A UTILIZAÇÃO DE UMA ATIVIDADE EXPERIMENTAL PARA O ENSINO
DE QUÍMICA EM: PREPARO, DILUIÇÃO E MISTURA DE SOLUÇÕES
BORGHI, EmillyLorenzutti 1
MORAIS, Maria Tereza Ferreira de 2
DALMONECH, Rodrigo Binda 3
SILVA, Beatriz Alves 4
BASTOS, Gustavo Almeida 5
RESUMO: A intenção de trabalhar diferentes didáticas, como a aula prática, é atrair a
atenção dos alunos para o conteúdo e facilitar a visualização do que ocorre nos
processos citados em sala de aula, pois o ensino somente teórico pode se tornar
deficiente devido à repetitividade da metodologia em sala, onde é empregado
principalmente o livro didático, que é importante, mas não deve ser trabalhada com
exclusividade, pois há uma grande contribuição e troca entre experimento e teoria,
portanto ambas separadas não é desejável. O presente trabalho mostra a experiência
desenvolvida pelos alunos do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência
(PIBID) do subprojeto de Ciências Agrícolas do Instituto Federal do espírito Santo
(IFES) junto aos alunos do segundo ano do ensino médio da Escola Estadual de Ensino
Fundamental e Médio Conde de Linhares, na cidade de Colatina-ES, onde promoveu-se
a aprendizagem por meio da prática experimental. As aulas práticas foram realizadas no
laboratório de química da escola e foram utilizados materiais e reagentes alternativos e
industrializados, como o uso de garrafas PET recicladas, que posteriormente foi feito o
descarte correto, dando ênfase à preservação ambiental. Os alunos foram encarregados
de resolver os exercícios propostos colocando em prática através do preparo e diluição
de soluções, manipulando equipamentos, coletando dados contidos no roteiro e
analisando-os. O objetivo deste trabalho, portanto, foi fixar o conteúdo de preparo,
diluição e mistura de soluções por meio de aula prática experimental. Os resultados
demonstraram que os alunos se envolveram na aula sugerindo mais atividades
experimentais, participando de modo efetivo com perguntas e questionamentos
valorizando o momento.
Palavras-chave: preparo, diluição, mistura, soluções, aula prática.
1
Bolsista de iniciação a docência do subprojeto
[email protected].
2
Bolsista de coordenação do subprojeto de
[email protected].
3
Bolsista de iniciação a docência do subprojeto
[email protected].
4
Bolsista de iniciação a docência do subprojeto
[email protected].
5
Bolsista de supervisão a docência do subprojeto
profquimicagustavo @hotmail.com.
de Ciências Agrícolas do Campus Itapina/
Ciências
Agrícolas
do
Campus
Itapina/
de Ciências Agrícolas do Campus Itapina/
de Ciências Agrícolas do Campus Itapina/
de Ciências Agrícolas do Campus Itapina/
1. INTRODUÇÃO
No ensino da química, inúmeras são as dificuldades dos professores em trabalhar com
novas didáticas que facilitem uma melhor compreensão do conteúdo pelos alunos
(GUIMARAES, 2009). Um exemplo disso são as aulas práticas que, muitas vezes não
são realizadas, segundo os professores, devido à falta de condições de infra-estrutura
(GONÇALVES; MARQUES, 2006). Percebem-se outras dificuldades além da falta de
materiais e locais apropriados para realização da experimentação, como a carga horária
reduzida para realização do projeto e apoio de superiores ou professores que queiram
participar e ajudar em parceria, para tanto se faz necessário muito planejamento.
Destaca-se a importância da aula teórica como introdução ás atividades práticas no
ensino de ciências, em particular a química, pois a experimentação desperta interesse no
aluno, independente do seu nível, porém para que haja avanço se faz necessário um
conhecimento prévio.
Sabe-se que a partir da aula prática experimental o aluno começa a ter sua interação
com o ambiente de pesquisa, pois, a atividade propõem a coletas de dados contidos no
roteiro e a análise dos mesmos, além de haver o manuseio e conhecimento dos
equipamentos contidos no laboratório.
