JULIANA PAIVA CARNAÚBA CONTROLE BIOLÓGICO, FÍSICO E QUÍMICO DE Phytophthora palmivora EM PLÂNTULAS DE MAMOEIRO CV. SUNRISE SOLO UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS CURSO DE MESTRADO EM AGRONOMIA RIO LARGO, ESTADO DE ALAGOAS. FEVEREIRO DE 2006 CARNAÚBA, J.P. 2006. Controle Biológico, Físico e Químico de Phytophthora palmivora ... UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS CURSO DE MESTRADO EM AGRONOMIA RIO LARGO, ESTADO DE ALAGOAS. FEVEREIRO DE 2006 JULIANA PAIVA CARNAÚBA CONTROLE BIOLÓGICO, FÍSICO E QUÍMICO DE Phytophthora palmivora EM PLÂNTULAS DE MAMOEIRO CV. SUNRISE SOLO Dissertação apresentada como requisito parcial para a obtenção do grau de Mestre, pelo Curso de Mestrado em Agronomia, Área de Concentração “Produção Vegetal”, do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Alagoas. Orientação: Profa.Dra. Edna Peixoto da Rocha Amorim Catalogação na fonte Universidade Federal de Alagoas Biblioteca Central Divisão de Tratamento Técnico Bibliotecária Responsável: Helena Cristina Pimentel do Vale C288c Carnaúba, Juliana Paiva. Controle biológico, físico e químico de Phytophthora palmivora em plântulas de mamoeiro cv. Sunrise solo / Juliana Paiva Carnaúba. – Rio Largo, 2006. xvi, 62f. : tabs., gráfs. Orientadora: Edna Peixoto da Rocha Amorim. Dissertação (mestrado em Agronomia : Produção Vegetal) – Universidade Federal de Alagoas. Centro de Ciências Agrárias. Rio Largo, 2006 . Inclui bibliografia. 1. Pragas agrícolas – Controle integrado. 2.Trichoderma. 3. Fungicida. 4. Mamão – Doenças e pragas. I. Título. CDU: 632.9 CARNAÚBA, J.P. 2006. Controle Biológico, Físico e Químico de Phytophthora palmivora ... À minha FAMÍLIA pelo amor, confiança, apoio, dedicação, compreensão em todos os momentos, OFEREÇO Aos meus avós ANA CARMELITA (in memoriam) e JOSÉ CARNAÚBA (in memoriam); e ao meu tio TÁGORE CARNAÚBA exemplo de (in memoriam) amor, coragem pelo e honestidade, minha HOMENAGEM Aos meus pais MARCOS e GLÓRIA Ma CARNAÚBA; Às minhas irmãs FABÍOLA e FABIANA; Às minhas sobrinhas RAFAELA e MANUELA; E à minha avó GLORINHA, DEDICO CARNAÚBA, J.P. 2006. Controle Biológico, Físico e Químico de Phytophthora palmivora ... AGRADECIMENTOS À Deus por toda força, coragem e saúde em todo o meu percurso. À Universidade Federal de Alagoas, ao Centro de Ciências Agrárias e ao Programa de Pós Graduação em Agronomia pela oportunidade de realização do curso. À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pela bolsa concedida. Em especial, à minha orientadora Profa.Dra. Edna Peixoto da Rocha Amorim pela orientação, ensinamentos, confiança e amizade. Ao meu namorado e amigo Márcio Félix Sobral por todo amor, compreensão, paciência, companheirismo e ajuda diária, principalmente nos trabalhos mais difíceis. Aos professores do Laboratório de Fitopatologia Dra. Iraíldes Pereira Assunção, Dr°. Gaus Silvestre Andrade de Lima, Msc. Marcelo Menezes Cruz, Dr°. Domingos Eduardo Andrade e em especial a minha co-orientadora Dra. Arlinda Pereira Eloy pelos ensinamentos e amizade. Aos funcionários do Laboratório de Fitopatologia Edvaldo (Pareia) e Sebastião (Galego) pela constante dedicação. A Profa Maria de Fátima Muniz pela amizade mesmo distante. Aos meus colegas e amigos do Laboratório de Fitopatologia: Ana Paula da Silva, Júlio César da Silva, Izael Oliveira Silva, Kirley Michelly Marques da Silva, Kátia Cilene da Silva Félix, Daniella Cavalcanti de Medeiros Furtado, Edlene Maria da Silva Moraes, Thalita Regina Gosmão de Mendonça, Genildo Cavalcante Ferreira Junior, Elzir Correia Alves, Sarah Jacqueline Cavalcanti da Silva, Gisele Tenório de Almeida, Ana Karolina Teixeira Lima Gomes, Márcia Carine da Silva Barros, Ícaro Andrade e Silva, Carlos José Tavares de Oliveira, Angerson Góes Casado de Araújo, Jessé Marques da Silva Junior, Joyce Silva Lima, Jammily de Oliveira Vieira, Maryanne Medeiros Moura, Ana Cecília Pires de Azevedo Lopes, Liliane Dias Nascimento, André Gustavo Agra pela amizade, companheirismo e ajuda; e ao colega Willians de Oliveira Calixto pela constante ajuda nos experimentos. Aos colegas Vanderley Borges dos Santos e Cyro Rego Cabral Junior; e às professoras Dra. Angelina Bossi Fraga e Dra. Leila de Paula Rezende pela amizade e auxílio nas análises estatísticas. Ao secretário Geraldo de Lima, secretário da Coordenação do curso de PósGraduação, por sua dedicação. Aos meus pais Marcos Fernando Carneiro Carnaúba e Glória Maria Paiva Carnaúba, às minhas irmãs Fabíola Carneiro Paiva Carnaúba e Fabiana Carnaúba Medeiros; às minhas sobrinhas Rafaela Carnaúba medeiros e Manuela Carnaúba Medeiros, à minha avó Glorinha Figueiredo e aos meus cunhados Fernando Medeiros e Maurício Lessa pelo amor e confiança. E a todos que de alguma maneira contribuíram para a realização deste trabalho. CARNAÚBA, J.P. 2006. Controle Biológico, Físico e Químico de Phytophthora palmivora ... “Sempre antes de realizar um sonho, a alma do mundo resolve testar tudo aquilo que foi aprendido durante a caminhada. Ela faz isto não porque seja má, mas para que possamos, junto com o nosso sonho, conquistar também as lições que aprendemos seguindo em direção a ele. É o momento em que a maior parte das pessoas desiste. É o que chamamos, em linguagem do deserto, de ‘morrer de sede quando as tamareiras já apareceram no horizonte’. Uma busca começa sempre com a sorte de principiante e termina sempre com a prova do conquistador”. Paulo Coelho CARNAÚBA, J.P. 2006. Controle Biológico, Físico e Químico de Phytophthora palmivora ... SUMÁRIO Página LISTA DE TABELAS ................................................................................... x LISTA DE FIGURAS .................................................................................... xi LISTA DE SIGLAS........................................................................................ xiv RESUMO....................................................................................................... xvi ABSTRACT................................................................................................... xvii INTRODUÇÃO.............................................................................................. 01 REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................ 04 1 - Podridão das raízes e dos frutos ............................................... 04 2 - Caracterização morfofisiológica de Phytophthora spp ........... 05 3 - Ciclo da doença ........................................................................... 05 4 - Controle da doença ..................................................................... 06 4.1 - Controle Biológico.......................................................... 07 4.1.1 - Controle Biológico mediante utilização de Trichoderma spp............................................... 09 4.2 - Controle Físico – Solarização ....................................... 10 4.3 - Controle Químico ........................................................... 11 METODOLOGIA .......................................................................................... 14 1 - Local de execução dos experimentos ...................................... 14 2 - Obtenção do Isolado de Phytophthora palmivora ................... 14 3 - Teste de patogenicidade e reisolamento de Phytophthora palmivora............................................................................................. 14 4 - Obtenção de Isolados de Trichoderma spp. ............................ 15 5 - Controle Biológico ...................................................................... 15 CARNAÚBA, J.P. 2006. Controle Biológico, Físico e Químico de Phytophthora palmivora ... 5.1 Avaliação do antagonismo dos isolado de Trichoderma spp. a Phytophthora palmivora “in vitro”............................................................................... 