III Fórum de Informática Aplicada a Pessoas Portadoras de Necessidades Especiais
CBComp 2004
Desenvolvimento, Implantação e
Acompanhamento de um Software para Auxílio
do Ensino da Língua Brasileira de Sinais
Sledz,Clovis F. 1; Zeizer, Sirlene2;Paula Filho, Pedro L.3
Resumo-- A forma mais fácil de um surdo se comunicar é
através dos sinais, para padronizar essa comunicação foi criada
uma linguagem específica, que pode variar de país para país, no
Brasil a chamamos de LÍngua BRAsileira dos Sinais (LIBRAS).
Ela possibilita ao surdo desenvolver-se como um todo,
permitindo que ele possa participar e viver em sociedade de
forma ativa, efetiva e autônoma. Para ajudar na disseminação e
popularização deste meio de comunicação gestual foi elaborada
uma ferramenta computacional de apoio didático. Para que esta
ferramenta pudesse ser confeccionada, algumas etapas foram
seguidas. Inicialmente foi feito um levantamento detalhado sobre
a linguagem de sinais. Na seqüência foi verificada a efetiva
importância da LIBRAS, e as fases de aquisição da mesma em
crianças surdas. Por último, foi identificada a importância da
informática e como ela poderia vir a beneficiar no aprendizado.
Chegando a conclusão que a LIBRAS aliada à tecnologia, vem a
ajudar o surdo e a comunidade, em uma melhor interação entre
ambos, devolvendo ao surdo sua identidade, e principalmente sua
cidadania. Assim, obtêm-se uma ferramenta que é de grande
ajuda no aprendizado da linguagem, um software para surdos e
ouvintes, contendo sinais que são usados na comunicação e
desenvolvimento dos surdos, um suporte didático que oferece aos
surdos e a ouvintes, participar do mundo da comunicação gestual
e aprender em seus próprios lares, de maneira cômoda e
eficiente, permitindo-os, compreender a importância da língua
natural dos surdos, indispensável para a sua competência
comunicativa.
Abstract-- The easiest way that a person can communicate is
through signals. To standarlize this communication it was
created an specific language which is called in Brazil LIBRAS
(Lingua Brasileira dos Sinais). This signal language permits a
deaf person to develop himself as a whole in the society allowing
to perform with affection and autonomy. In order to spread and
make this signal language popular it was made a computer tool
as a teaching support. To make this tool some stages were
followed. Firstly, it was made research on a detailed data about
the signal language. After that, it was verified the relevant
importance of “LIBRAS”, and the acquisition stages of this
language in deaf children. And finally, it was identified the
1
Formado pelo Curso de Sistemas de Informação – UnC
Canoinhas/Porto União – Grupo de pesquisa de Informática e Educação (email: [email protected])
2
Acadêmica do Curso de Sistemas de Informação – UnC Canoinhas/Porto
União – Grupo de pesquisa de Informática e Educação (e-mail: [email protected])
3
Coordenador do Curso de Sistemas de Informação – UnC
Canoinhas/Porto União – Grupo de pesquisa de Informática e Educação (email: [email protected])
importance of imformatics and how it could improve the
learning. Soon, it came to a conclusion that, LIBRAS allied to
technology can help deaf people and the society, having a better
interaction between them, developing the deaf person identity,
and mainly his citizenship. So, it is obtained a toll with a great
help on the learning of the language, a software to deaf people
and their listeners with signals which are used in communication
and development of the deaf people. It is a teaching support
which offers to deaf people and their listeners the opportunity to
participate of the world hand communication and get their own
homes in an easy and efficient way, it allows the uses of this
language to comprehend the importance of the deaf people
natural language which is essential to communicative
competence.
Palavras Chaves-- Aprendizado, LIBRAS, Inclusão
Digital.
M
I. INTRODUÇÃO
uitos são os fatores que podem determinar o sucesso ou
o fracasso de uma pessoa. Geralmente as pessoas se
desenvolvem através das experiências e aprendizagens no
decorrer de suas vidas. Para o desenvolvimento da identidade
dos surdos, para sua integração social, capacitação e sucesso
profissional está provado por muitos estudiosos que a Língua
de Sinais é a sua Língua materna, pois eles conseguem
dominar com facilidade, assim como a língua Oral para os
ouvintes.
