IFBA) e Andréia Batista Lins (UESC) 14 A CORPORIFICAÇÃO DE EROS: REFLEXÕES SOBRE AMOR E EROTISMO EM TIETA DO AGRESTE, DE JORGE AMADO Meg Heloise Bomfim da Silva (PpgLDC/UEFS) e Maria Angélica Rocha Fernandes (PpgLDC-UEFS/ UNEB) A CONFIGURAÇÃO DA IDENTIDADE FEMININA NO CORDEL GENOVEVA A GLAMUROSA GESTANTE E O FILHO DO FUNCK Andréia Batista Lins (UESC) e Alex Batista Lins (UFBA) A PRODUÇÃO LITERÁRIA DE ANTÔNIO FERREIRA SANTOS EM O CONSERVADOR Ediane Brito Andrade (UNEB/ IC/FAPESB) e Maria da Conceição Reis Teixeira (UNEB/SALT) PALAVRAS QUE BROTAM DE ÁGUAS DA MEMÓRIA E DE AZEVICHE: CORRENTES QUE SURGEM DA POESIA DE ÂNGELA VILMA E DE LÍVIA NATÁLIA João Evangelista do Nascimento Neto (UNEB/PUCRS) SESSÃO 9 Dia 20/09 - quinta-feira – 14h30 Sala de Reuniões (Térreo) Coordenação: Maria David Santos (UEFS) ENSAIOS DE UM CINEMA NOVO NA BAHIA: OLNEY SÃO PAULO E O PROJETO LITERÁRIO E CINEMATOGRÁFICO Maria David Santos (PpgLDC/UEFS) DELÍRIOS COLETIVOS, CATARSE E IMENSIDÕES ÍNTIMAS EM “O HOMEM QUE NÃO DORMIA” (EDGARD NAVARRO, 2012) Daniela Galdino Nascimento (UNEB) SONHO, EROTISMO E MUSICALIDADE – UMA LEITURA DO CONTO “HARÉM”, DE ELIESER CÉSAR Ederval Fernandes Amorim (UEFS)) MEMÓRIA E TEATRO: OS AMADORES NA BAHIA (1960-1980) Carla Ceci Rocha Fagundes (UFBA/ PPGLitC-CAPES) REESCREVENDO AS LEMBRANÇAS DA MÃE, DOS SILÊNCIOS E DOS SAPATOS BRANCOS: A MEMÓRIA DE INFÂNCIA PRESENTE NA POESIA DE ÂNGELA VILMA André Ricardo Nunes Nascimento (UNEB) O CORONELISMO COMO REFERÊNCIA IDENTITÁRIA: UM ESTUDO SOBRE AS NARRATIVAS DE WILSON LINS André Luis Machado Galvão (UFRB) SESSÃO 10 Dia 20/09 - quinta-feira – 14h30 Auditório Magalhães Neto SESSÃO ESPECIAL CENTENÁRIO DE JORGE AMADO Coordenação: Rita de Cássia Ribeiro de Queiroz (UEFS) TERRAS DO SEM FIM, DE JORGE AMADO: O HOMEM, O ESPAÇO E O NOME Rita de Cássia Ribeiro de Queiroz (UEFS) 15 IMAGENS IDENTITÁRIAS EM BAHIA DE TODOS OS SANTOS: GUIA DE RUAS E MISTÉRIOS, DE JORGE AMADO Tatiane Almeida Ferreira (PpgLDC,UEFS) INVENÇÃO E UTOPIA EM SEARA VERMELHA DE JORGE AMADO Eduardo Pereira Lopes (UEFS) O CANDOMBLÉ COMO SÍMBOLO DE RESISTÊNCIA CULTURAL: A IMPORTÂNCIA DOS PROCEDIMENTOS RITUALÍSTICOS DA CULTURA RELIGIOSA DE MATRIZ AFRICANA EM “O COMPADRE DE OGUM”, DE JORGE AMADO Eliene da Fé Rabelo (UNEB) CIRCULARIDADE CULTURAL DO MITO DAS ÁGUAS EM JORGE AMADO E MIA COUTO Silvania Cápua Carvalho (UEFS) DE BALDUÍNO A ARCHANJO: UMA REESCRITA Antonio Carlos Monteiro Teixeira Sobrinho (PPGEL/UNEB) 16 RESUMOS DAS COMUNICAÇÕES SESSÃO 1 Dia 18/ 09 - terça-feira - 14h30 Auditório Magalhães Neto Coordenação: Benedito Veiga (UEFS) JORGE AMADO EM CONVÍVIO COM GABRIELA, DONA FLOR, TEREZA BATISTA E TIETA Benedito Veiga (UEFS) Jorge Amado, ao construir seu universo romanesco, deixa impressa uma constatação da diversidade geográfica e cultural baianas, tomando obras marcantes como exemplos: a Zona Cacaueira (Gabriela, cravo e canela: crônica de uma cidade do interior, em 1958); a Zona do Recôncavo (Dona Flor e seus dois maridos: história moral e de amor, em 1966); a Zona do Sertão (Tereza Batista cansada de guerra, sobretudo seu capítulo II, “A menina que sangrou o capitão com a faca de cortar carne seca”, em 1972) e a Zona do Agreste (Tieta do Agreste: pastora de cabras, em 1977). Mas não se trata de apenas isso: o escritor, em cada uma dessas produções, quer mostrar traços do bem viver de um povo, malgrado, como não se esquece, de também alertar para os desencontros sociais, quando a mulher surge como atestado: uma alerta e um convite para mudanças. JOÃO AUGUSTO, JORGE AMADO E A “PATERNIDADE” DE QUINCAS BERRO D’ÁGUA: POR UMA HISTÓRIA DO TEXTO Rosa Borges (UFBA) Propõe-se, ao tomar o texto teatral Quincas Berro d´Água, adaptado de uma novela de Jorge Amado por João Augusto, produzido no período da ditadura militar na Bahia, reconstruir, em perspectiva filológica, a história da produção, transmissão e circulação da referida obra. A constituição do dossiê de Quincas Berro d´Água, uma produção do Teatro Livre da Bahia e de Roberto Santana, põe em evidência o trabalho de interpretação desenvolvido pelo filólogo, fazendo dialogar diferentes, mas afins, métodos críticos. Diante da troca de informações de João Augusto com Jorge Amado, e da ação dos compositores e cantores da música popular brasileira, dos atores, o Quincas se transformou e se fez resultado de uma produção coletiva, na qual vários agentes (atores sociais) deixaram as marcas de suas intervenções. Nesta comunicação, dar-se-á conta do histórico dessa produção teatral, fazendo a análise desse dossiê, considerando a ação dos diversos atores sociais em relação à literatura ali produzida e sua recepção e o processo de criação de uma obra. 17 DORMINDO O ETERNO SONO NOS BRAÇOS DE IEMANJÁ: O ENCONTRO DO VERDADEIRO ABRIGO NAS ÁGUAS MARINHAS NA OBRA A MORTE E A MORTE DE QUINCAS BERRO D’ÁGUA Jéssica Freitas Cunha (UNEB) João Evangelista do Nascimento Neto (Orientador -UNEB) Neste artigo, analisam-se, através da obra A morte e a morte de Quincas Berro D’água, de Jorge Amado, a simbologia que possuem as águas marinhas, além de compreender como esta corrobora para que o mar torne-se uma das representações arquetípicas da morte. Ao tornar-se o maior vagabundo da ladeira do Taboão, na cidade de Salvador, Quincas recusou-se a ser enterrado como qualquer outro defunto. Na tentativa de subverter as tradições e imposições de sua família, que funciona na obra como caricatura da hipócrita sociedade de sua época, Berro D’água desejou que em sua morte as ondas marinhas se lhe tornassem o novo lar. Esta análise pretende analisar a simbologia e a representação arquetípica do mar, a fim de compreender a apologia que este faz a uma morte honrosa. Para isto, utilizou-se uma pesquisa bibliográfica pautada nos teóricos Jung (2000), Chevalier (2009) e Prandi (2001) cujas discussões remetem à utilização do mar como símbolo das desconhecidas viagens a serem realizadas pelo ser humano após a morte. OS SOLDADOS BAIANOS NA MESMA PRAÇA; O MESMO AMOR: A LIBERDADE Cíntia Portugal de Almeida (PROBIC/ UEFS) Adeítalo Manoel Pinho (Orientador -UEFS) Este trabalho tem a finalidade de comparar a peça “O Amor do Soldado” (1947), de Jorge Amado com os dados biográficos de Sales Barbosa (1862-1888), os quais tenho levantado ao longo da minha pesquisa sobre o poeta nascido em Feira de Santana, conhecido também como o “Paraíba”, membro do “Clube do Cupim”, romântico jornalista da mesma geração do “Soldado Condoreiro”. A peça de Jorge Amado nos apresenta passagens da vida de Castro Alves (1847-11871), um tema que aproxima o “Poeta dos Escravos”aos pracinhas que combatiam na Europa da II Guerra Mundial. Atentamos para o contexto histórico no qual estão inseridos os escritores Sales Barbosa .e Castro Alves. Este estudo é baseado em teóricos como Antonio Cândido, sobre Literatura e Sociedade; Benedict Anderson, “Comunidades Imaginadas”; Arnold Hauser, “História da Arte”; Edward Said . “Cultura e Imperialismo” e outros. RUI BARBOSA N’O IMPARCIAL: TEXTOS DE JOÃO PARAGUASSÚ Danilo Cerqueira Almeida (PpgLDC/ UEFS) Adeítalo Manoel Pinho (orientador -UEFS) Apresentamos o resgate do conjunto de crônicas publicadas por João Paraguassú sobre Rui Barbosa (1849-1923) (também grafado Ruy em alguns textos) no jornal baiano O Imparcial. Discorreremos sobre as características desses textos e as relações literárias com a cultura, a história e a política baianas e nacionais através de suas referências a personalidades retratadas nos textos memorialísticos. As crônicas, registradas na catalogação elaborada por Pinho (2008), são apresentadas como exemplos da valorização do político, escritor e intelectual baiano mais importante entre os séculos XIX e XX, não apenas como articulador da vida política e intelectual de Salvador, mas também como experiência vivida e passível de ser transformada (e pesquisada) como produção de literatura. Pontuaremos como a memória de Rui Barbosa é preservada ao longo de algumas das 23 publicações do jornal, iniciadas treze anos após a sua morte (1937) e finalizadas sete anos mais tarde (1944). 