15 5.2 - Teste de antibiose .......................................................... 16 5.2.1 - Produção de metabólitos não voláteis ........... 16 5.2.2 - Produção de metabólitos voláteis ................... 17 5.2.3 - Hiperparasitismo .............................................. 17 5.3 - Controle Biológico “in vivo” ......................................... 18 6 - Controle Físico - Solarização de substrato ............................. 19 7 - Controle Químico ........................................................................ 20 7.1 - Controle químico “in vitro” ........................................... 20 7.2 - Controle químico “in vivo” ............................................ 21 RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................... 22 1 - Teste de patogenicidade e reisolamento .................................. 22 2 - Controle Biológico ...................................................................... 24 2.1 Avaliação do antagonismo dos isolados de Trichoderma spp. a Phytophthora palmivora “in vitro” ................................................................................ 24 2.2 - Teste de antibiose ........................................................... 26 2.2.1 - Produção de metabólitos não voláteis ............ 26 2.2.2 - Produção de metabólitos voláteis ................... 27 2.2.3 - Hiperparasitismo .............................................. 29 2.3 - Controle Biológico “in vivo” .......................................... 30 3 - Controle Físico - Solarização de substrato .............................. 33 4 - Controle químico ......................................................................... 38 4.1- Controle químico “in vitro” ............................................. 38 4.2 - Controle químico “in vivo” ............................................. 39 CONCLUSÕES ............................................................................................ 45 REFERÊNCIAS ............................................................................................ 46 CARNAÚBA, J.P. 2006. Controle Biológico, Físico e Químico de Phytophthora palmivora ... LISTA DE TABELAS TABELA 1 - Crescimento micelial de P. palmivora na presença de isolados de Trichoderma.................................................. 25 TABELA 2 - Crescimento micelial de P. palmivora em presença de metabólitos não voláteis produzidos por Trichoderma.... 26 TABELA 3 - Crescimento micelial de P. palmivora em presença de metabólitos voláteis produzidos por Trichoderma........... 28 TABELA 4 - Crescimento micelial e redução de crescimento de P. palmivora em presença do fungicida tiofanato metílico nas 3 doses testadas ...................................................... 38 CARNAÚBA, J.P. 2006. Controle Biológico, Físico e Químico de Phytophthora palmivora ... LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 - Teste de Hiperparasitismo.................................................... 18 FIGURA 2 - Caixa contendo os coletores solares (10 e 15 cm de diâmetro) de ferro galvanizado. (A) Caixa fechada; (B) Caixa aberta......................................................................... 20 FIGURA 3 - Medidor digital multisensor................................................... 20 FIGURA 4 - Teste de patogenicidade em frutos de mamão. (A) Fruto inoculado com Phytophthora palmivora; (B) Fruto testemunha........................................................................... 23 FIGURA 5 - Teste de patogenicidade em plântulas de mamoeiro (esquerda) murcha após 3 dias de infestação do solo com P. palmivora; (direita) testemunha........................................ 23 FIGURA 6 - Estruturas de Phytophthora palmivora em meio BDA. (A) Esporângio; (B) Clamidósporo.............................................. 24 FIGURA 7 - Antagonismo “in vitro” de Trichoderma spp. a Phytophthora palmivora.............................................................................. 25 CARNAÚBA, J.P. 2006. Controle Biológico, Físico e Químico de Phytophthora palmivora ... FIGURA 8 - Percentagem de Redução de Crescimento (%RC) de Phytophthora palmivora no teste “in vitro” de antibiose (metabólitos não voláteis) de Trichoderma spp........................................................................................ 27 FIGURA 9 - Percentagem de Redução de Crescimento (%RC) de P. palmivora no teste “in vitro” de antibiose (metabólitos voláteis) de Trichoderma spp................................................ 28 FIGURA 10 - Teste “in vitro” da produção de metabólitos voláteis de Trichoderma a P. palmivora.................................................. 29 FIGURA 11 - Hiperparasitismo de Trichoderma spp. sobre Phytophthora palmivora: a) enrolamento de hifas; b) apressórios; c) penetração de hifas; d) lise de hifas..................................... 30 FIGURA 12 - Percentagem de plântulas sobreviventes submetidas ao controle biológico com isolados de Trichoderma spp........... 31 FIGURA 13 - Controle “in vivo” de isolados de Trichoderma spp. à Phytophthora. palmivora....................................................... 32 FIGURA 14 - Solarização do substrato - porcentagem de plantas sobreviventes........................................................................ 34 FIGURA 15 - Temperaturas máximas atingidas (°C) no substrato no tratamento de solarização..................................................... 34 CARNAÚBA, J.P. 2006. Controle Biológico, Físico e Químico de Phytophthora palmivora ... FIGURA 16 - Alturas médias das plântulas de mamoeiro com substrato submetido à solarização....................................................... 36 FIGURA 17 - Solarização do substrato infestado com Phytophthora palmivora.............................................................................. 37 FIGURA 18 - Percentagem de plântulas sobreviventes submetidas ao tratamento químico............................................................... 40 FIGURA 19 - Altura média das plântulas de mamoeiro submetidas ao controle químico.................................................................... 42 FIGURA 20 - Controle químico “in vivo” de P. palmivora utilizando 5 fungicidas: (1) oxicloreto de Cobre – 3g/L; (2) mancozeb – 3g/L; (3) metalaxyl + mancozeb – 3,5g/L; (4) tiofanato Metílico – 7g/L; (5) carbendazim – 1mL/L............................. 43 CARNAÚBA, J.P. 2006. Controle Biológico, Físico e Químico de Phytophthora palmivora ... LISTA DE SIGLAS UFAL - Universidade Federal de Alagoas ............................................ 14 CECA - Centro de Ciências Agrárias ................................................... 14 BDA - Batata-Dextrose-Agar ............................................................... 14 T3 - Trichoderma koningii .................................................................... 15 T13 - Trichoderma harzianum ............................................................. 15 T152D - Trichoderma sp. …………......................……………………… 15 TP - Trichoderma polysporum ............................................................. 15 UV - Ultravioleta ........................................................................... 16 RC% - Taxa de Redução de Crescimento ........................................... 16 F1 - Fungicida oxicloreto de cobre ...................................................... 20 CARNAÚBA, J.P. 2006. Controle Biológico, Físico e Químico de Phytophthora palmivora ... F2 - Fungicida mancozeb ..................................................................... 20 F3 - Fungicida metalaxyl + mancozeb .................................................. 20 F4 - Fungicida tiofanato metílico .......................................................... 