As pessoas se comunicam de várias formas, sendo que a
fala é apenas uma delas, para as pessoas com deficiência
auditiva, o aprendizado da fala torna-se complexo[7]. Para
resolver este problema, surge a linguagem de sinais, a qual
permite a estas pessoas se comunicar com maior facilidade.
Aqui no Brasil ela é chamada de LIBRAS que quer dizer
“LÍngua BRAsileira de Sinais”.
Todas as línguas de sinais parecem apresentar especial
interesse nas pesquisas lingüísticas dentro da perspectiva
gerativista, estuda [5].
A razão de tal interesse esta relacionada, segundo [12], a
possibilidade a determinar os princípios da linguagem
universal independente da modalidade da língua. Se isso for
possível, as línguas de sinais podem ser exemplo de línguas
que fortalecem a proposta gerativista quanto à existência de
um módulo da linguagem da mente/cérebro do ser humano.
Devido a grande importância da linguagem de sinais e que a
aquisição da linguagem é muito melhor quando realizada o
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mais precocemente possível [12], é que surgiu a preocupação
em ajudar o indivíduo surdo com a confecção de um software
para auxiliar no aprendizado da LIBRAS.
Alguns pontos em especial são abordados neste artigo: um
estudo bibliográfico com aspectos relacionados sobre um
breve histórico da língua de sinais no Brasil e no mundo, a
importância da língua de sinais para o surdo, as fases da
aquisição da linguagem em crianças surdas, o sinal e seu
parâmetro e a importância da informática para a aprendizagem
da LIBRAS.
Em seguida, o software que foi obtido através deste estudo
é aplicado seguido de uma ficha de avaliação, para colher
dados para que os resultados referentes à aprendizagem de
LIBRAS através da informática, mais precisamente do
software, possam ser contabilizados.
Através do estudo dos fatos passados, pode-se perceber que
os surdos passaram por caminhos difíceis, enfrentando
preconceitos e vários problemas. A sociedade ouvinte impôs e
ditou regras sobre a excepcionalidade durante muito tempo.
Os surdos passaram por períodos de discriminação durante
toda a sua história e também foram considerados como uma
aberração da natureza e inúteis, não dignos de pertencer à
sociedade[1].
Atualmente, esta situação tende a mudar, pois, conforme os
objetivos do ensino fundamental, citados nos parâmetros
curriculares nacionais, da educação especial “... compreender
a cidadania como participação social e política, assim como
exercícios de direitos e deveres políticos, civis e sociais,
adotando, no dia a dia, atitudes de solidariedade, cooperação e
repúdio às injustiças, respeitando o outro e exigindo para si o
mesmo respeito; ... Utilizar as diferentes linguagens, verbal,
musical, matemática, gráfica, plástica e corporal como meio
para produzir, expressar e comunicar suas idéias, interpretar e
usufruir das produções culturais e contextos públicos e
privados, atendendo as diferentes intenções e situações de
comunicação”, pode-se ver que diferentes linguagens podem
ser usadas para as pessoas se expressarem, garantindo a
participação social e política, que é um direito do cidadão.
A Língua dos Sinais é muito importante para o
desenvolvimento dos surdos, que em boa parte do mundo já
está sendo aceita e reconhecida oficialmente. Em nosso país,
também acontece em quase todos os estados. Em Santa
Catarina, a lei nº 11. Art 385, de 25 de abril de 2000:
“Reconhece oficialmente no Estado de Santa Catarina como
meio de comunicação objetiva e de uso corrente, a Língua
brasileira de Sinais – LIBRAS como língua oficial na rede
pública de ensino de surdos”.
A mesma lei descreve também: “Oferecer cursos periódicos
de Língua Brasileira de Sinais, em diferentes níveis, para
surdos e seus familiares, professores de educação especial,
professores do ensino regular e comunidades em geral”.
Analisada a real importância da LIBRAS, são abordadas
algumas considerações sobre a Língua de Sinais, descritas a
seguir.