Segundo Evangelista e Chaves (2010):
A educação, sendo um processo de transformação do sujeito,
deve levar o aluno à reflexão sobre seu ambiente concreto e,
consequentemente, a uma consciência crítica que lhe oportunize
transformar e intervir nessa realidade e nesse ambiente. Para que
a educação se efetive, é necessário que o sujeito social, no caso
o aluno, incorpore os conhecimentos adquiridos, os quais, a
partir de então, se tornarão parte da sua vida e serão transferidos
para a prática. O ensino e a aprendizagem da participação têm
como suporte básico a realidade escolar para o uso efetivo dos
procedimentos aprendidos, para a promoção das capacidades
que se quer desenvolver. Assim, devem ser eleitos métodos e
atividades que ofereçam experiências de aprendizagem ricas em
situações de participação, nas quais os alunos possam opinar,
assumir responsabilidades, resolver problemas e conflitos e
refletir sobre as consequências de seus atos.
A intenção de trabalhar estas didáticas, como a aula prática, é atrair a atenção dos
alunos para o conteúdo e facilitar a visualização do que ocorre nos processos citados em
sala de aula, pois o ensino somente teórico pode se tornar deficiente devido à
repetitividade da metodologia em sala, onde a principal utilizada é o uso do livro
didático, que é importante, mas não deve ser trabalhada como única (LOBATO, 2007).
Isto faz com que os alunos percam o interesse no conteúdo, muitas vezes considerados
por eles inúteis, sem saber que convivem com os mesmo diariamente, um exemplo é a
química em soluções que é amplamente utilizada nas mais diversas áreas.
Neste sentido, o conhecimento sobre o preparo de soluções tem fundamental
importância tendo em vista que grande parte das reações realmente participam do dia-adia do aluno. Uma solução é uma mistura homogênea de uma ou mais substancias que
podem ser iônicas ou moleculares, a substância em maior quantidade é o solvente e as
outras são chamadas de solutos.
Beltran e Ciscato (1991) ao falarem em química afirmam que “como ciência
experimental que é, ela exige para seu estudo atividades experimentais. Não é
aconselhável, em qualquer hipótese, que os alunos aprendam química sem passar, em
algum momento por atividades práticas”.
Portanto, o objetivo deste trabalho foi fixar para o conteúdo de preparo, diluição e
mistura de soluções uma aula prática na EEEFM Conde de Linhares. Os alunos foram
encarregados de resolver os exercícios propostos colocando em prática seus resultados
através do preparo e diluição de soluções, que foram armazenadas em garrafas PET
recicladas, para posterior descarte correto, dando ênfase à preservação ambiental.
2. METODOLOGIA
O presente trabalho foi desenvolvido na Escola Estadual de Ensino Fundamental e
Médio Conde de Linhares (EEEFM Conde de Linhares), na cidade de Colatina – ES,
em parceria com bolsistas do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência
(PIBID) com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de pessoal do Nível Superior
(CAPES), subprojeto de Ciências Agrícolas, do Instituto Federal do Espírito Santo,
IFES, Campus Itapina.
Visto que a experimentação não deve ser passada de forma desatada da teoria, mas sim
de forma complementar, pois a prática sem o embasamento teórico não teria um caráter
propriamente científico, e a teoria sem a prática muitas vezes não permite que o aluno
tenha uma assimilação efetiva, por isso a importância do conhecimento prévio referente
ao conteúdo, ou seja, a teoria referente ao assunto: preparo, diluição e mistura de
soluções que foi trabalho em sala de aula pelo professor com a turma do segundo ano do
ensino médio. Nesta etapa foi apresentado o conteúdo por meio dos recursos didáticos
Power Point, livro didático e resolução de exercícios.
Foi realizada pelo professor uma aula experimental demonstrativa em que os alunos
observaram os materiais e reagentes que seriam utilizados na aula pratica experimental,
conforme tabela 01 e anexo 01.
Tabela 01 - Materiais e reagentes utilizados para a realização da aula prática.
MATERIAIS
REAGENTES
- Balão de vidro 100 mL
- Água destilada
- Balão de vidro 250 mL
- Hipoclorito de sódio
- Béquer
- Álcool etílico
- Placa de Petri
- Cloreto de potássio
- Espátula de Porcelana
- Glicose
- Bastão de vidro
- Cloreto de sódio
- Funil
- Pera
- Pipeta 10 mL
- Garrafas plásticas
Fonte: acervo próprio
Alguns dos materiais da utilizados foram emprestados por outra escola parceira, sendo
os reagentes todos da escola. As garrafas plásticas de 600 mL foram coletadas em várias
lanchonetes do centro de Colatina, tendo arrecado em duas horas 90 garrafas PET
necessárias para a utilização do experimento.