20 F5 - Fungicida carbendazim ................................................................. 20 CARNAÚBA, J.P. 2006. Controle Biológico, Físico e Químico de Phytophthora palmivora ... RESUMO A cultura do mamoeiro é extensamente cultivada no mundo tendo o Brasil como o maior produtor. Dentre os principais problemas inerentes à cultura, destacam-se as podridões do pé e do fruto, causadas por Phytophthora palmivora. O presente trabalho teve por objetivo avaliar o controle de P. palmivora em plântulas de mamoeiro cv. Sunrise solo, utilizando métodos de controle biológico, físico e químico. Foram testados quatro isolados de Trichoderma (T. koningii - T3; T. harzianum - T13; Trichoderma sp. - T152D e T. polysporum - TP) e cinco fungicidas “in vitro” (oxicloreto de cobre - 2; 3 e 4g/L; mancozeb – 2; 3 e 4g/L; metalaxyl + mancozeb – 2,5; 3,5 e 4g/L; tiofanato metílico – 6; 7 e 8g/L; e carbendazim – 0,5; 1,0 e 1,5mL/L) e “in vivo” na dosagem recomendada pelo fabricante, bem como a solarização do substrato em coletores solares. Foram feitos ainda, testes de metabólitos voláteis, não voláteis e hiperparasitismo para os isolados de Trichoderma. No controle biológico “in vitro”, utilizou-se a técnica de confrontamento em cultivo pareado, enquanto no controle “in vivo”, o substrato foi tratado com os isolados de Trichoderma de forma isolada e integrada, antes da infestação do solo com o patógeno. No controle químico, os fungicidas foram testados “in vitro” adicionando-os ao meio BDA, enquanto “in vivo” as raízes das plântulas foram imersas durante 10 minutos na solução dos fungicidas. A solarização do substrato foi realizada durante 24, 48 e 72 horas, em coletores solares de 10 e 15 cm de diâmetro, infestando-se, previamente o substrato com o patógeno (40 mL do inoculo com aproximadamente 20 esporângios por mL / vaso). Os isolados de Trichoderma T3, T13 e TP foram os mais eficientes na inibição do crescimento de P. palmivora “in vitro”, no entanto, apenas o isolado TP produziu metabólitos voláteis e não voláteis. Por outro lado, todos os isolados apresentaram capacidade de hiperparasitar o patógeno. Já no controle biológico “in vivo” nenhum isolado foi capaz de reduzir a severidade da doença. A solarização do substrato aumentou significativamente a sobrevivência das plântulas quando comparada à testemunha. Não houve diferenças significativas entre os períodos de exposição solar, entretanto, o diâmetro de 15 cm apresentou uma melhor eficiência, com 87% de sobrevivência das plântulas. Os produtos mais eficientes na inibição do patógeno “in vitro” foram oxicloreto de cobre, mancozeb e metalaxyl + mancozeb, enquanto “in vivo” os cinco fungicidas apresentaram eficiência semelhante, não havendo diferença significativa entre as dosagens testadas. CARNAÚBA, J.P. 2006. Controle Biológico, Físico e Químico de Phytophthora palmivora ... Termos para Indexação: Podridão das raízes e dos frutos, Trichoderma, Solarização, Fungicida, Mamão. CARNAÚBA, J.P. 2006. Controle Biológico, Físico e Químico de Phytophthora palmivora ... ABSTRACT The papaya culture is extensively cultivated in the world, where Brazil meets as worldwide the producing greater. Amongst the problems main inherent to the culture, the root and fruit rots are distinguished, caused by Phytophthora palmivora. The present work had for objective to control P. palmivora in seedling of papaya cv. Sunrise solo, through methods of biological, physical and chemical control. They had been tested four Trichoderma isolated (T. koningii - T3; T. harzianum - T13; Trichoderma sp. - T152D and T. polysporum - TP) and five fungicides "in vitro" (copper oxychloride - 2; 3 e 4g/L; mancozeb - 2; 3 e 4g/L; metalaxyl + mancozeb - 2,5; 3,5 e 4g/L; thiophanate-methyl - 6; 7 e 8g/L and carbendazim - 0,5; 1,0 e 1,5mL/L) and "in vivo", as well as the solarization of the substratum in solar collectors. They had been made still, test of volatile, not volatile metabolites and hyperparasitism for the Trichoderma isolated. In the biological control "in vitro", used the plate technique, while in the “in vivo” control, the substratum was dealt with Trichoderma of isolated and integrated form, before the infestation of the ground. In the chemical control, the fungicides had been tested "in vitro" adding them in BDA medium, while "in vivo" the seedlings roots had been immersed during 10 minutes in the fungicides solution. The solarization of the substratum was carried during 24, 48 and 72 hours, in solar collectors of 10 and 15 cm of diameter, becoming infested itself, previously the substratum with the pathogen (40 mL of inocule with approximately 20 sporangia for mL/ vase). The Trichoderma isolated T3, T13 and TP had been most efficient in the inhibition of the growth of P. palmivora "in vitro", however, only the isolated TP produced volatile and not volatile metabolites. On the other hand, all the isolated ones had presented capacity to hyperparasite the pathogen. In the biological control "in vivo" no isolated one was capable to reduce the severity of the disease. The solarization of the substratum increased significantly the seedlings survival, when compared to the witness. It didn’t have significant differences between the periods of solar exposition, however, the diameter of 15 cm presented one better efficiency, with 87% of seedlings survival. The products most efficient in the pathogen inhibition "in vitro" had been oxicloreto de cobre, mancozeb and metalaxyl + mancozeb, while "in vivo" the five fungicides had presented similar efficiency, not having significant difference between the dosages tested. Index terms: Root and fruit rots, Trichoderma, Solarization, Fungicide, Papaya. CARNAÚBA, J.P. 2006. Controle Biológico, Físico e Químico de Phytophthora palmivora ... INTRODUÇÃO O mamoeiro (Carica papaya L.), originário da América Central, é uma planta cultivada em regiões tropicais e subtropicais, estando distribuído praticamente em todo o território nacional, onde existem milhares de hectares propícios ao seu desenvolvimento (Oliveira & Caldas, 2004). Pertence à família Caricaceae, da qual fazem parte 31 espécies, compreendidas em quatro gêneros, sendo o Carica o mais conhecido, destacando-se o Carica papaya L., a única de valor comercial das 22 espécies deste gênero (Kist & Manica, 1995). A cultura do mamoeiro é extensamente cultivada no mundo devido à grande aceitação de seus frutos, que são consumidos maduros e ‘in natura’, e quando verdes, em doces industrializados (Manica, 1982). Além dos frutos, o mamoeiro pode ser cultivado objetivando a produção de papaína, uma enzima proteolítica de ampla utilização na indústria de alimentos e medicamentos. Há, ainda, grandes perspectivas para a produção de suco concentrado destinado à indústria de refrigerantes (Silva, 2001). Por ser uma cultura que necessita de renovação dos pomares de 3 em 3 anos, no máximo, e que produz o ano inteiro, é de grande relevância a sua importância social, pois gera empregos e absorve mão-de-obra durante todo o ano (Ritzinger & Souza, 2000). O Brasil figura como o maior produtor dessa cultura em escala internacional com 29% da produção, seguido da Índia com 24%, Tailândia com 8,8%, México com CARNAÚBA, J.P. 2006. Controle Biológico, Físico e Químico de Phytophthora palmivora ... 