As línguas naturais surgiram espontaneamente e permitem
a expressão de qualquer conceito. São complexas. É um canal
visual, espacial, articulam-se espacialmente e são percebidas
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visualmente. Apresentam muitas vezes formas icônicas, isto é,
formas lingüísticas que tentam copiar o referente real em suas
características visuais.
Assim como qualquer outra língua, a Língua de Sinais
surgiu espontaneamente da interação entre pessoas e de
maneira natural; permitindo a expressão de qualquer
significado, conforme a necessidade comunicativa e
expressiva do ser humano.[4]
O que é denominado de palavra ou item lexical, nas línguas
orais-auditivas, é denominado sinal nas línguas de sinais.[4]
O sinal é formado a partir da combinação do movimento
das mãos com um determinado formato em um determinado
lugar, podendo este lugar ser uma parte do corpo ou um
espaço em frente ao corpo. Essas articulações das mãos, que
podem ser comparadas aos morfemas, são chamadas de
parâmetros. Nas línguas de sinais pedem ser encontrados os
seguintes parâmetros:
a) Configuração de Mãos: São formas das mãos, que podem
ser datilologia (alfabeto manual) ou outras formas feitas pelas
mãos predominantes (mão direita para os destros), ou pelas
duas mãos do emissor ou sinalizador;[9]
b) Ponto de Articulação: É o lugar onde incide a mão
predominante configurada, podendo esta tocar alguma parte
do corpo ou estar em um espaço neutro vertical (do meio do
corpo até a cabeça) e horizontal (à frente do emissor);[9]
c) Movimento: Os sinais podem ter um movimento ou não;
d) Orientação: Os sinais podem ter uma direção e a inversão
desta pode significar idéia de oposição, contrario ou
concordância número-pessoal.[9]
e) Expressão facial e/ou corporal: Muitos sinais têm como
traço diferenciador também na expressão facial e/ou corporal,
em sua configuração. Há sinais somente feitos com a
bochecha.[9]
Na combinação destes parâmetros, tem-se o sinal. Falar
com as mãos é, portanto, combinar esses elementos que
formam as palavras. Estas formam as frases em um contexto.
Após esta pesquisa teórica sobre a Língua de Sinais, foi
feito um levantamento de como a informática pode ser usada
em conjunto com a LIBRAS para auxiliar no ensino.
Sabe-se, que a Informática nos apresenta recursos que
nenhuma outra tecnologia apresentou. Com as seguintes
características: diversas finalidades de uso; recursos de
multimídia; resposta imediata; feedback e virtualidade das
informações processadas.
Assim, ela passa a ser meio alternativo de aprendizagem
para os surdos. Um recurso valioso. Fornecendo um ambiente
de aprendizagem com subsídios práticos e teóricos.
Aliando a metodologia da LIBRAS com a informática e
seus recursos, é obtida uma ferramenta de grande ajuda na
educação dos surdos, auxilio no aprendizado, popularização
da LIBRAS e ajuda na alfabetização. Sem contar a inclusão
digital que é uma conseqüência do uso do software.
II. MÉTODOS
Inicialmente foi feito um levantamento bibliográfico do
material disponível sobre o tema em questão. Material este
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disponibilizado pela APADAF, como livros e periódicos.
O site do Instituto nacional de educação de surdos (ines),
no endereço www.ines.org.br, que contém o dicionário, serviu
como base e inspiração para o desenvolvimento deste
trabalho, visto que o dicionário do ines tem algumas
limitações que foram relatadas pelos usuários da APADAF.
Estas limitações foram corrigidas e é justamente este o
objetivo, fazer um dicionário de LIBRAS que atenda as
necessidades dos surdos da região.
Outra fonte de inspiração foi à monografia apresentada por
[18], que tem um estudo teórico sobre a língua de sinais muito
bom.
Foi realizada uma entrevista com uma Dra. na área da
educação dos surdos, a Dra. Ronice M. Quadros, entrevista
esta realizada em Florianópolis em seu escritório na
Universidade Federal de Santa Catarina no mês de outubro de
2003.
III. ANÁLISE DOS RESULTADOS
O software obtido recebeu o nome de ALIBRAS, que quer
dizer Aprendendo LIBRAS (ALIBRAS). Foi desenvolvido em
Delphi, com o banco de dados firebird.