18 NEGAÇÃO E AFIRMAÇÃO DA AFRO-BRASILIDADE NA PRODUÇÃO DE CASTRO ALVES Bárbara Daiana Anunciação Nascimento (Graduação -UEFS) Adeítalo Manoel Pinho (orientador – UEFS) (GELC/PPGLDC/UEFS, BA) Conceição Araújo Pinho (GELC/IFBA) Grupo de Estudos Literários Contemporâneos Programa de Pós-Graduação em Literatura e Diversidade Cultural Sabe-se que a obra castroalvina é muito densa e igualmente importante para literatura brasileira; mas o que não é sabido por todos é que para se conhecer a obra se deve conhecer também as críticas que seguem o legado de Castro Alves. Tomando como base dessa empreitada toda a fama do envolvimento do autor com as causas sociais; foca-se, portanto na dúvida de, até que ponto Castro Alves estava defendendo os escravos, os flagelados. Esse trabalho trata justamente dessa incerteza, que é ao mesmo tempo surpreendente e admirável; uma vez que Castro Alves teve sua carreira sempre acompanhada por críticas e elogios. Com base em análises literárias e principalmente em jornais e periódicos, os questionamentos sobre a autenticidade do sentimento abolicionista de Castro Alves é levantado, aspecto de suma importância para a formação estilística do poeta. Assim sendo a problemática em volta do envolvimento com as causas sociais é o que estaremos questionando e analisando. SESSÃO 2 Dia 18/09 - terça-feira – 14h30 Auditório Pedro Calmon Coordenação: Dinameire Oliveira Carneiro Rios (UEFS) UM ESTUDO SOBRE A TRANSPOSIÇÃO FÍLMICA: GRITO DA TERRA NA LITERATURA E NO CINEMA Dinameire Oliveira Carneiro Rios (PpgLDC/UEFS) Claudio Cledson Novaes (Orientador - UEFS) O objetivo deste trabalho é apresentar uma análise do romance Grito da terra (1964), do escritor feirense Ciro de Carvalho Leite em contraponto à sua transposição para o cinema realizada pelo cineasta Olney São Paulo através do filme homônimo produzido em 1964, durante o movimento do Cinema Novo. Elucidamos, por meio do estudo de caráter comparativo entre a obra literária e cinematográfica e recorrendo a estudos que abordem o diálogo entre as duas artes, uma análise do processo de transposição do romance para o cinema, desvelando questões importantes que estão imbricadas quando trata da adaptação de uma linguagem artística para outra, neste caso da literatura para o cinema. Para tanto utilizamos como base os estudos de Hutcheon (2011), Stam (2008) Deleuze (2005), Martin (2005), Xavier (2005), Metz (1980), entre outros. EFEITOS DE VERDADE NO FILME O BEM AMADO: REAL E FICÇÃO NA CONSTRUÇÃO DA MEMÓRIA POLÍTICA DO BRASIL Dislene Cardoso de Brito (IFBA/UFBA) Real e ficção se misturam no filme O Bem Amado (2010), adaptação da peça teatral homônima de Dias Gomes, mostrando que a imaginação histórica e a imaginação cinematográfica têm muito em comum uma com a outra. Assim, propõe-se analisar neste trabalho a relação Cinema e História na produção fílmica de Guel Arraes a fim de verificar de que forma os efeitos de verdade, apresentados no filme a partir de relatos da política brasileira intercalados com a história do político Odorico Paraguaçu, ajudam a construir a memória política do país no período histórico da década de 1960. A 19 análise é embasada nos estudos de Jorge Nóvoa e Jose D’Assunção Barros (2008), que investiga a relação Cinema-História, além de teóricos da adaptação, notadamente Linda Hutcheon (2011) e Robert Stam (2008). CERCOS, MUROS, DESENCONTROS E OUTRAS BARREIRAS: EMPAREDAMENTO DO SUJEITO EM CORPO NO CERCO, DE HELENA PARENTE CUNHA Gilson Antunes da Silva (IFBA/UFBA) Este texto debruça-se sobre a poética de Helena Parente Cunha a fim de flagrar em seu primeiro livro, Corpo no cerco (1978), a representação do sujeito encarcerado diante de muros, cercos, desencontros e outras barreiras que o impedem de realizar-se enquanto pessoa, impossibilitando a saciedade de suas angústias, a mitigação de seus desejos. Tomando a Psicanálise como teoria-suporte, este trabalho centraliza-se na análise crítico-literária de poemas representativos dessa temática, elegendo como elementos norteadores os seguintes aspectos: os muros político-sociais e os constitutivos da própria condição humana (finitude, constituição psíquica, linguagem e representação). LEMBRANÇAS E INVENÇÕES: ADELICE SOUZA E SEU PRIMEIRO ROMANCE Elis Angela Franco Ferreira Santos (PPgLDC/UEFS) Após ter publicado três livros de contos e participado de três coletâneas, a premiada escritora Adelice Souza, baiana da cidade de Castro Alves, lançou recentemente o seu primeiro romance, O homem que sabia a hora de morrer (2012). Através de uma narradora que, mesmo adulta, apresenta a agilidade e alegria infantis/ juvenis, a escritora consegue abordar com leveza a temática da morte, por meio de uma personagem que narra suas experiências e descobertas, ocorridas desde a infância. A morte serve como mote para falar da vida; dos mistérios e encantos que vão sendo esquecidos, ou melhor, substituídos por outros mistérios, por novas respostas para inquietações tão antigas. GREGÓRIO DE MATOS: DO EXÍLIO À EXALTAÇÃO DO CÂNONE Mariana Barbosa Batista (PpgLDC/UEFS) Esse breve estudo tratará sobre o processo de construção, de formação e do estabelecimento do cânone: dos seus valores estéticos, da cultura e de sua imortalidade. Crítico ferrenho dos políticos e da igreja católica, Gregório de Matos, torna-se um obstáculo para que estes continuem suas imposições e dominação. Por manter a linha de uma poesia engajada, foi aclamado e criticado, o teor satírico dos seus versos lhe rendeu a alcunha de “boca do inferno”. Somado a isso, descreveremos como a intertextualidade existente entre seus versos e o de Francisco de Quevedo lhe trouxe duros julgamentos, posto que, a crítica considerava os intertextos um demérito em sua época. Apresentaremos, portanto, este caminho percorrido pelo poeta desde as perseguições, que culminaram em seu exílio, até a sua consagração como um cânone literário. AS RELAÇÕES MERCADOLÓGICAS NA RELIGIOSIDADE EM “GABRIELA” Catiane Rocha Passos de Souza (UFAL/ IFBA) Dentre as diversas reflexões propostas pela obra amadiana, podemos destacar as questões religiosas e suas implicaturas. Em Gabriela Cravo e Canela revela um fazer litúrgico como resultado de relações mercadológicas. Essa abordagem mostra uma forma de comercialização da fé, na qual a bênção é fruto daquilo pelo que os fiéis já pagaram. Buscando compreender os efeitos de sentidos nesse tipo de religiosidade, analisamos discursivamente as falas dos personagens no episódio sobre a procissão, nos primeiros capítulos da novela global “Gabriela”, exibida em 2012. Para a análise, transcrevemos as 20 falas e cenas de acordo com o nosso intuito. Em seguida descrevemos a materialidade e buscamos procedimentos teórico-analíticos que consideram as condições de produção do discurso. O quadro teórico em que nos situamos se pauta nos pressupostos da Análise do Discurso da escola francesa de filiação pecheutiana. As análises revelam que a relação mercadológica naturalizada na prática de ofertar condiciona a crença, pois a submete às regras do mercado. SESSÃO 3 Dia 18/09 - terça-feira – 14h30 Sala de Reunião (Térreo) Coordenação: Léa Costa Santana Dias (UNEB/UFBA) DE O BERÇO DO HERÓI A ROQUE SANTEIRO: DIAS GOMES REVISITANDO OS SERTÕES Léa Costa Santana Dias (UNEB/UFBA) Os sertões é um livro de difícil leitura mesmo para os leitores mais experientes, não só em razão da linguagem empregada pelo autor, como também pelos diversos saberes nele mobilizados e tensionados. Contudo, à medida que o livro dá origem a novas produções culturais, rompe-se seu caráter aurático, monumental e, em certo sentido, ilegível, fazendo com que as massas, a quem o livro inicialmente aparenta não ser direcionado, conduzam sua sobrevivência e permanência na atualidade. É sob essa perspectiva que podem ser compreendidos o espetáculo teatral O berço do herói e a telenovela Roque santeiro, do dramaturgo Dias Gomes. EM MEMÓRIA DE RAUL: REVISITANDO A BAHIA PELA OBRA DO “MALUCO BELEZA” Marijane de Oliveira Correia (IFBA) Este texto resulta de pesquisas desenvolvidas em 2012 no Grupo de Pesquisa Linguagens e Representações, CNPq, IFBA - Campus Salvador. Em 21 de agosto de 2012 completaram-se 23 anos da morte de Raul Seixas, diante disso este trabalho é uma homenagem ao cantor e compositor, cuja obra revela, também, a identidade baiana entre as décadas de 60 a 80. Para a realização do estudo foram analisadas 278 músicas de Raul, entre interpretações e composições, das quais nove citam a Bahia. São