7,4% e Indonésia com 5,9% (Agrianual, 2003). A produção 1nacional da cultura em 2004 foi de 1,65 milhões de toneladas, numa área plantada de 36,5 mil hectares, onde a região Nordeste produziu cerca de 890 mil toneladas (FAO, 2005). As regiões Sudeste e Nordeste somam em média 87,5% da produção nacional, destacando-se os Estados do Espírito Santo e Bahia como os principais produtores. Em Alagoas, dados de 2004 indicam que a área colhida de mamão foi de 173 ha, com uma produção de 3 mil toneladas e um rendimento de 17,3 mil kg/ha (IBGE, 2005). O mamoeiro sofre o ataque de diferentes agentes etiológicos, além dos distúrbios e anomalias de causas desconhecidas e não parasitárias, causando grandes perdas na produção. As doenças podem afetar as folhas, ramos, raízes, flores e frutos do mamoeiro em diferentes etapas do seu desenvolvimento (Oliveira & Santos Filho, 2000). Dentre os principais problemas inerentes à cultura, destacam-se as podridões do pé e do fruto, causadas por Phytophthora palmivora. A podridão do pé tem sido relatada em vários países, com grande intensidade em algumas localidades, podendo acarretar perdas acentuadas na produção. Segundo Alvarez & Nelson (1982), esta doença chegou a dizimar 181 mil plantas no Havaí em 1979, reduzindo a produção em 35%, sendo também registrados sérios ataques em Filipinas, Taiwan, Sri Lanka e Ilhas Canárias. Na Austrália, em dois anos, cerca de 8 mil plantas foram destruídas pela doença (Oliveira & Santos Filho, 2000). No Brasil, Batista (19461) apud Luz & Silva (2001) faz referência à P. palmivora em mamoeiros nos Estados da Bahia e Pernambuco. Posteriormente, a doença foi identificada em São Paulo, Espírito Santo, Amazonas, Maranhão, Pará e Ceará. A doença está disseminada por quase todas as regiões produtoras e com o agravante de que as variedades utilizadas comercialmente não apresentam resistência a essa enfermidade. O problema é ainda mais sério pelo fato do seu agente etiológico também utilizar cerca de 80 espécies como hospedeiras, dentre as quais citros, cacaueiro, coqueiro e abacaxizeiro (Oliveira & Santos Filho, 2000). 1 BATISTA, A.C. Principais doenças de plantas no Nordeste. Boletim S.A.I.C., Recife, 1946. p. 195252. CARNAÚBA, J.P. 2006. Controle Biológico, Físico e Químico de Phytophthora palmivora ... O manejo das doenças causadas por Phytophthora spp. inclui um conjunto de medidas preventivas e curativas. Dentre elas destacam-se as medidas preventivas nos viveiros para obtenção de mudas sadias; uso de porta-enxertos resistentes; e medidas de controle nos pomares, como a escolha de áreas desfavoráveis à doença, adoção de práticas de conservação de solo, uso de adubos orgânicos que favoreçam uma microbiota antagônica ao patógeno, manejo da irrigação e drenagem, monitoramentos freqüentes e controle químico (Erwin & Ribeiro, 1996; Feichtenberger, 2001). Dentro deste contexto, o presente trabalho teve por objetivo avaliar o controle de P. palmivora em plântulas de mamoeiro cv. Sunrise solo, utilizando métodos de controle biológico, físico e químico, visando obter um sistema de produção com alta qualidade fitossanitária. CARNAÚBA, J.P. 2006. Controle Biológico, Físico e Químico de Phytophthora palmivora ... REVISÃO DE LITERATURA 1 - Podridão das raízes e dos frutos A podridão das raízes e dos frutos do mamoeiro é considerada uma das principais doenças da cultura. As raízes do mamoeiro são mais suscetíveis nos três primeiros meses após a germinação das sementes. No entanto, plantas de qualquer idade são suscetíveis especialmente quando predominam condições predisponentes como solo mal drenado e excesso de água de irrigação ou de chuva (Silva, 2001). Durante o período de infecção das raízes, ocorre o amarelecimento de folhas, desfolha prematura, queda prematura dos frutos e, às vezes, a morte da planta (Rezende & Fancelli, 1997). Na base do caule, lesões aquosas podem ser observadas. Em épocas chuvosas, ou em cultivos irrigados por aspersão, essas lesões muitas vezes se recobrem de um crescimento micelial branco em que há a formação de numerosos esporângios do fungo. Com o desenvolvimento da doença as lesões coalescem envolvendo todo o caule (Silva, 2001). A doença destrói os tecidos parenquimatosos, porém os vasculares permanecem intactos. Dependendo do ataque do patógeno, ou das condições ambientais, a planta pode morrer ou reagir, mas mesmo neste ultimo caso a produção da planta é afetada (Rezende & Fancelli, 1997). Os frutos verdes são mais resistentes à doença, porém, podem ser afetados caso a infecção se dê no caule, próximo ao pedúnculo adjacente. Neste caso, o fruto fica enrugado e cai no solo liberando esporos do fungo. Nos frutos maduros observa-se uma podridão em que os tecidos ficam consistentes, recobertos por um micélio aéreo e cotonoso (Oliveira et al., 1999). CARNAÚBA, J.P. 2006. Controle Biológico, Físico e Químico de Phytophthora palmivora ... 2 - Caracterização morfofisiológica de Phytophthora spp. Descrita no início como Phytophthora faberi Maubl. e em seguida como P. parasitica Dast. (= P. nicotianae), recentemente, a maioria dos autores considera P. palmivora Butl. o principal agente causal da doença (Oliveira & Santos Filho, 2000). Atualmente, o gênero Phytophthora está incluído no Filo Oomycota, pertencente ao Reino Chromista, não sendo considerado um fungo verdadeiro (Ribeiro, 1997). É um patógeno que sobrevive no solo, em lesões de mamoeiro e em outros hospedeiros e caracteriza-se por ser extremamente variável no que diz respeito às suas características morfológicas e fisiológicas (Cerqueira et al., 1999; Resnik et al., 1980). Phytophthora palmivora apresenta micélio cenocítico, heterotálico e produz abundantes esporângios sobre frutos atacados ou em meio V-8. Possui esporângios caducos, proeminentemente papilados, ovóides a elipsóides com pedicelo curto, medindo em média 50 x 30 μm, taxa comprimento: largura 1:6. Os clamidósporos são globosos a sub-globosos, terminais ou intercalares no micélio. Alguns isolados não formam clamidósporos. Formam oogônios e oósporos quando grupos de compatibilidade (A1 e A2) são pareados. Oogônios são esféricos e os anterídios anfígenos (Silva, 2001). Segundo Van Der Plank (1963)2 apud Amorim (1997)2, os esporângios e zoósporos são as principais estruturas de reprodução responsáveis pela rápida infecção e desenvolvimento da doença, atuando como inóculo secundário, enquanto os oósporos e clamidósporos, desempenham papel de maior importância na fase de sobrevivência do patógeno. 3 - Ciclo da doença A produção de estruturas reprodutivas e vegetativas, responsáveis pelo desenvolvimento da doença, pode ser afetada por fatores climáticos (umidade, luz, oxigênio e temperatura), nutricionais e população microbiana, conforme observações feitas por diversos pesquisadores (Silva, 2003). 2 VAN DER PLANK, J.E. Plant disease: epidemies and control. New York: Academic Press, 1963. 349p. CARNAÚBA, J.P. 2006. Controle Biológico, Físico e Químico de Phytophthora palmivora ... Segundo Silva (2001), durante o período chuvoso e quente do ano, as raízes infectadas produzem esporângios que, por sua vez, irão liberar zoósporos móveis. Estes são atraídos para novas raízes, especialmente na zona de elongação onde nutrientes são exsudados. Após o contato com as raízes os zoósporos encistam, germinam e infectam novas raízes mantendo-se no solo por repetidas infecções. O ciclo pode se repetir tantas vezes quantas forem as condições predisponentes e tecidos suscetíveis estejam disponíveis. Já na estação seca do ano, clamidósporos e oósporos dormentes permanecem no solo, e após o início das chuvas essas estruturas germinam formando esporângios que produzirão grande quantidade de zoósporos, reiniciando o ciclo da doença. Na podridão dos frutos, a doença tem início quando esporângios disseminados pelos ventos em dias chuvosos chegam à superfície dos frutos. Com o progresso da doença, o patógeno cresce rapidamente e produz grande quantidade de esporângios que são disseminados. Quando os frutos atacados caem, as estruturas do fungo ficam no solo contribuindo para a infecção das raízes (Silva, 2001). 