Foi desenvolvida uma fonte True Type para ser utilizada no
software, fonte esta que contém os sinais manuais do alfabeto,
com o nome de “alfabeto manual 2003”. Alias, esta fonte pode
ser usada no windows em qualquer editor de texto. Uma
amostra está ilustrada na figura 1.
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quando o mouse passa por cima do botão ele automaticamente
muda sua fonte para a normal. Figura 3 e 4.
Figura 3: Botão em seu estado Figura 4: Botão Quando passa
o mouse por cima.
Normal.
Em ‘Cartilha’ (Figura 5), é possível visualizar as palavras
cadastradas no banco de dados (1), o sinal em LIBRAS (2), a
figura ilustrativa (3), as iniciais da palavra, tanto em fonte
normal (4) como em datilologia (5), a palavra é soletrada,
também em fonte normal (6) e em datilologia (7), e a palavra
separa em sílabas (8).
É possível escolher as palavras clicando na parte de baixo
da tela em cima das letras (9), as palavras são filtradas pelas
iniciais. Ex: se clicar na letra ‘a’, todas as palavras que iniciem
com tal letra ficarão visíveis no quadrado no lado esquerdo da
tela. É possível escolher uma palavra clicando em cima dela
(1).
Há dois botões azuis em baixo, um deles é para voltar a tela
inicial e o outro muda a fonte do alfabeto para a filtragem das
palavras.
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5
Figura 1: Letra ‘a’ com a fonte desenvolvida.
O software foi implementado tendo como base o material
pesquisado e as instruções sugeridas junto a APADAF.
Figura 2: Tela principal do software.
A tela inicial do programa desenvolvido é composta por um
menu assim dividido:
a) Cartilha; b) Dicionário; c) Números; d) Alfabeto; e)
Lições.
É possível acessar o conteúdo clicando nos botões azuis,
9
Figura 5: Tela da Cartilha
Esta tela foi criada para ajudar na alfabetização das crianças
surdas. Pois uma necessidade relatada pela APADAF foi de
que algumas crianças têm dificuldade na leitura e escrita. Por
isso há as iniciais, e o soletramento da palavra.
Outra necessidade relata foi à dificuldade em ligar as
palavras ou sinais com o mundo real. Por exemplo, aprender o
sinal correspondente à ‘flor’ e saber o que é uma flor, onde se
pode encontrá-la, como ela é, enfim a ligação com o mundo.
Portanto as figuras ilustrativas são apresentadas ao lado do
sinal.
Em ‘Dicionário’ (Figura 6), é possível aprender o sinal,
podendo este ser pesquisado por assunto, ou pelas iniciais.
Nesta tela tem-se o sinal em LIBRAS (1), a figura ilustrativa
do sinal (2), a descrição do movimento (3), o assunto a qual a
palavra pertence (4), a classe gramatical (5), a acepção que é
uma pequena descrição da palavra (6) e exemplos com a
palavra (7). Há também um botão que é para voltar a tela
principal (8).
Um outro botão com uma lupa (9) e com a descrição
‘localizar’, é para pesquisa, ou seja, achar uma palavra
específica.
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Clicando em ‘Lições’, abre uma outra telinha com três
exercícios (Figura 9). Um para exercitar o alfabeto, outro para
exercitar os vídeos ou sinais, e outro para exercitar os
numerais. Também há um botão para voltar para a tela
principal.
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Figura 6: Tela do dicionário.
Esta seção ‘Dicionário ’foi criada com o intuito de ensinar
os sinais em LIBRAS e contextualizá-los com o mundo real.
Em ‘Números’ (Figura 7) é possível o aprendizado dos
números de zero a nove (1). O número é apresentado em
LIBRAS com uma breve descrição de como fazê-lo (2).
Também há um quadro (3) com o desenho de borboletas
indicando a quantidade correspondente ao número, para que
seja associado o numeral com a quantidade real, ou seja, para
o número quatro aparecem quatro borboletas voando. Isto faz
com que o aprendizado torne-se mais rápido. Essa é outra
necessidade relatada pela instituição de atuação.