as músicas baianas da obra deste cantor que compõem o corpus da pesquisa, com o objetivo de relatar as contribuições de “Raulzito” para o resgate da memória baiana. Ademais, analisase como os fãs deste compositor, até hoje, o homenageia, principalmente comparecendo ao cemitério Jardim da Saudade, para isso são utilizados, como corpus, entrevistas realizadas e fotos tiradas com os “raulseixistas” e do cenário local, no dia do aniversário de morte de Raul, em 2012, no referido cemitério. MAYOMBE: DISCURSOS COLONIALISTAS E PÓS-COLONIALISTAS Derneval Andrade Ferreira (UFBA) O objetivo deste trabalho é analisar a obra Mayombe, de Pepetela, no que traz de expressões literárias quanto às construções de sujeitos imaginários que preconizam discursos e imagens colonialistas e póscolonialistas em relação ao processo de independência de Angola. Dessa forma, o locus deste trabalho será o texto literário, tomado ora como “documento” capaz de revelar dados importantes sobre a condição histórica do colonialismo e do pós-colonialismo, ora como um texto que instiga a reflexão de um autor comprometido com a formação identitária e cultural de seu povo. Assim, ao centrar nessa obra, surge a seguinte indagação: as construções de sujeitos imaginários criados por Pepetela em Mayombe podem refletir aspectos de visibilidade ao discurso anticolonialista ou agem como elemento reprodutor da ação colonialista em relação à construção de um discurso de independência de Angola? 21 VIAGEM FRAGMENTADA NUM TÁXI RUMO À VIENA D´AUSTRIA: O HOMEM PÓSMODERNO PERDE-SE NOS LABIRINTOS DA CONTEMPORANEIDADE Maria Elaine Gomes dos Santos (UNEB) A literatura, como agente transformador e intensificador da linguagem, apropria-se do sistema linguístico comum, representa a realidade e, por consequência, ressignifica-a e desenha um estilo próprio que provoca estranheza e, ao mesmo tempo, catarse no leitor. Com relação aos outros discursos, a linguagem literária distingue-se por desfigurar, de várias formas, o sistema comumente usado. Essa distorção faz com que o cotidiano torne-se um universo, inesperadamente, desfamiliarizado. Elementos como imagem, métrica, rima, entre outros, produzem o efeito de estranhamento. Diante de situações, aparentemente corriqueiras, o sujeito torna-se inseguro da sua realidade. O escritor Antônio Torres insere-se no Pós-modernismo com a publicação de diversos romances. A partir de uma das suas obras, o romance Um táxi para Viena D’Áustria, realizou-se uma abordagem dos conceitos de memória, homem pós-moderno, além de enfatizar as características que o tornam um romance pós-moderno. ETHOS DISCURSIVO DA MULHER EM “A RICA FAZENDEIRA DE CACAU”, DE EUCLIDES NETO José Radamés Benevides de Melo (IFBA) Nosso objetivo é analisar a constituição interdiscursiva do ethos discursivo da mulher em A rica fazendeira de cacau, conto de Euclides Neto. Para isso, é necessário: 1) articular os conceitos de heterogeneidade enunciativa, ethos discursivo e cenas de anunciação; 2) examinar como se constroem as cenas englobante e genérica caracterizadoras do tipo de discurso e do gênero ora objeto deste estudo; 3) descrever as cenografias construídas na narrativa em questão; 4) descrever as cenografias erigidas nesse conto; 5) investigar a constituição do ethos discursivo da mulher nessa cenografia construída; e 6) perscrutar o processo de construção do ethos da mulher no diálogo existente entre A rica fazendeira de cacau e outros (inter)discursos. Para fundamentar nossa investigação, valemo-nos dos constructos teóricos da Análise do Discurso (MAINGUENEAU, 1997, 2005), do conceito de dialogismo (BAKHTIN, 2006) e das noções de heterogeneidade constitutiva e enunciativa de AuthierRevuz (1990). CONTO EM DESTAQUE: AS FACES DO DESAPEGO AMOROSO EM NOITE DE GLÓRIA, DE GUSTAVO RIOS Luciano Rodrigues da Silva(UNEB) Hiuton da Cunha Cardoso(UNEB) Ricardo Nonato Almeida de Abreu Silva (Orientador-UNEB) O presente artigo visa, através de um estudo bibliográfico, analisar a representação do amor no conto “Noite de glória”, publicado em O amor é uma coisa feia, de Gustavo Rios. Nesse conto, o narrador, um homem cuja idade não nos é revelada reencontra uma mulher com quem já manteve relações amorosas no passado em um novo capítulo de sua vida. Busca-se, neste artigo, entender os caminhos de descaminhos da relação amorosa, tematizada na narrativa que implicam em outros elementos como a dor, morte, vícios e definhamento do ser pelas sensações sentidas e vividas. Para tal, foi utilizado o aporte teórico de estudiosos que refletem acerca destas questões apresentando em seus posicionamentos elementos a partir dos quais se pode pensar a cena contemporânea em torno da qual a narrativa de Rios está inserida. Como aportes teóricos foram usados os seguintes autores: Giddens (1992), Bataille (1987), Foucault (1988). 22 SESSÃO 4 Dia 19/09 - quarta-feira – 14h30 Auditório Magalhães Neto Coordenação: Joabson Lima Figueiredo (UNEB) JORGE AMADO CONTISTA: REPRESENTAÇÕES DE UMA BAIANIDADE EM CURSO Joabson Lima Figueiredo (UNEB) Este estudo, a partir da leitura do conto “De como o mulato Porciúncula” descarregou seu defunto, do escritor Jorge Amado, analisa a construção da baianidade em curso no conto. Tendo como signo da narrativa curta o peso de se ter um morto, e como de maneira representativa este descarregar, e como se constrói uma obra-prima do autor Grapiúna, sobretudo, pela crítica social e painel que representa uma Bahia em transformação e reconfigurações. ESCRITA, VIDA, ENTRE OUTROS DEVIRES: REFLEXÕES SOBRE A LITERATURA DE JUDITH GROSSMANN Fernanda Mota Pereira (UFBA) Em textos literários e em depoimentos de Judith Grossmann, encontram-se temas, cenas, sujeitos que neles transitam, rasurando suas fronteiras e compondo um estilo de escrita marcado pelo devir. Com base em “A literatura e a vida”, de Gilles Deleuze (2006), o devir é concebido como um processo contínuo com espaços de aproximação, situando-se em um “entre” que enuncia o seu caráter inacabado, em constante elaboração. Articula-se essa noção a textos de Judith Grossmann, em especial, seu depoimento intitulado “Oficina Amorosa Depoimento” e Meu Amigo Marcel Proust Romance, nos quais nota-se o entrelace da literatura com a vida sem que se estabeleça entre elas uma relação de causalidade, hierarquia, finitude, deslocada por se constituírem como tessituras suplementares. UM PÉRIPLO PELO TERRITÓRIO FEMININO: NOS CONTOS “PARA QUE NINGUÉM A QUISESSE” E “DEPARTAMENTO FEMININO DO CLUBE”, DE HELENA PARENTE CUNHA Simone Silva (UNEB) Valquíria Carvalho (UNEB) Ricardo Nonato Almeida de Abreu Silva (Orientador/UNEB) Objetiva-se neste artigo analisar a representação da mulher na sociedade a partir da análise do conto “Para que ninguém a quisesse”, do livro Contos de amor rasgados, da escritora contemporânea Marina Colasanti e “O departamento feminino do clube”, do livro Vento, ventania, vendaval, de Helena Parente Cunha. Tais contos tematizam as vivências femininas em ambientes de repressão, submissão, desmerecimento, exclusão e insegurança. Para tanto, utiliza-se como aporte teórico, Colasanti (1984), Colling (2004) e Coutinho (1994). A MORTE COMO METÁFORA DA MEMÓRIA, EM “O SORRISO DA ESTRELA”, DE ALEILTON FONSECA Kedma da Costa dos Santos (UNEB) Letícia Borges Barbosa (UNEB) Ricardo Nonato Almeida de Abreu Silva (Orientador-UNEB) Nos contos de Aleilton Fonseca, a memória é o fio condutor a partir do qual se estrutura a aprendizagem de vida e de morte, possibilitando ao leitor a repensar sua condição humana. Busca-se, 23 no presente artigo, analisar a morte como metáfora da memória no conto “Sorriso da estrela”, de Aleilton Fonseca. Nesse conto, as personagens são alinhavadas por uma cena de morte que põe em movimento a memória vivida num passado cheio de arrependimentos e desejo de continuidade, visto que a morte impossibilitou esse recomeço. Para fundamentar o trabalho, buscamos como suporte teórico: Ariés (1989), (Barthes (1985), Blanchot (2011), Le Goff (2003), Vianna (1999). MEMÓRIAS NARRATIVASDELAMPIÃO NO CORDEL DEFRANKLIN MAXADO Roberto dos Reis Cruz (UEFS) As memórias narrativas de Virgulino Ferreira da Silva, impressos no cordel: Lampião morreu em Sergipe pensando deixar o cangaço (2002) de Franklin Maxado caracterizam-se