4 - Controle da doença O controle de doenças radiculares é muito difícil, pois os patógenos coevoluiram com as plantas por milhões de anos e estão altamente adaptados ao ambiente subterrâneo em associação com o hospedeiro (Bruehl, 198733 apud Michereff et al. 2005). Além disso, devido à infecção inicial e o desenvolvimento subseqüente das doenças ocorrerem, na maioria das vezes abaixo do nível do solo, patógenos radiculares são comparativamente inacessíveis à manipulação direta do homem e as doenças freqüentemente não são notadas até que atinjam estádios bem avançados tornando as opções de controle limitadas (Wheeler & Rush4, 2001b apud Michereff, 2005). De acordo com Homechin (1991), os patógenos de solo e do sistema radicular são controlados pela ação de medidas que atuam destruindo as unidades propagativas (propágulos), prevenindo a formação de inóculo no solo, ou fazendo desaparecer o inóculo presente em resíduos infestados, reduzindo o vigor e a virulência do patógeno e promovendo o desenvolvimento das plantas. 3 BRUEHL, G.W. Soilborne Plant Pathogens. New York. MacMillan. 1987. WHEELER, T. & RUSH, C.M. Soilborne diseases. In: Maloy, O.C. & Murray, T.D. (Eds.) Encyclopedia of Plant Pathology. New York. JohnWiley & Sons. 2001b. pp. 935-947. 4 CARNAÚBA, J.P. 2006. Controle Biológico, Físico e Químico de Phytophthora palmivora ... A produção de plântulas com alta qualidade sanitária é fundamental, e a importância da sanidade em sementeiras na prevenção da disseminação e severidade de Phytophthora é bastante significativa, mesmo quando o estoque da sementeira está destinado a áreas onde o patógeno já está presente (Shea & Broadbent, 1983). Sendo assim, diversas medidas devem ser tomadas para prevenir a doença, tais como: plântulas obtidas em solos tratados pelo calor ou produtos químicos; deve-se dar preferência a uma área distante de pomares antigos de mamoeiro, com boa insolação e ventilação; e a água de irrigação deve ser obtida de poços profundos para evitar a contaminação por fungos e nematóides, com regas feitas com cuidado para evitar o excesso de umidade (Silva, 2001). A podridão de raízes em plantas jovens, no campo, pode ser minimizada ou controlada por meio de diversas medidas tais como: evitar o plantio em solo mal drenado, especialmente nas regiões com alto índice pluviométrico; evitar área cultivada sucessivamente com mamoeiros; erradicar plantas doentes e destruí-las; e controlar, preventivamente, a incidência do fungo no caule, pulverizando as plantas com fungicidas à base de cobre ou metalaxyl + mancozeb (Silva, 2001). Novas técnicas, como controle biológico com microrganismos antagonistas, controle cultural com adubação orgânica (Amorim, 1997), controle físico, através da solarização (Katan, 1980) dentre outros, podem ser empregadas como alternativas economicamente viáveis na tentativa de se obter um substrato supressivo ao patógeno. 4.1 - Controle Biológico O controle biológico, segundo Cook & Baker (1983), é a redução da quantidade de inóculo ou da atividade de produção da doença pelo patógeno realizado por um ou mais organismos. Entretanto, o controle biológico raramente elimina o patógeno do local, mas reduz a população de propágulos e conseqüentemente, a sua habilidade de produzir doença. A introdução de microrganismos adaptados ao microhabitat do patógeno é um dos aspectos mais relevantes para o sucesso de um programa de controle biológico de doenças de plantas. Neste contexto diversos microrganismos são isolados, CARNAÚBA, J.P. 2006. Controle Biológico, Físico e Químico de Phytophthora palmivora ... 4 selecionados e utilizados como agentes biocontroladores de doenças, também conhecidos como antagonistas (Bettiol, 1991). No entanto, sabe-se que o sucesso do uso de microrganismo no controle biológico depende da forma de aplicação do antagonista, da sua capacidade de parasitismo e naturalmente da sua especificidade em relação ao patógeno, sendo necessárias algumas características para que os antagonistas sejam eficientes, como a capacidade de competição por nutrientes, produção de metabólitos tóxicos ou atuação por parasitismo (Amorim, 1997). Apesar do controle biológico de patógenos do solo ser limitado, diversos autores têm demonstrado o antagonismo microbiano a espécies de Phytophthora por uma variedade de microganismos (Ahmed & Ahmed, 19635; Pratt, 19716; Marx, 19737; Malajczuk et al., 1977b8; Sneh et al., 19779 apud Amorim, 1997). Segundo Malajczuk (1983), o antagonismo microbiano à Phytophthora pode ser encontrado no solo durante o período de dormência e sobrevivência saprofítica, na rizosfera, durante as atividades de pré-penetração e dentro dos tecidos das plantas, durante a patogênese. O uso de antagonistas para o controle de doenças induzidas por microrganismos fitopatogênicos residentes no solo tem sido bastante pesquisado, e dentre os muitos agentes potenciais destaca-se o gênero Trichoderma, devido às suas características antagônicas e a grande gama de patógenos que controla, incluindo: Pythium spp., Phytophthora spp., Rhizoctonia solani, Sclerotium rolfsii, Sclerotinia sclerotiorum, Verticillium spp., etc. (Amorim, 1997; May, 1994). 5 AHMED, N.; AHMED, Q.A. Selection of antagonistic soil microbial against a few fungal pathogens of Piper bettle L. Mycopathol. Mycol. Appl., v.21, p. 334-40, 1963. 6 PRATT, B.H. Isolation of basidiomycetes from Australian eucalyptus Forest and assessment of their antagonism to Phytophthora cinnamomi. Trans. Br. Mycol. Soc., v. 56, p. 243-50, 1971. 7 MARX, D.H. Mycorrhizae and feedr root diseases. In: MARX, G.C.; KOZLOWISKI, T.T. Ectomycorrhizae – their Ecology and Physiology. New York: Academic Press, 1973. p. 351-82. 8 MALAJCZUK, N.; NESBITT, H.J.; GLENN, A.R. A light and eletronic microscope study of the interaction of soil bacteria with Phytophthora cinnamomi Rands. Can. J. Microbiol., v. 23, p. 1518-25, 1977b. 9 SNEH, B., HUMBLE, S.J., LOCKWOOD, J.L. Parasitism of oospores of Phytophthora megaspermae var. sojae, P. cactorum, Pythium and Aphanomyces euteiches in soil by oomycetes, chytridiomycetes hyphomycetes, actinomycetes and bactéria. Phytopathology, v. 67, p. 622-8, 1977. CARNAÚBA, J.P. 2006. Controle Biológico, Físico e Químico de Phytophthora palmivora ... 4.1.1 - Controle Biológico mediante utilização de Trichoderma spp. O fungo Trichoderma spp. tem sido um dos agentes potenciais de biocontrole, dado as suas características peculiares de antagonismo em condições naturais, principalmente no solo (Melo, 1991), tais como, facilidade de isolamento e cultivo, crescimento rápido sobre muitos substratos, alta capacidade competitiva por alimento e sítio de atuação, habilidade de produzir antibióticos e enzimas com aptidão de atacar muitos patógenos, adquirir resistência aos fungicidas com facilidade, dentre muitas outras (Baker & Cook, 1974; Lewis & Papavizas, 1984). Trichoderma é encontrado em solos de todo o mundo, sendo eficaz no controle de uma variada gama de patógenos de plantas, principalmente aqueles com estruturas de resistência. T. harzianum destaca-se por ser a espécie mais estudada do ponto de vista do controle biológico, contudo, outras espécies como T. koningii, T. viride, T. hamatum, T. Pseudokoningii e T. polysporum também têm sido isoladas e estudadas (Melo, 1998). Alguns autores questionam a utilização de Trichoderma como agente de controle microbiano, pois consideram esse fungo como micoparasita pouco agressivo e pouco eficiente, que apenas atuam quando aplicados em ambientes alterados, como solo ou substratos recém-vaporizados ou fumigados, já que nesses ambientes não competitivos eles proliferam e evitam a recolonização do patógeno (Adams, 1990). Segundo Brassier (1975 a e b), várias espécies de Trichoderma já foram relatadas como antagônicas a Phytophthora. No entanto, Bell et al. (1982) concluíram que um Trichoderma pode ter ótimo efeito de controle para um isolado do patógeno, mas não ter efeito em outros isolados da mesma espécie. Como principais mecanismos de ação as espécies de Trichoderma podem atuar por antibiose, parasitismo e competição (Melo, 1998). Em estudos in vitro metabólitos voláteis de Trichoderma spp. reduziram o crescimento de Phytophthora, seguido da vacuolação do conteúdo celular e lises das hifas (Brassier, 1975 a). Estudos sobre o comportamento de P. cinnamomi reafirmaram o papel de Trichoderma spp. como um comum antagonista envolvido na estimulação da formação de oósporos, lises de hifas (Malajczuk & Theodorou, 1979; Reeves, 1975) e produção de clamidósporos (Kelley, 1977). As lises de hifas de Phytophthora incitadas por Trichoderma spp. são rápidas e envolvem contato e enrolamento da hifa antes da penetração (Melajczuk, 1983). CARNAÚBA, J.P. 2006. Controle Biológico, Físico e Químico de Phytophthora palmivora ... Uma forma importante de manipular o antagonismo de Trichoderma é através da introdução do antagonista em substrato de plantio. May (1994) e Amorim (1997) controlaram P. parasitica, enquanto Silva (2003) controlou P. nicotianae utilizando isolados de Trichoderma cultivado em meio de farinha de arroz e aplicado em substrato infestado com o patógeno. 