Determinação de Pesticidas e Compostos Correlatos Utilizando Aços Inoxidáveis Modificados com Nanopartículas Metálicas Nayara Boschen1, Eryza Castro2, Everson do Prado Banczek3, Maico Taras da Cunha4, Paulo Rogério Pinto Rodrigues5 e Andressa Galli 6. 1 Graduanda em Química, 2 Doutora em Química Inorgânica, Área de Materiais, 3 Doutor em Ciências dos Materiais, Área de materiais, 4 Doutorando em Química Aplicada, Área de Físico-Química,5 Doutor em Ciências, Área de FísicoQuímica, 6 Doutora em Química, Área de Química Analítica/Eletroanalítica. Departamento de Química, Setor de Ciências Exatas e de Tecnologia, Universidade Estadual do Centro Oeste (PR)- UNICENTRO. Resumo A utilização indiscriminada de agrotóxicos, principalmente em países em desenvolvimento, acarreta uma contaminação ambiental difícil de ser combatida, associada à exposição humana a estes agentes químicos, seja pelo consumo dos agroalimentos, ou no contato durante ou após a colheita, aumentando os riscos aos seres humanos de intoxicação, doenças carcinogênicas ou degenerativas. Desta forma os estudos de uso de técnicas modernas e rápidas para detecção de teores de pesticidas em alimentos são fortemente desenvolvidos. Eletrodos de ouro, carbono vítreo, diamante, entre outros eletrodos modificados e biosensores são os mais empregados na eletroanalitica. Este trabalho tem como objetivo utilizar o eletrodo de aço inoxidável tipo ABNT 304, liso e quimicamente modificado com nanopartículas de ouro, visando à minimização dos custos de análises com o uso do aço inoxidável e as nanopartículas. As técnicas empregadas foram voltametria de onda quadrada, microscopia óptica e potencial de circuito aberto. Os eletrodos testados foram de aço inoxidável 304, liso e modificado com nanopartículas de ouro. Os resultados com estes dispositivos apresentaram uma minimização do potencial de trabalho para mais próximo de zero volt, diminuindo assim, o efeito de matriz e apresentando resposta rápida. Avaliando-se os resultados encontrados, bem como o amplo tempo de vida útil do dispositivo desenvolvido, pode-se considerar que o método de auto-organização utilizado promoveu respostas satisfatórias. Estes aspectos e o uso do ABNT 304 como eletrodo de trabalho eletroanalitico, são pouco relatados na literatura e constituem uma vantagem característica do sistema desenvolvido neste estudo, bem como uma contribuição importante na área da eletroanálise. Palavras chave: Aço inoxidável 304, técnicas eletroanaliticas, nanopartículas de ouro. Abstract The indiscriminate use of pesticides, mainly in developing countries, causes environmental contamination fought hard to be associated with human exposure to these chemicals, either by consumption of agrifood, or in contact during or after harvest, increasing the risk to human toxicity, carcinogenic or degenerative diseases. Thus studies using modern techniques and rapid detection of pesticide levels in foods are strongly developed. Gold electrodes, glassy carbon, diamond, among other modified electrodes and biosensors are the most used in electroanalysis. This paper aims to use the electrode ABNT 304 stainless steel, smooth and chemically modified with gold nanoparticles, aiming at cost minimization analysis with the use of stainless steel and nanoparticles. The techniques used were square wave voltammetry, open circuit potential and optical microscopy. The electrodes were tested in SS 304, smooth and modified with gold nanoparticles. The results with these devices showed a minimization of potential work closer to zero volts, thereby reducing the matrix effect and having quick response. Evaluating the results, and the wide lifetime of the developed device, it can be considered that the self assembled method used promoted satisfactory answers in terms of detection limit. These aspects and the use of ABNT 304 electroanalytical working electrode are poorly described in the literature and constitute a characteristic advantage of the system developed in this study, as well as an important contribution in the field of electroanalysis. Keywords: SS304, electroanalytical techniques, gold nanoparticles. 