por ser um imaginário popular de caráter histórico, criada a partir de experiência individual do poeta que resultou das práticas de leituras e através de memórias narradas , partindo, talvez de uma realidade contada e restaurada através das práticas discursivas orais e impressos nos folhetos. Neste contexto, reflete o processo criador e o poeta torna-se um porta-voz do pensar do povo do Sertão, do cangaço. Sendo assim, a memória social desse povo aborda problemas de sua época e da história e continua conservada, mesmo com concepções diversas e criações literárias de Lampião. AS REPRESENTAÇÕES DA MORTE NAS NARRATIVAS ALEILTIANAS “O CANTO DE ALVORADA” E “NOTÍCIAS DE MALINO” Gilmara Pires Miranda (UNEB) Josenilda Araújo(UNEB) Wilgner Murillo Santos (UNEB) Ricardo Nonato Almeida de Abreu Silva (Orientador -UNEB) Em “O canto de Alvorada”, de Aleilton Fonseca, o sentido trágico da vida configura os territórios da morte como locus para o estabelecimento da memória e criação de novos sentidos para a mesma, abrindo novas janelas para o raciocínio humano que constantemente ver-se em contínuo movimento. O presente artigo visa, através de um estudo bibliográfico, analisar, discutir, comparar e mostrar nos contos “O canto de alvorada” e “Notícias de Malino”, do escritor baiano, as múltiplas representações da morte, suas influências, peculiaridades e a constante relação do ser humano para com a vida e com os demais seres que permeiam sua existência. Para isso, utilizaremos os embasamentos dos teóricos: Bauman (2008), Majouret (2006), Montaigne (2010), Reis (1991) Dia 19/09 - terça-feira – 14h30 Auditório Pedro Calmon ESTUDOS SOBRE A OBRA DE MYRIAM FRAGA Coordenação: Ricardo Nonato Almeida de A. Silva (UNEB) PELO FIO DA MEMÓRIA: REPRESENTAÇÃO DA CIDADE NA OBRA DE MYRIAM FRAGA Ricardo Nonato Almeida de A. Silva (UNEB) Na poesia de Myriam Fraga, a memória da cidade constitui-se como uma forma criptográfica de escrita que se fixa na memória do sujeito poético a partir de sua percepção. Na prosa da escritora baiana, composta de crônicas e contos além de críticas de arte, resenhas estrutura outro lócus de enunciação em que a cidade de Salvador é a grande protagonista. Objetiva-se, nesse projeto, analisar as representações da cidade na obra de Myriam Fraga a partir do diálogo entre sua produção poética e sua prosa, em grande parte publicada nos semanários da cidade de Salvador e em algumas revistas, 24 possibilitando, assim, compor uma espécie de mapa ficcional da cidade, em especial a Salvador da infância e da juventude da poeta. “SÃO TEUS OLHOS ESPELHOS”: DESLOCAMENTOS DO MITO DA MEDUSA NA POESIA DE MYRIAM FRAGA Adriana Carlos de Figueirêdo (UNEB) Ana Caroline Carmo Silva (UNEB) Antônia Ferreira dos Santos (UNEB) Ricardo Nonato Almeida de Abreu Silva (Orientador -UNEB) Entre as várias representações de mulher presentes na poesia de Myriam Fraga, existem as que dinamizam um modelo muito recorrente na literatura do final do século XIX: As mulheres fatais. No presente artigo, pretende-se analisar o poema “Medusa”, de Myriam Fraga, com a finalidade de discutir de que modo a autora representa o mito da Medusa, desconstruindo o modelo de mulher forjado pela sociedade patriarcal. A autora, em seu poema, desloca a figura feminina da passividade, tecendo em seus versos um emaranhado de metáforas, deixando aflorar todo o poder da Medusa diante do eu-lírico, essa que sempre provocou medo nos homens. Para tal análise, temos como aporte teórico Brunel (1998), Delumeau (2009), Dottin-Orsini (1996), Colling (2004), Sant’Anna (1993), Silva (2009) e Vianna (1999), que nortearão essa discussão acerca da representatividade das vozes femininas silenciadas ao longo do tempo. UM OLHAR LANÇADO AO MAR: A REPRESENTAÇÃO DO MAR EM MARINHAS, DE MYRIAM FRAGA Jessica Pereira Torres (UNEB) Ricardo Nonato Almeida de Abreu Silva (Orientador -UNEB) No presente ensaio objetiva-se percorrer as imagens que se reportam ao mar, em Marinhas (1964), da escritora baiana Myriam Fraga, explorando sua representação enquanto espaço cuja extensão ilimitada, emoldura uma paisagem cristalina e vivaz. Desta forma, o eu-lírico empreende uma significativa viagem pelo mar, enveredando pelo desconhecido espaço de instabilidades. Assim, em Marinhas está configurado a presença de um eu-lírico cujo gesto desafiador esbarra diante de força de uma paisagem impossível de ser dominada. Para tal embasamento, utilizou-se os teóricos Bachelard (1972), Chevalier e Gheerbrant (1997), Silva (2009), entre outras leituras complementares. O ESTUDO DO CARÁTER TRÁGICO EM A LENDA DO PÁSSARO QUE ROUBOU O FOGO, DE MYRIAM FRAGA Glaucia Batista dos Santos Ricardo Nonato Almeida de Abreu Silva (Orientador -UNEB) Em A Lenda do Pássaro que Roubou o Fogo, de Myriam Fraga, a ação humana é, pois, uma espécie de desafio ao futuro humano, ao destino, onde o homem é um sujeito sempre em risco de cair nas armadilhas de suas próprias decisões. Estando em perigo de existir, o alcance do homem, em sua ação, torna-se a medida de seus sonhos nos limites da vida. É deste modo que o guerreiro índio se lança ao céu em busca do fogo, e numa aventura solitária encontra ao retornar vitorioso seu próprio desespero. A partir da leitura dos poemas que formam o disco/livro A lenda do pássaro que roubou o fogo, de Myriam Fraga, busca-se, neste trabalho, analisar o caráter trágico do homem e seu destino. Para tanto serão usados como aporte teórico Bachelard (1999), Campbell (1990), Brunel (1997), Vernant (2002). 25 “A MÁSCARA COMO UM DISFARCE”: A (IM)POSSIBILIDADE DE SER EM O LIVRO DOS ADYNATA, DE MYRIAM FRAGA Thais Rabelo de Souza (UNEB) Ricardo Nonato Almeida de Abreu Silva (Orientador - UNEB) Na terceira parte do Livro dos Adynata, intitulada “Persona – ou da impossibilidade de ser”, de Myriam Fraga, o eu-lírico, dando continuidade as duas impossibilidades anteriores (de dizer e ver) empreende um deslocamento dentro de si, externando no corpo da cidade, ao produzir disfarces para reafirmar sua liberdade. Assim, neste ensaio, pretende-se analisar a relação estabelecida entre o poeta e a urbe, a partir de sua condição de oprimido, e de como o eu-lírico inventa máscaras necessárias, para tocar o incompreensível, ao esvair-se em versos na “rebeldia de existir”. Para isso, utilizou-se de teóricos como Fonseca (2000), Berman (2007), Benjamin (1989), entre outros. IMAGENS DE CORPO E SOLIDÃO NOS POEMAS “CORPO A CORPO” E “O RISCO NA PELE” July Ane da Silveira Soares (UNEB) Ricardo Nonato Almeida de Abreu Silva (Orientador - UNEB) O corpo como espaço em que habitam os desejos do ser humano constitui-se, também, como lugar de solidão frente à ausência do outro. Partindo do princípio de que sozinhos somos lançados ao mundo, e sozinhos somos retiramos deste, sabe-se que, mesmo em coletividade, o ser humano pode se sentir só. Assim, pretende-se analisar os poemas “Corpo a corpo” e o “O risco na pele”, enveredando pelas imagens de corpo e solidão evocadas por um eu-lírico cuja potencia do dizer faz girar as engrenagens do desejo. Para fundamentar o trabalho, foram utilizados como suporte teórico: Ariés (1989), Barthes (1985), Blanchot (2011), Le Goff (2003). “PENÉLOPE” DE FRAGA, UMA RELEITURA DO AMOR POR TRILHAS DISTANTES Veronica Almeida Trindade (PpgLDC/UEFS) Rosana Ribeiro Patricio (Orientadora -UEFS) Este trabalho tem como objetivo analisar a configuração do amor através do poema Penélope da autora baiana Myriam Fraga, com o intuito de promover uma discussão a respeito da postura feminina em relação ao amor à distância, ao amor a solidão e a “espera”. Já é sabido que “Penélope” é personagem da mitologia grega que surgiu na Odisséia, representa a fidelidade e a inteligência feminina em sua posição de tecelã, mas está atrelada ao código do homem. Em Myriam Fraga, essa personagem pressupõe uma representação da mulher da contemporaneidade que ao tecer seu bordado, traça seu destino, respaldada na “autonomia” de sua posição enquanto tecelã de seu enredo. Nesse poema, a questão do amor, da distância e fidelidade será discutida através da releitura dos mitos e da nova configuração da postura feminina na contemporaneidade. SESSÃO 6 Dia 19/09 - quarta-feira – 14h30 Sala de Reuniões (Térreo) Coordenação: Arolda Maria da Silva Figuerêdo (UNEB) DIAS GOMES A CRUZ E A ESPADA: POR UMA LEITURA CRÍTICA DE O SANTO INQUÉRITO E DE TEXTOS DE IMPRENSA Larissa Caroline Dórea Borges (Bolsista/ PROAE - UFBA) Rosa Borges (Orientadora - UFBA) 26 O fim da década de 1950 marca o início de uma prática teatral voltada para a abordagem dos aspectos sociais. Nesta época, surgem, no Brasil e na Bahia, profissionais interessados em uma nova forma de fazer teatro, com caráter mais popular, socialmente engajada e mais acessível ao público. Dias Gomes foi um dos dramaturgos que se destacaram durante esse período. Através da imprensa baiana da época, pode-se notar que o autor assumia uma postura contestadora, utilizando os palcos para promover a denúncia e a reflexão. Nesse contexto, almeja-se, com este trabalho, realizar uma breve leitura crítica, em abordagem filológica, dos textos de teatro e de imprensa referentes a Dias Gomes, tendo como enfoque principal a análise da peça O Santo Inquérito, escrita e encenada no ano de 1966, período da Ditadura Militar, e a crítica desse dramaturgo ao teatro baiano da época. Jorge Amado contista: representações de uma baianidade em curso. A REPRESENTAÇÃO DO NEGRO: IDENTIDADE E ESPAÇO DE RECONHECIMENTO, NA OBRA VIVA O POVO BRASILEIRO, DE JOÃO UBALDO RIBEIRO Arolda Maria da Silva Figuerêdo (UNEB) Esta comunicação tem por objetivo discutir as formas de representação da cultura afro descendente, bem como o reconhecimento do espaço ocupado pelo negro dentro da cultura e na formação da identidade brasileira e baiana. Entendendo, o romance contemporâneo de João Ubaldo Ribeiro, como escrita literária concebida como lugar de revolução, insubordinação e afirmação da resistência e exaltação da cultura negra, através de uma produção romanesca que desconstrói o cânone apresentando e inserindo personagens negras, como Maria da Fé, com suas histórias diárias de antagonismos e marginalização. Por essa perspectiva de leitura, observa-se que nesta obra o autor, delineia em sua narrativa cultura antes estigmatizada, tornando o negro e o pobre como protagonistas de suas próprias histórias. “COMO UM DARDO INCANDESCENTE”: AMOR E EROTISMO EM “A BONNIE DOS BARRIS” Solange Santos Santana (IFBA/UFBA) O escritor baiano, Mayrant Gallo, estreou como contista com Pés quentes nas noites frias (1999). De lá para cá, criou histórias que pedem a cumplicidade do leitor ao mesmo tempo em que o resgata da inércia para arremessá-lo em mundos permeados por ironias, crimes, fantasias, retratos da infância, encontros e desencontros que representam a vida. A uma dessas histórias darei destaque nesta comunicação: A Bonnie dos Barris. Pretendo embrenhar-me pelas figurações do amor e do erotismo neste conto de Gallo, tentando descortinar sua escrita como o vento que atravessa a janela do quarto para acariciar os corpos nus de Bonnie e Clyde. NÃO SÓ FUI MORTO COMO SIGO INSEPULTO: INCÔMODOS EXISTENCIAIS NA POESIA DE MAYRANT GALLO Marcela Rodrigues Soares (Colégio Gênesis/ SEC-BA) Frutos de observações cotidianas, os poemas de Mayrant Gallo deixam entrever um eu lírico inquieto e incrédulo na existência humana, que expõe as angustiantes reflexões do ser/ estar no mundo por meio dos discursos e silêncios da palavra poética. Os poemas do autor apresentam um senso crítico aguçado e questionam o sujeito que precisa convencer- se de si diante das possibilidades de inaugurações e sepultamentos do mundo. Se, para o poeta, a escrita ameniza a consciência de transitoriedade, para o ser poético, a poesia traduz frustrantes tentativas de reorganização do mundo exterior, além de um indivíduo ampliado que transparece nas tragédias cotidianas através do vazio representativo das sombras e dos sonhos que abrem e fecham as portas dos caminhos que não têm sentidos. 27 SOB OS ESCOMBROS DA CIDADE: A POESIA DE MAYRANT GALLO Lidiane Carvalho Nunes (UEFS) Sendo um objeto de louvor ou de resistência, a cidade - com seus edifícios e suas máquinas - será tema recorrente de vários poetas, que resolveram seguir a trilha de Baudelaire. Na Bahia, contemporaneamente, o escritor Mayrant Gallo é um dos que descrevem a imersão do poeta em solo urbano. Nascido em Salvador, residiu no Rio de Janeiro por quase 20 anos. Publicou, entre outros livros, dois de poemas: Dia sim e sempre (2000) e Recordações de andar exausto (2005). Dono de uma poesia aparentemente simples, os versos de Mayrant Gallo são curtos e cheios de significação. A sua pena revela o pessimismo do homem que segue sem a esperança divina e sem qualquer outra saída possível para o mundo que se apresenta. A existência, o tempo e as relações sociais são assuntos constantemente questionados em seus versos. Mayrant Gallo, mais do que um poeta da cidade - aquele que observa e descreve com espanto o seu movimento tentacular - é um poeta que reflete sobre o homem que vive as contradições da modernidade, expressa o seu sentimento de solidão e deslocamento, e sabe muito bem, através da poesia que brota da rua, traduzir essa condição. CORRESPONDÊNCIA DE JOÃO AUGUSTO: NOTÍCIAS DO PROCESSO CRIATIVO Liliam Carine da Silva Lima (UFBA-PPGLitC/CAPES-DS) Rosa Borges (UFBA - Orientadora) A correspondência de escritores tem motivado os pesquisadores, sobretudo quando assume a condição de testemunho da produção literária. Assim, ao realizar uma leitura das cartas de João Augusto, profissional atuante e comprometido com o teatro baiano, que exerceu diferentes papéis – professor, ator, diretor, produtor, dramaturgo – entre as décadas de 1950 e 1970, identificaram-se informações relevantes a respeito de sua produção dramatúrgica, tais como: sinopse de peças teatrais, diálogos com autores sobre adaptação para o teatro, assim como a recepção das suas peças. Desse modo, pretendese, neste trabalho, mapear a correspondência de João Augusto, no que tange à sua produção teatral, destacando as marcas que expõem o seu próprio percurso criativo. SESSÃO 7 Dia 20/09 - terça-feira – 14h30 Auditório Magalhães Neto Coordenação: Ivana Teixeira Figueiredo Gund – UNEB A LEVEZA NO POEMA O AVÔ, DE RUY ESPINHEIRA FILHO Ivana Teixeira Figueiredo Gund (UNEB) O texto apresenta uma leitura de O avô, poema do escritor baiano Ruy Espinheira Filho, realizada a partir do conceito de leveza, proposto por Ítalo Calvino (2009). Neste poema, o poeta contempla a efemeridade da vida, através da morte de um avô, porém sob um prisma que diverge das tendências literárias contemporâneas, nas quais a dureza das cenas se faz constante. A escolha de Ruy Espinheira Filho é pela suavidade – expressa na linguagem, no olhar, na percepção sobre a morte – e se apresenta como forma de reflexão a respeito da leveza que pode existir em tudo quanto nos parece pesado, mas que pode ser modificado a partir do ângulo pelo qual se deseja observar. A CONSCIÊNCIA DA EXCLUSÃO: REFLEXÕES SOBRE IDENTIDADE CULTURAL A PARTIR DO CONTO “O ARTISTA QUE VEIO AQUI DANÇAR COM AS MOÇAS”, DE JOÃO UBALDO RIBEIRO Karina Lima Sales (UNEB) 28 O trabalho propõe a análise do conto “O artista que veio aqui dançar com as moças”, do livro Já podeis da pátria filhos e outras histórias, de João Ubaldo Ribeiro. Objetiva-se analisar a problemática identitária pautada principalmente na análise de estratégias narrativas, tais como o narrador adotado e o processo de recriação da língua do povo, embasando-se em conceitos de Nestor Garcia Canclini, em Culturas híbridas, e Rita Olivieri-Godet, em Construções identitárias na obra de João Ubaldo Ribeiro. Observam-se as marcas linguísticas do discurso do narrador homodiegético, integrante da comunidade e representante do povo, e os componentes identitários perceptíveis no conto, configurando a consciência da exclusão, espécie de denúncia exercida por Ribeiro na construção da narrativa. A ESCRITA FEMININA DE HELENA PARENTE EM MULHER NO ESPELHO Poliana Pereira Dantas (UNEB) Em Mulher no Espelho a baiana Helena Parente Cunha apresenta uma literatura imposta pelas relações de gênero e pela busca da identidade uma vez apresentada pelo discurso fielmente feminino que carrega marcas da submissão patriarcal e a ânsia de liberdade, a escrita da autora demarca passos importantes da constituição da linguagem feminina sobre tudo de uma época em que o talento literário da mulher era repudiado por uma sociedade machista que tentava