4.2 - Controle Físico – Solarização A desinfestação de substratos utilizados na produção de mudas é uma das principais medidas preventivas de controle de patógenos do solo. Além disso, as mudas produzidas sobre substratos desinfestados crescem vigorosamente e garantem o bom desenvolvimento inicial da cultura (Ghini & Bettiol, 1995). A solarização do solo foi desenvolvida em Israel, por Katan et al. (1976), e vem sendo utilizada também em outros países, tais como Estados Unidos, Japão, Itália, Egito, Espanha e Brasil, dentre outros (DeVay et al., 1991; Ghini & Bettiol, 1995; Katan & DeVay, 1991; Souza, 1994). É um método viável de controle de fitopatógenos, plantas daninhas e nematóides, visto que não agride o ambiente e não cria um efeito de vácuo biológico, mantendo um satisfatório equilíbrio da microbiota do solo (Souza, 1994). Como métodos para a solarização têm-se a cobertura do solo com um filme plástico (Katan et al., 1976), a utilização de sacos plásticos transparentes para quantidades menores de solo ou substratos (Kaewruang et al., 1989) e o coletor solar, constituído basicamente de uma caixa de madeira, coberta com um filme plástico transparente, contendo tubos de chapa galvanizada onde o substrato é colocado (Ghini, 1993). O método de solarização normalmente empregado é o da cobertura plástica; no entanto, diversas limitações restringem o uso desse método de controle, como a necessidade de máquinas para a sua aplicação, custos de tratamento, limitações climáticas, tempo de tratamento, fitotoxidez, reinfestação do solo devida à intensa redução de microrganismos antagônicos, etc. (Katan, 1980; Ghini, 1997). A utilização da energia solar através do coletor mostrou-se extremamente eficiente no controle de fungos e nematóides fitopatogênicos encontrados no solo, tais como: Sclerotium rolfsii, Sclerotinia sclerotiorum, Fusarium solani fsp. phaseoli, Pythium aphanidermatum e Meloidogyne incognita (Ghini, 1993; Ghini et al., 1998). Atualmente, a CARNAÚBA, J.P. 2006. Controle Biológico, Físico e Químico de Phytophthora palmivora ... solarização é indicada como alternativa viável para o controle de várias espécies do gênero Phytophthora (Juarez-Palacios et al., 1991; Ghini et al., 2000; Coelho et al., 2000; Pinkerton et al., 2000). As temperaturas atingidas no solo através da técnica da solarização, permitem a sobrevivência de alguns grupos de microrganismos do solo. Segundo Baker & Cook (1974), a maioria dos patógenos é menos resistente ao aumento de temperatura que muitos saprófitas e, de acordo com Ghini (1993), as temperaturas de inativação de diversos microrganismos são inferiores às atingidas pela massa de substrato contida no coletor solar, sendo suficientes para controlar os patógenos com a exposição durante um dia de radiação. May (1994) obteve o controle de P. parasitica em coletor solar que atingiu temperatura acima de 60°C. Através de teste de sensibilidade térmica, Juarez-Palacios et al. (1991) constataram que a temperatura de inativação de P. cactorum e P. megaspora foi de 45°C por 30 minutos e 45°C por 20 minutos, respectivamente. O controle físico promovido pela elevação da temperatura é responsável pela eliminação dos patógenos nas camadas superficiais do solo. Em maiores profundidades, somente temperaturas subletais são obtidas (Bettiol & Ghini, 2003). Juarez-Palacios et al. (1991) obtiveram 50% de redução da infecção de P. criptogea, sendo o patógeno erradicado até à profundidade de 30 cm. Em conseqüência da exposição às maiores temperaturas, alguns processos microbianos, como a nitrificação, nitratação e a produção de algumas enzimas que serão liberadas no solo, são alterados contribuindo para o controle de fitopatógenos (Cruz et al., 2005). A alteração na composição microbiana do solo em favor de antagonistas estimula a sua supressividade, dificultando a reinfestação e permitindo que o tratamento seja eficiente em vários ciclos da cultura sem a necessidade de se repetir o tratamento de solarização (Ghini, 1997). 2.3 - Controle Químico O uso de fungicidas é um dos principais métodos de controle de doenças de plantas, sendo a única solução para diversos problemas fitossanitários. A facilidade de aplicação e os resultados imediatos obtidos os tornaram amplamente difundidos em diversas culturas; porém, o uso contínuo pode promover a seleção de fungos CARNAÚBA, J.P. 2006. Controle Biológico, Físico e Químico de Phytophthora palmivora ... fitopatogênicos resistentes, não controlados pelo fungicida anteriormente eficaz, colocando em risco a eficiência do método (Ghini, 2001). Apesar da dificuldade de desenvolvimento de resistência de fitopatógenos infectantes de raízes, há relatos de resistência de Phytophthora spp. a fungicidas (Ferrin & Kabashima, 1991). Além disso, o seu uso indiscriminado levou a sérias conseqüências ambientais, gerando opiniões contrárias a esse método de controle (Kimati, 1995), mas apesar de todas as restrições e efeitos indesejáveis, deve-se considerar a sua importância no manejo das doenças e manutenção de altas produtividades (Sales Jr. et al., 2005). O controle de patógenos habitantes do solo por produtos químicos proporciona a redução do inóculo inicial no solo e/ou da taxa de infecção. A quantidade de infecção pode ser reduzida pela proteção do sítio onde ocorre, impedindo que o patógeno infecte a raiz e pela indução de resistência à planta hospedeira. Atualmente, com o aumento das doenças radiculares, muitas empresas vêm trabalhando no sentido de desenvolver novas tecnologias para obtenção de moléculas eficientes, que não causem danos potenciais ao meio ambiente e que atendam às recomendações impostas pelos órgãos regulamentadores das áreas de saúde e agricultura (Sales Jr. et al., 2005). O controle químico de Phytophthora spp. durante muito tempo era limitado ao uso de fungicidas cúpricos ou captan, ou tratamentos cirúrgicos da área lesionada. No entanto, a partir da década de 70, surgiram os fungicidas sistêmicos altamente efetivos contra fungos, e a estratégia de controle químico para estes patógenos, utilizada hoje, baseia-se na proteção ou recuperação de plantas e na redução da população do patógeno por meio do uso de produtos sistêmicos como metalaxyl e fosetyl-Al (May & Kimati, 2000). Segundo Shew (1991), o fungicida metalaxyl tem sido efetivo no controle de P. nicotianae, especialmente quando usado em conjunto com outras estratégias de controle. Cofeey & Bower (1984), comparando resposta de seis espécies de Phytophthora a metalaxyl in vitro, observaram que P. citrophthora na concentração de 0,1 mg L-1 do produto teve 5% de inibição e em 5mg L-1 a inibição foi mais de 90%. Para P. parasítica, em 0,1mg L-1, obteve-se 