Através dos materiais e reagentes utilizados pode-se pressupor que apesar de toda
tecnologia e aparelhagem existentes e muitas vezes ausentes nas escolas, é possível
utilizar materiais contidos no cotidiano, e fazer a interação dos mesmos para o
conhecimento cientifico.
O laboratório de química foi organizado pelos bolsistas de iniciação a docência de modo
que os alunos fossem distribuídos em 6 bancadas por grupo conforme o anexo 02.
O roteiro foi composto por 5 questões que relatava o questionamento de forma bastante
real, com problemas enfrentados em laboratório conforme essa matéria, como
laboratórios nos setores de microbiologia, farmácia e alimentos de acordo com o anexo
3, que continha os respectivos espaços para formulação dos cálculos.
A aula prática referente ao assunto abordado nas aulas teóricas foi trabalhada onde de
modo que cada bancada ficasse composta por grupos entre 5 e 6 alunos distribuídos
pelo professor anteriormente e acompanhas pelos bolsistas, que ajudaram na execução
do roteiro e no uso dos instrumentos, contudo não era passado as respostas, as mesmas
foram obtidas no final.
As respostas referentes às perguntas do roteiro foram registradas por cada bolsista e
repassadas ao professor orientador, bem como o comportamento dos alunos diante a
pesquisa. Pôde-se conferir os resultados marcados nas garrafas pets, pois cada questão
tinha um tipo de solução que era no final depositado nas garrafas.
Nesta etapa os alunos além de seguir o roteiro experimental para realização da aula
prática, tiveram que efetuar os cálculos para obter as respostas e assim procederem com
a prática.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Após a conclusão da aula, observou-se que os alunos aprovaram a iniciativa, mostrando
mais interesse pelo conteúdo ministrado, visto que para a maioria foi à primeira vez que
entraram em contato e manusearam os equipamentos de laboratório, preparando
soluções e pondo em prática o conteúdo que foi ministrado em sala de aula
anteriormente pelo professor, pois sem esta abordagem prática o mesmo poderia ser
esquecido após a avaliação deste conteúdo.
Segundo Borges, 2002, as aulas práticas no ambiente de laboratório podem despertar
curiosidade e, consequentemente, o interesse do aluno, visto que a estrutura do mesmo
pode facilitar, entre outros fatores, a observação de fenômenos estudados em aulas
teóricas. O uso deste ambiente também é positivo quando as experiências em
laboratório estão situadas em um contexto histórico-tecnológico, relacionadas com o
aprendizado do conteúdo de forma que o conhecimento empírico seja testado e
argumentado, para enfim acontecer à construção de ideias.
É válida a observação feita, onde se registrou a satisfação e o envolvimento do grupo,
interagindo, conversando entre eles e contribuindo cada um para uma determinada
atividade.
Borges, 2002 afirma ainda que na aula prática “o importante não é a manipulação de
objetos
e
artefatos
concretos,
e
sim
o
envolvimento
comprometido
com
respostas/soluções bem articuladas para as questões colocadas, em atividades que
podem ser puramente de pensamento”.
Portanto, as atividades práticas devem estar situadas em um contexto de ensino e
aprendizagem para que considerem o contexto e desenvolvam tarefas de compreensão,
interpretação e reflexão, o que é objetivo dos Parâmetros Curriculares Nacionais –
Ensino Médio (Brasil, 2000), são procedimentos fundamentais para o ensino da área
aqueles que permitem a investigação, a comunicação e o debate de fatos e ideias,
possibilitados pela observação, experimentação, comparação, estabelecimento de
relações entre fatos ou fenômenos.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com as observações feitas na aula prática de química em laboratório certificou-se que o
conteúdo de sala de aula foi fixado de forma descontraída e divertida. O fato de o aluno
resolver uma questão na teoria e poder observá-la na prática estimula o mesmo a
raciocinar, ampliando seus horizontes de conhecimento e despertando no mesmo a
curiosidade, que é o que move a ciência.
