Departamento de Direito SPINOZA E O TEATRO Aluna: Andrea Moreira Streva Orientador: Mauricio Rocha de Albuquerque Introduc O presente trabalho visa desenhar de forma bem humorada o contexto políticoeconômico da Holanda do século XVII, em que vivia Baruch de Spinoza (1632-1677). Buscase relacionar a experiência teatral do filósofo com determinados temas tratados por ele ao longo de suas obras, traçando, desta forma, possíveis influências que o teatro tenha tido em sua vida intelectual. O que nos levará a um breve exame de um personagem decisivo no processo de formação intelectual do filósofo: o ex-jesuíta, poeta, médico, comerciante de arte, filósofo e político, encenador de comedias latinas, e conspirador contra Luís XIV, Franciscus van den Enden (1602-1674) que introduziu o jovem Spinoza na cultura latina. Van den Enden também ocupou um lugar crucial, a ser reavaliado, na dinâmica do pensamento político dos círculos heterodoxos e radicais da Europa do XVII. A fortuna crítica existente sobre essa figura romanesca propõe um redesenho do processo de formação intelectual, política e artística de Spinoza – para além dos heterodoxos da comunidade judaica (Prado), dos círculos menonitas, de colegiantes e cristãos sem igreja, além da participação ativa de ambos nas lutas políticas do Século de Ouro holandês. Metodologia O método utilizado no presente trabalho é traçar uma linha cronológica da vida do filósofo e em um segundo plano realizar uma análise da peça Eunuco de Terêncio, peça em que Spinoza atuou como Parmenão orientado pelo seu então professor Franciscus Van Den Enden. A cronologia da vida e obra de Baruch de Spinoza é um primeiro desenho, que pode ser tido como método de compreensão das questões que um homem judeu holandês do século XVII se punha. E desta forma, garante um melhor entendimento das causas dos temas abordados pelo filósofo em suas obras. Esta cronologia será um dos objetos da apresentação no evento do PIBIC. Objetivos O principal objetivo em delinear a sociedade e a trajetória do filósofo no teatro é melhor entender a importância na abordagem de determinados temas em suas obras, assim como o uso de determinadas expressões em latim, língua que Spinoza aprendeu através da literatura e das peças teatrais. A conclusão se relaciona à provável influência da experiência teatral do filósofo tanto nas temáticas abordadas em suas mais importantes obras, como a Ética, quanto na sua escrita em latim, língua com a qual Baruch escreveu seus trabalhos. Bibliografia Andrea Streva, “O teatro em Spinoza”, comunicação apresentada no IX Colóquio Internacional Spinoza, Córdoba, Argentina, Novembro de 2012. Maurício Rocha, Daniel Nogueira, “Franciscus van den Enden (1602-1674) – Ex-jesuíta, Departamento de Direito poeta, médico, comerciante de arte, filósofo e político, professor de Spinoza, encenador de comedias latinas, conspirador contra Luís XIV...”, comunicação apresentada no VII Colóquio Internacional Spinoza, Córdoba, Argentina, Novembro de 2011. Diego Tatián, “Quien más ama las cosas – radicalismo democrático y libertad igualitaria em F. Van den Enden”, comunicação apresentada no Colóquio Republicanismo e Democracia, FFLCH-USP, Dezembro de 2011. Omero Proietti, : Le Philedonius de Franciscus van den Enden et la formation rhétoricolittéraire de Spinoza (1656-1658), [Paris, Éditions Réplique] Cahiers Spinoza, 6, 1991, pp. 982. Wim Klever, “Proto-Spinoza Franciscus van den Enden”, Studia Spinozana, 6 1990, pp. 281288. Marc Bedjai, “Métaphysique, éthique et politique dans l’œuvre de Franciscus van den Enden (1602-1674). Contribution à l'étude des sources des écrits de B. de Spinoza”, Studia Spinozana, 6, 1990, pp. 291-313. K. O. Meinsma, Spinoza et son cercle. Paris: Vrin, 2006. S. Nadler, Spinoza, a life. Cambridge UP, 1999 [trad. port. Spinoza, vida e obra. Mem Martins (Lisboa): Europa-América, 2003].