50% de inibição, enquanto a 1 mg L-1 a inibição foi de 100%. Silva et al. (2000) estudando diferentes princípios ativos de fungicidas no controle da requeima (P. infestans) em plantas de tomate, verificaram que a doença foi controlada com a pulverização de dimethomorph alternado com mancozeb e CARNAÚBA, J.P. 2006. Controle Biológico, Físico e Químico de Phytophthora palmivora ... chlorothalonil. De acordo com Silva (2001), o controle satisfatório de P. palmivora em frutos de mamão é obtido com pulverizações semanais de produtos à base de sulfato de cobre, mancozeb ou chlorothalonil. Matheron & Matejka (1991) testando a eficiência de tetratiocarbamato de sódio para controlar Phytophthora dos citros, observaram que o produto tem boa ação sobre a motilidade dos zoósporos e capacidade para matar os zoósporos encistados restantes (12 μg/mL). Entretanto, na mesma concentração não inibem a formação de esporângios e crescimento micelial. Para o controle de P. palmivora em cacaueiro, Luz & Silva (2001) recomendam fungicidas à base de cobre, tais como, óxido cuproso, oxicloreto e hidróxido de cobre, na dosagem de 3g do ingrediente ativo por planta. A grande dificuldade no controle de fitopatógenos habitantes do solo se deve às características etiológicas inerentes a cada espécie microbiana. É importante buscar a maximização do benefício econômico, através do controle químico aliado a um baixo impacto ambiental, sendo esta uma das principais regras preconizadas pela utilização de agrotóxicos no controle de doenças de plantas (Sales Jr. et al., 2005). CARNAÚBA, J.P. 2006. Controle Biológico, Físico e Químico de Phytophthora palmivora ... METODOLOGIA 1 - Local de execução dos experimentos Os experimentos foram conduzidos no Laboratório de Fitopatologia e casa de vegetação do Centro de Ciências Agrárias (CECA) da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) – Campus Delza Gitaí, em Rio Largo, durante o período de Junho de 2005 a Janeiro de 2006. 2 - Obtenção do Isolado de Phytophthora palmivora O isolado de P. palmivora utilizado no experimento foi obtido a partir de frutos de mamão cv. Sunrise solo, com sintomas típicos da doença, em uma propriedade produtora de mamão localizada no município de São Miguel dos Milagres em Junho de 2005. O patógeno foi preservado em meio BDA (Batata – 200g; Agar – 18g; Dextrose – 20g e Água destilada – 1000mL) em condições ambientais. 3 - Teste de patogenicidade e reisolamento de Phytophthora palmivora A patogenicidade do isolado foi realizada em frutos e em plântulas de mamoeiro cv. Sunrise solo. Foram utilizados 10 frutos de mamão sadios, classificados no subgrupo 3 com relação a maturação, e a partir de cultura pura foram inoculados discos de BDA contendo as estruturas do patógeno, sobre a superfície previamente desinfestada, enquanto nos frutos testemunha utilizou-se discos contendo apenas meio de cultura (BDA). Os frutos permaneceram em câmara úmida por 48 h. A patogenicidade em plântulas foi realizada, utilizando-se 10 plântulas de mamoeiro com 20 dias de idade, CARNAÚBA, J.P. 2006. Controle Biológico, Físico e Químico de Phytophthora palmivora ... onde as sementes foram obtidas de frutos de mamão sadios. As plântulas foram transplantadas para vasos (400mL) contendo substrato (solo + torta de filtro + fibra de coco – 2:1:1) esterilizado com brometo de metila, segundo metodologia descrita por Sandler et al. (1986), que consistiu em homogeneizar culturas do patógeno de 7 dias preparadas com meio BDA. O crescimento micelial de cada placa de Petri foi homogeneizada em liquidificador com 200mL de água esterilizada, utilizando-se 40mL do inóculo em cada vaso de 400mL (aproximadamente 20 esporângios/ mL). Para manter a umidade, colocaram-se os vasos em bandejas com nível de água de + 2 cm. Foram realizadas observações diárias durante 10 dias, e as plântulas e os frutos que apresentaram algum sintoma típico da doença foram coletadas e utilizadas para o reisolamento do patógeno em placas de Petri contendo meio BDA, sob condições ambiente. 4 - Obtenção de Isolados de Trichoderma spp. Foram utilizados quatro isolados de Trichoderma (T. koningii – T3; T. harzianum – T13; Trichoderma sp. – T152D e T. polysporum – TP), pertencentes à micoteca do Laboratório de Fitopatologia do Centro de Ciências Agrárias - CECA/UFAL. 5 - Controle Biológico 5.1 - Avaliação do antagonismo dos isolados de Trichoderma spp. a Phytophthora palmivora “in vitro” Inicialmente foi determinada a velocidade de crescimento dos isolados de Trichoderma spp. e do isolado de P. palmivora, cultivando-os separadamente em placas de Petri contendo meio BDA a fim de verificar se há diferenças no crescimento dos mesmos. Para a avaliação da atividade antagônica dos isolados de Trichoderma “in vitro”, utilizou-se a técnica de confrontamento em cultivo pareado que consiste em transferir um disco de BDA (5mm) contendo o crescimento micelial de P. palmivora para placas de Petri com meio BDA, contra outro disco contendo micélio de Trichoderma. As placas foram incubadas durante 7 dias sob alternância de luz (12h claro/ 12h escuro) a 28°C. CARNAÚBA, J.P. 2006. Controle Biológico, Físico e Químico de Phytophthora palmivora ... Para estabelecer os graus de antagonismo, foi feita a avaliação baseando-se na escala de notas, segundo Bell et al. (1982): Nota 1 - Trichoderma invadiu completamente a colônia do patógeno; Nota 2 - Trichoderma invadiu pelo menos 2/3 da superfície do meio; Nota 3 - Trichoderma invadiu a metade da superfície do meio; Nota 4 - O patógeno coloniza no mínimo 2/3 do meio, opondo-se ao antagonista; Nota 5 - O patógeno coloniza completamente a colônia. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com 4 tratamentos e 5 repetições, constituído pelos quatro isolados de Trichoderma spp. e um isolado de P. palmivora. Os dados originais do crescimento micelial de P. palmivora foram submetidos à análise de variância, e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade, por meio do programa estatístico “Sisvar”. 5.2 - Teste de antibiose 5.2.1 - Produção de metabólitos não voláteis Placas de Petri contendo meio BDA foram recobertas com discos de papel celofane (9cm de diâmetro) previamente esterilizado em luz ultravioleta (UV) durante 30 minutos. A seguir, discos de micélio de Trichoderma spp. foram colocados em seu centro sobre a superfície do papel celofane, conforme metodologia descrita por Dennis & Webster (1971 a e b). Após 96 horas de crescimento das colônias, retirou-se cuidadosamente o papel celofane colonizado, transferindo-se discos contendo o crescimento micelial de P. palmivora para o centro da placa de petri, retirados da borda de colônias com 72 horas de crescimento em meio BDA. Após três dias de incubação a 28°C, sob alternância de luz (12h claro/ 12h escuro), foi realizada a avaliação medindose o crescimento micelial do patógeno com auxílio de uma régua milimetrada, obtendose a percentagem de redução de crescimento (RC%). As testemunhas constituíram do cultivo do patógeno após a retirada do papel celofane, sem a prévia sobreposição do Trichoderma spp. O delineamento foi inteiramente casualizado com quatro tratamentos e 5 repetições, representado pelos quatro isolados de Trichoderma spp. e um isolado de P. CARNAÚBA, J.P. 2006. Controle Biológico, Físico e Químico de Phytophthora palmivora ... palmivora. Os dados originais do crescimento do patógeno foram submetidos à análise de variância, e as médias comparadas conforme descrito no item 3.5.1. 