6C2. A GAZETA TERÇA-FEIRA, 17 DE NOVEMBRO DE 2015 EAGLES OF DEATH METAL DIVULGAÇÃO Uma onda de solidariedade Eagles of Death Metal: nome da banda é uma espécie de piada interna entre Jesse Hughes e Josh Homme (que não estava na turnê em Paris), criadores do grupo Fãs fazem campanhas para ajudar família de membro da equipe morto no Bataclan Uma das atrações do Lollapalooza Brasil 2016, a banda Eagles of Death Metal esteve no centro dos noticiários de todo o mundo, desde a última sexta-feira, por um motivo nada especial: foi durante uma apresentação de Jesse Hughes e companhia que terroristas invadiram a casa de shows Bataclan, em Paris, matando pelo menos 80 das 129 pessoas que morreram nos atentados cometidos também nas imediações do Stade de France e em vários restaurantes e bares de Paris. Por sorte, a banda, que nada tem de death metal, como foi erroneamente veiculado nos últimos dias – o nome é, na verdade, uma espécie de piada interna entre Hughes e Josh Homme (que não estava na turnê), os criadores do grupo de rock alternati- vo/blues rock –, conseguiu sair ilesa. Sorte essa que não teve o inglês Nick Alexander, responsável pela venda de discos, camisetas e outros produtosdoEaglesofDeath Metal durante a turnê europeia. Aos 36 anos, ele foi uma das vítimas do ataque à casa de shows. Após a confirmação de sua morte, uma campanha no site “GoFundMe” foi criada para arrecadar fundos pela memória do britânico. Até a publica- ção desta matéria, um dia depois do crowdfunding entrar no ar, cerca de 1.500 pessoas já tinham participado, acumulando o montante de US$ 57 mil, a serem doados para a família de Alexander (o destino final do dinheiro será decidido por eles). Ao mesmo tempo, uma outra campanha promovida pelos fãs da banda também chama atenção: uma página no Facebook com o nome “Eagles of Death Metal for no.1” (”Eagles of Death Metal para número 1”, em tradução livre) foi criada para fazer com que a música “Save a Prayer”, cover da banda californiana para um sucesso do Duran Duran, chegue ao topo daslistasdemaisvendidas no Reino Unido. “Acreditamos que esse seria um belo gesto para mostrar apoio à banda e àquelesqueforamafetados pelo atentado”, diz um comunicado dos criadores. “Presumimos que os royalties irão para o Duran Du- ran, já que eles escreveram a música, mas esse não é objetivodacampanha.Não buscamos qualquer tipo de lucro, apenas fazer uma forte declaração de solidariedade e apoio à paz”. Até agora, a versão do Eagles of Death Metal para “Save a Prayer” lidera a lista de mais vendidas na categoria rock da Amazon e do iTunes, dois dos maiores sites de venda digital de música, além de alcançar a 35ª posição geral no próprio iTunes. (O Globo) LITERATURA Novo olhar para o banal CONFIRA LEANDRO REIS [email protected] Cronista do C2 de 2007 a 2011, a escritora Flávia Dalla Bernardina reuniu parte dessa produção no livro “Às Cegas”, que tem lançamento hoje, no espaçoJardimSecreto,naPraia do Canto, em Vitória. A capa da obra é uma fotografia da série “Jardim Suspenso”, de Raphael Bianco. O posfácio é assinado pelo artista Gilbert Chaudanne. É o primeiro livro que Flávia publica sem coautoria – ela escreveu, ao lado do músico Juliano Gauche e da coreógrafo Ingrid Mendonça “Além de Todo Gesto”, em 2010. “Esses Às Cegas Flávia Dalla Bernardina t Cousa, 115 páginas. Quanto: R$ 20 (brochura), R$ 30 (capa dura). Lançamento hoje, às 19h, no Jardim Secreto (Rua Moacyr Avidos, 47, Praia do Canto, Vitória). textos me constituíram como escritora. Foi quando tive retorno do público, e isso foi me formando”, diz a autora. Os temas das crônicas são variados, frutos de um olhar que persegue a profundidadeematoscotidianos. “A grande questão da crônica é tornar aquilo que é banal em algo relevante. Os prazos me colocavam uma urgência de olhar para o mundo de uma forma mais generosa.” Como publicava quinzenalmente neste caderno, Flávia teve um universo grande para selecionar os 57 textos de “Às Cegas”. Foram escolhidos textos atemporais ou que, até hoje, tocam a autora de alguma forma. “Quando você se distancia do momento do texto, vê que algo não tão pessoal caminha com você ao longo dos anos. Muitos dos textos que li, hoje escreveria de outra forma. Mas entendi que ali estão coisas que me são muito caras, que me traduzem como pessoa, não só como escritora”, explica Flávia. Reunindo 57 crônicas, livro é a primeira incursão de Flávia como única autora GUILHERME FERRARI Flávia Dalla Bernardina lança “Às Cegas”, livro que reúne crônicas publicadas no C2