1. Introdução Os pesticidas se enquadram como moléculas desenvolvidas para aumentar o rendimento das diferentes atividades agrícolas em todo mundo, bem como controlar a população de insetos danosos ou incômodos (BARBOSA, 2004). Entretanto, sua utilização indiscriminada, principalmente em países em desenvolvimento, acarreta uma contaminação ambiental difícil de ser combatida, posto que estas moléculas são especialmente projetadas para serem estáveis no meio ambiente e especialmente tóxicas para diferentes organismos (IUPAC,1996). Dos diferentes tipos de exposição humana a agentes químicos, nenhuma é tão complexa como a que ocorre por meio dos alimentos, como a contaminação de frutas e hortaliças, que em muitos casos são consumidas in natura e brevemente após a colheita, aumentando os riscos ao consumidor a intoxicação, doenças carcinogênicas ou degenerativas (VIEIRA,1999.CARDOSO,1992). A análise de resíduos de pesticidas nos mais diferentes meios é tradicionalmente realizada utilizando-se métodos cromatográficos de separação e detecção, o que requer a utilização de algumas etapas de preparação da amostra antes que ela possa ser analisada, evitando assim os interferentes e, principalmente, a contaminação da coluna cromatográfica, que pode levar a resultados errôneos. Esta etapa de preparação da amostra, muitas vezes, é longa e complexa, o que faz com que o tempo de análise aumente muito, e consequentemente eleve os custos operacionais. Dentro deste contexto, as técnicas eletroanalíticas, que compreendem um conjunto de técnicas voltamétricas de análise, surgem como alternativa para a detecção e quantificação de poluentes ambientais e justificam os esforços realizados no sentido do desenvolvimento de técnicas e métodos analíticos que visem à melhoria na rapidez e sensibilidade na determinação de pesticidas, em matrizes complexas, assim como, explorem a possibilidade de aplicação in situ no campo, com sistemas miniaturizados (GALLI,2006,2011.DE SOUZA,2007.PEREIRA, 2002 ). Os eletrodos de trabalho mais empregados em eletroanálise são os de ouro, carbono vítreo, diamante dopado com boro, pasta de carbono, platina, fibra de carbono, entre outros. Além disto, atualmente, destacam-se os eletrodos quimicamente modificados e entre eles os biossensores1 (GALLI,2009), para a determinação de poluentes emergentes, tais como pesticidas em diferentes matrizes (DAN DUA, 2008. PEDROSA, 2007 . CAETANO, 2008). Adicionalmente, na literatura, registra-se o uso de nanopartículas de ouro depositadas em carbono vítreo, utilizando-se a técnica de deposição de camadas por meio de gotejamento e secagem térmica, gerando um sensor para uso eletroanalítico (SCHULZE, 2002. GATES, 2008). Assim, este trabalho tem como objetivo, explorar os potenciais das técnicas eletroanalíticas, tais como a voltametria de onda quadrada, voltametria cíclica e a cronoamperometria, em diferentes aplicações, como no estudo da adsorção, degradação e transporte de pesticidas no ambiente, bem como na quantificação destes poluentes em amostras ambientais, visando à determinação dos mecanismos de redução ou oxidação eletroquímica destas moléculas. No desenvolvimento deste trabalho utilizaram-se eletrodos de aço inoxidável tipo ABNT 304, lisos e quimicamente modificados com nanopartículas de ouro, empregando-se a técnica de auto-organização eletrocinética (RODRIGUES, 2009), como mostrado na Figura 1. Figura 1 – Representação esquemática da auto-organização da molécula de nanopartículas de ouro sobre o aço ABNT 304. 