5.2.2 - Produção de metabólitos voláteis Os isolados de Trichoderma spp. foram cultivados em meio BDA, e após 72 horas as tampas das placas de Petri foram removidas e substituídas por discos de papel celofane (11cm de diâmetro), previamente esterilizadas em luz UV. A seguir, placas contendo discos do isolado de P. palmivora tiveram suas tampas removidas, sendo sobrepostas às de Trichoderma, unindo as duas partes com papel filme. A testemunha foi constituída por placas contendo apenas discos de P. palmivora. As avaliações foram realizadas medindo-se o crescimento do patógeno, após 3 dias de incubação sob alternância de luz (12h claro/ 12h escuro) a 28°C, através da RC% onde o delineamento experimental foi idêntico ao item anterior. 5.2.3 - Hiperparasitismo Neste teste utilizaram-se lâminas de vidro previamente esterilizadas, sendo mergulhadas em meio agar-água a 2% seguida da retirada do agar da face inferior com papel absorvente esterilizado. Após 24 horas os isolados de Trichoderma spp. foram pareados com o de P. palmivora na lâmina de vidro e foram incubados conforme item anterior, em placas de Petri com papel de filtro umedecido, previamente esterilizados, colocando-se um suporte de canudo em forma de V para evitar o contato das lâminas com o papel umedecido (Figura 1). As avaliações foram realizadas diariamente, através de microscópio óptico, observando-se as alterações morfológicas de P. palmivora. Figura 1. Teste de Hiperparasitismo CARNAÚBA, J.P. 2006. Controle Biológico, Físico e Químico de Phytophthora palmivora ... 5.3 - Controle Biológico “in vivo” Plântulas de mamoeiro cv. Sunrise solo cultivadas em sementeira foram transplantadas para vasos (400mL) contendo substrato esterilizado com brometo de metila (solo + torta de filtro + fibra de coco – 2:1:1) tratado com os isolados de Trichoderma spp. (2g/vaso), de forma isolada e integrada. O inóculo dos antagonistas foi preparado retirando-se 4 discos (5mm) da borda de colônias de Trichoderma spp. cultivadas em meio BDA, transferindo-os para Erlenmeyer contendo 100g de arroz previamente autoclavado. Os isolados foram incubados por sete dias a 28°C sob alternância de luz (12h claro/12 h escuro). Vasos (400mL) foram preenchidos com a mistura de 2g de arroz contendo o crescimento micelial de Trichoderma + substrato. Após 24 horas, o mesmo foi infestado com o patógeno conforme metodologia descrita no item 3 e, em seguida, as plântulas de mamoeiro com 20 dias após a germinação foram transplantadas. A testemunha foi constituída de substrato não tratado com o antagonista e utilizou-se, também, um tratamento com fungicida metalaxyl + mancozeb (3,5g/L) como padrão. Após 15 dias realizou-se a avaliação através da porcentagem de plantas sobreviventes. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com seis tratamentos + testemunha e quatro repetições, sendo os 4 isolados de Trichoderma utilizados de forma isolada; um coquetel constituído dos 4 isolados; e um fungicida. Cada parcela foi constituída por quatro vasos contendo uma plântula/ vaso. Os dados originais da porcentagem de plantas sobreviventes foram transformados em arcoseno da raiz x/100 e as médias comparadas pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade, por meio do programa estatístico “Sisvar”. 6 - Controle Físico – Solarização de substrato Para a solarização foram utilizados coletores solares de modelo proposto por Ghini & Bettiol (1991), com tubos de ferro galvanizado de 10 e 15 cm de diâmetro e 110 cm de comprimento (Figura 2). Os coletores foram instalados no Centro de Ciências Agrárias – CECA/UFAL e durante os experimentos foram colocados em direção norte-sul e inclinação de 20°S (latitude local + 10°) com o propósito de receberem o máximo de intensidade de radiação solar. A temperatura do substrato contido nos coletores foi determinada com o auxílio de um medidor digital multisensor (Figura 3), em três horários CARNAÚBA, J.P. 2006. Controle Biológico, Físico e Químico de Phytophthora palmivora ... durante as 72 horas de experimento (10:00; 12:00 e 14:00 h). O substrato utilizado e a infestação do mesmo seguiram a mesma metodologia do descrita no item 3. Após infestação, o substrato permaneceu durante 24 horas na sombra e em seguida foi colocado nos coletores (10 e 15cm de diâmetro) e tratados durante 24, 48 e 72 horas. A testemunha foi constituída pelo mesmo substrato infestado, entretanto, mantido à sombra em temperatura ambiente. Após o período de incubação do substrato, previamente infestado, foram realizados testes biológicos com o objetivo de avaliar a eficiência dos tratamentos de solarização, ou seja, o substrato foi colocado em vasos (400mL) para os quais as plântulas de mamoeiro com 20 dias de idade foram transplantadas servindo assim, de indicadoras da presença de P. palmivora no substrato solarizado. As plântulas foram mantidas em casa de vegetação. A eficiência da solarização foi avaliada 15 dias após o transplante por meio da porcentagem de plantas sobreviventes, determinando-se, também, a altura das mesmas. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, com esquema fatorial, 3 x 2 + 1, representado por três períodos de solarização do substrato (24, 48 e 72 horas), dois diâmetros dos coletores (10 e 15 cm) e uma testemunha, com quatro repetições sendo cada parcela constituída por 4 vasos com uma plântula/ vaso. A transformação dos dados seguiu mesma metodologia do item anterior. A B Figura 2. Caixa contendo os coletores solares (10 e 15 cm de diâmetro) de ferro galvanizado. (A) Caixa fechada; (B) Caixa aberta. CARNAÚBA, J.P. 2006. Controle Biológico, Físico e Químico de Phytophthora palmivora ... Figura 3. Medidor digital multisensor. 7 - Controle Químico 7.1 - Controle químico “in vitro” Os fungicidas testados no controle “in vitro” de P. palmivora foram: oxicloreto de cobre - agrinose (2, 3 e 4g/L), mancozeb - dithane (2, 3 e 4g/L), metalaxyl + mancozeb ridomil Gold MZ (2,5; 3,5 e 4,5g/L), tiofanato metílico -cercobin 700 (6, 7 e 8g/L) e carbendazim - derosal (0,5; 1,0 e 1,5 mL/L), utilizando três dosagens: uma dosagem abaixo da recomendada pelo fabricante, uma igual à recomendada e uma dosagem superior à recomendada. O método consistiu em adicionar as dosagens dos fungicidas em meio BDA fundente a 45-55°C e vertição do meio em placas de Petri previamente esterilizadas. Em seguida discos de BDA (5mm) contendo micélio de P. palmivora, retirados da borda de colônias crescidas em BDA, com 7 dias de idade, foram repicados para o centro das placas contendo a mistura BDA + Fungicida e incubadas sob alternância de luz (12h claro/ 12h escuro) a 28°C. A avaliação foi realizada quando a colônia testemunha atingiu o diâmetro da placa de Petri medindo-se perpendicularmente o diâmetro das colônias. O delineamento foi inteiramente casualizado com cinco tratamentos e 3 repetições. A testemunha consistiu apenas em colônias do patógeno cultivadas em meio BDA sem a adição de fungicida. Os dados foram analisados estatisticamente mediante a utilização do Teste não-paramétrico de "Kruskal-Wallis". CARNAÚBA, J.P. 2006. Controle Biológico, Físico e Químico de Phytophthora palmivora ... 7.2 - Controle químico “in vivo” Este ensaio foi conduzido em casa de vegetação onde foi testada, “in vivo”, a eficiência dos fungicidas. Plântulas de mamoeiro com 20 dias de idade tiveram suas raízes imersas nos fungicidas durante 10 minutos, utilizando-se a dosagem recomendada pelo fabricante. Em seguida as plântulas foram transplantadas para vasos (400mL) contendo substrato esterilizado, previamente infestado com o patógeno, seguindo mesma metodologia descrita no item 3. A infestação do substrato e a incubação dos vasos seguiram a mesma metodologia dos ensaios anteriores. A avaliação foi realizada 15 dias após o transplante, através da porcentagen de plântulas sobreviventes e a medição da altura das mesmas. O delineamento experimental do ensaio foi inteiramente casualizado com 5 tratamentos e quatro repetições, onde cada parcela foi constituída por quatro vasos com uma plântula/vaso. A transformação dos dados seguiu mesma metodologia dos itens 5.3 e 6.