AGRADECIMENTOS
A CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Brasil)
pela bolsa do PIBID;
Ao IFES pelo local e contribuição na execução do projeto;
A EEEFM Conde de Linhares pelo apoio no desenvolvimento do projeto.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
EVANGELISTA, YaniSaionara Pinheiro; CHAVES, Edson Valente. Ensino de
Química: Metodologias utilizadas e abordagem de temas transversais. In: V
CONNEPI-2010. 2010.
GUIMARAES, C. C. Experimentação no ensino de química: caminhos e
descaminhos rumo a aprendizagem significativa. Química nova escola. Vol. 31, n 3,
agosto 2009. Disponível em: <http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc31_3/08-RSA4107.pdf> Acesso em 02 de julho 2014.
GONÇALVES, Fábio Peres; MARQUES, Carlos Alberto. Contribuições pedagógicas
e epistemológicas em textos de experimentação no ensino de química. Investigações
em Ensino de Ciências, v. 11, n. 2, p. 219-238, 2006.
LOBATO, A. C. A abordagem do efeito estufa nos livros de química: uma analise
critica. Monografia de especialização. Belo Horizonte, 2007, CECIERJ.
BELTRAN, N. O.; CISCATO, C.A.M.; Química. São Paulo: Cortez, 1991, p. 29.
BORGES, A.T. Novos rumos para o laboratório escolar de ciências. Caderno
Brasileiro de Ensino de Física, v.19, n. 3, p.291-313, dez. 2002.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros
Curriculares Nacionais: Ciências Naturais. 2. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2000.
Figura 01 – Materiais e reagentes utilizados na aula prática.
Fonte: acervo próprio.
Figura 02 – Organização do laboratório e distribuição dos alunos em grupos.
Fonte: acervo próprio.
Anexo 03: Roteiro da aula prática experimental.
EEEFM CONDE DE LINHARES - DISCIPLINA QUIMICA
ASSUNTO: Preparo e diluição de soluções
OBSERVAÇÕES:

Leia atentamente o roteiro de cada experimento

Faca os cálculos necessários antes de qualquer procedimento

Represente todos os cálculos na forma de um fluxograma para cada experimento
PROCEDIMENTOS:
1- Um laboratório de microbiologia necessita preparar 100 mL de álcool etílico 70°GL.
Consta no estoque deste laboratório o álcool etílico na concentração de 93°GL, desta forma
e necessário realizar uma diluição deste reagente. Realize o preparo desde material e rotule
corretamente o recipiente da solução que você preparou.
2 – O setor de farmácia de um Hospital recebeu a seguinte prescrição:
Cloreto de potássio (KCl)
10% (m/v)
Agua destilada estéril qsp
100 mL
Consta no estoque da farmácia hospitalar 500 mL de cloreto de potássio (KCl) 20% (m/v).
A partir da solução disponível no estoque, prepare o que foi solicitado e faca a rotulagem
correta do frasco.
3 – Você e farmacêutico de um hospital e atende uma prescrição de um paciente que precisa
repor liquido. Para atender a prescrição deve-se preparar 250 mL de Soro Fisiológico
Glicosado (SFG) no qual a concentração de glicose 5% (m/v) e cloreto de sódio 0,9% (m/v).
A partir dos reagentes glicose e cloreto de sódio faca o preparo da solução solicitada. OBS.:
faca a rotulagem do frasco.
4 – Um técnico em alimentos precisa preparar 250 mL de uma solução de hipoclorito de
sódio a 0,02%, para sanitização de utensílios da cozinha. Ele possui em seu estoque
hipoclorito de sódio a 2,5%. Demonstre, através da pratica e de cálculos como proceder no
preparo desta solução. OBS.: faca a rotulagem do frasco.
5 – Um técnico de laboratório precisa realizar a mistura de duas soluções denominadas A e
B, no entanto ele esta com duvida em relação a concentração final da mistura das duas
soluções. Ajude o técnico a realizar a mistura de A e B. Faca os cálculos e a rotulagem
correta do frasco. (MMNaOH = 40g/mol).
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A UTILIZAÇÃO DE UMA ATIVIDADE EXPERIMENTAL