Na parte de baixo há dois botões. Um é para mudar a fonte
dos números para a normal (4) caso esteja em LIBRAS, ou
mudar para LIBRAS caso esteja normal.
O outro botão é para voltar para a tela principal (5).
Surgiu também a idéia de colocar o numero mil, que é com
movimento, e é esta a função do quadrado cinza do lado
direito da tela (6), onde mostrará o vídeo do numeral 1000 e
outro que tenham movimento.
3
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5
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4
1
Figura 7: Tela dos Numerais.
Em ‘Alfabeto’ (Figura 8), tem-se o alfabeto manual de
sinais ou Datilologia (1). Nesta tela tem-se a figura do sinal
(2) com uma breve descrição (3) de como fazê-lo.
Também há dois botões, um é para trocar a fonte das letras
para a normal caso esteja em LIBRAS, ou mudar para
LIBRAS caso esteja normal (4).
O outro botão é para voltar para a tela principal (5).
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5
4
Figura 8: Tela do Alfabeto de sinais.
Figura 9: Escolha dos Exercícios.
Portanto é possível aprender e testar o conhecimento
adquirido com os exercícios que o software tem.
O software é totalmente configurável, é possível mexer em
todo o seu conteúdo se o usuário assim o desejar. Acrescentar,
alterar, apagar palavras cadastradas são algumas das opções
disponíveis.
Porém a seção de cadastros não está aberta para todos. É
necessária uma senha para poder abrir um menu que dá acesso
aos cadastros e configuração do software. Clicando na tela
principal no canto superior direito em cima da palavra
‘configuração’ a senha será solicitada. Caso a senha digitada
esteja correta o menu abre com o nome de ‘Cadastros’.
Sua divisão é: Configurações; Números; Alfabeto; Palavras
(Dicionário); Sair.
‘Configurações’ é uma tela para que seja informado aonde é
que estão os vídeos dos sinais, as figuras ilustrativa das
palavras, as figuras do alfabeto, as figuras dos números, as
figuras ilustrativas dos números e os vídeos dos números.
Portanto é uma tela de configuração que se houver uma
configuração errônea, o software pode funcionar mal e não
atender ao objetivo.
‘Números’ é onde ocorre o cadastro dos números. No
cadastro é informado o número em algarismos arábicos e por
extenso. Também é aqui que a breve descrição de como fazer
o número em LIBRAS é informada. Informa-se também o
nome da figura que ilustrará o numero em LIBRAS e o nome
da figura que ilustrará a quantidade referente ao numeral.
‘Alfabeto’ é uma tela parecida com a dos números e com a
mesma função que é de manutenção dos dados cadastrados.
‘Palavras (Dicionário)’ também tem a função de prover a
manutenção dos sinais cadastrados.
‘Sair’ é para sair do sistema.
Pode-se perceber que o sistema é configurável, permitindo
que seja adequado ao ambiente e região que esteja sendo
utilizado. Alias como a LIBRAS não é universal e difere em
cada região, estado e país, é possível utilizar este software
com apenas algumas mudanças nas configurações citadas
acima.
IV. DISCUSSÃO
Após o término do software e realizado o cadastro das
palavras, números, alfabeto, efetuadas as configurações, ele
foi posto em teste na APADAF.
Foi utilizado por três professores como uma ferramenta de
auxilio nas suas aulas de LIBRAS. Os professores levavam os
alunos até o laboratório de informática desta instituição que
conta com 11 computadores.
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Os 15 alunos que participaram do teste são de faixa etária
bem ampla, variando de 8 até 53 anos.
O software ficou em teste por um mês até ser aplicada a
ficha de avaliação. Uma ficha diferenciada para os professores
e outra para os alunos.
A ficha de avaliação para os professores tinha as seguintes
perguntas:
a) Surdo ou Ouvinte? ;b) O que achou do sistema?;c) O
sistema atende ao objetivo, que é de auxiliar no ensino da
LIBRAS? Ajudou nas aulas? d) Qual foi a reação dos alunos
diante do sistema? e) O que poderia ser melhorado? f)
Comentários adicionais. Sugestões.
Para a pergunta ‘a’ dois dos professores eram ouvintes e um
era surdo.
Para a pergunta ‘b’ todos acharam que o sistema é ótimo.