2. Materiais e Métodos Todos os experimentos foram feitos em triplicata e a temperatura de 25 ± 2 °C. 2.1 Eletrodos de trabalho Inicialmente o eletrodo de aço ABNT 304 foi imerso por 3 minutos em solução de H2SO4 concentrado e H2O2 30% v/v, 3:1 respectivamente (CARVALHAL, 2005). Após os 3 minutos o eletrodo foi lavado com água ultrapura e o processo foi repetido por três vezes. Após a limpeza química o mesmo foi lixado com lixas de SiC #320, #400, #600, #1200 e #2400 mesh. O tratamento final foi limpeza eletroquímica do eletrodo de aço imerso em solução H2S04 0,5 mol L-1, se realizando 100 varreduras cíclicas, a velocidade de varredura de 500 m.Vs -1 e em intervalos de potencial de 0 a 1,5 V versus Ag(s)/AgCl(s). Foram executadas mais 25 varreduras, nas mesmas condições, porém com velocidade de 100 mVs-1. Somente após este processo de limpeza foi aplicado eletrocinéticamente as nanopartículas de ouro metálico. A composição química do aço ABNT 304 estudado é apresentada na Tabela 1. Tabela 1 – Composições químicas (% m/m) para o aço inoxidável 304. Elementos Químicos Metais Aço 304 Fe Cr Ni C Mn Si Mo 69.02 18.82 9.26 0.06 1.91 0.47 0.47 2.2 Célula eletroquímica Para a realização dos experimentos utilizou-se uma célula de vidro Pyrex de compartimento único, com capacidade para 20 mL, equipada com tampa em Teflon , contendo orifícios para desoxigenação da solução com nitrogênio, e para posicionamento dos eletrodos, sendo: eletrodo de referência (Ag/AgCl/3M KCl), eletrodo de trabalho com área média de 5,7x10-3 mm² (ABNT 304) e um contra-eletrodo de platina com área de 30 cm2. 2.3 Soluções e Reagentes Todos os reagentes utilizados nos experimentos são de pureza analítica. Adicionalmente, todo material utilizado (espátulas, béqueres, etc.), passou por um procedimento de limpeza. 2.3.1 Solução do pesticida tiofanato metílico O pesticida tiofanato metílico (TM) foi adquirido da Sigma - Aldrich®, com massa molecular de 191,2 g mol-1 e pureza de 99,7%. A estrutura química do TM é apresentada na Figura 2. As soluções de tiofanato metílico (TM) utilizadas foram obtidas a partir de uma solução estoque com concentração de 1x10-2 mol L-1, preparada em 100% de acetona. Figura 2 – Estrutura do tiofanato metílico (TM) Como eletrólito suporte foi utilizada uma solução de tampão Britton-Robinson (BR) 0,1 mol L , pH = 4 (BRITTON; ROBINSON, 1931). Para a preparação do tampão BR utilizou-se duas -1 soluções, sendo a solução 1 composta de perclorato de sódio 0,1 mol L-1; ácido fosfórico 0,04 mol L-1, ácido bórico 0,04 mol L-1 e ácido acético 0,04 mol L-1 e a solução 2 de hidróxido de sódio 1 mol L-1, para ajuste do pH. 2.3.2 Solução de nanopartículas de ouro Para a preparação das nanopartículas de ouro metálico, foi utilizado 38 µL de uma solução aquosa de HAuCl4.3H20, de concentração 3x10-1 mol.L-1, juntamente com 11,12 mL de água ultrapura (solução 1). Posteriormente, foi preparado 10 mL de uma solução de 4x10-2 mol.L-1 de citrato de sódio (solução 2). Misturou-se a solução 1 com 1,25 mL da solução 2 elevou-se por 30 minutos ao sistema de aquecimento em refluxo. Na Figura 3 é observado a mudança de cor amarela da solução inicial, para uma coloração violeta, indicando o surgimento das nanopartículas de ouro metálico (nanoAu), estabilizadas pelo citrato em suspensão (GATES, 2008). Todas as soluções aquosas foram preparadas reagentes de grau analítico e com água ultra pura com condutividade de 18 µS-1. Figura 3 – Solução de nanopartículas de ouro metálico devido à geração. 2.4 Técnicas empregadas Foram empregadas técnicas, como: potencial de circuito aberto (ECA), curvas cronoamperométricas (CR), voltametria de onda quadrada e voltametria cíclica. Todas as medidas eletroquímicas foram feitas utilizando o potenciostato microautolab® III, e as medidas foram realizadas em triplicata. A voltametria de onda quadrada (SWV) foi a técnica escolhida para o desenvolvimento de metodologia eletroanalítica para o tiofanato metílico, devido à sua sensibilidade. Os parâmetros da técnica, tais como frequência de aplicação dos pulsos de potencial (f), amplitude de pulso de potencial (a) e incremento de varredura ( Es) foram