inibir e calar a voz das mulheres que a muitos anos viveram caladas. A autora com sua literatura introspectiva é hoje uma das maiores referências na literatura de autoria feminina com seus textos dinâmicos e inovadores. NAQUELE TEMPO: UM PASSEIO PELO(S) CENTRO(S) DA CIDADE DO SALVADOR Milena Guimarães Andrade Tanure (UNEB) Carlos Augusto Magalhães (Orientador - UNEB) Objetiva-se analisar a representação literária da modernização da cidade de Salvador e as transformações da região central, aspectos vivenciados na primeira metade do século XX. Serão observados textos literários, históricos e sociológicos que refletem a importância e significação do centro da Salvador moderna. Na cidade contemporânea, constatam- se movimentos e direcionamentos físicos e simbólicos, a partir também da chegada dos shopping centers e da estruturação de vias fora do centro, especialmente a Avenida Paralela. O centro antigo representava o núcleo de onde emergia toda a dinâmica da cidade moderna e o Pelourinho não tinha somente a feição de hoje – apenas espaço turístico. O centro contemporâneo se insere numa nova reconfiguração urbana. Os shopping centers – espaços fechados – influenciam no redesenho atual que se articula com os estágios vividos pela região central. Analisaremos as representações do processo de formação de um novo centro e o declínio do centro antigo, a partir do conto “Naquele Tempo”, de Carlos Ribeiro. GLÁUCIA LEMOS E A RESSIGNIFICAÇÃO DA INFÂNCIA Fabricia dos Santos (PPGLitC/UFBA) Nancy Rita Ferreira Vieira (Orientadora - UFBA) Este trabalho apresenta uma discussão a respeito da produção literária infantojuvenil publicada pela escritora baiana Gláucia Lemos, destacando a importância de tal acervo como espaço de autoidentificação do leitor na medida em que este se vê representado por traços mais próximos de sua realidade. Para uma análise mais contextualizada, aborda aspectos referentes à formação do conceito de infância e à constituição do que designamos por literatura infantojuvenil, com os olhos voltados à sua emergência no Ocidente. Verifica, ainda, como essa produção literária se desenvolveu no Brasil e quais tendências proliferaram no setor baiano. 29 NHÔ GUIMARÃES, DO ESCRITOR BAIANO ALEILTON FONSECA: LEITURAS DO PROCESSO DE CRIAÇÃO DO ROMANCE Adna Evangelista Couto dos Santos (IFBAIANO) Rita de Cásia Ribeiro de Queiroz (UEFS) O romance Nhô Guimarães é uma narrativa escrita em prosa, e traz em seu contexto principal uma espécie de homenagem ao escritor João Guimarães Rosa, no cinquentenário de Grande Sertão: veredas. Objetiva-se através desse trabalho fazer uma leitura genética do processo de criação em Nhô Guimarães do escritor baiano Aleilton Fonseca, projetando também uma visão mais ampla sobre o perfil do escritor, no que diz respeito à percepção do labor da escrita e das múltiplas possibilidades de produção que um texto pode apresentar. Objetiva-se também fomentar a representatividade dos escritores baianos no cenário da literatura e como suas obras têm relevantes contribuições para a literatura nacional, quiçá universal. Utilizou-se como aporte teórico os fundamentos da Filologia, que é a ciência dos textos, e da Crítica Genética, que visa compreender o processo de criação do texto até sua publicação, buscando também perceber e identificar que interferências e aspectos intertextuais contribuíram para configuração final do romance Nhô Guimarães. SESSÃO 8 Dia 20/09 - quinta-feira – 14h30 Auditório Pedro Calmon Coordenação: Eduardo Reis Dourado (UEFS/ UNEB) AS FIGURAS DA (ANTI) MODERNIDADE NOS CONTOS “INCOLOR”, DE ALLEX LEILLA, “SEM SAIDA”, DE RAFAEL RODRIGUES Eduardo Reis Dourado (PpgLDC/UEFS/UNEB) Roberto Henrique Seidel (Orientador - UEFS) Este texto tem por finalidade identificar as figuras da (anti) modernidade nos contos “Incolor” e “Sem saída”, de Alléx Leilla e Rafael Rodrigues respectivamente, como produções literárias baianas, as quais já traziam figuras consideradas como eixos da literatura antimoderna. Os objetivos selecionados foram: a) reavaliar a figura estética nas produções literárias contemporâneas citadas; b) revisar os conceitos de sujeito nos contextos moderno, pós-moderno e contemporâneo a partir dos perfis das personagens; c) comparar os textos literários citados a partir da perspectiva do contemporâneo frente aos paradigmas da modernidade nos espaços ambiental e político do contexto urbano da grande metrópole. Do ponto de vista metodológico escolhemos a abordagem qualitativa a partir do estudo teórico de autores como Antoine Compagnon, Jürgen Habermas, Marshal Berman, Zigmunt Bauman, François Lyotard, entre outros. Como resultados obtidos é perceptível a complexidade do processo de afirmação identitária e social nos espaços contemporâneos, considerando a falta de condições de sobrevivência e, por conseguinte, de conhecimento em territórios globalizados. A REPRESENTAÇÃO DA MULHER NO CORDEL SUL-BAIANO DE ULI ZULUH RASTA LUX Alex Batista Lins (IFBA) Andréia Batista Lins (UESC) O Sul da Bahia tem se revelado um importante celeiro na produção de cordéis. Dentre estes, despontam os de temática erótica, escritos por Ulisses Prudente da Silva que sob o pseudônimo Uli Zuluh Rasta Lux, assina tais folhetos. O presente trabalho propõe-se a abordar os procedimentos de representação da mulher e a identidade desta nos cordéis de cunho erótico do referido autor. Para tanto, dois desses escritos foram tomados: Uma estorinha de amor do erótico mago Djô e E por falar em amor. A intenção é de contribuir também para uma análise das particularidades estruturais das referidas obras, dos recursos linguísticos e literários de que se vale o cordelista ao construir a imagem 30 feminina nesses textos, contribuindo para lançar pistas que ajudem a desvelar o olhar masculino sobre a mulher na Literatura Popular. As análises tomam por aporte as reflexões teóricas de autores como Perrot (1998, 2005), Beauvoir (2009), Butler (2001), Chartier (1991), dentre outros. A CORPORIFICAÇÃO DE EROS: REFLEXÕES SOBRE AMOR E EROTISMO EM TIETA DO AGRESTE, DE JORGE AMADO Meg Heloise Bomfim da Silva (PpgLDC/UEFS) Maria Angélica Rocha Fernandes (PpgLDC/UEFS/ UNEB) As personagens amadianas transitam entre o pecado e a purificação. Ousadamente transgridem. Filhas de Eva. Sacerdotisas de Eros. Em Tieta do Agreste, Eros rompe com as normas da sociedade patriarcal, o erotismo leva à transgressão justamente para que a personagem não se negue enquanto sujeito, haja vista que a educação da mulher é feita com base na negação de si mesma (e como consequência a negação da sexualidade). Segundo Araújo (2003), o princípio do prazer através da fantasia liberta o inconsciente humano da repressão imposta pela sociedade. É o princípio do prazer que orienta a libido de Tieta, a corporificação de Eros. A CONFIGURAÇÃO DA IDENTIDADE FEMININA NO CORDEL GENOVEVA A GLAMUROSA GESTANTE E O FILHO DO FUNCK Andréia Batista Lins (UESC) Alex Batista Lins (UFBA) É notório que por considerável tempo, os folhetos cordelísticos estiveram à margem do cânone literário, assim como a literatura produzida por mulheres. É sabido que a mulher por séculos esteve presa aos moldes do patriarcalismo, com isso a sua representação dependia exclusivamente da figura masculina. Dessa forma, reconstituir a trajetória sócio-histórica de lutas por direitos das mulheres, sobretudo a de sua entrada no rol literário, constitui ponto nodal para este estudo. Logo, o presente trabalho busca abordar a configuração da identidade feminina tendo como escopo a análise do cordel Genoveva a glamurosa gestante e o filho do funck, escrito na última década do século XX, por Janete Lainha Coelho, cordelista ilheense de renomado destaque no cenário escritural da literatura popular no Sul da Bahia. Espera-se, por fim, contribuir para uma melhor compreensão do papel e do modo como a mulher era vista ao longo da história. A PRODUÇÃO LITERÁRIA DE ANTÔNIO FERREIRA SANTOS EM O CONSERVADOR Ediane Brito Andrade (UNEB/ IC/FAPESB) Maria da Conceição Reis Teixeira (UNEB/SALT) O Conservador, periódico baiano que circulou na cidade de Nazaré-BA, foi um espaço propício para divulgação de obras de vários escritores baianos. Antônio Ferreira Santos usou deste espaço para divulgar seus textos, vazados tanto em