Visto que as alternativas eram em ordem crescente: Péssimo,
Regular, Bom, Ótimo e Excelente.
Portanto o sistema conseguiu satisfazer e ajudar tanto os
professores ouvintes como o surdo. Pois um dos objetivos é
auxiliar no ensino de LIBRAS tanto para ouvintes como
surdos.
Para a pergunta ‘c’ os três professores chegaram a mesma
conclusão, que o sistema atende ao objetivo de auxiliar no
ensino da LIBRAS e veio a ajudar em suas aulas. Aliás um
dos professores acrescentou que “O trabalho do sistema foi
bem feito”.
O sistema na visão dos professores atende o seu principal
objetivo.
Para a pergunta ‘d’ da ficha de avaliação, os professores
relataram que o sistema despertou curiosidade nos alunos,
“Quando vão para a aula de informática já ligam em
ALIBRAS”. Além disso, sentiram-se felizes ao ver que o
computador também contempla suas necessidades com
atividades relacionadas ao seu contexto.
Em relação à pergunta ‘e’, eles acharam que são necessários
mais sinais, apesar de haver cadastrados mais de 3000, isto é
facilmente solucionado cadastrando-se mais sinais. Também,
mais jogos associando os sinais com as figuras ilustrativas,
porque conforme o relato “a maior dificuldade dos surdos é o
significado das palavras”.
A ultima pergunta ‘f’, os professores acharam que foi muito
importante o interesse em fazer o software, vindo a beneficiar
muitas pessoas, surdas e ouvintes que estão engajadas na
melhoria da educação dos surdos, que há muito tempo
encontravam-se marginalizados, excluídos apesar da inclusão
no ensino regular, e hoje estão sendo atendidos e ‘ouvidos’
com os mesmos direitos.
Outra opinião importante a ser exposta é “pelo simples fato
de pensar no aluno surdo dando oportunidade para que ele
interaja no computador conforme sua realidade e necessidade
é muito bom”.
A aceitação do software por parte dos professores foi muito
boa, inclusive chega-se a conclusão de que o software atingiu
realmente seu objetivo.
A ficha de avaliação para os alunos é diferenciada, pois o
teste foi realizado com alunos de faixas etárias e grau de
escolaridade muito dispersante. Alguns mal conseguiam ler,
por isso as perguntas foram mais objetivas. 15 alunos
participaram do teste.
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As perguntas eram:
a) Idade? b) Grau de Escolaridade? c) Surdo ou Ouvinte? d)
O que achou do sistema? e) O sistema atende ao objetivo, que
é de auxiliar no ensino da LIBRAS? f) Já teve contato anterior
com o computador? g) O que poderia ser melhorado? h)
Comentários adicionais. Sugestões.
Em relação à pergunta ‘a’, os alunos são de idades bem
diferenciadas indo desde os 8 anos até os 53 anos de idade.
A maioria está na faixa de 20 a 30 anos.
Para o grau de escolaridade que é a pergunta ‘b’, a maioria
está no ensino fundamental e alguns, apenas dois dos alunos
estão no Ensino Médio. Neste ponto fica visível a dificuldade
destes em relação aos estudos, visto que a média para a idade
é de 23 anos e grau de escolaridade de ensino primário.
Acabar com este resultado negativo é uma das metas do
sistema, ajudar na alfabetização e na comunicação entre a
comunidade (professores, pais, parentes e amigos) com o
indivíduo surdo. Derrubando assim a barreira existente entre
os dois tipos e garantindo ao surdo seus reais direitos.
Para a pergunta seguinte, ‘c’, todos os alunos da APADAF
são surdos. Então os teste foram realizados apenas com alunos
surdos, pois são estes que realmente enfrentam os problemas.
Para a pergunta ‘d’, a maioria gostou do sistema. Dois dos
quinze alunos acharam o sistema ‘regular’, cinco acharam
‘bom’, cinco acharam ‘ótimo’ e três acharam excelente. As
opções eram: Péssimo, Regular, Bom, Ótimo e Excelente.
Para a pergunta ‘e’, 13 alunos acharam que o sistema
atende o objetivo e apenas dois acham que atende em parte e
não na totalidade. As opções para esta pergunta eram: Sim,
Não, Em parte.