previamente avaliados e os resultados foram:f=100s-1, a = 50 mV eΔEs = 2 mV, para a obtenção do melhor sinal analítico. A faixa de potencial de trabalho escolhida foi o intervalo de 0 a 1,5 V versus Ag(s)/AgCl(s)/3 mol L-1. Adicionalmente, foi avaliado o melhor tempo de aplicação de potencial para a formação das camadas auto-organizadas de nanopartículas de ouro metálico e observou-se que o melhor tempo de nucleação foi de 100 s. A eletroatividade do TM sobre o eletrodo modificado de aço ABNT 304, foi verificada em relação à variação da concentração do TM, a qual foi definida pelas medidas no eletrólito suporte, em pH = 4, observando-se a intensidade da corrente de pico anódica (Ipa) parao pesticida. A resposta do TM foi obtida nos intervalos de 0,6 a 1,15 V em relação ao eletrodo de Ag(s)/AgCl(s). As microscopias ópticas da superfície do aço ABNT 304 sem e com modificações foram executadas utilizando-se um microscópio Olympus modelo BX 41M. 3. Resultados 3.1 Micrografias ópticas da superfície do aço ABNT 304 liso e com modificação de nanoAu As micrografias ópticas da superfície do eletrodo de aço sem modificação, modificado por gotejamento e por eletrocinética são apresentados na Figura 4 (A), (B) e (C). 4 (A) 4 (B) 4 (C) Figura 4 - Micrografias ópticas do aço ABNT 304: (A) polido e com aumento de 100 x, modificado com nanopartículas de ouro (B) por gotejamento, aumento de 50 x e (C) por eletrocinética com tempo de nucleação de 100 s. aumento de 50 x. 3.2 Estudo da nucleação de nanoAu de ouro sobre o aço ABNT 304 As curvas de potencial de circuito aberto para o eletrodo de aço ABNT 304 em solução de nanopartículas de ouro metálico, bem como as curvas cronoamperométricas de auto-organização eletrocinética da nanoAu são apresentadas nas Figuras 5 e 6, respectivamente. Figura 5 - Potencial de circuito aberto para o aço ABNT 304 durante a nucleação eletrocinética da nanoAu de ouro. Potencial de estabilização de – 38,7 mV vs. Ag(s)/AgCl(s). Figura 6 - Curva cronoamperométrica para o aço 304 por 100 s, Eaplicado= -38,7 mV / Ag(s)AgCl(s). 3.3 Eletroanálise da detecção do TM no eletrodo de aço ABNT 304 sem modificação Na Figura 7 são apresentados os voltamogramas do aço liso e modificado com nanoAu de nanopartículas de ouro metálico. Figura 7 - Voltamogramas de onda quadrada para o aço ABNT 304 sem e com modificação com nanopartículas de ouro (nanoAu), em meio de tampão BR 0,1 mol L-1, pH 4,0 (f=100s-1, ΔEs=2 mV, a = 50 mV e t deposição=100 s). Na Figura 8 são apresentados os voltamogramas do aço sem modificação (liso) em diferentes concentrações de TM. Figura 8 - Voltamogramas de onda quadrada para o aço ABNT 304 sem modificação em tampão BR 0,1 mol L-1, pH = 4,0 e com diferentes concentrações do tiofanato metílico (f=100s-1, ΔEs=2 mV, a = 50 mV e t=100 s). Na Figura 9 são apresentadas as correntes médias do pico anódico do aço ABNT 304, liso, em função da concentração do TM, em relação aos resultados obtidos de acordo com a Figura 8. Figura 9 – Corrente de pico do aço ABNT 304, sem modificação em função da concentração de TM na solução tampão BR 0,1 mol L-1 e pH 4,0 (f=100s-1, ΔEs=2 mV, a = 50 mV e t=100 s). 3.4 Eletroanálise da detecção do TM no eletrodo de aço ABNT 304 modificado com nanoAu Na Figura 10 são apresentados os voltamogramas do aço com modificação em diferentes concentrações de TM. Figura 10 - Voltamogramas de onda quadrada para o aço ABNT 304 modificado com nanopartículas de ouro, em tampão BR 0,1 mol L-1, pH 4,0 e com diferentes concentrações do tiofanato metílico (f=100s-1, ΔEs=2 mV, a = 50 mV e tdeposição=100 s). Na Figura 11 são apresentadas as correntes médias do pico anódico do aço ABNT 304 modificado com nanopartículas de ouro metálico, em função da concentração do TM, de acordo com os resultados obtidos na Figura 10. Figura 11 – Corrente de pico do aço ABNT 304 com modificação em função da concentração de TM na solução tampão BR 0,1 mol L-1 e pH 4,0 (f=100s-1, ΔEs=2 mV, a = 50 mV e tdeposição=100 s). 