prosa quanto em verso. A sua produção, embora significativa, encontra-se dispersa e no anonimato. Muitos desses textos foram localizados e resgatados a partir de uma incursão empreendida nos acervos baianos, vindo, assim, a contribuir para que uma das lacunas ainda existente na historiografia literária baiana seja preenchida. Na presente comunicação, pretendese tecer algumas considerações sobre este escritor e obra, especialmente sobre a sua escrita autobiográfica. PALAVRAS QUE BROTAM DE ÁGUAS DA MEMÓRIA E DE AZEVICHE: CORRENTES QUE SURGEM DA POESIA DE ÂNGELA VILMA E DE LÍVIA NATÁLIA João Evangelista do Nascimento Neto (UNEB/PUCRS) 31 Ângela Vilma embebeda o leitor com sua escrita líquida ao expor o ser humano a sua finitude, recorrendo à memória a fim de estabelecer as relações identitárias de um eu que se encontra só, num entre-lugar entre o passado e o presente. Lívia Natália inunda a si e o outro com um contínuo desfazerse e refazer-se em fé, em azeviche. O encontro das águas, que são as escritas dessas duas autoras contemporâneas, é a tônica desse estudo, que evidencia o odor que emana das palavras ternas, mas vibrantes das poetisas baianas. SESSÃO 9 Dia 20/09 - quinta-feira – 14h30 Sala de Reuniões (Térreo) Coordenação: Maria David Santos (UEFS) DELÍRIOS COLETIVOS, CATARSE E IMENSIDÕES ÍNTIMAS EM “O HOMEM QUE NÃO DORMIA” (EDGARD NAVARRO, 2012) Daniela Galdino Nascimento (UNEB) Esta comunicação consiste numa abordagem da estética transgressora do cineasta baiano Edgard Navarro, enfatizando o filme O Homem que não dormia (2012). Intenta-se, nesses termos, socializar exercícios interpretativos da complexidade existencial identificadas nas produções cinematográficas de Navarro. A partir das contribuições de Gaston Bachelard (A poética do espaço) e Albert Camus (O homem revoltado) serão analisados os dilemas enfrentados pelas personagens que são acometidas por um mesmo pesadelo que desencadeia formas distintas (e convergentes) de experimentação da libertação. Serão observados: i) o confronto entre a imensidão íntima e as formas de opressão próprias da realidade cotidiana (a dialética do interior e do exterior, Cf. Bachelard); ii) a tomada de consciência e a revolta existencial (Cf. Camus). SONHO, EROTISMO E MUSICALIDADE – UMA LEITURA DO CONTO “HARÉM”, DE ELIESER CÉSAR Ederval Fernandes Amorim (UEFS) Aleilton Fonseca (orientador -UEFS) Este trabalho tem como objetivo analisar as particularidades formais e temáticas presentes no conto Harém, do escritor baiano Elieser Cesar, com as quais se pode perceber uma narrativa impregnada de erotismo, musicalidade e sonho, numa composição que cada um destes elementos se complementam. Harém, narrado em primeira pessoa, conta com insinuantes detalhes e modulações o sonho erótico de um jovem estudante, que se vê de repente metamorfoseado em um dono de um harém de 50 mulheres de várias nacionalidades, com as quais o narrador-personagem se entrega ao prazer carnal e ao devaneio rítmico-musical; mas que em determinado momento da narrativa este deleite onírico se transmuta em pesadelo e este personagem-narrador se vê acossado por imagens grotescas e bruxas horripilantes, cuja única alternativa é voltar para o mundo da vigília; porém, como sugere Elieser Cesar no final do conto, deixando-lhe marcas reais. MEMÓRIA E TEATRO: OS AMADORES NA BAHIA (1960-1980) Carla Ceci Rocha Fagundes (UFBA/ PPGLitC-CAPES) Rosa Borges (Orientadora - UFBA ) O teatro, entre as décadas de 1960 e 1980, período correspondente à Ditadura Militar, sofreu restrições, em função da censura. Contudo, a cena teatral da época, no Brasil e na Bahia, continuou em desenvolvimento, face às adversidades. Nesse contexto, destaca-se o surgimento dos grupos de teatro amador. Socialmente engajados e preocupados com um novo fazer teatral, os artistas amadores 32 buscavam uma relação diferenciada com o público e com o palco, assumindo papel importante na história do teatro baiano. Desse modo, no âmbito da Filologia e da Crítica Textual, propõe-se, neste trabalho, investigar o estabelecimento do teatro amador na Bahia, dando a conhecer suas características e seus objetivos. Acredita-se que a apresentação de tais informações contribuirá para a prática editorial, auxiliando na recuperação, preservação e transmissão da cultura e da memória do teatro baiano. REESCREVENDO AS LEMBRANÇAS DA MÃE, DOS SILÊNCIOS E DOS SAPATOS BRANCOS: A MEMÓRIA DE INFÂNCIA PRESENTE NA POESIA DE ÂNGELA VILMA André Ricardo Nunes Nascimento (UNEB) Nesse artigo, discutem-se as lembranças da infância evocadas pela sensibilidade provocada pelo amor, para tanto, analisou-se os poemas, Sapatos Brancos, Silêncios e Mãe, ambos de autoria da escritora baiana Ângela Vilma. A infância, na tessitura desses poemas ganha uma carga de memória com significados únicos, onde o amor e a doçura de sentir-se envolvida pelos sentimentos de criança ganham suas linhas, deixando expostas as camuflagens de um eu lírico em busca de correspondências entre os amores de mulher e a inocência de criança, explicitando até aonde, na poesia da autora, essas situações se emergem. A tessitura desse estudo embasa-se pelas pesquisas de Bhartes (1981), Jung (2005), Freud (1978), Paz (1994), dentre outros. O CORONELISMO COMO REFERÊNCIA IDENTITÁRIA: UM ESTUDO SOBRE AS NARRATIVAS DE WILSON LINS André Luis Machado Galvão (UFRB) O coronelismo se revela um elemento de grande importância na formação da identidade brasileira, mesmo que isso sugira um aspecto negativo da nossa formação. Não é um fenômeno específico do nordeste, mas do Brasil, amparado na concentração fundiária e formação do latifúndio. O escritor e político baiano Wilson Lins publicou em 1964 o romance Os Cabras do Coronel, com o qual iniciou a trilogia ficcional sobre o coronelismo, completada pelas obras O Reduto (1965) e Remanso da Valentia (1967), objetos de estudo deste trabalho. A ficção, nesta pesquisa, ajuda a refletir sobre o coronelismo, a trazê-lo à discussão, a buscar as razões pelas quais ainda se manifesta mesmo após tantas mudanças políticas no país. Permite ainda analisar como esse ideário coronelista se reflete na sociedade atual, através de atitudes de corrupção e mando, imposição de vontades e conchavos políticos e de que maneira o coronelismo se relaciona com essas atitudes que já fazem parte do imaginário da sociedade nacional. ENSAIOS DE UM CINEMA NOVO NA BAHIA: OLNEY SÃO PAULO E O PROJETO LITERÁRIO E CINEMATOGRÁFICO Maria David Santos (PpgLDC/UEFS) Claudio Cledson Novaes (Orientador-UEFS) OlneyAlberto São Paulo é participante da geração de 1960-1970, ainda poucoconhecido, tanto nos ambientes intelectuais mais jovens, quanto na sociedadecomum, inclusive em ambientes escolares de formação, apesar da contribuiçãofundamental que suas obras possibilitam para a reflexão sobre o nossoimaginário e identidade. Foi com o objetivo de discutir a realidade do país emsuas obras que o escritor e cineasta baiano logo cedo saiu de sua terra natalRiachão do Jacuípe para morar e adquirir formação escolar em Feira de Santana,ambas as cidades na Bahia, onde desenvolveu atividades ligadas à literatura, aoteatro, jornalismo e cinema. Interessa-nos discutir a efervescência presente nocampo das artes na Bahia nos anos de 1950 e 1960, para compreender assignificações e violências ocultas decorrentes do apagamento cultural em tornodo artista Olney São Paulo, já que o seu filme, O grito da terra (1964), integra formalmente a última obra dochamado Ciclo do Cinema Baiano. No entanto, Olney São Paulo ainda não entra nasperspectivas da recepção crítica do cinema como cineasta 33 de importância para alinguagem do cinema brasileiro. De um lado temos o crítico e cineasta Alex Viany, entusiasta de primeira hora da obra de Olney São Paulo, e que em sua visão em O processo do cinema novo(1999) não inclui a contribuição de Olney, e do outro os melhores estudosatuais sobre a história do cinema baiano, como os de Maria do Socorro Silva Carvalho (2002), em que o papel destinado a Olney São Paulo ainda é secundário ou mais que isto, é quase invisível SESSÃO 10 Dia 20/09 - quinta-feira – 14h30 Auditório Magalhães Neto SESSÃO ESPECIAL CENTENÁRIO DE JORGE AMADO Coordenação: Rita de Cássia Ribeiro de Queiroz (UEFS) TERRAS DO SEM FIM, DE JORGE AMADO: O