Para a pergunta ‘f’, todos já haviam tido contato com o
computador em sua maioria nas escolas em que estudam.
Para a pergunta ‘g’, analisando as fichas chega-se à
conclusão de que a necessidade em primeira instância é
aumentar os jogos e atividades. Também é preciso aumentar
os sinais e achar palavras difíceis para melhorar o português.
A última pergunta ‘h’, não teve sugestões.
Contabilizando o resultado das duas fichas chega-se a
conclusão de que realmente o sistema é um meio de auxiliar
no ensino da LIBRAS, tanto em sala de aula como nas casas,
tanto para ouvintes como para surdos. Basta o interesse e boa
vontade, instalar o software e aprender LIBRAS, a qualquer
hora do dia, no momento em que se desejar.
V. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O software veio a trazer resultados positivos. A partir da
análise das fichas de avaliação chega-se a conclusão de que os
objetivos foram alcançados, satisfazendo a maioria dos alunos
e professores, surdos e ouvintes que participaram dos testes.
Em breve esperamos disponibilizar para a população em geral,
para que possam também usufruir desta ferramenta e ajudar a
transformar este mundo em um mundo mais fraterno e justo
onde todos possam viver em união e com ‘direitos’ e ‘deveres’
iguais, não importando a raça, cor, sexo, religião e limitações
físicas.
VI. BIBLIOGRAFIA
[1] ANAIS DO XX ENPAESP – Educação: Cidadania, Inclusão e
Movimentos Sociais - União da Vitória – PR – 2003.
671
III Fórum de Informática Aplicada a Pessoas Portadoras de Necessidades Especiais
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[2] ARQUEIRO - Vol. 04 – (jul/dez) Rio de Janeiro – Instituto Nacional de
Educação de Surdos - INES, 2001.
[3] BRITO, L. F. Educação Especial Língua Brasileira de Sinais. Série
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[4] BRITO, L. F. Por uma gramática Línguas de Sinais. Rio de Janeiro : Ed.
Tempo Brasileiro: UFRJ, 1995.
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In Minami and Kennedy 1991.
[6] Congresso Surdez e Pós-Modernidade: Novos rumos para a educação
brasileira, 2002 – Instituto Nacional de Educação de Surdos – INES –
Rio de Janeiro.
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Série Atualidades Pedagógicas – Ministério da Educação e do Desporto
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[9] FELIPE, T. A. Introdução à Gramática da LIBRAS. In Educação Especial
– Língua Brasileira de Sinais – Volume II. Série Atualidades
Pedagógicas 4, MEC/SEESP, 2000: 81-123 2a. edição.
[10] FREEMAN, R. D. Seu Filho não Escuta? Um Guia para todos que
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[11] MARTIN, J. ; ODELLI, J. J. Análise e Projeto Orientados a Objetos.
Editora : Makron Books, São paulo, 1995.
[12] QUADROS, R. M. Educação de Surdos , Aquisição da Linguagem.
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[13] SÁ, N. R. L. De, Educação de Surdos – A Caminho do bilingüismo ,
Editora da Universidade Federal Fluminense – Niterói – RJ – 1999.
[14] SKLIAR, C. Anais do seminário Desafios e Possibilidades na
educação bilinbüe para os surdos 21 a 23 jul/97. INES, Rio de
Janeiro, 1997.
[15] SLEDZ, C. F. Reconhecimento de Sinais manuais pelo computador
(Reconhecimento de Padrões) 2003, 80 f. , Monografia apresentada
ao curso de Graduação em Sistemas da Informação da Universidade
do Contestado, Núcleo Universitário de Porto União.
[16] STROBEL, K. L. Falando com as mãos. Curitiba : 1998.
[17] Surdez Diversidade Social – INES, Divisão de Estudos e Pesquisas – Rio
de Janeiro – Seminário Nacional do INES, 2001.
[18] ZEIZER, S. A Informática na aprendizagem de LIBRAS. 2001. 81 f.
Monografia apresentada ao Curso de Graduação em Tecnologia em
processamento de Dados, promovido pela Universidade do Contestado,
na área de informática.
672
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