4. Discussões As micrografias da Figura 4 (A) e 4 (B), mostram que a auto-organização das nanoAu na superfície do aço, quando feita por meio de gotejamento e secagem à temperatura ambiente, gera aglomerados de nanopartículas, vide figura 4 (B). Entretanto, quando utiliza-se a técnica de eletrocinética, há uma possível auto-organização, sem a criação de aglomerações das nanopartículas, Figura 4 (C), a qual é semelhante ao eletrodo de aço ABNT 304 polido, figura 4 (A). Na Figura 5, é verificada a variação do potencial de circuito aberto do eletrodo de aço ABNT 304, quando este é imerso em solução de nanopartículas de ouro metálico. Nota-se que o potencial sofre um pequeno acréscimo nos primeiros minutos, tendendo para valores menos nobres com o tempo e se estabilizando no potencial de -38,7 mV VS. Ag(s)/AgCl(s). Este resultado sugere que o filme de nanoAu na superfície do eletrodo se auto-organizam em tempos superiores a 4000 segundos. Após se conhecer o potencial de estabilização do nanoAu, aplicou-se este potencial cronoamperometricamente, Figura 6, com o propósito de se obter uma auto-organização destas nanopartículas sobre a superfície do eletrodo. A evolução da corrente em função do tempo sugere que a auto-organização é instantânea, ou seja, a variação de corrente é quase imperceptível, -|0,15 + 0,05| nA. Na Figura 7 os voltamogramas de SWV para o aço ABNT 304 sem e com a presença de nanoAu, mostram que a corrente de pico anódica (Ipa) para o aço sem nanoAu é de aproximadamente 50 µA, enquanto para o eletrodo contendo nanoAu o Ipa é de 10 µA. Isto é devido à presença das nanopartículas de ouro, as quais minimizaram a resposta de oxidação do eletrodo de aço, sugerindo a possibilidade da utilização do eletrodo de aço modificado com nanoAu como sensor analítico para diversas matrizes, tais como alimentos. Na Figura 8 verifica-se, pelo método de adição padrão, que diferentes concentrações de TM, em meio de tampão B-R 0,1 mol L-1 (pH=4), o eletrodo de aço ABNT 304 sem nanoAu, responde aleatoriamente em relação à Ipa e desloca o potencial de pico para valores maiores. Na Figura 9 são apresentadas as Ipa para o eletrodo de aço ABNT 304 não modificado, com adições de concentrações conhecidas de TM. Verificou-se a falta de linearidade, confirmando-se que o eletrodo sem modificações não responde adequadamente como sensor analítico ao TM. A Figura 10, os voltamogramas de SWV para o aço ABNT 304 com nanoAu, mostra que a corrente de pico anódica (Ipa) aumenta linearmente com o aumento da concentração do TM , sugerindo, assim, a possibilidade deste eletrodo ser utilizado como sensor analítico. A Figura 11 comprova os resultados da Figura 10, mostrando que as Ipa para o eletrodo de aço ABNT 304 modificado variam linearidade com a [TM], confirmando a aplicabilidade analítica do dispositivo em matrizes naturais. 5. Conclusões (1) O eletrodo de aço ABNT 304 pode ser utilizado como sensor analítico na detecção do pesticida tiofanato metílico (TM), uma vez que apresentou resposta voltamétrica satisfatória, rápida e com relativo baixo custo de preparo do dispositivo; (2) Somente com a auto-organização eletrocinética das nanopartículas de ouro (nanoAu) no eletrodo de aço ABNT 304é possível a utilização como sensor analítico para o pesticida TM. 6. Agradecimentos A CAPES, Fundação Araucária e ao CNPq pelas bolsas concedidas. 7. Referências Bibliográficas 1 BARBOSA, L. C. A. Os pesticidas, o homem e o meio ambiente. Viçosa: Universidade Federal de Viçosa. 2004. 215 p. 2 BRITTON, H. T. S.; ROBINSON, R. A. Universal buffer solutions and the dissociation constant of veronal. Journal of the Chemical Society, v. 2 p. 1456-1462, 1931. 3 CAETANO, J. et al Determination of carbaryl in tomato “in natura” using an amperometric biosensor based on the inhibition of acetylcholinesterase activity. 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