HOMEM, O ESPAÇO E O NOME Rita de Cássia Ribeiro de Queiroz (UEFS) O romance Terras do sem fim, do escritor baiano Jorge Amado, foi publicado pela primeira vez em 1943. Nesta obra, o autor tematiza a conquista do espaço circunscrito à região geográfica que atualmente é denominada Sul Baiana. Neste sentido, Jorge Amado mostra a dinâmica da posse das terras e a nomeação dos lugares, dando-nos pistas das inferências do homem sobre o espaço circundante. A relação do homem com o espaço e sua nomeação revela que cada nome de lugar tem sua origem, a sua razão de ser e de representar. No entanto, não há lugar sem pessoas, e estas não existem sem um lugar, ou seja, o homem está para o lugar como o lugar está para o homem, tanto para ser quanto para estar. Destarte, pretende-se, com este trabalho, dar a conhecer os nomes dos lugares pelos quais Jorge Amado transita na obra Terras do sem fim, os quais seguem os fluxos históricos e culturais pertinentes à ação do homem sobre o meio em seu processo de nomeação. IMAGENS IDENTITÁRIAS EM BAHIA DE TODOS OS SANTOS: GUIA DE RUAS E MISTÉRIOS, DE JORGE AMADO Tatiane Almeida Ferreira (PpgLDC,UEFS) Benedito José de Araújo Veiga (Orientador –UEFS) As linguagens criam imagens que são concebidas no seio de uma cultura. Essa construção simbólica pode ser identificada em diversos discursos que visam criar uma identidade cultural. Tomamos como exemplo para esta comunicação algumas imagens literárias e plásticas presentes na obra Bahia de Todos os Santos: guia de ruas e mistérios (1977), de Jorge Amado, ilustrada pelo artista plástico Carlos Bastos. Estas imagens que constituem a obra citada giram em torno do sincretismo, da hibridização cultural que deu margem a um discurso vigoroso e criativo permeado por bens simbólicos para representar esta mestiçagem em terras baianas/brasileiras. Utilizaremos como aporte teórico as perspectivas de hibridização apresentadas por Canclini (2000), os estudos de Hall (2003) que concebe a identidade cultural como uma elaboração histórica, bem como as perspectivas de Geertz (1978), que entende a cultura como um sistema simbólico, que alinha as noções de ideologia e cultura. INVENÇÃO E UTOPIA EM SEARA VERMELHA DE JORGE AMADO Eduardo Pereira Lopes (UEFS) O trabalho analisa as representações do Nordeste e do sertão encontradas no livro Seara Vermelha, de Jorge Amado, especificamente, na análise do capítulo “A Caatinga”, a qual é apresentada como espaço que agride pela fome, sede e cansaço. Neste capítulo o Nordeste é inventado a partir da representação da caatinga entremeado pela narrativa da diáspora da família de Jucundina, retirantes da seca. Objetiva questionar a região como identidade fixa ao passo que toma corpo de denúncia social pelos preconceitos que se criaram em torno do Nordeste. Compreende a apropriação desta imagem para 34 construir um discurso engajado - que mesmo cem anos após o nascimento do escritor de Gabriela continua atual e necessário - que é o da justiça social. À luz de Assis Duarte e outros teóricos, exploramos o esforço em busca da utopia em prol do tipo preferido do escritor baiano: o povo. O CANDOMBLÉ COMO SÍMBOLO DE RESISTÊNCIA CULTURAL: A IMPORTÂNCIA DOS PROCEDIMENTOS RITUALÍSTICOS DA CULTURA RELIGIOSA DE MATRIZ AFRICANA EM O COMPADRE DE OGUM, DE JORGE AMADO Eliene da Fé Rabelo (UNEB) Pretende-se, neste ensaio, analisar o candomblé como símbolo de resistência, em um contexto sóciohistórico da cultura brasileira, descortinando os diversos aspectos normativos em uma esfera social marcada pelo preconceito. Nessa conjuntura, trabalhar-se- á com dois vieses: passado e contemporaneidade, a partir de leituras realizadas da obra O Compadre de Ogum, de Jorge Amado. Observando, ainda, a importância dos procedimentos ritualísticos da Cultura Religiosa de Matriz Africana, descritos pelo escritor baiano ao longo da narrativa. Para tanto, serão utilizados os conceitos dos teóricos Hall (2009) em Da diáspora: identidades e mediações culturais; Prandi (2005) em Segredos Guardados: Orixás na alma brasileira; Bhabha (1998) em O Local da Cultura; Braga (1995) em Na gamela do feitiço: repressão e resistência nos candomblés da Bahia; Serra (1995) em Águas do Rei; Braga (1990) em Candomblé: Força e Resistência; Lody (1987) em Candomblé: Religião e resistência cultural, dentre outros autores que abordam a temática. CIRCULARIDADE CULTURAL DO MITO DAS ÁGUAS EM JORGE AMADO E MIA COUTO Silvania Cápua Carvalho1 (UEFS) Este artigo estabelece o diálogo entre as descobertas de semelhanças entre a ficção Amadiana em busca da representação da Bahia na sua produção literária e o escritor Mia Couto através de sua narrativa no projeto de construção da ideia de nação no recém-independente Estado Africano. A água como elemento fluídico que permite evidenciar a circularidade cultural do mito das águas: a Iemanjá na ficção de Mar Morto do consagrado autor baiano Jorge Amado e a sereia Kianda no romance O outro pé da sereia do estourinhador moçambicano Mia Couto. Usaremos como categoria de análise a ancestralidade para evidenciar as duas narrativas que embora separadas pelas águas do Atlântico, entretanto, ligadas pela mesma origem do continente africano. Utilizamos como referenciais teóricos Horta (1995), Bhabha (1998), Andrade (2000) e Vasconcelos (2007). DE BALDUÍNO A ARCHANJO: UMA REESCRITA Antonio Carlos Monteiro Teixeira Sobrinho (PPGEL/UNEB) O romancista baiano Jorge Amado, não raro, afirmava ter reescrito Jubiabá, obra de 1936, em Tenda dos milagres, que veio a público em 1969. Tal assertiva, por certo, jazia na mudança quanto ao conteúdo político das narrativas: o tom abertamente ideológico do primeiro texto em face da perspectiva mais ampla e plural das páginas referentes à história de Pedro Archanjo Ojuobá. Sem abdicar da investigação quanto a este câmbio, o presente estudo pretende ir além: busca-se analisar quais sentidos diferenciam os dois livros no que concerne às representações da cultura e das personagens negras, principalmente aquelas que se configuram protagonistas, Antônio Balduíno e Pedro Archanjo. 35 DOIS POEMAS DE CASTRO ALVES O “ADEUS” DE TERESA A vez primeira que eu fitei Teresa, Como as plantas que arrasta a correnteza, A valsa nos levou nos giros seus E amamos juntos E depois na sala “Adeus” eu disse-lhe a tremer co'a fala E ela, corando, murmurou-me: “adeus.” Uma noite entreabriu-se um reposteiro. . . E da alcova saía um cavaleiro Inda beijando uma mulher sem véus Era eu Era a pálida Teresa! “Adeus” lhe disse conservando-a presa E ela entre beijos murmurou-me: “adeus!” Passaram tempos sec'los de delírio Prazeres divinais gozos do Empíreo ... Mas um dia volvi aos lares meus. Partindo eu disse - “Voltarei! descansa!. . . “ Ela, chorando mais que uma criança, Ela em soluços murmurou-me: “adeus!” Quando voltei era o palácio em festa! E a voz d'Ela e de um homem lá na orquesta Preenchiam de amor o azul dos céus. Entrei! Ela me olhou branca surpresa! Foi a última vez que eu vi Teresa! E ela arquejando murmurou-me: “adeus!” 36 ADORMECIDA Ses longs cheveux épars Ia couvrent tout entière. La croix de son collier repose dans sa main, Comme pour témoigner qu'elle a fait sa prière, Et qu'elle va Ia faire en s'éveillant demain. (A. de Musset) Uma noite, eu me lembro... Ela dormia Numa rede encostada molemente... Quase aberto o roupão... solto o cabelo E o pé descalço do tapete rente. 'Stava aberta a janela. Um cheiro agreste Exalavam as silvas da campina... E ao longe, num pedaço do horizonte, Via-se a noite plácida e divina. De um jasmineiro os galhos encurvados, Indiscretos entravam pela sala, E de leve oscilando ao tom das auras, Iam na face trêmulos — beijá-la. Era um quadro celeste!... A cada afago Mesmo em sonhos a moça estremecia... Quando ela serenava... a flor beijava-a... Quando ela ia beijar-lhe... a flor fugia... Dir-se-ia que naquele doce instante Brincavam duas cândidas crianças... A brisa, que agitava as folhas verdes, Fazia-lhe ondear as negras tranças! E o ramo ora chegava ora afastava-se... Mas quando a via despeitada a meio, Pra não zangá-la... sacudia alegre Uma chuva de pétalas no seio... Eu, fitando esta cena, repetia Naquela noite lânguida e sentida: “Ó flor! - tu és a virgem das campinas! “Virgem! - tu és a flor de minha vida!...” 37